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Em 1945 Getúlio Vargas concedeu anistia a vários opositores que estavam presos,
além de prever que haveria eleições gerais e a convocação de uma Assembléia Nacional
Constituinte, que elaboraria novas leis para o país.
- Partido Comunista Brasileiro (PCB), existente desde 1922, mas proibido desde a
década de 30; tornado legal, seu principal líder era Luís Carlos Prestes.
- que o voto seria universal e secreto para todo cidadão maior de dezoito anos,
exceto analfabetos, soldados e cabos;
- que, apesar do regime liberal, seria mantida a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), as leis trabalhistas corporativistas criadas por Getúlio Vargas.
Durante o governo Dutra, o Brasil foi um firme aliado dos Estados Unidos, que
lideravam os países capitalistas contra a União Soviética e o bloco socialista, durante o
período inicial da Guerra Fria. Uma importante conseqüência dessa opção se deu em
1947, quando o PCB foi proibido e seus deputados perderam o mandato, sob a alegação
de que aquele partido, por defender o socialismo, era dependente de uma potência
estrangeira, ou seja, a União Soviética.
O final dos anos cinqüenta também foi marcado, em nosso país, por um período de
grande criatividade da cultura brasileira, fortemente influenciada por idéias
nacionalistas e pela vontade de expressar, pela arte, o caráter de nosso povo, seus
hábitos, problemas e esperanças.
Na literatura, por exemplo, foram publicados grandes livros, como Grande Sertão:
veredas (escrito por João Guimarães Rosa) e Gabriela, cravo e canela (de Jorge
Amado). Surgiu nessa época o Cinema Novo, com filmes e autores que buscavam
mostrar as questões do Brasil. Entre os cineastas brasileiros, que ganharam prêmios
internacionais, estavam Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha.
Jânio assumiu prometendo acabar com uma inflação de 31% ao ano, considerada
muito alta, além de moralizar a administração pública, que ele acusava de ser corrupta.
De personalidade autoritária, sem compromisso com os partidos políticos, Jânio adotou
uma política monetária ortodoxa, desvalorizando a moeda em 100% e adotando medidas
que afetaram as condições de vida dos trabalhadores e da classe média.
Contraditoriamente, a política externa de seu governo buscou a independência em
relação aos blocos politico-ideológicos. Jânio reatou relações com a União Soviética
(que haviam sido rompidas no governo de Eurico Dutra) e chegou a condecorar o líder
da Revolução Cubana Ernesto “Che” Guevara, o que desagradou os Estados Unidos e
setores militares e da UDN. Finalmente, em 25 de agosto de 1961, o presidente da
República renunciou, anunciando a pressão de “forças ocultas” e surpreendendo a
opinião pública.
A saída de Jânio Quadros abriu uma crise política sem precedentes. Os ministros da
Guerra (Odílio Denys), da Marinha (Sílvio Heck) e da Aeronáutica (Grun Moss) não
aceitavam a posse do vice-presidente, João Goulart, do PTB e ligados aos sindicatos. O
mesmo pensava a UDN, que não perdoava a ligação de Jango (apelido de João Goulart)
com o governo anterior de Vargas, onde exercera o cargo de Ministro do Trabalho. No
Rio Grande do Sul, a posse de Jango foi defendida pelo governador Leonel Brizola, que
organizou a resistência a um possível golpe de Estado. Brizola tinha o apoio de militares
e policiais gaúchos e organizou uma rede de emissoras de rádio, a Rede da Legalidade.
Com o país à beira da guerra civil, a saída encontrada pelo Congresso brasileiro foi a
instituição de um regime parlamentarista. O parlamentarismo existiu no Brasil até
janeiro de 1963, quando um plebiscito devolveu a Jango seus poderes presidenciais
plenos.
O novo presidente assumiu num período em que a inflação crescia e a economia
brasileira estava estagnada. Em 1962, o ministro do Planejamento, Celso Furtado,
apresentou o Plano Trienal, com o objetivo de retomar o crescimento econômico e
reduzir as taxas de inflação. O Plano, no entanto, acabou fracassando, com a inflação
atingindo 80% no ano de 1963.
Em 1967 o governo militar aprovou uma nova Constituição, que estabelecia sérios
limites ao funcionamento das instituições democráticas. Também em 1967 foi eleito,
pelo Congresso controlado pela Arena o sucessor de Castelo Branco, . também general
Artur da Costa e Silva.
Por outro lado, Médici foi favorecido por uma série de fatores (estabilização
monetária, baixa inflação, empréstimos no exterior, investimentos nacionais e
estrangeiros) que permitiram um período de extraordinário crescimento econômico, o
Milagre Brasileiro, que se estendeu de 1968 a 1973. Em grande parte auxiliado pelos
investimentos públicos em obras gigantescas (hidrelétricas, rodovias como a
Transamazônica, etc.) o Produto Interno Bruto brasileiro atingiu taxas de crescimento
das mais altas do mundo: 11,7% em 1972, 14 % em 1973! Estas taxas, no entanto, não
atingiram todos os setores sociais: se por um lado, beneficiaram a burguesia e a classe
média, favorecida com créditos fáceis, por outro os trabalhadores tiveram seus salários
comprimidos (em 1970 o salário mínimo possuía apenas 69% do valor de 1940)
Em fins de seu governo, Geisel indica como sucessor o general João Figueiredo,
chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações) e defensor da abertura. Antes, no
entanto, ele precisou desarticular os setores militares duros, que defendiam a
candidatura de Sílvio Frota, ministro do Exército, que acabou demitido do cargo em
1977. Em 1978, Figueiredo derrotou o candidato oposicionista Euler Bentes em
eleições indiretas em um Colégio Eleitoral.
O desgaste político do regime militar foi ainda mais acentuado pela crise
econômica; o acordo firmado em 1982 com o FMI levara a uma recessão e a um
desemprego sem precedentes, e a dívida externa atingia os 100 bilhões de dólares.
Fortalecida, a oposição intensificou a campanha pelo fim do regime militar e por
mudanças nas políticas econômica e social. Em 1983 teve início a campanha das
Diretas Já!, que levou milhões de pessoas às ruas nas principais cidades brasileiras. No
mesmo ano, o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs emenda que restabelecia as
eleições diretas para presidente para o ano de 1995. A emenda foi votada em 25 de abril
de 1984, e derrotada por apenas 22 votos. As eleições de 1985 ainda seriam decididas
em Colégio Eleitoral.
Primeiro presidente civil depois do regime militar, Tancredo Neves enfrentaria uma
situação econômica muito difícil: enorme dívida externa, inflação incontrolável,
recessão e desemprego, etc. No entanto, ele nem chegou a assumir: em 14 de março,
véspera de sua posse, foi internado para se submeter a uma cirurgia de emergência, da
qual viria a falecer; seu vice, José Sarney, acabou empossado Presidente da República.
Collor foi apoiado pelo empresariado e pelos meios de comunicação, e seu discurso
entrou fortemente nos setores mais pobres da população, que passaram a enxergá-lo
como um salvador da pátria.
Lula teve o apoio de grande parte dos setores organizados da sociedade (sindicatos,
comunidades religiosas, artistas, etc.), com forte votação nos maiores centros urbanos.
Em 1982, o irmão do presidente, Pedro Collor, fez uma série de denúncias à revista
Veja sobre corrupções no governo, envolvendo, além do próprio presidente, sua mulher
e seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias. O Congresso Nacional determinou
uma Comissão Parlamentar de Inquérito que foi desvendando o enorme esquema de
corrupção que dominava o governo; nas ruas, multidões pediam o impeachment do
governo. Finalmente, em 29 de setembro de 1992, o Congresso Nacional votou a
destituição de Collor por 441 votos contra apenas 38, encerrando um dos mais obscuros
períodos da história brasileira.
Assumiu o vice-presidente Itamar Franco, apoiado por várias forças que tinham
votado a favor do impeachment. Em seu governo foi realizado um novo plano
econômico, o Plano Real, que estabilizou a moeda e garantiu popularidade suficiente
para que o governo conseguisse eleger seu sucessor, o ministro da Fazenda Fernando
Henrique Cardoso, do PSDB, que, em aliança com o PFL, conseguiu derrotar em
primeiro turno o candidato das esquerdas Lula, nas eleições presidenciais de 1994.