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Como será que o Malmsteen toca esses arpejos? Como será que o Vai toca esses ligados
? Como o Petrucci palheta essa frase? Essas perguntas são muito freqüentes, mas será q
ue estamos fazendo a pergunta correta? A pergunta correta não seria: "Quanto tempo
ele estudou para conseguir tocar determinada frase, lick, arpejo, etc?". Acredi
to que sim!
Quando escutamos esses e muitos outros guitarristas que gostamos, nos é apresentad
o um resultado, que resultado? O do estudo diário/regular, que exercita a criativi
dade musical e nos permite melhorar tecnicamente, fazendo com que nós guitarristas
possamos tocar tudo que quisermos, desde que a perseverança seja proporcional ao
resultado a ser obtido. Aí você me diz: "Mas eu toco todos os dias e não vejo melhora?
" Novamente, será que você realmente está estudando? Bom, vamos lá! O que é estudar? De ac
ordo com o dicionário Aurélio, o verbo estudar significa: aplicar a inteligência , par
a aprender.
Baseado nesse princípio estudar música ou determinada técnica, requer atenção, concentração
aciência e regularidade! O que você acha que te deixaria em forma? Jogar futebol 5 h
oras seguidas no domingo ou três vezes por semana durante 2 horas? Se você respondeu
três vezes por semana, você acertou. Com a guitarra é a mesma coisa. Se você quer tocar
alguma passagem, solo, ou base que seja complexa, estude de forma lenta e grada
tiva. Caso seja um solo, divida-o em várias partes, ou estude-o por frases até que a
s mesmas estejam soando da forma correta, pois a sonoridade é muito importante. To
car o instrumento várias horas por dia, sem disciplina e objetivo, não trará resultado
algum, por isso organize seu estudo. Reserve um horário do seu dia para estudar e
depois do conteúdo estudado, se divirta com o instrumento. Existem várias formas de
deixar o estudo dinâmico e interessante, motivando-nos a estudar com dedicação. Abaix
o vão algumas dicas de como organizar seu estudo.
Como estudar?
Para se concentrar, um lugar que seja ventilado, tranqüilo e silencioso é essencial.
Organize o conteúdo que você quer estudar (como no exemplo da tabela abaixo). *
Dia da semana: Segunda
Conteúdo Técnico: Palhetada (30 min.), Ligados (30 min.)
Demais Itens de Estudo: Repertório (30 min.), Audição (30 min.)
Dia da semana: Terça
Conteúdo Técnico: Vibratos (30 min.), Bends (30 min.)
Demais Itens de Estudo: Interpretação (30 min.), Audição (30 min.)
Dia da semana: Quarta
Conteúdo Técnico: Slides (30 min.), Tapping (30 min.)
Demais Itens de Estudo: Leitura (30 min.), Audição (30 min.)
Dia da semana: Quinta
Conteúdo Técnico: Sweep Picking (30 min.), Alavancadas (30 min.)
Demais Itens de Estudo: Criação (30 min.), Audição (30 min.)
Dia da semana: Sexta
Conteúdo Técnico: String Skiping (30 min.), Harm Artificiais (30 min.)
Demais Itens de Estudo: Repertório (30 min.), Audição (30 min.)
Sweep Picking: técnica que utiliza a palheta em uma única direção com a finalidade de pr
oduzir uma grande quantidade de notas rapidamente, ou facilitar a passagem de um
a corda para outra.
String Skiping: é o salto de cordas, ou seja, ao invés de palhetar ou ligar as notas
em cordas seguintes, pulamos a corda. Saltamos da corda si para a corda ré, por e
xemplo.
Harmônicos Artificiais: temos basicamente 2 tipos. Um é feito através do choque entre
o dedo e a palheta sobre a corda, e o outro é conseguido através do toque sobre o tr
aste correspondente a nota oitavada da qual você está tocando.
Repertório: pegue qualquer peça que tenha vontade de tocar e estude-a. Pode ser música
, riff, solo, etc.
Interpretação: não importa o que você vai tocar e sim como vai 'interpretar', entendeu!
Criação: crie um riff, solo, exercício com o conteúdo estudado.
Consentre-se naquilo que estiver estudando e sempre use um metrônomo, pois assim v
ocê tem um parâmetro para medir seu desenvolvimento. Certifique-se de que a sua colu
na não esteja torta, que suas mãos estejam nas posições corretas e relaxe, com tensão os r
esultados não serão alcançados.
Tenha paciência! Aumente a dificuldade . Estude cada tópico de 15 a 30 minutos e dep
ois mude, assim você fica menos entediado e cobre um conteúdo muito maior. E por últim
o, estude com regularidade, assim você tocará muito melhor!
Tocar um instrumento é fácil. Basta apertar a tecla certa. Tocar bem é que são elas. Exi
ge muita dedicação, esforço, renúncias e sobretudo tempo.
Para manter um bom nível, o músico profissional tem que estudar várias horas todos os
dias e ainda participar de ensaios, concertos e shows. O músico amador, por exerce
r outras atividades, não dispõe do mesmo tempo e, por isso, fica-lhe difícil atingir o
nível de um profissional dedicado.
É comum indagar quantas horas por dia se deve estudar. A princípio, poucas. É necessário
, no início, acostumar os músculos a repetir certos movimentos mecânicos próprios de cad
a instrumento. Aos poucos chega-se a uma média horária de quatro a seis horas, distr
ibuídas entre manhã, tarde e noite. Deve-se, porém, respeitar uma regra básica: se apare
cer alguma dor física nos dedos, nos lábios ou nas cordas vocais, pare imediatamente
e descanse. Ao desaparecer a dor, recomece com cuidado. Caso a dor continue, pr
ocure um médico. Se os músculos forem exigidos além do normal, podem surgir deformações ou
danos, muitas vezes irreparáveis.
Vários fatores podem provocar problemas musculares: excesso de horas de estudo, técn
ica equivocada, embocadura inadequada e até a postura do executante.
A postura correta contribui para aumentar a resistência e, no caso de instrumentis
tas de sopro, para melhorar a qualidade de som. O corpo do executante deve se tr
ansformar em uma caixa acústica complementar que reforça os sons harmônicos do instrum
ento.
Freqüentes contrações musculares, resultantes de postura e técnica inadequadas, interrom
pem a ampliação das vibrações no corpo do executante. Para os músculos cansados dos movime
ntos repetidos por horas seguidas, recomendam-se exercícios de relaxamento ou a prát
ica de algum esporte. Natação é excelente, mas, por exemplo, jogar vôlei e basquete é proi
bido para violinistas e pianistas.
A regra mais importante é a regularidade nos estudos. Deve-se estudar diariamente,
um dia mais, outro menos, mas todos os dias (estudar duas horas por dia é mais pr
odutivo do que doze horas seguidas num único dia). A necessidade de estudos diários
e repetitivos deve-se também à fragilidade da memória muscular, aquela que garante (ou
deveria garantir) a automação dos movimentos dos dedos, lábios, cordas vocais e outro
s músculos envolvidos numa execução musical.
Tanto a regularidade como a carga diária são, infelizmente, pré-requisitos para o suce
sso na carreira de músico. É verdadeiro o ditado segundo o qual um virtuoso necessit
a de 10% de inspiração e 90% de transpiração. Os virtuosos sabem que um dia sem estudar
lhes faz falta, que dois dias o bom crítico musical percebe e que três ou mais dias
o público reconhece.
E repouso, não há? O músico não descansa nunca? A pausa de um dia por semana é defendida p
or uns e condenada por outros. Caso opte pela folga semanal, a escolha não precisa
necessariamente recair num dia predeterminado. O ideal é respeitar o cansaço acumul
ado.
Entre as muitas técnicas existentes para cada instrumento, o músico deve adotar aque
la que melhor se adapte às características do seu corpo (dedos curtos ou longos, lábio
s finos ou grossos, etc). Na busca por aperfeiçoamento é comum que o músico descubra e
adote outra técnica mais apropriada às suas condições.
É muito importante que, no momento da execução, o músico conheça o funcionamento de músculo
de diferentes partes do corpo (mãos, pés, lábios, pulmão, diafragma e cordas vocais, en
tre outras). Esse conhecimento amplia a eficiência dos músculos, a vida profissional
e até a longevidade dos músicos. Antigamente, por causa de técnica inadequada, execut
antes de instrumentos de sopro feitos de metal sofriam de doenças pulmonares causa
das por constantes e exagerada pressão, e muitos deles morriam prematuramente.
Outro item importante é a respiração. Para cantores e executantes de instrumentos de s
opro, a respiração correta é essencial. Para outros músicos, possibilita um fraseado flu
ente e tranqüilidade durante a execução.
A produtividade dos estudos depende não somente da carga horária aplicada, mas também
da concentração do intérprete. Não adianta estudar escalas enquanto se assiste a uma nov
ela ou a jogo de futebol pela televisão, imitando a vovó fazer tricô. Quando se perde
a concentração, o rendimento nos músculos cai e isso pode gerar efeitos negativos, pro
vocar vícios e automatizar movimentos errados, difíceis de corrigir.
Um bom instrumento facilita a interpretação, ninguém duvida, mas, sem perseverança e dis
ciplina nos estudos, não garante um bom resultado.
Finalmente, até que idade o músico deve estudar? Em algumas profissões, o término de um
curso profissionalizante ou da faculdade implica abandonar os diários e cansativos
estudos. Na música não existe esse limite. Enquanto o músico não aposenta seu instrumen
to e continua atuando na profissão com a vontade de exercê-la bem, precisa manter-se
em forma mediante estudos diários. Um trompista de quase 60 anos de idade queixou
-se ao colega de uma orquestra sinfônica: "Não sei o que está acontecendo comigo. Quan
do estudo seis horas sem parar, começo a sentir os lábios formigarem um pouquinho. T
alvez seja a velhice chegando!".
Para concluir, uma pergunta cruel: Vale a pena todo esse sacrifício? Sem dúvida, a c
arreira de músico profissional exige muita renúncia. Enquanto outros profissionais a
ssistem à televisão, tomam seu chopinho num fim de tarde, jogam cartas e futebol, na
moram e "aproveitam a vida", o músico estuda e estuda. Vale a pena?
Do ponto de vista financeiro, com raras exceções, a resposta é não (quantos músicos ficara
m ricos exercendo sua arte?). O que compensa todos os aspectos negativos é a felic
idade de fazer aquilo de que se gosta, a alegria de uma execução bem feita, o reconh
ecimento da crítica e os aplausos do público. E, seguramente, o que mais gratifica e
emociona: o orgulho de pertencer ao mundo dos sons, das melodias e das grandes
idéias musicais, ao mundo deixado por Bach, Beethoven, Mozart, Brahms e outros gra
ndes compositores, ao mundo que, com certeza, se perpetuará por incontáveis gerações.
Considerações Gerais
A maioria das pessoas no início do aprendizado de um instrumento não sabe como desen
volver seu estudo em casa, e não só os alunos, mas também os familiares têm dúvidas nesta
orientação.
Música é arte, portanto envolve sensibilidade, criatividade, emoção e neste aspecto é que
surgem as questões na hora de conduzir e orientar os estudos. Como proceder?
Não podemos esquecer que por ser arte não deixa de envolver critérios de aprendizado e
aperfeiçoamento. Para nos expressarmos através da música precisamos ter intimidade com
esta linguagem. Como suporte de nossa expressão precisamos desenvolver habilidade
rítmico-motora, treinamento auditivo, compreensão e leitura musical, desenvolvimento
da criatividade e todos os requisitos peculiares à música.
E como chegamos a este estágio?
Organização e regularidade nos estudos em casa intimidade e domínio da expressão musical
Instrumento de boa qualidade e afinado motivação e prazer ao tocar
Ouvir música com bons intérpretes e diferentes estilos o alimento e inspiração do músico
Ambiente familiar acolhedor e receptivo à música - incentivo e participação da família.
Música é uma forma de expressão e comunicação . Estudar música se assemelha ao domínio de u
dioma. Quanto mais mergulhamos na dedicação, tentamos tocar, nos comunicar e ouvir,
mais compreendemos e dominamos nossa expressão musical, proporcionando o resultado
da música soar fluente, cantável, transmitindo emoções.
Procure sempre um qualificado resultado de seus estudos - músicas e exercícios bem t
ocados e interpretados. Este é um dos mais importantes incentivos para a continuid
ade e aprofundamento de uma formação musical. Proporciona realização pessoal, prazer a v
ocê e aos ouvintes, gera uma intensa comunicação entre as pessoas e desenvolve a sensi
bilidade.
Saber Acompanhar
Eu definiria acompanhamento como uma orquestração que um músico faz para uma melodia (
um tema) ou para um solo (improviso).Esse seria o ideal, a música agradeceria.Mas,
como não é sempre isso o que acontece, pensei em algumas coisas pra refletirmos jun
tos. Aproveite!
ESTUDANDO
Então quais seriam os procedimentos pra se preparar pra acompanhar de forma musica
l?
- O primeiro seria estudar cada acorde de forma cada vez mais profunda, para não f
icar preso a um (ou poucos) tipos de 'voicings'. Por exemplo: se você vai tocar um
acorde Eb7M, seria um bom começo pra se fazer música, saber tocá-lo em várias regiões, na
s várias tessituras do seu instrumento. Seria interessante também saber colocar dife
rentes notas de 'ponta' (a mais aguda do acorde) nesse Eb7M, como, por exemplo,
as notas F (9ª), A (11#), C (13ª). Só com esses exemplos já temos terreno para ficar hor
as e horas tocando e descobrindo novas possibilidades.
Também toque as harmonias das músicas cada vez de um jeito, fuja dos seus lugares-com
uns . Enfim, não toque as cifras 'chapadas', faça música com os acordes.
- Outra coisa importantíssima é o ritmo. Você sabe tocar uma 'levada' de samba, ou um
jazz waltz, um afoxé, um bolero, um 4/4 (jazz)? Se não sabe, seu universo rítmico está l
imitado. Além disso, dentro do samba, por exemplo, existem muitas 'levadas', inúmera
s variações - assim como nos outros ritmos. Cada ritmo tem sua linguagem própria, suas
convenções e suas gírias ; o lance é pesquisar e estudar, correr atrás mesmo. Além disso,
icar muito pra criar resistência física, pra agüentar tocar um ritmo de forma precisa
e swingada durante um bom tempo.
- Ouvir é outro aspecto vital da coisa. Se você é guitarrista, ouça como os pianistas ac
ompanham, ou ouça como as cordas de uma orquestra fazem o fundo para uma melodia -
ouça como Ravel usa as cordas em sua música, pra citar um exemplo mais específico. Is
so dará várias idéias de como 'cercar' a melodia, de como embelezá-la. Preste atenção també
os bateristas, nos percussionistas, nos baixistas... Isso vai ajudar a sacar ele
mentos rítmicos importantes.
TOCANDO
(Dicas pra começar a ter mais consciência na hora de acompanhar alguém)
- Primeiramente, não tenha pudor em parar de tocar um pouco. Às vezes é muito bom dar u
m tempo para o solista, ouvir o que ele está fazendo, sem tocar. Ou mesmo tocar pou
cos acordes, proporcionando mais espaço ao solista.
- Lembre-se também que se você toca algo, esse algo deve ter um porquê para estar na mús
ica. Imagine que o que está acontecendo está sendo escrito em algum lugar ou gravado
, isso faz com que a concentração aumente.
- Ouça as melodias que você toca no acompanhamento ao encadear os acordes, e use iss
o como contracanto, como uma orquestração mesmo. Claro que sempre atento à dinâmica e se
concentrando no solista, pra não atrapalhar. Não viaje só na sua ...
- Eu costumo falar pra alguns alunos o seguinte: "Acompanhe de um modo que propo
rcione esse solo a ser o melhor da vida desse cara!". É isso, 'estenda o tapete ve
rmelho' para quem está solando. Ouça cada nota que está sendo tocada pela outra pessoa
e acompanhe-a como você gostaria de ser acompanhado!
Nessa hora não existe 'eu' ou 'ele'; existe o grupo, existe a música que está sendo fe
ita no momento. Portanto, concentre-se na música. Ouça atentamente e coloque-se de f
orma a complementar e enriquecer o que estiver acontecendo.
Para isso é necessário esquecer-se do seu ego, esquecer-se de babaquices como 'fama'
, 'ambição' ou 'mostrar serviço'. Mergulhe na música!
Um grande abraço a todos, saúde e paz!
Michel Leme
Estudar não é uma habilidade intuitiva, mas sim uma disciplina que
deve ser instruída e seguida criteriosamente. O tempo de prática é
valioso e tem de ser bem apro-veitado. Somente com consciência e um
bom direcionamento é que haverá possibilidade para o estudante atingir
novas etapas e, conseqüente-mente, aumentar seu vocabulário musical
sentindo-se mais seguro e motivado.
O estudo da guitarra deve seguir algumas diretrizes para que os resultados acont
eçam.
Uma atitude psicológica correta, dedicação e disciplina são pontos-chaves para sua reali
zação. Estudar de maneira constante, concentrado e lento, farão parte do dia-a-dia na
música.
Adotar uma disciplina de estudo e organizar o tempo é uma tarefa árdua na agenda diári
a, todavia, é o primeiro passo para que o estudo flua bem. Lembrar: A qualidade do
tempo estudado é muito mais importante do que o material; meia hora focado com a
tenção e concentrado nas dificuldades, torna-se muito produtivo, ao contrário de uma t
arde inteira displicente .
Regras para um estudo saudável:
1) Relaxamento: Sempre tocar livre de tensões, para não sobrecarregar os tendões e múscu
los.
2) Alongamento: Ao iniciar uma seção de estudo fazer alguns alongamentos básicos, evit
ando assim, problemas de mãos e braços.
3) Rotina: Manter uma disciplina diária de estudo.
4) Metrônomo: Sua utilização é fundamental para que a métrica e a rítmica sejam desenvolvid
s.
Extraido do livro novo O Zen, o silêncio e o tocar....