Sunteți pe pagina 1din 7

MARXISMO E FILOSOFIA DA LINGUAGEM – Voloshinov (1929/1995)

Terceira parte (Cap. 8 e 9)

Iniciar uma breve reflexão sobre o contexto do livro

Em Marxismo e filosofia da linguagem, é o conceito de linguagem enquanto


“enunciação”, “interação” e a necessidade, a partir daí, de seu enfrentamento com um
instrumental diferente do da linguística saussureana, ou da estilística tradicional, que constituem
os dois pólos que vão dar continuidade às questões de método e ao delineamento do dialogismo
[...].
Bakhtin, utilizando-se do método marxista (dialética), abrimos para definir a dialética.
Dialética: Processo de interação Eu - Outro. O Eu existe em interação com o Outro, porque “ser
significa ser para o outro e, através dele, para si mesmo”. Diferencia-se da dialética hegeliana, em
que o Eu é a negação do Outro, já que o Ser depende do não-Ser, para constituir-se como Ser
criando apenas diálogos sintéticos e lógicos. Na dialética para Bakhtin, o Eu não apenas nega,
mas, exige a presença do Outro para a constituição do EU. O Eu necessita estética e eticamente
do Outro, sendo que a interação é variável de acordo com a situação, o espaço, o tempo
(cronotopo) e o modo como as partes se relacionam gerando movimentos – dialogia. Bakhtin vai
paulatinamente optando pelo conceito de dialogia e diálogo, pois para ele a dialética trabalha com
conceitos e juízos abstratos, aceita uma consciência abstrata, transforma enunciado s em orações,
transforma entonações pessoais e emotivas em sons sem relações; não exige contrapalavras, anula
os inter-agentes. A dialética trata do problema da inter-relação semântica, e é teorética, enquanto
que a dialogia é vivencial.
Continua: trata sobre as relações entre linguagem e sociedade (na perspectiva do outro),
que visa responder em que medida a linguagem determina a consciência, a atividade mental, em
que medida a ideologia determina a linguagem, interessando-se pela natureza social dos fatos
linguísticos, o que significa entender a enunciação indissoluvelmente ligada às condições de
comunicação, que por sua vez estão sempre ligadas às estruturas sociais. Supera o objetivismo
abstrato e o subjetivismo idealista, a partir de uma base filosófica (Kant) para tratar das questões
da linguagem pelas óticas: ontológica, cognitiva e estética, a partir daí como ele entende o mundo
e como se relaciona com ele.
A filosofia da linguagem tenta ver o mundo por essas óticas. Na perspectiva do outro – o
meu discurso é organizado pensando no outro.
Dialogismo (a presença desse outro no meu discurso):
Dialogia
Conceito da dialética do movimento, da dialética que não exclui, que não exauri a essência da
linguagem: o diálogo Eu/Outro. Dialogia é atividade do diálogo e atividade dinâmica entre EU e
Outro em um território preciso socialmente organizado em interação linguística. Seria uma
dialética que explica o homem pela produção do diálogo , pela atividade humana da linguagem.
As ideias de Bakhtin sobre o homem e a vida são caracterizadas pelo princípio dialógico. A
alteridade marca o ser humano, pois o outro é imprescindível para sua constituição. A dialogia é o
confronto das entoações e dos sistemas de valores que posicionam as mais variadas visões de
mundo dentro de um campo de visão: “na vida agimos assim, julgando-nos do ponto de vista dos
outro s, tentando compreender, levar em conta o que é transcendente à nossa própria consciência:
assim levamos em conta o valor conferido ao nosso aspecto em função da impressão que ele pode
causar em outrem [...]”. Ainda na mesa direção, “A vida é dialógica por natureza. Viver significa
participar do diálogo: interrogar, ouvir, responder, concordar etc. Nesse diálogo o homem
participa inteiro e com toda a vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, todo o
corpo, os atos. Aplica-se totalmente na palavra , e essa palavra entra no tecido dialógico da vida
humana, no simpósio universal” (ano, p.). No movimento dialógico, Bakhtin vê três tipos de
relações: a) as relações entre os objetos (entre coisas, entre fenômenos físicos, químicos; relações
causais, relações matemáticas, lógicas, relações linguísticas etc.; b) relações entre o sujeito e o
objeto; c) relações entre sujeito s (relações pessoais, personalistas; relações dialógicas entre
enunciado s, relações éticas; relações entre consciências, verdades, influências mútuas, o amor, o
ódio, a mentira, o respeito, a confiança, a desconfiança etc.). Na dialogia as vozes estão
presentes, as entonações (pessoais – emocionais) são fundamentais, valoram e ideologizam, as
palavra s e as réplicas são vivas, e as consciências estão em interação. Ao apagar isso tudo, temos
a dialética. Pergunta e resposta não estabelecem relações lógicas, pois não podem caber em uma
só consciência; elas supõem uma distância recíproca, exigem o diálogo.

Bakhtin [...] considera o dialogismo o princípio constitutivo da


linguagem e a condição do sentido do discurso. Insiste no fato de que o
discurso não é individual, nas duas acepções de dialogismo
mencionadas: não é individual porque se constrói entre pelo menos
dois interlocutores que, por sua vez, são seres sociais; não é individual
porque se constrói como um “diálogo entre discursos”, ou seja, porque
mantém relações com outros discursos. (BARROS in BRAIT, 1997, p.
33) 1

Por um lado, o dialogismo diz respeito ao permanente diálogo, nem sempre simétrico e
harmonioso, existente entre os diferentes discursos que configuram uma comunidade, uma
cultura, uma sociedade. É nesse sentido que podemos interpretar o dialogismo como o elemento
que instaura a constitutiva natureza interdiscursiva da linguagem.
Por um outro lado, o dialogismo diz respeito às relações que se estabelecem entre o eu e o
outro nos processos discursivos instaurados historicamente pelos sujeitos, que, por sua vez,
instauram-se e são instaurados por esses discursos. E aí, dialógico e dialético aproximam-se,
ainda que não possam ser confundidos, uma vez que Bakhtin vai falar do eu que se realiza em
nós, insistindo não na síntese, mas no caráter polifônico dessa relação exibida pela linguagem.
As formas de representação e de transmissão do discurso de outrem, parte integrante,
constitutiva, de qualquer discurso, quer essa heterogeneidade seja marcada, mostrada ou não,
bem como a natureza social e não individual das variações estilísticas, configuram em Marxismo
e filosofia da linguagem um momento de formalização da possibilidade de estudar o discurso,
isto é, não enquanto fala individual, mas enquanto instância significativa, entrelaçamento de
discursos que, veiculados socialmente, realizam-se nas e pelas interações entre sujeitos. Sob a
perspectiva, a natureza do fenômeno linguístico passa a ser enfrentada em sua dimensão histórica,
a partir de questões específicas de interação, da compreensão e da significação, trabalhadas
discursivamente. (BRAIT in BRAIT op. cit, p. 98)

Enunciação
Dentro de uma situação socioconstrucional (discurso interior – imediativo), pg. 141
qualquer enunciado - situação de interação e não a forma – sempre pensando no outro (ouvinte).

A enunciação para Bakhtin é a orientação da palavra por uma


situação de mundo, mas essa orientação é devida ao próprio
caráter do signo linguístico, e não pelo fato de existir alguns
índices na linguagem que nos permitem localizar o enunciado
em relação a uma situação de mundo. (DIAS in BRAIT, op. cit.,
p. 111)

Enunciado – no contexto interação o signo adquire sentido (ideológico)


Enunciado – interlocutores, situação interativa

1
BRAIT, Beth (org.). Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas, SP: Editora da
UNICAMP, 1997.
Enunciado/enunciação
Se procurarmos diferenciar enunciado de enunciação, ao levarmos em conta a natureza
dialógica da comunicação discursiva, tal diferenciação perde sua importância. Vemos que o
enunciado é compreendido como elemento da comunicação em relação indissociável com a vida.
Neste sentido, o enunciado concreto é um evento social e não pode ser reduzido a abstrações. Em
“Marxismo e filosofia da linguagem” , a palavra enunciação é utilizada muitas vezes como ato de
fala. A enunciação concreta é a realização exterior da atividade mental orientada por uma
orientação social mais ampla, uma mais imediata e, também, a interação com interlocutores
concretos. Em “Os gêneros do discurso”, o enunciado é definido como a unidade real da
comunicação discursiva, diferenciando esta unidade (real) das unidades da língua, como palavras
e orações (convencional). Neste texto, Bakhtin discute as três principais peculiaridades do
enunciado como unidade real da comunicação discursiva: 1. Alternância dos sujeitos falantes; 2.
Conclusibilidade; 3. Escolha de um gênero discursivo . É neste texto também que Bakhtin afirma
que “o desconhecimento da natureza do enunciado e a relação diferente com as peculiaridades
das diversidades de gêneros do discurso em qualquer campo de investigação linguística
redundam em formalismo e em uma abstração exagerada, deformam a historicidade da
investigação, debilitam as relações da língua com a vida”.

Como o discurso de outrem é absorvido pela consciência?

Organização Sintática do Discurso


Bakhtin discute as formas sintáticas em “Marxismo e Filosofia da Linguagem”, por exemplo, no
cap.8 (“Teoria da Enunciação e problemas sintáticos”) , no qual o autor diz que “todas as análises
sintáticas do discurso constituem análises do corpo vivo da enunciação . As formas sintáticas são
mais concretas que as formas morfológicas ou fonética s e são mais estreitamente ligadas às
condições reais de fala”. Com isso não se quer dizer que Bakhtin não dê também grande
importância às categorias fonéticas e morfológicas. O que ele ressalta o tempo todo é que
“nenhuma das categorias linguísticas convém à determinação do todo. Com efeito, as categorias
linguísticas, tais como são, só são aplicáveis no interior do território da enunciação”. Isto é,
Bakhtin toma a enunciação como o território para o estudo produtivo das formas, quer sintáticas,
quer morfológicas, quer fonológicas, com destaque para as primeiras por serem as que mais se
aproximam das formas concretas da enunciação. Para Bakhtin, um “corpo monológico”, como os
parágrafos, por exemplo, que tem a pretensão de ser um pensamento completo, contem elementos
essenciais que são análogos às réplicas de um diálogo: pergunta e resposta; suplementação;
antecipação de possíveis objeções; e exposição de aparentes incoerências ou contradições no
próprio discurso, onde encontramos “o ajustamento às reações previstas do autor e do leitor”.
Sendo assim, a organização sintática de um discurso, para Bakhtin, é a própria realização do
dialogismo, especialmente em um fenômeno que ele caracteriza por “nodal” que é o discurso
citado (discurso direto, discurso indireto, discurso indireto livre), cujas modificações e variantes
podem ser encontradas na língua e servem para a transmissão da palavra de outrem. Para Bakhtin,
somente a orientação sociológica foi capaz de “descobrir toda significação metodológica e o
aspecto revelador desses fatos.”
No livro como a questão do dialogismo se aplica no romance por isso que ele define os
discursos direto, indireto e indireto livre (não é o nosso foco).

Discurso citado – é o discurso no discurso


Traz ecos de outros discursos
Este termo é trabalhado por Bakhtin, mais incisivamente nos capítulos 9 e 10 do livro “Marxismo
e Filosofia da Linguagem”. Nestes capítulos, Bakhtin desenvolve suas teorias sobre linguagem a
partir de exemplos concretos da utilização do discurso citado (discurso de outrem) no decorrer
dos últimos séculos na literatura, que desemboca em uma análise mais específica desenvolvida no
capítulo 11 do mesmo livro. Tomando as palavra s do próprio Bakhtin, percebemos um
direcionamento claro da discussão do Círculo com relação ao discurso de outrem: “O discurso
citado é o discurso no discurso, a enunciação na enunciação, mas é, ao mesmo tempo, um
discurso sobre o discurso, uma enunciação sobre a enunciação (...) o discurso citado conserva sua
autonomia estrutural e semântica sem nem por isso alterar a trama linguística do contexto que o
integrou”. Com isso, Bakhtin defende que o “contexto narrativo” (ou contexto de transmissão) e
o discurso citado propriamente dito, incluído neste contexto, fazem parte de uma “inter-relação
dinâmica”, que de certa forma “reflete a dinâmica da inter-relação social dos indivíduos na
comunicação ideológica verbal”. Esta relação social entre os sujeito s falantes faz com que haja
uma constante interação verbal. Assim, todo discurso concreto presente nas diferentes esferas
humanas nunca é totalmente “inédito”, pois traz ecos de outro s discursos, ou seja, discursos de
outrem, reorganizados dialogicamente nas falas dos sujeito s, podendo aparecer mais
explicitamente marcados pelos recursos linguísticos (utilizados estilisticamente pelos falantes),
como no discurso direto, ou de maneira “diluída” e menos marcada, como ocorre no discurso
indireto e indireto livre, este, “a forma última de enfraquecimento das fronteiras do discurso
citado ”(p.).

Ideologia
Para Bakhtin, a ideologia é social e se constrói em todas as esferas das interações: “A ideologia
não pode derivar da consciência, como pretendem o idealismo e o positivismo psicologista, pois a
consciência adquire forma e existência nos signos criados por um grupo organizado no curso de
suas relações sociais”. Reforçando esse entendimento, a ideologia poderia caracterizar-se, na
perspectiva bakhtiniana, como a expressão, a organização e a regulação das relações histórico-
materiais dos homens. Seguindo esta linha de raciocínio, também pode-se ver ideologia como
uma representação. Isso porque se dá na/pela linguagem . Precisa dela para poder manifestar-se e
essa é caracterizadamente representativa (simbólica) e constituída por signos ideológicos. Isso
significa que esses signos não só denominam um ser no mundo, mas também fazem referência a
uma outra realidade fora da imediata. Para Bakhtin, “tudo que é ideológico possui um significado
e remete a algo situado fora de si mesmo”. Por ser ideológico, o signo comporta as crenças, os
sonhos, as visões de mundo, os modos de interpretar a realidade, etc. Se o signo não fosse
também ideológico, nada disso poderia ser identificado nele. O signo carrega, em sua
constituição, numa face, uma oficialidade que o faz pertencer a determinado sistema ideológico e,
na outra, uma necessidade de reorganização a partir do contato desse signo nas relações
cotidianas travadas pelos sujeitos . A ideologia é essa dupla face que faz com que o signo se
mantenha na história e também se transforme na interação verbal. Podemos definir a ideologia ,
portanto, como um conjunto de valores e de ideias que se constitui através da interação verbal de
diferentes sujeitos pertencentes a diferentes grupos socialmente organizados na história concreta.

Palavra
Na teoria bakhtiniana, a palavra é um fenômeno ideológico por excelência. Relaciona-se,
portanto, diretamente com a realidade, quando se transmuta em signo e adquire significação. Em
Bakhtin, a palavra se posiciona sempre na relação eu-outro. Ele explica que, no início, trata-se de
palavra interior, quando se relaciona diretamente com o psiquismo , concretizando-se como a
base da vida interior. Depois, a palavra ganha um caráter refratário, inserida no seio social como
uma palavra exterior, caracterizando e permeando as diferentes formas de interação verbal. Por
meio da interação contínua, da realidade concreta, a palavra assume sentido ideológico enquanto
enunciado e não como parte da língua sistêmica. Com isso, no jogo social, carrega consigo uma
expressividade entonativa – classificada como um ato ativo, contendo uma ubiquidade social.
Assim, a palavra é o elemento essencial para acompanhar e constituir a concepção ideológica,
enquanto material semiótico da vida interior e eternamente presente no ato de compreender.
Logo, por estar diretamente envolvida nas relações humanas, é o indicador mais sensível das
transformações sociais, contendo em si as lentas acumulações que ainda não ganharam
visibilidade ideológica, mas que já existem.

Obs.: os conceitos tal com serão apresentados nessa fala foram retirados do livro Palavras e
contrapalavras: glossariando conceitos, categorias e noções de Bakhtin. Produzido pelo Grupo
de Estudos de Gêneros do Discurso da Universidade Federal de São Carlos.

S-ar putea să vă placă și