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A língua evolui e se modifica com o passar do tempo, essa evolução varia de acordo
com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade. Assim, ela é considerada
um objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no
espaço. As variantes lingüísticas são divididas em quatro modalidades: variação histórica,
variação geográfica, variação social e variação estilística. No entanto, mesmo que as variantes
expliquem as variações lingüísticas, o falante que não domina a língua denominada "padrão"
por sua comunidade lingüística, sofre preconceitos e é "excluído" da "roda dos privilegiados",
aqueles que tiveram acesso à educação de qualidade e ocupam as classes sociais dominantes e,
sob o pretexto de defender a língua portuguesa, acreditam que o falar daqueles sem instrução
formal e com pouca escolarização é “feio”, e carimbam o diferente sob o rótulo do “erro”.
Algumas pessoas “cultas” muitas vezes sentem-se constrangidas ao falar corretamente e as
pessoas acharem que estamos falando errado ou vice-versa. Infelizmente, preconceito
lingüístico é somente uma denominação “bonita” para um profundo preconceito “social”: não é
a maneira de falar que sofre preconceito, mas a identidade social e individual do falante.
No mundo todo existem muitos preconceitos: contra raças, contra os pobres, contra
as mulheres, contra nordestinos..., enfim, incontáveis “absurdos” cometidos por parte dos
“ignorantes”. E para acabar com os preconceitos, é necessário que haja uma democratização da
sociedade, que dê oportunidades “iguais” a todos, reconhecendo e respeitando suas diferenças.
Por isso, é preciso garantir a todos os brasileiros o reconhecimento da sua variação lingüística, e
não o deboche das mesmas.
O preconceito lingüístico não está presente na língua em si, mas nos usuários da
língua, sendo essa mais uma luta do nosso povo, contra mais esse tipo de preconceito, afinal,
respeitar a variedade lingüística de toda e qualquer pessoa equivale a respeitar a integridade
física e espiritual dessa pessoa como ser humano, nunca nos esquecendo que qualquer
comunidade sempre apresentará variação lingüística.