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Capítulo I
A Pergunta de Muitos
Quem é Deus? Como conhecê-LO? Onde achá-LO? Como obedecê-LO? São perguntas
que normalmente nos fazem e que são peculiares à existência de todos os homens.
Estejam onde estiverem, perguntam as mesmas coisas. Seja na tribo mais longínqua,
na comunidade mais primeva, na Antártida mais gelada, no Tibet mais pobre, na
cidade mais neurotizante e massificada, a pergunta, no entanto, é a mesma. Fazem-
na uns enquanto pesquisam nos laboratórios mais sofisticados do mundo científico.
Outros, depois de um exaustivo dia de trabalho numa cidade mecanizada e
alienadora; outros, no oriente religioso, e outros, ainda, conscientemente deixam de
fazê-la, mas seus gritos frenéticos de desespero, na busca incessante de encontrar
razões para a existência, revelam tal inquirição em meio à profunda inquietação
espiritual que essa pergunta causa enquanto não lhes vem a resposta.
Pensamentos Indefinidos
Considere-se agora outro sistema totalmente oposto ao que há pouco foi abordado.
Digo totalmente oposto referindo-me muito mais à área de sua existência no contexto
mundial do que propriamente aos efeitos oriundos de sua prática, porque tanto ele
como o panteísmo trazem influências semelhantes no que tange à pouca importância
dada ao pessoal, individual e particular na existência e à total atenção dada à
unidade, ao coletivo e impessoal. Refiro-me ao comunismo.
Nesse sistema, o homem não tem valor individual, mas apenas como membro de
uma sociedade. E para que revele valores reais na sociedade, necessário é que ele
entenda que a vida na área do ser humano só tem significado político-existencial e
que fora da máquina política o homem não tem qualquer valor transcendental, pois é
apenas um animal social, sem qualquer elemento imaterial na sua existência e
personalidade.
Não havendo respeito pela dignidade particular do homem, pelos seus anseios, por
sua paz interior nem pela satisfação existencial e valorização do individual, mata-se,
elimina-se e debulha-se o próprio homem, em nome da seleção dos mais aptos para
a existência coletiva. Como conseqüência dessa ideologia, Deus, como ser pessoal, é
colocado fora da existência do cosmo, para que a ideologia do impessoal, aliada ao
estatal, possa sobreviver no coração dos homens, num autêntico suicídio da razão, da
poesia e da pessoalidade.
Levanto, no entanto, uma questão: Qual o homem que já encontrou significado para
a existência num cosmo sem um ponto infinito como referência para o finito?
Estou convencido do fato de que o homem não mudou nos seus anseios interiores.
Mudaram os rótulos, as palavras, as roupas, o ambiente e os costumes aparentes,
mas os anseios básicos continuam os mesmos. Há três mil anos atrás exclamava o
homem: "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim por ti, ó Deus,
suspira a minha alma." A forma poética mudou, o ambiente comum da vida do
homem também, mas o anseio continua sendo o mesmo. Trata-se apenas de uma
nova forma de poesia e não de uma mutação de valores humanos, dado que não
mudamos interiormente.
Ouçamos Solzenitsyn, no século da bomba, exclamar: "No coração de cada homem
russo há um vazio do tamanho de Deus." Consideramos ser desnecessário
estabelecer um paralelo entre o homem do passado e o homem do século XX, ainda
porque não nos sobra tempo nem espaço na presente discussão. Todavia, apelamos
para a simplicidade dos que nos lêem, no sentido de que recebam essa premissa da
imutabilidade dos anseios básicos do coração humano como algo estabelecido e
comprovado, para que, sobre esse alicerce, ergamos o edifício da faculdade do
conhecimento de Deus!
Há um livro cujos relatos nos dão notícia da comunhão que o homem, nas mais
diferentes fases da história, manteve com o seu Criador. Trata-se do livro
mundialmente chamado "A Bíblia". É assim intitulado por ser a reunião de vários
livros harmônicos proclamando a sabedoria de Deus, os seus decretos, os seus juízos
e os seus propósitos para com o homem.
Na Bíblia, encontramos algumas matérias básicas para a faculdade do conhecimento
de Deus. São quatro canais da revelação divina: dois naturais e comuns à percepção
de qualquer homem; dois especiais, ligados à investigação pessoal de cada homem.
Bom é, então, que nos despertemos para o conhecimento de Deus, visto que este é o
fato mais importante na existência do homem. Você precisa desta contundente
resposta para corresponder à exigência do seu espírito insatisfeito!
Capítulo II
A Bíblia ensina, no Salmo 19:1, que: "Os Céus proclamam a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra de suas mãos. Um dia discursa a outro dia e uma noite
revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem nem há palavras e deles não se
ouve nenhum som, no entanto, por toda terra se faz ouvir a sua voz e as suas
palavras até aos confins do mundo."
A natureza tem consigo uma mensagem do Deus Criador, Eterno e Sublime. Paulo,
apóstolo do cristianismo primitivo, declara em Romanos 1:20: "Porque os atributos
invisíveis de Deus, assim como o seu eterno poder e também a sua própria divindade,
claramente se reconhecem desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio
das coisas que foram criadas." Dando prosseguimento à declaração feita acima, Paulo
diz que os homens, conquanto tivessem conhecimento de Deus, não o glorificavam
como Deus, sendo por isso indesculpáveis diante de Deus.
A Monumental Demonstração
A Artística Demonstração
A Rigorosa Demonstração
Sem dúvida alguma a natureza traz consigo uma mensagem do seu Criador, e
alienar-se de tal revelação natural é, no dizer do apóstolo Paulo, estar indesculpável
diante de Deus.
Pobre do homem que rompe relações com Deus, ainda que tais relações sejam as
expressas na reverência que lhe devemos em razão do seu poder manifesto nas
coisas criadas. Olhemos, por exemplo, para Darwin, que reconheceu várias vezes em
seus escritos que duas coisas se iam apagando em sua mente à medida que
envelhecia: a primeira delas era sua alegria e satisfação pelas artes e a segunda, sua
alegria pela natureza. Isto é deveras desconcertante! Darwin emitira a teoria de que
a natureza, incluindo o homem, está baseada apenas no impessoal mais o tempo e a
casualidade. E, no final de sua vida, reconhece que isto tivera nele uma repercussão
negativa.
A dificuldade em explicar a natureza e o homem através do tempo vezes o acaso foi o
que levou Darwin a declarar em sua autobiografia e em cartas publicadas por seu
filho o seguinte: "Com a minha mente não posso crer que essas coisas venham ao
acaso." Já velho, disse isso muitas vezes! Em duas ocasiões, acrescentou esta
estranha nota: "Em meu intelecto, sei que isto não pode ser verdade, mas meu
intelecto é como o de um macaco, e quem pode confiar em semelhante intelecto?"
Isto levanta um grande problema. Com esse raciocínio, como poderíamos aceitar
quaisquer conclusões da mente humana, inclusive a própria teoria de Darwin?
Permitam-me, dentro deste contexto, inserir a narrativa de Francis Schaeffer, escritor
suíço, analisando a atual teoria do tempo vezes o acaso: "A ironia de tal situação é
representada por um evento acontecido a John Cage, compositor moderno que
escreve música através da teoria do acaso e seleção ao acaso. Certa vez Leonardo
Bernstein pôs à sua disposição a Orquestra Filarmônica de Nova York. Cage dirigiu
sua própria música ao acaso e quando terminou e começou a se curvar em
agradecimento, pensou ter ouvido vapor escapando do aquecedor. Então percebeu
que eram os músicos que o estavam vaiando. Como expressa John Cage, esta foi
uma traumática experiência. Mas tenho pensado com freqüência no que gostaria de
ter dito aos músicos naquela noite. Tenho certeza de que se alguém convivesse uma
hora com aqueles músicos teria chegado à conclusão de que a maioria deles,
filosoficamente, acreditava exatamente no que John Cage cria - que o universo
começa com o impessoal somado ao tempo e ao acaso. Por que estavam vaiando,
então? Porque não gostaram dos resultados do seu próprio ensinamento quando o
ouviram na base em que eram sensíveis; estavam vaiando a si próprios."
Vejamos a razão de tal concepção absurda narrada honestamente por um dos seus
pais filosóficos. Aldous Huxley confessa sua parcialidade, numa sincera declaração de
seus motivos ateus, em um dos seus livros (Fins e meios, pág. 270), onde escreve:
"Eu tinha motivos para desejar que o mundo não tivesse finalidade;
conseqüentemente, assumi que ele não a tivesse e fui capaz, sem muitas
dificuldades, de encontrar razões satisfatórias para essa suposição. O filósofo que não
encontra nenhum significado no mundo não está preocupado exclusivamente com um
problema de mera metafísica, mas sim em provar que não há razão válida para que
ele não possa fazer aquilo que bem entender fazer; ou para que seus amigos não
possam se apoderar do poder político e governar da maneira que acharem mais
vantajosa para si mesmos... Quanto à minha própria pessoa, a filosofia de não haver
significado no universo foi essencialmente um instrumento de libertação sexual e
política." Não é comum encontrarmos tão honestas confissões de alienamento
deliberado.
De fato, há uma total incompatibilidade entre a teoria do tempo vezes o acaso em
relação a tanta grandeza, beleza, poesia e ordem existentes no universo. Depois
disso, há o fato que mais sufoca tal conceito destituído de sensibilidade: é a
dignidade do homem e a sua sensibilidade para tudo o que é belo e poético, sendo
isso conseqüência de ter sido feito à imagem e semelhança de Deus, que é um ser
pessoal e infinito.
É inalienável o fato de que a natureza prega uma vigorosa mensagem a respeito de
Deus.
Como indivíduos, membros de uma sociedade que a passos gigantescos torna-se
tecnológica em quase todas as suas áreas, não devemos nos robotizar em
programações fechadas no sistema homem-máquina. Olhemos ao redor e nos
lamentemos, mas não com as lamentações dos omissos, e sim com o propósito
daqueles que agem na direção da preservação da natureza.
Saibamos, no entanto, o seguinte: no programa do amor divino, a natureza não traz
a mensagem da plena identificação do homem com Deus, mas sim a pregação da
existência real do Criador, que pode, em sendo conhecido pessoalmente, satisfazer
totalmente às necessidades básicas do espírito perscrutador da criatura humana.
Volvamos os nossos olhos para outro canal da revelação comum da existência do
Criador, conforme linhas adiante.
Capítulo III
As piores prisões e flagelos que um homem pode sofrer são aqueles que a
consciência ferida lhe impõe.
Não há prisão tão fria e suja que possa ser comparada com a acusação promovida
pela consciência ferida de um homem honesto, que, momentaneamente, se desviou
da coerência e da integridade. Já houve quem dissesse: "Não sei o que é a
consciência de um homem desonesto. Desonesto não o sou, mas a consciência de
um homem honesto é horrível!"
Violentá-la é violentar-se a si próprio; aniquilá-la é destruir-se por dentro; calá-la é
reconhecer que o silêncio deprime: cauterizá-la é decretar o futuro estado animalesco
da própria existência!
As normas da consciência são pronunciadas ao rei que governa sem piedade e ao
mendigo que rouba por estar com fome, pois a própria consciência não se acovarda
diante de um nem é conivente diante do outro.
A consciência pode ser amiga fiel ou inimiga implacável, dependendo da coerência
que houver entre a sua voz e as atitudes humanas.
Se a deixarmos falar, ela é como um sábio que no decorrer nos anos desdenha da
insensatez e aplaude a verdade. É guia no labirinto dos enganos. É fio de prumo
mostrando as edificações tortuosas que edificamos. É juiz pronunciando sentenças só
revogáveis mediante sincero arrependimento do réu. Onde houver a coerência entre
as suas normas e a conduta humana ela estará sossegada, mas ao menor gesto no
sentido de rebelião interior, levanta-se ela qual guerreiro defensor da verdade,
brandindo sua espada no ar, não se importando com a posição social ou intelectual
do rebelado, porém com a disciplina que ele merece.
Capítulo IV
Deus se revelou nas Escrituras. Ele tem dois manuais: um é comum à existência de
todos os homens e manifesta-se de modo natural, sintetizado na natureza e na
consciência e também chamado de revelação natural; outro, é o manual da
revelação.
No manual da revelação Deus se manifestou verbalmente, e essa palavra
pronunciada sobreviveu a todos os ataques e golpes da pena humana. Resistiu aos
assaltos dos céticos, agnósticos e ateus, e jamais se curvou diante das descobertas
científicas. Continua suprema na sua forma e na sua essência, e quanto mais
numerosas são as descobertas arqueológicas ou científicas, mais se apresenta
comprovadamente idônea.
Perseverantemente os autores da Bíblia declaram que Deus lhes falou. Duas mil vezes
no Antigo Testamento encontra-se Deus falando aos antigos e sinceros profetas de
Israel. No Pentateuco, que são os cinco primeiros livros, encontramos frases como
estas:
"O senhor Deus chamou Adão e disse:"
"O Senhor disse a Noé".
"Deus falou a Israel."
"Disse Deus."
"O Senhor falou dizendo."
"O Senhor ordenou."
"A palavra do Senhor."
"Ouvi a palavra do Senhor."
"Assim diz o Senhor."
"A palavra do Senhor veio a mim."
"Pus minhas palavras em tua boca."
A coerência das afirmativas desses homens, bem como o cumprimento exato de suas
profecias, afasta por completo a acusação de que eles eram mentirosos ou loucos em
delírios e alucinações.
Em II Timóteo 3:16, encontramos a seguinte declaração: "Toda Escritura é inspirada
por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação
na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado
para toda boa obra." Esta foi a repercussão das Escrituras no interior do apóstolo
Paulo, homem culto e bem-dotado mentalmente. Vejamos agora o que Pedro,
homem simples e sem instrução acadêmica, pescador convertido ao Evangelho, nos
declara sobre o assunto: "Sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da
Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi
dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo." Pedro era um pescador acostumado a resultados
práticos e palpáveis, mas se mostrava confiante e dependente da realidade e
inspiração das escrituras, sendo isso também resultado da sua própria experiência
com ela.
Falar em nome de Deus não é, como muitos pensam, missão fácil e tranqüila. Sou
muito agradecido a Deus pela liberdade religiosa que gozamos no Ocidente, mas há,
na presente geração, milhares de homens e mulheres que sofrem nos países atrás da
Cortina de Ferro por sua fé e pela mensagem proferida em nome de Deus!
Na antigüidade, a perseguição não era menor, mesmo não sendo aquele um mundo
cético quanto aos valores espirituais da existência. Entretanto, havia total
incompatibilidade entre a mensagem pregada em nome do Senhor e a vida dissoluta
que os homens viviam. Essa foi a razão da perseguição ou mesmo da morte de
muitos profetas na antigüidade, mas a valentia, a intrepidez e a perseverança desses
homens diante dos mais cruéis martírios trouxeram-nos a prova de que a mensagem
por eles anunciada era digna de ser sustentada como verdade, ainda que a resultante
fosse a morte, sabendo nós, inclusive, que ninguém morre por aquilo que
conscientemente julga ser uma mentira.
Há ainda o aspecto científico da exatidão das Escrituras. Vejamos o que diz o doutor
Henri Morris sobre o assunto: "No passado, era costume da alta crítica atacar tudo
quanto está mencionado na Bíblia, taxando-o de não-histórico, escrito muito depois
de os supostos eventos terem ocorrido, ou, por que não, simplesmente fabricado pelo
escritor. Entretanto, desde que começaram a ser acumuladas as descobertas
arqueológicas, em verdadeira multidão, nestes últimos 75 anos, o pêndulo está
balançando para outro extremo, e a Bíblia é considerada, até mesmo por aqueles que
não acreditam na sua inspiração, como um Livro digno de confiança em alto grau, do
ponto de vista histórico."
Sabemos que na cultura tecnológica do Ocidente os números vão se tornando
sinônimo de verdade. Diante deste fato, lançaremos agora provas matemáticas de
que as Escrituras e as profecias bíblicas são dignas de crédito, e não somente isto:
são também inspiradas por Deus, constituindo-se assim em um dos canais da
revelação do conhecimento de Deus para o homem. Damos, então, a palavra ao dr.
Morris: "Existem mais de trezentas profecias no Antigo Testamento que foram
cumpridas por Cristo na ocasião de sua primeira vinda. Na tentativa de determinar a
significação científica desses cumprimentos proféticos, certo matemático do estado
da Califórnia, nos Estados Unidos da América, o professor Peter Stoner, fez
interessante experiência com uma de suas classes. A cada membro da classe foi dada
uma profecia messiânica particular, para ser estudada com o propósito de determinar
a probabilidade estatística de como aquele evento especial poderia ter sido predito
sem o concurso da inspiração sobrenatural. Por exemplo, a profecia de Miquéas 5:2
diz que o Messias nasceria em Belém. Não havia mais motivo para essa aldeia ser
escolhida do que qualquer outra aldeia em Judá. Por conseguinte, sua possibilidade
de cumprimento por acaso é conseguida com a divisão pelo número das aldeias
existentes em Israel naquele tempo. Dessa maneira, as probabilidades de
cumprimento foram determinadas para cada uma das 48 profecias messiânicas."
(Obs.: O dr. Morris refere-se às profecias que, de um modo objetivo, são
reconhecidas como cumpridas claramente nas narrativas da vida de Jesus; no
entanto, há uma sem-número delas que se cumpriram também no primeiro advento
do Messias.)
"Ora as leis da probabilidade matemática mostram que a probabilidade das diversas
ocorrências por acaso, independentes uma das outras, de serem realizadas
simultaneamente, é igual ao produto das probabilidades das diversas ocorrências
individuais. Assim, a probabilidade de todas essas 48 profecias se terem cumpridos
simultaneamente em um indivíduo, o Messias e Salvador prometido, foi calculada
como o produto de todas as probabilidades separadas. E o professor Stoner descobriu
que a probabilidade resultante é a probabilidade entre o número que se escreve com
o algarismo 1 seguidos por 181 zeros. Para percebermos a significação desse número
tremendo, poderíamos imaginar uma enorme bola composta de elétrons solidamente
amontoados. Os elétrons são as menores entidades que conhecemos. Seriam
necessários 2,5 milhões de bilhões deles para fazer uma linha com uma polegada de
comprimento.
A maior coisa que conhecemos a respeito é nosso Universo físico, com cerca de
quatro bilhões de ano luz de diâmetro (um ano luz é a distância que a luz viaja
durante um ano, à velocidade de mais de trezentos mil quilômetros por segundo).
Entretanto, nossa bola de elétrons compacta deveria ter um diâmetro cerca de
quinhentos quatrilhões de vezes maior que o diâmetro de nosso Universo.
Um desses elétrons seria a seguir destacado entre os demais, e então a massa inteira
seria agitada completamente. Seria então enviado um homem de olhos vendados
para encontrar dentre a enorme massa o elétron marcado. A probabilidade que ele
teria de selecionar o elétron correto, na primeira tentativa, seria, em termos
redondos, equivalente à probabilidade de que essas 48 profecias referentes ao
Messias tivessem tido seu cumprimento sem o concurso da inspiração sobrenatural e
divina." (Morris)
Tivéssemos nós tempo, e entraríamos em interessantes descobertas arqueológicas,
que tornam patente que as Escrituras não são simples registros históricos, mas sim a
própria palavra de Deus, em face de sua autoridade e também do cumprimento de
todos os seus veredictos pronunciados à história e aos homens.
Cumpre-nos dizer que as Escrituras não apenas testemunham e revelam a natureza
santa do Criador, mas também orientam o inquiridor sincero até a revelação pessoal
de Deus, que está em seu Filho, Jesus Cristo, sendo Ele próprio a imagem do Deus,
invisível, o Primogênito de toda a criação.
Olhemos então para a revelação pessoal de Deus e conheçamo-LO intimamente
através dela.
Capítulo V
O professor T.W. Manson expressou sua opinião sobre o fascínio da vida de Jesus
com as seguintes palavras: "Um dos aspectos mais surpreendentes da vida intelectual
nos últimos dois séculos é o interesse ininterrupto na vida e no ensino de Jesus e um
esforço contínuo para descobrir os fatos e avaliar sua significação. Pensar-se-ia que,
logicamente, em um campo cultivado de modo tão diligente, por um período tão
longo, nada mais haveria para ser feito e pouca novidade a ser revelada. É de
espantar, porém, que esta expectativa razoável seja constantemente negada pelo
que acontece."
Jesus é a pessoa histórica mais importante que já existiu.
Seu nascimento dividiu a história; Seu ensino revolucionou os costumes de dois
terços do mundo existente, ainda que boa parte dessa influência tenha sido distorcida
ou mesmo paganizada.
Quem é Ele?
A pessoa de Jesus nunca foi nem será abandonada pelos homens. Há perguntas
sobre Deus irrespondíveis para os homens que podem ser respondidas pelo próprio
Deus. Um número incontável de pessoas tem afirmado que "nEle estão ocultos todos
os tesouros da sabedoria e do conhecimento", e todos os que assim pensam também
afirmam: "nEle habita corporalmente toda plenitude da divindade." (Col. 2:9)
No Evangelho de João, capítulo I, versículos 1 e 2, encontramos o que segue: "No
princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle e sem Ele nada
do que foi feito se fez." Concluindo seu pensamento sobre a existência anterior à
matéria, João declara: "E o Verbo (Aquele que existe antes da matéria) se fez carne e
habitou entre nós cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória como a do
Unigênito do Pai." (Jo. 1:14)
Mas as maiores afirmativas do cristianismo não foram feitas pelos discípulos de Jesus,
e sim por ele próprio.
As reivindicações feitas por Jesus assombram os filósofos, causam inquietação nos
céticos, contradizem fundadores de religiões outras e acalentam os corações de
milhares de homens de fé.
O cristianismo está inseparavelmente ligado ao seu Fundador, o que não acontece
com as outras religiões existentes no mundo.
Há sobrevivência para o budismo sem a pessoa de Buda, para o confucionismo sem
Confúcio, para o maometismo sem Maomé. Aliás, foi isso mesmo o que declarou um
dos mais fervorosos discípulos de Maomé, quando este morreu em Medina. O povo
de fé islâmica encontrava-se desolado com a morte do profeta do Corão. Todos
lamentavam como por um sonho cheio de esperanças que se desfizera com a
realidade do despertar, mas Bila, servidor ardoroso do Islã, subiu no alto da Mesquita
de Medina e de lá gritou em alto e bom som para todo o povo: "Maomé está morto.
Quem colocou fé em Maomé, com ele também morreu, mas Alá continua vivo e os
que nele têm posto fé continuarão vivendo." Inserimos esta declaração de Bila no
contexto, mas não concordamos com o fato de que um deus criado pela imaginação
humana, como foi o caso de Alá na sua relação com Maomé, possa satisfazer os
exigentes anseios do coração humano.
O conceito que o Corão, livro dos maometanos, nos traz de Deus é o seguinte: "um
Deus totalmente afastado dos homens, caprichoso em todos os seus atos,
responsável tanto pelo bem como pelo mal." Este conceito não satisfaz o espírito
sedento por uma relação pessoal com o seu Criador. Gostaríamos também de citar
declarações de pessoas verdadeiramente insatisfeitas nesse sistema filosófico-
religioso, bem como em muitos outros sistemas, mas a escassez de tempo não nos
permite fazê-lo.
Dos grandes líderes religiosos do mundo, só Cristo declara que é Deus.
A ênfase que é dada às demais religiões do mundo não se prende aos seus
fundadores, mas aos seus ensinos. Este não é o caso de Jesus. Ele fez de Sua própria
pessoa e obra o ponto central dos seus ensinamentos.
Thomas Carlile, historiador e filósofo do século XIX, afirmou: "Se se perder a doutrina
da divindade de Cristo, o cristianismo desaparecerá como um sonho." Outra
declaração extraímos do dr. W. H. Griffith Thomas, que chegou a ser diretor da
Wycliffe Hall, Oxford: "O cristianismo é a única religião do mundo que permanece na
pessoa do seu Fundador."
A pessoa e a obra de Jesus são a rocha inabalável sobre a qual o cristianismo está
fundado. Sem Cristo, o cristianismo faleceria de tristeza e fraqueza. Cristo é o centro.
Tudo em redor é circunferência.
A diferença básica entre a mensagem de Jesus e a das outras religiões está no fato
da relação do homem com o seu Criador. Nas outras religiões do mundo encontramos
os homens se esforçando para alcançar a Deus. No cristianismo, encontramos Deus
alcançando o homem e relacionando-se de modo pessoal e em plena identificação
com ele.
O dr. D. T. Niles, do Ceilão, declarou: "Nas outras religiões, as boas obras são 'a fim
de'. No cristianismo, as obras são 'o portanto'. Noutras religiões, as obras são os
meios pelos quais a pessoa espera ganhar a salvação. No cristianismo, a salvação se
recebe como um dom gratuito através da obra completa realizada por Cristo, e o
'portanto... das obras vem a ser o imperativo do amor de Deus'. Como alguém já
disse: 'As outras religiões são: faça'. O cristianismo é 'feito'."
A mensagem de Jesus é: "Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido." É uma
pregação da preocupação de Deus com as suas criaturas, dotadas de existência
pessoal, e o Seu imenso desejo de se relacionar com elas em amor.
Ainda que os efeitos práticos do cristianismo possam ser reconhecidos na base
existencial do dia a dia, não queremos apelar para um pragmatismo sem explicações.
Desejamos, a partir desta hora, olhar para as reivindicações que Jesus fez para si
próprio. Citamos nesta oportunidade H. P. Liddon, um antigo erudito e chanceler da
Catedral de São Paulo: "Sua mais espantosa revelação não foi Ele próprio." Vejamos
as reivindicações das palavras de Jesus.
Palavras Inimitáveis
Obras Inigualáveis
A ressurreição física de Jesus Cristo tem sido, no curso de dois mil anos de
cristianismo, a rocha sobre a qual repousa o bem fundado alicerce da fé cristã.
Não se trata de um fato criado pela mente nervosa dos discípulos, como tão
freqüentemente tem sido suposto por alguns homens céticos ou disfarçados com a
máscara da altivez intelectual, afirmando que não podem crer, como verdade
histórica, num fato presenciado por homens antigos e não intelectualizados pela
academia da cultura da época em que viveram.
Várias teorias têm sido levantadas por muitos que não querem se envolver com a
ressurreição de Jesus, ou que conscientemente nela não crêem.
Vejamos estas muitas teorias de um modo bem sintético, porém sem prejuízo dos
argumentos necessários a serem expendidos.
A primeira é a teoria do corpo roubado. Sustentada inicialmente pelas autoridades
judaicas, na tentativa de explicarem as afirmativas que os discípulos faziam a respeito
da ressurreição de Jesus. Esta teoria foi mais tarde defendida pelo escritor Raimarus
e outros. Porém nunca foi considerada, no campo da investigação histórica, como
algo sério, em face do caráter idôneo e bem conhecido de todos os apóstolos e
também de suas mortes pavorosas, em razão do testemunho vibrante que davam da
ressurreição de Jesus.
A segunda teoria é a do túmulo errado. Este argumento foi defendido por Kirsopp,
mas é tão inconsistente que um simples esclarecimento pode derrubá-lo por
completo. Quando eu e minha esposa estivemos em Israel, nos familiarizando com a
geografia bíblica, observamos e também fomos informados que não há em todas as
imediações do Monte Calvário nenhum outro túmulo, a não ser o do Jardim onde
Jesus foi posto, sendo este um túmulo particular outrora pertencente a José de
Arimatéia, não havendo, por isso, possibilidade de erro quanto ao túmulo.
A terceira teoria é a da visão. Pregada fervorosamente por Strauss, afirma que os
discípulos criam tão firmemente na ressurreição que começaram a ter alucinações
individuais, as quais foram sendo narradas em reuniões mantidas com freqüência
após a morte de Jesus, e então, no decorrer do tempo, elas foram sendo escritas
como acontecimentos coletivos. Essa teoria, no entanto, defronta-se com dois
grandes problemas: o primeiro é que a ressurreição de Jesus foi algo admitido contra
a vontade, até mesmo com reações ditadas pela incredulidade, dos próprios
discípulos, fato que pode ser notado em todas as narrativas dos evangelhos, tendo,
inclusive, como tema básico para tal afirmativa as palavras de Tomé, quando disse:
"Se eu não vir nas Suas mãos o sinal dos cravos e no Seu lado não puser o meu
dedo, de modo nenhum acreditarei." O segundo aspecto é que alucinações não são
padronizadas e ordenadas na área da manifestação individual, quanto mais na
ocorrência coletiva como foi no caso dos discípulos.
A quarta teoria é a do longo desmaio. Esta postula que Cristo não morreu, tão-
somente desmaiou e, tendo sido posto num túmulo fresco, restaurou a consciência e
de lá saiu aparecendo aos seus discípulos, que o tiveram como ressuscitado.
A respeito desta teoria dizia o crítico alemão David Strauss, que, diga-se de
passagem, não acreditava na ressurreição, como já foi mencionado na teoria da
visão: "É impossível que alguém que acabava de sair da sepultura, semimorto, que
vinha se arrastando fraco e doentio, que se achava necessitado de tratamento
médico, de ataduras, de fortalecimento, de minucioso cuidado e que por fim
sucumbira ao sofrimento, pudesse jamais ter causado nos discípulos a impressão de
que Ele era o vencedor da morte e da tumba, que Ele era o príncipe da vida. Isto
formaria a base do futuro mistério deles. Uma ressurreição assim só poderia ter
enfraquecido a impressão que Ele havia causado neles em vida e na morte - ou, no
máximo, poderia ter dado a tal impressão um aspecto melancólico -, mas não
poderia por nenhuma possibilidade ter mudado sua tristeza em entusiasmo ou
elevado sua reverência ao nível da adoração!!!"
Sem que possa valer a pena mencionar detalhadamente, há ainda as seguintes
teorias: a do telegerama, a lendária e a hiperbólica, mas estas, menos que as
anteriores, não têm virtude crítica que se esboce diante da realidade dos fatos
apresentados pelos historiadores cristãos.
A ressurreição de Jesus Cristo aconteceu de modo sobrenatural e objetivo em razão
dos seguintes fatos: 1º) Cristo morreu - e tal veredicto foi sacramentado quando os
soldados romanos lhe enfiaram uma espada no coração, já depois de ter sido dado
como morto. (Jo. 19:31-37); 2º) O sepultamento de Jesus foi físico. O corpo de Jesus
foi sepultado no tempo e no espaço, conseqüentemente, foi um evento histórico...!
(Jo. 19:38-42); 3º) O túmulo de Jesus ficou vazio. Este fato foi testemunhado pelos
soldados romanos que guardavam o túmulo e pelas mulheres que o visitavam na
hora da manifestação dos anjos aos guardas romanos. Foi também testemunhado
por Pedro, João e por Maria Madalena, posteriormente. No entanto, há evidência
física de que a ressurreição se deu no corpo de Jesus e não na área do espírito e do
subjetivismo. Pedro e João puderam observar, quando entraram no túmulo, que os
lençóis de linho que envolviam o corpo de Jesus estavam em perfeita ordem,
tornando patente a manifestação mais que ordenada do corpo passando através dos
lençóis, e não se desenrolando deles, como seria normal na área comum das
possibilidades humanas.
A mensagem bíblica da ressurreição apresenta-se como corporal e,
conseqüentemente, histórica e digna de crédito.
A dessemelhança da ressurreição está em suas propriedades manifestadas.
Depois de ressuscitado, Jesus revelou-se em ambientes fechados, sem que, para
entrar, tenha feito uso de portas e janelas. No entanto, em algumas narrativas da
ressurreição vemos O Ressuscitado alimentando-se com alimentos do uso comum,
tais como: peixes e pães. Encontra-se, entretanto, no livro The Truth of Christianity
Series, a seguinte declaração: "Nenhuma substância material, porta ou qualquer
outra coisa, é realmente sólida. Existem sempre espaços entre as moléculas, de modo
que um corpo atravessar outro não é coisa mais difícil de imaginar do que um
regimento passar por outro, marchando, num desfile militar, e se o regimento
contivesse tantos homens quantas moléculas existem numa porta, provavelmente
pareceria tão sólido quanto ela. Além disso, o corpo ressuscitado de Cristo, ainda que
possuindo algumas propriedades materiais, é representado como tendo sido
espiritual, e a maior aproximação de uma substância espiritual de que temos
conhecimento científico é o éter, que também parece combinar propriedades
materiais e imateriais, mostrando-se em algumas particularidades mais um sólido do
que um gás. Pode, no entanto, atravessar todas as substâncias materiais, e isso
certamente nos impede de declarar inacreditável que o corpo ressuscitado de Cristo
passasse por portas fechadas. Na verdade, por tudo quanto sabemos, pode ser uma
das propriedades de seres espirituais a de atravessar substâncias materiais (como
fazem os raios-x) e se mostrarem em geral invisíveis, mas, ainda assim, serem
capazes, se o desejarem, de assumir algumas das propriedades da matéria, tais como
se tornarem visíveis ou audíveis. Na verdade, a menos que sejam capazes de fazê-lo,
é difícil ver como pudessem manifestar-se. E uma pequena alteração nas ondas
luminosas vindas de um corpo o tornariam visível aos olhos humanos, estando fora
de dúvida dizer que Deus, o Onipotente, não pudesse operar tal transformação num
corpo espiritual. Embora um corpo assim fazer-se tangível ou ingerir alimentos não
seja realmente mais maravilhoso do que se tornar visível ou audível, porquanto
quando ultrapassamos a fronteira entre o natural e o sobrenatural tudo é misterioso."
Esta longa citação visa tão-somente demonstrar como, na presente ordem de coisas,
há elementos interessantes, que elucidam basicamente o fato da ressurreição como
algo real no espaço físico.
Não estamos, no entanto, afirmando que as coisas se desenrolaram no campo
científico-experimental, mas sim que não há necessidade para tanto ceticismo,
quando na área experimental da ciência há um similar, ainda que ofuscado pelo
brilho majestoso de tudo quanto envolveu o corpo ressuscitado de Jesus.
A realidade da ressurreição de Jesus perpetrou-se de forma tão soberana na vida de
suas testemunhas que nem o Coliseu, o Capitólio, as Catacumbas, as perseguições
romanas e a fogueira puderam calar a mensagem que revolucionou o mundo!
Encontramos mais historicidade a respeito do evento quando lemos de Josefo, histo-
riador judeu, na época do século I d.C., o seguinte: "Levantou-se por este tempo
Jesus, homem sábio, se é lícito chamar-lhe homem, pois realizava obras
maravilhosas, um ensinador de homens que recebem a verdade com prazer. Ele
persuadiu a segui-LO muitos judeus e muitos gentios. Ele era o Cristo. E quando
Pilatos, a pedido dos principais homens entre nós, O condenou à cruz, aqueles que O
amavam a princípio não O abandonaram; pois Ele apareceu-lhes vivo de novo ao
terceiro dia; como os profetas divinos tinham predito estas e dez mil outras coisas
maravilhosas a respeito dEle."
Houve 13 aparições de Jesus no espaço de quarenta dias, sob todas as condições e
circunstâncias concebíveis. Ele foi visto no Jardim do túmulo na manhã da
ressurreição; pelas mulheres de caminho para casa; por dois discípulos no caminho
para uma cidade chamada Emaús, tendo Jesus andado com eles alguns quilômetros;
pelos seus discípulos no mesmo dia à noite no cenáculo onde estavam reunidos; pelo
mesmo grupo uma semana depois, incluindo a presença de Tomé; em um monte da
Galiléia, e mais tarde, também, a sete deles no Mar da Galiléia, numa das praias da
cidade de Tiberíades; foi visto também por Tiago, por Pedro e finalmente por mais de
quinhentas pessoas, que na época em que Paulo escreveu a primeira epístola aos
Coríntios ainda estavam vivas para contar a história, se necessário fosse.
Certamente se aquela fosse uma época que oferecesse os recursos que a tecnologia
atual põe à disposição do homem, tais como máquinas de fotografar e filmadoras,
teriam os discípulos, inevitavelmente, anexado às provas dos seus testemunhos um
material fotográfico para corroborar com as afirmativas que com lucidez faziam.
Independentemente de todas as aparições de Jesus, há também as dos anjos que
anunciaram o evento, inclusive diante dos soldados romanos que guardavam o
túmulo, tendo estes, com assombro, anunciado a realidade do que viram diante das
autoridades judaicas. Torna-se totalmente idônea essa narrativa da aparição dos
anjos, por não contar com o elemento "esperança visual", de inspiração strausiana,
por parte dos guardas romanos.
Negar a ressurreição do Senhor Jesus é ter também que negar credibilidade ao resto
da história humana! Se há um fato histórico comprovado, este é o da ressurreição
física de Jesus, sendo, portanto, necessário um melhor posicionamento diante
daquele que não pode ser negado.
Não temos estado a falar todo este tempo sobre Cristo e suas reivindicações por
sermos apaixonados pela advocacia da causa cristã. Nosso único interesse até agora
tem sido fazer um apelo consubstanciado, com provas e premissas, para que sobre
este escopo racional possamos descansar nAquele que é poderoso para desvendar
todos os segredos de Deus, fazendo com que Este se torne uma pessoa tão íntima
quanto possa haver intimidade entre dois seres pessoais.
Lembrem-se os nossos leitores que falamos dos quatro canais da revelação divina.
Assim, vimos a Natureza, a Consciência, as Escrituras e por último a pessoa de Jesus
Cristo. Voltemos, portanto, depois de termos andado pelos campos variados da
argumentação, a fazer as perguntas iniciais: Quem é Deus? Como encontrá-LO?
Como conhecê-LO? Como obedecê-LO?
Creio que depois dos concisos argumentos apresentados, estas perguntas já não
soam com a mesma conotação do incognoscível como soaram no início deste
pequeno trabalho.
Se você, depois de meditar no proposto neste despretensioso opúsculo, sentiu que
uma porta se lhe abriu, um horizonte se lhe mostrou, e nele o sol que ilumina a
morada do "pessoal e particular" raiou, permita-me dizer-lhe: entre por esta Porta,
contemple este Horizonte e deixe-se iluminar por este Sol, que é Jesus.
Não há razão para que você, como criatura de Deus, viva como se não o fosse.
Também não há razão para que você, como ser criado para comunhão pessoal com
Deus, viva em busca de uma relação impessoal com Ele; e ainda, como ser
programado para a felicidade e a satisfação, viva em total desprogramação
existencial!
Hoje você pode atender a dois apelos. O primeiro é o apelo que o seu próprio espírito
faz através dos sentimentos de angústia, de insatisfação, de irrealização pessoal e do
vazio jamais preenchido por coisa alguma até hoje. O segundo é aquele que é feito
por Jesus, que amorosamente quer revelar-se como Deus Pessoal e Infinito ao seu
coração: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo." Sabendo que este é o grande
desejo de Jesus, cumpre-me ilustrar esta citação, para que você entenda que há uma
parcela de responsabilidade e ação de sua parte também.
No quadro de Holman Hunt, artista inglês e bem conhecido do século XIX,
encontramos o versículo acima citado, com os seguintes motivos e expressões: "No
lado esquerdo do quadro é vista essa porta da alma. Esta bem trancada; suas grades
e pregos estão enferrujados; está ligada e entrelaçada a seus batentes por gavinhas
trepadeiras de hera, mostrando assim que tal porta nunca foi aberta. Um morcego
voa por ali; o limiar da porta tem amoreiras silvestres, urtigas e matos... Cristo se
aproxima dali à noite... Cristo está vestido com o manto real e usa uma coroa de
espinhos. Em sua mão esquerda Ele segura uma lanterna, porque Ele é a luz do
mundo, enquanto Sua mão direita está erguida para bater na porta."
Observe agora um detalhe: não há maçaneta na descrição exterior da porta. Cristo
está batendo porque só no interior da casa há maçaneta para abri-la.
Meu caro amigo, você está no interior da casa. Abra hoje a porta, para que Deus, em
Cristo Jesus, entre em sua existência, concedendo-lhe vida, e vida em abundância.
Tudo quanto você deseja conhecer de Deus, Cristo lhe pode revelar, porque foi Deus
quem disse: "De trevas resplandecerá luz -, Ele mesmo resplandeceu em nossos
corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo." (II
Cor. 4:6) Tendo, portanto, plena consciência da revelação pessoal de Deus, podemos
crer no que está escrito: "Invoca-me e te responderei, anunciar-te-ei coisas grandes
e ocultas que não sabes."
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