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Edição dedicada à memó-

PerCeBer Informes da Revolução


ria do radialista
Fernando Matos
Nossa luta é pela demo-
Partido Comunista Brasileiro www.pcb.org.br cratização dos meios de
. N° 204 – 14.04.2011 comunicação, como ele
sempre sonhou

Brasil tem 29 bilionários


Os super-ricos do mundo Ensaio de James Petras*

As operações de salvamento de
bancos, especuladores e industriais
cumpriram o seu verdadeiro objeti-
vo: os milionários passaram a mul-
timilionários e estes ficaram ainda
mais ricos. Segundo o relatório a-
nual da revista de negócios Forbes,
há 1.210 indivíduos – e em muitos
casos clãs familiares – com um va-
lor líquido de bilhões de dólares (ou
mais). O seu patrimônio líquido to-
tal é de 4,5 bilhões de dólares, mai-
or do que o valor total de 4 bilhões
de pessoas em todo o mundo.
A atual concentração de riqueza
ultrapassa qualquer período ante-
rior da história, desde o Rei Midas,
os Marajás, e os Barões Ladrões
[1] até aos magnatas de Silicon
Valley[2] e Wall Street na atual dé-
cada.
Uma análise da origem da riqueza
dos super-ricos, a sua distribuição
na economia mundial e os métodos
de acumulação esclarece diversas
diferenças importantes com pro-
fundas consequências políticas.
Milhões sofrem para manter os privilégios de poucos
ricos. Crises capitalistas empobrecem povos e nações

Vamos identificar essas características espe- através da atividade especulativa, da preda-


ciais dos super-ricos, a começar pelos Esta- ção da economia produtiva e da exploração
dos Unidos e faremos depois uma análise ao do mercado imobiliário e de ações. Esta é a
resto do mundo. percentagem mais alta de qualquer dos
Os super-ricos nos Estados Unidos: os maio- principais países na Europa ou na Ásia (com
res parasitas vivos – Os EUA têm a maior a exceção da Inglaterra). A enorme concen-
parte dos multimilionários do mundo (413), tração de riqueza nas mãos desta pequena
mais de um terço do total, a maior propor- classe dirigente parasita é uma das razões
ção entre os grandes países do mundo. Um por que os EUA têm as piores desigualdades
olhar mais de perto também revela que, en- de qualquer economia avançada e se situa
tre os 200 multimilionários do topo (os que entre as piores em todo o mundo.
têm 5,2 bilhões de dólares ou mais), 57 são
dos EUA (29%). Mais de um terço fez fortuna
e reduz os orçamentos sos promovidos pelas
municipais, estatais e políticas de Estado que
federais. O setor "dinâ- proporcionam emprésti-
mico" formado por capi- mos a juros baixos, sub-
talistas parasitas empre- sídios, incentivos fiscais,
ga menos trabalhadores, exploração ilimitada de
James Petras
não exporta produtos, recursos naturais e mão-
paga impostos mais bai- de-obra, expropriação
Os especuladores não xos e impõe maiores dos pequenos proprietá-
empregam trabalhado- cortes nas despesas soci- rios e privatização de
res, servem-se de expe- ais para os trabalhadores empresas públicas.
dientes fiscais e de ope- produtivos. No caso dos O crescimento dinâmico
rações de salvamento e multimilionários dos de multimilionários no
depois pressionam cortes EUA, a sua riqueza é BRIC levou às desigual-
no orçamento social, da- fortemente acrescida a- dades mais flagrantes em
do que não precisam de través da pilhagem do todo o mundo. Nos paí-
uma força de trabalho erário e da economia ses do BRIC, a China
saudável e instruída (ex- produtiva e através da lidera o caminho com o
ceto no que se refere a especulação no setor das maior número de multi-
uma pequena elite). tecnologias de informa- milionários (115) e as
Em 1976, 1% da popula- ção que abriga um quin- piores desigualdades em
ção mundial detinha to dos multimilionários toda a Ásia, em profun-
20% da riqueza; em do topo. do contraste com o seu
2007 dominava 35% da BRIC: Os novos multi- passado comunista
riqueza total. Oitenta por milionários explorando quando era o país mais
cento dos americanos o trabalho da natureza igualitário do mundo.
possuem apenas 15% da Os principais países ca- Um exame da origem da
riqueza. pitalistas emergentes, riqueza dos super ricos
As recentes crises eco- Brasil, Rússia, Índia e na China revela que pro-
nômicas, que inicialmen- China (BRIC), elogiados vém da exploração da
te reduziram a riqueza pelos meios de comuni- força de trabalho no se-
total do país, fizeram-no cação pelo seu rápido tor da manufatura, da
de modo desigual – atin- crescimento na última especulação no imobiliá-
gindo de modo mais década, estão produzin- rio e da construção e
grave a maioria dos ope- do multimilionários a comércio. Em 2011, A
rários e empregados. A um ritmo mais rápido do China ultrapassou os
operação de salvamento que qualquer bloco de EUA enquanto maior
Bush-Obama levou à re- países do mundo. Se- fabricante do mundo, em
cuperação econômica, gundo os últimos dados consequência da super-
não da "economia em da Forbes (março de exploração da mão-de-
geral", mas restringiu-se 2011), o número de mul- obra na China e do cres-
a reforçar ainda mais a timilionários no BRIC cimento de capital finan-
riqueza dos multimilio- aumentou mais de 56%, ceiro parasitário nos
nários – o que explica de 193 em 2010 para EUA.
porque é que a taxa de 301 em 2011, ultrapas- Em contraste com os
desemprego e subem- sando os da Europa. EUA, a classe trabalha-
prego ficou praticamente dora da China está fa-
na mesma, porque é que O forte crescimento do zendo incursões signifi-
a dívida fiscal e o déficit BRIC levou à concentra- cativas nas receitas da
comercial aumentam e o ção e centralização de sua elite de manufaturas
Estado baixa os impos- capital, em todos os ca- e de imobiliário.
tos às grandes empresas
Em consequência da luta da classe
trabalhadora, os salários têm au-
mentado entre 10% a 20% nos últi-
mos 5 anos; os protestos dos agricul-
tores e das famílias urbanas contra
as expropriações feitas pelos especu-
ladores imobiliários e sancionadas
pelo estado ultrapassaram os 100 mil
por ano.
A riqueza dos multimili- que amontoam a sua ri- um só dígito uma década
onários russos, por outro queza através da explo- antes. Hoje, mais de dois
lado, resultou do violen- ração dos trabalhadores terços dos multimilioná-
to roubo dos recursos industriais de salários rios da América Latina
públicos (petróleo, gás, baixos, das populações são brasileiros. A peça
alumínio, ferro, aço etc), de bairros pobres expro- central da riqueza dos
explorados pelo anterior priados e dos povos tri- super ricos do Brasil é o
regime. A grande maio- bais, assim como da pos- setor finanças-banca que
ria dos multimilionários se diversificada de imo- se beneficiou fortemente
russos depende da ex- biliário, tecnologia in- das políticas monetária,
portação de bens, da pi- formática e software. Os fiscal e neoliberal do re-
lhagem e da devastação multimilionários da Ín- gime de Lula da Silva.
do ambiente natural sob dia acumularam a sua Os banqueiros multimi-
um regime corrupto e riqueza através das suas lionários têm sido os
sem regulamentação. O ligações familiares com principais beneficiários
contraste entre as condi- os escalões mais altos, da economia de exporta-
ções de vida e de traba- muito corruptos, da clas- ção agromineral que flo-
lho entre os multimilio- se política, assegurando resceu na última década,
nários virados para o o- monopólios através de à custa do setor de ma-
cidente e a classe traba- contratos com o estado. nufaturas. Apesar das
lhadora russa é sobretu- O forte crescimento da afirmações dos líderes
do o resultado do esco- Índia na última década do Partido dos Trabalha-
amento da riqueza para (7% em média) e a ex- dores, as desigualdades
contas ultramarinas, in- plosão de multimilioná- de classe entre a massa
vestimentos offshore e rios de 55 para 2011, es- dos trabalhadores de sa-
luxos pessoais extraor- tão ambos ligados às po- lário mínimo (380 dóla-
dinários, incluindo pro- líticas neoliberais de res por mês em março de
priedades de muitos mi- desregulamentação, pri- 2011) e os super-ricos
lhões de dólares. Em vatização e globalização, continuam a ser as pio-
contraste com a elite in- que concentraram a ri- res da América Latina.
dustrial da China, os queza no topo, corroe- Uma análise da origem
multimilionários da Rús- ram os produtores em da riqueza entre os mul-
sia parecem-se com os pequena escala e espoli- timilionários brasileiros
'senhorios' parasitas que aram dezenas de mi- revela que 60% aumen-
se encontram entre os lhões. taram a sua riqueza no
especuladores de Wall A classe multimilionária setor finanças, imobiliá-
Street e os xeiques do do Brasil aumentou ra- rio e seguros (FIRE) e só
Golfo Pérsico. Os mul- pidamente, em particular um deles (3%) no setor
timilionários da Índia sob a direção do Partido de capital ou manufatura
são uma mistura de ricos dos Trabalhadores, para intermédia.
antigos e novos ricos 29, acima do número de
A explosão do Brasil em cresci-
mento econômico e em multimili-
onários encaixa no perfil de uma
'economia colonial': com grande
peso no consumo excessivo, na
exportação de bens e presidido por
um setor financeiro dominante
que promove políticas neoliberais.

No decurso da última siva e a expropriação PIB e na produção de


década, apesar do teatro provocaram a ação das multimilionários. O de-
político populista e dos massas. A elite política sempenho econômico
programas de pobreza chinesa parece estar turco tem sido apresen-
paternalistas patrocina- mais consciente da ame- tado pelo Banco Mundi-
dos pelo Partido dos aça política colocada pe- al e pelo FMI como um
Trabalhadores "centro- la concentração crescen- modelo para os regimes
esquerda", o principal te da riqueza e encontra- pós ditatoriais no mundo
resultado socioeconômi- se em vias de promover árabe – de 'alto cresci-
co foi o crescimento de aumentos substanciais mento', uma economia
uma classe de multimili- de salários e um maior diversificada baseada na
onários "super-ricos" consumo local que pare- crescente concentração
concentrados na banca ce estar reduzindo as de riqueza. A Turquia
com poderosas ligações margens de lucro em al- tem mais 35% de multi-
aos setores do agro- guns setores da elite de milionários (37) do que
mineral. A classe finan- manufaturas. Talvez a os estados do Golfo e do
ceira-agromineral, de 'memória histórica' da Norte de África em con-
forte crescimento via 'revolução cultural' e a junto (24). O 'segredo'
mercado livre, degradou herança maoísta desem- do crescimento turco é
o setor de manufatura, penhe o seu papel no a- as altas taxas de inves-
principalmente os têxteis lerta da elite política pa- timento em diversas in-
e os sapatos, assim como ra os perigos políticos dústrias e a exploração
os produtores de bens de resultantes dos "excessos intensiva da força de
capital e intermédios. capitalistas" associados trabalho. Muitos multi-
Os países BRIC estão aos altos níveis de ex- milionários turcos (14)
produzindo mais, e cres- ploração e ao rápido obtêm a sua riqueza a-
cendo mais depressa do crescimento de uma través de 'conglomera-
que as potências imperi- classe de clãs politica- dos', investimentos em
alistas estabelecidas na mente relacionados, ba- diversos setores de ma-
Europa e nos EUA, mas seados em multimilioná- nufatura, finança e cons-
também estão produzin- rios. trução. Para além dos
do desigualdades e con- Oriente Médio multimilionários de
centrações monstruosas Na última década, o país 'conglomerados', há
de riqueza. As conse- mais dinâmico no Médio 'multimilionários especi-
quências socioeconômi- Oriente foi a Turquia. alistas' que acumularam
cas já se manifestaram Dirigido por um regime a sua riqueza a partir da
no aumento do conflito democrático liberal de banca, da construção e
de classes, principalmen- inspiração islâmica, a do processamento de a-
te na China e na Índia, Turquia tem liderado a limentos.
onde a exploração inten- região no crescimento do
Uma das razões de a Turquia ter
censurado e desafiado o poder
de Israel no Médio Oriente é
porque os seus capitalistas estão
ansiosos por projetar investi-
mentos e penetrar nos mercados
do mundo árabe.
Com exceção do sistema financeiras induzidas pe- ser o maior recebedor de
político americano, for- los sionistas, provenien- ajuda estrangeira… as
temente sionizado, as tes da pilhagem de re- doações a Israel são uma
elites governantes e o cursos feita pelos EUA questão política: o poder
público na Europa e na nos países da ex-URSS e sionista sobre a bolsa do
Ásia encararam favora- da transferência de fun- Congresso. Dada a ri-
velmente a oposição da dos pelas oligarquias queza total dos multimi-
Turquia aos massacres russas-israelenses e tam- lionários de Israel, um
israelenses em Gaza e à bém de empreendimen- imposto de cinco por
violação da lei interna- tos conjuntos com mul- cento seria mais que
cional em águas maríti- timilionários judaico- compensador de qual-
mas. americanos em empresas quer corte da ajuda ex-
Se um moderno regime de software, principal- terna dos EUA. Mas isso
islâmico liberal pode mente no setor de "segu- não vai acontecer apenas
crescer rapidamente a- rança". porque o poder sionista
través da rápida expan- A alta percentagem de na América impõe que
são duma classe diversi- multimilionários em Is- os contribuintes ameri-
ficada de super-ricos, o rael, numa época de pro- canos subsidiem os plu-
mesmo acontece com fundos cortes nas despe- tocratas de Israel, pa-
Israel, um moderno Es- sas sociais, desmente a gando-lhes o seu arma-
tado judaico-neoliberal sua afirmação de ser mento ofensivo.
baseado no rápido cres- uma 'social-democracia' Conclusão
cimento de uma classe no meio dos 'xeicados'. As "crises econômicas"
de multimilionários al- A propósito, Israel tem o de 2008-2009 infligiram
tamente diferenciada. dobro de multimilioná- apenas perdas temporá-
Israel, com 16 multimi- rios (16) da Arábia Sau- rias a alguns multimilio-
lionários é um país em dita (8) e mais super- nários (EUA-UE) e a ou-
que as desigualdades de ricos do que todos os pa- tros não (asiáticos). Gra-
classe crescem mais ra- íses do Golfo juntos ças às operações de sal-
pidamente na região – (13). O fato de Israel ter vamento de bilhões de
com o mais alto número mais multimilionários dólares/euros/ienes, a
de multimilionários per per capita do que qual- classe multimilionária
capita do mundo… Os quer outro país não im- recuperou e alargou-se,
"setores de crescimento" pediu os seus apoiadores apesar de os salários nos
de Israel, software, in- sionistas nos EUA de EUA e na Europa terem
dústrias militares, finan- pressionarem por uma estagnado e os 'padrões
ça, seguros e diamantes ajuda adicional de 20 de vida' terem sido atin-
e investimentos ultrama- bilhões de dólares na dé- gidos por cortes maciços
rinos em metais e minas, cada passada. Contrari- na saúde, na educação,
são liderados por multi- amente ao passado, a a- no emprego e nos servi-
milionários e multi- tual concentração de ri- ços públicos.
multimilionários que be- queza de Israel tem me-
neficiaram das dádivas nos a ver com o fato de
O que é chocante quanto à re-
cuperação, crescimento e ex-
pansão dos multimilionários
mundiais é como a sua acumu-
lação de riqueza depende e está
baseada na pilhagem de recur-
sos do Estado.
É como a maior parte na história mundial, quer UE ou noutros países do
das suas fortunas se ba- facilitando a pilhagem BRIC.
searam nas políticas neo- do erário e do ambiente, As origens da riqueza
liberais que levaram à quer aumentando a ex- dos multimilionários
apropriação a preços de ploração da força de tra- são, quando muito, devi-
saldos de empresas pú- balho, direta e indireta- das apenas em parte a
blicas privatizadas; co- mente. 'inovações empresariais'.
mo a desregulamentação As variantes nos cami- A sua riqueza pode ter
estatal permite a pilha- nhos para o estatuto de começado, numa fase
gem do ambiente para a 'multimilionário' são inicial, a partir da produ-
extração de recursos chocantes: nos EUA e ção de bens ou serviços
com a mais alta taxa de no Reino Unido, predo- úteis; mas, à medida que
retorno; como o Estado mina o setor parasita- as economias capitalistas
promoveu a expansão da especulativo sobre o 'amadurecem' e se viram
atividade especulativa produtivo; entre o BRIC para a finança, para os
no imobiliário, na finan- – com exceção da Rússia mercados ultramarinos e
ça e nos fundos de pen- – predominam diversos para a procura de lucros
sões, enquanto encoraja- setores que incorporam mais altos, impondo po-
va o crescimento de mo- multimilionários da ma- líticas neoliberais, o per-
nopólios, oligopólios e nufatura, do software, da fil econômico da classe
conglomerados que cap- finança e do setor agro- multimilionários muda
taram "super lucros" – mineral. Na China, o a- para o modelo parasita
taxas acima do "nível bissal fosso econômico dos centros imperialistas
histórico". Os multimili- entre os multimilionários instituídos.
onários no BRIC e nos e a classe trabalhadora, Os multimilionários nos
antigos centros imperia- entre os especuladores BRIC, a Turquia e Israel
listas (Europa, EUA e imobiliários e as famílias contrastam fortemente
Japão) foram os princi- expropriadas levou ao com os multimilionários
pais beneficiários das aumento do conflito de do petróleo do Médio
reduções fiscais e da e- classes e a desafios, for- Oriente que são rentis-
liminação de programas çando a aumentos signi- tas, vivem das 'rendas'
sociais e de direitos la- ficativos de salários da exploração do petró-
borais. (mais de 20% nos últi- leo, do gás e dos inves-
O que é perfeitamente mos três anos) e à exi- timentos ultramarinos,
claro é que é o Estado, e gência de maiores gastos em especial do setor
não o mercado, quem públicos na educação, FIRE. Entre os países
desempenha um papel saúde e habitação. Nada BRIC, só a oligarquia
essencial em facilitar a de comparável está a- multimilionária russa se
maior concentração e contecendo nos EUA, na parece com os rentistas
centralização de riqueza do Golfo.
Mantêm-se as
questões básicas
de classe:
crescimento
para quem?
E a quem é que
ele beneficia?

sia e nos estados do Gol- campesinato rural ma-


O resto, em especial os fo, ou exploradores da oista e movimentos tri-
multimilionários chine- força de trabalho como bais na Índia, que se o-
ses, indianos, brasileiros nos países BRIC. põem à exploração e à
e turcos, tiraram partido expropriação de rentistas
das políticas industriais Post Scriptum e capitalistas.
promovidas pelo Estado A revolta árabe pode ser **
para concentrar a riqueza vista em parte como uma Notas:
sob a retórica de 'paladi- tentativa de derrubar os [1] Barão ladrão –
nos nacionais', que pro- clãs capitalistas de ren- termo pejorativo usado
movem os seus próprios tistas. A intervenção o- para um poderoso ho-
'interesses' em nome de cidental nas revoltas e o mem de negócios e
uma 'economia emergen- apoio das elites militares banqueiro americano
te de sucesso'. Mas man- e políticas da "oposição" do século XIX.
têm-se as questões bási- é um esforço para substi- [2] Sillicon Valley – si-
cas de classe: "cresci- tuir uma classe gover- tua-se a Sul da área da
mento para quem? e a nante capitalista 'neoli- baía de S. Francisco,
quem é que beneficia?" beral'. na Califórnia. Esta re-
Até agora, o registro his- Essa "nova classe" será gião abriga muitas das
tórico mostra que o cres- baseada na exploração maiores companhias de
cimento de multimilio- da mão-de-obra e na ex- tecnologia eletrônica
nários tem-se baseado propriação dos atuais do mundo.
numa economia alta- possuidores dos recursos ___________
mente polarizada em que clã-família-amigos. As James Petras* – Soció-
o Estado serve à nova principais empresas se- logo estadunidense e a-
classe de multimilioná- rão transferidas para nalista político, especia-
rios, sejam especulado- multinacionais e capita- lista em questões do
res parasitas como nos listas locais. Muito mais Terceiro Mundo, intitula
EUA, rentistas saquea- promissoras são as lutas a si mesmo como “revo-
dores do Estado e do internas dos trabalhado- lucionário e anti-
ambiente, como na Rús res na China e, em me- imperialista”
nor grau, no Brasil e no
Fábrica de Wellingtons dade, dar vivas a um estado mais forte e
repressor, sob qualquer pretexto imaginá-
vel, não tem como configurar uma posição
emancipadora.
Bruno Sobrou até para a internet, novamente a-
Cava* chincalhada pela velha mídia, desesperada
ante a audiência perdida para a cauda lon-
ga de sites, blogues e redes sociais. Vide-
ogames? Que graça… a periferia do Rio já
No começo do ano, escrevi sobre como a vive num regime de brutalidade perma-
cobertura da grande imprensa em horas de nente, direta e difusa.
comoção costuma ser pusilânime. Repro- Nenhum morador do subúrbio carioca
duz a morte à exaustão, explora a comise- precisa jogar Counterstrike para vivenciar
ração humana, estimula a cultura do me- ao vivo e em cores a guerra. Sim, mais um
do. caso em que negro pobre chacina negros e
pobres, ou melhor, negras. Este crime tem
Tudo para fortalecer a agenda de seguran- cor e sexo. Vale lembrar como, no homi-
ça pública: mais vigilância, mais controle, cídio passional, a mulher geralmente mor-
mais punição. Se o luto consiste na escon- re (marido traído mata esposa e esposa tra-
juração do que o morto tem de morto, para ída, a amante).
fazer valer a sua potência de vida, no (e- Wellington é um cidadão como eu e você
terno) retorno do diferente que persevera que, submetido a circunstâncias extremas
em viver; a mídia da impotência fecha o por um longo período, acabou cometendo
zoom e pergunta aos entrevistados: e ago- um ato extremo. Wellington nunca será
ra, como sobreviver na falta, como convi- santo nem demônio: um personagem de-
ver com a morte? masiado real, tomado de dramas e carên-
O jornalismo brasileiro agonizou de vez. cias, encharcado do fel da sociedade.
Cada vez mais se impõe o desejo por um Esquizofrenia não causa assassinato por si
mundo pós-jornais que nos livre desse mesma. Nem todos levam na boa uma vi-
horror editorial. da de opressão sistemática, vinda de todos
Enquanto isso, na surrada narrativa cristã os lados, sem rota de fuga.
da Queda, fala-se em falência de valores. Menos Febrônio Índio do Brasil ou Pièrre
Como se o Brasil não fosse, desde o ovo, Rivière, mais para Seung-Hui Cho, jovem
um país profundamente desigual, semico- aliás da mesma idade de Wellington. Em
lonial, escravagista, ultra-violento, cuja 2007, matou 32 pessoas num instituto tec-
cordialidade não passa de hipocrisia letra- nológico americano, nos mesmos moldes
da, da condescendência humanistóide ce- do massacre em Realengo. Era um imi-
vada nas mais chiques vernissages de seus grante coreano num país atravessado por
salões acadêmicos. racismo, que reclamava ser tratado como
Nunca houve impunidade por aqui, mas bicho pelos colegas, — abandonado a tra-
excesso de punição. Quem crê no sistema tamentos inúteis por psiquiatras aborreci-
penal para mitigar mazelas sociais desco- dos, vagamente interessados no paciente.
nhece a via dolorosa que vai da ação poli- Na última década, a ascensão social e ra-
cial às prisões, passando por autuações, cial dos brasileiros acentuou a cultura do
inquéritos, varas criminais, tribunais de preconceito contra o diferente. No mo-
justiça, recursos, varas de execução etc. mento que pobres e minorias empoderam-
Em suma, pelos mil filtros e desvios e ata- se, que se formam mil classes-médias, a
lhos que tornam o sistema penal uma má- postura da reação torna-se mais agressiva,
quina de triturar pobres e negros. Sem despudorada e odiosa. Ódio contra pobres,
qualquer serventia para uma pauta de es- mulheres, negros, indígenas, minorias
querda, senão uma idealista, pois está ide- LGBT.
alizando o poder punitivo. A bem da ver-
se discriminam pessoas diferentes, se con-
tam piadas racistas ou contra nordestinos,
se fazem comentários machistas, se pro-
pagam ideais punitivos e vingativos.
Inadvertidamente ou nem tanto, banhamos
os nossos adolescentes nas águas podres
do que de pior temos em nós, de precon-
Agrava-se um contexto de preconceito e ceito, de medo, de bullying, de sectarismo,
repulsa que alimenta a criançada, — fas- de incompreensão, de completa ausência
cista menos por natureza do que por copi- de generosidade e mesmo de desprezo pe-
ar acriticamente a atitude de adultos, por la alteridade. Quanta burrice, agora querer
absorver a violência disseminada nas frin- levantar mais muros, espalhar mais câme-
chas do nosso sistema político. ras, colocar mais guardas, punir com mais
Daí a gravidade de discursos inflamados violência!
de políticos como Bolsonaro e de religio- O resultado a olhos vivos é isso aí: doze
sos fanáticos (inclusive parlamentares). crianças mortas. Não deveria surpreender
Por sinal, mesmo sem desejá-lo, o “único tanto. Torço para que o espetáculo ao re-
deputado de direita do Brasil” serviu de dor do caso não abra a caixa de Pandora,
grande referência da pequena, porém sin- inspirando ações semelhantes no futuro.
tomática manifestação fascista e neonazis- Desta vez, pelo menos, Wellington sequer
ta, na Avenida Paulista — tão famosa ul- deu o gostinho para alguém sair bradando
timamente por seus atentados homofóbi- pela “pena de morte contra vagabundo”.
cos na madrugada. _________________
Esse fenômeno também aparece de modo *Bruno Cava – Do site Outras Palavras e
mais “cordial”, no almoço de domingo ou Universidade Nômade
na roda do bar, quando, diante dos jovens,

Ajude-nos a preparar uma bancos, transnacionais, ru- preços dos produtos da ces-
ação séria no 1º de Maio ralistas, empresas nacionais ta básica (ela acaba de ter o
prestadoras de serviços aos maior aumento da história
governos – submetendo o em Cascavel), retorno da
povo trabalhador a grandes inflação (causado pela crise
sacrifícios, a começar pelo mundial, a tal marolinha),
endividamento do Estado e precarização das relações
das famílias a serviço da trabalhistas e a submissão
Precisamos preparar um 1º
maximização dos lucros sem máscaras dos governos
de Maio que não se limite a
dos exploradores. aos interesses dos banquei-
um feriado, de modo que a
Uma de suas facetas será ros e transnacionais.
data sirva para refletir sobre
um grande arrocho sobre os Fazer a festa dos patrões?
o que ocorre hoje no Brasil
trabalhadores, com salários O dia 1º de Maio é a data
e no mundo.
que não se reajustarão com mais importante para todo
Por que ir além da festa e
ganhos reais e raramente de trabalhador. Os explorado-
do lazer? Porque está em
acordo com a inflação. res, por isso mesmo, insis-
preparação um novo e e-
É o que já começa a ser tentemente procuram esva-
norme ataque ao bolso da
sentido entre os funcioná- ziar o caráter revolucioná-
população com o aumento
rios públicos mas também é rio dessa data, promovendo
das guerras imperialistas e
verificado nas demais cate- festas de “conciliação” en-
as crises financeira, alimen-
gorias com aumento na car- quanto planejam novas
tar, sanitária e ambiental.
ga tributária, manutenção formas de extrair lucro
Tais crises serão pagas pe-
da regressividade dos tribu- (mais-valia) do trabalho.
los que controlam o poder –
tos, reajustaços em tarifas e
Como os exploradores ex- exploração. O PCB de Cas- sagens pela internet nem há
traem ganhos do nosso tra- cavel propõe que no sába- representações de partidos e
balho? Nas empresas, com do, 30 de abril, os partidos sindicatos.
salários arrochados, que políticos progressistas e de Você, que é trabalhador
lhes permitem ampliar a ex- esquerda e os sindicalistas consciente, sindicalista,
tração de mais-valia. Ao que se opõem à exploração sindicalizado ou não, cida-
tomar conta do poder do antecipem um 1º de Maio dão preocupado com a ins-
Estado, controlando o go- classista, por um Brasil re- tabilidade trazida pela crise
verno, o parlamento e a Jus- almente livre, por mais di- mundial e com a ameaça de
tiça, impondo taxas e im- reitos, contra o capitalismo perda de direitos trabalhis-
postos que pesam sempre e o imperialismo. tas, pode se unir a nós na
mais sobre o trabalhador e Vamos distribuir folhetos Frente Anticapitalista, a-
menos sobre as empresas e com estes esclarecimentos, lém dos partidos, indepen-
os mais ricos. tanto por meio de um co- dente das eleições, para u-
Eles são auxiliados nessa mando único ou cada enti- nificar as lutas dos traba-
exploração pelos trabalha- dade fazendo a divulgação lhadores e das comunidades
dores inconscientes ou que de suas próprias demandas, sem voz nem vez.
se vendem aos interesses entre nossos amigos, vizi- Vamos ao Calçadão no
patronais. nhos e colegas, especial- sábado, 30/4, para
Cabe a nós, que trabalha- mente nos bairros mais começar uma virada
mos, recuperar o 1º de humildes e explorados, nos
nesse jogo!
Maio para a luta contra a quais não chegam as men-
Camaradas, militantes e simpatizantes:
Neste momento em que se intensifica em Para isso, precisamos promover um esfor-
todo o mundo a exploração sobre os traba- ço para o custeio de folhetos e jornais po-
lhadores, tornando muito mais necessária pulares. Além dos materiais do 1º de Mai-
a luta organizada para evitar que as guer- o, precisamos adquirir equipamento de da-
ras imperialistas conduzam o mundo a ta-show para levar permanentemente aos
mais crises, mais exploração e perda de bairros apresentações da Cinemateca Dur-
direitos, precisamos ir além das mensa- val Hoff e material de conscientização
gens pela internet e de contatos em nosso sindical e comunitária.
círculo pessoal mais direto. Se você é militante do PCB, atualize suas
Precisamos levar a mensagem da Frente contribuições mensais. Se é simpatizante
Anticapitalista e Anti-Imperialista aos das causas populares, independente de mi-
locais mais distantes, em parceria com en- litar ou não em algum partido, faça uma
tidades classistas e outros partidos políti- doação.
cos. Não é mais hora de discutir divergên- Pela organização, consciência e luta dos
cias que nos desunem, mas reforçar os la- trabalhadores cascavelenses!
ços fraternos e combativos que nos unem. Venceremos!

Primeiros meses da gestão Apesar de subalterna, tal integração se


dá de forma complexa e dinâmica, com
Dilma Rousseff confirmam o país assumindo também o papel de
governo a serviço do capital exportador de capitais, ao menos no ce-
nário da América Latina e de outras re-
giões periféricas ao centro do capitalis-
mo. Sem a providencial ajuda do Estado
brasileiro, principalmente através do
BNDES, não seria possível alavancar o
Ricardo da capitalismo nacional, cuja burguesia es-
Gama Rosa treita cada vez mais seus laços com as
Costa* empresas multinacionais.
A depender do que sinaliza Dilma em
Os primeiros meses do Governo Dilma suas primeiras ações, a política voltada
só vêm demonstrar a correção da tática a atender prioritariamente as vontades e
proposta pelo PCB no segundo turno necessidades do Deus Mercado seguirá
das eleições presidenciais de 2010: após seu curso. A opção por um salário mí-
a derrota de Serra nas urnas, será preci- nimo de R$ 545,00 (praticamente 0% de
so organizar e mobilizar os trabalhado- reajuste, em termos reais) revela uma
res brasileiros para derrotar Dilma nas vez mais a força do capital financeiro na
ruas. definição dos rumos da economia brasi-
Dilma adotou o lema “País rico é país leira. Sob os argumentos de combate ao
sem miséria”, projetando a erradicação “retorno da inflação” e ao desequilíbrio
da miséria como principal meta de seu das contas públicas, a medida, associada
governo. Claro está tratar-se de mera ao anúncio do corte de R$ 50 bilhões no
peça de propaganda, já que a política orçamento (atingindo, como sempre, as
econômica posta em prática, mantidas despesas com investimentos na área so-
as bases traçadas por Lula, é a do franco cial) e o aumento das taxas de juros,
favorecimento às atividades promovidas busca jogar sobre as costas dos traba-
pelo agronegócio, grandes indústrias e lhadores todo o peso dos efeitos advin-
bancos, visando à continuidade da polí- dos da ação sem controle do capital na-
tica de integração da economia brasilei- cional e internacional.
ra à ordem capital-imperialista mundial.
listas tornaram-se dominantes em todos
os setores da vida econômica e social.
Por conta disso, o Brasil ocupa hoje a
70ª posição no ranking mundial do IDH
(Índice do Desenvolvimento Humano).
É fato que novos ataques virão sobre os
direitos dos trabalhadores. O ministério
de Dilma é quase uma repetição do ga-
binete de Lula, mantidas as disputas fi-
siológicas entre os partidos da base ali-
ada, com destaque para as representa-
Beto Richa e Dilma Rousseff ções do PT e do PMDB e, secundaria-
mente, as do PCdoB, PDT, PSB e PP.
Faltou dizer, por exemplo, que a mais Não haverá mudanças, pois, em relação
recente alta dos preços foi provocada à tendência de privatização dos serviços
centralmente pela pressão do mercado públicos, como a Saúde, a Seguridade
mundial de produtos alimentícios, con- Social e a Educação. É revelador da
trolado por oligopólios transnacionais. primazia dos interesses de mercado so-
O modelo agrário brasileiro, centrado na bre os interesses públicos a suspensão
promoção do agronegócio, faz com que de concursos públicos para contratação
o Brasil seja um dos maiores importado- de novos servidores e o adiamento da
res de agrotóxicos do mundo e total- nomeação de 40 mil servidores já sele-
mente dependente do mercado externo. cionados. Além disso, os cortes anunci-
ados no orçamento atingem diretamente
Ao contrário do que alguns articulistas programas nas áreas do meio ambiente e
de esquerda apregoaram, não há uma da moradia, justamente quando as fortes
inversão da política desenvolvida antes chuvas de verão provocaram catástrofes
por Lula, como se Dilma estivesse vol- de grandes proporções, matando cente-
tando a adotar “práticas neoliberais” que nas de pessoas e deixando milhares de
teriam sido abandonadas por Lula. Nem desabrigados em várias regiões do país,
uma coisa nem outra. Lula deu continu- evidenciando a tragédia da ocupação
idade à política macroeconômica da era irregular do solo, da falta de planeja-
FHC, aplicando apenas uma política mento e total ausência de participação
compensatória mais agressiva. popular nas cidades.

Dilma segue a cartilha de Lula, com a No setor do petróleo, o eterno ministro


diferença de que porá o pé no freio em Edison Lobão (do PMDB do Mara-
relação aos gastos sociais. Mas isto não nhão), capacho de Sarney, já anunciou a
é novidade alguma: Lula fez o mesmo retomada dos leilões dos campos de pe-
em 2003, desacelerando o plano de tróleo e de áreas de exploração no pré-
crescimento, para fazer caixa e depois sal, mantendo a política de dilapidação
abrir o cofre nos últimos anos de seu dos recursos naturais brasileiros, no
mandato. momento em o presidente Barack Oba-
Se a economia brasileira cresceu a uma ma dos Estados Unidos reafirma para o
taxa recorde de 7,5% em 2010, confor- mundo a intenção de recuperar a prima-
me anunciado pelo IBGE, alçando o pa- zia dos interesses do império estaduni-
ís ao posto de sétima economia do mun- dense e de suas empresas no mercado
do, a desigualdade social aprofundou- global, dando provas desta intenção ao
se, como não podia deixar de ocorrer mandar bombardear a Líbia, precisa-
numa nação em que as relações capita- mente quando estava em visita ao Bra-
sil.
ônibus em várias cidades do Brasil, nas
quais a violência policial sempre se faz
sentir, refletem a indignação da popula-
ção urbana com os péssimos e cada vez
mais caros serviços de transportes, con-
trolados pelos cartéis e oligopólios dos
transportes. Fóruns populares em todo o
país debatem a situação da saúde públi-
ca e organizam mobilizações contra o
processo de privatização, iniciativas que
se estendem à área da educação, envol-
No âmbito da política externa, o gover-
vendo os sindicatos dos professores e as
no Dilma é mais consequente que Lula
representações de alunos, pais e funcio-
na disposição em favorecer o processo
nários.
de expansão do capitalismo monopolista
Trabalhadores da construção civil rea-
brasileiro na América Latina, de que é
gem às condições abjetas de superexplo-
sintomática a clara atitude de voltar a
ração e semiescravidão impostas pelas
priorizar as relações com os EUA, em
empreiteiras – empresas multinacionais,
detrimento do intercâmbio privilegiado,
como a Odebrecht, OAS, Camargo Cor-
também marcado por interesses dos
rêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e
grandes capitalistas brasileiros, com os
outras – nas obras do PAC, o Plano de
governos da região mais preocupados
Aceleração do Capitalismo, um dos
em atender as demandas sociais inter-
maiores programas de transferência de
nas. A decisão do presidente do Supre-
verbas públicas para as mãos do grande
mo Tribunal Federal, Antônio Cezar Pe-
capital (são 21 obras com despesas pre-
luso, não contestada por Dilma, da recu-
vistas em mais de R$ 105,6 bilhões des-
sa em libertar Cesare Battisti após deci-
de o início do programa, em 2008). Os
são de Lula pela não extradição do mili-
trabalhadores vão à luta contra os salá-
tante revolucionário italiano, demonstra
rios de fome, o não pagamento de horas
com precisão a tendência mais conser-
extras, as péssimas condições de traba-
vadora deste governo. Este ainda pre-
lho e a repressão da parte dos seguran-
serva, sem nenhuma indicação de que
ças e forças policiais locais, verdadeiros
tal política será alterada, a presença das
capangas armados a serviço dos capita-
tropas brasileiras no Haiti.
listas.
Crescem, portanto, os desafios da classe
trabalhadora neste ano de 2011. O re-
Mais de 80 mil trabalhadores já cruza-
crudescimento da crise internacional do
ram os braços nas obras espalhadas pelo
capitalismo deverá encontrar no Brasil
Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país:
um governo não mais disposto a liberar
Usina de Jirau (Rondônia), onde aloja-
crédito para aumentar o consumo (na
mentos, 50 ônibus, veículos e escritórios
verdade, uma política de endividamento
da empresa foram incendiados pela
crescente da população e de cooptação
massa em revolta; Hidrelétrica de Santo
das camadas populares para a ilusória
Antônio (também no rio Madeira, em
sensação de melhoria das condições de
Rondônia); Hidrelétrica São Domingos
vida).
(Mato Grosso do Sul), em que trabalha-
dores também tocaram fogo nos aloja-
Os primeiros meses do governo Dilma
mentos; Complexo do Suape, reunindo
foram também demonstrativos da cres-
a Refinaria Abreu e Lima e a Petroquí-
cente insatisfação de diversos grupos
mica (Pernambuco), onde 30 mil operá-
sociais. Manifestações de estudantes e
rios entraram em greve.
de trabalhadores em protesto contra a
elevação dos preços das passagens de
pólvora iniciado na Usina de Jirau pode
significar uma crise sem precedentes
para um governo que quer transformar o
Brasil numa grande UPP e garantir a
“paz social” necessária ao desenvolvi-
mento pleno do capitalismo monopolis-
ta.
Para o PCB, é hora de dar um salto de
Protesto de estudantes em Manaus qualidade na busca da unidade dos mo-
vimentos populares, das forças de es-
Termelétrica de Pecém (Ceará), com 6 querda e entidades representativas dos
mil trabalhadores parados; Ponte sobre trabalhadores, no caminho da formação
o Rio Madeira (Rondônia), com 300 de um bloco proletário capaz de contra-
grevistas. Além disso, em diversas regi- por à hegemonia burguesa uma real al-
ões, o Programa Minha Casa, Minha ternativa de poder popular em nosso pa-
Vida sofre paralisações com cerca de ís.
sete mil operários da construção civil A criação de uma Frente Anticapita-
recusando-se a trabalhar nas condições lista e Anti-imperialista, com vistas à
impostas. construção de um poderoso sistema
de alianças capaz de dar vez e voz aos
As centrais sindicais governistas foram produtores da riqueza, é um dos ca-
chamadas a conter o ânimo dos traba- minhos para a luta contra os impera-
lhadores, pois o medo do governo, ten- tivos do capital e pela edificação da
do o Ministro da Casa Civil, Gilberto sociedade socialista em nosso país.
Carvalho à frente como mediador do _____________
conflito, é a explosão de revoltas espa- *Ricardo da Gama Rosa Costa –
lhar-se pelo conjunto de obras do PAC, Membro do Comitê Central do PCB
que empregam cerca de um milhão de
operários. Manter aceso o rastilho de
Cidade, emprego, ambiente, juventude:
por um programa revolucionário
Nenhum direito a menos,
só direitos a mais
Ajude um desempregado: reduza a
jornada de trabalho para 40 horas

Lembre-se: em Cascavel,
nós somos a Revolução!

Na Internet, acompanhe o blog do PCB de Cascavel:


http://pcbcascavel.wordpress.com

Veja também o blog da Juventude Comunista:


http://ujccascavel.blogspot.com

Vídeos revolucionários:
Veja a emocionante homenagem a Che Guevara, pela cantora
Nathalie Cardone:
http://www.youtube.com/watch?v=NdRip7nmTTo
Os Eremitas e a origem do trabalho:
http://www.youtube.com/watch?v=QEfQhhHNEOE A seguir, um
ORKUT: capítulo da carti-
PCB de Cascavel lha de Marxismo
http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=15747947519423185415 e mais uma
Comunidade: página colecioná-
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=54058996 vel de O Capital
em quadrinhos
Twitter:
PCB do Paraná: http://twitter.com/pcbparana
Juventude Comunista de Cascavel: http://twitter.com/#!/j_comunista
1

Curso Básico de Marxismo


A Lei do Desenvolvimento Social
8
O sistema de produção vincula-se diretamente
com a consciência.
A moral burguesa (capitalista), por exemplo, está
impregnada do espírito mercantilista, fazendo com
que o lucro seja o principal objetivo da produção.
Ora, o principal objetivo da produção deve ser a
satisfação das necessidades humanas!
Lucro, base da moral capitalista

As teorias e conceitos econômicos e políticos burgueses defendem somente


os interesses do Capital. Já o Socialismo estabelecerá entre os homens um
novo tipo de relações de produção, baseadas na propriedade comum (de
todos) dos meios de produção.
Ou seja: a moral capitalista se baseia na ganância e a moral socialista
(comunista) se baseia na satisfação das necessidades do homem.
Toda a vida social, a espiritualidade e a cultura se baseiam na moral. É
fácil compreender que a moral baseada na ganância só vai produzir miséria e
delinquência, fatos visíveis no capitalismo.
Já a moral baseada na justiça e na igualdade inspira a paz mundial, o
desenvolvimento da cultura e uma vida digna e feliz para todos os que a
cultivarem.
As formações econômicas e as classes sociais
A história da sociedade é a história do
desenvolvimento e da sucessão das formações
econômico-sociais.
Cada formação sempre surge de uma
Revolução que supera amplamente a anterior
Até agora, são conhecidas quatro formações:
Comunista primitiva (Comunitarismo)
Escravismo
Feudalismo
Capitalismo
No Comunitarismo primitivo, tudo era de todos
2
Cada vez que muda o modo de produção também se modifica a estrutura
econômica da sociedade, instalando uma nova Formação Econômico-
Social.
Se compararmos o nível de desenvolvimento das forças produtivas nas
diferentes formações, é fácil verificar que este se eleva continuamente ao
passar de uma formação a outra. O movimento para frente se observa, sem
dúvida, também no desenvolvimento espiritual (ntelectual).
Como ocorre a exploração do trabalho

Por que razão o capitalista recebe mais


riquezas sociais que o operário?
Simplesmente porque o primeiro tem nas
mãos os Meios de Produção, com o que
tem a possibilidade de controlar a economia
e explorar os operários, apropriando-se do
seu trabalho.
Senhoras dos meios de produção, as classes
exploradoras dispõem de uma força
econômica enorme. A vontade da classe
dominante é aplicada à força, através do
Direito, que é um conjunto de leis e outras
normas jurídicas.
Mas o Direito, por si só, nada significa sem
um aparelho capaz de garantir a
observância de suas ordens, e aí entra a
força.
Esse papel é desempenhado pelo Estado,
uma organização do poder político que
dispõe de órgãos como a Polícia, o
Exército, os tribunais, as prisões. Em todas
O capitalismo usa polícia, eleições, as formações econômico-sociais, o Estado
mídia (imprensa, rádio, TV), é o instrumento de dominação da classe
divertimentos e forças armadas exploradora sobre quem trabalha.
para promover guerras e impor sua Qual é, afinal, a origem do Estado? Por que
exploração sobre o trabalho ele surgiu? Surgiu com a formação da
humano propriedade privada. E, com ela, surgiram
as classes sociais.
A seguir: O Estado é o poder exercido pela classe dominante
Lições de Comunismo
número 8

A cada edição do PerCeBer você terá uma nova


página colecionável de O Capital em quadrinhos
AGROTÓXICOS
VENENOS NO NOSSO PRATO!
Você sabia que todos os dias quando almoçamos e jantamos ingerimos
uma quantidade enorme de venenos? Nossos alimentos estão contami-
nados porque as lavouras em todo o Brasil são pulverizadas com grande
quantidade de agrotóxicos.
Você sabia?
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos
Cada brasileiro con-
do mundo desde 2009. Mais de um bilhão de
some 5,2 litros de
litros de venenos foram jogados nas lavouras,
venenos por ano.
de acordo com dados oficiais.

Os agrotóxicos contaminam a produção dos ali-


mentos que comemos e a água (dos rios, lagos, chuvas e os lençóis
freáticos) que bebemos!

Mas os venenos não estão só no nosso prato. Todo o ambiente, os ani-


mais e nós, seres humanos, estamos ameaçados!

Os agrotóxicos causam uma série de doenças muito sérias, que atacam


os trabalhadores rurais, comunidades rurais e toda a população, que
consome alimentos com substâncias tóxicas e adquire muitas doenças.

PERIGO! Os agrotóxicos causam: câncer, problemas hormonais,


problemas neurológicos, má formação do feto, depressão, doen-
ças de pele, problemas de rim, diarréia, vômitos, desmaio, dor de
cabeça, problemas reprodutivos, contaminação do leite materno.
Mas por que tanto veneno?
A culpa é do agronegócio! Esse é o nome dado ao modelo de produção
agrícola que domina o Brasil e o mundo. Esse jeito de produzir se sustenta
nas grandes propriedades de terra (o latifúndio),
uma grande quantidade de máquinas (que levam à Quem ganha com isso?
expulsão das famílias do campo e à superpopula-
Principais empresas que
ção das cidades), no pagamento de baixos salários
produzem agrotóxicos:
(inclusive, trabalho escravo), muito lucro para as Syngenta, Bayer, Monsan-
grandes empresas estrangeiras e na utilização de to, Basf, Dow, Novartis,
DuPont e Nufarm
uma enorme quantidade de agrotóxicos.

A expansão desse modelo de produção agrícola é responsável pelo desmata-


mento, envenena os alimentos e contamina a população.

AGROTÓXICOS: ATÉ QUANDO VAMOS ENGOLIR ISSO?

Ao contrário do que dizem as grandes empresas, é possível uma produção


em que todos comam alimentos saudáveis e diversificados. A saída é forta-
lecer a agricultura familiar e camponesa. Mas como?

No lugar dos latifúndios, pequenas propriedades e Reforma Agrária.


Desmatamento zero, acabando com devastação do ambiente.
Em vez da expulsão campo, geração de trabalho e renda para a popu-
lação do meio rural.
Novas tecnologias que contribuam com os trabalhadores e acabem
com a utilização de agrotóxicos
Proibição do uso dos venenos
Daí será possível um jeito diferente de produzir: a agroecologia!

Participe dessa campanha para acabar com os agrotóxicos!

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida

contraosagrotoxicos@gmail.com

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