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Trace um paralelo entre e entrevista de Maquiavel e as noticias

apresentadas em anexo.

Entrevista: Nicolau Maquiavel

O pensador florentino aponta erros dos governos


fracos e diz como funciona a política por
dentro
Scala/Art Recource
os 32 anos e há três ocupando o cargo de
secretário do conselho de segurança do
governo de Florença, Nicolau Maquiavel é
hoje mais que um personagem-chave da diplomacia
européia. Tem-se revelado um fenomenal pensador dos
problemas de Estado. "É impossível que uma república
permaneça tranqüila, gozando de liberdade dentro de
suas fronteiras. Se não molestar as demais, será
molestada por elas", sustenta. Alguns analistas
detectam nas idéias do florentino o embrião de uma
nova ciência, na qual a teoria política, baseada na
realidade dos fatos, existiria como disciplina autônoma,
separada da moral e da religião. Outros vêem nesse
praticante polemista sem meias palavras não mais que
um oportunista, cujo talento serve para fornecer aos
governantes ferramentas que garantam sua manutenção no poder. Com tanta
controvérsia, suas idéias, expostas nesta entrevista, estão destinadas a alimentar
discussões acaloradas por muito tempo.

VEJA – Qual a responsabilidade dos governantes italianos diante da recente onda de


invasões estrangeiras que assolou a península?

MAQUIAVEL – Antes de experimentar os golpes dos guerreiros ultramontanos, eles


acreditavam que para um príncipe bastava saber, em seu gabinete, imaginar uma
resposta mordaz, escrever uma bela carta, fazer ostentação em suas conversas e
discursos de sutileza e vivacidade; que lhes bastava saber urdir um estratagema,
adornar-se de ouro e pedrarias, dormir e comer mais esplendidamente do que os
outros, cercar-se de libertinagem, comportar-se em relação aos seus súditos com
avareza e soberba, estagnar-se na ociosidade, conceder os postos do exército como
favor, desprezar os conselhos louváveis, exigir que suas palavras fossem recebidas
como oráculos. Eles não percebiam, os infelizes, que se preparavam assim para
tornar-se presa do primeiro assaltante.

VEJA – O senhor denuncia a falta de preparo militar dos governantes, mas, como
diplomata, acaba de ser muito bem-sucedido ao negociar com a França uma
solução pacífica para a guerra entre Florença e Pisa. Afinal, o que é melhor:
negociar ou pegar em armas?

MAQUIAVEL – Há duas maneiras de combater: uma, segundo as leis; a outra, pela


força. A primeira forma é própria dos homens, a segunda é própria dos animais.
Mas, como a primeira freqüentemente não basta, é preciso recorrer à segunda. Não
há lei nem Constituição que possa pôr um freio à corrupção universal.
VEJA – Qual a sua opinião sobre os governos que, em vez de se envolver em
guerras, adotam a política da neutralidade?

MAQUIAVEL – Muito embora eu ouça louvar por toda parte a política da


neutralidade, não posso aprová-la. Em toda minha experiência dos negócios
públicos e em tudo o que li sobre história não consigo me lembrar de um só caso
em que a política da neutralidade tenha sido vantajosa. Pelo contrário, tais políticas
sempre são desastrosas e levam direto à ruína.

VEJA – O governante empenhado em conduzir políticas acertadas deve ter isso


sempre em mente?

MAQUIAVEL – Não imagine nunca nenhum governo poder tomar decisões


absolutamente certas; pense antes em ter de tomá-las sempre incertas, pois isso
está na ordem das coisas que nunca deixam, quando se procura evitar algum
inconveniente, de operar um outro. A prudência está justamente em conhecer a
natureza dos inconvenientes e adotar o menos prejudicial como sendo o bom.

VEJA – Muitas vezes, nessa tentativa de fazer o certo, os governantes passam por
cima da Constituição. Funciona?

MAQUIAVEL – Em um Estado bem constituído, qualquer que seja o acontecimento


que surja, não se deve ser obrigado a recorrer a medidas extraordinárias; porque,
se as medidas extraordinárias fazem bem no momento, seu exemplo traz um mal
real. O hábito de violar a Constituição para fazer o bem autoriza, em seguida, a
violá-la para disfarçar o mal.

VEJA – Na prática, que o senhor conhece tão bem, é comum mexer na


Constituição. Qual o modo menos traumático de fazê-lo?

MAQUIAVEL – Quem quiser mudar a Constituição de um Estado livre, de maneira


que essa modificação seja bem-vinda e se possa manter com a aprovação de todos,
deve salvaguardar, ao menos, a sombra das formas antigas, a fim de que o povo
pouco se aperceba das mudanças, mesmo se as novas instituições sejam
totalmente estranhas aos antigos; porque os homens se alimentam tanto de
aparência como de realidade; muitas vezes, a aparência os impressiona mais que a
realidade.

VEJA – Uma boa Constituição basta para garantir a liberdade?

MAQUIAVEL – Em toda república existem dois partidos, o dos aristocratas e o do


povo; e as leis que favorecem a liberdade resultam da luta desses partidos um
contra o outro. Todos os legisladores que redigiram constituições sábias para
repúblicas sempre julgaram essencial estabelecer uma proteção à liberdade; e,
conforme a maior ou menor habilidade com que essa proteção foi criada, a
liberdade durou mais ou menos. As graves e naturais inimizades que existem entre
as pessoas do povo e os nobres, causadas porque estes querem mandar e aqueles
não querem obedecer, são os motivos de todos os males que surgem nas cidades,
porque dessa diversidade de humores se nutrem todas as outras coisas que
perturbam as repúblicas.
VEJA – Uma vez conquistada a liberdade, a quem se deve confiar sua guarda: às
elites ou ao povo?

MAQUIAVEL – Na minha opinião, qualquer encargo deve sempre ser confiado a


quem tenha menos inclinação a fraudá-lo. Quando o povo recebe o encargo de
velar pela liberdade, ele, sendo menos inclinado a invadi-la, dará necessariamente
melhor conta da incumbência; e, também, sendo incapaz de violá-la ele próprio,
melhor impedirá que outros o façam.

VEJA – Ainda que para isso o povo questione as instituições?

MAQUIAVEL – A quem me disser que a grita constante do povo contra o Senado, a


indisposição do Senado contra o povo, as correrias nas ruas e mesmo, em certos
casos, a fuga dos habitantes da cidade para escapar aos tumultos – a quem me
disser que tais fatos são meios bem estranhos de atingir um fim conveniente
responderei que esses mesmos fatos só podem assustar os que apenas os vêem e
que todo Estado livre deve dar ao povo uma válvula, por assim dizer, para as suas
ambições.

VEJA – E quando os protestos populares geram violência?

MAQUIAVEL – Quem se der ao trabalho de examinar com cuidado os resultados


daquelas agitações verá que elas jamais foram causa de violências ou de quaisquer
prejuízos ao bem geral e se convencerá de que, pelo contrário, elas deram de fato
origem a leis vantajosas para as liberdades públicas.

VEJA – Há, nas universidades de hoje, modelos teóricos de sociedades mais justas
e igualitárias. O senhor acredita que a humanidade construirá um mundo melhor?

MAQUIAVEL – O que eu não sei, embora gostasse de saber, é exatamente quando


uma determinada política pode ajudar e quando pode prejudicar. O paladar é
ofendido pelas coisas amargas, mas tampouco lhe agradam as doces demais. De
modo que os homens se cansam do bem, do mesmo modo que se irritam com o
mal.

VEJA – Apesar de crítico da Igreja, o senhor não vê nenhuma atuação positiva em


termos de melhorar as coisas desse mundo?

MAQUIAVEL – Se, nos inícios da república cristã, a religião tivesse permanecido fiel
aos princípios de seu fundador, os Estados e as repúblicas da cristandade seriam
mais unidos e bem mais felizes. Não há melhor indício de seu declínio do que o fato
de que os povos mais próximos da Igreja de Roma, líder da nossa religião, é que
são os menos religiosos. A ponto de que, se confrontarmos os princípios que
presidiram a sua criação e o uso que é feito deles hoje, julgaremos próxima a hora
da sua ruína ou da calamidade.

VEJA – Mas a religiosidade não é um fator importantíssimo para o povo italiano?

MAQUIAVEL – Em virtude dos maus exemplos que lhe vêm de Roma, a Itália
perdeu toda a devoção e todo o sentimento religioso, o que dá origem a uma
infinidade de desregramentos e de desordens: porque, assim como a presença da
religião pressupõe todo tipo de bem, sua ausência dá a entender o contrário. Nós
temos portanto, nós, italianos, uma primeira dívida para com a Igreja e os padres:
a de termos perdido todo o sentimento religioso e de nos termos tornado maus.
Mas nós lhe devemos outra coisa, ainda mais importante, e que é a segunda das
causas de nossa ruína: terem mantido e manterem sempre o nosso país dividido.

VEJA – Como a Igreja tem contribuído para a fragmentação política da Itália?

MAQUIAVEL – Jamais país algum viveu unido e próspero se não foi submetido
inteiramente, como a França e a Espanha, a um só governo: república ou
monarquia. E, se a Itália não chegou a isso e não se encontra igualmente unida sob
a autoridade de uma só república ou de um só príncipe, a única responsável é a
Igreja. Ela conseguiu instalar-se na península e aí deteve um poder temporal. Mas,
por um lado, ela não foi nem bastante poderosa nem bastante hábil para impor sua
supremacia e assegurar-se da soberania; e, por outro, nunca foi tão fraca a ponto
de que o temor de perder o seu domínio temporal a dissuadisse de chamar uma
potência estrangeira em seu socorro contra um outro Estado italiano que se
tornara, na sua opinião, poderoso demais.

VEJA – Não há um pouco de exagero em culpar a Igreja romana por tantos


problemas dos italianos?

MAQUIAVEL – Para convencer as pessoas prontamente, pela experiência, da


verdade das minhas afirmações, seria preciso mandar a corte de Roma, com a
autoridade que goza na Itália, residir no território dos suíços, o único povo que, em
matéria de religião e de disciplina militar, permaneceu fiel aos costumes antigos.
Ver-se-ia em pouco tempo os costumes censuráveis dessa corte causarem aí mais
distúrbios do que qualquer outro acidente jamais pôde produzir na história desse
país.

VEJA – Qual conselho fundamental o senhor daria a um governante?

MAQUIAVEL – É preciso fazer todo o mal de uma só vez a fim de que, provado em
menos tempo, pareça menos amargo, e o bem pouco a pouco, a fim de que seja
mais bem saboreado.

VEJA – É recomendável cooptar antigos adversários?

MAQUIAVEL – Os príncipes, e particularmente os príncipes novos, têm encontrado


muito mais fidelidade entre os homens que, no início do seu principado, foram
considerados suspeitos do que entre aqueles nos quais eles tinham inicialmente
confiado. Os homens que, no início do seu principado, haviam sido seus inimigos e
cuja condição é tal que para manter-se têm necessidade de apoio, estes o príncipe
poderá sempre ganhar para a sua causa com grande facilidade.

VEJA –Para um governante, é preferível ser temido ou amado?

MAQUIAVEL – Eu respondo que é necessário ser um e outro; mas, como é bem


difícil reunir as duas condições, é mais seguro se fazer temer que amar. Porque o
amor se mantém por um vínculo de obrigações que, já que os homens são pérfidos,
é rompido quando se ofereça ocasião de proveito particular; mas o temor se
mantém por um receio de castigo, que não se abandona jamais.
Jornal do Brasil
Rio de Janeiro terça-feira, 28 de Março de 2006

SAI PALOCCI, ENTRA GUIDO MANTEGA


A IMPLOSÃO DA MENTIRA

ESCÂNDALO Violação da conta do caseiro e ações ilegais para calar a testemunha


desmoralizam o homem-forte da economia
CONFISSÃO Presidente da Caixa Econômica Federal afirma que entregou ao
ministro envelope com extratos bancários de Nildo
CRIMES Jorge Mattoso é enquadrado em artigos penais que prevêem seis anos de
prisão. Oposição aponta artilharia para Lula

O ministro da Fazenda foi derrubado pelo ex-prefeito de Ribeirão Preto. Durante


mais de três anos, Palocci consolidou a imagem de político sério e equilibrado.
Acabou alcançado por fantasmas dos tempos de chefe municipal envolto em
sombras e denúncias. A comprovação de que freqüentava uma mansão suspeita em
Brasília, atestada pelo caseiro, escancarou versões mentirosas e exumou antigas
acusações

O último príncipe

Zé lidava com a política e cuidava da casa. Luiz governava a publicidade oficial e os


fundos de pensão. Antonio tocava a economia. Os três príncipes do reino
compunham um “núcleo duro” que não existe mais. José Dirceu sucumbiu à bala de
prata de Roberto Jefferson. Antes de ser atirado na fogueira, Luiz Gushiken
reduziu-se a um fantasma que vaga pelo palácio sem assustar nem os netos dos
porteiros. O último a tombar foi Antonio Palocci. O governo Lula já não tem cabeças
coroadas a oferecer em sacrifício na hora de abrandar a tormenta. Só a do próprio
presidente da República.

“Não pedi, não divulguei informações. Neste momento que sou alvo de maldades,
minha permanência no Ministério da Fazenda não é mais possível.”
Antonio Palocci

“A política econômica não mudará. Ela não é do ministro Palocci. É a política


econômica do presidente Lula, a mais bem sucedida dos últimos 20 anos.”
Guido Mantega

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