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Mario Vargas Llosa defende a liberdade de expres... http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/04/19/mar...

CULTURA

ENTREVISTA

Mario Vargas Llosa defende a liberdade de


expressão: 'É triste que vítimas da censura a
pratiquem'
Publicada em 20/04/2011 às 00h09m

La Nación

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BUENOS AIRES - Sua voz clara e


cartesiana e seus olhos faiscantes não
vacilaram nunca. Salvo quando
pedimos uma opinião concreta sobre as
políticas da presidente argentina,
Cristina Kirchner. Foi então quando seu
tom baixou e seus olhos se
apequenaram. Era a única pergunta
que não queria responder. E não
porque não tivesse formada uma ideia
cabal sobre o kirchnerismo, mas sim por pura cortesia: a presidente interveio para que
os "intelecutais K" não o censurassem na Feira do Livro de Buenos Aires - em março,
um grupo pró-Kirchner tentou impedi-lo de abrir o evento, que começa nesta
quarta-feira e vai até 9 de maio - e não seria cavalheiresco de sua parte criticá-la tão
cedo. Igualmente, meia hora depois de nos despedirmos no inexpugnável e elegante
23º andar do hotel Sheraton, o escritor peruano Mario Vargas Llosa responderia a essa
pergunta com um gesto: brindando num coquetel com alguns dos principais dirigentes
da oposição. E recomendando a (deputada da oposicionista Coalizão Cívica) Patricia
Bullrich que tratassem de caminhar unidos: "Não façam o mesmo que no Peru".

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©
Também não se privou de se referir aos que questionaram se poderia falar de política 1996 -
2011.
na Feira. Foi quando disse: "É triste que intelectuais, colegas que sofreram com a Todos
censura, a pratiquem". Nem se esquivou de falar do liberalismo: "Uma das grandes os

vitórias da esquerda mais dogmática consiste em que a palavra liberal, que é bonita
porque está associada à liberdade, tenha se convertido numa palavra ruim". Visto de
perto, o Nobel de Literatura é simplesmente um brilhante e gentil homem de 75 anos
resignado a ser Vargas Llosa. Não escolhe os temas literários, são eles que
misteriosamente o elegem. Não escolhe defender apaixonadamente as ideias do
liberalismo puro; são sua teimosa honestidade intelectual e seu compromisso político
que o afastam do claustro do escritor e o empurram ao perigoso mundo das ideias.

Sua vocação jornalística é


surpreendente. Fala com ardor de
É triste que intelectuais,
colegas que sofreram com a
como pensa e redige seus célebres
censura, a pratiquem. Me
artigos de sábado. É o mesmo ardor
entristece, me desconcerta...
que empresta a seus livros. E sua
última novela, "O sonho do celta" (que
será lançado no Brasil no fim deste
mês, pela editora Alfaguara), é acima de tudo uma reportagem. Como seu amigo Tomás
Eloy Martínez, Vargas Llosa concebe o jornalismo como uma arte maior, e o encanta
usar esse híbrido de investigação rigorosa e ficção conjectural para fazer literatura e
chegar à "verdade verdadeira", ou seja: a verdade ambígua. Sua novela trata,
subterraneamente, da construção de um nacionalista. Vargas Llosa detesta o
nacionalismo, e no entanto escreve uma novela onde exalta um anticolonialista que se
transforma e se perde nas patologias do nacionalismo irlandês. Um herói imperfeito e
trágico.

LA NACIÓN : Em "O sonho do Celta" se misturam como nunca antes seus


dois ofícios de escritor e jornalista. É uma novela política, biográfica, onde
o documental e o jornalismo têm muita importância.

MARIO VARGAS LLOSA: É verdade.

O senhor buscou isso?

Não, resultou assim. Fui ao Congo, por exemplo, porque é uma realidade
completamente desconhecida para mim e queria me familiarizar com o mundo por
onde o protagonista, Roger Casement, movimentou-se. E me encontrei com uma
problemática atual tão terrível que deriva em certa forma dos problemas que Casement
documentou em seus informes dos séculos XIX e XX. Por causa disso, em certos
capítulos a novela ganhou forma de reportagem e isso não foi premeditado.

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A reportagem e a crônica como gênero cada vez se tornam mais


importantes na literatura?

A reportagem bem feita é uma forma de ficção, só que ela está mais perto da realidade
que as ficções absolutas. Uma reportagem bem feita é uma construção que se parece
muito com uma novela, um conto, um relato. E as grandes reportagens, de algum
modo, podem ser incorporadas à ficção, ainda que contem coisas verdadeiras.

Como o senhor chegou a este caso?

Estava lendo uma nova biografia de Joseph Conrad, escritor que admiro imensamente,
e descobri que a primeira pessoa que ele conheceu quando viajou ao Congo como
capitão de barco foi Casement, que já estava lá há oito anos. E uma amizade se
estabeleceu entre eles. Foi Casement quem abriu seu olhos de Conrad para o que
aconteceia no Congo. Depois vi as cartas de Conrad em que ele mesmo admitia que
sem Casement jamais teria chegado a escrever "O coração das trevas". Fiquei muito
intrigado com o personagem, mas sem intenções literárias. Só tinha curiosidade de me
informar sobre ele. Descobri que havia estado muito tempo na maçonaria peruana, que
havia redigido textos terríveis sobre as condições dos indígenas nos seringais de
Putumayo. E então me dei conta de que havia tomado notas para uma novela.

Nota-se que o senhor aprecia muito a investigação.

Gosto muito. É uma aventura tão grande como a de escrever. Viajar, ler coisas sobre
ele, escutar testemunhos, se é possível entrevistar pessoas, mas todo esse trabalho, às
vezes muito minucioso, não é em busca de uma verdade, não é o tipo de investigação
de um historiador. É para chegar a sentir o ambiente que quero inventar. É viver a
ficção que quero escrever.

O senhor fez novelas


documentais e outras muito
A reportagem bem feita é uma
forma de ficção, só que ela está
intimistas. Se tomarmos cada um
mais perto da realidade que as
de seus livros como peças de um
ficções absolutas. Uma
quebra-cabeças, que imagem
reportagem bem feita é uma
formaria?
construção que se parece muito
Nunca planejei a passo largo minha com uma novela, um conto, um
vida de escritor como outros colegas relato
que, desde o início, já sabiam que iam
fazer pelo resto de suas vidas. Os
temas foram vindo ao meu encontro e escrevi sobre assuntos muito distintos e usando
técnicas diferentes. E o que mais gosto na literatura é esse elemento casual,

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espontâneo, que acompanha muito o trabalho estritamente literário. Esse trabalho eu o


faço de maneira muito sistemática, disciplinada, mas a maneira como ele se constrói
depende muito do casual.

Tanto "A festa do bode" (2000) como "O sonho do Celta" dialogam com dois
livros argentinos, "Santa Evita" e "La novela de Perón", por sua maneira de
fundir investigação e imaginação?

Tenho lembranças magníficas de "Santa Evita". Eu a li num verão quente, argentino.


Conheci Tomás Eloy Martínez (autor dos dois livros) quando era jornalista e trabalhava
para "Primera Plana". Fomos muito amigos. "Santa Evita" é seu grande livro. "La
novela de Perón" é excelente, mas em "Santa Evita" ele encontrou uma maneira de
convertar em magnífica ficção uma reportagem que também era magnífica.

O senhor também teve uma grande amizade com outro escritor argentino:
Julio Cortázar.

Sim, foi um grande amigo. Eu o conheci logo que cheguei a Paris, e nos vimos muitas
vezes durante os anos 60, ainda que, por essa época, Cortázar fosse muito reservado,
um homem que defendia sua intimidade, menos nos últimos anos da década. Ele e
Aurora não se expunham ao público, mas eu os apreciava muito: escutá-los falar era
deslumbrante pela inteligência, humor, cultura. Mas então Julio mudou
completamente. Quando tinha de 55 a 60 anos, sua transformação foi total, ele se
converteu num personagem público que falava de política, o que coincidiu com sua
separação de Aurora. Antes não o fazia porque tinha um grande desprezo pela política.
Depois virou uma espécie de jovem militante, recolucionário, mas nossa relação não foi
afetada, ainda que tenhamos tido ideias muito diferentes sobre Cuba, por exemplo.

Vocês conversavam sobre política?

Sim, mas Julio era como um jovem que falava de política com uma grande ilusão e
generosidade, e também com uma grande inocência. Ele nunca conheceu essa trama
suja, torcida, que tem a política, onde se mostra o pior que tem o ser humano. Não era
um ideólogo. Lembro de tê-lo escutado dizer: "Leio as coisas de política, mas é
impossível, em meia página me distraio". Isso o salvava, nunca chegou a ser um
intransigente nem fanático, sempre foi muito lúcido. E nessa última etapa creio que ele
foi mais feliz, mas menos original como escritor. Quando ele encontrou essa felicidade,
tornando-se de esquerda, um pouco hippie, sua literatura empobreceu, perdeu
mistério.

Com que colegas a ideologia foi


um fator de separação?

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Com alguns foi de ruptura. Eu me distanciei de muita gente por causa de Cuba, foi
como uma espécie de guerra civil (risos). Eu era muito amigo de Mario Benedetti, mas
nos distanciamos. No final, nos reencontramos com muita cordialidade. Mas foi
espantoso, as ideologias criavam fronteiras, umas inimizades irreconciliáveis.

Agora acontece o mesmo?

É que as ideologias hoje foram à merda, não?

Mas e o populismo, não? E se vê hoje como uma ideologia.

Mas essa é uma prática muito antiga. Uma prática na qual os políticos têm buscado
êxito imediato. E o populismo é isso: sacrificar o futuro em nome de um presente que te
dá popularidade. Hoje existem formas mais elaboradas, mas o populismo foi usado
pelas esquerdas, pela direita, pelas ditaduras... É uma doença da política, mas não se
pode chamar ideologia. Ideologia é uma espécie de religião laica que dá uma resposta
completa para tudo e que, como as religiões, estabelece cânones, é uma forma de
fanatismo laico.

O que o senhor sente ante a evidência de que na Argentina há pessoas que


não querem que se fale de política?

Me dá pena. É triste que intelectuais, colegas que sofreram com a censura, a


pratiquem. Me entristece, me desconcerta... Na América Latina temos padecido em
demasia as exclusões e os endurecimentos forçados para crer que isso pode resolver
problemas ou que pode ser uma conquista política.

Isso tem acontecido em outros países da América Latina?

Não. Houve governos que não me deixaram entrar, mas (países em) que colegas
tenham pedido que eu não fale nada além de literatura nunca me ocorreu. Foi um caso
puramente político. (Em março, intelectuais ligados à presidente Cristina Kirchner, de
quem Vargas Llosa é crítico, tentaram impedir que ele participasse da abertura da 37ª
Feira de Livros de Buenos Aires, alegando que só tem palavras duras para os governos
populares latino-americanos. Kirchner foi em sua defesa e endossou sua participação)

Acredita que os militantes K (ligados a Kirchner) vão obedecer à ordem da


presidente e deixá-lo falar na Feira do Livro?

Vamos ver. Na quinta-feira (dia seguinte à abertura da feira) tiramos a prova.

Pesa este mote de "ideólogo da direita" que lhe impuseram?

A mim não importa nem um pouco (risos). Isso se disse como uma espécie de
exorcismo. E já perdi o medo dos exorcismos. Quando era jovem tinha medo, não

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gostava que me dissessem que era de direita.

Ou seja, agora não lhe importa que o qualifiquem assim.

Não. Para algumas coisas não sou de esquerda, sou de direita. As coisas em que
acredito eu explico, escrevo, me pronuncio frente aos acontecimentos concretos. Se
isso tem uma etiqueta, que a ponham.

Inclusive, dá a sensação de que essas críticas o motivam mais.

É preciso reagir diante dos lugares comuns se você quer que a ideologia não seja uma
inquisição permanente. Desgraçadamente, a inquisição nos fez muito dano na história,
sobretudo na América Latina. E as inquisições políticas e religiosas precisam ser
combatidas. Precisamos criar um mundo onde seja possível o diálogo entre adversários,
entre gente que pensa diferente.

A palavra liberal ficou ligada na Argentina à década de 90, e portanto aos


graves problemas com os bancos e as empresas.

É uma das grandes vitórias da esquerda mais dogmática: que a palavra liberal, uma
palavra linda, associada à liberdade, tenha sido convertido em uma palavra ruim.
Liberal é um amante da liberdade. Quer dizer tolerância, a possibilidade de aceitar
estar errado. Quer dizer democracia, defesa dos direitos humanos. Defesa do indivíduo
frente ao Estado... O liberalismo é a melhor tradição da Humanidade e é terrível que
tenha sido deformada até ter uma conotação puramente econômica e que, além disso,
em muitos casos está totalmente errada.

Por que?

Porque não é verdade que o liberalismo seja simplesmente uma doutrina de ordem
econômica que está disposta a sacrificar, por exemplo, a liberdade política em nome da
liberdade econômica. Nenhum liberal defende coisa semelhante. A liberdade é um todo
que deve organizar todos os níveis do social, desde a cultura. E o liberalismo é uma
fonte de grandes progressos no campo político e nos direitos humanos. O liberalismo
não é uma ideologia, é uma doutrina que tem princípios dentro dos quais cabem
matizes enormes: basta ir a um congresso para ver que estão mais divididos que os
trotskistas. Então dizer "liberal" não define uma pessoa. Sim, é um triunfo da esquerda
ter conseguido demonizar esta palavra.

Mas, além da esquerda, há o fato


de que muitas ditaduras na
É preciso reagir diante dos
lugares comuns se você quer
América Latina tenham adotados
que a ideologia não seja uma
políticas liberais afetou
inquisição permanente. As
gravemente o liberalismo.

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inquisições políticas e
Bom, mas qualquer liberal sabe que a
religiosas precisam ser
liberdade não é divisível: a liberdade
combatidas. Precisamos criar
econômica sem a liberdade política
um mundo onde seja possível o
não existe. E se fracassaram é porque
diálogo entre adversários, entre
não havia liberdade. Há liberais que gente que pensa diferente
sofrem dessa perversão de crer que a
liberdade econômica é a única que
importa. Nenhum pensador liberal
disse isso. São os marxistas que acreditam nisso, que a economia resolve tudo.

O que representa, hoje, ser de esquerda ou de direita?

Hoje é cada vez mais difuso dar um conteúdo a esses conceitos, sobretudo porque
temos na América Latina, por sorte, uma esqueda que, apesar de se dizer socialista, é
social-democrata: crê na democracia, no mercado, na empresa privada. Ocorreu com a
Concertación no Chile, aconteceu no Brasil, no Uruguai. Justamente porque essa
esquerda existe,a democracia não se enfraquece. Assim como, por sua vez, existe uma
direita democrática, que na América Latina também era raridade no passado. Hoje
temos países como Colômbia e Peru, com governos de direita e onde a democracia não
ficou debilitada, ao contrário.

Em que medida lhe pesa ser Mario Vargas Llosa? De que maneira a fama
complica sua vida?

Me complica muito. Tenha 75 anos e gostaria de ter uma vida um pouco mais
tranquila. Ser muito conhecido tem muitos inconvenientes: você perde privacidade,
liberdade e muitas vezes deve viver em uma tensão nada propícia para o trabalho
literário. Ao mesmo tempo, é o que acontece. Não escolhi, mas também não vou me
enfiar num convento: deve ser chatíssimo.

O Prêmio Nobel aprofundou o problema?

Catapultou o problema a um exibicionismo permanente que, no fim, é muito cansativo.


Há um assédio permanente e é preciso saber defender-se. Por exemplo, antes, no meu
país, eu percorria a cidade de ônibus, ia aos novos bairros, caminhava por horas. Isso
hoje é impossível. Quase não posso sair de casa. E esta é uma grande limitação na
minha vida. Amo muito a liberdade, e se sair significa converter-me automaticamente
num espetáculo, prefiro não sair.

E do ponto de vista literário, atrapalha esta condição?

Não, não creio. Isso dura um ano. Em outubro chegará outro Nobel e será uma
libertação extraordinária.

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O senhor foi muito elegante e disse que daria o próximo Nobel a Jorge Luis
Borges, se estivesse vivo.

Sim, eu o ressuscitaria e lhe daria o Nobel.

Mas como não pode ressuscitá-lo e precisa desesperadamente que outro


Nobel seja escolhido, quem seria?

Eu o daria a Claudio Magris, um grande ensaísta e novelista, um grande escritor de


livros de viagens.

E as sequelas do Nobel, existem?

Não vou deixar que me convertam em uma estátua, não combinam comigo. Quero
seguir vivo até o fim.

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