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A vida sem óculos

CHRISTINE GORMAN

Pronto para abandonar os óculos? A cirurgia a laser promete


maravilhas, mas
também apresenta riscos

CHRISTINE GORMAN

Talvez você não se incomode com as marcas que os óculos


deixam nos dois lados do nariz. Ou talvez goste de limpar
suas lentes
de contato.

Mas a maioria das centenas de milhões de pessoas com algum


tipo de
deficiência visual provavelmente terá uma opinião diferente.

Como seria a vida se você tivesse uma visão perfeita? Nada de


óculos
embaçados pela chuva, nem de pescaria na pia do banheiro em
busca das
lentes. E nada de correr atrás dos óculos quando está com
pressa para
sair de casa.

Esse sonho pode se tornar realidade em menos de 15 minutos.

Tudo o que você precisa fazer é deitar-se na mesa cirúrgica


de um
consultório de oftalmologia e deixar que a inacreditável
precisão do
raio laser dê um novo formato aos seus olhos -ou melhor, às
suas
córneas.

É isso que os médicos e, principalmente, os pacientes


extasiados estão
dizendo sobre o Lasik (laser-assisted in situ
keratomileusis/ceratomileuse local a laser), a nova cirurgia
a laser.

Até o final do ano, mais de 500 mil norte-americanos devem


tentar a
operação a laser, quase o dobro dos que se submeteram à
cirurgia no
ano passado.

De cada quatro pessoas operadas, três obtiveram resultados


espetaculares: a visão voltou ao normal.

Segundo previsões de alguns cirurgiões, o avanço da técnica


do Lasik
será tão grande que, por volta do ano 2010, 90% dos pacientes
poderão
obter uma visão ainda melhor.

A perspectiva é ainda mais impressionante quando se considera


que a
cirurgia foi introduzida nos Estados Unidos há apenas quatro
anos.

A maioria dos pacientes fica fascinada com os resultados.


"Tudo é tão
nítido", diz Yvonne Chapman, enfermeira de Los Angeles
operada há seis
meses.

"Toda noite, antes de dormir, eu ainda vou ao banheiro para


lavar as
mãos e tirar minhas lentes de contato, porque ainda penso
estou com
elas nos olhos."

A cirurgia não sai por menos de US$ 2.500 para cada olho, e a
maioria
dos seguros de saúde nos EUA não cobre os custos da operação.

Mas os pacientes que fizeram a operação acham que vale a pena


pagar o
preço. Afinal, trata-se de enxergar o despertador pela manhã,
sem sair
da cama catando os óculos, ou de ler as manchetes do jornal
sem
franzir o cenho.

Quem mora em Fairfax, no Estado da Virgínia, tem um incentivo


extra
para tentar a cirurgia a laser.

Qualquer um que passar pela vitrine do Visual Freedom Center


pode
assisitir aos cirurgiões operando, de segunda a sábado.

Se nem assim o candidato se deixar convencer, existe ainda a


possibilidade de conversar com os pacientes que saem da
clínica,
empolgados ao se livrar dos óculos.
É importante, porém, colocar os pés no chão. "O Lasik é um
procedimento cirúrgico com todos os riscos de uma operação",
explica
Mark Mannis, professor de oftalmologia da Universidade da
Califórnia,
em Davis, que realiza a cirurgia há quatro anos.

O médico enfatiza que os melhores candidatos ao Lasik são


adultos com
um grau moderado de distorção da visão e sem outros problemas
nos
olhos. Ainda assim, podem ocorrer complicações irremediáveis.
[991011060140.2.jpg]
A cirurgia passo a passo
Aproximadamente, 750 mil norte-americanos deverão se submeter
ao LASIK
no ano que vem. A operação dura em torno de 15 minutos
1. Um líquido anestésico é colocado no olho do paciente. O
médico
mantém as pálpebras abertas e faz uma marca na córnea com uma
tinta
solúvel em água para orientar o reposicionamento da camada
externa da
córnea
2. Um anel de sucção segura o olho, enquanto a plataforma
para o
microcerátomo -um instrumento de corte- é ajustada. Aplica-se
pressão
ao olho para que ele se mantenha firme, permitindo um corte
seguro. A
visão fica turva
3. Depois de a córnea ser umedecida, o microcerátomo desliza
por sua
superfície, cortando a camada externa. O instrumento pára
automaticamente, deixando uma secção intacta, que servirá
como ponto
de contato
4. A visão retorna depois que a sucção é desligada e o
instrumento de
corte, removido. O cirurgião levanta cuidadosamente a camada
externa
da córnea, expondo as camadas internas que serão cortadas
pelo laser

Uma visão de consultório, para começar, não é sinônimo de


visão
perfeita. A acuidade visual é geralmente medida em
consultórios com
boa iluminação.

Na vida normal, a qualidade da visão depende de outros


fatores, como
poder enxergar bem em ambientes de pouca luminosidade ou
conseguir
discriminar as várias tonalidades de cinza.

Steven Assennata, de New Brunswick, no Estado de Nova Jersey,


conhece
muito bem essas limitações.

"Se eu soubesse que havia uma chance de ficar pior, talvez


tivesse
mudado de idéia", lamenta. Depois da cirurgia pelo Lasik, ele
ficou
com uma visão chamada 20/20, mas passou a ver duas imagens e
perdeu
sua visão noturna.

Assennata não pode mais dirigir depois do anoitecer e depende


da ajuda
da mulher e dos dois filhos para caminhar perto de casa
quando está
escuro.

O pior de tudo é saber que a operação era desnecessária.


Embora as
lentes de contato o incomodassem, ele conseguia ver bem. O
médico de
Assennata, porém, diz que o paciente foi informado sobre os
riscos.

Não existem ainda dados estatísticos que possam dar uma noção
exata do
grau de complicações sérias, como as de Assennata, depois da
cirurgia
pelo Lasik.

Os números variam de menos de 1% (para pacientes tratados por


especialistas em córnea) a até 5% (para os que são operados
por
oftalmologistas menos experientes).

Além disso, entre 10% e 15% dos pacientes precisam repetir a


operação
para obter melhores resultados. Como a técnica é
relativamente nova,
também não existe garantia de que não ocorrerão outros
problemas
dentro de 10, 20 ou 30 anos.

De certa forma, o Lasik está ainda em fase experimental.


Praticamente
todos os instrumentos de laser aprovados até hoje pela Food
and Drug
Administration (a agência norte-americana que controla
alimentos e
medicamentos) destinavam-se a outros tipos de cirurgia dos
olhos.

Mesmo assim, eles acabaram sendo utilizados com novos fins,


já que,
nos Estados Unidos, é permitida a adaptação de determinadas
tecnologias para usos diferentes.

Apenas em julho do ano passado a FDA aprovou o primeiro


aparelho de
laser específico para o Lasik. Outros dois devem ser
autorizados para
uso até o final do ano.

A tecnologia do Lasik avançou a passos largos nos últimos


dois anos, o
que explica por que os próprios oftalmologistas estão se
submetendo à
correção cirúrgica.

Mas o procedimento pode não servir para qualquer pessoa.


Antes de
pensar em se submeter ao laser, o paciente deve conhecer
melhor a
fisiologia do olho.

Os olhos estão envolvidos por uma camada protetora, a


esclerótica.
Somente na parte da frente do olho, a esclerótica dá lugar à
córnea,
que é transparente.

A luz atravessa a córnea e chega até a pupila, o orifício no


meio da
íris. Dependendo da intensidade da luz, as pupilas se
contraem ou
dilatam, tal qual o diafragma de uma câmera fotográfica.

A luz, então, atravessa o cristalino, localizado logo atrás


da íris,
que assume o formato necessário -mais curvo ou mais plano-
para ajudar
a focalizar a imagem sobre a retina.

A retina é um tecido sensível à luz, localizado no fundo do


globo
ocular, que converte a luz em sinais elétricos. A partir
dela, o nervo
óptico envia impulsos nervosos ao cérebro, onde a imagem é
criada.

Acontece que o cristalino responde por apenas um terço da


capacidade
de focalização do olho. A córnea se encarrega dos outros dois
terços,
agindo como um cristalino auxiliar e ajudando a focalizar a
luz sobre
a retina.

Os míopes (os que não enxergam de longe) conseguem ver com


nitidez
objetos ou pessoas próximos. Em seus olhos, porém, a luz
vinda de
longe converge na frente da retina, formando uma imagem
borrada.

Isso acontece porque a curva da córnea é muito acentuada em


relação à
extensão do globo ocular, ou porque o olho é longo demais, em
relação
à curva da córnea.

As pessoas que sofrem de hipermetropia conseguem enxergar bem


de
longe, mas têm problemas com a luz vinda de perto, porque a
imagem se
forma atrás da retina.

Nesse caso, a córnea é plana demais em relação ao globo


ocular, ou
vice-versa. Com o avançar da idade, surge outra complicação.

O cristalino perde parte da capacidade de se curvar e não


consegue
mais focalizar objetos próximos, como livros e jornais. É o
que se
conhece como presbiopia, que requer o uso de óculos de
leitura ou
lentes bifocais.

As primeiras tentativas de modificar a superfície da córnea


pela
cirurgia foram feitas nos anos 50.

Já na década de 70, os médicos russos usavam rotineiramente


bisturis
para dar novo formato às córneas de pacientes míopes, numa
operação
conhecida como ceratotomia radial. O problema estava na
dificuldade de
prever os resultados e na lenta e dolorosa cicatrização.

Surge então a tecnologia excimer laser. Desenvolvido na


década de 70
para soldar chips de computador, é um laser frio, capaz de
cortar
praticamente todos os tipos de materiais sem que sejam
danificados
pelo calor.

É o tipo de instrumento de precisão de baixo impacto que os


cirurgiões
precisavam para poder remodelar os tecidos delicados do olho.

Não demorou muito para que a Summit Technologies, uma


companhia com
sede em Waltham, Massachusetts, passasse a pesquisar uma
maneira de
adaptar esse laser à cirurgia do olho. Ao lado da Visx, de
Santa
Clara, Califórnia, a empresa é a líder norte-americana dessa
indústria.

No início, o excimer laser era usado para a cirurgia


refrativa.

Sob o controle de um computador, a camada externa da córnea, o


epitélio, era cortada, e parte do tecido subjacente era
removido com o
laser, modificando o formato da córnea, conforme a
necessidade.

Embora o epitélio se regenerasse, a córnea mantinha seu novo


formato.
Era um grande progresso em relação à cirurgia anterior, a
ceratotomia
radial, mas a cicatrização do epitélio continuava sendo
dolorosa.

[991011060140.1.jpg]
Cada impulso de laser remove 0,00025 mm em doze bilionésimos
de
segundo Guiado por um programa de computador, o laser dá nova
forma à
córnea. Para corrigir a miopia, o laser atua sobre o centro
da córnea.
Para tratar a hipermetropia, um tecido em forma de anel é
removido.
Depois, a camada externa é recolocada. A porção da camada
externa
deslocada na cirurgia tem 8-9 mm de diâmetro

O Lasik solucionou esse problema. Com um instrumento


extremamente
delicado, chamado microcerátomo, os cirurgiões passaram a
fazer um
corte lateral nas camadas externas da córnea, deixando um
lado fixo e
levantando cuidadosamente uma lâmina de tecido.

A atuação do excimer laser fazia com que a córnea dos


pacientes míopes
ficasse mais nivelada, e a dos hipermétropes, mais
verticalizada.
Depois disso, a camada externa era recolocada em sua posição
original.

Passados alguns minutos, ela estava novamente unida à córnea.


Como a
destruição de tecido é mínima, não há necessidade de muita
cicatrização, e a dor é muito menor. Os pacientes conseguem
enxergar
com grande nitidez logo que termina a operação.

Há, porém, um risco pequeno de infecção, ou de o cirurgião


cortar
acidentalmente toda a lâmina de epitélio da córnea, ou
recolocá-la de
modo que fique enrugada.

Se isso acontecer, o paciente fica vendo o mundo como se


enxergasse
através de um plástico transparente amassado.

No pior dos casos, como no de Assennata, os problemas são de


tal
magnitude que não podem ser corrigidos, nem mesmo com o uso
de óculos.

Depois da operação, quase todos os pacientes que se submetem


ao Lasik
enxergam brilhos ou halos, geralmente à noite ou com
iluminação
fluorescente.

Isso acontece porque, quando há pouca claridade, as pupilas se


dilatam, permitindo que a luz passe tanto através das partes
corrigidas como das não corrigidas, criando uma imagem
embaçada.

Esse problema resolve-se normalmente em seis meses, mas cerca


de 5%
dos pacientes continuam apresentando esses sintomas por mais
tempo.

A maioria dos lasers usados no Lasik tem a capacidade de


esculpir uma
área de até 6,5 mm. Os pacientes cujas pupilas se dilatam
mais de 6 mm
no escuro, em geral, são os que apresentam maiores problemas.

Outro fator crítico é o grau de correção necessário, medido em


dioptrias negativas (-), para os míopes, e positivas (+),
para os
hipermetropes.

Quanto maior o grau de correção, mais acentuada será a zona de


transição entre as partes da córnea que foram esculpidas e as
que não
foram. Maior também será o risco de o paciente vir a ser
perturbado
por halos e brilhos.

Como não existem padrões definitivos, fica a critério do


médico
decidir quem é o melhor candidato para o Lasik.

Muitos deles recusam-se a operar pacientes com pupilas de


tamanho
normal cuja correção é maior do que -12 dioptrias para a
miopia e +4
para a hipermetropia. Para outros, os limites são fixados em
-15 ou
+6.
Com o avanço tecnológico, muitos desses limites podem ser
ampliados. A
Summit adquiriu recentemente uma empresa que está trabalhando
num
laser que usa um sistema de radar para controlar o olho
durante a
cirurgia.

Atualmente, para manter o olho estável, os médicos pedem a


seus
pacientes que olhem para um ponto de luz vermelha cintilante.
Se
houver uma mudança repentina do olhar, o cirurgião pode
desligar
rapidamente o laser.

Mas ele não consegue compensar os pequenos movimentos


involuntários do
olho, que ocorrem a todo instante. Esses movimentos rápidos
não chegam
a constituir um problema, mas podem ajudar a explicar, em
parte, por
que os resultados da cirurgia costumam apresentar variações.

No futuro próximo, a cirurgia poderá proporcionar à maioria


dos
pacientes uma visão melhor do que 20/20. Os aparelhos de
laser e seus
programas computadorizados se baseiam no princípio de que
todas as
córneas são mais ou menos esféricas.

Mas existem vários pesquisadores desenvolvendo instrumentos


capazes de
mapear toda a superfície da córnea, fazendo alterações ponto
a ponto
para reduzir as diferenças individuais.

Esse tratamento personalizado da córnea poderia, ao menos em


teoria,
garantir uma melhora impressionante da visão.

Porém, quem não estiver disposto a esperar mais cinco a dez


anos por
esses avanços tecnológicos deve tomar uma série de cuidados
antes de
se submeter ao Lasik. Em primeiro lugar, não se deixe levar
pela
euforia.
Como o Lasik não corrige a presbiopia, a maioria dos pacientes
precisará usar óculos para ler, e é bem provável que você
também
necessite de óculos à noite ou no cinema.

Segunda dica: vá com calma e procure o médico certo, alguém


que possa
responder às suas dúvidas e tranquilizá-lo. Não caia na
conversa de
gente que quer vender seu produto a todo custo.

Encontre um oftalmologista que o examine cuidadosamente antes


da
operação, investigue seu histórico médico e responda às suas
perguntas.

Certifique-se de avisá-lo se houve algum caso na família de


problemas
na córnea, diabetes ou doenças do sistema imunológico,
enfermidades
que podem aumentar os riscos da operação.

O mesmo pode acontecer se você tem problemas de lubrificação


nos olhos
ou sofre de herpes ocular. E, se o primeiro cirurgião que você
consultar se recusar a operá-lo, não saia correndo atrás de
outros.

Descubra quanto tempo de experiência seu médico tem com o


Lasik,
porque alguns deles começam a operar depois de um curso de
fim-de-semana.

É melhor optar por alguém mais experiente, como um


especialista em
córnea, que recebeu um treinamento adicional de um a dois
anos. É
claro que os especialistas cobram mais, mas você recebe por
aquilo que
paga.

Não aceite o papel de cobaia. Os estudos iniciais mostraram


que as
taxas de complicações caem depois que um cirurgião executa 300
operações. Essas taxas caem mais uma vez após a 600a cirurgia.

Os defensores da técnica vão dizer que o treinamento e a


tecnologia do
Lasik são muito melhores agora e que os médicos de hoje estão
perfeitamente habilitados depois de 25 operações.

Não se trata de ir a um mercado de peixe, em que os primeiros


levam
vantagem e ficam com os produtos de melhor qualidade.

Se o médico não quiser informar sua taxa de complicações,


procure
outro. Pergunte quantos pacientes passaram a enxergar pior
depois da
cirurgia (mesmo com óculos ou lentes de contato). Para os
cirurgiões
de primeira linha, esse número não passa de 3 em 1.000.

Pense bem nos motivos para fazer a operação.

"Você só tem um par de olhos", diz George Waring, diretor de


cirurgia
refrativa do Emory Vision Correction Center, em Atlanta.

Apenas você pode decidir se os benefícios compensam o risco


-embora
pequeno- de dano irreversível em sua visão. Se estiver
satisfeito com
seus óculos ou lentes de contato, é melhor deixar como está. P
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