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HOBBES EXPLICA!

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Breno Rodrigo de Messias Leite*

Qualquer pessoa civilizada e razoavelmente racional sabe duos egoístas e cruéis em um mundo onde o homem é o
que mesmo em uma guerra alguns valores, como os direi- lobo do homem.
tos humanos e os tratados internacionais, devem ser res-
peitados. Essas mesmas pessoas, que presumo existirem A ausência de uma ordem internacional regulada por leis
no mundo real, também sabem os direitos humanos e os claras e universais, vale dizer, a existência de um ordena-
tratados são as primeiras vítimas. mento constitucional mínimo, e uma autoridade política
capaz de funcionar como um governo civil eficiente, faz
O século XX (e o presente século segue o mesmo cami- com que estas arbitrariedade que assistimos pela TV,
nho) foi um grande laboratório de guerras. As sociedades lemos nos jornais e acompanhamos pela internet continu-
entraram em conflitos armados para combater tiranias em a se perpetuar. Nesse sistema internacional, ninguém
como foi o caso da luta contra o fascismo; para defende- tem autoridade de dizer ao indivíduo-Estado de Israel:
rem seus interesses nacionais como as lutas pela sobera- “cala e consenti. Se atacar o teu vizinho, sofrerá imediata-
nia popular e autodeterminação; e destruir valores de ou- mente a sanção da lei”. A única forma de domar este indi-
tros povos – as batalhas colonialistas e a guerra dos EUA víduo-Estado é reação enérgica de outro indivíduo-Estado
no Afeganistão e no Iraque. com potencial bélico mais avançado, que nesse caso der-
rotaria Israel e faria leviatanicamente o armistício entre as
Em geral, uma guerra é anunciação de violência desuma- partes. (Um exemplo desse feito foi o conflito que envolveu
na que tem acompanhado até hoje a evolução do homem Geórgia, Ossétia do Sul e Rússia).
na conquista do território, como bem retrata as cenas inici-
ais do filme 2001, Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Mas a atual ordem internacional não possui, como diria
Kubrick. Max Weber, este monopólio legítimo da violência, próprio
do ordenamento constitucional dos estados nacionais, a
O final da Segunda Guerra Mundial arquitetou o cenário do não ser quando lhe convém (basta lembrar a ação dos
que se tem chamado de Guerra Infinita no Oriente Médio. Blue Caps da ONU nos inúmeros episódios de genocídios
O conflito do mundo Árabe versus Israel, islamismo versus na África ou da coalizão de países pró-EUA na Guerra do
judaísmo (no modelo de choque de civilizações do recém- Kosovo). Todavia, em se tratando de uma potência militar
falecido Samuel Huntington) tem se colocado como um do porte de Israel (a maior de todo o Oriente Médio), o
grande problema para a compreensão da (des)ordem máximo que uma organização internacional como a ONU
internacional, principalmente, na violação dos tratados pode fazer é suplicar uma trégua imediata e buscar cons-
internacionais e nos constantes desrespeitos aos direitos truir vias diplomáticas para o consentimento.
humanos.
A saída de Thomas Hobbes para por fim as guerras que
Desde o ato de fundação do Estado do Israel (1948), que refletem, ainda, o estado de natureza na ordem internacio-
foi conquistado e legitimado por meio do lobby sionista e nal seria a criação de um governo mundial unipolar – um
pelo impacto do holocausto sobre o povo judeu, os confli- tipo de Leviatã. Esse governo mundial ofertaria a paz e
tos na região só têm de agravado em função da orientação pediria como contrapartida a liberdade dos indivíduos-
expansionista das defensivas/ofensivas militares israelen- Estados.
ses nos territórios árabes. Sendo que toda a expansão
territorial israelense tem sido acompanhada por mega- Certamente, isso pode parecer um absurdo para a com-
projetos de colonização judaica – outra violação explicita preensão da mecânica dos Estados nacionais modernos,
do direito internacional ou, pelo menos, do que restou. mas isso acontece cotidianamente no nosso mundo ordi-
nário. Nós, cidadãos, de certa maneira, renunciamos a
Diante disso, vem um questionamento elementar: o que liberdade infinita (a liberdade que eu teria, por exemplo, de
leva um país como Israel ser democrático na sua política liquidar fisicamente todos os meus inimigos sem aturar
interior e tão antidemocrático na sua política exterior? nenhum tipo de represália legal) para aceitarmos um pacto
de submissão e obediência em uma democracia constitu-
Talvez a resposta da moderna teoria das relações interna- cional. Nós trocamos a possibilidade de um reino da liber-
cionais seja uma importante ferramenta para tentarmos dade pelo potencial reino da paz.
esclarecer este possível paradoxo. A teoria realista das
relações internacionais diz que o sistema internacional é Nessa terapia coletiva, Hobbes explica!
anárquico – como o estado de natureza da metáfora hob-
besiana – e que os Estados comportam-se como indiví- * Mestrando em Ciência Política (UFPA). Belém, 2008.

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