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CAPÍTULO

3
Análise dos
balanços
O Ibase criou uma base de dados para armazenar e disponibilizar as infor-
mações dos balanços sociais publicados pelas empresas que elaboram
seus relatórios socioambientais no modelo sugerido pela instituição.
Os balanços sociais são disponibilizados integralmente por meio do site
<www.balancosocial.org.br> e podem ser acessados por “nome de empresa”
e “ano”. Os dados coletados e armazenados pelo Ibase nos últimos anos são
de utilidade pública e estão disponíveis para o conhecimento e a utilização
por parte da sociedade.
Professores(as), pesquisadores(as), analistas de mercado, representantes
de empresas, organizações sociais e estudantes consultam regularmente
esse site e a base de dados, que contém, atualmente, 1.288 balanços de 345
empresas. A lista nominal completa de todas as companhias que compõem a
base de dados e, também, representa o universo das informações aqui apre-
sentadas, está disponível nos anexos desta publicação.
Com o intuito de acompanhar as informações dos balanços sociais, o
Ibase desenvolveu o Sistema de Indicadores Socioambientais do Balanço
Social (SIS/BS), que utiliza essa mesma base de dados. Nesse sistema, são
gerados indicadores com o objetivo de apoiar as análises, publicações, cam-
panhas e ações políticas estratégicas realizadas pelo Ibase relacionadas
à discussão sobre ética, transparência, responsabilidade e controle social
sobre as empresas que atuam em nosso país.
Contudo, cabe ressaltar que essa relação é bastante dinâmica e conta
com atualizações e acréscimos regulares. A partir deste primeiro livro con-
tendo informações inéditas sobre o tema, a equipe Ibase fará atualizações
regulares desta publicação. Nossa proposta é gerar uma série histórica
de dados, informações e análises que possam servir de fonte para toda a
sociedade acompanhar, anualmente, os avanços ou retrocessos dos inves-
timentos sociais privados, das ações internas e dos impactos das empre-
sas que atuam no Brasil e prestam informações sociais e ambientais.
O número de balanços sociais publicados vem se ampliando ano a ano,
como nos mostra o gráfico 1. De fato, somente quatro empresas publicaram

32 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


seus balanços durante o ano de 1997, contudo outras cinco empresas
publicaram balanços com informações retroativas no ano seguinte ao
lançamento do modelo.

Gráfico 1 – Balanços Sociais por ano de publicação

235
227

195
176

124

60
21
9 38

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005


Fonte: Sistema de Indicadores Socioambientais do Balanço Social Ibase – SIS/BS Ibase 2007.
1

A expansão do número de empresas com balanço social nos últimos anos é


um dos indicadores da relevância do tema e da ampliação do interesse neste
assunto e nos apresenta, também, o aumento da prática anual das compa-
nhias em publicar e disponibilizar seus dados e informações por meio desse
instrumento. Já a variação do número de selos concedidos anualmente deve
ser entendida sob outra lógica, como veremos no Capítulo 4.

1
Todas os gráficos apresentados têm como fonte o Sistema de Indicadores Socioambientais do Balanço Social
Ibase – (SIS/BS) Ibase 2007 e mostram os dados referentes aos anos de publicação.

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


33
O intervalo entre a realização dos balanços, sua publicação e a verifica-
ção e sistematização dos dados e das análises por parte do Ibase deve-se a
alguns motivos importantes e necessários para a correta leitura das infor-
mações contidas nesta publicação.
Os balanços revelam informações de dois exercícios anuais anteriores.
Durante 2007, por exemplo, foram realizados e publicados os balanços com
informações ano-base 2006/2005. Ao longo de 2008, muitas empresas ainda
realizavam seus BSs ano-base 2007/2006. Como esses balanços – que são
publicados ao longo de todo o ano, sem nenhuma obrigatoriedade ou regu-
laridade de data – interferem no resultado final de todos os nossos cálculos
e estatísticas, faz-se sempre necessário um intervalo mínimo de dois anos
para a análise de dados já consolidados. Assim sendo, uma parte deste tra-
balho utiliza os balanços publicados desde 1997 até 2005. Porém, em outras,
nosso público leitor somente encontrará informações de balanços publica-
dos no período de 2001 a 2005 (ano-base 2000/2004) para o cálculo dos valo-
res, das médias e dos percentuais apresentados, que embasam nossas análi-
ses e conclusões sobre números que não mais sofrerão alterações.

1. Tamanho e representatividade das empresas que utilizam o


modelo Ibase

O total das receitas líqüidas por ano – número que serve de base de cálculo
percentual para grande parte das informações e dos dados aqui apresentados
– nos permite avaliar o crescimento anual da representatividade e importân-
cia econômica das empresas que utilizam nosso modelo de balanço social.
Os gráficos a seguir nos fornecem uma visão desse crescimento.
As receitas totais apresentam também uma tendência de pouca alteração
nos dois últimos períodos – assim como o número de balanços publicados –,
o que poderia sinalizar uma certa estabilização no chamado “movimento”
pela publicação de balanços sociais. Certamente, os próximos períodos
serão determinantes para apontar mais claramente os reais sinais e a con-
solidação ou não dessa tendência.

O UNIVERSO DAS EMPRESAS QUE FAZEM O BALANÇO SOCIAL MODELO


IBASE TEM UM TOTAL DE RECEITAS DA ORDEM DE R$ 663 BILHÕES E
GERA 1,7 MILHÃO DE POSTOS DE TRABALHO.

34 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


Gráfico 2 – Receitas totais líqüidas por ano de publicação (em bilhões de reais)

653 663

569

492

345

261
215

125
58
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

O crescimento anual da folha de pagamento e o total de pessoas emprega-


das confirmam a relevância socioeconômica e a capilaridade das empresas
que utilizam o modelo Ibase.
Estes números podem ser conferidos a seguir, no gráfico 3.

Gráfico 3 – Total das folhas de pagamento brutas por ano de publicação (em bilhões de reais)

68
64

54
50

37
32
27

20

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


35
O total de postos de trabalho nas empresas que publicam balanço social
anualmente também confirma a importância desses players no cenário polí-
tico e econômico nacional. Esse número passou de 112 mil, em 1997, para 1
milhão 706 mil pessoas empregadas, segundo os dados dos balanços publi-
cados em 2005.

Gráfico 4 – Total de pessoas empregadas por ano de publicação (em milhares de postos de
trabalho)

1.706
1.605

1.340

1.080

776

351 381
112
192

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Somente para ilustrar e balizar os números ora apresentados – ao arrepio


de qualquer metodologia dos cálculos macroeconômicos e de geração de
emprego e renda –, cabe lembrar que o Produto Interno Bruto (PIB) brasi-
leiro é de R$ 2,3 trilhões (IBGE, 2007). Também devemos ter em mente os
números do Cadastro Central de Empresas do IBGE, segundo o qual o total
de pessoas assalariadas em nosso país era de 32,5 milhões em 2001.
Se considerarmos esses números como referência e parâmetro de gran-
deza para pensar o universo de empresas com balanço social no Brasil (con-
junto que não abrange as micro e pequenas empresas, que são as principais
empregadoras brasileiras), podemos perceber que um total de receitas da
ordem de R$ 663 bilhões advindas de empresas que geram 1,7 milhão de pos-
tos de trabalhos – que somados aos cerca de 700 mil terceirizados, perfa-
zem 2,4 milhões de pessoas – realmente não são nem um pouco desprezíveis.
Esses valores nos dão a dimensão de poder, influência e impactos possíveis
e concretos, tanto positivos como negativos, que as companhias aqui anali-
sadas possuem sobre a vida, a economia e o meio ambiente em nosso país.

36 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


2. Ações sociais e investimentos voltados para as pessoas que
trabalham nas empresas

Nos indicadores sociais internos dos balanços publicados são apresenta-


dos todos os investimentos voltados para a própria empresa, tanto aqueles
voluntários como os obrigatórios. A partir das análises do conjunto dessas
informações, podemos obter alguns indícios de como são tratadas e valori-
zadas (ou não) as pessoas dentro das companhias que utilizam a ferramenta
do Ibase.
O gráfico 5 apresenta os investimentos realizados em benefício dos fun-
cionários e das funcionárias ao longo dos últimos anos. Ainda que sejam
valores médios, que agregam diversos tipos de investimentos anuais por
pessoa num intervalo que pode variar de R$ 1.000 até R$ 80.000, nitida-
mente percebe-se uma tendência de ampliação desses investimentos inter-
nos nos últimos anos.

Gráfico 5 – Investimentos sociais internos por empregado(a) – excluindo encargos sociais


– (em reais)

3.940
3.623

2.777

2.254

1.822

772
249 647
125

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

A partir de um olhar sobre o gráfico 5, observamos que os valores médios


dos investimentos sociais internos anuais por empregado(a) – em reais e em
valores atualizados –, excluídos todos os encargos sociais compulsórios, têm
aumentado significativamente nos últimos anos. Cabe destacar, também,
que, com pequenas variações ano a ano, as empresas concentram suas ações
sociais internas em alimentação (cerca de 25% dos investimentos internos)

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


37
e saúde (20%). Investir na alimentação e saúde de funcionários e funcioná-
rias é uma iniciativa importante e louvável. Todavia, configura-se um tanto
básico afirmar, até mesmo por conta de garantias legais nacionais e inter-
nacionais, que as empresas que publicam BS no Brasil proporcionam uma
vida minimamente saudável para seu corpo funcional. Não deveria mesmo
ser diferente.
Contudo, o que nos chamou muito a atenção foram as variações para
menos e a pouca importância dada a alguns investimentos não-obrigató-
rios, mas que são recorrentemente valorizados nos discursos da maioria das
empresas. Particularmente, os investimentos em educação (em geral) e em
capacitação (formação para o trabalho) são exemplos bastante ilustrativos.
Esses sempre aparecem com destaque quando representantes de empresas
falam sobre a importância da valorização das pessoas no ambiente de tra-
balho. Porém, para além das palavras, tais gastos representam uma pequena
parte dos investimentos anuais das empresas analisadas. Alguns vêm dimi-
nuindo nos últimos anos, como pode ser observado a seguir.

Gráfico 6 – Investimentos sociais internos – média anual por funcionário(a) a cada


R$ 1.000 investidos

79

57

49 50
Investimentos em educação
45 45
Investimentos em capacitação
40
Investimentos em creche
43
Investimentos em cultura
30
27
24
20 20 20

17 10 10 10
5
3 3
1
[1] [3] [4] 7
4 [7]
2000 2001 2002 2003 2004 2005

38 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


Os investimentos em educação nos chamam a atenção pela queda
abrupta nos últimos anos. Em 2000, de cada R$ 1.000 reais investidos
internamente por funcionários(as), R$ 79 foram gastos em educação. Já
em 2005, esses valores (atualizados) caíram para R$ 24. O gráfico 6 tam-
bém nos mostra que os últimos períodos apresentaram uma queda nos
investimentos em capacitação direta para o trabalho. Podemos notar que
os investimentos em cultura subiram nos últimos anos, porém, continuam
inexpressivos.
Outra informação bastante alarmante está relacionada com os investi-
mentos em creche. Apesar dos balanços sociais anuais revelarem uma eleva-
ção no percentual de mulheres no corpo funcional do conjunto de empresas
aqui analisadas (ver tópico 5 – Indicadores do corpo funcional), os investi-
mentos médios em creche ou auxílio-creche caíram pela metade de 2002
para 2003 e permaneceram no patamar de R$10 per capita nos últimos perí-
odos. Esses números nos levam a algumas reflexões: em quais condições de
trabalho encontram-se essas mulheres que possuem filhos? E qual será a
situação nas empresas que nem sequer dão transparência e visibilidade às
suas informações sociais internas?

3. Investimentos externos e ações para a comunidade

Nos indicadores sociais externos aparecem os investimentos voluntários da


empresa nos quais a sociedade é o público-alvo principal. Esses apresentam
a ação social privada realizada pelas empresas visando às comunidades
externas. São ações que geralmente relacionam-se, direta ou indiretamente,
com os objetivos ou com algum interesse dessas corporações, no curto,
médio e longo prazos.
Os valores médios dos investimentos sociais externos (atualizados pelo
IPCA2 do IBGE, como todos os valores desta publicação) realizados anual-
mente por empresas que publicam balanço (excluindo-se qualquer forma
de impostos, taxas ou obrigações) ampliaram-se consideravelmente nos
primeiros dois anos e, depois, mantiveram-se bastante estáveis. Com pou-
cas variações, esses valores não apresentam reduções ou ampliações con-
sideráveis nos últimos anos. Podemos observar, como exemplo, que 1999 e
2005 apresentam praticamente o mesmo valor médio de investimento social

2
Índice oficial do governo federal para medição das metas inflacionárias, acordadas com o Fundo Monetário
Internacional, a partir de julho de1999.

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


39
externo por empresa: R$ 16 milhões anuais. Nota-se também que, de 2001
a 2003, os investimentos na casa dos R$ 17 milhões configuram o período
com maiores investimentos. Os períodos seguintes nos apontarão se esta
tendência seguirá ou não.

A GRANDE QUESTÃO A SER RESPONDIDA É SE ESSES INVESTIMENTOS


SÃO REPRESENTATIVOS E SE POSSUEM RESULTADOS SOCIAIS POSITIVOS
COMPATÍVEIS COM O PODER, O IMPACTO E AS RESPONSABILIDADES
DESSAS EMPRESAS COM A SOCIEDADE

Gráfico 7 – Investimentos sociais externos por empresa por ano (em milhões de reais)

17,4 17,1
16,6
15,8 15,9
15,2 15,1

7,2

1,8

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Quando comparamos o total dos investimentos externos com os resulta-


dos anuais e as receitas líqüidas das empresas aqui analisadas, observamos
que, percentualmente, o peso desses investimentos vem caindo em compa-
ração aos resultados operacionais (de 5,4% em 2002 para 3% em 2005) e
permaneceu praticamente estável em relação à receita líqüida, mantendo-se
no patamar de 0,5% anual, com alguma variação para mais em 2001/2002 e
para menos em 2000.
Nesse sentido, podemos inferir que dentro desse nosso universo, referên-
cia para muitas empresas no Brasil, há uma tendência de destinar-se 0,5%
das receitas líqüidas para os investimentos sociais privados, mesmo com
indicações de melhoria nos resultados operacionais anuais. A grande ques-

40 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


tão a ser respondida é se esses investimentos são significativos, representa-
tivos e se possuem resultados sociais positivos compatíveis com o poder, o
impacto e as responsabilidades que essas mesmas empresas têm em relação
à sociedade que lhe outorga o direito de operar e produzir, fornece-lhes mão-
de-obra e as financia, via compra de bens, produtos e serviços. Outra per-
gunta que surge nesse contexto é se as empresas estarão dispostas a manter
os mesmos patamares de investimentos sociais externos, mesmo quando os
resultados não forem tão satisfatórios.

Gráfico 8 – Investimentos sociais externos – sobre receita e resultado (em%)

5,39
5,18

4,33
3,93
3,03
% do resultado operacional
3,25
para investimentos externos

% da receita líqüida para


investimentos externos

0,61 0,59 0,56 0,53 0,55


0,34
[1] [3] [4]
[7]
2000 2001 2002 2003 2004 2005

A partir do momento em que desagregamos os investimentos sociais


externos por tipo de ação mais realizada (educação, cultura, saúde, esporte/
lazer e combate à fome e segurança alimentar), obtemos uma informação
mais detalhada sobre quais são os tipos de investimentos que as empresas
mais disponibilizam para as comunidades externas.
No gráfico 9, é possível verificar o percentual desses investimentos por
tipo, e observar que as empresas têm concentrado suas ações externas
durante os últimos anos em iniciativas e projetos ligados, fundamental-
mente, à educação e à cultura.

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


41
Gráfico 9 – Percentuais dos investimentos externos por tipo e ano (em %)

30,2

27,9
26,3
25,6

23,2
22,5
23,9
22,9 22,6
22
21,2 Educação
19,5 Cultura
Saúde e saneamento
Esporte

10,6 11,2 Combate à fome


10,2 10,7
9,7
10,7
7,5 7,6
6,9 [9,1] 8,1

6 6
5,2 5,2
1,9
0 0

2000 2001 2002 2003 2004 2005

A educação é um valor em nossa sociedade e a crença nos desdobramen-


tos positivos desse tipo de iniciativa – já confirmada por vários estudos – é
praticamente inquestionável. Já os investimentos em cultura nos trazem
questionamentos que não são possíveis de responder, dada as limitações
do instrumento balanço social quanto ao tipo de informação solicitada. Por
exemplo: qual parcela desses investimentos em cultura foi realizada via
renúncia fiscal e/ou por meio de leis de incentivo à cultura? Qual parcela
dos investimentos foi realizada com recursos próprios, nos quais empresas
abriram mão de parte de seus lucros para investir em cultura e em outras
iniciativas de interesse comum, público ou comunitário? Estas são respos-
tas que ainda não temos.
As ações externas ligadas às áreas de saúde e de esporte apresentam uma
pequena evolução ao longo dos anos analisados. Já as ações de combate à fome
e alimentação realizadas por empresas públicas e privadas se fazem perceber
a partir de 2002. Esse crescimento, possivelmente, está relacionado às inicia-
tivas governamentais e à ênfase que o Estado brasileiro tem dado às ações de
combate à fome e de estímulo à segurança alimentar nos últimos anos.

42 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


4. Investimentos, ações e projetos ambientais

Nos últimos anos, uma das maiores preocupações que figuram nas decla-
rações de empresários(as) e gestores públicos tem sido a de mitigar os
impactos ambientais, minimizar as mudanças climáticas e preservar a vida
no planeta. Algumas iniciativas adotadas possuem o objetivo de melhorar
a qualidade ambiental, seja por meio de inovação tecnológica ou de progra-
mas internos e externos de controle e educação ambiental. Os valores e o
peso destes investimentos em meio ambiente – em comparação ao desempe-
nho econômico e financeiro das companhias – aparecem de forma clara nos
balanços sociais.

Gráfico 10 – Investimentos médios em meio ambiente por empresa (em milhões de reais)

28

25
23 23
21
20

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Todavia, quando analisamos as informações sobre os investimentos


ambientais das empresas listadas nesta publicação – que representam uma
espécie de “elite” das empresas brasileiras, uma vez que dão transparência
às suas informações, mesmo quando não são tão positivas assim –, observa-
mos uma redução nos valores absolutos do total de investimentos ambien-
tais realizados nos últimos anos.
Quando comparados com os resultados e as receitas anuais, essa redu-
ção torna-se bastante significativa e evidente, conforme podemos verificar
no gráfico 11. Se levarmos em conta ainda a grande divulgação do tema e o
número de informações, aliado ao fortalecimento do discurso de proteção e

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


43
preocupação com o meio ambiente, a água, as florestas e até o aquecimento
global, esta redução nos mostra um claro antagonismo entre o discurso e a
prática das empresas contemporâneas aqui analisadas.

Gráfico 11 – Investimentos ambientais operacionais (IAO) sobre receita e resultado (em %)

12,87

9,52

% da receita líquida em IAO

6,16
5,52 5,88 3,84 % do resultado operacional
em IAO

1,08 0,92 0,95


0,96 0,79 0,69
[1] [3] [4]
[7]
2000 2001 2002 2003 2004 2005

As empresas também realizam, regularmente, projetos e ações que não


estão relacionadas diretamente com a operação/produção. São os chamados
investimentos ambientais em programas e projetos externos ou para a socie-
dade em geral. Esses programas envolvem educação ambiental e campanhas
preservacionistas que não estão diretamente ligadas ao bem, produto ou
serviço de determinada companhia, mas que geralmente trazem, direta ou
indiretamente, benefícios para as comunidades e também para a imagem
pública e as marcas de tal empresa.

NOS BALANÇOS SOCIAIS PUBLICADOS EM 2002, APARECEM, PELA


PRIMEIRA VEZ, QUESTÕES SOBRE O ESTABELECIMENTO DE METAS PARA OS
INVESTIMENTOS EM MEIO AMBIENTE

44 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


Gráfico 12 – Investimentos ambientais externos médios por empresa (em milhões de reais)

3,9
3,7

3,2

2,1

1,5
1,3

[1] [3] [4]


[7]
2000 2001 2002 2003 2004 2005

Ainda assim, quando observamos os dados publicados até 2005, a tendên-


cia tem sido também de redução dos investimentos ambientais externos. Os
próximos anos, todavia, darão pistas se essa tendência continuará ou não, e
sem dúvida, no longo prazo, o próprio planeta nos dará a prova inconteste se
as práticas internas e externas das empresas mantiveram-se de acordo com
a continuidade da vida no planeta ou somente seguiram focadas no lucro de
curto prazo conquistado a qualquer preço.
Outro importante indicador, que nos ajuda a mensurar a preocupação
com a redução dos impactos ambientais, está relacionado ao estabeleci-
mento e ao cumprimento, ou não, de metas anuais de ecoeficiência. Medir,
avaliar e estabelecer metas para mudar as práticas ao longo do tempo é um
processo fundamental nas organizações e empresas. Nos balanços sociais
publicados em 2002, aparecem, pela primeira vez, questões sobre o esta-
belecimento de metas para os investimentos em meio ambiente e também
sobre os percentuais de cumprimento. Esse indicador entrou no modelo
por sugestão de uma das maiores organizações internacionais de defesa
do meio ambiente, antiga parceira do Ibase, que preferiu, por estratégia de
ação à época, não se configurar formalmente como uma das organizações
sociais que apoiavam o modelo.
No gráfico 13 podemos acompanhar a evolução das metas ambientais
durante os últimos anos. Verificamos que cerca de 60% das empresas ana-
lisadas estabelecem e cumprem satisfatoriamente suas metas anuais. Toda-
via, ainda chama muito a nossa atenção que ¼ dessas empresas, que em

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


45
geral estão na vanguarda da preocupação socioambiental, ainda não pos-
suam qualquer tipo de meta anual estabelecida para avaliar, aperfeiçoar e/
ou corrigir seus investimentos e impactos ambientais.

Gráfico 13 – Percentuais médios de estabelecimento e cumprimento de metas

58
57
59

53

Cumprem de 76% a 100%


Não possuem metas

25 Cumprem de 51% a 75%


24
26 Cumprem de 0% a 50%
23

16 11
10
9

9 8
7 7

2001 2002 2003 2005

5. Indicadores do público interno

Este grupo de indicadores nos apresenta um raio-x dos colaboradores e das


colaboradoras e permite avaliação da forma pela qual a empresa se relaciona
com o seu público interno no que diz respeito à criação de postos de tra-
balho, utilização de mão-de-obra terceirizada, valorização da diversidade e
relação com grupos historicamente discriminados no Brasil.
Uma informação que merece especial destaque diz respeito à transparên-
cia e à disponibilização dos números sobre o corpo funcional. Ao longo des-
ses dez anos, percebemos uma grande resistência das empresas em declarar
o perfil de seus colaboradores, principalmente quanto à raça/etnia, gênero,
idade e pessoas com deficiência (PCDs).

46 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


Gráfico 14 – Percentuais de empresas que divulgaram as informações do corpo funcional
por ano (em %) – dividido em sete partes

EMPRESAS QUE DIVULGARAM O Nº DE MULHERES EMPRESAS QUE DIVULGARAM O % DE CARGOS DE


CHEFIA OCUPADOS POR MULHERES

88,9
84,6 95,2 80,5
80,7 91,9 91,2
74,4
78,2 69,4
71,7
63,3

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2000 2001 2002 2003 2004 2005

EMPRESAS QUE DIVULGARAM O Nº DE NEGROS(AS) EMPRESAS QUE DIVULGARAM O % DE CARGOS DE


CHEFIA OCUPADOS POR NEGROS(AS)

75,3
69,6
63,8
60
56,9
50,6 50,3

40,9
33,9
25

20
15

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2000 2001 2002 2003 2004 2005

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


47
EMPRESAS QUE DIVULGARAM O Nº DE PESSOAS EMPRESAS QUE DIVULGARAM O Nº DE PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA TERCEIRIZADAS

82,4 82,8
77,4 77,9
75,9
69,2
64,8 66,5

54,8 53,2

41,7

31,7

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2000 2001 2002 2003 2004 2005

EMPRESAS QUE DIVULGARAM O Nº DE PESSOAS


ACIMA DE 45 ANOS

87,7
82,6
90,7
76,7

58,1

35

2000 2001 2002 2003 2004 2005

OS DADOS APRESENTADOS NOS MOSTRAM A DISCRIMINAÇÃO QUE


AINDA PERSISTE NA SOCIEDADE BRASILEIRA E QUE SE REFLETE, DE
MÚLTIPLAS MANEIRAS, EM VELADAS PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS
NO MUNDO DO TRABALHO

48 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


No início do processo de realização de balanços sociais anuais, muitos
eram publicados sem o devido preenchimento de algumas linhas do item 5
– Informações do corpo funcional. Hoje, o percentual mostra-se considera-
velmente maior, mas ainda aquém dos 100% desejáveis em uma sociedade
democrática, onde informação e transparência são fundamentais. Cabe des-
tacar, como nos mostra o gráfico 14, que as informações mais omitidas pelas
empresas ainda são aquelas relacionadas com raça/etnia, ou seja, quantos
são e onde estão os negros e as negras dentro das empresas.
A informação sobre a valorização da diversidade no corpo funcional gerou
momentos de embate e tensão entre alguns empresários desde a criação do
modelo, quando a questão sobre o número de pessoas negras foi estrategica-
mente retirada para o lançamento do BS. Também houve queda no número
de selos conferidos no ano em que foi estabelecido um critério de preenchi-
mento integral do documento. Até mesmo em 2007, quando o estabeleci-
mento de cotas para pessoas com deficiência gerou um grande debate nacio-
nal, podemos perceber uma drástica redução no número de selos conferidos
(sobre o Selo BS, ver capítulo 4).

Gráfico 15 – Diversidade no corpo funcional por ano (em %)

31,4
30,6

29,9 30,7
28,8

19,5 19,8
18,9 19 Mulheres

18,6 Pessoas acima de 45 anos


15 14,9 Negros(as)
14
Pessoas com deficiência
14,3 14,2

2,4 2,3 2,1 2,1 2

2001 2002 2003 2004 2005

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


49
Apesar de todo o discurso pela igualdade de direitos e oportunidades, os
dados apresentados nos mostram a discriminação que ainda persiste na
sociedade brasileira e que se reflete, de múltiplas maneiras, em veladas prá-
ticas discriminatórias no mundo do trabalho. A proporção de negros(as) no
total de pessoas empregadas não passa dos 15%, percentual muito abaixo do
perfil étnico-racial da população brasileira em 2000 – que, segundo dados do
Censo Demográfico do IBGE, era constituída de 49,5% de negros(as), sendo
6,3% de pretos(as) e 43,2% de pardos(as).
O quadro torna-se mais alarmante ainda quando observamos o percen-
tual de cargos de chefia ocupados por pessoas negras: apenas 6,7%. Isso sig-
nifica que, de cada 100 pessoas que ocupam cargos de chefia nas empresas
analisadas, menos de 7 são negros ou negras.
A situação das mulheres, ainda que melhor que das pessoas negras, está
longe de ser a ideal. A proporção de mulheres empregadas passou de 28% em
2001 para 30,7% em 2005 e o percentual de cargos de chefia ocupados por
elas chegou a 16,7%.
A realidade feminina nas empresas chama ainda mais a nossa atenção se
levarmos em conta que o grau de escolaridade das mulheres tem superado o dos
homens nos últimos anos e que as mulheres, segundo dados do IBGE, represen-
tam 43% da população economicamente ativa (PEA) no mesmo período.

AS EMPRESAS CONTINUAM PREFERINDO HOMENS BRANCOS NA HORA DE


ESCOLHER QUEM VAI COMANDAR OS SEUS NEGÓCIOS

Gráfico 11 – Percentuais de ocupação dos cargos de chefia por mulheres e negros(as) (em %)

17,1 16,7
14,1
15
14,1

Cargos de chefia ocupados


por mulheres
6,7
Cargos de chefia ocupados
4,4 por negros(as)
3,5 4,9

2,9

2001 2002 2003 2004 2005

50 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


O conjunto dessas informações nos leva a inferir, com bastante objeti-
vidade, que as empresas continuam preferindo homens brancos na hora de
escolher quem vai comandar os seus negócios. O grande desafio nesta ques-
tão é como romper com esse círculo vicioso de preconceito e exclusão dentro
do universo empresarial brasileiro.
Os dados dos balanços sociais também nos mostram que as pessoas com
deficiência ainda não encontraram seu espaço no mercado de trabalho. Ape-
sar da existência de uma legislação específica e de todo o debate que tem
ocorrido sobre o tema, é bastante insignificante o percentual de postos de
trabalho ocupados por pessoas com deficiência (PCDs). Principalmente, se
levarmos em conta que a legislação brasileira em vigor determina que, no
mínimo, 5% dos postos devem ser ocupados por PCDs nas empresas com
mais de 1 mil pessoas empregadas. Ainda há muito o que fazer para sensibi-
lizar e cobrar do empresariado brasileiro que faça a sua parte para reverter
este quadro de exclusão.

Gráfico 17 – Percentuais de pessoas com deficiência sobre o total de empregados(as) por


ano (em %)

2,4
2,3
2,1 2,1
2

1,2

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Outro dado que merece destaque é o aumento significativo na proporção do


número de pessoas terceirizadas face ao número total de empregados(as) dire-
tos. Percebemos uma tendência das grandes empresas na contratação de ter-
ceirizados e quarteirizados, mesmo em suas áreas fins. E isso ocorre, muitas
vezes, sem o comprometimento direto da grande companhia com a garantia

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


51
de direitos fundamentais e o pagamento de encargos e benefícios – que ficam
a cargo de pequenas e médias prestadoras de serviço, que aparecem, desapare-
cem e mudam seus nomes com muita facilidade.

Gráfico 18 – Pessoas terceirizadas sobre o total de empregados(as) por ano (em %)

42,8 42,8
41,1

32,4
28,9

20,5

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Muitas pessoas terceirizadas convivem diariamente com empregados(as)


diretos da grande empresa, desempenham funções semelhantes, mas são
preteridas na hora da distribuição de lucros e diversos benefícios e garan-
tias legais. Quanto maior a empresa, maior deve ser sua responsabilidade
interna, externa e com toda a cadeia produtiva. Do contrário, estamos
falando de discursos vazios e balanços sociais puramente promocionais.

6. Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania


empresarial

Nesta parte do balanço social, encontram-se indicadores qualitativos, em sua


maioria de múltipla escolha, que apresentam algumas diretrizes e alguns pro-
cessos desenvolvidos na empresa no que diz respeito às políticas e práticas da
companhia em relação ao social e ao ambiental. São 13 itens que apresentam,
prioritariamente, questões da gestão empresarial da responsabilidade social.
Elegemos alguns para explicitar nossa análise nesta publicação. A primeira
questão abordada trata da diferença entre a maior e a menor remuneração
dentro da empresa (salários + gratificações). Em um país onde uma melhor

52 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


distribuição de renda se apresenta como um grande desafio, percebemos um
aumento dos percentuais médios dessa diferença, configurando uma ten-
dência à concentração de renda. Cabe apontar aqui, como exemplo concreto,
que as maiores diferenças ultrapassam em muito os 100%, sendo registra-
das diferenças salariais de até 236% nas empresas analisadas.

Gráfico 19 – Percentuais médios das diferenças entre a maior e a menor remuneração

36,9
38,4
33,4

33,4
29,2

26,9

[1] [3] [4]


[7]
2000 2001 2002 2003 2004 2005

Já os acidentes de trabalho são informados em números totais e, quando


consideramos os investimentos em segurança e medicina no trabalho (apre-
sentados no item 2 – Indicadores sociais internos), percebemos uma relação
clara e inversamente proporcional com os investimentos em segurança, o
que reafirma a grande importância da prevenção de acidentes de trabalho
não como um gasto, mas, antes de tudo, como uma forma de proteger e pre-
servar a vida e as pessoas dentro das empresas. Os casos a seguir são exem-
plares nesse tipo de discussão:

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


53
CASO 1 – EXEMPLO DE INVESTIMENTOS EM SEGU- CASO 2 – EXEMPLO DE REDUÇÃO DOS ACIDENTES DE
RANÇA E MEDICINA NO TRABALHO E A RELAÇÃO TRABALHO E AUMENTO DOS INVESTIMENTOS EM
COM O NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO SEGURANÇA E MEDICINA NO TRABALHO

441
30
28
340
304
331
298
22

14
15
165
9
7

44
5 33 36 27
20 15

2000 2002 2004 2005 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Investimento em segurança Investimento em segurança – valor


– valor médio/empregado médio/empregado

Nº de acidentes de trabalho Nº de acidentes de trabalho por


por 1.000 empregados 1.000 Empregados

Além dos valores investidos, também é de fundamental importância na


metodologia de elaboração do balanço social a participação do corpo fun-
cional nas definições dos padrões de segurança e salubridade no ambiente
de trabalho. Afinal, são essas pessoas que estão na linha de frente, sujeitas
aos acidentes. É muito interessante observar o crescimento no percentual
das decisões tomadas com a participação de todos(as) junto com a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e também nas decisões tomadas
somente pela direção e gerência. Essas informações nos mostram uma ten-
dência à formalização e institucionalização da questão, que provavelmente
está mais relacionada ao rigor da legislação do que a uma tomada de consci-
ência no meio empresarial sobre a importância do tema.

54 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


Gráfico 20 – Grau de participação dos(as) funcionários(as) na definição dos padrões de segu-
rança e salubridade no ambiente de trabalho

80
70
60
50
40
30
20
10
200
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Direção e gerência Todos os empregados Todos + Cipa

Cuidar do meio ambiente, fazer uso de recursos naturais e se relacionar com a


sociedade, sem comprometer as próximas gerações, é um imperativo no mundo
atual e a participação dos(as) funcionários(as) nas escolhas dos projetos e das
ações sociais e ambientais demonstra – ou não – a verdadeira compreensão e com-
prometimento da empresa com a sua responsabilidade social interna e externa.
O gráfico 21 nos apresenta uma ampliação na institucionalização do pro-
cesso de responsabilidade socioambiental, com maior participação da dire-
ção e gerência nos últimos anos, mas, ao mesmo tempo, com uma forte ten-
dência de diminuição da participação geral no processo. Essa tendência
pode significar, negativamente, a não-incorporação do total de funcionários
e funcionárias nas escolhas das ações sociais e ambientais nas empresas
analisadas, gerando assim um não-comprometimento amplo e uma forte
possibilidade de não-continuidade das ações diante de uma simples troca de
direção e gerência da empresa.

Gráfico 21 – Grau de participação dos(as) funcionários(as) nas decisões sobre os projetos


sociais e ambientais desenvolvidos

90
80
70
60
50
40
30
20
10
200
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Direção Direção e gerência Todos os empregados

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


55
Um outro ponto importante do item 6 do modelo é a questão da liberdade
sindical. Apesar da maioria informar que incentiva e segue as Convenções
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o percentual máximo das
empresas que disponibilizaram esta informação não passa dos 65%. Falar
sobre democracia interna e dar transparência a isso ainda é um grande tabu
no meio empresarial.
Neste mesmo item, também são abordadas outras questões que não foram
objeto de análise da presente publicação por variados motivos que vão desde
necessidade de foco até limites espaciais desta edição. Contudo, tais temas
seguem como de suma importância para empresas, governos e organizações
da sociedade: previdência privada; participação nos lucros e resultados; res-
ponsabilidade social na cadeia produtiva; trabalho voluntário; reclamações
e processos judiciais de consumidores(as); e a própria demostração do valor
adicionado (DVA).

7. Outras informações

Este é um espaço livre e em aberto que tem sido amplamente utilizado pelas
empresas para divulgar a mais variada gama de informações relevantes sobre
como são incorporadas e divulgadas as práticas da responsabilidade social
corporativa. Todavia, são informações complementares, não-sistematizadas,
que vão desde algumas notas explicativas até tabelas, extensos textos e fotos.
Assim sendo, o item 7 não foi também objeto de análise deste livro.

56 IBASE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS


“Atualmente, ninguém analisa ou indica uma empresa sem
avaliar o balanço social desta companhia. E o modelo Ibase
facilita bastante está análise”
Analista de mercado, especialista em balanço social

BALANÇO SOCIAL – DEZ ANOS


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