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INTRODUÇÃO
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1. FERIDAS
Uma ferida é um traumatismo dos tecidos do organismo.
• Aspecto ou estádio
Este dá-nos a indicação da fase de cicatrização em que se encontra a ferida, bem
como da presença ou não de alguma complicação.
As Úlceras crónicas quanto ao aspecto podem ser classificadas em:
• Úlceras Necrosada
• Úlcera com células mortas
• Úlcera em fase de granulação
• Úlcera em fase de epitelização
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Úlcera Necrosada – quando uma área de tecido sofre esquémia por algum período de
tempo surge a necrose tecidular. Torna-se uma Úlcera necrosada
que apresenta cor preta ou castanha. Alguns tecidos necrosados
podem apresentar-se como uma camada dura de tecido morto com
exsudado que pode ser castanho, verde ou branco.
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Úlcera em fase de Granulação – relacionada com a fase de reconstrução no processo de
cicatrização. Tem coloração vermelha com aspecto
granuloso devida á presença de nós capilares. É
extremamente friável sangrando com facilidade.
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2º GRAU- Destruição da epiderme ou derme e presença de flictenas.
2.1.1- ETIOLOGIA:
A U.P. surge geralmente em áreas localizadas sobre proeminências
ósseas sujeitas a pressão intensa, de duração curta, moderada ou prolongada, contra
uma superfície (cama, cadeira, aparelho gessado, etc.). Toda a superfície corporal pode
ser atingida conforme a posição do doente. As localizações mais frequentes são A
região sagrada, trocantérica, maléolar, isquiática calcanhares, ombros, orelhas, região
occipital e face interna do terço médio da perna.
O indivíduo saudável sente o desconforto devido à pressão prolongada e procura
mudar voluntariamente de posição permitindo o restauro da irrigação sanguínea. A falta
de mudança de posição no indivíduo doente ou com diminuição da sensibilidade origina
U.P.. O tempo de pressão contínua em que pode originar lesão irreversível varia de
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pessoa para pessoa, mas geralmente vai de duas a quatro horas e os factores de risco são
os seguintes:
Externos:
ØPressão- É o mais importante dentro dos factores externos para o
desenvolvimento de U.P..A pressão contínua exercida por um período de tempo
prolongado é suficiente para desencadear um processo de esquémia que impede o aporte
de oxigénio e nutrientes aos tecidos provocando alterações cutâneas que por sua vez
podem originar necrose e morte celular.
ØFricção- A fricção dos tecidos pode levar à esquémia por destruição das
arteríolas e músculos superficiais. A fricção pode também ser causada por movimentos
espásticos no caso de doentes com patologia neurológica.
ØHumidade- A humidade excessiva criada pela transpiração e pela
incontinência (fecal ou urinária) ou ainda por uma secagem inadequada da pele após a
higiene é um factor de risco importante pois diminui a resistência da pele conduzindo à
maceração dos tecidos.
Internos:
ØIdade- à medida que o processo de envelhecimento avança a pele torna-se fina
e menos elástica devido à redução do colagénio que é um promotor de protecção.
Poderá haver diminuição da massa corporal com consequente diminuição da
elasticidade da pele. Existe geralmente uma maior probabilidade de surgiram doenças
crónicas muitas das quais podem predispor ao desenvolvimento de U.P.(doenças
descamativas, exantemas...).
ØLimitação da mobilidade- A imobilidade é o factor de risco mais importante a
considerar já que o aparecimento e desenvolvimento das U.P. depende da força e
capacidade para aliviar a pressão. Por isto se compreende que se o doente estiver
acamado ou numa cadeira de rodas há uma maior predisposição para o desenvolvimento
das U.P.. A diminuição da mobilidade pode estar também associada a um défice
neurológico como o caso de uma paraplegia ou de uma neuropatia periférica no caso de
um doente com diabetes. Sendo nestes casos a perda ou diminuição da sensibilidade o
facto mais importante a considerar.
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ØDesidratação- O desequilíbrio polielectrolítico contribui para o agravamento
do estado geral do doente aumentando a predisposição à formação de U.P.
ØDesnutrição- Doentes desnutridos com hipoproteinémia, anemia, e deficiências
vitamínicas estão mais sujeitos à formação de U.P:.É importante promover a adequada
concentração de proteínas séricas uma vez que favorecem o processo de cicatrização de
U.P. e ajudam a prevenir a formação das mesmas. O ácido ascórbico é essencial para a
formação de colagénio e este um elemento essencial para a cicatrização dos tecidos.
ØPeso corporal- Os doentes emagrecidos por se encontrarem desprovidos de
gordura localizada sobre as proeminências ósseas têm uma maior predisposição para
U.P. Também os doentes obesos por apresentarem grandes dificuldades na mobilidade
apresentam igual risco de desenvolverem U.P. habitualmente originadas por fricção.
Outro problema nestes últimos é o excesso de humidade na pele resultante da sudorese
que tende a acumular-se nas pregas cutâneas causando maceração.
ØIncontinência- A incontinência e a consequente maceração da pele faz
aumentar o risco de desenvolver U.P. para além disso as lavagens constantes também
provocam a remoção dos óleos naturais da pele secando-a excessivamente. O peso
adequado é um factor extremamente importante par a prevenção de U.P.
ØDeficiente irrigação sanguínea- Com um deficiente aporte de sangue periférico
observa-se uma diminuição da pressão capilar local com consequente má nutrição dos
tecidos. Esta deficiente irrigação local pode estar associada a doenças cardíacas ou
vasculares periféricas como é o caso da Diabetes ou outras.
Existem ainda algumas patologias que constituem factor de risco para o
desenvolvimento de U.P. nomeadamente Anemia, Insuficiência Renal, Diabetes já
referida, alterações neurológicas, patologia neoplásica e lesões ortopédicas.
Para fazer uma avaliação objectiva dos factores de risco do doente para o
desenvolvimento de U.P. existem instrumentos de trabalho de fácil utilização e muita
utilidade especialmente para os enfermeiros. Estes instrumentos, as escalas de avaliação
são várias e informam-nos acerca do grau de risco existente (Norton, Waterlow, Braden,
etc.). Entre nós a que utilizamos é a Escala de Norton que é também a recomendada pela
D.G.S.
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Escala de Norton (1962) : Permite pontuar de uma forma objectiva um
somatório de características referenciadas no âmbito da patogenia da úlcera. São
quantificados diferentes níveis dos parâmetros de avaliação tais como a condição física,
o estado mental, actividade e a incontinência.
Pontuação verificada:
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despensa a mudança e alternância de decúbito que é assim a medida mais eficaz na
prevenção das U.P.
A manutenção de posturas correctas em decúbito ou sentado são medidas
também importantes na prevenção de contraturas e anquiloses que também elas
conduzem ao aparecimento de U.P. Os segmentos articulares deverão estar sempre
apoiados e sobretudo deverão ser eleitos posicionamentos que se tornem confortáveis
para os doentes.
Higiene da pele- A pele deverá manter-se limpa sem humidade nem secura
excessiva. É preciso evitar a maceração principalmente na zona das fraldas se o doente
for incontinente. A pele e sobretudo as pregas cutâneas, virilhas ou outras deverão ser
cuidadosamente secas absorvendo sem esfregar.
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2.2- Úlcera da perna; úlcera diabética
- Etiologia: São úlceras que ocorrem por compromisso ou défice circulatório arterial
ou venoso.
Úlcera arterial- Ocasionada como o nome indica por um défice circulatório periférico.
Esta úlcera caracteriza-se por apresentar bordos regulares, mantendo a integridade da
pele circundante. Aparece sobretudo nos pés.
Úlcera venosa- Habitualmente conhecida por úlcera varicosa tem como causas a estase
venosa associada ao défice da circulação de retorno. É uma úlcera com bordos
irregulares e na pele circundante revela-se uma dermatite típica. Habitualmente
localizam-se nos membros inferiores entre o joelho e o maléolo.
Pelo que foi referido, o enfaixamento compressivo adequado é uma medida de
grande eficácia que não deverá ser esquecida no tratamento destas úlceras, tornando-se
mesmo de uso obrigatório desde que o doente deambule.
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comportamento menos saudável aproveitamos a oportunidade para sugerir formas de o
corrigir.
3- FISIOPALOGIA DA CICATRIZAÇÃO
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número de fibroblastos e macrófagos diminui. O tecido de granulação consiste numa
densa malha de macrófagos, fibroblastos e nós capilares, envolvidos por uma matriz de
fibropectina, colagénio e ácido hialurónico- fase de granulação.
- Fase de epitelização: Nesta fase a ferida está já coberta com células epiteliais. As
células escamosas da ferida e à volta dos folículos pilosos migram e posteriormente
proliferam sobre a superfície da lesão num processo designado por “salto de rã”.
Quando as células se encontram, quer no centro da úlcera, quer nas margens param,
num processo denominado inibição por contacto. As células epiteliais só podem
deslocar-se por tecidos viáveis e necessitam de um ambiente húmido.
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ØRemover o excesso de exsudado: O penso deve ser adequado à quantidade de
exsudado. Apesar da superfície da lesão se dever manter húmida o excesso de exsudado
pode causar maceração da pele adjacente.
ØPermitir trocas gasosas: As necessidades de oxigénio não são constantes ao logo do
processo de cicatrização. Na fase da reconstrução deverá existir uma área de baixa
tensão de oxigénio na superfície da lesão estimulando os macrófagos a produzir o factor
estimulante para a angiogénese. UM aumento moderado da tensão de oxigénio estimula
os fibroblastos mas aumentos grandes podem reduzir a sua actividade. O oxigénio é
necessário para uma cicatrização rápida e eficaz mas a sua presença em excesso pode
inibir o tecido conjuntivo.
Ø Promover insolação térmica: Uma temperatura próxima dos 37º C promove a
macrofagocitose e a actividade mitótica. Arrefecer a úlcera através de mudanças
constantes de penso reduz a temperatura superficial da mesma em vários graus.
ØEstar livre de partículas e contaminantes tóxicos: Muitos dos antigos pensos como o
tecido de gaze libertavam partículas nas lesões abertas. Estas partículas têm
demonstrado serem responsáveis pelo reaparecimento ou prolongamento da fase
inflamatória influenciando o processo da cicatrização de forma negativa.
ØSer facilmente removível sem causar trauma para a ferida: O uso de pensos secos
directamente sobre a superfície da úlcera, para além de doloroso provoca a remoção dos
tecidos jovens que se formaram. A prática de uso de pensos secos deve ser
desencorajada. Sempre que se imponha necessidade de uma compressa seca esta não
deve ser removida sem primeiro ser humedecida.
ØPenso em película.
ØPenso hidrocolóide.
ØPenso de hidropolímero.
ØPenso de carvão activado.
ØHidrogel ( carbometilcelulose sódica e alginato de cálcio).
Penso em película:
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Indicações: Prevenção de úlceras de pressão, eritema, flictena, e U.P. com tecido de
epitelização. Este penso é permeável ao vapor de água e ao oxigénio mas impermeável à
água e às bactérias.
Penso hidrocolóide:
Indicações: úlceras de pressão com tecido de granulação e epitelização; úlceras de
pressão com moderado e/ou pouco exsudado.
Formas de aplicação: apósito- para U.P. superficial e pasta para U.P. profunda e
grânulos para U.P. profunda com exsudado moderado.
Contra-indicações: U.P. infectada e U.P. com tecido necrosado.
Penso de hidropolímero:
Indicações: U.P: com pouco a moderado exsudado e U.P. com tecido de granulação ou
epitelização.
Hidrogel:
Indicações: U.P. com tecido necrosado duro ou viscoso e U.P. com tecido morto. Penso
suplementar de compressa absorvente apropriada à quantidade de exsudado e adesivo
ou ligadura.
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3.2- Intervenções de enfermagem no tratamento de doentes com úlceras
crónicas
O sucesso do tratamento de úlceras crónicas assenta em dois aspectos
fundamentais:
Esta avaliação que engloba a úlcera e o estado do doente tem por objectivos
fornecer informação inicial sobre o estado da úlcera e o modo de monitorizar o seu
progresso e assegurar a selecção apropriada dos produtos a utilizar. É muito importante
conhecer as diferentes fases da cicatrização a fim de seleccionar o penso apropriado. Os
critérios de selecção do penso baseiam-se também na da localização da úlcera, tamanho
e forma da mesma.
Localização da úlcera
A localização da úlcera pode ser um factor indicativo de potenciais problemas
como por exemplo o risco de contaminação de feridas localizadas na região sagrada ou
de problemas de mobilidade pela presença de úlceras nos pés.
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Delineadores de feridas
Podem ser utilizados acetatos ou películas transparentes estéreis onde se
demarca a forma da úlcera.
A fotografia também possibilita a avaliação da ferida sobretudo em relação ao
aspecto e ao tamanho. Convém utilizar uma régua com escala para uma avaliação mais
objectiva.
Desbridamento químico- Durante muito tempo foi o método de eleição porque para
além do baixo custo era de fácil utilização. São vários os utilizados mas o mais usado
entre nós é o Hipoclorito de sódio a 0.48% (Soluto de Dakin), porém estes produtos
para além de provocarem a destruição de tecido vão impedindo que o processo de
cicatrização avance, em contacto com a matéria orgânica perdem a actividade. Daí que
actualmente não se preconize a sua utilização.
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3.2.1- REGISTO E MONITORIZAÇÃO
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- Vitaminas
J Higiene
- Banho 2× semana
- Lavagem diária do rosto, genitais, pregas cutâneas
- Limpar e secar bem
- Aplicar óleo de amêndoas doces
- Mudança de fraldas 4× Dia e S.O.S. lavagem dos genitais
também á noite
J Permanência no leito
- Mudança de decúbito de 3/3H
- Vigiar superfícies de apoio → Se rubor, aplicar Hidrocoloide
de prevenção por um período de 7 Dias, precedido de
aplicação de gelo
Não fazer Decúbito ou pressão sobre a área ruborizada.
- Levante diário → 2 períodos de 3H no inicio podendo
posteriormente ser alargado. Vigiar região isquiática
- Alinhamento dos segmentos articulares → utilizar almofadas
- Colocar pele de carneira no leito
- Evitar quedas → colocação de grades no leito e/ou faixa na
cadeira para imobilizar
J Observação e vigilância Diária → de proeminências ósseas, sacro,
calcanhares, região trocantérica direita e esquerda, tornozelos, cotovelos, occipital e
omoplatas.
Nota : esta norma pode ser utilizada no internamento ou no domicilio, neste caso a
enfermeira deverá fazer ensino dos procedimentos á família e proceder ao
acompanhamento e supervisão posteriores, em visitas programadas.
Nestes casos a enfermeira deixa á família um suporte escrito com o ensino feito
e avalia o ensino ao fim de uma semana.
Não havendo dificuldades, ou aparecimento de áreas ruborizadas a próxima
visita poderá ser programada para um mês depois e posteriormente de 3 em 3 meses.
A enfermeira deixa o contacto telefónico á família com indicação para ser
contactada na eventualidade de surgirem dúvidas, ou alterações á avaliação inicial, no
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sentido de poder actualizar o plano de cuidados e eventualmente antecipar visita ou
sugerir outras medidas.
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PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
b) Desbridamento enzimático
- Ulcerase + S.F. è penso húmido (convencional) →
substituição do penso diariamente
Nota : *Este penso não pode ser cortado, se necessário deve ser dobrado.
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2. Úlcera em Fase de Granulação
Nota : Nesta fase habitualmente as feridas já não são cavitárias dispensando a pasta de
hidrocoloide
- Substituição do penso 5-8 dias.
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4. Úlcera varicosa – Norma de Actuação.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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