1) TRADIÇÕES NA FORMAÇÃO
Ainda que o
ESPIRITUAL: ALGUNS CONSELHOS
PRÁTICOS (parte 2 de 6)
Dando continuidade às tradições na
formação espiritual, nesta edição iremos
concentrar a nossa atenção na tradição
da Santidade que se define no tema,
‘Praticando uma Vida Virtuosa.
Deus preocupa-se com o pecado e
a Bíblia deixa bem claro que o povo de
Deus pode livrar-se do poder do pecado.
E o que é o pecado? De acordo com a
Bíblia, pecado é rejeitar os mandamentos
de Deus. Adão e Eva rejeitaram o
mandamento de Deus e comeram o fruto
proibido; o povo de Israel rejeitou o
mandamento de Deus ao constriur um
bezerro de ouro; Jonas rejeitou o
mandamento de Deus e fugiu do seu
chamado. De cada vez que os
mandamentos de Deus eram rejeitados
na narrativa bíblica, aconteceram
desastres. E ainda hoje, o desastre é
consequência do pecado. Mas porquê
seguir os mandamentos de Deus? Porque
Deus conhece as consequências do
pecado.
Muitos de nós criam a ideia de
olhar para os mandamentos de Deus
como regras que impedem a nossa
felicida e que nos fazem sentir culpados.
Quão falsa noção! Os mandamentos de
Deus são-nos dados para que possamos
viver de forma abundante. Por exemplo,
os 10 Mandamentos (Ex. 20:2-17),
chamam-nos a viver uma vida
abençoada, o caminho para a verdadeira
felicidade. O sétimo mandamento, ‘Não
cometerás adultério’, pode parecer uma
restrição à nossa liberdade sexual. Mas
na realidade, é exactamente o contrário.
Envolvermo-nos num caso de adultério
leva à dor e à solidão; permanecer fiel
ao cônjuge traz verdadeira liberdade.
Santidade é algo que Deus deseja
para nós simplesmente porque é a
melhor maneira de viver. Os
mandamentos de Deus não têm por
objectivo pesar as nossas vidas em
deveres, mas dar-lhes plenitude. O plano
de Deus completa e integra a nossa vida;
o pecado fragmenta-a.
pecado possa apelar à superfície – o
cumprimento de todos os desejos da
nossa vida – abaixo da superfície
envenena-nos até, eventualmente, nos
destruir.
O escritor e filósofo Dallas Willard
ensina que o pecado é uma ‘mancha’, ao
sujar e arruinar as nossas almas. Somos
atraídos ao pecado e tentados pelos seus
sussuros de prazer, apenas para vir a
descobrir que a única coisa que nos tem
para oferecer, é uma curta sensação de
gozo e um longo – por vezes durante o
resto da vida – período de dor. Por este
motivo, Deus receita-nos um modo de
vida que nos ajuda a resistir às
sedutoras, mas dsestrutivas garras do
pecado. Viver uma vida santa não é algo
limitado aos ‘super-santos’; é saudável e
funcional para todos.
Algumas passagens bíblicas
adequadas a esta tradição são: Mateus
4:1-11; Mateus 5:8; 15:11; 19:17;
Êxodo 20:2-17.
Do coração de Deus e da manifesta
vida de Jesus, vimos como Deus deseja
santidade, pureza e virtude nas nossas
vidas. Uma vida santa tem sido definida
como uma vida que é funcional, saudável
e completa. Mas a santidade, ou pureza
de coração, não é mera obediência a
certas regras. Jesus chamou a atenção
dos Fariseus popr obedecerem à lei de
Deus no exterior, enquanto que
negligenciavam a ‘palavra de Deus’ – ou
seja, o espírito da lei.
Contudo, Jesus referiu que os
mandamentos são para ser cumpridos
(Mateus 19:17); não há opção, e Deus
providencia-nos um modo de lhes
obedecer: entregar as nossas vidas.
Obedecer é uma causa natural de uma
vida entregue a Deus. Se amamos a
Deus, então vamos obedecer aos Seus
mandamentos com vontade, uma vez
que a nossa experiência com Deus
prova-nos que obedecer-Lhe é a nossa
melhor escolha. Confiar e obedecer
encontra-se no coração desta tradição da
Santidade; a teologia torna-se prática.
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 Alguns exercícios na tradição da
Santidade:
1. Orar para que o Espírito Santo
purifique o teu coração e mente;
depois espera e escuta. Quando Deus
traz mudança, Ele opera de dentro para
fora através do Espírito Santo. Coloca de
parte um tempo substancial (por
exemplo, 1 hora) para orares de forma
profunda e com todo o teu coração.
Durante esse tempo, pede a Deus que te
purifique o coração e a mente pelo poder
do Espírito Santo. A chave para a eficácia
da tua oração será a tua em render o
controlo da tua a deus. Pede a Deus que
sonde o teu coração para ver se há
algum mal escondido na tua vida, ou
alguma actividade que Deus deseja que
te desistas. Depois escuta. Quando
tiveres noção daquilo que Deus te quer
livrar, ora para que o Espírito purga esse
pecado – mesmo até o desejo pelo
mesmo – da tua vida. Santidade nasce
em orações como estas.
2. Responde à tentação com a
Palavra de Deus. Jesus venceu as
tentações do diabo porque se agarrou
bem firme aos mandamentos de Deus.
Memoriza as Suas 3 respostas
(Deuteronómio 8:3; 6:16; 6;13), e
quando te sentires tentado pelo inimigo
seja para, (1) autosatifação egoísta, (2)
duvidares de Deus, ou (3) procurar
riqueza, poder ou fama, responde à
tentação com o versículo
correspondente. Jesus usou o poder de
deus através da Escritura para derrotar o
inimigo, e também podemos nós.
3. Tenta fazer um jejum de 24 horas
parcial. Jesus jejuou no deserto de
modo a obter força espiritual. Quando
jejuamos, estamos a dizer não aos
apetites incontroláveis do nosso corpo e,
por isso, mestrando os mesmos. A
prática do jejum também revela traços
escondidos – raiva, egoísmo, inabilidade
de obter gratificação, preguiça, etc. –
que se podem tornar áreas para
mudança (e crescimento) no futuro. Um
modo simples de iniciar é jejuar de
almoço a almoço, saltando o jantar e o
pequeno-almoço. Após o almoço no
primeiro dia, não tomar uma refeição
completa até ao almoço do segundo dia.
Durante as 24 horas beber muita água e
beber sumo de fruta na altura das
refeições se assim desejares. Lembra-te,
no jejum estás a ‘festejar-te’ da
presença de Deus.
4. Pratica estas 2 disciplinas para
‘controlar a língua’. Aquilo que
dizemos revela o que está no nosso
coração. Foi por isso que Jesus disse que
não é o que entra nas nossas bocas que
corrompe uma pessoa, mas aquilo que
sai da mesma. (Mateus 15:11) Por
outras palavras, aquilo que dizemos
torna-nos ‘impuros’. Tiago também nos
relembra do poder das palavras (Tiago
3:5-12). Tal como o fogo, podem refinar
ou destruir. As disciplinas seguintes vão
ajudar-te a monitorizar as coisas que
dizes e ganhar algum controlo sobre o
inacreditável poder da língua.
- Passa um dia sem dizer nada negativo.
De manhã, pede ao Espírito Santo que
‘guarde a tua boca’ (Salmo 141:3),
prevenindo-te de dizeres algo negativo.
Sê implacável em relação a isto! Não
deixes sequer que a ponta mais mínima
de crítica ou julgamento saia da tua
boca. Podes vir a encontrar-te em
situações que te exigem uma opinião
sincera; por exemplo, podem perguntar-
te a opinião em relação a algo. Sê
honesto, mas não sejas crítico. Em vez
disso, busca formas de ser positivo
acerca de algo que te cerca e está pronto
para elogiar sempre que possível.
- Passa um dia sem dizer desonestidades
Jesus disse que Nataniel era uma pessoa
sem ‘falsidade’ (João 1:47). Que elogio!
Falsidade é desonestidade, engano,
conversa dupla, esconder a verdade,
manipular as palavras, etc. Ora para que
o Espírito torne o teu coração puro e
honesto e que te alerte para qualquer
coisa menos directa. Não manipules as
tuas palavras; que o teu ‘sim’ seja
sempre ‘sim’ e o teu ‘não’, seja sempre
‘não’.
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Nestes 2 actos vais encontrar uma
grande sensação de libertação. As nossas
palavras negativas magoam, não só os
outros, mas a nós também e afectam o
nosso espírito. Quando dizemos coisas
desonestas, vivemos no medo de virmos
a ser descobertos, de que alguém possa
vir a ver para além da nossa falsidade.
Somos forçados a dizer mais mentiras de
modo a manter a mentira original.
Descobrimos liberdade e paz quando
começamos a domar a língua.
(Extraído de ‘A Spiritual Formation Workbook’ por
James B. Smith & Lynda Graybeal,
HarperSanFrancisco, 1993)

2 – SUGESTÃO DE LEITURA

Uma Igreja Emergente – Dan Kimbal

Numa era em que o movimento pós-

moderno vai invadindo cada vez mais a
sociedade e as culturas, este livro de
Dan Kimbal, ajuda a igreja a ser sensível
a esta mudança e a continuar a manter a
sua relevância. Provando que Jesus
Cristo é o mesmo ontem, hoje e para
sempre, e que continua a usar a sua
igreja para buscar os perdidos, Kimbal
oferece aos leitores esta ideia de igreja
emergente, que não depende de
nenhuma ‘fórmula’ certa, ou modelo
ideal. Um bom livro para quem gosta de
perceber o que é verdadeiramente a
igreja.