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DISCIPLINA OBRIGATÓRIA
DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA:
ONDAS E LINHAS DE COMUNICAÇÃO
2
ÍNDICE
3
Capítulo I
Revisão: Álgebra de Vetores
A A
A+B ^a
B -A
(a) (b)
Figura 1.1 – Vetores no espaço. a) Soma de vetores. b) Vetor oposto.
a) Propriedade comutativa
A B B A (1 a)
b) Propriedade associativa
A ( B C ) ( A B) C (1 b)
c) Diferença entre vetores
A B A ( B) (1 c)
d) Vetor unitário (versor)
A
aˆ (1 d)
A
4
1.2- Produto escalar, interno ou "dot product"
a) Definição básica
x
A B A . B .sen (3 a)
b) Produto vetorial nulo
x
A B 0 A 0, ou B 0, ou A // B (3 b)
c) Propriedade distributiva
x
A (B C) A B A C (3 c)
d) Comutação (não obedece à propriedade comutativa)
x
A B B A (3 d)
e) Área do paralelogramo
x
A B área do paralelogramo com lados A e B (3 e)
5
1.4 – Vetores Unitários ou Versores
Versores coordenados (ou bases) são vetores unitários na direção dos eixos do sistema de
coordenadas de referência. No caso do sistema retangular (x,y,z), são designados por iˆ, ˆj e kˆ , sendo
paralelos às direções dos eixos x, y e z, respectivamente, e tais que
a) iˆ iˆ ˆj ˆj kˆ kˆ 1 (4 a)
b) iˆ ˆj ˆj kˆ kˆ iˆ 0 (4 b)
x x x x
c) iˆ iˆ ˆj ˆj kˆ kˆ 0 (4 c)
x x x
d) ˆj kˆ kˆ ˆj iˆ (4 d)
e) iˆ ˆj ˆj iˆ kˆ (4 e)
f) kˆ iˆ iˆ kˆ ˆj (4 f)
Assim, iˆ, ˆj e kˆ são vetores linearmente independentes e formam uma base tri-ortogonal e,
portanto, qualquer vetor u no espaço pode ser descrito por:
u u x iˆ u y ˆj u z kˆ (5)
onde ux, uy e uz são as coordenadas do vetor u .
então
a) A B (a1 b1 ) iˆ (a 2 b2 ) ˆj (a 3 b3 ) kˆ (7 a)
b) A B (a1 .b1 ) (a 2 .b2 ) (a 3 .b3 ) (7 b)
2
c) A A A a12 a 22 a 32 (7 c)
a1 .b1 a 2 .b2 a 3 .b3
d) cos (7 d)
(a12 a 22 a 32 ) 1 / 2 .(b12 b22 b32 )1 / 2
iˆ ˆj kˆ
x
e) A B a1 a2 a3 (7 e)
b`1 b2 b3
a1 a2 a3
x
f) A ( B C ) b1 b2 b3 (7 f)
c1 c2 c3
6
x x x x x x
g) A ( B C ) volume do paralelepípedo com lados A, B e C (7 g)
x
h) A ( B C ) ( A B) C (7 h)
x
i) A ( B C ) B (C A) C ( A B) (7 i)
x
j) A ( B C ) A (C B ) B ( A C ) C ( B A) (7 j)
x x x x
k) A (B C) ( A C) B ( A B ) C (7 k)
l) ( A B ) C ( A C) B ( B C ) A (7 l)
x x
m) ( A B ) ( C D) ( A C ) ( B D) ( A D ) ( B C ) (7 m)
x
x x
x x
n) ( A B ) ( C D) C{ A ( B D)} D{ A ( B C )} (7 n)
C{ A ( B D)} D{ A ( B C )}
e assim,
u y (t t ) u y (t )
du u (t t ) u x (t ) ˆ ˆj lim u z (t t ) u z (t ) kˆ
lim x i lim (10)
dt t 0 t t 0 t t 0 t
ou seja
du du x ˆ du y ˆ du z ˆ
i j k (11)
dt dt dt dt
ou ainda
du du x iˆ du y ˆj du z kˆ (12)
Em particular, se u r xiˆ yˆj zkˆ é o vetor posição, então,
dr dx iˆ dy ˆj dz kˆ (13)
é o vetor deslocamento infinitesimal. Na Fig.12 ilustram-se os vetores r e d r .
7
dr
r
r+dr
0
Figura 1.2 – Vetor deslocamento infinitesimal.
x
d (u v ) du dv
d) v u (14 d)
dt dt dt
x
x
d{u (v w)} du dv dw
e) (v w) u ( w) u (v ) (14 e)
dt dt dt dt
x
x
x
8
Capítulo II
Campos Escalares e Vetoriais
d dx dy dz (15)
x y z
Na figura 1.3, C é simplesmente uma curva no espaço e, a cada ponto r de C, associa-se um
valor (r ) . A derivada direcional do campo escalar é a taxa de variação de ( x, y, z ) por unidade
de comprimento em uma certa direção particular, caracterizada pelo elemento de arco ds dr da
curva C:
C
( r )
( r+dr )
r dr
z
x y
Figura 1.3- Curva C no espaço e a definição de derivada direcional.
d dx dy dz
. . . (16)
ds x ds y ds z ds
ˆ ˆ ˆ
grad ( ) i j k (17)
x y z
9
d dr
(18 a)
ds ds
d dr (18 b)
Como foi estabelecido ds dr , então, se ŝ for o vetor unitário na direção d r ,
dr dx ˆ dy ˆ dz ˆ
sˆ i j k (19)
ds ds ds ds
onde cos(r , iˆ) é o cosseno entre os vetores r e iˆ , e assim por diante.
d
sˆ (21)
ds
.
dr
C
s s r
d / ds =cte
equpotenc
0
(a) (b)
Figura 1.4- O gradiente. a) Projeção na direção ŝ . b) Gradiente normal a equipotencial.
10
Finalmente, se (v), onde v=v(x,y,z), então, de (17) e a regra da cadeia, conclui-se que
d
v (23)
dv
N N
M , Curva C
u dr
M , Curva C x
dx
y
dy
z
dz (26)
entre os pontos M=(x1 ,y1 ,z1) e N=(x2, y2, z2) tomados sobre uma curva C. Se os valores de (x,y,z)
em M e N ocorrerem nos instantes t1 e t2 conhecidos, pode-se realizar a integração usando t como
variável de integração.
N t 2 dx dy dz
M , Curva C
u dr
t1
x dt y dt z dt
dt (27)
N t 2 d
M , Curva C
u dr dt (t 2 ) (t1 )
t1
dt
(28)
Portanto, se u = , a integral é simplesmente a diferença entre os valores de (x,y,z) nos pontos M
e N, e, assim, independe da escolha de um caminho de integração específico.
Reciprocamente, se a integral for independente do caminho, então, mantendo-se M fixo e
variando-se N, pode-se definir
11
( x, y , z ) ( x, y , z )
( x, y , z ) u dr u x dx u y dy u z dz (29)
M M
( x x , y , z )
( x x, y, z ) ( x, y, z ) u x dx u y dy u z dz (30)
( x, y, z )
( x x , y , z )
( x x, y, z ) ( x, y, z ) dx u x dx (31)
x ( x, y, z )
ux (32)
x
Analogamente, determina-se
uy e uz (33)
y z
C1 M
C2
N
12
N M
u dr M ,C1
u dr
N ,C 2
u dr
C
(35)
N N
u dr u dr
M , C1 M ,C 2
Assim, se u for um campo conservativo, as integrais de M a N independem do caminho
utilizado, e assim, as integrais no lado direito de (35) são iguais e, consequentemente:
u dr 0
C
(36)
isto é, a circulação de u é nula para um caminho fechado se e somente se u for um campo
conservativo.
dS
B
C
A
D
u.dt
S dS
13
C
x S
Figura 1.7- Malhas para o cálculo da circulação ao longo de C.
u dr u dr
C Malhas
(38)
pois, a contribuição de uma fronteira comum entre duas malhas se cancela devido às orientações
opostas dos vetores d r . Com isto restarão apenas as contribuições dos segmentos de C.
Considerando-se que no limite, para S0, cada malha (a qual se reduz a um ponto) gera:
lim
u dr f ( x, y ) (39)
S 0 S
no qual se procura, a seguir, determinar o valor de f(x,y). Da equação (38) e (39) conclui-se que
u dr
C Malhas
f ( x, y ).S f ( x, y ).dS
S
(40)
S 0
Porém,
u dr u dx u dy
C C
x y (41)
e então, determina-se cada parcela do lado direito de (41) separadamente. Isolando-se uma das
malhas, conforme a Fig.1.8 (a) e, considerando-se que ux e uy sejam diferenciáveis
y y
D C
y .P.M
A B
x
0 0
x x
(b)
(a)
Figura 1.8- Malha unitária para o cálculo do rotacional no plano.
u x u x
ux ux ( x xP ) ( y yP ) (42 a)
M P
x P
y P
14
u y u y
uy uy ( x xP ) ( y yP ) (42 b)
M P
x P
y P
u x u x
u dx u
x x dx
x
( x xP )dx
y
( y yP )dx (43)
P P P
ou então,
u dx u
x x . dx
u x
x
. xdx x P dx u x
y
. ydx y P dx (44)
P P P
B xC x B D x A xD
dx A
dx
xB
dx dx
C xD
dx
xB xC x B
dx 0 dx 0 0 (45)
xA xD x A
x.dx 0 (46)
B xC x B D x A xD
y.dx A
y A dx
xB
y.dx
C
y D dx
xD
y.dx
xB xC x B
y A dx 0 y D dx 0 (47)
xA xD x A
y.x S
y.dy dy 0 (48 a)
e portanto,
u y u x
dr x y S
Malha
u (49)
P
15
onde P passa a ser um ponto arbitrário no interior de S.
Finalmente, de (40) e (50) obtém-se a relação
u y u x
u dr u dx u dy x
C C
x y
S
y
. dS (51)
u dr
u rot (u ) curl (u ) f ( x, y ) lim (52)
S 0 S
isto é, a circulação ao longo de um caminho fechado infinitesimal por unidade de área, obtém-se:
x
u y u x
u (53)
x y
u dr (
C S
u ). dS 0 (54)
_____________________________________________________________________________
Exemplo 1: Verificar se o campo de velocidade mostrado na Fig. 1.9 não é conservativo (é um
campo solenoidal).
v
A circulação do vetor v ao longo de qualquer círculo
não pode resultar nula, pois o produto v dr tem
sempre o mesmo sinal. Portanto, o campo v não é
campo conservativo.
Figura 1.9 – Campo de velocidade.
16
2.7- Divergente no Plano
O fluxo também pode ser calculado no plano. Com o auxílio da Fig.1.10 escreve-se que:
y n^
S
C
S dr
0 x
Figura 1.10- Caminho C e malha unitária usada para o cálculo do fluxo no plano.
u nˆ dr u dn [m/s2] (55)
C C
onde dn nˆ.dr . Como d r e dn são ortogonais, então, se dr dx.iˆ dy. ˆj , pode-se concluir que
dn dy.iˆ dx. ˆj (56)
e assim,
u dn u x dy u y dx (57)
C C
u u
u dn x y .dxdy
C S x y
(58)
u dS
S
onde, define-se
u u y
u div(u ) x (59)
x y
o divergente de u no plano.
Nota-se ainda que, a partir de (39) e (40)
u dn S
u dn
Malhas S
(60)
C
17
u lim
u dn (61)
S 0 S
ou seja, o divergente de u corresponde ao fluxo que sai de uma área infinitesimal, por unidade de
área.
Independentemente do sistema de coordenadas, define-se a divergência de u no espaço por
dS
u
u lim S
(63)
V 0 V
Como no caso bidimensional, o divergente espacial representa a quantidade de fluxo que diverge de
uma fonte envolvida por um volume V, atravessando a superfície que limita tal volume. Se u >0
implica que existe uma fonte de campo u num dado ponto P. Por outro lado, se u <0, existe
sorvedouro.
O fluxo através do retângulo ABCD da Fig.1.11(b) é
18
Porém,
u x u x u x
ux ux ( x xP ) ( y yP ) ( z zP )
P
x P
y P
z P
(65)
u x u x y u x z
ux x
P
x P
2 y P
2 z P
2
u x x u x y u x z
u x y.z (66)
P
x P
2 y P
2 z P
2
u x x u x y u x z
u x y.z (67)
P
x P
2 y P
2 z P
2
u x u x
xyz V (68)
x P
x P
Os fluxos nas outras quatro faces são obtidos de forma semelhante, o que conduz a
u x u y u z
Bloco dS x y z V
Bloco
u (69)
Portanto,
u lim
u d S
u x u y u z
(70)
V 0 V x y z
o qual corresponde ao divergente do vetor u . Percebe-se, portanto, que em coordenadas
retangulares, o operador dado em (17), ou seja, iˆ / x ˆj / y zˆ / z , se comporta como
um simples vetor na operação de produto escalar dada em (70). Ressalta-se que o mesmo não ocorre
no caso de outros sistemas coordenados, como nas coordenas esféricas ou cilíndricas.
ou seja
19
S
u dS u x dS x u y dS y u z dS z u dV
S V
(72)
Considere-se agora uma curva fechada C, fronteira de uma superfície orientada S, conforme
ilustrado na Fig.1.12(a).
^
dS S
k n^
S
z ^j
z
x
C S'xy
x y
(a)
y
(b)
Figura 1.12- Superfície usada na dedução do teorema de Stokes. a) A curva fechada C é fronteira
da superfície S. b) Malha unitária sobre S e sua projeção sobre o plano x-y.
u x u x u z
u x dx u x
S
dx
S
x
( x x P )dx
S
y
( y y P )dx
S
z
( z z P )dx (75)
P P P P
Pode-se executar estas integrações no plano xy, sabendo-se que S xy' S cos(nˆ , kˆ) , a
projeção da área S no plano x-y, conforme esquematizado na Fig.1.12(b). Como resultado obtém-
se:
dx x dx 0
S ' S '
(76 a)
20
y dx S
'
xy (76 b)
S '
ou seja
z dx S
'
xz (78)
S '
Então,
u x u
u x dx cos(nˆ , kˆ) S x cos(nˆ , ˆj ) S (79)
x P
z P
As outras integrais são calculadas de forma similar. Assim, a integral em (74) conduz a
u z u y u
ˆ) u x u z cos(nˆ , ˆj ) y u x cos(nˆ , kˆ)
u dr S
z P
cos( ˆ
n , i x y P
S y z x P
(80)
( u ) nˆ lim C
(81)
S 0 S
onde
u u y ˆ u x u z ˆ u y u x ˆ
u z i j k (83)
y z P z x P x y P
iˆ ˆj kˆ
x
u / x / y / z (84)
ux uy uz
21
a qual é válida somente em coordenadas retangulares.
_____________________________________________________________________________
Exemplo 2: Discutir a seguinte interpretação: a designação rotacional está relacionada com a
presença de rotação associada a um vetor.
Solução: Por exemplo, considere-se um ponto P de um corpo rígido que gira em torno de um eixo ,
como mostra a Fig.1.13. A velocidade angular ̂ é um vetor da direção de , que obedece a regra
da mão direita.
e, portanto,
onde
r xiˆ yˆj zkˆ
0 x iˆ y ˆj z kˆ
Figura 1.13 – Rotação em torno do eixo .
iˆ ˆj kˆ
x
v / x / y / z
( y z z y ) ( x z z x ) ( x y y x )
2 x iˆ 2 y ˆj 2 x kˆ 2
Desta forma
x
1
v
2
x
A conexão entre o rotacional de v e a ocorrência de rotação é evidente. Se v for nulo, implica
que não existe rotação do corpo rígido em torno do eixo .
22
Um importante teorema pode ser obtido partindo-se (81)
x
C
u dr u x
C
dx u y dy u z dz S
u dS (85)
2 2 ˆj kˆ 0
2 2 2 2
iˆ zx xz xy yx (86)
y z z y
aplicando-se o Teorema de Schwartz. Portanto, u é irrotacional se e somente se u for conservativo
( u = ).
_____________________________________________________________________________
Exemplo 3: Interpretar fisicamente o que expressa o rotacional.
sentido horário em y<0, onde v <0.
y
MARGEM
+a
xv 0 xv 0
v
RIO
x v 0
x
-a
MARGEM
(a) (b)
Figura 1.14 – Medidor de rotacional. a) Movimento de pás. b) Fluxo de água num rio.
Exemplo 4: O campo de velocidade na Fig. 1.14 b) é igual a v (a 2 y 2 ) xˆ . Calcular os valores
do rotacional em y=-a, o e +a.
v azˆ
y a
23
x
v 0
y 0
x
v azˆ
y 0
2.10- Laplaciano
2 (87)
e assim, substituindo-se (17) e executando-se o produto escalar (isto é válido apenas no sistema de
coordenadas retangulares) obtém-se
2 2 2
2 (88)
x 2 y 2 z 2
Por outro lado, o Laplaciano do vetor u é definido a partir de suas componentes por
2 u iˆ 2 u x ˆj 2 u y kˆ 2 u z (89)
a) ( ) (90 a)
( ) ( )
c) (90 c)
2
d) n n n 1 (90 d)
e) (u v ) u v (90 e)
f) (u) u u (90 f)
x
g) (u ) u u (90 g)
h) u u u (90 h)
24
x
x
i) (u v ) v u u v
x (90 i)
x
j) (u v ) u v (90 j)
x
x
k) (u v ) (v )u (u )v u ( v ) v ( u ) (90 k)
x
x
x
x
l) (u v ) (u )v (v )u u ( v ) v ( u ) (90 l)
x
m) 0 (90 m)
x
n) u 0 (90 n)
x
x
o) ( u ) ( u ) u ( u ) 2 u (90 o)
25
Capítulo III
Sistemas de Coordenadas Generalizadas
Em geral o operador conforme definido em (17) atua como vetor somente no sistema de
coordenadas retangulares. Neste caso, u funciona como um produto escalar entre e u , e,
x
u funciona como um produto vetorial. Como será observado a seguir, o mesmo não é válido
para sistemas de coordenadas esféricas ou cilíndricas.
curva n
plano
plano m ^
curva m n0
^
curva P m0
^
0 plano n
curva z r
^
plano y k
O plano x
^ ^
i j
curva x curva y
plano z
Figura 1.15 – Curvas , m e n no sistema curvilíneo.
Mantendo-se m e n constantes e variando-se obtém-se uma curva que passa por P, chamada
curva de "". De forma similar, definem-se as curvas de "m" e "n ". Os vetores unitários ao longo das
26
tangentes a estas curvas são ˆ 0 , mˆ 0 e nˆ 0 .Os eixos podem ser ortogonais ou não, e a orientação
relativa entre os versores pode não ser constante.
Seja o vetor associado a O P que, segundo o sistema x,y,z é representado por r
r x(, m, n) iˆ y (, m, n) ˆj z (, m, n) kˆ (91)
Assim,
dr dx iˆ dy ˆj dz kˆ (92)
onde
x x x
dx d dm dn (93 a)
m n
y y y
dy d dm dn (93 b)
m n
z z z
dz d dm dn (93 c)
m n
dr (dx iˆ dy ˆj dz kˆ)
m, n m, n
(94)
x ˆ y ˆ z ˆ
( i j k ) . d
ˆ r / x / iˆ y / ˆj z / kˆ
0 (96)
r / [(x / ) 2 (y / ) 2 (z / ) 2 ] 1 / 2
Chamando-se
1/ 2
r x y z
2 2 2
h (97)
então, o comprimento elementar de arco, dr, obtido quando somente varia é dado por
27
ds dr h d (98)
m,n
Analogamente,
x / m iˆ y / m ˆj z / m kˆ
mˆ 0 (100 a)
hm
x / n iˆ y / n ˆj z / n kˆ
nˆ 0 (100 b)
hn
onde
1/ 2
x 2 y 2 z 2
hm (101 a)
m m m
1/ 2
x 2 y 2 z 2
hn (101 b)
n n n
ds dr [h2 d 2 hm2 dm 2 hn2 dn 2 ]1 / 2 (103)
Uma forma alternativa de escrever h, hm e hn baseia-se no seguinte fato: se y = f(x), então, sua
inversa é dada por x=f -1(y)=g(y), e, y = f [g(y)]. Aplicando-se a regra da cadeia, mostra-se que
dy df dg dy
(104)
dx dg dy dx
e assim,
df 1
(105)
dg (dg / dy )
28
dy 1
(106)
dx (dx / dy )
d
sˆ (107)
ds
ou
ds 1 1
(108)
d d / ds sˆ
d
ds h d (109)
sˆ
no sistema curvilíneo.
Se o sistema curvilíneo for ortogonal, então, lˆ0 , mˆ 0 e nˆ 0 são perpendiculares entre si.
Numa curva-, os m e n são constantes (dm=dn=0), como representado na Fig.1.16..
curva m
^
m0
^
m0 ^ ^
0= s
(m0,n0) ^
n0
0
curva
^
n0
curva n
Figura 1.16 – Desenho da curva .
d
ds h d (110)
e assim,
29
1 / 2
1 1 2 2 2
hl2 (111)
2
x y z
e, analogamente,
1 / 2
m 2 m 2 m 2
hm
2
(112)
x y z
1 / 2
n 2 n 2 n 2
h
2
n (113)
x y z
em termos de derivadas em x, y e z.
_____________________________________________________________________________
Exemplo 5: Calcular as métricas h, hm e hn para os sistemas de coordenadas retangular, cilíndrico
e esférico.
z z
r
P
P
z R
y y
x x
(a) (b)
Figura 1.17 – Sistemas de coordenadas curvilíneas. a) Coordenadas cilíndricas. b) Coordenadas
esféricas.
a) Para o sistema retangular, tem-se que (, m, n)=(x, y, z), então, aplicando-se (97) a (101a-b)
mostra-se que
h = hx =1, hm = hy = 1, hn = hz = 1
b) Para o sistema cilíndrico, (, m, n)=(r, , z), tal que x = r.cos, y = r.sene z=z. Portanto,
aplicando-se (111) a (113), obtém-se as métricas
h = hr = 1, hm =h = r, hn =hz = 1
30
c) Para o sistema esférico, (, m, n)=(r, ), tal que x = R.sen cos, y = R.sen sen e
z=R.cos. Portanto, aplicando-se (111) a (113), obtém-se as métricas
d dl dm dn (114)
l m n
Usando novamente a propriedade (18 b), ou seja d dr , a qual é válida para sistemas
ortogonais
1 1 1
dr d h d hm dm hn dn (115)
h h m m h n n
Usando (102) conclui-se que deve possuir a seguinte forma, a fim que (115) seja
satisfeita:
1 ˆ 1 1
0 mˆ 0 nˆ 0 (116)
h hm m hn n
Por sua vez, o divergente no sistema curvilíneo é calculado usando-se a definição (61). A
partir de (98), é construída a Fig. 1.18.
curva n
D
hndn
A h d
hmdm
C
B
curva m curva l
ABCD u hm dm hn dn (u hm hn ) dm dn (117)
31
Expandindo-se (uhmhn) em Série de Taylor
(u h m h n ) d.dm.dn (119)
P
1
u (u hm hn ) m (u hm hn ) n (u hm hn ) (120)
h hm hn
ˆ u dr
( u ) 0 lim (121)
S 0 S
^
0ds
D u
hndn
u C
A un
um
curva n hmdm
B
curva m
B C D A
u dr u dr u dr u dr u dr
A B C D
(122)
O vetor u no sistema (, m, n) é escrito como:
32
u u l ˆ 0 u m mˆ 0 u n nˆ 0 (123)
C A
u dr u dr (u n hn dn) BC (u n hn dn) AD
B D
(124)
[(u n hn ) BC (u n hn ) AD ].dn
u n hn u n hn u n hn
u n hn u n hn ( AD ) (m m AD ) (n n AD )
BC AD
AD
m AD
n AD
(125)
Sobre AD e BC, tem-se -AD=0, n-nAD=0, m-mAD=dm. Então, a partir de (125) obtém-se
u n hn
u n hn u n hn dm (126)
BC AD
m AD
u n hn
C A
B u dr D u dr m dm.dn (127)
D B
u dr u dr (u m hm dm) CD (u m hm dm) AB
C A (128)
(u n hn )
dm.dn
n
De forma similar, calcula-se as demais componentes ( u ) mˆ 0 e ( u ) nˆ 0 . A partir daí,
conclui-se que o rotacional total deve ser da forma:
33
x 1 u n hn u m hm ˆ 1 u l hl u n hn 1 u m hm u l hl
u .l 0 .mˆ 0 .nˆ 0
hm hn m n hn hl n l hl hm l m
(130)
1 hm hn hn h h hm
2 (131)
h h m h n h m hm m n hn n
_____________________________________________________________________________
Exemplo 6: Expressar o gradiente, divergente, rotacional e laplacianos no sistema de coordenadas
cilíndricas (, m, n) = (r, , z).
f 1 f ˆ f
f rˆ zˆ
r r z
1 (r u r ) 1 (u ) (u z )
u
r r r z
1 (u z ) (u ) (u r ) (u z ) ˆ 1 (r u ) (u r )
xu rˆ zˆ
r z z r r r
2 f 1 f 1 2 f 2 f
2 f 2
r r r r 2 2 z 2
2 u 2 u
2u [ 2ur 2 u 2r ]rˆ [ 2u 2 ur 2 ]ˆ 2u z zˆ
r r r r
f ˆ 1 f ˆ 1 f ˆ
f R
R R R.sen
(u R ) 2u R 1 (u ) 1 (u )
u u cot g
R R R R.sen
1 u 1 u u . cot g ˆ 1 u R u u ˆ u 1 u R u ˆ
xu R
R R.sen R R.sen R R R R R
34
1 2 f 1 f 1 2 f
f 2 sen
2
R
R R R R 2 sen R 2 sen 2 2
2 2 2
2u [ 2ur 2 ( sen u ) 2 u 2 ur ]rˆ
r sen r sen r
2 2 cos 2
[ 2u 2 ur 2 2 u 2 2 u ]ˆ
r r sen r sen
2 cos 2 1
[ 2u 2 2 u 2 ur 2 2 u ]ˆ
r sen r sen r sen
35
Capítulo IV
Identidades Importantes Usando Integrais
Antes de se concluir este texto, apresenta-se abaixo algumas identidades obtidas do cálculo
vetorial, e que podem ser importantes no estudos de eletromagnetismo avançado. Ao leitor
interessado, recomenda-se pesquisar a demonstração dessas identidades consultando-se a bibliografia
recomendada.
a) Teorema do gradiente
V
( u ) dV dS u
S
(132 d)
1 2
V [( xu ) xu u u ]dV S dS )u 2 u dS ]
[(u (132 e)
x
dr dS
C S
(132 f)
36
Capítulo V
Exercícios Propostos
2
(U V U V ).d (U V ) dS
S
V U
(U V V U ).d (U V
2 2
) dS
S
n n
37
Capítulo V
Bibliografia Recomendada
[1] Wylie, C.R., Barrett, L.C., Advanced Engineering Mathematics, fifth edition, McGraw-
Hill, 1982.
[2] Butkov, E., Física Matemática, Guanabara Koogan, 1988.
[3] Sadiku, M.N.O, Electromagnetics, second edition, Saunders College Publishing, 1994.
[4] Johnk, C.T.A., Engineering Electromagnetic Fields and Waves, John Wiley & Sons,
1988.
38