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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA


DISCIPLINA DE INSTRUMENTAÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

LUCIANA ONOFRE VIEIRA


MARCIA DAGOSTIM DAL PONT
MARCOS DE ASSIS LUCIO
SUZETE DA LUZ TEZA BATISTA

MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
2

CRICIÚMA, 03 DE NOVEMBRO DE 2010.


LUCIANA ONOFRE VIEIRA
MARCIA DAGOSTIM DAL PONT
MARCOS DE ASSIS LUCIO
SUZETE DA LUZ TEZA BATISTA

MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

Relatório apresentado à disciplina de


Instrumentação da Indústria Química, no curso de
Engenharia Química da Universidade do Extremo
Sul Catarinense - UNESC, solicitado pelo professor
Evanio Ramos Nicoleit.
3

CRICIÚMA, 03 DE NOVEMBRO DE 2010.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................5
2. TEMPERATURA.......................................................................................................5
2.1 Escalas de temperatura................................................................................6

2.1.1 Escala Celsius..........................................................................................7

2.1.2 Escala Fahrenheit....................................................................................8

2.1.3. Escala Kelvin (Temperatura Termodinâmica).........................................8

2.1.4. Escala Rankine.......................................................................................9

2.1.5. Conversão de Escalas............................................................................9

3. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA...............................................................................9
3.1 Classificação dos medidores de temperatura..............................................11

4. MEDIDORES DE TEMPERATURA........................................................................13
4.1 Termômetros à Dilatação............................................................................13

4.1.1 Termômetro à dilatação de líquidos (vidro)..........................................13

4.1.2 Termômetro à dilatação de líquidos (recipiente metálico)....................14

4.1.3 Termômetro à dilatação de sólidos (bimetálicos)..................................16

4.2 Termômetros à Pressão...............................................................................18

4.2.1 Termômetro à pressão de gás..............................................................18

4.2.2 Termômetro à pressão de líquido.........................................................18

4.2.3 Termômetro à pressão de vapor...........................................................18

4.3 Termômetros à Par Termelétrico (Termopares)..........................................20

4.3.1 Termopares de Isolação Mineral...........................................................22

4.4 Termômetro à Resistência Elétrica (Termo resistências)............................23

4.5 Pirômetro.....................................................................................................25

4.5.1 Pirômetro Óptico...................................................................................25

4.5.2 Pirômetro de Radiação..........................................................................26

4.5.3 Pirômetro Fotoelétrico...........................................................................27


5. CONCLUSÃO..........................................................................................................29
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................................30

1. INTRODUÇÃO

A temperatura é a segunda grandeza mais medida no mundo, perdendo


apenas para o tempo. Só por isso, já temos uma idéia da sua importância na vida
das pessoas e na produção industrial. Monitoramento ambiental, meteorologia,
investigação de novos combustíveis, aproveitamento da energia solar,
desenvolvimento de motores para automóveis, cuidados médicos, qualidade final de
um produto e conservação de alimentos nas gôndolas dos supermercados. Esses
são alguns exemplos da influência da temperatura no dia-a-dia das pessoas, sendo
que praticamente todo o processo industrial está sobre os efeitos dessa grandeza.
Ao contrário da pressão, a medição da temperatura não depende da
quantidade do material que se pretende avaliar. Por esse motivo, foram muitas as
dificuldades em se criar um instrumento capaz de medi-la corretamente. Galileu
Galilei é considerado o primeiro inventor de um termômetro, em 1592. Depois dele,
vários modelos foram desenvolvidos. Santorio Santorre criou o termoscópio, a base
de ar e equipado com uma escala para leitura, em 1612. Só em 1714, um fabricante
holandês de instrumentos de precisão chamado Gabriel Fahrenheit desenvolveu os
primeiros termômetros de mercúrio precisos e repetitivos. Em 1821, Thomas
Seebeck descobriu o termopar, mais importante sensor industrial de temperatura.

2. TEMPERATURA

A Temperatura é a propriedade de um sistema que implica as noções


comuns de "quente" ou "frio". Em geral a matéria com a temperatura maior é dita
mais quente. Ela pode ser vista como um indicador da energia cinética molecular
média de um corpo. No entanto, só a energia cinética de translação contribui para a
grandeza temperatura. A temperatura é definida como a propriedade que indica se
um sistema está ou não em equilíbrio térmico com outros sistemas. Quando dois
sistemas estão na mesma temperatura, eles estão em equilíbrio térmico e não há
transferência de calor. Quando existe uma diferença de temperatura, o calor será
transferido do sistema de temperatura maior para o sistema de temperatura menor
até atingir um novo equilíbrio térmico. Esta transferência de calor pode acontecer por
condução, convecção ou radiação. As propriedades precisas da temperatura são
estudadas em termodinâmica.
Muitas propriedades físicas da matéria como a fase (sólida, líquida,
gasosa ou plasma), a densidade, a solubilidade, a pressão de vapor e a
condutibilidade elétrica dependem da temperatura. A temperatura tem também um
papel importante no valor da velocidade e do grau da reação química, além de
controlar o tipo e a quantidade de radiações térmicas emitidas pela área. Uma
aplicação deste efeito é a lâmpada incandescente, em que o filamento de tungstênio
é aquecido eletricamente até uma temperatura onde uma quantidade notável de luz
visível é emitida.
É uma grandeza escalar sendo indicada por um número, e intensiva, o
que significa que ela não depende do tamanho ou da quantidade de matéria no
sistema. A atribuição de um número à temperatura consiste na construção de um
termômetro e no estabelecimento de uma escala de temperatura.
Segundo o princípio da lei zero da termodinâmica se dois sistemas com
volume constante são postos em contato térmico, as propriedades de ambos os
sistemas podem mudar. Estas mudanças são devidas à transferência de calor entre
os sistemas. Quando o estado para de mudar, o sistema está em equilíbrio térmico.
Se dois sistemas A e B estão em equilíbrio térmico e um terceiro sistema C está em
equilíbrio térmico com o sistema A, então os sistemas B e C estão também em
equilíbrio. É um fato empírico, baseado mais sobre a observação do que sobre a
teoria. Como A, B e C estão todos em equilíbrio térmico, é razoável pensar que os
sistemas têm o valor de uma propriedade em comum, sendo esta conhecida como
temperatura.

2.1 Escalas de temperatura


Desde o início da termometria, os cientistas, pesquisadores e fabricantes
de termômetro sentiam dificuldades para atribuir valores de forma padronizada à
temperatura por meio de escalas reproduzíveis. Essa dificuldade fez com que se
buscassem pontos nos quais se pudessem reproduzir de forma definida os valores
medidos. Muitas escalas baseadas em pontos diferentes foram desenvolvidas ao
longo do tempo. Dentre elas, as mais importantes foram a Fahrenheit, a Celsius, a
Rankine e a Kelvin.

Figura1: Comparação entre escalas.

A Escala Fahrenheit é ainda utilizada nos Estados Unidos e em parte da


Europa. Porém, a tendência é de se usar exclusivamente nos processos industriais
de todo o mundo, a Escala Celsius.
A escala Rankine e a escala Kelvin, que são as escalas absolutas, são
mais usadas nos meios científicos, sendo que atualmente usa-se quase que
exclusivamente a escala Kelvin.

2.1.1 Escala Celsius

A escala Celsius é definida como sendo o intervalo de temperatura unitário


igual a 1 Kelvin, numa escala de temperatura em que o ponto 0 (zero) coincida com
273,15 K. A identificação de uma temperatura na escala Celsius é feita com o
símbolo “ºC” colocado após o número; exemplo: 245,36ºC. Essa escala tem como
valor 0 (zero) o ponto de fusão do gelo e como valor 100 o ponto de ebulição da
água, sendo estes pontos tomados na condição de pressão igual a 1 atm. É uma
escala relativa, obtida através da escala Kelvin, sendo esta relação definida pela
seguinte equação:
t = T - To
Onde:
t = temperatura em ºC
T = temperatura em K
To = 273,15 K

2.1.2 Escala Fahrenheit

A escala Fahrenheit é definida como sendo o intervalo de temperatura


unitário igual a 1 grau Rankine, numa escala em que o ponto zero coincida com
459,67º R. A identificação de uma temperatura na escala Fahrenheit é feita com o
símbolo “ºF” colocado após o número; exemplo: 23,40ºF. Essa escala tem como
ponto de fusão do gelo o valor 32 e como ponto de ebulição da água o valor 212,
sendo estes pontos tomados na condição de pressão igual a 1 atm. Sendo uma
escala relativa, é obtida também pela escala Rankine conforme a relação definida
pela equação abaixo:
tf = T’ - T’o
Onde:
tf = temperatura em ºF
T’ = temperatura em ºR
T’o = 459,67 ºR

2.1.3. Escala Kelvin (Temperatura Termodinâmica)


A temperatura básica é a temperatura termodinâmica (T), cuja unidade é o
Kelvin (K), sendo uma escala absoluta. O Kelvin é a fração 1/273,16 de temperatura
termodinâmica do ponto triplo da água. Nota-se, que de acordo com a definição
acima e a equação (t = T - 273,15 K), o ponto triplo da água ocorre à 0,01ºC (à
pressão de 61,652 Pa).
K = 273,15 + ºC
Observação: Ponto triplo é o ponto em que as fases sólida, líquida e gasosa
encontram-se em equilíbrio.

2.1.4. Escala Rankine

Assim como a escala Kelvin, a escala Rankine é uma escala absoluta,


tendo como zero absoluto, o valor 0 (zero), porém ao ponto de fusão e ao ponto de
ebulição da água foram dados os valores de 491,67 e 671,67, respectivamente.
ºR = ºF + 459,67

2.1.5. Conversão de Escalas

A equação abaixo permite relacionar a leitura de uma escala para outra,


de uma mesma temperatura.
C F − 32 K − 273 ,15 R − 491 ,67
= = =
5 9 5 9

3. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

A medição da temperatura usando os modernos termômetros científicos e


escalas de temperatura tiveram suas origens no século XVIII, quando Gabriel
Fahrenheit adaptou um termômetro de Mercúrio a uma escala de temperatura
desenvolvida pelo dinamarquês Ole Romer. A escala Fahrenheit é ainda usada em
alguns países, incluindo os Estados Unidos, para propósitos não-científicos.
O controle da temperatura é fundamental em quase todos os ramos do
conhecimento humano devido à sua influência na maioria dos processos físicos,
químicos e biológicos. Um exemplo disso pode ser visualizado nas instalações
agrícolas, onde são realizadas atividades como criação de animais e cultivo de
plantas e de cogumelos, sendo a temperatura a variável de maior importância na
caracterização do ambiente meteorológico.
Portanto, quando os processos necessitam ser otimizados, sistemas de
medição e controle devem ser empregados para manter a temperatura dentro de
limites específicos.
Os sensores de temperatura permitem quantificar as transferências de
calor entre os corpos de interesse e o ambiente circundante.
Os fenômenos básicos que regem o princípio de funcionamento dos
sensores de temperatura são: expansão ou contração térmica de líquidos ou sólidos,
termoeletricidade, resistividade elétrica e radiação.
Muitos métodos foram desenvolvidos para medir temperaturas, tanto
direta quanto indiretamente. A maior parte dos termômetros utiliza o equilíbrio
térmico entre o termômetro e o meio no qual se encontra. Um dos dispositivos mais
utilizados para medir a temperatura é o termômetro de vidro, que utiliza a dilatação
de variados líquidos para medir a temperatura; consiste em um tubo de vidro
contendo mercúrio ou outro líquido.
A subida da temperatura provoca a expansão do líquido, e a temperatura
pode ser determinada medindo o volume do líquido. Tais termômetros normalmente
são calibrados, e assim podem mostrar a temperatura simplesmente observando o
nível do líquido no termômetro.
Existe ainda uma variedade de outros tipos de termômetros, como os
termômetros de gás, que utilizam a expansão de um gás qualquer conforme o
aumento da temperatura. Há também os termômetros termorresistores, que se
beneficiam da alteração da resistência elétrica conforme a temperatura e os
termistores, que utilizam materiais semicondutores que possuem propriedades de
mudanças positivas ou negativas da resistência elétrica conforme a temperatura.
Existe ainda o pirômetro, que mede temperaturas acima de 600 °C com base na
quantidade de radiação térmica emitida e na análise dos comprimentos de onda
predominantes.
Para fins de monitoramento automático de temperatura, os sensores mais
adequados são os que possuem saídas elétricas (tensão ou corrente) na forma de
sinais analógicos ou digitais, pois possibilitam a sua conexão a um sistema de
aquisição de dados.
Os sistemas de aquisição de dados são constituídos por condicionadores
de sinais, conversores analógicos/digitais, interface de comunicação para a
transferência das informações digitais e programa computacional de gerenciamento
e processamento de dados (TAYLOR, 1997).
Os condicionadores de sinais são circuitos eletrônicos que adaptam os
sinais analógicos para a conversão digital. Já os conversores analógicos/digitais têm
a função de traduzir os sinais analógicos dos sensores em sinais digitais no formato
binário (LYNX, 2004). Após essa conversão, as informações são transferidas para
um computador e/ou armazenadas em unidades de disco rígido ou flexível por meio
de interfaces de comunicação de acordo com protocolos específicos.
Dentre as principais interfaces de comunicação, destacam-se as seriais
(RS-232, RS-422, RS-485 e USB) e a paralela (normalmente utilizada pela
impressora). Os sistemas de aquisição de dados que não são adequadamente
calibrados, podem se constituir em grandes fontes de erro, registrando e
armazenando informações inexatas, ou seja, que não correspondem à realidade.
Similarmente aos sistemas de aquisição de dados, os sensores de
temperatura também são afetados por fatores ambientais, como temperatura de
armazenamento, umidade do ar, vibrações e campos eletromagnéticos (FRADEN,
1996).

3.1 Classificação dos medidores de temperatura

Os medidores de temperatura são construídos baseados nos efeitos


elétricos ou físicos produzidos pela temperatura sobre uma substância, cujas
características são conhecidas.
Podem ser divididos em dois grandes grupos, como mostrado no quadro
abaixo:

1º Grupo – Contato direto 2º Grupo – Contato indireto

de líquidos
Termômetro à
Pirômetro óptico
dilatação
de sólidos

de líquido
Termômetro à
de gás Pirômetro fotoelétrico
pressão

de vapor

Termômetro a par termoelétrico

Pirômetro de radiação

Termômetro à resistência elétrica

Quadro 1: divisão dos grupos de medição de temperatura.

O primeiro grupo é composto pelos medidores em que o elemento


sensível está em contato direto com o material que se deseja fazer a medição.
No segundo grupo estão os medidores em que o elemento sensível não
está em contato direto com o material que se deseja medir.
A aplicação desses dispositivos varia conforme os fatores técnicos e
econômicos de cada um.
No quadro abaixo é mostrado um comparativo quanto ao aspecto técnico
entre o tipo indireto e direto.

DIRETO INDIRETO
Contato com o objeto que
sofrerá medição.
A radiação do objeto
Condição de medida
medido tem que chegar até
precisa Não mudar a temperatura
o detector.
do objeto de medição pelo
contato do detector.

É difícil medir a Não muda a temperatura do


temperatura de um objeto objeto, pois o detector não
pequeno, porque este tem está em contato direto com
tendência de mudança de o mesmo.
temperatura quando em
Característica
contato com um objeto cuja Geralmente mede a
temperatura é diferente. temperatura superficial.

É difícil medir objeto que Pode medir o objeto que


está em movimento. está e movimento.

Depende da emissividade.

É indicado para medir É adequado para medir


Faixa de
temperaturas menores que temperaturas elevadas
temperatura
1600ºC (> -50ºC)

Precisão Geralmente ± 1% da faixa Geralmente 3 a 10ºC.

Geralmente grande Geralmente pequeno


Tempo de resposta
(> 5 min) (0,3 ~ 3s)
Quadro 2: Comparação entre medidores de temperatura do tipo contato direto e
indireto.

4. MEDIDORES DE TEMPERATURA

4.1 Termômetros à Dilatação

4.1.1 Termômetro à dilatação de líquidos (vidro)

Os termômetros de dilatação de líquido baseiam-se na lei de expansão


volumétrica de um líquido com a temperatura dentro de um recipiente fechado. O
recipiente de contenção do líquido pode ser de vidro ou metálico, e os líquidos
utilizados são:
• Tolueno (-80 a 100º C)
• Mercúrio (-35 a 750º C)
• Álcool (-80 a 70º C)
• Pentano (-120 a 30ºC)
• Acetona (-80 a 50ºC)

O termômetro de vidro industrial é comumente utilizado na indicação de


temperatura de pequena flutuação no processo em que a leitura no próprio local não
se constitui problema, bem como para os casos em que precisão abaixo de ± 1% e
resposta rápida não se fizerem necessárias.

Figura 2: Termômetro de vidro industrial. ( Autor: SILVA, C. R.)

4.1.2 Termômetro à dilatação de líquidos (recipiente metálico)

Já o termômetro de metal é ainda utilizado em algumas indústrias para


indicações e registros, pois permite leituras remotas e por ser o mais preciso dentre
os sistemas mecânicos de medição de temperatura (sua precisão é ± 0,5%).
O elemento usado é o tubo de Bourdon, podendo ser:
a) Tipo C;
b) Tipo Helicoidal;
c) Tipo Espiral.

Os materiais mais utilizados na confecção desse tipo de termômetro são:

• Bronze Fosforoso;
• Cobre;
• Berílio;
• Aço Inox;
• Aço Carbono.

Figura 3: Termômetros de dilatação de líquido com elemento tipo Bourdon. (Autor:


SILVA, C. R.)

Figura 4: Termômetros de dilatação de líquido com elemento tipo Bourdon. ( Autor:


SILVA, C. R.)

Vantagens:
• O termômetro de vidro é de baixo custo;
• O termômetro de metal é o mais preciso dentre os sistemas mecânicos de
medição.

Desvantagens:

• Tempo de resposta grande (> 5 min.);


• Dificuldade de medir objetos em movimento;
• Não recomendável para controle;
• Grande fragilidade.

4.1.3 Termômetro à dilatação de sólidos (bimetálicos)

A operação deste tipo de termômetro se baseia no fenômeno da dilatação


linear dos metais com a temperatura. Na prática a lâmina bimetálica é enrolada em
forma de espiral ou hélice, o que aumenta mais ainda a sensibilidade do sistema.
O termômetro mais usado é o de lâmina bimetálica helicoidal que consiste
de um tubo que é bom condutor de calor, no interior do qual é fixada um eixo que
por sua vez recebe um ponteiro que se desloca sobre uma escala. Normalmente o
eixo gira de um ângulo de 270º para uma variação de temperatura que cubra toda a
faixa do termômetro.
Figura 5: Termômetro de dilatação de sólido. (Autor: SILVA, C. R.)

Estes termômetros têm aplicação similar às dos termômetros de vidro,


porém, por serem resistentes, admitem condições de trabalho mais pesados.
Atualmente é o indicador de temperatura local mais utilizado na área industrial.

Vantagens:

• Baixo preço;
• Simplicidade de manuseio;
• Alta resistência;
• Alta gama global: -30 á 500ºC.

Desvantagens:

• Tempo de resposta grande;


• Pouco precisos;
• Problema de histerese.
4.2 Termômetros à Pressão

4.2.1 Termômetro à pressão de gás

Também é conhecido como sistema termal, sendo constituído de um


manômetro com tubo Bourdon e um indicador conectado através de um capilar ao
bulbo sensor de temperatura. Os termômetros à pressão de gás baseiam-se na lei
de Charles e Gay-Lussac que diz:

“A pressão de um gás é proporcional à temperatura, se mantivesse constante o


volume do gás”.

Variações de temperatura causam variações na pressão do gás, que são


sentidos pelo manômetro. Os gases encontrados nesse tipo de termômetro são: gás
hélio, hidrogênio, nitrogênio e dióxido de carbono.

4.2.2 Termômetro à pressão de líquido

É preenchido com um líquido, geralmente mercúrio, variações de


temperatura causam uma dilatação volumétrica do liquido, que ocasiona um
movimento no manômetro.

4.2.3 Termômetro à pressão de vapor

É preenchido parcialmente com um líquido de tal maneira que a superfície


livre do mesmo se encontre no bulbo e o volume restante é preenchido com o vapor
deste mesmo líquido.
No equilíbrio, a pressão do vapor é relacionada com a temperatura da
interface. O Bourdon mede essa pressão, fornecendo uma indicação que varia de
acordo com a temperatura.
Os termômetros de pressão a líquido são os de aplicação mais comum,
dando-se preferência aos sistemas preenchidos com mercúrio, a não ser que a
temperatura a ser medida seja baixa (menor que -38ºC), ou quando o “span” deva
ser estreito (mínimo de cerca de 25ºC) ou ainda quando houver perigo de
contaminação por vazamento de mercúrio.
Termômetros de pressão a gás podem ser utilizados em temperaturas
mais baixas, sendo o bulbo em geral maior, o que pode ser uma vantagem se o
objetivo for medir a temperatura média de um volume grande. Entretanto o “span”
mínimo é de cerca de 50ºC.
Termômetros de pressão a vapor são os que possuem o custo mais
reduzido. A resposta é rápida a não ser quando a temperatura é próxima do
ambiente. A não linearidade da escala pode ser um fator negativo.

LÍQUIDO PONTO DE FUSÃO (ºC) PONTO DE EBULIÇÃO (ºC)


Cloreto de metila -139 -24
Butano -135 -0,5
Éter etílico -119 34
Tolueno -95 110
Dióxido de enxofre -73 -10
Propano -190 -42
Quadro 3: Pontos de fusão e ebulição de diferentes substâncias.

Figura 6: Termômetro a pressão de vapor. (Autor: SILVA, C. R.)


Vantagens:

• Baixo preço;
• Simplicidade de manuseio;
• Alta resistência;
• Alta gama global: -30 á 500ºC.

Desvantagens:

• Tempo de resposta grande;


• Pouco precisos;
• Problema de histerese.

4.3 Termômetros à Par Termelétrico (Termopares)

Consiste de dois condutores metálicos, de natureza distinta, na forma de


metais puros ou ligas homogêneas. Os fios são soldados em um extremo ao qual se
dá o nome de junta quente ou junta de medição. A outra extremidade dos fios é
levada ao instrumento de medição de f.e.m. (força eletromotriz ou tensão elétrica),
fechando um circuito elétrico por onde flui a corrente elétrica. O ponto onde os fios
que formam o termopar se conectam ao instrumento de medição é chamado de
junta fria ou de referência.
Os termopares seguem o princípio dos efeitos termoelétricos, sendo que o
efeito Seedbeck é o relevante para os termopares. O efeito Seedbeck se produz
pelo fato de que os elétrons livres de um metal diferem de um condutor para outro e
depende da temperatura corrente.
Figura 7: Termopar. (Autor: SILVA, C. R.)

Os termopares podem ser divididos em três grupos:

• Termopares básicos;
• Termopares nobres;
• Termopares especiais.

Termopares Básicos

São os termopares de maior uso industrial, os fios são de custo


relativamente baixo, e sua aplicação admite um limite de erro maior.

Termopares Nobres

São aqueles que os pares são constituídos de platina, possuem custo


elevado e exigem instrumentos receptores de alta sensibilidade, apresentam uma
altíssima precisão.
Termopares Especiais

São novos tipos de termopares desenvolvidos para atender as condições


de processo onde os termopares básicos não podem ser utilizados. Podem ser de
tungstênio-rhênio, irídio, ouro, nicrosil/nisil.

4.3.1 Termopares de Isolação Mineral

São utilizados extremamente no processo industrial. Os fios do termopar


são montados em bainhas de proteção isolados entre si e todo o interior da bainha
com pó de óxido de magnésio bem compactado. A bainha metálica assegura a
impermeabilidade do termopar à água, óleo e gases. Os termopares de isolação
mineral recebem rígido controle, desde o recebimento das matérias primas, dos
certificados do fornecedor, as inspeções e testes internos até o produto final.
Os termopares são os sensores de temperatura mais amplamente
utilizados. Encontram aplicação nos mais variados processos, em ampla faixa de
temperatura. Deve-se atentar para a tolerância do processo a ser medido.

Figura 8: Termopares de isolação mineral. (Autor: SILVA, C. R.)


Vantagens

• Diâmetro reduzido;
• Resistência mecânica;
• Resposta rápida;
• Estabilidade;
• Flexibilidade.

Desvantagens

• Não linear;
• Baixa tensão de saída;
• Requer referência.

4.4 Termômetro à Resistência Elétrica (Termo resistências)

Utiliza-se a resistência como propriedade termométrica constituída por um


núcleo de cerâmica, vidro ou outro material isolante, em torno do qual se enrola um
fio ou filme metálico. Sua sigla é RTD “resistance thermal detector”. Os metais mais
utilizados são: o cobre, o níquel e a platina. É o mais preciso de todos os métodos
para medida de temperatura nos processos industriais.
As termo resistências, possuem praticamente as mesmas aplicações que
os termopares, observando os casos de temperaturas até 850ºC as termo
resistências obtêm um melhor resultado.

Figura 9: Esquema de termo resistência. (Autor: SILVA, C. R.)


Figura 10: Termo resistência. ( Autor: SILVA, C. R.)

Vantagens

• Alta precisão;
• Alta resistência;
• Possuem grande repetibilidade;
• Não tem limite de distância de operação;
• Podem ser utilizados para medidas próximas da temperatura ambiente.

Desvantagens

• Fragilidade referente a erros de operação;


• Alto custo;
• Sensibilidade baixa;
• Tempo de resposta longo;
• Auto-aquecimento.
4.5 Pirômetro

É o equipamento utilizado para medir temperatura quando não há contato


direto entre instrumento de medição e objeto a ser medido. Na indústria esse tipo de
medidor é aplicado em processos de temperatura muito alta.
Pode ser utilizado em diversas situações, em processos de fabricação:
metais e tratamento térmico, vidro, alimentos, cura e secagem de pinturas, em
manutenção de fabricas e instalações: motores, bombas e mancais, em transporte
terrestre e aéreo: sistemas hidráulicos, freios, sistemas de refrigeração de motores,
sistemas de aquecimento, ar-condicionado, armazenamento e transporte de
alimentos. Muito úteis em situações em que os locais para medição são de difícil
acesso e também para medir temperaturas médias de grandes superfícies.

4.5.1 Pirômetro Óptico

O pirômetro óptico determina a temperatura da superfície pela cor da


radiação emitida. O ponto de máximo da curva de radiação de corpo negro se move
em direção aos comprimentos de onda menores à medida que a temperatura
cresce, correspondendo a uma mudança de cor na radiação emitida. A lei de Wien
estabelece esta relação.

Figura 11: Esquema de pirômetro óptico. ( Autor: SILVA, C. R.)


Figura 12: Pirômetro óptico. ( Autor: SILVA, C. R.)

4.5.2 Pirômetro de Radiação

Este pirômetro é baseado na determinação da temperatura de equilíbrio


de um alvo sobre o qual a radiação térmica incide. Termopilhas ou termômetros de
resistência são utilizados como sensores de temperatura. A energia térmica líquida
radiativa é equilibrada pelas perdas por condução e convecção. Um procedimento
de calibração relaciona a temperatura de equilíbrio do alvo com a temperatura
desejada da fonte emissora. Este tipo de instrumento é normalmente utilizado para
temperaturas superiores a 550ºC.

Figura 13: Pirômetro de radiação. (Autor: SILVA, C. R.)


4.5.3 Pirômetro Fotoelétrico

Os pirômetros fotoelétricos normalmente empregam sensores que atuam


na faixa do infravermelho, e, portanto, abrangem uma faixa de temperatura maior do
que os pirômetros de radiação total e óptico além disso, são mais rápidos,
respondendo na casa dos milissegundos. Portanto, sensores de infravermelho não
só operam em altas temperaturas, mas também podem ser usados nos chamados
processos industriais a frio (forjamento, extrusão, trefilação,etc..). Sua faixa de uso
pode ser descrita de 0 a 3.600 °C.
Os pirômetros fotoelétricos possuem basicamente a mesma estrutura de
um pirômetro de radiação total, só que a termopilha, por exemplo, é substituída por
um fotodiodo, e, consequentemente o circuito de leitura/processamento do sinal é
um pouco diferente.
Atualmente é o tipo de pirômetro mais utilizado.

Figura 14: Pirômetro fotoelétrico. ( Autor: SILVA, C. R.)

Vantagens

• Medição à distância;
• Vasto range;
• Rapidez.

Desvantagens

• Custo elevado;
• Necessita conhecer a emissividade do corpo;
• Escala não linear.
5. CONCLUSÃO

Devido à grande importância que a temperatura tem nas mais diversas


áreas industriais, vários dispositivos foram criados com a finalidade de obter valores
para essa grandeza.
Pode então concluir-se que hoje em dia, com o avanço da tecnologia, o
mercado disponibiliza instrumentos tão robustos que podem ser submetidos a
condições severas de aplicação, e que proporcionem respostas bastante confiáveis
e precisas.
6. REFERÊNCIAS

MARIN, F.R.; ANGELOCCI, L.R.; FILHO, M.A.C.; VILA NOVA, N.A. Construção e
avaliação de psicrômetro aspirado de termopar. Scientia Agrícola, Piracicaba, n.4,
p.839-44, 2001.

STEIDLE NETO, A.J. Avaliação do sistema 1-wireTM para aquisição de dados de


temperatura em instalações agrícolas. 2003. 110 f. Dissertação (Mestrado em
Construções Rurais e Ambiências) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG,
2003.

TURCO, J.E.P.; FERNANDES, E.J. Construção e avaliação de um psicrômetro de


termopares. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.23, n.3, p.468-76, 2003.

SILVA, C. R.: Medidores de temperatura.Faculdade de Tecnologia de Botucatu,


disponível em http://www.ebah.com.br, acessado em 01 de novembro de 2010.

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