Reivindicação para um grupo que participa ou conhece
Uma reflexão sobre o preconceito cultural contra nordestinos na cidade de
São Paulo Desde os tempos de colonização do Brasil, seguindo da vinda da família real e construção do Estado brasileiro, inúmeros casos de discriminação acometeram a população que aqui se formava. Sejam com os negros vindos da África para servirem como instrumentos e objetos da elite branca, sejam com os índios para servirem além de instrumentos de trabalho, depósitos de uma religião até então dogmática e dominadora e, posteriormente com as diferenças de culturas regionais conforme o progresso do país e consequente emancipação como nação. Infelizmente tudo o que é diferente não é aceito pelo coletivo. É uma questão antropológica. Os seres humanos formam grupos baseados em similaridades entre os seus membros, compartilhando de hábitos, costumes e cultura semelhantes. Logo, quando alguém é diferente, ou seja, não segue os mesmos valores e ideias do restante, torna-se segregado ou em consequências mais graves, sofre retaliações e discriminação. Existem inúmeros exemplos de casos de preconceito relacionado ao imigrante, principalmente vindos do nordeste brasileiro. Como por exemplo, um relato de uma garota baiana que conversando com sua amiga, esta dissera que não frequentava um certo local (“balada”) porque o mesmo era frequentado por “baianos”. Percebendo a ofensa que acabara de proclamar, essa amiga dissera que havia usado o termo “baiano” para referir-se às pessoas malvestidas e mal-educadas e não às provindas do estado da Bahia. No entanto, é interessante observar que muitos músicos e artistas são de origem nordestina, e seus trabalhos fazem sucesso e são admirados em todo o país, e muitas vezes são reconhecidos internacionalmente. Muitos intelectuais que se destacam em diversos campos do saber também são originários dessa região do país contribuindo com o progresso da nação na área científica. Lugares turísticos, paisagens naturais, centros históricos e uma gama de referências nacionais estão situados nessa região do Brasil. Sendo assim, apesar do preconceito regional existente no país, entendemos que essa intolerância ao diferente é presente não apenas em nosso território, mas está em todas as regiões do globo. Diariamente acompanhamos na mídia, notícias sobre guerras ocasionadas por questões religiosas, violência contra minorias étnicas, opressão de grupos adeptos de outras ideologias ou valores etc. Nos dias de hoje, onde os meios de comunicação e transporte alcançam os mais variados e distantes locais do planeta, não há como ser intolerante com o diferente. Pelo contrário, há que se buscar entender o outro, sua realidade, seu universo de significados. Num país grande em superfície como o nosso, onde as mais variadas culturas possuem a mesma nacionalidade e mesmo os imigrantes buscam construir uma vida nesse território, se faz necessária a prática do respeito e da tolerância para a convivência pacífica e troca de saberes e cultura.