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Manoel Azevedo
1999
b
Apresentação
1 Paralelismo e Perpendicularismo 1
1.1 Noções de Lógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1.1 Conjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.2 Disjunção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.3 Negação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.4 Condicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.5 Bicondicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Entes Primitivos e Axiomas da Geometria Euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4 Ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4 Poliedros 55
4.1 Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.1.1 Representação Plana de um Poliedro Convexo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Respostas 67
Bibliografia 71
Índice Remissivo 73
Capítulo 1
Paralelismo e Perpendicularismo
Diz a tradição que Tales de Mileto (624-548 a.C.) foi o precursor da geometria pela
dedução. À ele atribui-se a autoria da demonstração, entre outros teoremas, de que
“um ângulo inscrito num semi-círculo é um ângulo reto”. Não existe documento que
comprovem estas autorias. Outro matemático antigo, também precursor da geometria
dedutiva, ao qual se lhe atribui a autoria da demonstração do famoso teorema - num
triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos
- é Pitágoras de Samos (580-500 a.C.). Devido à perda de documentos daquela época e
pelo fato de que a escola fundada por ele era secreta, o teorema de Pitágoras assim como
o da divisão áurea de um segmento, podem ter sido demonstrados por seus discípulos
ou até mesmo pelos babilônios. Dois séculos depois, Euclides de Alexandria publicara o
texto mais influente de todos os tempos: “Os Elementos” (300 a.C.).
Depois da Bíblia, é o livro com mais edições publicadas (provavelmente mais de
mil). Os elementos de Euclides estão divididos em treze livros, dos quais somente os seis
primeiros tratam de geometria plana elementar. Euclides organizou este assunto em 5
postulados, 5 “noções comuns” e mais de 150 proposições. As noções comuns são tam-
bém princípios. A diferença destas para os postulados reside no fato de que as noções
comuns são mais evidentes. Um tratamento moderno não faz esta distinção. Algumas
críticas podem ser feitas à abordagem do assunto por Euclides. Por exemplo, os conceitos
primitivos foram colocados como definições. Várias proposições foram demonstradas uti-
lizando princípios não estabelecidos no texto tais como a unicidade da reta passando por
dois pontos distintos dados. Contudo, por dois mil anos, Os Elementos constituiu o mais
rigoroso tratado lógico dedutivo da matemática elementar.
Neste trabalho, adotamos um tratamento intermediário entre intuitivo e formal. Não
achamos adequado uma abordagem somente intuitiva. Por exemplo, o uso de figuras em
geometria espacial, em certas situações, é impraticável para tirarmos conclusões. Em
casos dessa natureza, nada melhor do que usar um raciocínio lógico-dedutivo. Utilizamos,
neste primeiro capítulo, uma abordagem axiomática (formal). O entendimento de um
tratamento assim requer um mínimo de noções de lógica e o que significa esta abordagem.
Por isso, iniciamo-lo com um parágrafo no qual damos estas noções.
1. Noções de Lógica
Def. 1 Chama-se proposição toda oração afirmativa que pode ser classificada em um e
somente um dos seguintes valores lógicos: verdadeira (V) ou falsa (F).
Exemplo 3 3 + 2 = 5.
1.1 Noções de Lógica
1.1. Conjunção
1.2. Disjunção
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
Notemos que a disjunção de duas proposições só é falsa quando ambas são falsas.
1.3. Negação
p ∼p
V F
F V
2
1.1 Noções de Lógica
1.4. Condicional
Não postulamos e sim calculamos sua tabela de valores lógicos. Vejamos abaixo.
p q ∼p p→q
V V F V
V F F F
F V V V
F F V V
1.5. Bicondicional
Podemos formar mais proposições a partir de outras por combinações dos conec-
tivos, disjuntivos, negações, condicionais, etc. Abaixo mostramos exemplos de proposições
equivalentes.
Exemplo 5 ∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p) ∧ (∼ q)
p q ∼p ∼q p∨q ∼ (p ∨ q) (∼ p) ∧ (∼ q)
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V
3
1.1 Noções de Lógica
Exemplo 6 ∼ (p ∧ q) ⇔ (∼ p) ∨ (∼ q)
p q ∼p ∼q p∧q ∼ (p ∧ q) (∼ p) ∨ (∼ q)
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V
Exemplo 7 ∼ (p → q) ⇔ p ∧ (∼ q)
p q ∼q p→q ∼ (p → q) p ∧ (∼ q)
V V F V F F
V F V F V V
F V F V F F
F F V V F F
p q ∼q ∼p p→q (∼ q) → (∼ p)
V V F F V V
V F V F F F
F V F V V V
F F V V V V
p q f ∼q (∼ q) ∧ p p → q ((∼ q) ∧ p) → f
V V F F F V V
V F F V V F F
F V F F F V V
F F F V F V V
Exemplo 10 ∼ (∼ p) ⇔ p
Exemplo 11 (p ∨ q) ⇔ (q ∨ p)
Exemplo 13 (p ∨ q) ⇔ ((∼ p) → q)
4
1.1 Noções de Lógica
5
1.2 Entes Primitivos e Axiomas da Geometria Euclidiana
6
1.2 Entes Primitivos e Axiomas da Geometria Euclidiana
AXIOMA 5 Se a interseção de dois planos é não vazia, então esta contém pelo menos
dois pontos distintos.
AXIOMA 6 Cada reta contém pelo menos dois pontos distintos; todo plano contém no
mínimo três pontos não colineares; o espaço contém pelo menos quatro pontos distintos
entre si não coplanares e não colineares.
O que pode ser a interseção de uma reta com um plano? Respondamos. Se ela contém
dois pontos, então, pelo axioma 4, a reta está contida no plano, donde, a interseção é a
própria reta. Restam as seguintes possibilidades: vazia ou conjunto unitário. Na primeira
dizemos que a reta e o plano são paralelos e na segunda dizemos que a reta fura o plano
ou ela é secante à ele. Adotaremos a notação r//π para indicar que uma reta r é paralela
a um plano π.
Existe um único plano contendo uma reta e um ponto fora desta, dados, assim como
há um único plano contendo duas retas concorrentes dadas. Justifiquemos a primeira
afirmação. Pelo axioma 6, existem dois pontos distintos A e B pertencentes à reta dada.
Seja C o ponto fora desta. Assim sendo, A, B e C não são colineares. Pelo axioma 3,
existe um único plano que contém A, B e C. Este também contém a reta, graças ao
←→
axioma 4. A unicidade segue-se porque todo plano que contém AB e C contém A, B e C.
Provemos agora a segunda assertiva. Sejam r e s as retas concorrentes e A ∈ r ∩ s. Sejam
B ∈ r − {A} e C ∈ s − {A}, usando o axioma 6. Temos aí três pontos não colineares:
A, B e C. O plano π determinado por A, B e C contém r e s. Qualquer que seja o plano
contendo r e s, contém A, B e C e, por conseguinte, é igual a π.
Também, dadas duas retas paralelas existe um único plano que as contém. Deixamos
a prova deste fato como exercício.
7
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo
AXIOMA 7 (Postulado de Euclides) Por um ponto fora de uma reta passa uma única
reta paralela à reta dada.
3. Paralelismo e Perpendicularismo
Doravante, admitiremos todos os resultados concernentes à geometria euclidiana
plana. Passemos aos teoremas básicos acerca de paralelismo e perpendicularismo de
retas ou planos que são assuntos sob os cuidados da geometria euclidiana espacial.
s
π P
TEOREMA 2 Se uma reta r é paralela a um plano π, então existe uma reta contida
em π paralela a r (e distinta).
TEOREMA 3 Se uma reta r é paralela a uma reta r0 contida num plano π e não está
contida nesse plano, então r é paralela a π.
8
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo
α r
v
β u
Para encerrar a demonstração, suponhamos, por absurdo, que α e β não são paralelos.
Como são distintos, seja t = α ∩ β. Então, t, r e s são coplanares. Como r e s são
concorrentes, t não é simultaneamentre paralela a r e s. Assim, t é concorrente a uma
delas, já que t é distinta de ambas. Digamos, r. Seja {P } = r ∩ t. Isto é uma contradição
ao fato de r//β. ¥
TEOREMA 5 Por um ponto não pertencente a um plano, passa um único plano para-
lelo ao plano dado.
TEOREMA 6 Se uma reta fura um plano, fura também qualquer plano paralelo a esse
plano.
Prova. Sejam α e β planos paralelos e r uma reta que fura o plano α num ponto P.
Por absurdo, suponhamos que r não fura o plano β. Como P ∈ r e P ∈ / β, então r 6⊂ β,
logo, r//β. Seja s ⊂ β tal que s//r. Desse modo, temos: P ∈ α, s//α (pois s ⊂ β e β//α)
e r a paralela a s passando por P. Pelo Teorema 1, segue-se que r ⊂ α. Contradição! ¥
9
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo
Caso 2. r 6⊂ α.
u α
A
s
B
t
Sendo r//s, pelo Teorema 3, decorre que r//α. Assim sendo, pelo Teorema 1, a reta
paralela a r passando por B ∈ α está contida em α. Essa reta é t. Por conseguinte, t e s
estão contidas em α. ¥
TEOREMA 8 Sejam r e s, e, u e v pares de retas concorrentes. Se r//u e s//v, então
∠ (r, s) = ∠ (u, v) .
u
r α
C
D
A
B
s v
P Q
β
←→
Temos P Q = α ∩ β. Sejam A ∈ r e B ∈ u pontos pertencentes a um mesmo semi-plano
←→
determinado por P Q em α tais que AP ≡ BQ. Desse modo, ABQP é um paralelogramo,
←→ ←→
donde, AB//P Q. Sejam C ∈ s e D ∈ v pontos pertencentes a um mesmo semi-plano de-
←→
terminado por P Q em β tais que CP ≡ DQ. Assim sendo, CDQP é um paralelogramo,
10
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo
←→ ←→
donde, CD//P Q. Dessa maneira, temos, pela transitividade do paralelismo entre retas,
←→ ←→
que AB//CD. Dado que r//u e s//v, vem, conforme o Teorema 4, que os planos deter-
←→ ←→ ←→ ←→
minados por r e s, e, u e v são paralelos, logo, AC ∩ BD = ∅. Posto que AC e BD
←→ ←→
são coplanares, segue-se que AC//BD. Assim sendo, ABDC é um paralelogramo, donde,
AC ≡ BD. Logo, AP C ≡ BQD (L.L.L.) e, por conseguinte, APbC ≡ B QD. b Portanto,
∠ (r, s) = ∠ (u, v) . ¥
Def. 8 Diremos que uma reta r que fura um plano π num ponto O é perpendicular a π
em O ou, simplesmente, perpendicular a π se toda reta contida em π passando por O é
perpendicular a r. Nesse caso, diremos ainda que O é o pé da perpendicular r em π.
Prova. Seja u uma reta qualquer contida em π passando por O. Mostraremos que
t ⊥ u. Podemos supor, sem perda de generalidade, que u 6= r e u 6= s. Tomemos em r
e s, respectivamente, pontos A e B tais que A e B se encontram em semi-planos abertos
opostos em relação a u.
D
r
s
A O C B
D’ u
b é reto e, portanto, t ⊥ u. ¥
Este fato implicará que C OD
11
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo
←→
perpendicular a AP passando por P.
β
u B
P v
π
A
α
r s
A B t
u v π
Desse modo, u//v e como r//s, segue-se que ∠ (r, u) = ∠ (s, v), de acordo com o Teorema
8. Desde que, por hipótese, r ⊥ u, então s ⊥ v. Enfim, s é perpendicular a duas retas
concorrentes contidas em π, a saber: t e v. Por conseguinte, s ⊥ π.
(⇐) Sejam A e B, respectivamente, os pés das perpendiculares r e s em π. Seja s0 a
reta paralela a r passando por B. Pela implicação (⇒) deste teorema, segue-se que s0 é
12
1.3 Paralelismo e Perpendicularismo
TEOREMA 12 Por um ponto fora de um plano, passa uma única reta perpendicular
a esse plano.
β
v P
α
u Q
Como α//β, então r fura também α, digamos, num ponto Q. Seja u ⊂ α uma reta
qualquer passando por Q. Vamos mostrar que r ⊥ u. Seja v a reta paralela a u passando
por P. Sendo u//β, vem, pelo Teorema 1, que v ⊂ β. Desde que r ⊥ β, segue-se que
r ⊥ v. Posto que r é transversal às paralelas u e v, decorre que r ⊥ u. Conclusão: r é
perpendicular a α e passa por P.
(Unicidade) Seja r0 uma reta perpendicular a α passando por P. Devemos mostrar que
r0 = r. Para isso, basta mostrarmos que Q ∈ r0 . Seja Q0 o pé da perpendicular r0 em α.
Mostraremos que Q0 = Q. Por absurdo, suponhamos que Q0 6= Q. Assim, a soma dos
ângulos internos do triângulo P QQ0 é maior do que 180◦ . Contradição! Logo, Q0 = Q,
donde, Q ∈ r0 e, portanto, r0 = r. ¥
Observe que a distância de P a π, nos dois casos, é a menor das distâncias de P aos
pontos de π.
A título de exercício, demonstre que essa definição, de fato, não depende do ponto e
nem do plano escolhidos.
TEOREMA 13 Sejam r e s retas reversas. Então, existem dois únicos planos paralelos
(e distintos) α e β tais que r ⊂ α e s ⊂ β.
13
1.4 Ângulos
A s’
α r
B s
β r’
Def. 11 Definimos a distância entre duas retas reversas como sendo a distância entre
os planos paralelos referidos no teorema anterior.
4. Ângulos
Sejam r e s retas. Já é conhecida a definição do ângulo entre r e s caso elas sejam
coplanares. Vamos rever. Se elas são coincidentes ou paralelas dizemos que o ângulo
entre elas é zero. Se são concorrentes, elas formam dois pares de ângulos opostos pelo
vértice (que têm mesma medida) sendo que dois desses ângulos não opostos pelo vértice
são suplementares. Neste caso, o ângulo entre elas é, por definição, o menor dos quatro
ângulos.
A novidade ocorre quando as retas r e s são reversas. Vejamos como se define o
ângulo entre elas.
A s’
r
B s
r’
Pelo Teorema 8, ∠ (r, s0 ) = ∠ (s, r0 ). Este será, por definição, o ângulo entre as retas r e
s (o qual independe da escolha dos pontos A e B).
Def. 13 Diremos que duas retas são ortogonais se o ângulo entre elas é de 90◦ .
14
1.4 Ângulos
Def. 14 Se dois planos são coincidentes ou paralelos dizemos que o ângulo entre eles é
zero. Suponhamos que dois planos α e β são concorrentes. Seja t = α∩β. Sejam A, B ∈ t,
distintos, r e r0 as perpendiculares a t em α passando, respectivamente, por A e B, e, s e
s0 as perpendiculares a t em β passando, respectivamente, por A e B.
s’
β
s
r’
B
α t
A r
Assim, temos r e s, e, r0 e s0 pares de retas concorrentes tais que r//r0 e s//s0 . Pelo
Teorema 8, ∠ (r, s) = ∠ (r0 , s0 ). Este será, por definição, o ângulo entre os planos α e β
(o qual independe da escolha dos pontos A e B).
Def. 15 Diremos que dois planos são perpendiculares se o ângulo entre eles mede 90◦ .
Def. 16 Chama-se diedro ou ângulo diedral a reunião de dois semi-planos com mesma
origem. Os semi-planos são chamados de faces do diedro e a origem comum chama-se
aresta.
E B C
A D
15
1.4 Ângulos
que CDEF é também um paralelogramo, donde, ADE ≡ BCF (L.L.L.). Assim sendo,
b ≡ C BF
DAE b . Definiremos a medida do ângulo diedral, nesse caso, como sendo a medida
b que independe do ponto escolhido sobre a aresta.
de DAE
Def. 18 Todo plano α reparte o espaço em três subconjuntos: o próprio plano, o subcon-
junto dos pontos que ficam a um mesmo lado do plano e o subconjunto dos pontos que ficam
no outro lado. Cada um desses dois últimos subconjuntos chama-se semi-espaço aberto
determinado por α e a união do plano com um semi-espaço aberto chama-se semi-espaço
fechado determinado por α ou, simplesmente, semi-espaço.
r β
Precisamos mostrar que todo diedro, cujas faces não são coplanares, tem um único
bissetor. É o que faremos agora. Sejam r a aresta e α e β as faces de um tal ângulo
16
1.4 Ângulos
−→ −→
diedral. Seja A ∈ r um ponto qualquer, AB ⊂ α e AC ⊂ β, perpendiculares a r. Seja
−→ b Desde que r ⊥ ← → ←→
AD a bissetriz do ângulo B AC. AB e r ⊥ AC, então r é perpendicular ao
−→ −→
plano determinado por A, B e C, logo, r ⊥ AD. Seja γ o plano determinado por r e AD.
−→
Assim, o semi-plano contido em γ determinado por r contendo AD é bissetor do diedro.
α γ
D
A
β C
r
b
A unicidade segue-se da unicidade da bissetriz de um ângulo B AC. Os detalhes da
demonstração deixamos a cargo do leitor.
Def. 21 Chama-se triedro a reunião de três ângulos não rasos, com mesmo vértice,
contidos em planos distintos, tais que a interseção de dois quaisquer é um lado comum. O
vértice comum aos três ângulos chama-se vértice do triedro; cada lado comum denomina-se
aresta e cada ângulo chama-se face.
17
1.5 Exercícios
B r
C A B r
A
C’
A’ B’ π C’ A’ B’
π
Def. 23 Definimos o ângulo entre uma reta r e um plano π como sendo 90◦ se r é
perpendicular a π e se r não é perpendicular a π como sendo o ângulo que r faz com sua
projeção sobre π.
5. Exercícios
18
1.5 Exercícios
2. Seja F uma figura tal que quatro quaisquer de seus pontos sejam coplanares. Mostre
que F é plana, isto é, está contida num plano.
3. Explique por que uma mesa com três pernas sempre fica firme sobre um piso plano e
uma de quatro pernas pode ficar em falso.
4. Uma figura é formada por quatro pontos A, B, C e D e pelos segmentos AB, BC, CD
e DA. Ela é uma figura plana?
5. Três planos distintos têm em comum dois pontos. Mostre que existe uma reta comum
aos três planos.
6. Seja t uma reta contida em dois planos distintos. Mostre que t é a interseção desses
dois planos.
7. Dois triângulos ABC e DEF , situados em dois planos distintos, são tais que as
←→ ←→ ←→ ←→ ←→ ←→
retas AB, AC e BC encontram as retas DE, DF e EF nos pontos M, N e P ,
respectivamente. Mostre que M, N e P são colineares.
8. Sejam s uma reta e π um plano tais que skπ. Demonstre que existe um único plano
paralelo a π (e distinto) contendo s.
9. Mostre que se uma reta é paralela a dois planos concorrentes, então ela é paralela à
reta de interseção dos dois planos.
10. Suponha que três planos α, β e γ têm exatamente um ponto em comum. Mostre que
não existe nenhuma reta simultaneamente paralela a α, β e γ.
11. Seja r uma reta secante a um plano α e P um ponto exterior a α. Mostre que existe
uma única reta que passa por P, encontra r e é paralela a α.
13. Use o exercício anterior para concluir que se dois planos paralelos são cortados por
dois planos paralelos, concorrentes aos anteriores, então as interseções serão quatro
retas paralelas.
14. Considere duas retas paralelas secantes a dois planos paralelos. Mostre que os seg-
mentos destas retas determinados pelos dois planos são congruentes.
19
1.5 Exercícios
16. Mostre que se duas retas são reversas, então todo plano determinado por uma e um
ponto da outra é secante a esta.
17. Mostre que se uma reta fura um plano num ponto não pertencente a uma reta contida
nesse plano, então estas retas são reversas.
20. Mostre que por um ponto dado se pode traçar uma única reta ortogonal a duas retas
não paralelas dadas.
←→ ←→
21. Sejam A, B e C pontos não colineares. Mostre que se as retas AB e AC são ortogonais
←→
à reta r, então BC também é ortogonal a r.
22. Considere um conjunto com pelo menos três retas distintas. Mostre que se duas
quaisquer dessas retas são concorrentes, então elas estão todas num mesmo plano ou
passam todas num mesmo ponto.
23. Mostre que dois ângulos diedrais opostos pela aresta têm a mesma medida.
24. Mostre que o ângulo formado entre um plano α e um plano β é igual ao ângulo
formado por α e qualquer plano paralelo a β.
25. Uma reta r faz um ângulo de 30o com um plano α. Mostre que o ângulo que r faz
com qualquer plano paralelo a α mede 30o .
26. Seja r uma reta secante a um plano π num ponto P, não perpendicular a π. Mostre
que o ângulo que r faz com π é o menor ângulo dentre todos os ângulos que as retas
contidas em π passando por P fazem com r.
27. Mostre que dois planos são perpendiculares se, e somente se, duas retas respectiva-
mente perpendiculares a cada um deles são ortogonais.
28. Mostre que se um plano α contém uma reta perpendicular a um plano β, então o
plano β contém uma reta perpendicular ao plano α.
29. Seja O a projeção ortogonal de um ponto P sobre um plano α. Considere uma cir-
cunferência de centro O contida em α. Mostre que todas as retas tangentes a esta
circunferência estão a uma mesma distância de P.
30. Dadas duas retas reversas, mostre que existe uma única reta perpendicular a ambas.
20
1.5 Exercícios
32. Seja r uma reta perpendicular a um plano π. Mostre que todo plano que contém r é
perpendicular a π.
33. Seja r uma reta perpendicular a um plano π num ponto O. Mostre que se s é uma
reta perpendicular a r passando em O, então s ⊂ π.
34. Mostre que o mediador de um segmento é o conjunto dos pontos do espaço equidis-
tantes de seus extremos.
35. Mostre que os mediadores dos lados de um triângulo inteceptam-se segundo uma reta.
36. Seja r uma reta perpendicular a um plano α. Demonstre que se um plano β é paralelo
a α, então r é também perpendicular a β.
37. Se uma reta é perpendicular a dois planos em pontos distintos, mostre que esses
planos são paralelos.
38. Se uma reta é perpendicular a dois planos num mesmo ponto, mostre que esses planos
são coincidentes.
39. Seja P um ponto pertencente a uma reta r. Mostre que existe um único plano
perpendicular a r passando por P.
40. Seja P um ponto não pertencente a uma reta r. Mostre que existe um único plano
perpendicular a r passando por P.
41. Mostre que um plano é perpendicular a dois planos concorrentes se, e somente se, ele
é perpendicular à reta de interseção dos dois planos.
42. Dados um plano π e uma reta r contida em π, mostre que existe um único plano
perpendicular a π contendo r.
43. Dados um plano π e uma reta r paralela a π, mostre que existe um único plano
perpendicular a π contendo r.
45. Mostre que o ângulo entre dois planos é igual ao ângulo que duas retas, respectiva-
mente, perpendiculares a eles, fazem.
46. Mostre que o bissetor de um ângulo diedral cujas faces não são coplanares é o conjunto
dos pontos equidistantes dos planos que contêm as respectivas faces do ângulo diedral
21
1.5 Exercícios
a) a medida de cada um é menor do que a soma das medidas dos outros dois;
b) a soma das medidas deles é menor do que 360◦ .
48. Uma figura é formada por quatro pontos A, B, C e D e pelos segmentos AB, BC, CD
b B,
e DA. Se os ângulos A, b CbeD b são retos, ela é uma figura plana?
49. Sejam α, β e γ três planos distintos. Mostre que as posições relativas possíveis dos
planos são:
22
Capítulo 2
Cilindro, Cone e Esfera
1. Cilindro
Entenderemos por figura plana qualquer um dos seguintes subconjuntos de um plano:
polígono (convexo ou côncavo) mais a região delimitada por ele, disco fechado, elipse mais
seu interior, etc., enfim, qualquer curva fechada, simples (isto é, sem auto-interseção), mais
a região delimitada por ela.
Vale ressaltarmos que a idéia de figura plana que acabamos de dar é um conceito
primitivo, ou seja, sem definição, uma vez que não demos a definição de curva fechada
simples e nem tampouco a definição da região delimitada por ela. Enfim, temos somente
uma idéia.
Def. 25 (Cilindro) Sejam: F uma figura contida num plano α; um plano β paralelo a
α; uma reta r que fura α (conseqüentemente, fura também β) e h a distância entre α e
β. O subconjunto do espaço que é a união de todos os segmentos de reta com uma das
extremidades em F e a outra em β, paralelos a r, chama-se cilindro de base F, com reta
de inclinação r, entre α e β. Definimos a altura do cilindro como sendo h. Caso a reta r
seja perpendicular a α (e a β), o cilindro chama-se cilindro reto de base F, entre α e β.
r β
F α
Def. 28 Chama-se paralelepípedo todo prisma cuja base é um paralelogramo. Todo par-
alelepípedo reto cuja base é um retângulo é chamado de paralelepípedo retangular ou par-
alelepípedo retângulo.
Def. 29 Chama-se cubo todo paralelepípedo retangular cuja base é um quadrado e cuja
altura é igual ao lado da base.
LEMA. Seja r uma reta que fura um plano α. Então, toda reta paralela a r fura qualquer
plano paralelo a α.
Prova. Seja s uma reta qualquer paralela a r. Seja γ o plano determinado por r e
24
2.1 Cilindro
r
γ
s
α t
Temos: r, s e t são coplanares (estão contidas em γ), r//s e t e r são concorrentes. Logo,
t e s são concorrentes. O ponto de concorrência de t e s é comum a s e α. Desde que
s 6⊂ α (pois s 6= t), segue-se que s fura α. Pelo Teorema 6, s fura qualquer plano paralelo
a α. ¥
C’ π
A’
B’
C α
A
B
Basta mostrarmos que ABC ≡ A0 B 0 C 0 . Temos: AA0 //BB 0 e como AB e A0 B 0 estão con-
tidos em planos paralelos (respectivamente, em α e π) e são coplanares, então AB//A0 B 0 .
Logo, ABB 0 A0 é um paralelogramo. Pela mesma razão, BCC 0 B 0 e ACC 0 A0 são para-
lelogramos. Logo, AB ≡ A0 B 0 , BC ≡ B 0 C 0 e AC ≡ A0 C 0 e daí, pelo caso L.L.L. de
congruência de triângulos, segue-se que ABC ≡ A0 B 0 C 0 . ¥
O teorema acima continua válido se trocarmos a palavra prisma por cilindro. Porém,
precisamos de uma definição de figuras congruentes. Antes, vamos recordar a definição
de polígonos congruentes.
Dois polígonos são congruentes quando é possível estabelecer uma correspondência
biunívoca entre os vértices de um e os vértices do outro de tal maneira que os lados de um
25
2.2 Cone
são todos congruentes aos lados correspondentes do outro e o mesmo acontecendo com os
ângulos.
Def. 30 (Congruência de figuras) Diremos que uma figura F é congruente a uma figura
G e escrevemos F ≡ G se existe uma função bijetiva f : F −→ G tal que AB ≡ f (A)f (B)
para quaiquer que sejam os pontos distintos A, B ∈ F.
Prova. Seja F ⊂ α a base de C. Pelo lema do Teorema 16, as retas que contêm
os segmentos paralelos à reta de inclinação do cilindro com uma das extremidades em F
furam π. E mais, o fazem em pontos pertencentes aos próprios segmentos. Seja F 0 = π ∩C.
Para mostrar que F ≡ F 0 , basta estabelecermos uma correspondência biunívoca entre F
e F 0 de tal modo que segmentos correspondentes sejam congruentes. A correspondência
é a seguinte: a cada A ∈ F associamos A0 ∈ F 0 , em que A0 é o ponto de interseção
do seguinte segmento com π: aquele paralelo à reta de inclinação do cilindro com uma
das extremidades em A e a outra em β. Sejam A, B ∈ F , distintos. Mostraremos que
AB ≡ A0 B 0 . Com efeito, temos: AA0 //BB 0 e como AB e A0 B 0 estão contidos em planos
paralelos (respectivamente, em α e π) e são coplanares, então AB//A0 B 0 . Logo, ABB 0 A0
é um paralelogramo e, portanto, AB ≡ A0 B 0 . ¥
2. Cone
Def. 31 (Cone) Sejam: F uma figura plana e V um ponto não pertencente ao plano que
contém F. O subconjunto do espaço que é a união de todos os segmentos de reta com uma
das extremidades em F e a outra em V chama-se cone de base F e vértice V. Definimos
a altura do cone como sendo a distância do vértice ao plano que contém a base.
Numa pirâmide, cada segmento que une um vértice da base e o vértice da pirâmide,
e, os lados da base são chamados de aresta. Os triângulos cujos vértices são o vértice da
26
2.2 Cone
pirâmide e dois vértices consecutivos da base são chamados de faces laterias da pirâmide.
Note que quatro pontos não coplanares são sempre vértices de um tetraedro e que
qualquer face lateral de um tetraedro pode ser tomado como base.
Def. 35 Um cone chama-se circular se sua base é um disco. Um cone circular é dito
reto se a projeção ortogonal de seu vértice sobre o plano da base coincide com o centro
dela. Todo segmento de reta que une o vértice de um cone circular reto a um ponto da
fronteira da base chama-se geratriz do cone.
27
2.2 Cone
d (V, π)
com razão de semelhança igual a .
d (V, α)
π
A’ B’
α
A B
←→ ←−→
Prova. Temos: AB ∩ A0 B 0 = ∅, pois estão contidas em planos paralelos e desde que
são coplanares segue-se que são paralelas. Logo, V A0 B 0 ∼ V AB. Sendo A e B quaisquer
pontos distintos em α, fixemos A e façamos B igual à projeção de V em α. Desse modo, B 0
V A0 V B0 d (V, π)
é a projeção de V em π. Então, a razão de semelhança é igual a = = .
VA VB d (V, α)
¥
Prova. As retas que contêm os segmentos com uma das extremidades em F e o outra
em V furam π. E mais, o fazem em pontos pertencentes aos próprios segmentos. Sejam
A, B e C vértices consecutivos quaisquer de F e A0 , B 0 e C 0 as respectivas interseções dos
segmentos que unem V a A, B e C com π.
C’ π
A’
B’
C
A α
B
d (V, π)
Basta mostrarmos que ABC ∼ A0 B 0 C 0 com razão de semelhança igual a . Pelo
d (V, α)
lema, temos: V A0 B 0 ∼ V AB, V C 0 B 0 ∼ V CB e V A0 C 0 ∼ V AC com razão de semelhança
d (V, π) A0 B 0 C 0B0 A0 C 0 d (V, π)
igual a . Desse modo, segue-se que = = = . Pelo caso
d (V, α) AB CB AC d (V, α)
L.L.L. de semelhança de triângulos, decorre o resultado. ¥
28
2.2 Cone
O teorema acima continua válido se trocarmos a palavra pirâmide por cone. Porém,
precisamos de uma definição de figuras semelhantes. Antes, vamos recordar a definição
de polígonos semelhantes.
Dois polígonos são semelhantes quando é possível estabelecer uma correspondência
biunívoca entre os vértices de um e os vértices do outro de tal maneira que os lados de
um são proporcionais aos lados correspondentes do outro e ângulos correspondentes são
congruentes. A razão de semelhança é a razão de proporcionalidade entre os lados do
primeiro e os lados do segundo.
AB
=k
f (A)f (B)
para quaisquer que sejam os pontos distintos A, B ∈ F.
29
2.3 Esfera
3. Esfera
O r
O' C
X A
30
2.3 Esfera
Temos: d(X, O)2 = d(O0 , O)2 + d (X, O0 )2 ≤ d(O0 , O)2 + (r0 )2 = d(O0 , O)2 + O0 C 2 = r2 ,
por conseguinte, X ∈ α ∩ π. Tomemos agora X ∈ α ∩ π. Temos: d(O0 , O)2 + d (X, O0 )2 =
d(X, O)2 ≤ r2 , donde, d (X, O0 )2 ≤ r2 − d(O0 , O)2 = O0 C 2 = (r0 )2 , portanto, X ∈ D.
Isso mostra que D = α ∩ π. Seja C a circunferência de D. C é a interseção de π com a
superfície de α. Para provar isso é só seguir os mesmos passos que foram utilizados na
demonstração de que D = α ∩ π trocando-se ≤ por = . ¥
Def. 41 Diremos que uma esfera e um plano são secantes se eles têm em comum, pelo
menos, dois pontos; se eles têm em comum apenas um ponto diremos que são tangentes
naquele ponto e se não tiverem ponto em comum diremos que são exteriores.
A P
r
O
√
Seja A ∈ π tal que 0 < d(P, A) ≤ r2 − OP 2 . Desde que o triângulo OPA é retângulo
em P, teremos: OA2 = OP 2 + P A2 ≤ r2 , donde, A seria outro ponto comum a α e π.
←→
(⇐) Seja Q um ponto qualquer de π, distinto de P. Dado que OP ⊥ π, segue-se que
OP < OQ e, como P pertence à superfície de α, então r < OQ. Conclusão: os pontos de
π, exceto P, não pertencem a α. Portanto, α ∩ π = {P } . ¥
Prova.
(⇒) Por absurdo, suponhamos que O1 , O2 e P não são colineares. Consideremos o plano
determinado por O1 , O2 e P. Podemos tomar no semi-plano oposto ao que contém P, em
←−→
relação a O1 O2 , um ponto Q tal que QO1 = r1 e QO2 = r2 , já que |r1 − r2 | < O1 O2 <
31
2.3 Esfera
r1 + r2 .
P
r1 r2
O1 O2
r1 r2
Q
iii) as superfícies de α1 e α2 têm interseção vazia ⇔ d (O1 , O2 ) < |r1 − r2 | ou d (O1 , O2 ) >
r1 + r2 .
Prova.
i) (⇒) Seja P o ponto comum às superfícies de α1 e α2 . Pelo teorema anterior, P, O1 e
←−→
O2 são colineares. Por conseguinte, P ∈ O1 O2 ou P ∈ O1 O2 − O1 O2 . É imediato que, no
primeiro caso, tem-se d (O1 , O2 ) = r1 + r2 e, no segundo, d (O1 , O2 ) = |r1 − r2 | .
(⇐) Se d (O1 , O2 ) = r1 + r2 , tomemos P ∈ O1 O2 tal que O1 P = r1 . Desse modo, vem
que O2 P = r2 . Portanto, P é um ponto comum às superfícies de α1 e α2 . Como P,
O1 e O2 são colineares, o teorema anterior garante o resultado. Suponhamos agora que
d (O1 , O2 ) = |r1 − r2 | . Assim, d (O1 , O2 ) = r1 − r2 ou d (O1 , O2 ) = r2 − r1 . No primeiro
←−→
caso, tomemos P ∈ O1 O2 tal que O2 se situa entre O1 e P e O2 P = r2 e, no segundo,
tomemos P tal que O1 se situa entre O2 e P e O1 P = r1 . No primeiro caso, vem que
O1 P = r1 e, no segundo, O2 P = r2 . Logo, em ambos os casos, temos que P é um ponto
comum às superfícies de α1 e α2 . Como P, O1 e O2 são colineares, segue-se que {P } é a
interseção das superfícies de α1 e α2 .
iii) É óbvio. ¥
32
2.3 Esfera
P
O1 O2
O1 P
O2
De fato, digamos que r1 < r2 . Seja Q 6= P tal que Q ∈ β 1 ∪ β 2 . Desde que O1 ∈ / QO2
(verifique isto), segue-se que d (Q, O2 ) < d (O1 , Q)+d (O1 , O2 ) . É imediato que se Q ∈ β 1 ,
então d (Q, O2 ) < r2 , e, se Q ∈ β 2 , então r1 < d (Q, O1 ) , como queríamos provar. Nesse
caso, dizemos que aquela de menor raio é tangente interna à outra e que esta é tangente
externa à primeira.
Obs. 3 Se d (O1 , O2 ) > r1 + r2 , então os pontos de uma são exteriores à outra. De fato,
seja Q ∈ β 1 ∪ β 2 . Temos que r1 + r2 < d (O1 , O2 ) ≤ d (O1 , Q) + d (Q, O2 ), donde, decorre
que se Q ∈ β 1 , então d (Q, O2 ) > r2 , e, se Q ∈ β 2 , então d (O1 , Q) > r1 . Dizemos, nesse
caso, que elas são externas.
O1 O2
Obs. 4 Se d (O1 , O2 ) < |r1 − r2 | , então os pontos daquela de menor raio são interiores à
outra enquanto que os pontos desta são exteriores à primeira. Com efeito, para fixarmos
33
2.4 Exercícios
O2 O1
O1
π
P O Q
O2
4. Exercícios
34
2.4 Exercícios
3. Em um prisma, a soma dos ângulos internos de todas as faces é igual a 2880o . Quantas
faces laterais possui o prisma?
7. A base de um prisma reto é um hexágono regular de lado a. Suas faces laterais são
quadrados. Calcule o comprimento da maior diagonal desse prisma.
8. Mostre que as faces laterais de uma pirâmide regular são triângulos isósceles congru-
entes entre si.
9. Considere uma pirâmide regular cuja base é quadrada. Suponha que a razão entre o
perímetro da base e a altura seja igual a 2π, que é a mesma relação guardada entre
o perímetro de um círculo e seu raio. (Essas são as proporções da grande pirâmide
do Egito. Algumas pessoas acreditam que as pirâmides com essa forma têm o poder
de concentrar energia cósmica e, portanto, acelerar os processos biológicos de cura de
doenças.). Expresse:
10. Um tronco de pirâmide regular tem como bases triângulos equiláteros cujos lados
medem, respectivamente, 2cm e 4cm. Se a aresta lateral do tronco mede 3cm, qual o
valor de sua altura?
11. Considere um cubo de bases ABCD e EFGH e arestas laterias AE, BF , CG e DH.
Suponha que as arestas medem 3m e sejam M, N e P pontos tais que M ∈ AD,
N ∈ AB, P ∈ BF , AM = AN = 2m e BP = 0, 5m. Calcule o perímetro da seção
que o plano passando por M, N e P determina no cubo.
35
2.4 Exercícios
12. Mostre que não existe uma pirâmide regular cujas faces laterais são triângulos equi-
láteros e cuja base tem mais de cinco lados.
13. Seja A o vértice de uma pirâmide cuja base é um polígono regular P. Se A é equidis-
tante dos vértices de P, demonstre que a projeção ortogonal de A, no plano que
contém P, coincide com seu centro.
14. Quatro superfícies de esfera, com mesmo raio, são tangentes entre si. Mostre que seus
centros são vértices de um tetraedro regular.
15. Sejam A e B pontos distintos. Qual é o subconjunto do espaço formado pelos pontos
b é reto?
X tais que AXB
16. Demonstre que por quatro pontos não coplanares passa uma única superfície de esfera.
17. Mostre que existe um único ponto equidistante dos vértices de um tetraedro qualquer,
chamado de circuncentro do tetraedro, o qual é o centro de uma esfera cuja superfície
contém seus vértices, chamada de esfera circunscrita a ele.
18. Mostre que existe um único ponto equidistante das faces de um tetraedro qualquer,
chamado de incentro do tetraedro, o qual é o centro de uma esfera que tangencia sua
faces, chamada de esfera inscrita nele.
19. Os ítens a seguir, deste exercício, têm como objetivo garantir a existência dos tetrae-
dros regulares e também estabelecer algumas de suas propriedades.
a) Mostre que existe um tetraedro regular. Determine sua altura h em função de sua
aresta a.
b) Mostre que são ortogonais duas arestas opostas do tetraedro regular.
c) Mostre que a reta que passa nos pontos médios de duas arestas opostas do tetrae-
dro regular é a perpendicular comum a ambas.
d) Mostre que existe um único ponto equidistante dos vértices e das faces do tetraedro
regular, chamado de centro do tetraedro, o qual é o centro comum das esferas ins-
crita e circunscrita a ele. Calcule, em função de a, os raios R e r, respectivamente,
das esferas circunscrita e inscrita nele, bem como seus ângulos diedrais.
e) Mostre que os centros das faces do tetraedro regular são vértices de outro tetraedro
regular.
21. Mostre que existe um único ponto equidistante dos vértices e das faces de um cubo,
chamado de centro do mesmo, o qual é o centro comum das esferas inscrita e circuns-
crita a ele. Calcule, em função da aresta a do cubo, os raios R e r, respectivamente,
das esferas circunscrita e inscrita nele.
22. Uma pirâmide de base triangular tem faces laterais isósceles. Sabe-se que a área da
base é igual ao quadrado da altura h da pirâmide. Se r é o raio da esfera inscrita
36
2.4 Exercícios
23. Um cone circular reto tem altura 12cm e raio da base 5cm. Quanto mede o raio da
esfera inscrita nele?
24. Um cone circular reto tem altura h e raio da base r. Quanto mede o raio da esfera
inscrita nele?
a) Mostre que os pontos médios das seguintes arestas são coplanares: AB, BC,
CC 0 , C 0 D0 , D0 A0 e A0 A.
b) Mostre que os pontos médios referidos no item anterior são vértices de um hexá-
gono regular.
37
Capítulo 3
Volume e Área de Superfície
1. A Noção de Volume
Entenderemos por sólido qualquer um dos seguintes subconjuntos do espaço: cilindro,
cone, esfera, poliedro (que iremos definir no próximo capítulo) ou qualquer superfície
fechada, simples (isto é, sem auto-interseção), mais a região delimitada por ela.
Vale salientarmos que a idéia de sólido que acabamos de dar é um conceito primitivo,
ou seja, sem definição, uma vez que não demos a definição de superfície fechada simples e
nem tampouco a definição da região delimitada por ela. Enfim, temos somente uma idéia.
Outro conceito primitivo que iremos considerar é o de volume de um sólido. O volume
de um sólido é a quantidade de vezes que o cubo de aresta unitária “cabe” nele. O cubo
de aresta unitária será chamado de unidade de medida de volume. Se a unidade de medida
1
Quadro de José de Ribera. (Museu do Prado, Madri)
3.2 Volume do Paralelepípedo Retangular
AB ≡ f (A)f (B)
Admitiremos que sólidos congruentes têm mesmo volume e que se um sólido S está
decomposto como soma de S1 e S2 , então V(S) = V(S1 ) + V(S2 ). Também iremos admitir
que paralelepípedos retangulares com bases congruentes e mesma altura são congruentes
e, conseqüentemente, têm mesmo volume. Note que qualquer face de um paralelepípedo
retangular pode ser tomado como base.
40
3.2 Volume do Paralelepípedo Retangular
lelepípedos.
1
LEMA. Seja (an ) uma seqüência de números reais e a, b ∈ R tais que an ≤ a < an + n
e an ≤ b < an + n1 para todo n. Então, a = b.
Prova. Mostraremos que não temos a < b e nem b < a. Se a < b, escolhamos um
1
inteiro positivo n > b−a . Assim, a + n1 < b. Sendo an ≤ a, vem que an + n1 ≤ a + n1 , donde,
an + n1 < b, o que é uma contradição! Se b < a, de modo análogo, também chegaremos a
uma contradição. Logo, a = b. ¥
V (P ) a
0
= 0
V (P ) a
41
3.2 Volume do Paralelepípedo Retangular
a0
tais que A0i−1 A0i = para todo i ∈ {1, ..., n} .
n
D’ C’
A’ B’
xn
.
xn
An -1 ’ .
. . . .
.
. . . .
. . . .
A2’
xn xn
A1’ C
xn xn
A B
a0
Seja xn = . Por cada ponto de divisão A0i consideremos o plano paralelo à base. Estes
n
interceptam P 0 segundo retângulos congruentes à base. Assim sendo, o paralelepípedo
P 0 fica decomposto em n paralelepípedos congruentes entre si. Desse modo, o volume de
V (P 0 ) −−→
cada um deles é igual a . Consideremos agora a semi-reta XX 0 e o número real
n −−→
positivo xn . Então, existem A1 , A2 , ... ∈ XX 0 com Ai entre Ai−1 e Ai+1 para todo i ∈ N∗
(tomamos A0 = X) tais que Ai−1 Ai = xn .
Z’
A mn + 1
X’ .
xn xn Y’
A mn .
. . . .
.
. . . .
. . . .
A2
xn xn Z
A1
xn xn
X Y
a0
Além disso, posto que xn = ≤ a = XX 0 , vem que existe um inteiro positivo mn tal
n
que X 0 = Amn ou X 0 está situado entre Amn e Amn +1 . Tem-se ainda que mn · xn ≤
mn a mn 1 mn
a < (mn + 1) xn , donde, ≤ 0 < + . Fazendo an = , vem que an ≤
n a n n n
a 1
0
< an + . Por cada Ai , consideremos o plano paralelo à base. Estes determinam
a n
paralelepípedos todos congruentes aos paralelepípedos da decomposição de P 0 (por terem
V (P 0 )
bases congruentes e mesma altura xn ), portanto, todos com mesmo volume . Desse
n
modo, o volume de P é maior do que ou igual à soma de mn desses volumes e é menor
V (P 0 )
do que a soma de mn + 1 dos mesmos. Em símbolos, temos: mn · ≤ V (P ) <
0
n
V (P ) V (P ) 1 a 1
(mn + 1) , donde, an ≤ < an + . Posto que an ≤ < an + e an ≤
n V (P 0 ) n a0 n
42
3.3 Volume do Cilindro, Cone e Esfera
V (P ) 1 V (P ) a
< an + para cada inteiro positivo n, segue-se, pelo lema, que = . ¥
V (P 0 ) n V (P 0 ) a0
V (P ) abc
0
= 0 0 0
V (P ) abc
V (P ) a V (P 00 ) b V (P 000 ) c
= ; = ; =
V (P 00 ) a0 V (P 000 ) b0 V (P 0 ) c0
V (P ) = abc
PRINCÍPIO DE CAVALIERI.
43
3.3 Volume do Cilindro, Cone e Esfera
S S’
π∩P π
π∩C
F R α
TEOREMA 27 Dois cones têm mesmo volume se têm mesma altura e suas bases têm
mesma área.
Prova. Coloquemos as bases dos dois cones num mesmo plano, digamos, α, e seus
vértices num mesmo semi-espaço determinado por α. Sejam: C e C 0 os cones, F e F 0 as
respectivas bases, V e V 0 os respectivos vértices e h a altura comum. Para demonstrar
que C e C 0 têm o mesmo volume utilizaremos o princípio de Cavalieri. Seja π um plano
paralelo a α, entre V (ou V 0 ) e α e h0 = d(V, π). Basta mostrarmos que π ∩ C e π ∩ C 0
44
3.3 Volume do Cilindro, Cone e Esfera
V V’
π
π∩C π ∩ C’
α
F F’
Pelo Teorema 19, vem que F ∼ π∩C com razão de semelhança igual a hh0 e F 0 ∼ π∩C 0 com
razão de semelhança também igual a hh0 . Desde que a razão entre as áreas de duas figuras
área (F )
semelhantes é igual ao quadrado da razão de semelhança, segue-se que =
área (π ∩ C)
¡ h ¢2 área (F 0 )
h0
= . Posto que área(F ) = área(F 0 ), decorre
área (π ∩ C 0 )
C’
D B’
C
A B
45
3.3 Volume do Cilindro, Cone e Esfera
Prova. O resultado segue-se pelo fato da área de um polígono regular ser igual ao
produto de seu semi-perímetro pelo seu apótema. ¥
h’
a
h
A
A pirâmide original está decomposta como soma do tronco mais uma pirâmide cuja base é
a base menor do tronco e cuja altura é h0 − h. Por conseguinte,
³ 2 2´ o volume ³ do2 tronco é igual´
1 0 1 0 1 A 1 a 1 P A −pa 1 P A −pA2 +pA2 −pa2
a 3 P Ah − 3 pa (h − h) = 3 P A A−a h − 3 pa A−a h = 3 h A−a
= 3
h A−a
µ ¶
(P −p)A (
2 +p A2 −a2
)
= 13 h A−a
= 13 h (P A + pA + pa) . ¥
46
3.4 Área de Superfície
apótema.
h
R
Então, o volume do tronco da pirâmide cujas bases são esses polígonos vale 13 h(Pn An +
pn An +pn an ). O volume do tronco do cone circular é o limite desse valor quando n → +∞.
Desde que An → R, Pn → πR, an → r e pn → πr quando n → +∞, decorre que o volume
do tronco do cone circular é igual a 13 h(πRR + πrR + πrr) = 13 πh(R2 + Rr + r2 ). ¥
O V
r
r–h
y x
h h
P r
47
3.4 Área de Superfície
4. Área de Superfície
Neste parágrafo, iremos deduzir fórmulas que fornecerão a área da superfície de certos
sólidos. Comecemos pela soma das áreas das faces laterais de um prisma reto.
TEOREMA 30 A soma das áreas das faces laterais de um prisma reto é igual ao
produto do perímetro da base pela altura.
Prova. Cada face lateral é um retângulo cuja altura h é a altura do prisma e cuja
base é um lado da base do prisma. Se l1 , l2 , ..., ln são os lados da base do prisma, então
soma das áreas das faces laterais dele é igual a l1 h + l2 h + · · · + ln h = (l1 + l2 + · · · + ln ) h,
isto é, o produto do perímetro da base pela altura. ¥
Prova. A idéia é aproximarmos o contorno da base, que é uma curva fechada simples,
por linhas poligonais fechadas cujos vértices pertençam a ele. Assim, as áreas das super-
fícies laterais dos prismas retos determinados por essas linhas poligonais fechadas com
mesma altura do cilindro dado se aproximam da área da superfície lateral dele. Quanto
mais aumentarmos o número n de lados da linha poligonal melhor será a aproximação.
TEOREMA 32 A soma das áreas das faces laterais de uma pirâmide regular é igual a
√
p a2 + h2
em que p e a são, respectivamente, o semi-perímetro e o apótema da base e h é a altura
da pirâmide.
48
3.4 Área de Superfície
O a
l
Assim, a área da superfície lateral da pirâmide é igual a n vezes a área de cada um desses
triângulos, em que n é o número de lados da base. Já sabemos quanto mede a base
de cada um deles: l. Resta calcularmos a altura. Esta é a hipotenusa de um triângulo
retângulo
√ cujos catetos são a altura h da pirâmide e o apótema da base da pirâmide, ou
seja, √ a2 + h2 . Portanto,√a soma das áreas das faces laterais da pirâmide regular é igual
a n · 2 l a2 + h2 , isto é, p a2 + h2 . ¥
1
√
COROLÁRIO 1 A área da superfície lateral de um cone circular reto é igual a πr r2 + h2 ,
em que r é o raio da base e h é a altura do cone, ou seja,
πrg
49
3.4 Área de Superfície
A P a p
A−a
= P −p
e A−a
= P −p
.
h’
a
h
A
A pirâmide original está decomposta como soma do tronco mais uma pirâmide cuja base é
0
a base menor do tronco
q e cuja altura
q é h −h. Por conseguinte,
q a área da superfície lateral do
2 2 ¡ A ¢2 q ¡ a ¢2
tronco é igual a P A2 + (h0 ) −p a2 + (h0 − h) = P A2 + A−a h −p a2 + A−a h
q q ¡ ¢ q ³ 2 ´
PA 2 2 pa 2 2 PA pa 2 2 P p2
= A−a (A − a) + h − A−a (A − a) + h = A−a − A−a (A − a) + h = P −p − P −p
q q
(A − a)2 + h2 = (P + p) (A − a)2 + h2 . ¥
π (R + r) g
em que g é a medida de uma geratriz qualquer do tronco.
h
R
Então, a área da
q superfície lateral do tronco da pirâmide cujas bases são esses polígonos
vale (Pn + pn ) (An − an )2 + h2 . A área da superfície lateral do tronco do cone circular é
o limite desse valor quando n → +∞. Desde que An → R, Pn → πR, an → r e pn → πr
quando n → +∞, qdecorre que a área da superfície lateral do tronco do cone circular é
igual a π (R + r) (R − r)2 + h2 . ¥
4πr2
Prova. Seja h > 0. Consideremos a esfera com o mesmo centro O da esfera dada e
cujo raio é r + h, e, o sólido S que é o conjunto dos pontos da esfera de raio r + h não
50
3.5 Exercícios
interiores à esfera de raio r, isto é, o conjunto dos pontos X tais que r ≤ d(X, O) ≤ r + h.
O r h
A(r + h)
h
Iremos admitir que, para valores de h próximos de zero, V(S) é aproximado pelo volume do
cilindro cuja área da base é a área da superfície da esfera de raio r+h, que denotaremos por
A(r+h), e cuja altura é h. Em símbolos, isto quer dizer: V(S) ∼ = A(r+h)·h para pequenos
V(S)
valores de h, donde, A(r + h) ∼ = para valores de h próximos de zero. Assim sendo,
h
V (S) 4
π (r + h)3 − 43 πr3
temos: lim A (r + h) = lim = lim 3
= lim 43 π (3r2 + 3rh + h2 ) =
h h
4
3
π · 3r2 = 4πr2 quando h → 0. Desde que lim A (r + h) quando h → 0 é a área da
superfície da esfera de raio r, decorre o resultado. ¥
5. Exercícios
2. Qual o número máximo de caixas cujas dimensões (exteriores) são 30cm, 20cm e 50cm
que podem ser acomodadas em uma caixa cujas dimensões (interiores) são 2m, 3m e
5m.
4. Em quantos por cento devemos aumentar a aresta de um cubo para que tenhamos
um novo cubo com o dobro do volume do outro?
5. Em quantos por cento devemos aumentar a aresta de um cubo para que tenhamos
um novo cubo com o dobro da área total do outro?
7. Calcule o volume do tronco de uma pirâmide regular e a área total da superfície desse
tronco, cuja altura é 3, cujos semi-perímetros das bases maior e menor, respectiva-
mente, são 45 e 9, e, cujos apótemas das bases maior e menor, respectivamente, são
5 e 1.
9. Um prisma reto tem por base um triângulo retângulo cujos catetos medem 5cm e
51
3.5 Exercícios
12cm. A diagonal de sua maior face lateral forma um ângulo de 60o com o plano da
base. Calcule sua área lateral.
10. Determine o volume e a área total de uma pirâmide regular de base quadrada sabendo
que sua aresta lateral mede 5cm e suas faces laterais fazem um ângulo de 30◦ com a
base.
12. Demonstre que dentre os paralelepípedos retangulares com área total cons-tante o de
maior volume é o cubo.
14. Uma lata fechada, em forma de cilindro circular reto, tem as seguintes dimensões
externas: altura h e raio r. Sabendo que sua espessura mede a, determine seu volume
interno.
15. A geratriz de um cone circular reto forma com seu eixo um ângulo de 45◦ . Sabendo-
se que o perímetro de sua seção meridiana mede 2cm, quanto vale a área total da
superfície do cone? (Nota: o eixo de um cone circular reto é a reta que contém
o vértice do cone e o centro de sua base, e, sua seção meridiana é a interseção de
qualquer plano, que contém o eixo, com o cone.)
16. Um triedro tri-retângulo é cortado por um plano que intercepta as três arestas, for-
mando um triângulo com lados medindo 8m, 10m e 12m. Determine o volume do
sólido formado.
17. Um prisma reto de base hexagonal regular tem como altura o dobro da aresta da
base. Qual a razão entre o volume deste prisma e o volume do cone circular reto nele
inscrito?
√
18. Considere um cone circular reto cuja geratriz mede 5cm e cujo diâmetro da base
mede 2cm. Traçam-se n planos paralelos à base do cone que o seccionam determi-
nando n + 1 cones, incluindo o original, de modo que a razão entre o volume do
cone maior e do cone menor é 2. Os volumes desses cones formam uma progressão
aritmética crescente cuja soma é igual a 2π. Determine o volume do tronco de cone
determinado por dois planos consecutivos.
Def. 45 A região de uma esfera situada entre dois planos paralelos e secantes à ela é
chamada de setor esférico e a superfície do setor esférico é denominada de zona esférica.
Def. 46 A interseção de uma esfera com a região convexa determinada por um diedro
cuja aresta contém o centro da esfera chama-se cunha esférica e a superfície da cunha
denomina-se fuso esférico.
52
3.5 Exercícios
19. Expresse o volume de uma cunha esférica em função do raio r da esfera e da medida
θ do ângulo diedral (em graus) que a determina, bem como a área do fuso esférico
correspondente.
20. Um plano secante a uma esfera de raio r dista r − a de seu centro. Expresse a área
da superfície da calota menor determinada pelo plano, em função de a e r, bem como
o volume do sólido delimitado por essa calota e o plano.
21. Suponha que o centro de uma esfera de raio r pertence a um setor esférico determinado
por dois planos que distam, respectivamente, a e b do centro. Expresse o volume do
setor e área da zona esférica correspondente a esse setor em função de a, b e r.
22. Dois prismas têm mesma altura e bases regulares inscritas em círculos de raios
unitários com, respectivamente, 4 e 5 arestas. Demonstre que o que tem maior volume
é aquele cuja base tem 5 arestas.
23. Dois prismas têm mesma altura e bases regulares inscritas em círculos de raios
unitários com, respectivamente, n e n + 1 arestas. Demonstre que o que tem maior
volume é aquele cuja base tem n + 1 arestas.
24. Um cone e um cilindro, ambos circulares retos, possuem o mesmo volume e bases com
mesmo raio. Supondo que ambos são inscritíveis em uma esfera de raio r, determine
a razão entre a altura do cone e r.
25. Considere uma esfera inscrita e tangente à base de um cone circular reto. Um cilindro
está circunscrito à esfera de tal forma que uma de suas bases está apoiada na base do
cone. Seja V1 o volume do cone e V2 o volume do cilindro. Encontre o menor valor
da constante k para o qual V1 = kV2 . (Sugestão: considere o ângulo formado pelo
diâmetro da base e a geratriz do cone em uma das extremidades deste diâmetro.)
26. Calcule o volume do tronco de uma pirâmide regular cuja altura é 3 e cujas respectivas
áreas das bases são 3 e 12.
27. Sejam: A1 e A2 as respectivas áreas das bases de um tronco de cone e h sua altura.
Mostre que seu volume V obedece à seguinte fórmula:
h³ p ´
V= A1 + A1 A2 + A2
3
53
Capítulo 4
Poliedros
Os sólidos que estudamos até agora foram o cilindro, o cone e a esfera. Falta estudarmos
mais um tipo importante de sólido: poliedro. Conforme veremos, são poliedros os prismas
e as pirâmides. Assim, o estudo dos poliedros é uma extensão do estudo dos prismas e
das pirâmides.
1. Definições
O conceito de poliedro está para o espaço assim como o conceito de polígono está
para o plano. É o que veremos a seguir.
Primeiramente, vamos recordar o conceito de polígono.
Def. 47 Chama-se polígono a região de um plano delimitada por um número finito de
segmentos de reta, contidos nesse plano, que satisfazem às seguintes condições:
iv) fixado cada lado, os demais se encontram num mesmo semi-plano (em relação ao
fixado).
Os polígonos são chamados de faces, os lados das faces são chamados de arestas e os
vértices das faces de vértices do poliedro. Chama-se diagonal do poliedro todo segmento
de reta que une dois vértices não pertencentes a uma mesma aresta. A reunião das faces
chama-se superfície, bordo ou fronteira do poliedro.
iv) fixada cada face, as demais se encontram num mesmo semi-espaço (em relação à
fixada).
Seja P um poliedro com F faces que satisfaz à condição iv). Fixada a i-ésima face,
as demais estão contidas num mesmo semi-espaço determinado por esta face fixada. De-
notemos por Ei esse semi-espaço. Então, P = E1 ∩ E2 ∩ · · · EF .
56
4.1 Definições
D
A
F
B C
D’
A’
E’
F’
G’
C’
B’
Essa decomposição é possível dado que o poliedro é convexo. Enfim, temos aí uma
representação plana do poliedro cujos vértices A, B, C, D, E, F e G correspondem,
respectivamente, a A0 , B 0 , C 0 , D0 , E 0 , F 0 e G0 . Note que, nela, estão preservados o
número de vértices, de arestas, de faces do poliedro, de arestas que partem de um mesmo
vértice assim como a quantidade de arestas de uma mesma face.
Veja, a seguir, exemplos de poliedros e à sua direita uma representação plana: (Des-
57
4.2 Relação de Euler
2. Relação de Euler
Leonhard Euler, suíço, nasceu na cidade de Basiléia em 15 de abril de 1707 e morreu
em 18 de setembro de 1783, em São Petersburgo. Muito precoce, aos vinte anos de
idade, tornou-se membro associado da Academia de Ciências de São Petersburgo. Sua
contribuição para a geometria analítica e para a trigonometria pode ser comparada à de
Euclides para a geometria plana. É responsável por notações da Matemática utilizadas
nos dias atuais tais como e para constante neperiana, Σ para somatório, Â, B̂ e Ĉ para
ângulos de um triângulo, f (x) para função, etc.
Euler (1707-1783)
58
4.2 Relação de Euler
A2 A3
A1 A4
An 1 A5
A6
59
4.3 Poliedros Regulares
3. Poliedros Regulares
Platão, grego, foi um dos pensadores mais influentes de todos os tempos. Nasceu
em Atenas por volta do ano 428 a.C. e lá morreu em 348. Foi o fundador de uma escola
de filosofia chamada Academia2 situada em Atenas. Conheceu Euclides em Mégara com
quem compartilhava das mesmas idéias. Há uma importante classe de poliedros que recebe
uma denominação em sua homenagem.
Academia de Platão
Um poliedro convexo chama-se poliedro de Platão se suas faces têm o mesmo número
n de arestas e se de cada vértice partem o mesmo número m de arestas. Veja a seguir
dois exemplos.
60
4.3 Poliedros Regulares
Note que essas denominações são quanto ao número de faces. Observe ainda que as
faces são triângulos, quadriláteros ou pentágonos. A análise que acabamos de fazer nos
permite enunciar o
Def. 50 Um poliedro de Platão chama-se regular se todas suas faces são polígonos regu-
lares.
61
4.3 Poliedros Regulares
62
4.4 Exercícios
4. Exercícios
3. Mostre que dado um inteiro n ≥ 4, existe um poliedro convexo cujo número de faces
é n.
63
4.4 Exercícios
4. Calcule o número de arestas e de vértices de um poliedro convexo com oito faces, das
quais cinco são triangulares e três são pentagonais.
5. Calcule o número de arestas e de vértices de um poliedro convexo com onze faces, das
quais sete são triangulares, três são pentagonais e uma é hexagonal.
7. Calcule o número de arestas e de vértices de um poliedro convexo com onze faces, das
quais nove são quadrangulares e duas são pentagonais.
8. Desenhe, para cada poliedro regular, uma planificação segundo uma de suas faces.
13. Mostre que a soma dos ângulos de todas as faces de um poliedro convexo é igual a
360◦ (V − 2), em que V é o número de vértices do poliedro.
14. Mostre que se um poliedro convexo tem 10 arestas, então seu número de faces e seu
número de vértices são iguais a 6.
15. Determine os poliedros convexos com 10 arestas quanto ao número de arestas partindo
de seus vértices. Desenhe-os.
16. Os ítens a seguir, deste exercício, têm como objetivo garantir a existência dos octae-
dros regulares e também estabelecer algumas de suas propriedades.
64
4.4 Exercícios
a) Mostre que existe uma pirâmide regular cujas faces laterais são triângulos equi-
láteros e cuja base é um quadrado. Determine sua altura h em função de sua
aresta a.
b) Mostre que existe um octaedro regular.
c) Há um ponto no octaedro regular que é equidistante de seus vértices e de suas
faces, chamado de centro do mesmo, que é centro comum das esferas inscrita e cir-
cunscrita a ele. Calcule, em função de sua aresta a, os raios R e r, respectivamente,
das esferas circunscrita e inscrita nele, bem como seus ângulos diedrais.
d) Calcule a área A da superfície e o volume V do octaedro regular em função de a.
e) Mostre que os centros das faces do octaedro regular são vértices de um cubo.
17. Mostre que os centros das faces de um cubo são vértices de um octaedro regular.
18. Um cubo tem aresta a. Determine, em função de a, a razão entre o volume e a área
total da superfície do poliedro cujos vértices são os centros das faces do cubo.
19. Um octaedro regular é inscrito num cubo, que está inscrito numa esfera, a qual está
inscrita num tetraedro regular de aresta a. Em função de a, determine a aresta do
octaedro.
20. Mostre que o poliedro referido no exercício 8 pode ser construído a partir de um
octaedro regular seccionando-se as faces em torno de cada um de seus vértices com
um plano que determina em cada uma delas um triângulo semelhante cuja razão de
semelhança é igual a um terço. Este poliedro tem a denominação de octaedro regular
truncado.
22. Os ítens a seguir, deste exercício, têm como objetivo garantir a existência dos icosae-
dros e dodecaedros regulares, e, também estabelecer algumas de suas propriedades.
a) Mostre que existe uma pirâmide regular cujas faces laterais são triângulos equi-
láteros e cuja base é um pentágono. Determine sua altura h em função de sua
aresta a.
b) Mostre que existe um icosaedro regular.
c) Mostre que há um ponto no icosaedro regular que é equidistante de seus vértices
e de suas faces, chamado de centro do mesmo, que é centro comum das esferas
inscrita e circunscrita a ele. Calcule, em função de sua aresta a, os raios R e r,
respectivamente, das esferas circunscrita e inscrita nele, bem como seus ângulos
diedrais.
d) Calcule a área A da superfície e o volume V do icosaedro regular em função de a.
e) Mostre que os centros das faces do icosaedro regular são vértices de um dodecaedro
65
4.4 Exercícios
23. Mostre que os centros das faces de um dodecaedro regular são vértices de um icosaedro
regular.
24. Mostre que o poliedro referido no exercício 9 pode ser construído a partir de um
icosaedro regular seccionando-se as faces em torno de cada um de seus vértices com
um plano que determina em cada uma delas um triângulo semelhante cuja razão de
semelhança é igual a um terço. Este poliedro tem a denominação de icosaedro regular
truncado.
66
Respostas
Capítulo 1
Capítulo 2
√
1) 61. 2) 120◦ . 3) 5. 4) A = 66, V = 44, F = 24 e a soma dos ângulos de todasq as faces
√ √ √
é 15120 . 5) 2 a . 6) 4 3a + 4h . 7) a 5. 9) a) π , θ = 51 51 14 ; b) 12 + π42 a ∼
◦ 3 2 a 2 2 4 ∼ ◦ 0 00
=
0, 95a, em que a é a aresta da base; c) o cosseno dos ângulos da base é √2π2 ++16 ∼ π
=
0, 5255, logo, esses ângulos medem, aproximadamente, 58◦ 170 5200 ; o cosseno do ângulo
oposto à base é π28+8 ∼ = 0, 447 7, logo, esse ângulo mede, aproximadamente, 63◦ 240 1600 ; d)
√
− π2π+16 ∼
2
= −0, 381 5, portanto, o ângulo mede, aproximadamente, 112◦ 250 3900 . 10) 369 .
√ √ √
6
11) 2 2√+ 4 5. 15) √
Esfera tendo AB como diâmetro, menos A e B. 19)
√
a) h = 3
a;
6 6 1 ∼ ◦ 0 00 3 a
d) R = 4 a, r = 12 a, ângulo diedral: arccos 3 = 70 31 44 . 21) R = 2 a e r = 2 . 22)
p √ ¡√ ¢
1 + 3 3 + 3. 23) 10/3. 24) hr r2 + h2 − r .
Capítulo 3
¡√ ¢
1) 106 cm3 = 1 milhão de cm3 . 2) 1000. 3) A = 16π e V = 32π . 4) 3
2 − 1 100% ∼=
¡√ ¢ 3
25, 99%. 5) ∼ 3
2 − 1 100% = 41, 42%. 6) V = 31πcm e A = 56πcm . 7) V √= 2792
√ √ ¡ √ ¢
e A = 504. 9) 390 3cm2 . 10) V = 500 7 e A = 100 3 + 2 3 . 11) V = 122 a3 e
√ 49 7 ¡√ ¢
A = 3a2 . 13) (x − 2a) (y − 2a) (z − 2a). 14) π (r − a)2 (h − 2a). 15) π 2 − 1 cm2 .
√ √ 3θ πr2 θ πa2
16) 15 6. 17) 6 π 3 . 18) π9 . 19) V = πr ◦ e A = 90◦ . 20) A = 2πra e V = (3r − a).
π
¡ 2 2 ¢
270 3
21) V = 3 (a + b) 3r − (a − b) − ab e A = 2πr (a + b). 24) 6/5. 25) 4/3. 26) 21.
Capítulo 4
67
A = 30. 7) V = 14 e A = 23. 8)
9) V = 24, A = 36 e F = 14.
68
10) V = 60, A = 90 e F = 32.
√ √ √ ¡ 1¢
16) a) h = 22 a; c) R = 22 a, r = 66√a e os ângulos diedrais são iguais ao arccos −3 ∼ =
◦ 0 00
√ 2 2 3
√
3
√
10
109 28 16 ; d) A = 2 3a e V = 3 a . 18) 18 a. 19) a/6. 21) R = 2 a, A =
¡ √ ¢ √ ¡ 1¢
6 1 + 2 3 a2 , V = 8 2a3 , o ângulo entre duas faces hexagonais é igual ao arccos ³ √ − 3´ ∼
=
◦ 0 00
109 28 16 e o ângulo entre uma face quadrada e uma hexagonal é o arccos − 3 = 3 ∼
q √ q √
125◦ 150 5200 . 22) c) R = 12 5+2 5 a ∼ = 0, 9511a, r = 1 7+3 5
a ∼
= 0, 7558a e os ân-
³ √ ´ 2 6
√
gulos diedrais medem arccos − 35 ∼ = 138◦ 110 2300 ; d) A = 5 3a2 ∼ = 8, 6603a2 e V =
q √ q √ q √
7+3 5 3 ∼ ∼
5
6 2
a = 2, 1817a 3
; f) Rd = 3 3+ 5
2 ³ 6 ´
a d = 1, 4013a d , rd = 1
4
50+22 5
5
ad ∼
= 1, 1135ad
√ p √
e os ângulos diedrais medem arccos − 55 ∼ = 116◦ 330 5400 ; g) Ad = 3 25 + 10 5a2d ∼ =
p √
20, 6457a2d e Vd = 14 470 + 210 5a3d ∼ = 7, 6631a3d ; h) Ai ∼ = 9, 5737,
µ Ad ∼ = 10, ¶ 514,
q √ √ q √
Vi ∼= 2, 5358 e Vd ∼ = 2, 7849. 25) R = 12 29+9 2
5 ∼
a = 2, 478a, A = 15 2 3 + 5+25 5 a2
q √ q √
∼ 2
= 72, 6a , V = ( 2 45 7+3 5
− 15+5 5 3 ∼
)a = 55, 2877a3 , o ângulo entre duas faces hexa-
2 2
gonais mede, aproximadamente, 138◦ 110 2300 e o ângulo entre uma face pentagonal e uma
hexagonal mede, aproximadamente, 142◦ 370 2100 .
69
Bibliografia
FFF
71
Índice Remissivo
Mediador, 21
Bissetor, 16
Octaedro regular
Cilindro, 23, 26
centro de um, 65
circular, 24
truncado, 65
Cone, 26, 29
circular, 27 Paralelepípedo, 24
geratriz de um, 27 Pirâmide, 26, 28
circular reto regular, 27
eixo de um, 52 Plano(s)
seção meridiana de um, 52 concorrentes, 7
reto, 27 paralelos, 7, 9, 24
tronco de, 29 perpendiculares, 15
Conjunto convexo, 16 Polígono(s), 55
Cubo, 24 consecutivos, 55
centro de um, 36 convexo, 55
Poliedro, 56
Diedro, 15 convexo, 56
Distância representação plana de um, 57
de um ponto a um plano, 13 de Platão, 60
entre planos paralelos, 13 regular, 61
entre retas reversas, 14 planificação de um, 61
Dodecaedro regular Postulado de Euclides, 8
centro de um, 66 Pricípio de Cavalieri, 43
Prisma, 23, 25
Esférico(a)
Projeção, 17, 18
calota, 52
cunha, 52 Reta(s)
fuso, 52 concorrentes, 7
setor, 52 ortogonais, 14
zona, 52 paralela a um plano, 7, 8
Esfera(s), 30 paralelas, 7, 9, 10
concêntricas, 30 perpendicular a um plano, 11—13
externas, 33 reversas, 7, 13
plano secante a uma, 31 secante a um plano, 7, 9
plano tangente a uma, 31
secantes, 31 Sólido(s), 39
73
congruência de, 40 centro de um, 36
soma de, 40 Triedro, 17, 22
Semi-espaço, 16
Volume, 39
Tetraedro, 27 de um cilindro, 44
circuncentro de um, 36 de um cone, 45
incentro de um, 36 de um paralelepípedo, 43
regular, 27 de uma esfera, 47
74
O Autor