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XXIV Encontro Nac. de Eng.

de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004

Proposta de um método de análise e solução de problemas para


curtumes que possuem ISO/TS 16949:2002

Alvantino Soares de Campos (UFSM) alvantin@santiagonet.com.br


Nara Lucia Frasson Dal Forno (UFSM) naraff@terra.com.br
Alberto Schmidt (UFSM) albertoschmidt@uol.com.br

Resumo
O uso de métodos de análise e solução de problemas são buscados por empresas para
melhorarem continuamente seus processos produtivos, proporcionando ao produto a
qualidade desejada pelo cliente, seja ele interno ou externo, pois permite a adoção de ações
corretivas e preventivas que visem eliminação das não-conformidades. O objetivo deste
trabalho é estudar métodos de análise e solução de problemas e propor um método para
curtumes que possuem certificação ISO/TS 16949, bem como aplicar o mesmo em uma
situação real de não-conformidade encontrada na montagem de bancos utilizando couro
automotivo. Conclui-se que, o método proposto mostrou-se adequado e de fácil entendimento
pelos autores que estudaram a não-conformidade encontrada, levantando a causa raiz da
mesma e dando condições de proporem ações imediatas e ações corretivas.
Palavras-chave: MASP, ISO/TS 16949,Curtume

1 Introdução
Nos últimos anos está acontecendo um deslocamento interessante no uso do couro no mundo.
As indústrias de automóvel nunca usaram tanto couro. Neste segmento, o couro é
industrializado com menor conteúdo e variabilidade da moda e mais utilização de processos
repetitivos.
Nos últimos dez anos a indústria automotiva foi o segmento que mais apresentou mudanças
em termos de normalização de sistemas de gestão da qualidade no mundo. Estas mudanças
ocorreram em função de vários fatores, tais como: as exigências crescentes da sociedade, os
usuários finais; a aplicação mais efetiva das leis de proteção ao consumidor; a necessidade de
redução de custos dos automóveis; a padronização das práticas de SGQ e manufatura em toda
a cadeia produtiva.
A competitividade do mercado automotivo levou a que a certificação através de um sistema
de gestão da qualidade pelos fornecedores do setor deixasse de ser opcional para passar a ser
uma exigência dos seus clientes.
Em 1999 um novo padrão normativo, foi publicado, denominado ISO/TS 16949. A ISO/TS
16949 é uma norma automotiva mundial a qual foi elaborada conjuntamente pelos membros
do IATF. O IATF (International Automotive Task Force - Força Tarefa Internacional
Automotiva) é um grupo de fabricantes automotivos e suas respectivas associações, no qual se
inclui a Ford, GM, Daimler Chrysler, BMW, PSA Peugeot Citroën, Renault SA, Fiat,
Volkswagen, bem como as seguintes associações de comércio automóvel: AIAG (América),
VDA/QMC (Alemanha), ANFIA (Itália), FIEV (França) e SMMT (Reino Unido)..
Medições são importantes para tomar decisões com base em fatos e dados. Para atender à
seção 8 da Norma ISO/TS 16949:2002, a alta direção da organização terá de assegurar que as
medições são eficazes e eficientes para garantir o desempenho da organização e a satisfação
de seus clientes.

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O objetivo deste estudo de caso é criar um modelo de “Análise e Solução de Problemas”


aplicável em indústrias coureiras que possuem a certificação ISO/TS 16949. A metodologia
empregada previu uma revisão de literatura sobre o que já foi escrito sobre MASP e aplicação
da proposta de análise e solução do problema no aparecimento de defeitos nas capas de
estofamento na montagem do banco para automóveis no cliente final.
2 Revisão bibliográfica
O setor de couro e derivados encontra-se entre os setores em que o Brasil tradicionalmente
apresenta fortes indicadores de competitividade. As receitas de exportação desse grupo de
produtos em muito superam aquelas obtidas pelo segmento de carnes, o que faz desse setor
um importante elemento do sistema agroindustrial de bovinocultura de corte.
No mundo, um mercado em expansão para couros bovinos é o de estofamento automotivo.
Em oposição ao caso de artefatos, o mercado de couro para estofamento exige peles de
qualidade superior. O maior gargalo é a obtenção de áreas extensas com pouco ou nenhum
defeito.
As grandes montadoras exigem que seus fornecedores de produto ou serviço sejam
qualificados através do sistema de gestão da qualidade ISO/TS 16949. A ISO/TS 16949 é
uma Especificação Técnica ISO que alinha os atuais requisitos de sistemas de qualidade
automotivos com os parâmetros da indústria automobilística global. Em conjunto com a série
ISO 9001:2000, a ISO/TS 16949 especifica os requisitos do sistema de qualidade para o
projeto/desenvolvimento, a produção e – sempre que pertinente – a instalação e serviços de
produtos ligados ao setor automotivo.
2.1 Setor coureiro
O setor de couros passou por importantes mudanças nos últimos decênios, tanto localmente
como mundialmente. Internamente, observa-se que o setor de curtumes pertence a uma cadeia
produtiva em mudança, seja pela maior exposição ao comércio internacional, seja pelo
crescimento de novos ofertantes.
Os curtumes podem ser caracterizados de acordo com sua etapa de processamento do couro,
são eles: Curtume de Wet Blue, Curtume Integrado, Curtume de Semi-Acabado, Curtume de
Acabamento.
Segundo Santos (2002, p. 75), a competitividade dos curtumes está baseada na qualidade da
matéria-prima, na redução de custos, na gestão e nos processos de produção mais eficientes e
na melhor qualificação da mão-de-obra, inclusive gerencial. As demandas dos clientes do
setor de couros variam em função da maior ou menor exposição ao mercado externo. Aos
requisitos demandados de preço e qualidade podem ser adicionados flexibilidade
(diversidade) e prazos de entrega.
As vantagens do couro brasileiro estão ligadas, sobretudo à espessura e ao tamanho da peça, e
as indústrias moveleira e automotiva, que possuem produtos mais padronizados e menos
influenciados pela moda, são apontadas como boas oportunidades.
O mercado de couro para a indústria automobilística é visto como de alto valor agregado e
tem sido buscado por empresas. No entanto, não é de fácil acesso dadas as exigências das
montadoras para fornecimento para o mercado original.
O revestimento de couro aumenta o valor do veículo e simboliza status, o que já é visto como
um dos motivos para o crescimento de sua utilização. Nos países desenvolvidos, a demanda
por interiores de veículos em couro tem crescido e abrange não só assentos, mas também
painéis de porta, tetos e painéis de instrumentos.

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As especificações e condições de entrega são bastante completas e fazem parte de contratos


de entrega entre curtumes e clientes. As montadoras aplicam a esses fornecedores as mesmas
práticas de compra e exigências dos demais produtos. No caso específico, são avaliados o
fornecedor de capas de estofamento ou painéis, a origem da pele e o fornecedor de couro.
A continuidade da qualidade de entrega depende não só do processo do curtume, mas também
da matéria-prima selecionada. Exige assim uma supervisão estreita de produção. A escolha de
fornecedores potenciais de couro e o processo de auditoria e controle têm significado
decisivo. Unidades de produção modernas são fundamentais, assim como pessoal qualificado.
2.2 ISO/TS 16949
Em 1999 foi publicado um novo padrão normativo para a indústria automotiva, a ISO/TS
16949 uma especificação técnica desenvolvida pela IATF, a certificação conforme normas
técnicas aplica-se às organizações que produzem automóveis e peças automotivas.
Desenvolvida em afinidade com as normas de Sistema de Gestão de Qualidade ISO, a ISO/TS
16949 alinha as diversas exigências de sistemas de qualidade automotores que existem
globalmente.
A ISO/TS 16949:1999 foi desenvolvida com base na ISO 9001:1994, AVSQ (italiana), EAQF
(francesa), QS 9000 (americana) e VDA 6.1 (alemã), cujo campo de aplicação é estabelecer
os requisitos de um sistema da qualidade para a concepção e desenvolvimento, produção e,
onde aplicável, instalação e serviços após venda de produtos ligados à indústria automotiva.
Trata-se, portanto, da variante da Norma Internacional ISO 9001 para a Indústria automotiva.
O documento, em conjunto com os requisitos específicos de cada fabricante, define os
requisitos para o sistema da qualidade a utilizar na cadeia de fornecimento automóvel. Além
de evitar múltiplas auditorias de certificação, a ISO/TS 16949 foi concebida tendo em conta a
melhoria da qualidade de produtos e processos, associado a um aumento da eficiência e
redução da variação.
Com a revisão das Normas ISO 9000, também o IATF adaptou a ISO/TS 16949 à nova
estrutura, tendo sido emitida, em março de 2002, a ISO/TS 16949:2002, que é o referencial
comum e único a todos os membros do IATF. A revisão deste documento inclui a nova
abordagem por processos, o retorno de informação sobre a ISO/TS 16949:1999, baseada em
experiências de implementação e ainda a contribuição de outros participantes, como sejam os
membros da ISO/TC 176 e a Associação de Fabricantes Automóveis Japoneses (JAMA).
2.3 Ação Corretiva
O item 8.5.2 da Norma ISO 9001:2000, no seu caput, diz que:
“A organização deve executar ações corretivas para eliminar as causas de não-conformidades,
de forma a evitar sua repetição. As ações corretivas devem ser apropriadas aos efeitos das
não-conformidades encontradas”.
A ISO/TS 16949:2002 com sua estrutura atualizada de acordo com a Norma ISO 9001:2000,
teve a inclusão dos requisitos específicos da indústria automotiva mundial e com um conteúdo
mais generalista. Esta especificação técnica é tão exigente em seus requisitos que a
certificação não é alcançada por qualquer organização.
A ISO 9001:2000 teve acrescido ao requisito 8.5.2 – Ação Corretiva – o requisito específico
da indústria automotiva 8.5.2.1 que diz:
“A organização deve possuir um processo definido para solução de problemas que conduza
para a identificação e eliminação da causa raiz. Se existir um formulário específico do cliente
para solução de problemas, a organização deve utilizar os formulários prescritos”.

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Podemos dizer que as ações corretivas servem de um motor impulsionador para o processo de
melhoria continua dentro da organização, e isto começa pela identificação de uma não-
conformidade.
Entendendo o que diz o caput do requisito 8.5.2, devemos fazer uma avaliação do impacto
que uma não-conformidade causa no sistema da qualidade da organização. Devemos então
abrir ações corretivas para não-conformidades relevantes, caso contrário apenas registra-las.
De acordo com Mello et alii (2002), de forma geral, podemos solicitar a abertura de uma ação
corretiva devido a não-conformidades do tipo: Não-conformidade de produto, Não-
conformidade de processo, Não-conformidade de sistema e Não-conformidade de reclamação
de cliente.
2.4. Modelos de análise e solução de problemas
Kepner e Tregoe (1977) apud Mello et alii (2002), pesquisadores pioneiros no campo da
solução de problemas. Diziam que:
“um problema é o efeito visível de uma causa que reside em algum lugar no passado. Nós
temos que relacionar o efeito que nós observamos a sua causa exata. Só então podemos ficar
seguros da tomada de ação corretiva apropriada, ação que pode corrigir o problema e pode
impedir sua reincidência.”
Se observarmos cuidadosamente a relação entre a causa de um problema e seus efeitos,
podemos, de fato identificar uma ação corretiva apropriada, a ação do problema diretamente
na causa do problema.
Assumindo que maior meta na solução de problemas é implementar ações corretivas
permanentes, é apropriado estabelecer um foco na causa do problema e não apenas em seus
sintomas ou efeitos. Dado a dificuldade que pode ser encontrada para a identificação da causa
de um problema muito complexo, as ações imediatas também podem ser apropriadas em curto
prazo.
2.4.1 Método de solução de problemas (Campos, 1992)
Segundo Campos(1992), a melhoria de resultados, através da solução de problemas, deve ser
feita obedecendo um método e com a participação de todo dentro da organização. O método
proposto por Campos é o “QC STORY” ou Método de Solução de Problemas (Figura 1)
2.4.2 Método de Slack (2002) adaptado de Cooke (1991)
Segundo Slack (2002), o gerenciamento da qualidade significa resolver os problemas de
qualidade permanente e estabelecer os alicerces para permitir os melhoramentos nos níveis de
qualidade. Os profissionais envolvidos deverão não apenas registrar e monitorar os
problemas, mas sim se envolver globalmente no processo e analisar e propor soluções para os
problemas. Eles precisam agir sobre o ciclo da solução de problemas integralmente (Figura 2).
2.4.3 Método de Cochran
Segundo Cochran (2002), a essência da melhoria contínua é a habilidade de resolver
problemas de maneira efetiva. Quando um problema real – ou possível – surge, sua causa-raiz
é primeiramente identificada e, então, toma-se uma providência para eliminá-la.
Modelo proposto por Cochran:
1. Decidir qual problema resolver;
2. Definir o problema;
3. Determinar a causa raiz;

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4. Criar soluções possíveis e escolher a mais provável;


5. Planejar e executar a solução;
6. Verificar eficiência;
7. Comunicar e congratular.

Figura 1 – Método de solução de problemas segundo Campos (1992)

Figura 2 – Método de Slack (2002) adaptado de Cooke (1992)

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3. Método proposto para análise e solução de problemas para curtumes que possuem
ISO/TS 16949:2002
Quando um problema acontece ou vários problemas ao mesmo tempo, senti-se a necessidade
e a obrigação de fazer alguma coisa. Quanto mais cedo ir-se de encontro dele para atacarmos
de alguma maneira, mais fácil torna-se lidar com ele, porém muitas vezes as ações não são
apropriadas e torna-se ineficiente. Diante disto surge a necessidade de ter um modelo próprio
de análise e solução de problemas ou buscar uma ferramenta já empregada. Na figura 3
demonstra o método proposto.

Figura 3 – Modelo proposto para análise e solução de problemas.

4. Aplicação do método proposto para análise e solução de problemas


No fabrico do couro automotivo várias são as ações tomadas para garantir a qualidade do
produto final. Porém como a produção deste artigo é uma inovação na indústria coureira, não-
conformidades ocorridas durante o processo são aparentemente novas e os profissionais
envolvidos ainda não apresentam experiências suficientes. Neste caso específico pegou-se
não-conformidades ocorridas no processo e pós-entrega e aplicou-se o método proposto
(Figura 4).

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Figura 4 – Aplicação do modelo proposto para análise e solução de problema

5 Conclusão
Conforme mencionado, a qualidade do couro é de suma importância para a cadeia produtiva
de derivados de couro. No Brasil, 93% das peles ainda registram problemas, face a um
percentual de 5% nos Estados Unidos

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A ISO/TS 16949:2002 trouxe em sua versão a necessidade formal de que a organização


procure continuamente a melhoria de sua eficácia e eficiência de seu sistema de gestão, de
seus processos e de seus produtos.
Uma vez identificada a necessidade de ter uma ferramenta para análise e solução de
problemas para atender o requisito 8.5.2.1 da Norma ISO/TS 16949:2002, o método proposto
mostrou-se adequado, permitindo não só analisar os problemas ocorridos no processo do
couro automotivo, mas também propor ações imediatas e corretivas para as não-
conformidades observadas.
Na opinião dos autores, é notável que a má qualidade da matéria-prima está diretamente
relacionado a fatores como abate de animais mais velhos e, sobretudo, a ausência de
tratamento adequado do gado. Marcas derivadas da agressão humana, maus tratos, cercas de
arames farpados e transporte inadequado são os problemas mais comuns.
Parcerias devem ser realizadas na cadeia produtiva, entre produtores, frigoríficos e curtumes
com apoio das autoridades federais para que os criadores possam ter orientação técnica e
apoio financeiro para produzir, não só carne, mas o bovino como um todo, as transportadoras
precisam ser orientadas e estimuladas a preservar o couro dos animais por eles transportados,
os frigoríficos precisam ser atingidos pela informação, orientação e pela adoção rotineira de
processo de comercialização, e as indústrias de couros precisam associar-se ao governo e
investir em programas de melhoria da qualidade do couro.
A competitividade do setor coureiro deve ser baseada na qualidade da matéria-prima, na
redução de custos, na gestão e nos processos de produção mais eficientes e na melhor
qualificação da mão-de-obra..
Referências
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CAMPOS, Vicente Falconi. (1992) - TQC Controle da Qualidade Total. Bloch. Rio de Janeiro.
COCHRAN, Craig. Seis Fundamentos para a solução de problemas. Revista Banas Qualidade, Ano XII, ed.
131, abril de 2003, pág. 20 a 24. Traduzido por Alencar, Cinthia Garcia.
MELLO, Carlos Henrique Pereira. (2001) - ISO 9001:2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade para a
Operação de Produção e Serviço. Atlas. São Paulo.
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http://www.bndes.gov.br/conhecimento/bnset/set1603.pdf – capturado em 05 fev 2004.
SLACK, Nigel. (2002) – Vantagem competitiva na manufatura: atingindo competitividade nas operações
industriais. Atlas. São Paulo.

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