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Universidade de Brasília

Instituto de Ciências Humanas


Departamento de Economia

Mestrado em Gestão Econômica do Meio Ambiente

Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas por Olarias.

DOCENTE: DR. JORGE NOGUEIRA

MESTRANDOS:
CLÁUDIA BEATRIZ
CLÁUDIA R. S. MAGNANI
PAULO ALEXANDRE

Cuiabá – MT - 2004
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO
1.1 Histórico
1.2 Resíduos Sólidos
1.3 A Recuperação de Áreas Degradadas pela Atividade de Mineração
1.4 A Revitalização de Áreas Urbanas.

2. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO
2.1 Características da Área a ser Beneficiada:
2.2 Característica da População
2.3 Metodologia para a Análise da Viabilidade
2.4 Identificação dos Impactos do Projeto
2.5 Definição dos Impactos Economicamente Relevantes:
2.6 Quantificação Física dos Impactos Relevantes:
2.7 Valoração dos Efeitos Relevantes:

3- OBJETIVOS

4- METODOLOGIA/DESENVOLVIMENTO
4.1 A Análise Custo Benefício (ACB)
4.2 Os Métodos de Valoração Empregados na Avaliação do Projeto
4.2.1 Métodos da Função de Produção
4.2.1.1 Fundamentação Teórica dos Métodos da Função de Produção
4.2.1.2 O Método dos Custos Reposição
4.2.1.2.1 Limitações do Método de Custo de Reposição
4.2.1.3 O Método dos Custos Evitados
4.2.1.4 Limitações dos Métodos da Função Oferta Empregados
4.2.2 Métodos da Função de Demanda
4.2.2.1 Fundamentação Teórica dos Métodos de Mercados de Bens
complementares.
4.2.2.2 Fundamentação Teórica do Método dos Preços Hedônicos
4.2.2.3 Método de Preço Hedônico
4.2.2.4 Limitações do Método dos Preços Hedônicos

5- CUSTOS

6- BENEFÍCIOS

7- AVALIAÇÃO (ANÁLISE CUSTO BENEFICIO)

8- CONSIDERAÇÕES FINAIS

9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

10- ANEXOS

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1 APRESENTAÇÃO

1.1 Histórico
Ao longo de muitos anos as olarias constituíram uma das principais atividades
econômicas do município de Várzea Grande e especialmente do bairro Cristo Rei.
Localizado às margens do rio Cuiabá e se beneficiando da matéria-prima
proporcionada pelos períodos de cheias e de secas do rio, naquele bairro se
desenvolveu, nas décadas de 60 a 90, a maior parte das atividades ceramistas da
grande Cuiabá.
A conseqüência dessa intensa exploração do solo daquela região foi a
formação de um grande número de valas, de onde a argila era retirada para ser
beneficiada. Após a exploração daquela parte do solo, a vala era abandonada e a
retirada da matéria prima se dava em outro terreno. Na maioria das vezes o potencial
da extração de cada vala não era nem atingido e já se abria outra em local separado.
Estas empresas não tinham a preocupação em centralizar a extração num mesmo
local, ao iniciarem uma vala, esta era explorada até que viesse a época “das águas”
(chuvas) e enchesse esta vala. Isto elevou o número de valas abertas mesmo ainda
com potencial de exploração, porém abandonadas.
Atualmente existem no bairro do Cristo Rei, aproximadamente 20 valas, o que
ocasiona inúmeros transtornos à vida da população do bairro, indo desde questões
de segurança pública até a incidência de doenças advindas dos impactos daquela
degradação ao meio ambiente.
Por outro lado, a associação dos Locadores de Caçambas Móveis da Grande
Cuiabá, enfrenta atualmente uma elevação de custos em sua atividade advinda da
distância, cada vez maior, a ser percorrida para se despejar os resíduos da
construção civil na Grande Cuiabá.
Com vistas a atender o interesse dos moradores do bairro Cristo Rei e das
empresa filiadas à Associação, está sendo estudado pela Prefeitura de Várzea
Grande, a viabilidade da recuperação daquelas áreas degradadas com a utilização
dos resíduos da construção civil e ainda com o beneficiamento das áreas
recuperadas.

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Um projeto desse tipo abordará as questões de: reaproveitamento de
resíduos sólidos, recuperação de áreas degradadas e revitalização de áreas
urbanas.

1.2 Resíduos Sólidos


Os resíduos sólidos são considerados como um componente que tem potencial
poluidor elevado e que, se não for bem manejado e tratado, acarretará situações
críticas. As formas e as atitudes mais adequadas para acondicionar, tratar e dispor
os resíduos sólidos urbanos estão sendo debatidas, sendo que para cada corrente
de pensamento há uma metodologia considerada a “mais adequada”. (TEIXEIRA,
1993)
LIMA (1992) apud TEIXEIRA, 1993), identifica três correntes de formulação de
modelos para manejo, tratamento e disposição de resíduos: i) a tradicional, que se
preocupa apenas com a coleta e disposição final dos resíduos, sem dar a devida
atenção à sua origem e geração; ii) a ecológica, que investe maciçamente na
reciclagem mássica e energética, sem considerar a viabilidade do tratamento e
disposição; iii) e a inovativa, que une as duas anteriores, onde se incluem os
sistemas integrados.
Ainda segundo LIMA (1992) apud TEIXEIRA, (1993), o sistema integrado é
aquele que envolve estudos que regem a produção dos resíduos, incluindo a sua
minimização na origem, seu manejo e as condições existentes de tratamento e
disposição dos resíduos gerados, aproveitando-os e tratando-os, baseando-se no
princípio da descarga zero e causando o menor impacto ao ambiente que o cerca. O
princípio da descarga zero envolve mecanismos que visam a minimização dos
resíduos na origem, no tratamento e no destino final.
Os fatores mais importantes relativamente aos processos de origem e formação
do lixo são basicamente dois: o aumento populacional e a intensidade da
industrialização. Esses fatores, ao longo do tempo, apresentam fortes interações
entre si. O aumento populacional exige um incremento maior na produção de
alimento e bens de consumo direto. Para atender esta demanda, o homem
transforma cada vez mais matéria primas em produtos acabados e existindo também

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um aumento significativo tanto na construção quanto na demolição da construção
civil, com a conseqüente geração de maiores quantidades de resíduos que, ao serem
dispostos inadequadamente, comprometem o meio ambiente constituindo-se assim o
processo de industrialização num dos principais fatores associados à origem e
produção do lixo. (LIMA, 1991, apud SCHNEIDER, 1994)
Por muito tempo, muitos economistas ignoraram os novos conhecimentos
levantados pelo modelo da balança de materiais. Foi apenas com a mobilização em
torno da problemática ambiental, representada por um crescimento no número de
entidades governamentais ligadas ao meio ambiente, que um número maior de
economistas incorporou os conhecimentos desenvolvidos no início da década de 70.

Modelo Balança de Materiais


O modelo balança de materiais desenvolvido por Allen V. Kneese tem como
principal contribuição o fato de enfatizar que o meio ambiente representa em parte
fundamental do processo produtivo e, portanto, os custos externos relacionados à
disposição de resíduos representam um fator essencial dentro dos processos
econômicos (SENECA, J. & TAUSSING, M.K.,1984, apud DEMAJOROVIC, 1994)
Ao deixar de lado os fluxos entre os setores de produção e consumo e o meio
ambiente, a análise econômica tradicional falha ao ignorar os efeitos do sistema
produtivo sobre o meio ambiente e vice-versa. Em contrapartida, ao incluirmos o
conceito da balança de materiais, é possível observar duas importantes
características quanto às implicações relacionadas aos resíduos no processo
econômico: 1. O aumento da produção industrial significa também o aumento da
produção de resíduos que voltam ao meio ambiente, aumentando os problemas de
poluição. 2. A ausência de políticas de estimulo à reciclagem e recuperação de
resíduos acaba por agravar ainda mais o processo de poluição (FREEMAN, A.M. &
HAVENSAN, R.H., 1973, apud DEMAJOROVIC, 1994).
A contribuição de modelos como o da balança de materiais tornou evidente que
os resíduos constituem parte essencial do sistema econômico. A mobilização
crescente em torno dos problemas ambientais e o estabelecimento de novas
prioridades dentro da política institucional ambiental vêm contribuindo para que a

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problemática ligada aos resíduos de qualquer natureza ocupe uma posição cada vez
mais importante na agenda de organizações governamentais, não governamentais,
industriais e dos habitantes de vários centros urbanos.

Energia e Entropia
De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, que contém o Princípio da
Conservação da Energia, a energia pode sofrer transformações, porém nunca se
aniquila. A Segunda Lei da Termodinâmica, por outro lado, traz um outro fator ao
princípio da conservação, estabelecendo que, nas transformações térmicas, a
energia sofre um processo de degradação qualitativa, irreversível e perfeitamente
mensurável, que torna impossível a sua reutilização na produção de trabalho
mecânico. Esta perda de capacidade de gerar trabalho proporcional a cada
quantidade de energia utilizada, foi denominada por Classius em 1865 de Entropia,
significando decréscimo na energia disponível (RIFKIN, 1981, apud SCHNEIDER,
1994) .
Segundo este princípio, genericamente, toda vez que se passa de um estado
organizado para um estado desorganizado ou caótico, há geração de energia
dispersada resultante desta transformação não mais poderá ser usada para
recompor a ordem pré-existente.
Segundo BRANCO, 1989 apud SCHNEIDER, 1994), atualmente procura-se
descobrir meios de reduzir a entropia, através da organização, o que constitui a base
de importantes conceitos modernos, como o da informática, da cibernética e da
teoria de sistemas.
Segundo o mesmo autor, a informação é o que transforma uma situação caótica
em uma estrutura organizada, agindo contrariamente à entropia, ou seja, a
informação acumulada é neguentropia. Todo produto elaborado adquire valor
durante o processo de industrialização, pois o processamento incorpora informação,
uma forma de energia potencial que o torna útil. O valor introduzido no objeto é
resultante de trabalho, de aplicação de uma soma de energia que será tanto melhor
aproveitada quanto mais longa for a vida útil desse objeto. No momento em que for
descartado perde-se todo o conteúdo de informação e por conseguinte o seu valor.

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Gera-se uma quantidade correspondente de entropia, uma vez que essa energia que
já produziu trabalho e informação não mais poderá ser usada na elaboração de outro
objeto.
Nesse sentido, pode-se perceber a grande quantidade de energia que é
dissipada de forma irreversível na elaboração de objetos descartáveis: um simples
copo de plástico, para cuja fabricação foi consumida a mesma (se não maior)
quantidade de energia é usada uma só vez, sendo em seguida queimado ou
desintegrado, restituindo-se a energia em forma não utilizável. Assim, os resíduos
finais de toda atividade humana contém, na verdade, significativas quantidades de
energia potencial, na forma de compostos orgânica, informação, calor, nutrientes
entre outros. Há inclusive uma afirmação de que a poluição consiste na colocação de
energia e matéria no lugar errado ( BRANCO, 1989 apud SCHNEIDER, 1994).
Segundo GANDOLLA, 1983, apud SCHNEIDER, 1994, nos sistemas integrados
os operadores de limpeza urbana definem como prioridades essenciais para
avaliação: a descarga ambiental como o parâmetro mais importante na avaliação dos
sistemas de eliminação dos resíduos, em detrimento da recuperação de energia e
materiais. Além disto, considera não ser mais concebível planejar um sistema de
eliminação de resíduos por setores, e sim por uma concepção global: sob o ponto de
vista ambiental e financeiro, há uma concordância crescente entre as agências
encarregadas da disposição de resíduos sólidos e líquidos, domésticos e industriais
em tratar a questão de forma integrada.
Ao tratar de resíduos da construção civil, fica de responsabilidade de
particulares, dos próprios interessados em remover e dar destinos ao resíduos
formados. Existem empresas especializadas que fazem o serviço de remoção destes
entulhos, sendo os mesmos levados a áreas afastadas dos municípios, em terrenos
baldios, no que tange ao município de Cuiabá estes resíduos são destinados a Rod.
Emanuel Pinheiro 3 Km após a Fundação Bradesco e deixados ao relento.

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1.3 A Recuperação de Áreas Degradadas pela Atividade de Mineração
Desde a concepção inicial dos projetos de mineração, visando o
aproveitamento econômico de suas jazidas, procura-se enfocar os aspectos
ambientais da mineração pela sua relevância, para exploração racional dos bens
minerais, pela importância da questão ambiental para a região em que se inserem
os principais impactos ambientais, bem como as medidas mitigadoras. Tais impactos
da mineração são decorrentes das características ecológicas da área da jazida e da
tecnologia adotada em sua exploração (RAMOS, 1993).
Os mais importantes impactos ambientais decorrentes das atividades de
mineração, podem ser assim enumerados: 1. solo (remoção, erosão e poluição); 2.
água (alterações hidrológicas, assoreamento e poluição); 3. ar (materiais
particulados, gases, ruídos e poluição); 4. flora (desmatamento); 5. fauna
(desequilíbrio e alterações do habitat); e 6. sócio-econômico (descaracterização do
patrimônio natural e sócio-cultural).

Introdução a Práticas de Recuperação Ambiental


Recuperação (ou reabilitação), conforme definição de BARTH (1989) é o
processo de devolução de terras alteradas por atividades mineradoras a um uso
produtivo e auto-sustentável.
Segundo GRIFFITH,1995, problemas sérios relativos a recursos naturais
decorrentes da atividade mineradora freqüentemente desafiam meias medidas. Cada
situação tem sua característica específica e o responsável pela mineração enfrenta
complexos dilemas quanto ao meio ambiente. Fórmulas prontas derivadas de
experiências de outros raramente obtêm sucesso.
No entanto, quatro princípios gerais podem ser seguidos, de forma a garantir
que a prática de recuperação signifique um desenvolvimento ativo e aperfeiçoado de
técnicas específicas para cada área: 1º Princípio – Práticas eficazes derivam de uma
compromisso com a reabilitação ideal; 2º Princípio – Práticas ideais, usando sinergia
ecológica, requerem sinergia humana; 3º Princípio – Colocar em prática soluções
ideais requer o planejamento de mudanças sistemáticas e 4º Princípio – Prática leva
a perfeição (GRIFFITH, 1995).

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1º Princípio – Práticas eficazes derivam de um compromisso com a reabilitação ideal.
A visão ideal contribui de diversas formas para o estabelecimento de práticas
bem sucedidas de reabilitação: como uma meta, ou missão o ideal evita que a
companhia adote meias medidas ou medidas que a princípio pareçam econômicas,
mas que a longo prazo se mostrem dispendiosas porque ineficazes. Além disto, a
visualização de um ideal tende a unir grupos conflitantes; prever situações
potencialmente vitoriosas para todos na criação desta visão ideal, há um
comprometimento efetivo e profundo dos envolvidos no projeto.
2º Princípio – Práticas ideais, usando sinergia ecológica, requerem sinergia humana.
Poucas áreas abandonadas recuperam sua vegetação rapidamente, e pode-se
dizer que alguns nunca o fazem. A deterioração continuada pode ser esperada, a
não ser que alguém teça novamente a teia de relações entre solo, água e
organismos que a mineração interrompeu.
As soluções que usam sinergia ecológica parecem ser as únicas realmente
compensadoras financeiramente na recuperação de áreas degradadas pela
mineração. Podemos definir sinergia ecológica como a ação de duas ou mais
substâncias ou organismos visando atingir um efeito que cada um individualmente
seria incapaz.
Relações complexas de reconstrução entre organismos e o meio ambiente
alterado requerem um esforço grupal, quando a sinergia humana ajuda a alcançar a
sinergia ecológica. Seria difícil contratar uma única pessoa que possuísse as
respostas para todos os problemas ambientais de um companhia. Os diferentes
impactos da mineração exigem soluções igualmente diversas, interdisciplinares. Para
corresponder, a direção da companhia deve estabelecer uma equipe de especialistas
e criar um clima que estimule seus membros a compartilhar as idéias e recursos
sempre que possível. Ao contrário, a falta de liderança leva a conflitos, negligência
com o meio ambiente, custos mais altos e ao desenvolvimento de potencial para
sérias deformações.
3º Princípio – Colocar em prática soluções ideais requer o planejamento de
mudanças sistemáticas.

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Levantamentos básicos (solos, recursos hídricos, fauna, flora, entre outros),
análises de impacto ambiental, e pesquisas de opinião pública significam muito
pouco, caso falte alguém que concentre todas estas informações, apresente opções
e implemente soluções.
Além do compromisso inicial, a produção de resultados requer uma habilidade
de liderança em planejar mudanças sistemáticas. A equipe ambiental, possivelmente
auxiliada pela comissão ambiental interna, necessita entender os princípios básicos
de ecologia (REDENTE et al, 1993); necessita também pesquisar as melhores
técnicas do estado da arte disponíveis. A equipe define afirmativas simples e
concisas que resumam as práticas já em uso. A partir daí, comparando a situação
real com os conceitos e modelos ideais, a equipe estabelece um plano operacional
para a redefinição do programa de reabilitação.
Apesar de muitos aspectos variarem conforme a área, existe uma seqüência
lógica, comum para o planejamento da maioria das ações de recuperação. Após
avaliar ações de recuperação no Brasil, o especialista americano Richard Barth et al.,
1988,1989, concluíram que o seguinte processo seria ideal para condições
temperadas e também tropicais:
a) Comprometimento gerencial;
b) Pré- planejamento;
c) Limpeza da área;
d) Engenharia de reabilitação;
e )Reposição da camada superior do solo;
f) Preparação da área;
g) Seleção de espécies;
h) Propagação das espécies;
i) Plantio;
j) Manutenção da área.
4º Princípio – Prática leva a perfeição
Uma vez em execução, a equipe ambiental deverá avaliar e aperfeiçoar as
práticas escolhidas. Isto é, eles necessitam de se voltar e lançar um olhar crítico

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sobre o que está sendo feito, de forma a minimizar o risco de ocorrência de falhas ou
mesmo fracasso.
Em casos de fracasso da atividade de reabilitação, deve ser feita uma análise
crítica que abranja não apenas os aspectos mecânicos, tais como monitoramento
físico, mas, e principalmente, o aspecto humano: os membros da equipe
momentaneamente abandonam a prática de solução de problemas para revisar a
experiência como um todo.

Definição dos Procedimentos para Recuperação das Áreas Degradadas por Olarias.
A recuperação das áreas degradadas por mineração na região urbana de
Várzea Grande – MT, será feita através de medidas de recuperação dos solos
degradados e de “revegetação” destas áreas, com a finalidade de restabelecer a
área para a população local, tornando-a uma área de lazer e entretenimento,
recuperando assim as cavas formadas pela extração da argila.
Foram previstas medidas para controle da erosão e do assoreamento das
lagoas e do rio, de forma a impedir que o material carreado de estradas e pátios de
estocagem atinja os corpos hídricos.
A recuperação dos solos envolve a regularização do terreno, a drenagem de
águas pluviais, o controle da erosão e a correção de parâmetros físicos e químicos
dos solos, de forma a permitir um melhor desenvolvimento da cobertura vegetal.
Quanto aos aspectos de fertilidade, estes deverão ser corrigidos em função das
análises químicas efetuadas em cada seção. De maneira geral, as medidas
corretivas envolvem correção da acidez através de calagens, incorporação de
matéria orgânica (composto de lixo, palhadas entre outros), adubação fosfatada e,
em alguns casos, a adubação verde, aplicação de fertilizantes potássicos e a
adubação nitrogenada de cobertura (SILVA, et al, 1993).

Monitoramento:
O controle ambiental é efetuado através de um programa de amostragem da
água da superfície e subterrâneas, e as atividades biológicas na área de influência
do projeto. Enfoque especial é dado às águas que, além das análises físico-

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químicas, são monitoradas com relação ao desenvolvimento da vida aquática, como
indicador da quantidade das águas (KRAHEMBUHL, 1993).

Parâmetros de Qualidade da Água neste projeto


Deve ser realizada analise de qualidade da água a 500 metros a montante e
500 metros a Jusante do Rio Cuiabá, nas imediações da área a ser recuperada e das
próprias valas a serem recuperadas, antes de ser lançada ao Rio Cuiabá, ou seja,
antes de ser efetuada a devida drenagem da área. Durante a execução do projeto,
20 anos, é aconselhável a realização das analises anual, no período da seca.
A qualidade da água de um rio é avaliada de acordo com componentes ou
substâncias na água, denominadas muitas vezes de parâmetros ou substâncias de
qualidade da água. Estes elementos caracterizam as condições da água para
diferentes usos e para sua preservação ambiental (Magnani, 2000).
Segundo Magnani (2000) a qualidade da água apresenta características físicas,
químicas e biológicas. Os parâmetros físicos da água são aqueles que afetam os
sentidos humanos. Existem critérios e medições padrões. Dentro desta classificação
estão parâmetros como a temperatura da água, densidade, turbidez, odor e cor. Os
parâmetros químicos e biológicos descrevem as modificações químicas e biológicas
na água, função da interação destes componentes. Estes parâmetros são: pH, OD
(oxigênio dissolvido), DBO (demanda bioquímica do oxigênio), sólidos totais,
coliformes totais e coliformes fecais.

Treinamento
O treinamento às empresas locadoras de caçambas, aos seus motoristas e aos
clientes dessas empresas é de suma importância para o sucesso do projeto. Através
de consultorias, palestras e folders, será necessário o monitoramento dos os
resíduos sólidos, existentes nos caminhões. Parece de mínima importância, mas é a
parte essencial para que o projeto tenha uma vida útil média e longa, sem maiores
problemas.
As empresas ao serem contratadas, devem apresentar aos seus clientes um
informativo (folders) a respeito do projeto de recuperação e a sua importância, e

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esclarecer que possuem dois tipos de taxas de serviços, uma menor para apenas
resíduos da construção civil e a outra maior referente a lixos diversos principalmente
não inertes, pois os mesmos terão que ser transportados a uma distância maior e
tratados com cuidados especiais, não tendo a possibilidade de reaproveitá-los na
recuperação das áreas em questão.

1.4 A Revitalização de Áreas Urbanas.


Os projetos de revitalização associados a processos de reestruturação
urbana, têm sido uma constante no Brasil, principalmente à partir do final da década
de 80 e início de 90. Pelourinho em Salvador, Bairro do Recife na capital
pernambucana e o corredor cultural no Rio de Janeiro são alguns exemplos
nacionais de locais que vêm sofrendo este tipo de intervenção. Barcelona, Nova
Iorque, Boston, Manchester, Paris e Buenos Aires estão entre os exemplos
internacionais que marcam o fenômeno mundial de revitalização ou remodelação
urbana.
Apesar de ocorridos em diferentes localidades e de possuírem peculiaridades,
os projetos são semelhantes no fato de terem obtido investimentos vultosos em
locais com grande potencial turístico, que abrigam interesses históricos e que, em
períodos anteriores, tiveram um apogeu relacionado a uma atividade econômica
específica.
Certamente existem as mais variadas combinações entre o que deve ou não
ser realizado na remodelação urbana, mas em linhas gerais, defende-se a
necessidade de reestruturação de centros urbanos, dada a caracterização desses
locais nos últimos anos pela violência, marginalidade, decadência das construções
etc. Afirma-se que investimentos do setor público e privado podem reverter esse
quadro, tornando os locais mais atrativos, inclusive para novos investimentos, o que
impediria que se iniciasse um novo empobrecimento após a recuperação. A principal
aposta é na preservação do patrimônio histórico e nos investimentos culturais.
A revitalização de centros urbanos deve se caracterizar não somente por
critérios funcionais, mas também políticos, sociais e ambientais. Esses critérios

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conferem às intervenções uma nova vitalidade não só econômica, mas também
social.
Segundo VAZ, (1995), cinco características básicas devem estar presentes
nas intervenções de revitalização de centros urbanos:
a) Humanização dos espaços coletivos produzidos;
b) Valorização dos marcos simbólicos e históricos existentes;
c) Incremento dos usos de lazer;
d) Incentivo à instalação de habitações de interesse social;
d) Preocupação com aspectos ecológicos e
e) Participação da comunidade na concepção e implantação.
A revitalização de áreas centrais pode ser executada por meio de variadas
formas, considerando os muitos setores envolvidos e as diversas variáveis em
questão. VAZ (1995) afirma que as principais iniciativas são:
a) Reabilitação de áreas abandonadas;
b) Restauração do patrimônio histórico e arquitetônico;
c) Reciclagem de edificações, praças e parques;
d) Tratamento estético e funcional das fachadas de edificações, mobiliário
urbano e elementos publicitários;
e) Redefinição de uso de vias públicas
f) Melhoria do padrão de limpeza e conservação dos logradouros;
g) Reforço da acessibilidade por transporte individual ou coletivo, dependendo
da situação e
h) Organização das atividades econômicas.
Pela própria natureza da revitalização urbana, a participação de todos os
setores envolvidos é muito importante. Partindo da idéia de respeito às aspirações e
necessidades dos cidadãos que se utilizam da área central da cidade para morar,
trabalhar ou se divertir, é preciso encontrar mecanismos para garantir sua
participação na formulação das políticas de revitalização urbana, na elaboração de
projetos e na sua implantação. Por isso, é recomendável que a primeira iniciativa
seja a articulação com a sociedade civil e o contato com os setores envolvidos. A
partir dos primeiros contatos, a prefeitura deve sistematizar as idéias e elaborar

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anteprojetos para serem discutidos com a comunidade e, eventualmente, oferecidos
a empreendedores privados.
A presença de técnicos é indispensável, e deve envolver diversas áreas da
prefeitura como: Cultura, Turismo e Lazer, Planejamento, Desenvolvimento
Econômico, Obras, Transportes, Manutenção Urbana e Finanças. É importante que
haja uma equipe central de coordenação do projeto, que pode se valer, inclusive, de
consultores externos.
Com a revitalização de centros urbanos, áreas que estavam sub-utilizadas ou
deterioradas, são revalorizadas, tanto do ponto de vista imobiliário quanto social. A
infra-estrutura urbana também pode ser melhor utilizada, eliminando-se o
desperdício e dispensando investimentos de expansão em outras áreas. A
implantação de atividades voltadas ao lazer e ao turismo, tende a gerar empregos e
dinamizar a economia do município. Pode também, ser acompanhada de ações de
qualificação da mão-de-obra local.
A cidade de Bolonha (Itália) é um exemplo pioneiro, com a realização de um
projeto de revitalização de sua área central, em meados da década de 60. Barcelona
(Espanha), Paris (França), Londres (Inglaterra), Baltimore (EUA), entre outras,
também realizaram projetos de revitalização de áreas históricas, marcados pelo
reaproveitamento de antigos edifícios, integrando-os a áreas remodeladas com
edificações mais modernas. As atividades de lazer e turismo serviram de apoio para
os projetos, enfatizando os aspectos tradicionais da cultura local.
No Brasil, projetos de intervenção em áreas centrais utilizando pelo menos
alguns conceitos de revitalização disseminaram-se a partir do final da década de 70.
Em São Luís -MA (695 mil hab.), o Projeto Reviver vem promovendo ações de
revitalização no centro e em outros setores históricos da cidade. Dentre as atividades
realizadas, destacam-se a reconstituição de calçadas originais, praças, e iluminação
pública; a restauração de edifícios públicos e orientação de proprietários para
restaurar e conservar prédios particulares; a construção de habitações para
população encortiçada e a criação de centros culturais em edifícios históricos. Outras
experiências têm sido realizadas em Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP,

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Belém-PA, Curitiba-PR, Florianópolis-SC, São Sebastião-SP, Santos-SP e Poços de
Caldas-MG.

A Revitalização do Bairro do Recife


A revitalização do Bairro de Recife, apesar de suas peculiaridades, pode ser
um exemplo do fenômeno de reestruturação urbana no Brasil e do embate que o
cerca.
O Bairro do Recife (ou Recife Antigo), situado no centro da capital
pernambucana, margeado pelo mar e pelo rio Capibaribe, segundo avaliação dos
professores Norma Lacerda e Sílvio Zanchetti, era considerado pela opinião pública,
em 1986, uma das principais áreas-problema da cidade. As ruas e espaços públicos
eram ocupados pelos ambulantes e, somada à degradação física das edificações e
dos espaços públicos, deu à região o estigma de local perigoso e marginal.
No entanto, essa mesma localidade foi o centro econômico da cidade do
Recife do século XVII ao início do XX. Segundo Zanchetti e Lacerda, a partir de
1930, a região sofreu um processo de esvaziamento, devido ao deslocamento do
centro econômico para o bairro de Santo Antônio, passando a abrigar cabarés,
boates e prostíbulos. A expansão comercial e residencial para outras áreas,
somadas a políticas públicas mal sucedidas e à crise da década de 80 culminaram,
segundo eles, no deslocamento da população de baixa renda para o centro e a
conseqüente proliferação de vendedores ambulantes e marginais. "Criou-se um
círculo vicioso entre desvalorização imobiliária e a expansão das atividades de
armazenagem. O Bairro tornou-se uma periferia central", dizem os pesquisadores.
Várias foram as propostas de revitalização da área, mas o Plano de
Revitalização do Bairro Recife (PRBR), na avaliação de Lacerda e Zanchetti, elevou
a atratividade do bairro para o investimento privado e constituiu um exemplo de
requalificação do patrimônio construído, demonstrando que as áreas históricas da
cidade têm grande potencial de desenvolvimento, que deve ser ativado pelo poder
público em parceria com atores econômicos locais.
A implantação do plano começou, em 1993, com o governo municipal em
parceria com vários agentes privados - como a Fundação Roberto Marinho e o

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Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em 1996, segundo os
pesquisadores, o quadro de degradação da área estava completamente revertido.

2. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO
Este será um projeto piloto para verificar a viabilidade de um projeto abrangente
em análise pela Prefeitura Municipal de Várzea Grande – MT, em parceria com a
Associação dos Locadores de Caçambas Móveis da Grande Cuiabá.
O projeto geral focaliza a restauração (cobertura) de áreas degradadas, que
são valas provenientes dos fatores produtivos de extração de argila por olarias da
região, da grande Cristo Rei – Várzea Grande – MT, utilizando resíduos da
construção civil.
Buscando maior praticidade para análise, foi utilizado como objeto de estudo
uma das valas, servindo de modelo para o projeto de recuperação de todas as outras
valas.

2.1 Características da Área a ser Beneficiada:


Localização: Av. 31 de Março, 600m da Industria Metalonita
Área: vala com 100m x 100m e aproximadamente 5m de profundidade,
totalizando 50.000 m³ de entulhos a serem depositados.
O projeto foi elaborado considerando-se a hipótese de transformação destas
áreas degradadas em áreas verdes com o plantio de gramados, arborização
disponibilizando áreas de lazer coma implantação de um campo de futebol.

2.2 Característica da População


A população a ser atingida pelo projeto é constituída de 600 habitantes
distribuídos entre classe de renda média baixa, residentes nos conjuntos residenciais
UNIPARK e classe de renda baixa, residentes na vila “Engordadouro”, no bairro
Cristo Rei. Esta população conta com mercearias, igrejas e em termos de áreas de
lazer, apenas dois campinhos de várzea.

17
2.3 Metodologia para a Análise da Viabilidade
Para se verificar a viabilidade do projeto será realizada uma Análise Custo
Benefício, conforme metodologia descrita a seguir, considerando-se o tempo
estimado de 20 anos, por se tratar de um empreendimento de longa vida útil e uma
taxa de desconto de 10,0%, equivalente à taxa de juros dos financiamentos
disponíveis no mercado.
Para valoração dos custos e benefícios sociais do projeto serão empregados
métodos de valoração econômica identificados e descritos a seguir.

2.4 Identificação dos Impactos do Projeto


Os agentes envolvidos são residentes vizinhos, empresários da construção
civil, admiradores da natureza, prefeitura municipal, entre outros. Para cada um
destes são identificados diferentes impactos causados pela implantação do projeto:
Melhoria da saúde pública com a redução de doenças como: dengue, a
leptospirose, hepatite e outras;
 Redução de acidentes por afogamentos;
 Melhoria do lazer e ampliação de áreas para práticas esportivas;
 Melhoria da qualidade de vida, do ar e da água;
 Valorização imobiliária da área recuperada e da região próxima;
 Aumento e conservação da diversidade biológica;
 Incentivo à recuperação de outras áreas degradadas nas proximidades;
 Redução do risco de transbordamentos, erosões e enxurradas;
 Redução da distância para os depósitos dos resíduos da construção civil,
diminuindo assim os custos para empresas do setor;
 Aumento da segurança, pois esta região é de fácil fuga e esconderijos de
delinqüentes;
 Aumento de empregos diretos (trabalhadores na execução da recuperação e
posterior manutenção) e indiretos (trabalhadores ligados à área de lazer).

18
2.5 Definição dos Impactos Economicamente Relevantes:
 Melhoria da saúde pública com a redução de doenças como: dengue, a
leptospirose, hepatite e outras;
 Melhoria do lazer e ampliação de áreas para práticas esportivas;
 Valorização imobiliária da área recuperada e da região próxima;
 Redução do risco de transbordamentos, erosões e enxurradas;
 Redução da distância para os depósitos dos resíduos da construção civil;
 Aumento de empregos diretos (trabalhadores na execução da recuperação e
posterior manutenção) e indiretos (trabalhadores ligados à área de lazer);

2.6 Quantificação Física dos Impactos Relevantes:


 m³ de entulhos transportados:
a) Km percorridos pelos caminhões.
b) Número de viagens dia.

 Melhoria da saúde pública com a redução de doenças como: dengue, a


leptospirose, hepatite e outras;
a) Números de contaminações evitadas:

 Melhoria do lazer e ampliação de áreas para práticas esportivas;


a) Número de freqüentadores e de passagens de ônibus economizadas:

 Valorização imobiliária da área recuperada e da região próxima.


a) Número de imóveis beneficiados pelo projeto:

 Redução do risco de enchentes, transbordamentos, erosões e enxurradas.


a) Vazão de m³ :

 Redução da distância para os depósitos dos resíduos da construção civil. (na


implantação)
a) Km reduzidos:
b) Litros de combustíveis economizados:

19
 Aumento de empregos diretos (trabalhadores na execução da recuperação e
posterior manutenção) e indiretos (trabalhadores ligados à área de lazer)
a) Número de trabalhadores durante a execução do projeto:
b) Número de trabalhadores na manutenção das áreas verdes:
c) Número de trabalhadores ambulantes nos eventos de lazer:

2.7 Valoração dos Efeitos Relevantes:

CUSTO REPOSIÇÃO
 Melhoria da saúde pública com a redução de doenças como: dengue, a

leptospirose, hepatite e outras;


a) MCE levantamento dos custos evitados com tratamento de doenças:

 Melhoria do lazer e ampliação de áreas para práticas esportivas;


a) Custos evitados com passagens de ônibus:

 Valorização imobiliária dos imóveis da região próxima.


a) MPH avaliação de quanto o empreendimento influenciará no valor dos imóveis
da proximidade:

 Redução do risco de transbordamentos, erosões e enxurradas.


a) MCE quais são os custos evitados pela eliminação dos riscos de
transbordamentos:

 Redução da distância para os depósitos dos resíduos da construção civil.


a) Custos evitados com combustíveis e desgastes:

 Aumento de empregos diretos (trabalhadores na execução da recuperação e


posterior manutenção) e indiretos (trabalhadores ligados à área de lazer).
a) Salários:

20
3. OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é analisar a viabilidade de um projeto piloto de


recuperação de áreas degradadas por olarias no município de Várzea Grande – MT,
com a transformação em áreas verde disponíveis para prática de esportes.

4. METODOLOGIA/ DESENVOLVIMENTO

4.1 A Análise Custo Benefício (ACB)


O estudo ambiental com base econômica tem por objetivo internalizar os efeitos
ambientais, de forma a incorporá-los à análise financeira do empreendimento. Assim
sendo, busca-se avaliar os custos e benefícios sociais decorrentes do reflexo da
implantação do projeto sobre o meio ambiente, expressando-os em uma unidade
familiar de medida: seu valor monetário (Tostes, 1999 apud BUSTAMENTE).
Mueller (2002), menciona que a técnica é especialmente adequada na
avaliação de projetos que também considere impactos sobre os custos ou os
benefícios, que não se traduzem diretamente em preços de mercado. Inicialmente a
Análise Custo Benefício (ACB) só considerava os custos e os benefícios econômicos
diretos associados ao projeto. Gradualmente, foram-se agregando custos indiretos,
inclusive sociais, mais recentemente passaram a ser incluídos os custos e benefícios
ambientais.
A análise de custo benefício é um recurso usado para a determinação da
eficiência econômica global de investimentos públicos em obras infraestruturais.
Compara-se os custos com os benefícios sociais, que provavelmente resultarão do
investimento. Segundo esse processo, deve-se escolher entre vários projetos, aquele
que apresenta maior diferença positiva entre os benefícios globais (econômicos e
sociais) e os custos globais. As dificuldades apresentadas por esse processo de
análise são a quantificação dos benefícios e dos custos sociais, e a determinação de
uma taxa de juros para os capitais empregados. Este método tem sido usado

21
particularmente para a análise dos benefícios advindos da construção de estradas e
outros empreendimentos públicos.(SANDRONI 1999).
Segundo Mueller (2002), uma forma alternativa e de resultado idêntico para
estabelecer a viabilidade de um projeto é o de trabalhar com benefício líquido. Para
cada ano, este é igual à diferença entre o benefício bruto estimado para o ano
(receita bruta estimada ), menos os custos estimados para o ano. A regra de decisão
requer que benefício líquido, seja positivo, para ser executado. Se benefício líquido
for menor que zero, a soma do fluxo descontado dos benefícios brutos esperados,
será inferior à soma dos fluxo descontado dos custos esperados, e o projeto não
apresentará viabilidade econômica.
Benefícios sociais são conjuntos das melhorias auferidas por uma comunidade
em decorrência da implantação de uma indústria, ainda que o empreendimento não
esteja voltado para tais objetivos. Entre os benefícios sociais estão o aumento da
oportunidade de emprego, o incremento às atividades comerciais e de lazer, o
saneamento básico e abertura de estradas (SANDRONI, 1999).
Os custos de oportunidade não devem ser considerados absolutos, mas iguais
a uma segunda melhor oportunidade de benefícios não aproveitada. Ou seja, quando
a decisão para as possibilidades de utilização de A exclui a escolha de um melhor B,
podem-se considerar os benefícios não aproveitados decorrentes de B como custo
de oportunidade (o preço sombra).
Custos sociais são despesas feitas durante o processo de produção e que não
são pagas pelos que as ocasionaram, mas por terceiros, ou são transferidos para
toda a sociedade. Trata-se das despesas acarretadas, por exemplo, pela poluição do
ar e das águas, pela destruição da fauna e da flora, pelos acidentes de trabalho e
pelas doenças profissionais, entre outros fatores. Determinar esses custos é muito
difícil, pois apenas uma parte chega a ser identificada em grandezas monetárias
(SANDRONI, 1999).
A execução de um projeto tem efeitos na demanda de fatores e insumos que
utiliza, e na oferta de bens e serviços que produz. Na avaliação privada os fatores e
produtos são valorizados a preços de mercado. Preços de mercado são aqueles

22
observados no nosso cotidiano, quer se trate de bens e serviços gerais, quer de
insumos.
Os preços sociais refletem os custos de oportunidade para a economia como
um todo. Neste projeto a avaliação será feita considerando a Taxa Interna de
Retorno -TIR e o Valor Presente Líquido- VPL. A taxa de desconto a ser utilizada
será de 10% para financiamento dos investimentos.

4.2 Os Métodos de Valoração Empregados na Avaliação do Projeto


O projeto empregará os métodos de valoração do Custo de Reposição, Custos
Evitados e Preços Hedônicos para se avaliar economicamente os impactos sociais e
ambientais sobre a sua área de abrangência.
Motta (1997), afirma que os métodos de valoração são classificados em
métodos da função de produção e métodos da função demanda. No caso deste
projeto os métodos do custo de reposição e custos evitados são classificados como
métodos da função de produção, na modalidade de métodos de mercados de bens
substitutos e o método dos Preços Hedônicos como da função demanda, na
modalidade de método dos bens complementares.

4.2.1 Métodos da Função de Produção


4.2.1.1 Fundamentação teórica dos métodos da função de produção
Supondo uma função de produção Z, tal que:
Z= F(X,E), onde:
Z= Produto ofertado
X = conjunto de insumos formados por bens e serviços privados;
E = bem ou serviço ambiental

Os Métodos de mercado de bens substitutos baseiam-se na hipótese de que as


variações de Z ocasionadas por variações em E, podem ter seus preços de mercado
obtidos com base no mercado de bens substitutos. Neste caso a função de produção
seria representada por:

23
Z = F(X,E+S) sendo, S, bens substitutos perfeitos.

Isto significa que embora a provisão de E seja gratuita, a perda da sua


qualidade ou escassez pode induzir ao uso de bens substitutos perfeitos e para
manter o produto Z constante. Uma unidade de a menos de E será compensada por
uma unidade a mais de S. Assim a variação de E será valorada pelo preço de S
(Ps), observável no mercado, [ Motta (1977) ].
No projeto em questão, o bem ambiental, áreas urbanas conservadas, contribui
com a oferta de saneamento ambiental urbano e o beneficiamento destas áreas,
com a oferta de equipamentos de laser à comunidade. A degradação do solo urbano,
neste caso, provoca a incidência de doenças e transbordamento cujos custos de
tratamento e de defesa civil serão empregados para valorar o custo da perda do bem
ambiental. Os custos com a recuperação da área degradada também serão
empregados para valorar o dano causado ao recurso ambiental. Está prática esta
fundamentada na definição dos métodos.

4.2.1.2 O Método dos Custos Reposição


O Projeto de Áreas Degradadas por Olarias, utilizará o método de custo
reposição MCR, baseando-se nos gastos investidos na recuperação de danos
provocados pela degradação na qualidade da área estudada, a qual foi utilizada em
função da produção de indústrias cerâmicas, na retirada de argila. Este método se
inclui na abordagem de mercado, e suas medidas não se fundamentam na estimativa
de curvas de demanda (Pearce in Nogueira et al., 2000). Segundo Pearce (1993), o
MCR é muito utilizado porque é relativamente fácil encontrar estimativas para os
custos em questão.
Também é denominado de custo de substituição, de restituição, de
reconstrução, alternativo, entre outros. Segundo Jacob (1995), dentro da
classificação geral para métodos de valoração, há um terceiro método de valoração
monetária, ou de custo alternativo, que não tenta medir a disposição a pagar, e sim o
custo de reparar o dano ambiental de um projeto.

24
No entanto, apesar das limitações, este método baseado nos mercados
convencionais tem sido amplamente utilizado em diferentes contextos ambientais.
Sua operacionalização realiza-se pela agregação dos gastos efetuados na reparação
dos efeitos negativos provocados por algum distúrbio na qualidade ambiental, para
se obter a estimativa do valor da agregação ambiental.
Igualmente, Sarmiento (1993) e Abad (1996) referem, os benefícios do meio-
ambiente se aproximam pelo custo da ação corretora necessária para restabelecer a
situação anterior à degradação ambiental. Similarmente, Dixon et al. (1992) indicam
que a premissa básica da abordagem custo-reposição é que os custos incorridos em
repor os recursos produtivos danificados por um projeto podem ser medidos, e que
estes podem ser interpretados como uma estimativa dos benefícios presumidos ao
emanar das medidas tomadas para impedir que o dano ocorra.
O MCR considera só o gasto com a reparação dos danos provocados pela
redução da qualidade do recurso ambiental, e utiliza os preços de mercado do bem
ou serviço ambiental que está sendo afetado pelo impacto ambiental para o cálculo
destes gastos.
A idéia central é a que se um bem ou um recurso ambiental é danificado ou
destruído, seu valor será calculado pelos custos de reconstrução desse mesmo
recurso, sempre que se verificar a necessidade da reimplantação do bem destruído
por um equivalente que produza os mesmos serviços do anterior. O fundamento
teórico disto é que os benefícios proporcionados pelo recurso ambiental, devem ter
pelo menos o mesmo valor que os custos incorridos na sua reimplantação (Eustáchio
e Távora, 1994).
Dixon et al. (1992) indica que a razão desta técnica é similar à ação de prevenir
os gastos, o custo de repor não é uma valoração subjetiva do dano potencial, e sim,
um verdadeiro custo de reposição.
Segundo Vélez (2002) a hipótese implícita para realizar a reposição
economicamente eficiente neste tipo de análise é:
 A magnitude do dano é mensurável;
 Os custos de reposição são calculáveis e não são maiores que o
valor dos recursos produtivos destruídos; por conseguinte, é economicamente

25
eficaz fazer a reposição; se esta hipótese não é verdadeira, não teria sentido
repor o recurso perdido, e;
 Não há benefício secundário associado com os gastos.
No geral, a abordagem custo-reposição pode ser útil quando um efeito tem
causado ou pode vir a causar no ambiente um gasto significativo para repor um
recurso físico. Quando esse recurso é um caminho, dique ou ponte, a técnica é
direta. Quando é solo, água ou vida aquática, sua aplicação é a mesma, mas os
problemas de medição são maiores; estimativas de mudanças na produtividade
também podem ser usados nestes casos. Esta abordagem freqüentemente permite
trazer estas externalidades para dentro da análise, quando os impactos no ambiente
terminam em externalidades físicas. Não obstante, segundo Abad (1996), ficam fora
de seu âmbito os processos de degradação caracterizados pela irreversibilidade, ou
aqueles sobre os quais existe uma razoável incerteza em relação à completa
substituição da suas funções.
Ao respeito, Pearce e Moran (1994) indicam que este método é muito usado,
pois é fácil encontrar cálculos dos custos de repor um bem danificado de volta ao seu
estado original, além de usar este custo como uma medida do benefício de
restauração. Entretanto, se o custo de reparação é a medida do dano, então, ao
levar-se a cabo as obras de proteção, a relação benefício-custo (ACB) será sempre
unitária. Dizer que as obras de proteção precisam ser realizadas, implica que os
benefícios têm de ser maiores que os custos. Não sendo assim, pode-se induzir a
um erro. Pearce e Moran (1994) indicam que isto poderia ser permitido como uma
primeira aproximação dos benefícios ou danos, baseado em que os custos de
qualquer projeto concebido para restaurar um meio-ambiente são uma valoração
mínima do dano causado. Diz-se que o método de custo de reposição subestima os
benefícios totais (Tolmasquim et al. 2000). A restauração de bens danificados pode
ter benefícios secundários em adição aos benéficos de restauração (Vélez, 2002).
Por outro lado a grande vantagem deste método é que as estimativas do valor
econômico baseiam-se no comportamento efetivo dos agentes. Entretanto, pelo fato
que só estima valores de uso, ignorando a categoria de valor de existência ,o valor
estimado não será a medida do benefício que se obteria ao evitar os danos, porque

26
os custos da deterioração podem ser mais elevados ou mais baixos que o custo da
reposição. Não obstante, o MCR segue sendo uma técnica adequada para
restauração do ativo danificado, caso exista uma razão importante para isto.

4.2.1.2.1 Limitações do Método de Custo de Reposição


Cabe ressaltar o dito por Sarmiento (1993) que as estimativas obtidas pelo
MCR não correspondem necessariamente á disposição a pagar dos agentes. Se,
voluntariamente, levam-se a cabo as ações corretoras, significa que a disposição a
pagar é pelo menos igual ao custo de substituição e, neste caso, fala-se de gasto
preventivo, considerando assim, que os custos são uma medida mínima dos
benefícios. Se os indivíduos não procedem assim, poder-se-ia interpretar que a
disposição a pagar é inferior ao custo de substituição, devido à falta de informação
ou à baixa capacidade de gasto por exemplo. Por não considerar os efeitos das
mudanças na produção, pode-se supor que estão sendo obtidos valores mínimos
dos benefícios do meio ambiente com este método.
O principal viés do MCR diz respeito que a validade do resultado encontrado,
depende da inclusão de todos os custos considerados relevantes e de todos os
fatores envolvidos na reposição de um recurso ambiental. A falta de algum fator
importante pode prejudicar o resultado do estudo. Também se cita como outro viés
que este método não busca resgatar, o valor de todas espécies animais e vegetais
afetados em decorrência das complexas relações dos recursos da natureza em
geral. O MCR serve somente para restabelecer os valores de uso, pois a existência
das espécies está associada com a própria preservação do “habitat” natural
(Tolmasquim et al. 2000).

4.2.1.3 O Método dos Custos Evitados


O Método dos Gastos Defensivos ou Custos Evitados é aquele em que os
custos representam os gastos que seriam incorridos pelos usuários em bens
substitutos para não alterar o produto de um bem que depende do bem ambiental,
[Motta (1977)].

27
A idéia subjacente ao método de custos evitados é de que gastos com produtos
substitutos ou complementares para alguma característica ambiental, podem ser
utilizados como aproximações para mensurar monetariamente a percepção dos
indivíduos das mudanças nessa característica ambiental. (PEARCE,1993 apud
NOGUEIRA, 2000)
Segundo GARROD,(1999) esse método calcula o valor de não mercado da
água ou ar limpo, por exemplo, através da quantidade que um indivíduo estaria
disposto a pagar por um bem ou serviço, que mitigue uma externalidade ambiental,
ou previna a perda de utilidade por uma degradação ambiental, ou mudança de
comportamento para adquirir uma melhor qualidade ambiental.
Valores ambientais podem às vezes serem inferidos por gastos mitigatórios
para aliviar a externalidade ambiental. Gastos mitigatórios e preventivos criam preços
implícitos para amenidade ambientais, já que as pessoas realizam ações para
melhorar a sua qualidade ambiental. Como exemplo, podemos citar a aquisição de
água engarrafada para evitar o consumo de água pública encanada, ou a instalação
de uma sistema de filtro na residência.
Essas aquisições são bens substitutos efetivos para um meio ambiente limpo, e
os gastos com esses bens substitutos é uma medida de valor que as pessoas dão
para um melhoramento ambiental. São esses gastos preventivos ou defensivos dos
indivíduos, que são considerados no método de custos evitados.
No exemplo citado a compra de água mineral engarrafada, é uma forma de se
proteger de uma contaminação da água servida à população no local onde reside.
Os gastos são adicionados conjuntamente, de maneira a englobar todos os possíveis
gastos efetuados pelos indivíduos para proteger a sua saúde. Assim, ao tomar a
decisão individual de comprar esses bens substitutos, está –se valorando essa perda
na qualidade do recurso água potável, em termos de comprar a água engarrafada,
mais os custos de ferver a água encanada, mais as despesas médicas e o
aborrecimento inerente por contrair uma doença.
As implicações mais comuns do método de custos evitados estão na avaliação
da mortalidade e morbidade humana, bem como estudos relacionados com produção
e suas implicações sobre a saúde humana.

28
No caso do projeto em questão, de recuperação das áreas degradadas por
olarias na cidade de Várzea Grande, pode-se observar os custos evitados com
combustíveis devido a redução da distância para os depósitos dos resíduos de
construção civil. Observa-se também, os custos evitados pela eliminação dos riscos
de transbordamentos, devido à melhoria do local após a implantação do projeto, bem
como os custos evitados com passagens de ônibus, já que a população terá uma
opção alternativa de lazer mais próxima ao seu local de residência. Vale ressaltar
ainda os custos evitados de tratamento e internação hospitalar causados pela
dengue e outras doenças.

4.2.1.4 Limitações dos Métodos Custos Evitados na Função Oferta Empregados


A limitação mais importante dos métodos da curva de oferta empregados no
projeto seria a não cobertura dos valores de opção e existência dos bens
ambientais, tratando apenas do seu valor de uso.
Segundo NOGUEIRA (2000), além das dificuldades operacionais o método de
custos evitados envolve uma questão teórica profunda; “gastos defensivos” e
qualidade ambiental devem ser substitutos perfeitos, para que os “gastos defensivos”
possam ser considerados uma boa aproximação dos efeitos sobre o bem estar
humano, provocados por mudanças nos níveis de poluição /degradação associados
com aqueles gastos. Se eles forem substitutos imperfeitos, os “gastos defensivos”
não refletirão todo o desconforto causado pela poluição e assim, subestimarão os
benefícios de reduzir os seus níveis, subestimando também as mudanças no bem
estar humano.
Por outro lado é difícil precisar se todos os “gastos defensivos” realizados por
um determinado indivíduo foram totalmente motivados pela mudança ambiental sob
análise, e não (parcialmente) por um outro fator qualquer. Mais ainda, “gastos
defensivos” podem causar outros benefícios que não estejam direta ou indiretamente
relacionados com a redução do problema ambiental analisado. Essas dificuldades,
com a aplicação do método de custos evitados levam certos estudiosos a sugerirem
que gastos defensivos fornecem simplesmente o limite superior ou o limite inferior

29
das medidas exatas de variação compensatória ou equivalente, (BARTIK1998, apud
NOGUEIRA, 2000).

4.2.2 Métodos da Função de Demanda


Os Métodos da função demanda admitem que a variação da disponibilidade do
recurso ambiental altera o nível de bem-estar das pessoas em relação a estas
variações. Identificada a função demanda D para um recurso ambiental E, o valor
econômico de uma variação de E seria dado pela variação do excedente do
consumidor (EC),
EC =  P1 Ddp , onde :
P2 e P1 são as medidas de disposição apagar (ou aceitar) relativas a variação
da disponibilidade de E, [ Motta (1977)].
Os métodos da função demanda são divididos em métodos dos bens
complementares (preços hedônicos e custo de viagem), e método da valoração
contingente. Neste projeto está prevista a utilização do Método dos Preços
hedônicos para valorar o efeito positivo da recuperação da área urbana degradada
sobre os preços dos imóveis nas proximidades.

4.2.2.1 Fundamentação Teórica dos Métodos de Mercados de Bens


Complementares.
Os mercados de bens e serviços privados complementares a bens e serviços
ambientais podem ser utilizados para mensuração do valor de uso de um recurso
ambiental. Adotando-se a hipótese da complementaridade fraca, um bem privado é
classificado como complementar a um bem ambiental quando a demanda daquele
bem cai a zero e o valor do bem ambiental também cai a zero. Dessa forma, existe
uma função utilidade, onde X é um vetor de quantidades de bens privados e Q é o
bem ou serviço natural não valorado no mercado complementar a X:
U = U(Q,X)
Maximizando U sujeito a restrição orçamentária Y=PX é possível identificar
diversos pontos da demanda individual de Xi, em X:
Xi = Xi (P,Q,Y)

30
Como o bem ou serviço ambiental Q influencia na demanda do bem privado X,
então estimando a demanda de Xi para vários níveis de Q, é possível estimar
indiretamente a demanda de Q. Desta forma, dadas variações na quantidade do bem
ambiental Q, é possível se estimar medidas de variação do excedente do
consumidor, marshalianas, resultantes daquela variação. [Motta (1977)].
Nogueira et all (2000), baseados em Bateman e Turner (1992), relacionam o
Método dos Preços Hedônicos à medida de bem estar de Excedente do Consumidor,
e afirmam que quando o consumidor vai ao mercado adquirir um produto, ele tem
implícita e, individualmente um preço “máximo” que ele estaria disposto a pagar pelo
produto. Se esse preço “máximo” individual for superior ao preço que ele verifica no
mercado, ele tem uma “folga” de preço que se denomina excedente do consumidor.
Duas são as explicações para o aumento de bem estar: a) a preços menores,
os antigos compradores desejam adquirir quantidades adicionais do bem, b) a preços
mais baratos, novos consumidores terão acesso à compra do produto. A Figura I

Figura I

Excedente do
consumidor inicial
(P1)
P

Excedente adicional do
consumidor inicial (P2)
P
1
Excedente de novos
consumidores (P2)
P
2 Demanda

Q Q Q
! 2
!

ilustra este conceito.

31
4.2.2.2 Fundamentação Teórica do Método dos Preços Hedônicos
Para Motta (1977), a base deste método é a “identificação de atributo, ou
características de um bem composto privado, cujos atributos sejam complementares
a bens ou serviços ambientais”.
Considerando-se que o bem composto (X) tenha oferta inelástica, se a
demanda por um bem ambiental (E) aumentar, então a demanda pelo bem (X)
aumentará e isto fará com que o seu preço aumente.
No caso do projeto o preço dos imóveis próximos à área beneficiada será
influenciado pela disponibilidade do serviço ambiental proporcionado pela
recuperação da área degrada. Esta relação pode ser expressa pela função:
P1 = f (a11, a12, ......, Ei), onde
ai representa os vários atributos da propriedade i e E i representa o nível do bem
ou serviço ambiental E proporcionado pelo projeto a esta propriedade i.
O preço implícito de E, pe, será dado por  F/ E e será uma medida de
disposição apagar por uma variação de E.

4.2.2.3 Método de Preço Hedônico (Hedonic Price Method)


O método do preço hedônico origina-se da teoria do consumidor Lancaster,
1966, Rossen 1974, Mcconnel, 1990 e propõe que o preço de um bem/serviço é uma
função de vários atributos, cujo efeito é passível de ser isolado do preço do
bem/serviço. A aplicação mais comum desse método se dá na análise das mudanças
de preços das residências e de salários, em função de várias características, com
destaque especial para aquelas que retratam a qualidade ambiental (Garrod, Willis,
1999, p. 87-88 e Hanley et al., 1997, p. 411).
Considera-se que uma pessoa está disposta a pagar por uma residência uma
quantia “x”, em função de características estruturais (tamanho da casa, número de
quartos, garagem), de características decorrentes da implantação de políticas
públicas (taxa de desemprego, acesso aos serviços públicos , qualidade das escolas,

32
taxa de criminalidade) e da qualidade ambiental (qualidade do ar, nível de barulho,
acesso a parques). Desse modo a função de preços hedônicos tem a forma: P= f
(CE, PP, QA), em que P = preço da residência; Ce = características estruturais do
imóvel.
PP = características de políticas públicas e QA = características de qualidade
ambiental. Graficamente, pode-se visualizar que, à medida que aumentam as
características positivas de um imóvel, o seu preço também aumentará,
demonstrando que ganhos na qualidade ambiental aumentam o bem-estar das
pessoas.
O preço de salário hedônico é análogo ao método de preço hedônico para
imóveis e baseia-se na idéia de que uma pessoa escolherá o salário que poderá
ganhar em uma cidade, em função de um conjunto de fatores, incluindo
características negativas – taxa de criminalidade, poluição, alto custo de vida,
mudanças climáticas bruscas, congestionamento do trânsito – e características
positivas – oportunidades educacionais, recreação ao ar livre, teatro e cultura em
geral, vida social, esportes e clima temperado (Kahn, 1998, apud Mota 2001).
Segundo Mota (2001) o método de preço hedônico também está associado à
análise de risco e incerteza da vida humana, no que se refere ao trabalho insalubre.
Quando o meio ambiente apresenta certas características em que não se recomenda
o trabalho humano, a pessoa oferta o seu trabalho por um salário compensador, ou
seja, a disposição a aceitar um alto salário tem relação direta com o risco ambiental.
De modo similar, caso o meio ambiente ofereça ótimas condições de sobrevivência
para o trabalho humano, a pessoa estará disposta aceitar menor salário, em função
do baixo risco ambiental.
Diversos estudos têm aplicado preços hedônicos, para as mais diversas
finalidades. Freeman III (1998, p. 264) discutiu e aplicou preço hedônico para
mensurar a demanda por ar limpo como característica da qualidade ambiental .
O método pode ser aplicado de duas maneiras distintas. A primeira por meio de
survey de pesquisa, desenha um survey com as questões hedônicas que se deseja
pesquisar, testa-se o instrumento de pesquisa, define-se o tamanho da amostra,
coletam-se os dado, tabulando-os e interpretando-os. Na segunda, os dados são

33
coletados no mercado imobiliário local, e o survey é desenhado com as questões
hedônicas que se pretende averiguar, aplicando-o com a ajuda de corretores
imobiliários especializados. Os benefícios oriundos da qualidade ambiental podem
ser estimados a partir de uma série temporal, em que são pesquisados os preços
dos imóveis ou dos salários em função das diversas características.
Os problemas mais comuns com o método se referem aos erros de
mensuração proveniente da inconsistência, nos sistemas de informações do
mercado, em que os profissionais subestimam ou superestimam o valor do imóvel,
ou o valor do salário hedônico. As variáveis que refletem a qualidade ambiental,
neste objeto de estudo, necessitam de cuidados especiais.

4.2.2.4 Limitações do Método dos Preços Hedônicos


Os problemas mais comuns com o método se referem aos erros de
mensuração proveniente da inconsistência nos sistemas de informações do
mercado, em que os profissionais subestimam ou superestimam o valor do imóvel ou
o valor do salário hedônico. As variáveis que refletem a qualidade ambiental, neste
objeto de estudo, necessitam de cuidados especiais.
MOTTA (1977) afirma que a necessidade de levantamento de dados para este
método é significativa. Requer além dos indicadores ambientais, informações dos
vários atributos que influenciam o preço da propriedade, como as próprias
características da propriedade (tamanho, grau de conservação, benfeitorias, etc), as
facilidades de serviços (comerciais, transporte, educação), a qualidade do local
(vizinhança, taxa de criminalidade, etc) e também informações sócio- econômicas
dos proprietários, sobre uma amostra representativa das propriedades de uma
região.
Para que seja possível isolar o atributo ambiental, este deve ser definido com
certo cuidado, de forma a especificar com precisão o bem ou serviço ambiental em
análise. Por exemplo, indivíduos podem optar por um certa propriedade devido a sua
qualidade do ar ou proximidade a uma praia, mas, certamente, não o farão com base
em medidas de poluentes isolados e, sim, por uma percepção conjunta da qualidade
ambiental gerada por um certo nível de inúmeros serviços ambientais. A

34
transformação desta percepção de qualidade em níveis de concentração de
poluentes pode não ser trivial.
Segundo NOGUEIRA (2000) uma das limitações mais importantes do método
de preços hedônicos é a segmentação do mercado imobiliário. Residências são
negociadas em mercados segmentados por razões como composição étnica /racial,
imóveis para aluguel e para venda, intervalo de preços, histórico das localidades, etc.
Desconsiderar essa segmentação quando ela existe, significa que viéses serão
incorporados aos parâmetros estimados pela função hedônica, uma vez que
parâmetros de demanda variam entre os segmentos. A solução é estimar uma
função hedônica para cada segmento do mercado, tarefa não muito simples devido a
dificuldades de identificação de segmentos e de tamanho mínimo necessário para a
amostra.
Outros cuidados são inerentes ao uso do instrumental econométrico (viés
provocado por variáveis omissas, multicolinearidade, escolha da forma funcional,
heterocedasticidade, etc.) e a questão da dupla contagem de fatores.
Também é possível que preços de propriedade sejam subestimados por
razões fiscais, como por exemplo, reduzir o valor do imposto de transmissão da
propriedade ou para reduzir variações patrimoniais. Outro viés seria a internalização
de futuras melhorias (ou pioras) ambientais nos preços atuais, de forma que a atual
condição ambiental representada no atributo observado não fosse a mais apropriada.
Uma alternativa para contornar estes viéses seria, então, utilizar valores de
aluguel ao invés de preços de transferência de propriedade. Entretanto, vale
ressaltar que, mesmo adotando-se valores de aluguel, há que se admitir a existência
de informação precisa para os indivíduos no mercado de propriedades e que estes
indivíduos, estão constantemente reavaliando suas decisões locacionais.
A necessidade de admitir hipóteses irrealísticas sobre o mercado de
propriedades e a exigência de um levantamento sofisticado de informações têm
contribuído para que este método do preço de propriedade, seja utilizado com
bastante precaução. Assim, o método dos preços de propriedade é recomendável
somente nos casos:

35
1. Onde existe alta correlação entre a variável ambiental e o preço da
propriedade;
2. Em que é possível avaliar se todos os atributos que influenciam o preço de
equilíbrio no mercado de propriedades, em análise, podem ser captados.
Caso contrário, procure considerar a adoção de outros métodos;
3. Em que as hipóteses adotadas para cálculo do excedente do consumidor,
com base nas medidas estimadas do preço marginal do atributo ambiental,
podem ser realistas. Caso contrário, procure apresentar estimativas
alternativas para cada hipótese.

5 CUSTOS
 Custo de desapropriação da área
- Será obtido o valor venal do terreno junto à prefeitura e ainda será pesquisado
o valor comercial no mercado de imóveis, empregando-se o valor que reflita a
degradação da área.
- Considerando que a média dos valores transacionados no mercado para esta
região está em R$ 5,00 m² (fonte consultor imobiliário).
Tendo em vista que a área a ser beneficiada conta atualmente com hipoteca
bancária, o que ensejará uma negociação por parte da prefeitura municipal para
efetivar o processo de desapropriação, foi considerado no custo de desapropriação
além do valor atribuído à área, um custo de agilização processual. Desta forma o
custo total por m² considerado no projeto é de R$ 6,00 m², o custo total será de R$
60.000,00.

 Custo de transporte dos entulhos


- A kilometragem média do transporte de entulhos da construção civil na grande
Cuiabá é de 10Km
- Consumo médio dos caminhões 3km por litros de Diesel, a um valor de R$
1,75 o litro.

36
- Considerando a necessidade de transportar 50.000 m³ de entulhos e a
capacidade média de transporte por caminhão é de 4 m³, obtêm-se um total
de 12.500 viagens, gerando um custo de R$ 72.916,70.
- Considerando 7 viagens/dia por caminhão e que o transporte estará sendo
feito por 38 caminhões de 19 empresas, conclui-se que serão necessários
aproximadamente, incluindo finais de semana = 60 dias para preencher esta
vala.

 Custo com mão-de-obra especializada


- compreende gastos com contratação de consultoria na área de engenharia e
elaboração do projeto.
- Considerando que o valor mínimo do contrato de serviços de um profissional
desta classe está em R$ 1.440,00 mensais. Sendo o período de execução
deste projeto estimado a 60 dias, então o custo com engenharia será de
R$2.880,00. + Topografia R$ 500 = Custo total com serviços
especializados R$ 3.380,00.
- Fonte CREA

 Custo de drenagem
- Horas técnicas utilizadas na drenagem: Serão consideradas 20 horas
maquinas de uma Retroescavadeira para abrir um canal de 500m e desviar a
água da vala para o rio Cuiabá e mais 20 horas máquinas para fechar este
canal após a recuperação da área degradada. Sendo o valor da hora máquina
R$ 80,00 x 40h temos o total de R$ 3.200,00 de custo para este serviço.

 Custo de Terraplanagem
- São consideradas 8h técnicas diárias, e para esta vala serão necessários 60
dias para seu preenchimento e compactação. Dado que o valor da hora
máquina é R$ 65,00, incluída mão-de-obra, o custo total será da ordem de R$
31.200,00.

37
 Custo com gramado
- Considerando que após o preenchimento da vala a área será preparada para
o plantio de gramado e a área é composta por 10.000 m² . Sendo o custo do
m² R$ 5,80 (com a preparação do solo e plantio) O custo total com o gramado
será de R$ 58.000,00.
-Custo com arborização e jardinagem (mudas em estágio crescente)
- 20 mudas de Ipê: Valor Unitário R$ 15,00 => Valor Total R$ 300,00
- 20 mudas de Oiti: Valor Unitário R$ 15,00 => Valor Total R$ 300,00
- 20 mudas de Quaresmeira: Valor Unitário R$ 10,00 => Valor Total R$ 200,00
- 20 mudas de Mangueiras : Valor Unitário R$ 7,00 => Valor Total R$ 140,00
- 20 mudas de Goiabeiras : Valor Unitário R$ 5,00 => Valor Total R$ 100,00
- 1000 mudas de Cheflera : Valor unitário R$ 10,00 => Valor Total R$ 10.000,00
- Uma vez que a área possui em seu entorno terra agricultável (esta que foi
retirada como primeira camada para posterior extração de argila) não será
necessária a aquisição de “terra preta”

- Custo com transporte de água. Será utilizado 1 caminhão pipa por dia: cada
caminhão custa R$ 40, serão utilizados 30 dias totalizando R$ 1.200 na
implantação.
 Custo total com arborização e jardinagem R$ 12.240,00

 Custo com iluminação


- Serão instalados 20 postes para iluminação da área R$ 9.600,00
- Serão instalados 4 holofotes em volta do campo R$ 2.000,00
- Cabos e acessórios elétricos R$ 3.000,00
- Transformador de Energia e acessórios de instalação da rede R$ 8.500,00
- Custo total com iluminação R$ 23.100,00 (pesquisa de mercado)

 Custo com equipamentos esportivos


- Traves com tubos de 4 polegadas sendo R$135,00 a barra. Serão necessárias
7 barras totalizando R$ 945,00

38
- Mão-de-obra, acessórios e instalações R$ 250,00, totalizando o custo com as
traves R$ 1.195,00.

 Custo com mão-de-obra de manutenção


- Um auxiliar de serviços gerais custo R$ 800 incluídos salário e encargos mensais,
sendo R$ 9.600,00 anual.

 Custo com materiais de manutenção


- água. Conforme estimativa do Departamento de Água e Esgoto, o consumo mensal
será de R$ 85,00 e anual R$ 1.020,00
- energia elétrica serão consumidos 864 KWAh (fonte Central de Energia – Rede
MT). Aplicando-se a tarifa de R$ 0,14192, haverá um consumo mensal de R$ 122,62
e anual de R$ 1.471,43
- adubo orgânico/transporte e realimentação do solo (adubo NPK 100kg). Fazendo
também a pulverização contra pragas ocorrerá um custo trimestral de R$ 200,00.
Assim o custo anual com a manutenção do solo será de R$ 800,00.
- instrumentos e ferramentas de jardinagem R$ 500,00 devendo ser substituídos a
cada cinco anos.
- máquina cortadora de grama R$ 1.475,00 devendo ser substituída a cada 5 anos
- consumo e manutenção da máquina de cortar grama (gasolina e lubrificantes) R$
120,00 mensal, gerando um custo anual de R$ 1.440,00.
-Temos assim os seguintes custos com materiais de manutenções:
Soma dos custos anuais R$ 4.731,43
Soma dos custos qüinqüenais R$ 1.975,00

 Custo com licenciamento ambiental, monitoramento.


- O licenciamento ambiental fica avaliado em 17 UPFs, a UPF/MT está cotada em
R$20,77, assim obteremos um custo de R$ 353,09.
- IQA – Análise física química e biológica R$ 350,00 montante mais R$ 350,00 à
jusante sendo o total anual R$ 700,00. Serão efetuadas 3 (três) análises antes da
recuperação e uma a cada ano.

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- Serão efetuadas antes do início da obra (recuperação da área degradada), uma
análise das águas das valas antes de ser drenada ao rio Cuiabá, uma a montante do
rio Cuiabá e outra a jusante do rio Cuiabá. Para o monitoramento dos recursos
hídricos, durante o projeto, serão realizados na estiagem duas análises uma a
montante e outra a jusante do rio Cuiabá. O valor de cada análise é de R$ 350,00.

 Custo de Treinamento da mão-de-obra.


- Atendendo exigência legal da FEMA, será ministrado treinamento aos
transportadores de entulhos, objetivando a correta seleção do material a ser utilizado
na cobertura da vala. Serão estimadas 20h de treinamento para atender todas as
empresas transportadoras de entulhos da grande Cuiabá-MT. O custo hora aula está
avaliado em R$ 150,00 + despesas como alimentação, locomoções entre outras =
R$ 4.500.
- Custo com materiais de consumo (impressos em geral) R$ 1.500,00 por ano.

 Impostos e taxas
- Impostos na transferência da área R$ 600,00
- IPTU R$ 1.000
- Outros impostos e taxas R$ 500,00

6.BENEFÍCIOS

▪ Custo evitado de doenças

- Gastos evitados com internamentos por dengue


- - números de casos de dengue no município de Várzea Grande 16,25 pessoas
a cada 10.000: Fonte: anuário estatístico de Mato Grosso (2002)
- - relação de casos/população (600 pessoas). Baseado no dado estatístico
disponível, na população atingida pelo projeto ocorrerá apenas um caso de
dengue por ano.

40
- - número de dias de internação por dengue: 5 dias
- - número total de internação 1
- - custo total por internação 487,31

- Gastos evitados com medicamentos usados no tratamento da dengue


a) Medicamentos: Anti-piréticos, analgésicos, estabilizadores gastro/intestinal
b) Custo de tratamento por pessoa R$ 50,00
c) Custo total R$ 50,00 por ano

- Custos com afastamentos de trabalhos por doença.


a) dias faltosos R$ 50,00 por pessoa considerando que a renda média dos
moradores é de 1,5 salário.
b) Custo total com afastamentos de trabalhos por doenças R$ 50,00
 Custo total evitado com dengue = R$ 587,31 anual

Gastos evitados com hepatite viral:


- números de casos de hepatite viral no município de Várzea Grande 20,28
pessoas a cada 10.000: Fonte: anuário estatístico de Mato Grosso (2002).
- relação de casos/população (600 pessoas). Baseado no dado estatístico
disponível, na população atingida pelo projeto ocorrerá 1,22 caso de hepatite
viral por ano.
- número de dias de internação por dengue: 5 dias
- número total de internação 1
- custo total por internação 487,31

- Gastos evitados com medicamentos usados no tratamento da hepatite viral


a) Medicamentos: Vitaminas
b) Custo de tratamento por pessoa R$ 50,00
c) Custo total R$ 50,00 por ano

41
- Custos com afastamentos de trabalhos por doença (hepatite viral).
a) dias faltosos R$ 200,00 por pessoa considerando que a renda média dos
moradores é de 1,5 salário.
b) Custo total com afastamentos de trabalhos por doenças R$ 200,00
 Custo total evitado com hepatite viral = R$ 737,31 anual

▪ Custo evitado de passagens de ônibus


- percentual da população atingida para o uso da área de lazer 20% da
população 120 pessoas
- uma vezes por semana considerando que existe rotatividade de pessoas
- número de passagens evitadas 240 (ida e volta)
- custo da passagem R$ 1,70 (SMTU) x número de passagens 240, gerando
um custo total evitado com passagens na ordem de R$ 408,00 semanal 48
semanas no ano, totalizando R$ 19.584,00

▪ Gastos evitados com defesa civil


- custo de remanejamento da população atingida por transbordamentos da vala
- custo abrigo com alimentação e remédios
- custo com perdas de móveis e equipamentos
- custo com afastamento de serviços
- custo de reassentamento
Fonte Casa Civil do Estado de Mato Grosso
Estimativa de Custos evitados com defesa civil R$ 10.000 anual

▪ Custos evitados de transporte de resíduos da construção civil


- A kilometragem média do transporte de entulhos da construção civil na
grande Cuiabá é de 25 Km, com a implantação deste projeto ocorrerá uma
redução estimada de 15Km
- Consumo médio dos caminhões 3km por litros de Diesel, considerando o valor
de R$ 1,75 o litro.

42
- Considerando a necessidade de transportar 50.000 m³ de entulhos e a
capacidade média de transporte por caminhão é de 4 m³. Totalizando 12.500
viagens gerando um custo de R$ 109.375,00.

▪ Renda gerada empregos diretos


- Salários e encargos com o auxiliar de serviços gerais R$ 800,00 mensais e R$
9.600,00 anual

▪ Renda gerada empregos indiretos


- renda mensal dos vendedores ambulantes, considerando 5 vendedores
ambulantes com renda média de R$ 80,00 por vendedor R$ 400,00 por mês
R$ 4.800,00 por ano.

7 AVALIAÇÃO (ANÁLISE CUSTO BENEFICIO)

Conforme anexo 1, levantados os custos e os benefícios. Este projeto apresenta o


Valor Presente Líquido positivo, mesmo que ainda não tenha todos os benefícios
levantados. E a Taxa Interna de Retorno como a seguir:

VPL = 8942,92. Sendo o Valor Presente Líquido positivo, pode-se observar a


viabilidade do projeto.

TIR = 10,8467 %
Sob esta perspectiva, o projeto é bastante promissor, pois a sua TIR é de
aproximadamente 10.85% e suplanta a taxa de juros de 10% do mercado.

43
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de ser um projeto que não tenha uma receita própria, os benefícios
sociais advindos da sua implementação superam os investimentos necessários em
uma análise com horizonte de vinte anos, resultando em um valor presente liquido
positivo.
Esta é ainda uma conclusão preliminar uma vez que alguns custos e benefícios
ainda não estão certos os resultados. Entretanto por se tratar de valores de menor
impacto, tanto nos custos quanto nos benefícios, não irão determinar uma atração
significativa quanto a viabilidade do projeto.
Os valores monetários na analise custo beneficio foram obtidos a partir da
utilização dos métodos de valoração dos impactos ambientais e estão sujeitos à
limitação da sua aplicação conforme nos itens 4.2.1.4 e 4.2.2.4 deste projeto. Pelas
conclusões da análise custo benefício, o projeto a ser implementado irá promover
uma melhoria no bem estar social da população beneficiada.

44
9.REFERÊNCIAS

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Banco Federativo- http://federativo.bndes.gov.br/dicas/D031.htm em 15.03.2003

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Fundação Roberto Marinho- www.frm.org.br em 20.03.2003

48
ANEXOS:
INSTRUMENTOS LEGAIS
O governo brasileiro criou alguns instrumentos legais que prevêem a
conservação, preservação e a mitigação e controle dos impactos advindos da
exploração dos recursos minerais.
A recuperação do ambiente degradado pela mineração está prevista na
Constituição Brasileira de 1988 (Art. 5º), o que já havia sido mencionado na Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81) e no Decreto que regulamentou essa Lei
no que diz respeito à recuperação de áreas degradadas (Decreto 97.632/89).
Em algumas situações o IBAMA tem a obrigação de orientar e/ou executar
programas de recuperação de áreas degradadas, como no caso das reservas
indígenas (Dec.24/91) e eventualmente, nas áreas de garimpagem, cujo
licenciamento é de sua competência (Lei 7805/89 e Decreto 98.812/90) e ainda nas
áreas de preservação permanente (Lei 4771/65).(GUEDES & REIS,1995).
A instalação, funcionamento e ampliação de empreendimentos que utilizem os
recursos naturais e causem sua degradação, dependem do prévio licenciamento
ambiental. O que faz com que o licenciamento ambiental e a avaliação de impactos
ambientais sejam instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente. Portanto,
essa política preconiza que, quando do licenciamento ambiental, é exigida a
apresentação de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental – EIA/RIMA. Como parte do licenciamento ambiental foram criadas as
seguintes licenças: Prévia, de Instalação e de Operação, para as diferentes fases de
licenciamento.
O licenciamento ambiental de empreendimentos que envolvem a extração
mineral foi especificado através das Resoluções do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA n.º 09 e 10/90, que editam normas específicas para esse fim.
Os critérios básicos e diretrizes gerais para a apresentação de estudos de impacto
ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental – EIA/RIMA são estabelecidos
na Resolução CONAMA n.º 01/86.

49
Organização Institucional
A organização do Setor Ambiental, denominada Sistema Nacional do Meio
Ambiente – SISNAMA, é composta por um Órgão Superior, o Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA, com a função de assistir o Presidente da República na
formulação das diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA, subordinado ao Ministério de Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, a quem cabe promover, avaliar e disciplinar
a implementação dessa Política; e por órgãos seccionais de controle e fiscalização
das atividades susceptíveis de causarem degradação ambiental. Aos Estados e
Municípios cabem, também, a elaboração de normas supletivas e complementares
estabelecidas pelo CONAMA.
O licenciamento ambiental é executado pelos órgãos estaduais de meio
ambiente (OEMA’s), exceto em casos de impactos de abrangência regional, e de
empreendimentos interestaduais, que cabem ao IBAMA, responsável, também, pelo
licenciamento em casos de omissão ou solicitação do Estado.
REFERÊNCIA
Resolução CONAMA nº 20/86. Completar
GUEDES, Damião Maciel; REIS, Jorge Luiz B.C.(1993) Controle Ambiental da
Mineração no Brasil. In: WORKSHOP INTERNACIONAL SOBRE RECUPERAÇÃO
DE RECURSOS NATURAIS DEGRADADOS PELA MINERAÇÃO. Poços de Caldas
– MG, 1993. Anais : Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, 1995.

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