Sunteți pe pagina 1din 67

Direito Penal Especial I - 4º 201

0
Direito Penal

Profª Adriana Hass


Direito Penal III parte especial esta desde 1940
Titulo I Dos Crimes contra a pessoa Humana
Capitulo I – Dos Crimes Contra a vida

Homicídio Art. 121 CP Tentado ou consumados na


forma
Participação em suicídio Art. 122 CP dolosa, são de competência
do
Infanticídio Art. 123 CP tribunal do Júri
ABORTO 124 a 128 CP Art. 5º XXXVIII,”d” CF/88

Atenuantes – 2 fase da dosimetria da pena, o juiz não pode aumentar ou diminuir a


pena abaixo de mínimo ou acima do máximo
Privilegiadora – são crimes autônomos, um quantum de pena mínima ou Maximo do
tipo básico do caput, porque estamos diante de um privilegiadora ou qualificadora,
pena de reclusão de 6 a 20 anos, art. 121, §2º CP, no final, pena reclusão de 12 a 20
anos, esta me trazendo um quanto mínimo ou Maximo diferente do caput, qual a
importância disto para fazer a dosimetria da pena, quando o juiz for fazer o calculo da
pena, vai partir de 12 anos, juiz tem que analisar se os crimes esta numa qualidade
simples ou qualificado, no final do §1º o juiz é autorizado a reduzir a pena, 1/6 a 1/3,
quando falamos de diminuição de pena ou aumento estamos diante em causa de
aumento ou diminuição e estará escrito em forma de fração, e quanto o juiz mencionar
o quantum mínimo ou máximo estamos diante do um privilegiadora.
Causa de diminuição de – estão na 3 fase
Pena= minorante
Agravantes estão na 2ª fase da dosimetria da pena
Qualificadora – a pena é qualificadora quando a lei menciona o mínimo e o máximo
Causa de aumento de pena – 3ª da dosimetria da pena
Majorantes
Infanticídio
Crime bem peculiar, crime próprio, só pode ser praticado pela própria mãe, o sujeito
passivo tem que ser o próprio filho, tem que ser descendente desta mulher, comete o
crime durante ou após o parto, e esta influenciada pelo estado puerperal, queda
brusca hormonal, causando uma depressão, crime de da mãe esta no art. 124 CP,
pena de 2 a 6 anos, quem é que vai determinar se a mãe esta neste estado
depressivo, são médicos psiquiátricos que terão que emitir do um laudo para pericia.,
o que é o logo após o parto, a doutrina entende até que 30 dias, que havia mulheres
que esta depressão persistia por mais de 30 dias, as doutrinas concluem que o logo
após estará sendo analisado pelo caso concreto, é a pericia que emitirá o laudo sobre
o estado puerperal. Se não mencionar que a mãe estava pela influencia estava pelo
estado puerperal, será classificado como homicídio.
Analise de um caso, o pai ajuda a mãe a matar o filho

Direito Penal Especial I Página 1


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

1 corrente – mãe pelo infanticídio e o pai pelo homicídio


2 corrente – mãe e pai pelo infanticídio
O estado elementar do crime e o estado puerperal
Crimes sexuais – reformulados em 2009
Revisão da matéria do Penal Geral I

Homicídio Doloso

• Simples – art. 121 caput CP


• Privilegiado – art. 121 §1º
• Qualificado – art. 121 §2º

Homicídio Culposo
• Simples – art. 121 §3º
• Majorado – art. 121 §4º
Homicídio Simples, objeto jurídico que a tutela é a vida humana, questão filosófico,
quando se inicia a vida, há teorias, que onde a fecundação, nidação, na medicina, no
meio acadêmico o conceito mundial, percebemos que a morte pode ser qualificada
pela morte cerebral, e hoje analisando que a morte era cardíaca, a morte é a morte
encefálica. Critério para determinar a morte, depois de averiguar a morte encefálica e
depois é analisado o causas mortis. Então se conclui, na frança, que partir do 2º mês
de gestação o cérebro do feto já esta em funcionamento, e na corrente brasileira é
partir dos preceitos religiosos da Igreja católica que a vida se se inicia na fecundação.
Bem Jurídico tutelado – vida humana – extra-uterina
Crimes antes do Início do parto - Aborto
A Partir do inicio do parto
• Homicídio
• Infanticídio
No homicídio temos que analisar os elementos dos crimes, sujeito ativo, quem pode
cometer o crime de homicídio, qualquer pessoa pode cometer um crime.
Sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, que seja depois do parto, se caso a vitima
for o Presidente da republica, ou presidente da câmera, o sujeito ativo responderá pela
lei de segurança nacional, Lei 7170/83 – art. 29 , o sujeito passivo é um sujeito
passivo especial e o ativo será
Como não há dolo no aborto, é um aborto espontâneo – fato atípico.
Homicídio art. 121 CP – eliminação da vida de alguém, que foi tirado por outrem.
Todos os indivíduos tem direito a vida – Direito Humano, - Direito da 1ª Geração
Art. 122 CP – participação em suicídio, alguém que auxilia no suicídio, induzindo a
pessoa a tirar a sua própria vida. Aquele que induzir – não responde como participe e
sim como autor do crime, a ação foi de induzir e instigar – a função do suicida é de se
matar.
Tipo penal:

Direito Penal Especial I Página 2


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
 O tipo objetivo é a descrição da conduta que o sujeito quer realizar, o núcleo
do tipo é sempre o verto é a redação mais simples – que é formado por um
verbo e um agente. Por exemplo.: matar alguém – tipo objetivo e o matar. Se o
crime foi cometido por alguém pelo motivo partícula, motivo torpe, coisa
repugnante, lesões por circunstancia particulares . Ex. o índio que foi
queimado, crime qualificado, temos meios e motivos que qualificam o delito,
culpabilidade, actio libera in causa – causas livres nas ações. O Direito Penal
não vai analisar o momento que estávamos embriagados e tão pouco quando
estamos ingerindo bebida alcoólica, pois é de livre escolha dos indivíduos
ingerir ou não bebidas alcoólicas, a voluntariedade não exclui a culpabilidade,
enquadrando pelo dolo eventual.

12/02/2010
Continuação do Homicídio simples
Tipo Subjetivo
• Elemento subjetivo geral do tipo – Dolo, desejo consciente de matar alguém
• Elemento Subjetivo especial do tipo – não se apresenta, é o especial, fim de
agir, motivação, intenção. Ex. matar para herdar a herança
• É o dolo = Animus Necandi, Dolo Direto ou eventual
Consumação: consuma-se com a produção do resultado da morte, cabe tentativa
Tentativa perfeita: O agente esgota os meios executórios, mas o crime não se
consuma por circunstâncias alheia a sua vontade.
Tentativa imperfeita: O agente não chega a realizar toda a fase executória. Iter
criminis.
Pode acontecer pela própria vontade do agente que o crime não se consuma
 Desistência voluntária – cabe tentativa imperfeita, o agente entra na fase de
execução, e para no meio do iter criminis, Ex. teve dor de barriga.
 Arrependimento eficaz – cabe tentativa perfeita, passou por todo o trajeto do
iter criminis , mas depois se arrependeu e salva a vitima, ex. dá antídoto, etc.
DOSEMETRIA:
1ª Fase : Pena Base – sistema Trifásico
Circunstâncias Judiciais – art. 59 CP
Parte da pena mínima, Ex.: conduta social
2ª Fase : Pena provisória
Agravantes art. 61 CP
Atenuantes art. 65 CP
3ª Fase: Pena Definitiva
Causas de aumento de pena:

Majorantes
Sempre em fração
Causas de diminuição de pena: minorantes
Parte geral, parte especial

Direito Penal Especial I Página 3


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Art. 121 CP Homicídio privilegiado , o legislador teria que trazer o mínimo e o Maximo
e seria crime autônomo, vai a partir do “6”, por isso é minorante

Temos 3 circunstâncias que causam a diminuição de pena de homicídio, no homicídio


não há privilegiadora apesar de chamar que o homicídio é privilegioador.

1. Impelido por relevante valor social, significa o interesse , sentimento e uma


coletividade, de todos os cidadãos de determinada localidade. Ex. clássico,
matar por patriotismo o traidor da pátria, se tivéssemos uma guerra e se
tivéssemos um desedor.
2. Impelido por relevante valor moral: Interesse subjetivo, interesse individual,
particular, com sentimento de compaixão desligo o aparelhos pois esta em fase
terminal do câncer e eu querendo acabar com a dor, ex.: homicídio piedoso,
isto é, a eutanásia.
Obs.: os motivos de relevante valor social ou moral que estão elencados no art. 65, III,
“a” CP como circunstancias atenuantes, quando reconhecida como uma causa de
diminuição de pena, não incidem as atenuantes, pelo mesmo motivo para evitar o “Bis
In Idem”, que no caso beneficiaria as homicidas duas vezes em face do mesmo
motivo, deixa de aplicar atenuante e aplica a diminuição de pena.
Sempre que tivéssemos uma atenuante, se for igual à diminuição, o seu for mais
benéfico para o réu,
3. Sobre o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vitima , precisamos de 3 requisitos:
a) Sob o domínio de violenta emoção, primeira coisa, o que é emoção? O
direito penal procura distinguir a emoção da paixão , a emoção é
passageira e a paixão é duradoura,crimes passionais é paixão , perdeu seu
amor, é uma coisa que dura que persiste, é difícil distinguir a emoção é a
paixão, a paixão é mais prolongada, e a paixão é instantânea. O Agente o
homicida, ele esta sob choque emocional, perdendo o autocontrole, devida
a esta violenta emoção, ele ficou dominado, art. 65, III,”c”, analisar a
influencia e o domínio, domínio causa de diminuição de pena e influencia
de violenta emoção é uma atenuante( art. 65, III,”c” CP), o domínio perde o
autocontrole imediatamente.
b) Injusta provocação da própria vitima, injusta quer dizer algo que não é
permitido, não significa que necessariamente seja ilícita antijurídica, uma
coisa que não é legitima, não é autorizada, depois temos a provocação é
diferente de agressão, se começa a provocar ago que esteja ofendendo
chega um momento que a pessoa explode e avança e mata, esta provação
tem que ser com a própria vitima, esta provação pode ser a pessoa ou a
um terceiro, e esta provação tem que partir da própria vitima, se a vitima te
agredir, o réu estará em legitima defesa, uma injusta agressão, se a vitima
se provocou apenas não estaremos na legitima defesa e sim a diminuição
de pena, uma causa de diminuição de pena.

Direito Penal Especial I Página 4


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
c) Imediatidade ente a provocação e a reação, A reação deve ser instantânea,
imediata, de pronto, tem que ser praticamente instantâneo, se praticar o
crime depois de horas não terá a diminuição de pena.
As 3 causas de diminuição de pena são de natureza subjetiva. Significa por
relevante, social, moral ou domínio de violenta emoção que aconteceu
individualmente, pessoal.

Homicídio qualificado
Esta elencada no rol dos crimes hediondos, lei 8.072/90. São circunstancias
que qualificam o homicídio:
1) Motivos qualificadores:
A) Mediante paga ou promessa de recompensa : 121 §2º,I,CP, temos
vários exemplos de interpretação analógica, e no final o código
menciona outros motivos, é quando alguém paga outrem para matar
alguém, matador de aluguel, na promessa de recompensa, só muda a
forma de pagamento, a particularidade tanto aquele que paga, promete
e aquele que executa, ambos responderão por homicídio qualificado, a
pena não será semelhante, pois no sistema penal brasileiro a pena é
individualizada.
B) Motivo torpe: torpe é um motivo repugnante, abjeto, vil, que repugna a
consciência media, consciência coletiva, o motivo não pode ser ao
mesmo tempo torpe e fútil , o motivo será torpe ou fútil. Na doutrina a
torpeza afasta a futilidade. Nem sempre a vingança é torpe, às vezes a
vingança é nobre, ex. matando do estuprador, o sentimento dele é
nobre, por isso não é torpe, e a vingança é torpe, o motivo fútil é
insignificante. Ex. crime da Suzana, de matar os pais, é uma coisa
repugnante, o filho que mata o pai, responde por parricídio, e matar a
mãe e marricidio. A vingança nem sempre é caracterizadora de motivo
torpe, pois algumas vezes, o sentimento que alimenta a vingança pode
ser nobre, embora não justifique o crime. Ex. matar por vaidade, matar
para ficar com a herança.
C) Motivo fútil: é o motivo insignificante, banal, desproporcional entre o
crime e a causa. Não se confunde motivo fútil com a ausência de
motivo. Se matar alguém por motivo fútil,matar o garçom por causa da
cerveja gelada , motivo fútil, banal, desproporcional, se praticar um
homicídio fútil responderá pelo homicídio qualificado, ausência de
motivo, ex. se alguém entra numa livraria se começa agredir e mata
alguém, o criminoso responderá por motivo simples, pois há ausência
de motivo.
19/02/2010
Continuação do Homicídio Qualificado
D) Meios qualificadores
1. Emprego de Veneno: Veneno é toda substancia vegetal, animal ou mineral que
tenha capacidade para provocar lesão no organismo humano.

Direito Penal Especial I Página 5


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
A utilização do veneno, que é meio INSIDIOSO, só qualifica o crime se for feita
dissimuladamente. É indispensável que a vítima desconheça a circunstancia de
estar sendo envenenada. Se a administração for forçada ou com o
conhecimento da vitima poderá caracterizar meio cruel.
2. Emprego de fogo ou explosivo, FOGO e EXPLOSIVO: Podem constituir meio
cruel ou meio de que se pode resultar perigo comum, dependendo das
circunstancias.
3. Emprego de asfixia: Pode ser:
• Mecânica: Enforcamento, afogamento, estrangulamento, sufocação.
• Tóxica: uso de gás asfixiante. Ex. Gás carbônico.
4. Emprego de tortura: É meio que causa prolongado e desnecessário
padecimento. A tortura é uma modalidade de mios cruel.
• Se ao torturar alguém, o sujeito ativo agir com “animus necandi” (dolo
de matar) deverá responder pelo crime de homicídio qualificado pela
tortura.
Contudo se o resultado morte for préter(dolo na tortura e culpa na
morte) doloso o agente responderá pelo crime de tortura qualificada.
5. Meio insidioso: Insidioso é o recurso dissimulado, disfarçado, ardiloso,
consistindo na ocultação do verdadeiro propósito do agente que assim
surpreende a vitima.
Outro meio insidioso, o veneno, ou algo que a vitima não tenha chance de
defesa.
6. Meio cruel: É a forma brutal que realizar o crime, é o meio bárbaro, que revela
ausência de piedade, sadismo do agente. Ex. matar alguém d o fígado é um
meio cruel, se amarar a vitima em quatro animais, a pessoa amarada no carro.
7. Meio de que possa resultar perigo comum: é aquele que pode atingir o número
indeterminado de pessoas. Nada impede o concurso formal entre o crime de
homicídio com o crime de perigo comum quando o meio escolhido atingir além
da vitima visada, criar também uma situação concreta para o número
indeterminado de pessoas, como por exemplo o incêndio, art. 250 CP,
podendo ser o incêndio, explosão, desmonoramento.

1) Meios qualificadores, veneno sempre acaba causando no aparelho digestivo,


causando uma oxigenação do aparelho digestivo, morte lenta e dolorosa, meio
insidioso, meio dissimulado, disfarçado, ardiloso, a vitima não tem
conhecimento que está sendo administrado o veneno, será meio insidioso, o
veneno é uma modalidade de meio insidioso. Ex. se fazer por alguém, sendo
funcionário da telefônica, usando desta forma, para praticar o crime, estamos
deparando com o meio insidioso.
Quando a pessoa amarrado o criminoso avisa que aplicar um veneno, é o
meio cruel.
2) Será condenado pelo crime comum qualificado, concurso de pessoas
3) Asfixia,
4) Tortura. Em 1997 foi criada uma lei que foi tipificou o crime de tortura, lei
9455/97, o Brasil foi o último pais a tipificar o crime de tortura. §3º ,
Direito Penal Especial I Página 6
Direito Penal Especial I - 4º 201
0
atenção tortura a pessoa até a morte, escolhendo o meio para matar pelo
meio da tortura, dando choque, colocando no tonel cheio de água, com
requintes de crueldade.
Quando esta torturando alguém para que confesse, tortura no meio de
correção, castigo pessoal através da tortura.
Intenção do agente é matar através da tortura ou a intenção é apenas
torturar.
Um homicídio qualificado pela tortura, e outro crime de tortura qualificado.
E) Modelos qualificadores
1. À traição, é o ataque sorrateiro, inesperado, é a ocultação da
intenção do sujeito ativo que viola a confiança da vitima, é a
deslealdade. Não se configura traição se a vitima tiver tempo para
fugir. Ex. uma amiga espera a amiga sair é da um tiro.
2. Emboscada, é quando eu passo estudar os passos da vitimas e o
criminoso se prosta para pegar a pessoa de surpresa, meios que
impossibilita a defesa da vitima, emboscada é a tocaia, estamos
falando de um crime premeditado.
3. Mediante dissimulação: o sujeito ativo dissimula, se faz passar por
amigo, ilude a vitima que assim não tem motivos para desconfiar do
ataque. Ex. carteiro entrega uma Carta bomba.
4. Recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vitima:
somente poderá ser hipótese análoga, à traição, emboscada ou
dissimulação. Em outras palavras é necessário que o outro recurso
tenha a mesma natureza das qualificadoras elencadas art. 121. CP
no inciso IV. Ex o crime quando a vitima estiver dormindo, um
ataque surpresa, é uma interpretação analógica. Ex. de analogia,
art. 128 CP, aborto se for uma gravidez por causa do aborto, mas se
a gravidez por tentado ao pudor na lei não menciona o aborto sobre
isso, mas por analogia a vitima poderá abortar pelo artigo 128.CP.
F) Fins qualificadores
1. Para assegurar a execução: o que qualifica o homicídio não é a
prática efetiva do outro crime, mas o fim de assegurar a execução
desse outro crime, que pode até não ocorrer. Para executar
necessariamente teremos 2 crime, ex. seqüestrar o Abílio Diniz,
como ele já foi seqüestrado anda com alguns segurança, e mata os
segurança para poder executar o crime de seqüestro, qualificando o
homicídio qualificado, mas tentativa de seqüestro, quando a vitima
consegue fugir
2. Para assegurar a ocultação de outro crime: O sujeito visa
impedir a descoberta do crime.
3. Para assegurar a impunidade de outro crime: Na impunidade o
crime é conhecido, mas o autor do crime é desconhecido. Ex.
queima de arquivo, matar a testemunha do crime, dica: tem uma
diferença para assegurar a ocultação do crime e da impunidade, o

Direito Penal Especial I Página 7


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
crime e o autor são desconhecidos, na impunidade o crime é
conhecido mas o autor não é conhecido.
4. Para assegurar vantagem de outro crime. Ex. o sujeito mata o
parceiro do roubo para ficar com todo o dinheiro.
É um equivoco dizer que o homicídio é duplamente qualificado, mas bastaria dizer
homicídio qualificado, mas podendo ter mais qualificadoras, basta apenas ter 1, passa
a pena ter de 12 a 30 anos., as demais qualifcadores vamso usar como agravantes
como dosemetria da pena, 2ª fase, aplica as circuntancia judicias do art. 59 CP, o.utra
posição que deve ser usada na 1ª fase da dosemetria da pena, que são as
circunstancias judiciais, na aplicar na 1 ª fase é mais benéfica para o réu, dependo da
decisão do magistrado, ex. temos uma agravante do motivo torpe. 2 ª fase, e depois
na 1ª fase.

Pluralidade de qualificadoras, basta uma única circunstância qualificadora para que


o crime de homicídio se desloque o caput para o parágrafo 2
º do art. 121 CP . quando tivermos mais de uma qualificadora existem duas
posições quando a sua função: 1 ª uma circunstancia é considerada com qualificadora
e as demais como circunstancias agravantes, 2ª uma circunstancia qualifica o crime,
com base nela fixa a pena de 12 a 30 anos, e as demais são consideradas como
circunstancias judiciais do art. 59 CP.
Se pegarmos o art. 61 CP.
Qualificadoras. I, II – temos os motivos, estas qualificadoras são de natureza
subjetiva
III – IV – temos meios e modos, salvo a crueldade, são de natureza
objetiva V – temos os fins, que também são de natureza subjetiva
No homicídio privilegiado que na verdade é uma causa de diminuição de pena.
• Relevante valor social
• Relevante valor Moral Natureza
Subjetiva
• Sob o domínio de violenta emoção, logo após..
As subjetivas não podem concorrer entre si.

O homicídio simples não á atividade hediondos., salvo na atividade de grupo de


extermínio. O qualificado privilegiadora não é hediondo.
Homicídio culposo , elementos que compõe o crime culposo,
Crime culposo
 Uma conduta positiva ou negativa
 Inobservância do dever de cuidado objetivo
 Produção de um resultado indesejável
 Previsibilidade objetiva
 Tipicidade.
O homicídio pode ser praticado por culpa, imprudência o agente sempre tem uma
conduta positiva, o fazer, dirigiu com uma velocidade excessiva, na negligencia temos
uma conduta omissiva, imperícia é a falta de conhecimento técnico. Segundo

Direito Penal Especial I Página 8


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Parágrafo 3º 121 CP. Homicídio culposo, a pena é baixa e não é de competência do
tribunal do júri e será julgado pelo juiz simples. Homicídio simples. Lei 9503/97, art.
302 do código de transito, homicídio culposo na direção de veiculo automotor e não
responderá pelo artigo penal, responderá pelo código de transito brasileiro, pena
mínima de 2 a 6 anos.
2 causas do aumento de penas, uma previsto no código penal e outra prevista no
código de transito.
As causas de aumento de pena estão no código penal para o homicídio culposo
previsto no c art 121, 4º primeira parte.
1. Inobservância de regra técnica de profissão arte ou oficio, o sujeito possui o
conhecimento a regra técnica, pois é um profissional, mas a desconsidera. Não
se confunde com a imperícia, pois nesta o sujeito não tem capacidade técnica.
Ou seja, o conheço a técnica e a desconsiderei
2. Deixar de prestar socorro a vitima: Significa abandonar a vitima após ter dado
causa ao resultado de forma culposa. Esta causa de aumento diante do CTB
deixou de ser aplicado ao homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Se a vitima foi socorrida por um terceiro.
3. Não procurar diminuir as conseqüências do comportamento: tratar se de uma
hipótese redundante, pois a causa de aumento pela omissão de socorro já
engloba esta hipótese. (ex. não transporta a vitima para farmácia ou para o
hospital) é redundante.
4. Fuga para evitar a prisão em flagrante, o sujeito comete o delito foge para
evitar o flagrante.
Causas de aumento de pena do homicídio culposo prevista no Código de
Transito Brasileiro. Art. 302 parágrafo único.
1. Não possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação, incluindo as
carteira de habilitação vencida, se houver cometer um crime dirigindo o veiculo
automotor terá um aumento de pena.
2. Praticá-lo em faixa de pedestre ou na calçada, ex. se alguém dirigir e subir na
calçada e atingir alguém e este vier morrer, terá um aumento de pena.
3. Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a vitima
do acidente. (aqui o legislador deixou bem claro sobre sem risco pessoal)
Fuga do local é um crime para o código de transito, art. 305 CTB, aumento da
pena.
4. No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de
transporte de passageiros. ( vai incidir ao profissional, taxista, motorista de
ônibus, peruas escolares)

Perdão Judicial
É o instituto pelo qual o Juiz, não obstante a pratica delituosa por um sujeito culpado,
não lhe aplica a pena, levando em conta determinadas circunstâncias.

Art. 121§ 5º - CP Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a


pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Direito Penal Especial I Página 9
Direito Penal Especial I - 4º 201
0

§5º 121 CP – refere-se a hipótese em que o agente já é punido diretamente pelo crime
que praticou, em razão das conseqüências graves produzidas que o atingem
profundamente. Ressalta-se que só é possível o perdão judicial nas hipóteses de
homicídio culposo, exigindo-se entre o auto do fato e a vitima um vinculo afetivo de
significativa importância.
Perdão judicial apenas no homicídio culposo, a própria conseqüência do ato que foi
praticado e o sentimento de culpa de tirado a vida da própria vida do filho, deixando de
aplicar a sanção, a dor é maior. Entre o autor e a vitima um vinculo afetivo.

Art. 121 § 4o CP No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)

Direito penal – no momento da ação ou omissão, aplica-se o aumento da pena, ex,


uma criança de 17 anos e 11 meses e morreu com 18 anos, será aumentada porque
na data do crime era menor.

Art. 13. §1º CP

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Sempre primeira aumenta e depois diminui, primeiro agravamos e depois atenuamos.

Ação penal publica condicionada e incondicionada, quando pessoa dirigir a delegacia


fazendo uma noticia do crime.

Competência do Júri, exceto culposo.

Homicídio

Infanticídio

Suicídio

Aborto

Direito Penal Especial I Página 10


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Art. 122 CP

Participação em suicídio
Bem Jurídico – vida humano

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o
faça:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a


três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único - A pena é duplicada:

Aumento de pena

I - se o crime é praticado por motivo egoístico;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de


resistência.

Induzindo, instigando ou auxilio a suicídio, o participe é o autor do crime. Induzimento


a vitima nunca havia pensado em suicídio, enquanto na instigação a intenção suicida
preexistia.

Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, é aquele que induz, instiga ou auxilia o
suicida. Não se confunde com a figura do participe em sentido estrito, ou seja , não se
confunde com o participe do crime.

É indispensável que a ação seja praticada pela própria vitima, ou seja, o ato material
tem que ser realizado pelo próprio suicida. Se o ato material de matar for praticado
pela pessoa que instigou , induziu ou auxiliou não há participação em suicídio e sim
homicídio

Sujeito Passivo: é qualquer pessoa com capacidade de discernimento e de oferecer


resistência. Entende-se que a vitima menor de 14 anos, débil mental tem resistência
nula, não tem capacidade de discernimento, portanto o agente responderá por
homicídio.

Direito Penal Especial I Página 11


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Admite-se o concurso de pessoas tanto a coautoria quanto a participação em sentido
estrito. Ex. Alfredo induz Camilo a instigar Cláudio ao suicídio, Alfredo é o participe e o
Camilo é o Autor(instigador) do Crime, responder pelo artigo 122 CP.

Tipo Objetivo:

• Induzir: significa fazer surgir do pensamento de alguém uma idéia até então
inexistente.
• Instigar: significa estimular , reforçar uma idéia existente.

Nestas duas modalidades a doutrina denomina como participação moral.

• Prestar auxilio: contribuição material do sujeito ativo. Ex. comprar um veneno


e dá para a vitima, denomina-se participação material.

Omissivos impróprios, a pessoa que esta na posição de garantidor, a posição do


garantidor,esta no art. 13,§2, a,b CP.

Ex. Pais em relação aos filhos, policial, bombeiro, linha “a”

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para


evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela


Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Ex. Maria sai para trabalhar e deixa o filho com a vizinha, a criança esta brincando
com os fios elétricos, a criança morre, a vizinha assume a posição de garantidor,
responde pelo crime.

Ex. Um sitio, resolveram colocar o fogo para limpar o terreno e este fogo avançou o
terreno e causando lesão as crianças do outro sitio, o proprietário responderá pelo
crime, pois ele é o garantidor.

Omissão, por ex. um mãe ciente que seu filho pretende se suicidar deixar a faca em
cima da mesa, deixar de prestar auxilio, e fica na posição de garantidor.

Direito Penal Especial I Página 12


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Prestação de auxilio mediante omissão

Não é pacifica a questão da possibilidade de haver participação em suicídio de forma


omissiva. Para Nelson Hungria e Magalhães Noronha a prestação de auxilio ao
suicídio mediante omissão é possível, no entanto é indispensável a existência do
dever jurídico de impedir o resultado. Ex.: o carcereiro que deixa propositadamente o
preso com um cinto para facilita-lhe o enforcamento

Tipo Subjetivo: é o dolo , é a vontade de conseguir a morte de alguém, não pelas


próprias mãos, mas pelas da própria vitima.O dolo pode ser direto ou eventual.

Consumação e tentativa: consuma-se a participação em suicídio com a morte da


vitima. A Doutrina de modo geral afirma que este tipo penal não admite tentativa ,
consumando o delito com a morte ou lesões corporais de natureza grave. No entanto
uma corrente minoritária entende que a lesão corporal de natureza grave é a
comprovação de que o resultado ficou a quem do pretendido, e isso não é outra coisa
se não tentativa. Se resultar em lesão corporal leve ou se a vitima não sofrer nenhuma
lesão não há crime pois o fato é atípico.(falta a tipicidade)

Causas do aumento de pena: três causas de aumento de pena prevista no parágrafo


único do Art. 122 CP.

1. Egoísta – excessivo amor por si próprio, ex. irmão induz a irmão se suicidar
para ficar com a herança.
2. Vitima menor de 14 anos – homicídio - entre 14 e 18 anos, participação em
suicídio com a pena aplicada. Acima de 18 anos – participação em suicídio
simples. (art. 122, caput CP)

Menor de 14 anos – homicídio

De 14 a 18 anos – participação em suicídio com a pena duplicada art. 122


parágrafo único, II CP (aumento de pena)

3. Capacidade de resistência, diminuída aplica-se a pena duplicado.

Pacto de Morte

Duas pessoa combinam o duplo suicídio nesta caso pode haver várias hipóteses:

1. Alfredo e Maria trancam-se num recinto hermeticamente fechado. Alfredo abre


à torneira de gás e Maria sobrevive. Maria respondera por participação em
suicídio.
2. O sobrevivente é que abriu a torneira de gás, neste caso responderá por
homicídio porque o agente praticou o ato executório.
Direito Penal Especial I Página 13
Direito Penal Especial I - 4º 201
0
3. Os dois abrem a torneira de as não produzindo nenhuma lesão corporal devido
a intervenção de um terceiro. Respondem pela dupla tentativa de homicídio,
ambos responderão pela tentativa de homicídio, uma vez que praticaram o ato
executório de matar.
4. Um terceiro abre a torneira de gás, os dois se salvam ilesos – O terceiro
responderá por uma dupla tentativa de homicídio e os dois sobreviventes não
respondem por nada, pois sua conduta foi atípica.
5. Os dois sofrem lesões de natureza grave sendo que Alfredo abriu a torneira de
gás – Alfredo responde por tentativa de homicídio e Maria por participação em
homicídio.

Roleta Russa Os sobreviventes respondem por participação em suicídio.

Infanticídio Art. 123 CP

Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Crime próprio, só poder ser praticado pelo mãe.

Bem Jurídico que esta tutelando a vida humana extra-uterina.

Sujeito ativo: Mãe

Sujeito passivo: filho

O neonato (recém nascido)

Nascente – esta nascendo

Basta que tenha nascido com vida.

Duas situações: Se a mãe enrola o filho no cobertor:

1. Infanticídio: Se ela estava sob a influência do estado puerperal


2. Homicídio: não estava sob influência do esta puerperal

Direito Penal Especial I Página 14


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Existem 2 elementos normativos:

I. Sob a influência do estado puerperal: É um conjunto de perturbações


psicológicas e físicas sofridas pela mulher em face do parto, ocorre que
por vez a ação física deste pode vir acarretar transtornos de ordem
mental na mulher produzindo-lhe sentimentos de angustias, ódio,
desespero, vindo a eliminar o próprio filho. É necessário sempre avaliar
o caso concreto através da pericia médica se a influencia do estado
puerperal acarretou o desequilíbrio psíquico da mulher.
II. Durante o parto ou logo após: A lei não fixou o prazo para a expressão
logo após, então a melhor solução é deixa a conceituação de logo após
para o caso concreto, entendendo-se que há o delito de infanticídio
enquanto perdurar o estado puerperal.
III. Infanticídio putativo: ocorre quando a mãe mata o filho de outra pessoa
no berçário, por influência do estado puerperal responderá por
infanticídio putativo.

Obs.: se o estado puerperal acarretar perturbação mental diminuindo-lhe a capacidade


de entendimento ou determinação será considerado imputável, responde por
infanticídio com a pena atenuada art. 26 parágrafo único CP.

Se provocar doença mental será considerada inimputável será isenta de pena, art. 26
Caput, CP indica medidas de segurança.

Tipo Objetivo

A ação nuclear do tipo é matar ou seja a eliminação da vida de outro contudo o art.
123 exigia presença de outros elementos: sob influência do estado puerperal, o próprio
filho, durante ou logo após.

Obs. Cabe dolo eventual, mãe não amamenta o filho cabe tentativa no infanticídio, ia
matar o filho e chega um terceiro e não deixa, Perdão judicial – excludente da
culpabilidade. O estado puerperal vontade viciada.

05/03/10
Infanticídio
Tipo Subjetivo: Dolo (Direto ou eventual)
A mãe deve querer diretamente a morte do próprio filho.
Não há a previsão da modalidade culposa
Se a mãe, sob a influência do estado puerperal, vem a matar o filho de forma culposa
há 2 posições:
1) Não há crime, fato atípico

Direito Penal Especial I Página 15


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
2) Responde por homicídio culposo
Consumação e tentativa: Consume-se com a morte do filho nascente ou recém
nascido.
Admite-se tentativa. Quando esta começando a matar criança um terceiro impede o
crime, a mãe responderá pela tentativa.

Concurso de pessoas
Hipótese: Mãe e terceiro praticam a conduta de matar (pressupondo a presença da
elementares normativas) Há co-autoria em que o crime de homicídio ou infanticídio?
A teoria Monista estarão respondendo pelo mesmo crime, o participe e o co-autor, co
autoria de matar o filho juntamente com o pai da criança, responde pelo infanticídio, e
são beneficiadas,art. 30 CP pelas circunstancias incomunicáveis, circunstancias de
caráter pessoais não se comunicam, elementares do crime infanticídio: temporal ou
normativa (influência do estado puerperal) , elementar do crime são circunstancias do
crime. A elementar tipifica crime.
1ª Corrente: O co-autor ou partícipe responde por infanticídio , com base no Art. 30 do
CP, que determina a comunicabilidade das elementares.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime

2ª Corrente. O Estado Puerperal e uma condição personalíssima incomunicável, não


se aplicando os Art. 29 e 30 respondendo o co-autor ou Partícipe por Homicídio.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um


sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á


aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime
Vamos imaginar uma hipótese, imaginem o terceiro realiza a conduta de matar e mãe
sobre a influência do estado puerperal ela apenas auxilia, sendo participe.
Competência do tribunal do júri, esta ação será ação penal pública e incondicional.
O legislador não fixa o tempo do logo após.
Não há previsão na modalidade culposa, a mulher sempre tem a consciência de matar
o próprio filho, dolo é consciência e vontade, esta vontade esta influencia pelo estado
puerperal, crime com a peculiaridade, vontade viciada.
O perdão judicial é uma exclusão na sanção penal.

Direito Penal Especial I Página 16


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Aborto
Aborto desde a fecundação até o limite fisiológico desta iniciação, o parto se inicia com
o rompimento da bolsa.
Fase da evolução do novo ser humano, ovo, feto, embrião,
Espécies de Aborto:
Art. 124. CP Duas condutas

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

o Auto-aborto – a mulher grávida faz a si mesmo o aborto, pena de 1 a 3


anos, sujeito ativo a Gestante, passivo, feto, embrião- Provocar em si
mesma.
Provocar dá causar, originar, inicia um processo de interrupção da
gravidez. O nome correto é abortamento. Realizando por meios
químicos, mecânicos, térmicos, etc.
Aborto consensual – a mulher dá o consentimento que o terceiro faça o
aborto, procura o terceiro para fazer a manobra abortiva, e este
consentimento tem que esta até o final, se no caso a mulher desiste e o
terceiro continua fazendo a manobra abortiva ele responderá pelo art.
125.
Art. 125 CP

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena// - reclusão, de três a dez anos.

o Aborto sem consentimento, neste caso o passivo é a mulher e o feto, e


o terceiro o agente ativo, a mulher não consente, e ai chamando de
dissentimento, ele pode ser real , manobra abortiva sem ela saber,
fraude, o marido engana a mulher levando a no médico para fazer a
manobra do aborto dizendo que era um simples exame, grande
ameaça, por exemplo o marido ameaça se matar se a mulher não
aborta e a violência física.
Consentimento pressumido, menor de 14 anos, alienada, ou débil
mental, o consentimento da mulher não é válido, o sujeito que realizar o
aborto responde pelo artigo 125 aborto sem o consentimento da
gestante.
Art. 126 CP

Direito Penal Especial I Página 17


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de


quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido
mediante fraude, grave ameaça ou violência

o Aborto praticado por terceiro com consentimento da gestante


É um crime de mão própria não cabe co-autoria mas nada impede a
participação.
Ela será sujeito ativo do 124 e o terceiro do 126
Direto ou individual, não previsão culposa nesta situação
O aborto espontâneo é um fato atípico, e o acidental quando a gestante
teria que fazer repouso e não fez corretamente e abortou o feto, mas ela
não teve intenção, fato atípico
No aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento, por ser um crime de
mão própria, é impossível ocorrer concursos de pessoas na modalidade de co-autoria,
mas admite-se a participação. Se o terceiro for além da participação, intervindo na
realização do atos executórios, não responderá como co-autor, pois a natureza do
crime não permite, respondendo então como autor do art. 126 do CP.
Art. 127 CP
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um
terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Causas do aumento de pena
Preterdoloso
o Dolo no Aborto
o Culpa na lesão ou morte
Se resultar a morte da gestante, somente se aplica aos artigos 125 e 126 do código
penal.
o Lesão corporal 1/3
o Morte - duplica
Art. 128 CP usa a analogia no direito penal, nas normas não incriminadoras.
Se não for praticado pelo médico e mas outro profissional com intuito de salvar a vida
da gestante. (excludente especial da licitude). Não necessidade consentimento
quando o aborto é necessário para salvar a vida da gestante.
O inciso II, explica que o aborto foi realizado quando a gravidez foi proveniente do
abuso sexual, há necessidade do consentimento da gestante se for menor com
consentimento do representante legal. Na Doutrina o médico pode realizar o aborto
sem a denúncia da violência sexual, a lei não exige boletim de ocorrência, inquérito
policial, basta que tenha uma prova idônea, como por exemplo prova pericial.

Direito Penal Especial I Página 18


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da


gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Precisa após a manobra abortiva realizada que produziu a morte do feto ou embrião,
a expulsão é indiferente, A manobra abortiva é o nexo de casual.
Ação penal - Ação é publica e incondicionada e a competência é do tribunal do Júri.
Capitulo II titulo I.
Lesão Corporal
Consiste em todo e qualquer dano produzido por alguém com o ânimo de lesar a
integridade física ou saúde de outrem.
Ocorre quando lesiona a integridade física, não confundir com as vias de fato, é uma
contravenção penal, não causa lesão, ex. puxão de cabelo, tapa leve, beslicão, são
vias de fato.
A prática lesão corporal, alteração no corpo da vitima, interna quando há mal
funcionamento interno.
Bem Jurídico: Integridade Física – refere-se à alteração anatômica interna ou externa
do corpo.
Saúde Fisiológica: Refere-se ao equilíbrio funcional do organismo.
Saúde Mental: Perturbação de ordem psíquica.
Ex.: Choque nervoso
Sujeito ativo e passivo pode ser qualquer pessoa, no Direito Penal não há tipificação
da auto lesão corporal.
Hipóteses de auto lesão, prevista no art. 171, V, auto lesiona para fraudar o seguro,
não responde pela lesão e sim pela fraude contra o patrimônio.
Código penal militar, com o cidadão se auto lesiona para ficar inabilidade para o
serviço militar. Art. 184.
Tipo Objetivo. O verbo é ofender, lesar, ferir, a conduta de se praticada pelo agente é
ferir, ex. luxação, traumatismo, etc.
A pluralidade de lesões não altera o tipo de crime, sempre continua como lesão
corporal.
O bem jurídico tutelado da integridade física é um bem indisponível, exceto Cesar
Bittencourt, menciona que o bem jurídico será relativamente disponível somente
quando produzir lesões pequenas, ex. tatuagem, pircing, nestas situações há
consentimento, então o bem jurídico é relativamente disponível.
Lesão corporal leve.
Art. 129 caput CP

Direito Penal Especial I Página 19


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.


Critério de exclusão, dos parágrafos 1º e 2º, se a conduta não se enquadra neste
parágrafos será uma lesão corporal leve.
Lesão corporal leve, ela só existe na modalidade doloso, o sujeito teve a intenção de
ofender , dolo a conduta o agente tem consciência e vontade, provando com a laudo
da pericia.
Cabe tentativa na lesão corporal leve.
Art. 129 § 1º CP – Lesão Corporal Grave
Ocupação habitual não é sinônimo de trabalho, mas compreende todas as suas
atividades do seu cotidiano.
Esta incapacidade será analisada após 30 dias será feito o corpo de delito
suplementar, justificando a incapacidade das atividades habituais., crime preterdeloso,
teve dolo na lesão e culpa na incapacidade para as ocupações, se o agente queria
mesmo que a vitima ficasse incapacitado as suas atividade habituais, dolo na lesão e
dolo no resultado, a diferença estará na aplicação da pena, dosimetria da pena.
Dolo na lesão, dolo no resultado, dolo na lesão e culpa no resultado preterdoloso
Perigo de vida: ex. traumatismo craniano, perfuração no pulmão, passando por um
perigo de morte, não basta um prognóstico o médico tem que dá um diagnóstico.
Animus apenas de lesionar e não de matar.
Dolo na lesão e culpa no perigo de morte, se caso leve o agente a morte responderá
pelo crime de tentativa de homicídio.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos

Art. 129 § 2º CP – Lesão Corporal Gravíssima, foi a doutrina que se encarregou de


denominar esta lesão. Para o código penal não usa de lesão corporal gravíssima.

§ 2° Se resulta:

Direito Penal Especial I Página 20


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.


12/03/10
Art. 129 CP
Lesão Corporal Gravissima (§2º)

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.


• Incapacidade permanentes para o trabalho (dolo ou culpa)
• Enfermidade incurável (dolo ou culpa), transmitir por exemplo a Aids.

• Perda ou inutilizarão de membro, sentido ou função (dolo ou culpa),


eliminação, ex. mutilação, amputação (houve uma perda), utilização significa
uma perda funcional. O órgão continua no meu corpo mas sem nenhuma
função. Ex. braço paralisado este está no corpo, mas não tem nenhuma
função. O membro esta ainda ligada ao corpo mas a sua função cessa
permanente. Ex. a perda da visão é grave, quando refere-se a perda de um
olho, e se for a perda da visão dos dois olhos a lesão é gravíssima.

• Deformidade permanente (dolo ou culpa), dano estético, não podendo ser


uma pequena cicatriz, tem que ser um dano estético visível, irreparável,
trazendo um grande desgosto a vitima. RT 563 pag. 306, Se com a cirurgia

Direito Penal Especial I Página 21


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
plástica consiga sucesso, o agente não será responsabilidade pela lesão
corporal.

• Aborto (dolo na lesão, culpa no Aborto) aqui é culpa, tem que ter o
conhecimento da gravidez, tem dolo na lesão corporal com o resultado. Se não
tiver conhecimento da gravidez teremos erro de tipo.

Lesão Corporal seguida de morte (§3º)

Lesão corporal seguida de morte

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o


resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Trata-se de um crime preterdoloso (dolo na lesão, culpa na morte)

Se houver dolo eventual quanto ao resultado morte o agente responderá por


homicídio.

A tentativa é impossível .

A competência é do Juiz Singular.

O autor da lesão não tinha a intenção do resultado morte. Ação doloso e culpa na
morte. Por trata-se de crime preterdoloso não cabe tentativa de lesão corporal seguida
de morte, logo quem irá julgar é um Juiz Singular, correndo por uma Vara Comum.

Nos termos do art. 129,§3º, do CP, se resulta morte e as circunstâncias evidenciam


que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo, sofre pena de
reclusão de 4 a 12 anos.

Trata-se de um crime preterdoloso, crime qualificado pelo resultado, misto do dolo e


culpa.

Lesão Corporal Privilegiada (§4º)

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou


moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Direito Penal Especial I Página 22


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
⇒ Requisitos:

• Motivo de relevante Valor Social. Ex. leva a mãe do hospital e pela


demora no atendimento a filha bate na enfermeira.

• Motivo de relevante Valor Moral

• Sob o domínio de violenta emoção após injusta provocação da vítima

 O Privilégio incide sobre todas as modalidades de Lesão Corporal


Dolosa. (grave, gravíssima seguida de morte)

Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção
pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Só na lesão corporais leve.

O §5º do art. 129 do CP, (leões privilegiadas e lesões recíprocas)com substituição de


pena de detenção por multa somente se aplica as lesões leves.

Lesão Corporal Culposa §6º do Art. 129 do CP.

Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Culposa, não há distinção de graus, de grave, gravíssima, etc. agiu por imprudência,
responde lesão corporal culposa. Não cabe tentativa, porque o agente não queria.

A ação penal é Pública condicionada, por força do Art. 88 da lei 9.099/95.

Lesão Culposa e Dolosa – com aumento de pena - §7º Art. 129 CP

Direito Penal Especial I Página 23


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121,
§ 4º.

Culposa:

⇒ Hipóteses

 Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.

 Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vitima

 Se o agente não procura diminuir as conseqüências de seu ato

 Se o Agente foge para não ser preso em flagrante

Prevista no CP Veículo Art. 303 - Lei 9.503/97.

Dolosa:

 Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60

Perdão Judicial - § 8º Art. 129 do CP

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada


pela Lei nº 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)

Aplica-se somente à lesão corporal culposa.

Só cabe perdão judicial na lesão corporal culposa,

Ação penal condicionada

Lesão leve pratica com violência doméstica ( §9º art. 129 CP)

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou


companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada
pela Lei nº 11.340, de 2006)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº
11.340, de 2006)
Direito Penal Especial I Página 24
Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Sujeito Ativo: somente a pessoa que mantém ou haja, mantido com a vítima uma das
relações descritas no tipo

Sujeito Passivo: Pessoa que mantém ou haja mantido com o Autor uma das relações
previstas no tipo. Segundo Bittencourt, também se aplica a outras pessoa, não
descritos no tipo, desde que haja prevalecimento por parte do agente, das relações
mencionadas na descrição típica.

Relações Domésticas: São as existentes entre as pessoas que participam da vida


da mesma família. Ex. Criados

Coabitação: Morada duradoura sob o mesmo teto

Hospitalidade: abrange as pessoas que estão em casa de outrem, sem coabitação,


como visitas.

Entre o sujeito ativo e passivo, de ascendência, descendência, irmão, cônjuge ou


companheiro.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as


indicadas no 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

Aplicando o aumento de 1/3 no âmbito familiar ou contra mulher, se aplica a lesão


corporal grave, gravíssima e seguida de morte.

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime


for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de
2006)
Para os portadores de deficiência.
Ação Penal
A lesão corporal leve e culposa é de ação penal pública condicionada. A lesão
corporal leve com violência doméstica por força do Art. 41 da Lei 11.340/2006 passou
a ser pública incondicionada. Essa posição, entretanto não é pacifica.
Nada impede que sejam praticados contra mulher crimes de envolvam violência
doméstica e familiar de Ação Penal Pública e condicionada, ou de Ação Penal privada.
Ex: Crime de ameaça

Lei 11.340 – Lei Maria da Penha - A ação é incondicionada, para que a mulher deixe
de ser vitima, deve ser Ação Penal Pública incondicionada, a posição majoritária, -
incondicionada, e a mínima condicionada.

Direito Penal Especial I Página 25


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Abandono de incapaz. Art. 133


Generalidades
• É indiferente o consentimento da vítima - Mirabete.
• Não haverá crime se é o próprio beneficiário da assistência que se subtrai a
esta – Frederico Marques.
• Caso o abandono seja para ocultar desonra própria: poderá se caracterizar
o crime de abandono de recém-nascido.

Objeto Jurídico
• A segurança da pessoa – Delmanto, Pierangeli.
Sujeito Ativo
• Aquele que tem o dever de zelar pela vítima (delito próprio) – “garante”.
• Tal dever decorre da lei (Código Civil – pai e filho), de contrato ou
convenção (ex. enfermeiros/paciente) ou de determinadas condutas
anteriores (condução de incapaz em viagem).
Sujeito Passivo
• Requisitos fundamentais: incapacidade + relação de assistência com o
sujeito ativo – Bitencourt.
• O incapaz, não exclusivamente no sentido do Direito Civil, mas todo aquele
que por qualquer motivo (idade, doença, situação especial) não tem
condição de cuidar de si próprio, ou de se defender dos riscos do abandono
- Mirabete.

Tipo objetivo
• Abandonar:
• É deixar a vítima sem assistência em situação de perigo para
sua vida ou integridade física – Flávio Augusto.
• Segundo Damásio, ‘abandonar’ (deixar a vítima sem assistência
no local de costume) abrange ‘expor’ (levar a vítima a lugar diferente
daquele em que lhe presta assistência).
• A duração do abando é indiferente, desde que presente um
espaçamento de tempo juridicamente relevante – Pierangeli.
• Formas de abandono:
• a) Comissiva:

Direito Penal Especial I Página 26


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• Levar a vítima para algum lugar em que não há meios de
se proteger e lá deixá-la.Ex. Mãe que leva criança para a rua e a
deixa privada de cuidado – Damásio.
• b) Omissiva:
• Abandonar a vítima em seu próprio ambiente de
proteção.
• TACRSP: Empregada doméstica: pratica o crime, se
abandona as crianças sob sua guarda, expondo-as a perigo real
e concreto, após furtar a residência – RT 541/396.
• Já se entendeu não configurar o delito se a mãe deixa os
filhos trancados por absoluta necessidade de ir trabalhar fora
(TJRJ, RT 533/387).
• Pessoa que está sob seu:
• Cuidado: assistência eventual – ex. enfermeiro que cuida do
paciente.
• Guarda: assistência duradoura – ex. pais e filhos menores.
Compreende a vigilância – Bitencourt.
• Vigilância: assistência acauteladora – ex. guia em relação ao
turista.
• Autoridade: é poder de uma pessoa sobre a outra, podendo ser
de direito público ou privado. Ex. Diretor de colégio em relação aos
alunos – Flávio Augusto.
• E por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
• A incapacidade deve ser entendida como a impossibilidade de
safar-se por si só do perigo (Flávio Augusto), podendo ser circunstancial
e transitória (Bitencourt).
• A vítima deve ficar em situação de perigo concreto. Assim, não
há crime se o ofendido tem capacidade defensiva – Delmanto.
• Se o agente expõe a vítima e a vigia de longe, não há crime –
Damásio.

Tipo subjetivo
• Dolo (de perigo), ou seja, a vontade de abandonar a vítima, ciente de que
por ela é responsável e do perigo que pode ocorrer. O erro justificado a
respeito dessas circunstâncias exclui o dolo (erro de tipo) – Mirabete.
• Se o agente desejar a morte da vítima, responderá por homicídio
consumado ou tentado ou por infanticídio.

Consumação
• Com o abandono e a criação de perigo concreto para a vítima – Damásio.

Direito Penal Especial I Página 27


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• Se o garante, após abandonar a vítima por tempo juridicamente relevante,
retornar e assumir o dever de assistência, o crime já estará consumado –
Damásio/Mirabete (há divergências).
• Para Flávio Augusto é delito instantâneo de efeitos permanentes.

Tentativa
• Possível, na conduta comissiva. Ex. mãe é surpreendida no ato de
abandonar a criança em local que lhe poderia acarretar perigo concreto de
dano – Damásio.

Ação Penal
• Pública incondicionada.

Formas qualificadas
• Se em decorrência do abandono a vítima sofrer lesão corporal de
natureza grave – reclusão de 1 a 5 anos (= lesão grave)
• O abandono é punido a título de dolo. O resultado qualificador (a
lesão grave) a título de culpa.
• Havendo dolo de dano, estará configurada a lesão corporal de
natureza grave.
• Se do abandono resulta a morte: reclusão de 4 a 12 anos (= lesão
corporal seguida de morte).
• Abandono – dolo; morte – culpa.
• Se houver animus necandi, estará configurado o crime de
homicídio doloso.

Causa de aumento de pena: + 1/3


• Se o abandono ocorre em lugar ermo:
• Local ermo é local muito pouco freqüentado, relativamente
solitário (Flávio Augusto). Tratando-se de local absolutamente solitário,
o fato constitui meio de execução de homicídio (Damásio).
• Se o agente é ascendente
• Descendente (filhos naturais ou por adoção),
• Cônjuge (não se aplica ao companheiro),
• Irmão, tutor ou curador da vítima;
• Se a vítima é maior de 60 anos.

Art. 134 Exposição ou abandono de recém-nascido

Introdução
• Assim como o delito de infanticídio constitui tipo privilegiado em relação ao
homicídio, a exposição ou abandono de recém-nascido também funciona

Direito Penal Especial I Página 28


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
como forma típica privilegiado em relação ao crime de abandono de
incapaz – Damásio.

Objeto Jurídico
• A segurança do recém-nascido – Pierangeli.
• A vida e a saúde da pessoa humana - Damásio

Sujeito Ativo
• Crime próprio. Admite co-autoria e participação – Damásio.
• A mãe
• Que tenha concebido extra-matrimonium.
• A meretriz
• Para Damásio responderia pelo artigo 133 (abandono de
incapaz), pois não se poderia falar em honoris causa.
• Para Bitencourt, deve ser analisado o caso concreto. Assim, se
não decaída no conceito público (sendo sigilosa a atividade que
desempenha), faria jus ao privilégio.
• O pai.
• Segundo Damásio, desde que adulterino ou incestuoso.
• Para Bitencourt, mesmo que adulterino e incestuoso, deve
responder pelo crime de abandono de incapaz e não por este, uma vez
que a 'tortura moral' e a 'degradação social' não mais recaem sobre o
pai adúltero, pois as exigências e concepções sociais são outras.
• Se o marido da mulher infiel abandona a criança adulterina, responde pelo
crime de abandono de incapaz, pois a desonra não é dele – Damásio.

Sujeito Passivo
• O recém-nascido. O Código não o define. Na doutrina encontramos
posicionamentos divergentes:
• Poucos dias, para Noronha.
• 7 dias, Flamínio Fávero.
• 30 dias, Fragoso.
• Até a queda do cordão umbilical – Damásio e Mirabete.

Tipo objetivo
• Expor.
• Conduta comissiva.
• Remover a vítima para local diverso daquele em que lhe é
prestada assistência – Damásio.
• Abandonar:
• Conduta omissiva
• Omitir à vítima a assistência devida
• Recém-nascido

Direito Penal Especial I Página 29


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• Para ocultar desonra própria
• Honoris causa.
• A honra de que se cuida é a de natureza sexual, a boa fama e a
reputação que goza ou autor ou a autora pela sua conduta de decência
e bons costumes. Se a pessoa é desonesta ou de desonra conhecida,
não cabe a alegação de preservação da honra. Se se trata de outro
motivo (ex. Extrema miséria) o fato constitui abandono de incapaz –
Damásio.

Tipo subjetivo
• Segundo Damásio, o tipo requer dois elementos subjetivos:
• a) o dolo, que consiste na vontade livre e consciente de expor ou
abandonar recém-nascido;
• b) o fim ulterior, contido na expressão 'para ocultar desonra própria'
(elemento subjetivo especial do tipo – Bitencourt).
• Em face da exigência do elemento subjetivo do tipo, exige-se dolo direto
(Damásio) e de perigo (Bitencourt).

Consumação
• Com a exposição ou abandono do recém-nascido e a criação de perigo
concreto (ainda que momentâneo – Bitencourt) para a vítima – Damásio.
• Se a mãe, eventualmente, reassumir, mesmo após alguns instantes, o seu
dever de guarda e assistência, socorrendo o recém-nascido, ainda assim o
crime já estará consumado – Bitencourt.
• Não haverá crime quando o agente, ocultando-se, fica na expectativa de
que alguém recolha o exposto, assim agindo para, em caso contrário,
reassumir a assistência devida – Bitencourt.

Tentativa
• Possível, na conduta comissiva (exposição). Ex. mãe é surpreendida no
momento da exposição do recém-nascido, com finalidade de ocultar
desonra própria – Damásio.
• Impossível na conduta omissiva (abandono).

Ação Penal
• Pública incondicionada.

Formas qualificadas
• Se resultar lesão corporal de natureza grave
• Preterdolo.
• Se resultar morte
• Preterdolo.

Direito Penal Especial I Página 30


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Omissão de socorro

Fundamento do tipo
• Na solidariedade humana e nos deveres que desta resultam. O legislador,
portanto, converteu um dever moral em um dever jurídico – Pierangeli.

Objeto Jurídico
• A vida e a saúde da pessoa por meio da tutela da segurança individual –
Mirabete.
• Flávio Augusto ensina que o sujeito que deixar de evitar um homicídio,
podendo fazê-lo, sem risco pessoal, responde por omissão de socorro. Mas
se tinha o dever jurídico específico de impedir o resultado, como um
policial, responderá pelo delito de homicídio, doloso ou culposo.
• Caracterização do crime na conduta daquele que deixa de auxiliar a vítima
de cárcere privado
• Para uns, configura-se o crime. Flávio Augusto afirma que não
há como se negar que a vítima de seqüestro ou cárcere privado corre
também perigo de vida ou saúde. No mesmo sentido, Paulo José da
Costa Júnior.
• Para outros, não, pois o tipo em estudo protege apenas a vida e
a saúde, não a liberdade individual. Pierangeli e Damásio.

Sujeito Ativo
• Qualquer pessoa (dever de solidariedade genérico). Já se a vítima estiver
sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, cometerá abandono de
incapaz – art. 133 – Flávio Augusto.
• Ausente:
• Pode cometer o crime, desde que tenha consciência do grave e
iminente perigo em que se encontra o sujeito passivo. Nesse sentido:
Damásio. TACRIM: Omissão de socorro. Réu que recebe solicitação da
polícia para enviar ambulância para atender um ferido. Informação de
que não atenderia a solicitação por falta de um responsável pelo ferido.
(...) Crime caracterizado. Condenação mantida. Inteligência do art. 135
do CP – RT 726/687.
• Não pode, “ o sujeito ativo deve estar no lugar e no momento em
que o periclitante precisa do socorro, caso contrário, se ausente,
embora saiba do perigo e não vá ao seu encontro, para salvá-lo, não
haverá o crime. (Bitencourt).
• Várias pessoas:
• Todas negam assistência: todas respondem pelo crime
(Damásio).
• Apenas uma assiste à vítima: não há delito, pois trata-se de
obrigação solidária e o cumprimento do dever por uma das pessoas

Direito Penal Especial I Página 31


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
desobriga as outras – Damásio. TACRIM: Se mais de uma pessoa
encontra outra em perigo, todas ficam obrigadas ao socorro. A
assistência eficiente prestada por um dos presentes exime os demais –
RT 519/402. Mas há posicionamento em sentido contrário: TACRESP:
Não há na lei qualquer previsão relativa à isenção de pena quando o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, e o auxílio perante a
referida omissão vem a ser prestado por terceiro – RJDTACRIM 3/143.
• Se a assistência de uma for insuficiente: as outras responderão
pelo delito – Damásio.
• Agente que provoca a situação de perigo, ferindo a vítima, e a abandona:
• Responderá por lesão corporal ou homicídio, dolosa ou culposo
– Flávio Augusto.
• Médico:
• Se tiver o dever específico de agir (ex. Médico contratado pela
família ou plantonista em hospital), responderá por homicídio, por força
do art. 13, par. 2, do CP.
• Se não tiver o dever específico de agir (ex. Passava
coincidentemente pelo local), responderá por omissão de socorro –
Flávio Augusto.

Sujeito Passivo
• Criança abandonada
• Criança, para Damásio, é aquela que não tem capacidade de
vigiar a si mesma. Não é possível estabelecer uma idade-limite da
criança para a configuração do delito. A solução depende do caso
concreto. Para Flávio Augusto, tomando por base o artigo 2 da Lei
8069/1990, é a pessoa até 12 anos de idade incompletos.
• Abandonada: que foi objeto de abandono por parte da pessoa
que devia exercer a vigilância.
• Criança extraviada
• Perdida.
• Pessoa inválida
• É aquela que por si só não pode prover a própria segurança –
Bitencourt.
• Ferida
• Que apresenta uma lesão (que não precisa ser grave – RT
520/39) a sua integridade corporal.
• Ao desamparo
• Precisando de auxílio.
• Ou em grave e iminente perigo
• Perigo sério e concreto (Tacrim 745/331).

Vítima que recusa o socorro

Direito Penal Especial I Página 32


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• A oposição da vítima, por si só, não afasta o dever geral de prestar socorro,
salvo se essa oposição inviabilizar a assistência (Bitencourt), pois o objeto
jurídico é irrenunciável (RT 702/348).

Tipo objetivo
• Deixar de prestar assistência
• Deixar de socorrer. O socorro deve ser imediato (TACRIM:
comete o crime de omissão de socorro o agente que, sabendo ser a
vítima epiléptica e tendo condições de prever a gravidade do ataque,
permanece durante horas ao seu lado sem procurar socorro médico,
esperando que ela recobre os sentidos – RJDTACRIM 5/137).
• Quando possível fazê-lo
• Não se exige que o sujeito pratique atos para os quais não está
habilitado – Mirabete.
• Sem risco pessoal
• Ou seja, sem arriscar sua vida ou integridade corporal, pois a lei
não obriga a ninguém ser herói ou santo. O risco patrimonial ou moral
não afasta a tipicidade, podendo, conforme o caso, afastar a ilicitude.
• à criança abandonada, extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo
• Não importa a causa do perigo.
• ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
• Dever de assistência indireto.
• O socorro pode ser pedido por qualquer forma.
• Autoridade pública: Delegado de Polícia, Juiz de Direito,
policiais, etc.
• Para Capez, se o sujeito pode prestar o socorro diretamente,
deve fazê-lo; se não pode, deve pedir socorro da autoridade pública.
Para Flávio Augusto, se a situação de perigo pode ser afastada tanto
pela assistência direta como pela indireta, poderá optar. Se, porém, a
situação de urgência não admitir a mora, deverá prestar a assistência
direta.
• Para Bitencourt, o agente somente pode utilizá-la quando a
forma direta não puder ser prestada sem risco pessoal. Não cabe ao
agente escolher entre prestar a assistência ou pedir socorro.

Tipo subjetivo
• Dolo, que pode ser excluído pelo erro – TACRESP: Falta de assistência
eficiente, por médico, perante erro de diagnóstico. Delito não caracterizado
– JTACRIM 60/208.
• Não existe forma culposa.

Direito Penal Especial I Página 33


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• O dolo de dano exclui o dolo de perigo e altera a natureza jurídica do crime.
Assim, se o agente quiser a morte da vítima, responderá por homicídio
(Bitencourt).

Consumação
• No momento em que o agente, podendo, deixou de agir, prestando o
socorro ou solicitando auxílio.
• Passado tempo juridicamente relevante, o socorro tardio não exclui a
consumação – Mirabete.
• Se o agente omitiu socorro e depois retornou ao local, o crime estará
consumado (JTACRIMSP 56/201).

Tentativa
• Impossível, pois se trata de crime omissivo próprio.

Ação Penal
• Pública incondicionada.

Figuras majoradas
• A pena é aumentada da metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave e triplicada, se resulta a morte
• Engloba as lesões graves (art. 129, § 1) e gravíssimas (art. 129,
§ 2).
• e triplicada, se resulta a morte
• STF: À qualificação de omissão de socorro pelo resultado morte
não importa o número de eventos letais efetivamente decorrentes da
assistência omitida – RT 661/366.
• São tipos preterdolosos.
• É necessária a comprovação que a atuação do omitente evitaria a produção
desses resultados (RT 525/378), caso contrário, não se agrava pena.

Maus tratos

Generalidades
• O castigo físico moderado continua admitido no Brasil como meio de
correção ou disciplina, ao contrário do que acontece na Suécia, que
eliminou o direito de agredir fisicamente o filho, ainda que de forma
moderada – Flávio Augusto.

Objeto Jurídico
• A vida e a incolumidade da pessoa – Flávio Augusto.
• Visa, notadamente, à correção de abusos correcionais – Delmanto.

Sujeito Ativo
Direito Penal Especial I Página 34
Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• Crime próprio. Só pode ser autor a pessoa que tem outra sob sua guarda,
autoridade ou vigilância para os fins mencionados no tipo.
• Autoridade: poder (dever legal) de uma pessoa sobre a outra. Ex. Diretor
de colégio e aluno.
• Guarda: assistência duradoura ao incapaz – ex: pai e filho menor.
• Vigilância: assistência acauteladora – ex: guia alpino em relação ao
alpinista.
• Agente tosco: a falta de educação e cultura não justifica, em princípio, a
prática de maus tratos.
• Marido não exerce guarda, autoridade ou vigilância sobre a esposa (RT
434/432). Idem pai com relação ao filho maior de idade.

Sujeito Passivo
• Qualquer pessoa que esteja sob a autoridade (ex. aluno), guarda (ex. Filho)
ou vigilância (ex. Nenê) do sujeito ativo para os fins mencionados no tipo.
• Esposa ou filho maior não podem ser sujeito passivo de maus tratos
aplicados pelo marido ou pai, uma vez que inexiste relação jurídica de
subordinação – Flávio Augusto.

Tipo objetivo
• Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
• Expor significa criar uma situação de perigo à vida ou à saúde da
vítima.
• Dolo de perigo, não de dano.
• Sob sua guarda, autoridade ou vigilância para fins de (pressuposto do
crime – Hungria):
• Educação: toda atividade docente destinada a aperfeiçoar a
capacidade individual (em sentido amplo) – Hungria.
• Ensino: sentido menos amplo que o de educação. Ex. Ensino
médio.
• Tratamento: cura, subsistência.
• Custódia: detenção legal de uma pessoa – ex. Diretor de
colégio e aluno.
• Quer privando-a de (exige habitualidade) – crime omissivo
• alimentação: adequada. Basta a privação parcial de alimentos
(Pierangeli), contudo, não constitui o crime a privação de sobremesa
(Mirabete). A privação absoluta de alimentação pode ser meio de
execução do crime de homicídio.
• ou cuidados indispensáveis: Assistência mínima para a
preservação da vida ou da saúde – condições de higiene pessoal,
agasalho, etc. Ex. pai que deixa o filho dormir sem agasalho no
inverno (Flávio Augusto).
• Quer sujeitando-a a

Direito Penal Especial I Página 35


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
• trabalhos excessivo: é aquele que produz fadiga extraordinária
(Mirabete). Ex. Mandar uma pessoa fraca carregar peso muito acima
de suas forças.
• ou inadequado: incompatível com a idade ou condição física da
vítima – ex. Menor exercer trabalho insalubre.
• quer abusando (excedendo) de meios de correção ou disciplina
• O texto significa aplicar castigos imoderados. Ex. Obrigar a
vítima a comer insetos (TacrimSP) ou colocar formigas sobre seu
corpo (TacrimSP).
• A finalidade não é lesionar, mas corrigir. Ex. mãe bate na filha
objetivando corrigi-la, causando-lhe, contudo, lesões corporais.
• Eventualmente essa modalidade poderá consistir em crime
permanente. Ex. Pai, com animus corrigendi, mantém o filho
amarrado ao pé de uma cama – Hungria.
• O castigo físico imposto pelo pai ao filho menor, com
moderação, adequação às circunstâncias e com finalidade
pedagógica não configura o ilícito – RDJTACRIM 11/127.

Tipo subjetivo
• Dolo de perigo, direto ou eventual (Flávio Augusto).
• Atuando com dolo de dano, haverá outro crime.

Consumação
• Com a exposição do sujeito passivo ao perigo de dano (Capez) sendo
desnecessária a ocorrência de qualquer resultado material (Bitencourt).

Tentativa
• Possível, nas condutas comissivas.

Ação Penal: Pública incondicionada.

Figuras qualificadas
• Se em decorrência dos maus tratos a vítima:
• vier a sofrer lesão corporal de natureza grave:
• ou falecer
• Figuras preterdolosas.
• Deve haver previsibilidade objetiva.e nexo causal.

Causa de aumento de pena


A pena aumenta-se de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos.
Logo, se o crime for praticado na data em que a vítima completa essa idade, a
majorante não será aplicada – Bitencourt

09/04/10
Direito Penal Especial I Página 36
Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Art. 136 Maus Tratos

Bem Jurídico: Vida e saúde humana

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, que possuía em relação à vitima uma relação de
subordinação (autoridade, guarda, vigilância)
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa que esteja

Sob Subordinação

Tipo Objetivo:
• Privar de alimentos
• Privar de cuidados indispensáveis
• Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
• Abusar dos meios de corretivo, (pai corrigir os filhos mas não abusando destes
meios, haverá excludente da ilicitude sob exercício regular do direito dos pais
sobre seus filhos).

Se o castigo imposto pelos pais ao filho menor moderadamente não haverá delito
apenas será maus tratos quando se abusa do castigo.

Tipo Subjetivo
• Dolo de Perigo.
• Atuando com dolo de dano
Tentativa não cabe na privação do alimento e sim na condutas comissivas.

Temos duas qualificadoras no crime dos maus tratos, se do fato resulta lesão corporal

Art. 133 Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Direito Penal Especial I Página 37


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)

Lei de tortura. 1.495/97. art. 1º,II

Relacionando com os maus tratos.

Forma de Maus contra idosos Lei 10.741/03 – Art. 99 Estatuto do Idoso. – redação
semelhante aos maus tratos.

As duas qualificadoras são as mesmas.

Ação Penal Pública e incondicionada.

Rixa Art. 137 CP

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo
fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Contenda entre pessoas no mínimo 3 pessoas e todos contra todos, imaginemos que
temos A, B e C – (todos se batem, ex. estádio de futebol, brigas em baladas)

Rixa tem algumas peculiaridades.

Bem Jurídico:

1. Vida e a saúde (integridade).


2. Ordem e paz Pública.

Esse crime de rixa todos são sujeitos ativos e passivos.

A Participação da Rixa, houve a intervenção pessoal, o agente ingressa para briga,


na luta, diferente da Participação no crime de Rixa, neste crime temos a participação
do partícipe, aquele que induz, instiga ou auxilia. Partícipe, quando fazer a dosimetria
da pena, analise do Art. 29 CP em conjunto com o Art. 137 CP.

Direito Penal Especial I Página 38


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Tipo Subjetivo é o dolo.

Consumação no momento que implode esta briga, a doutrina costuma classificar a rixa
em:
• Rixa Ex Improviso, rixa que ocorre subitamente
• Rixa Ex Propósito, rixa preordenada, (ex. as torcidas em São Paulo marcam a
rixa, havendo a possibilidade de um tentativa quando não é possível a rixa)
O legislador possibilidade de legitima de defesa própria, por exemplo que na rixa, é
apontada a arma e para se proteger um dos rixentes em legitima defesa, não
responde pelo homicídio em virtude da excludente de legitima defesa mas responderá
pela o crime Rixa.

Teremos rixa qualificado, Art. 137 parágrafo único


• Lesão corporal grave
• Morte
Se não for possível identificar o agente ativo todos responderão pela rixa qualificadora.
Se for identificado o agente ativo responderá pela lesão ou morte, pela rixa,concurso
material exposição de motivos da parte especial, os demais responderão pela rixa.

Terceiro passivo não responde por nada.

Ação Penal Pública e incondicionada.

Prova Até o Art. 137

Crimes Contra Honra

A honra pode ser definida de como um complexo ou conjunto de predicado os


condições das pessoas que me conferem consideração social.
A Doutrina costuma classificar honra, como:
• Honra objetiva, é conceito dos demais membros pensam a respeito do
individuo, que os outros pensam de mim.
• Honra subjetiva, é o meu sentimento por mim mesmo, a minha auto estima.
A honra é um bem jurídico disponível, que ser fulano que quiser falar do beltrano não
quiser mover uma ação, crimes contra honras é uma ação privada, contratando um
advogado

Direito Penal Especial I Página 39


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Calúnia

Calúnia é o fato de atribuir a outrem, falsamente, a prática de fato definida como crime
(CP, art. 138, caput).

Bem Jurídico: Honra objetiva


Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode praticar o crime de calúnia
Sujeito passivo: qualquer pessoa pode praticar o crime de calúnia, incluindo também
os inimputáveis, e também pode está no pólo passivo a pessoa jurídica.

Imputar, = acusar, atribuir,


Temos fatos determináveis, não podem ser vagos.
Fato tem que ser definido como crime ( não pode ser contravenção)

Elemento normativo: Falsamente


A imputação deve ser falsa, se for verdadeira não há crime.
A falsidade pode ser porque o crime não ocorreu, ou a falsidade quanto à
autoria, o crime ocorreu, mas a imputação da autoria é falsa.
Elemento Subjetivo: Dolo de ano + elemento subjetivo especial (finalidade de atingir
a honra, denegrir).
Para calunia não basta o dolo, mas vamos procurar o dano para atingir a reputação.
“precisamos do “Animus Caluniante”, denegrir a honra da vitima.
O Crime de calúnia se consuma no conhecimento de uma 3ª pessoa, porque lidamos
com a honra objetiva. E só se consome pela forma verbal, se for pelo meio de
telegrama, já consome o crime de calúnia.
Tentativa só se for por meio escrito.
Art. 138 § 1º CP

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

Propalação ( âmbito mais restrito, comunicação relato verbal) ou divulgação.(seria


tornar público a calunia ou seja numa esfera maior)
O propalador ou divulgador, não foi ele que criou a calúnia, não é o autor, esta pessoa
propala a calúnia e sabendo da imputação ser falsa.

A pena é mesma para propalação e divulgação.

Art. 138 §2º CP


Direito Penal Especial I Página 40
Direito Penal Especial I - 4º 201
0
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

Os legítimos podem mover ação contra a calunia contra os mortos.

Autor da calunia – querelado – é o demandado, caluniador

Vitima da calunia – querelante, quem ingressa com a ação (ofendido) querelado

Exceção da verdade – é a possibilidade que o querelado tem de realizar a prova da


verdade.

Regra : é cabível na calunia, salvo em 3 hipóteses (Art. 138 §3º,I,II,II)

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado
por sentença irrecorrível; ( Ex. da sala, o Chefe assedia sexualmente a Secretária, e W diz
que o chefe praticou o crime de assédio sexual, mas ele não poderá usar da regra de
exceção da verdade pois a secretaria não demandou ação por motivo particular).

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível. (lógica)

Ação Penal Privada. Art. 145 CP

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do


inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do
inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3 o do art. 140 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 12.033. de 2009)

Difamação

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Direito Penal Especial I Página 41


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Bem Jurídico: Honra objetiva,

Sujeito Ativo: qualquer pessoa

Sujeito Passivo: qualquer pessoa, incluindo inimputáveis, pessoas jurídicas.

Tipo Objetivo – Difamar, vem do latim, tirar a boa fama, não pode ser um fato vago

A imputação do fato pode ser de contravenções penais e fatos ilícitos, o fato pode ser
até verdadeiro, ou seja o fato não precisa ser verdadeiro, e nem ser definido como
crime. Estará atingindo a honra da pessoa.

Consumação: para consumar-se a difamação quando chega o conhecimento de uma


terceira pessoa, é possível tentativa se for por meio escrito.

Exceção da verdade: se a imputação de fato ofensivo, verdadeiro for contra


funcionário público em razão de suas funções, neste caso admite-se a exceção da
verdade, pois o Estado tem interesse em apurar autencidade da imputação.

Art. 139, parágrafo único. CP

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário


público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

23/04/10

Constrangimento ilegal

Liberdade de autodeterminação

Direito Penal Especial I Página 42


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Tipo objetivo

Constranger significa obrigar, forçar, compelir, coagir alguém a fazer ou deixar de


fazer alguma

Através de grave ameaça, promessa de um mal, promessa de um mal, utilizo a grande


ameaça para que a pessoa pessoa fazer o determinada coisa. O crime de ameaça é
para causar temor.

Constrangimento com coação, e tem que ser ilegítima, porque pode eventualmente
fazer a vitima fazer algo que é legitimo não responde por constrangimento ilegal,
podendo configurar como exercício arbitrário da próprias razões, art. 345 CP fazer
justiça com as próprias mãos. Para ser constrangimento ilegal a coação tem que ser
ilegítima e se for legitima art. 345 CP (coagir o pagamento de divida).

Conduta dolosa, direto ou eventual

Tipo Subjetivo:

O elemento subjetivo, geral é o dolo, consciência e mais vontade de realizar os


elementos descritivos do tipo penal

“alguns delitos” além do subjetivo geral e vai gerar elemento subjetivo especial que é o
fim de agir, e qual a finalidade do constrangimento que deixe de fazer algo. Conduta
positiva ou negativa da vítima.

Consumação: se entrar no carro sob grave ameaça consome o crime de


constrangimento ilegal

Tentativa: e não entrar no carro é apenas tentativa.

Teria que ser uma arma verdadeira.

Regra artigo 30

Circunstancias de natureza subjetiva não se comunicam não se comunicam aos co-


autores e partícipes.

Circunstâncias de natureza objetiva se comunicam aos co-autores e participes,


desde que entrem a esfera de conhecimento dos co-autores ou participes.

Direito Penal Especial I Página 43


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

30.04.10

Art. 148 CP Seqüestro e Cárcere Privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior


de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;

III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº


11.106, de 2005) foi acrescentado.

V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave


sofrimento físico ou moral:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

V – intenção de seqüestrar a vitima e manter atos libidinosos, responderá pelo


Seqüestro e Cárcere Privado, Art. 148,V

§2º deixar a vitima exporta ao sol, priva do sono, que evidencie maus tratos.

Redução a redução Análoga à de escravo

Reduzir sujeitar uma pessoa a outra a uma condição de sujeição de escravidão,


servidão, ficando submissa ao empregador, patrão, semelhante, equivalente a de um
escravo.

A pessoa esta subjugado com o empregador, trabalhos forçados, jornadas exaustivas.


(16 ou 18 horas por dia)

Violação de domicílio

Direito Penal Especial I Página 44


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Art. 150 CP

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa


ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de


violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora


dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso
do poder.

§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas


dependências:

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra
diligência;

II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na
iminência de o ser.

§ 4º - A expressão "casa" compreende:

I - qualquer compartimento habitado;

II - aposento ocupado de habitação coletiva;

III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a


restrição do n.º II do parágrafo anterior;

II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Domicilio Civil é diferente do penal. É domicilio penal onde residimos, a caso é uma
asilo inviolável.

Direito Penal Especial I Página 45


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Durante a noite ninguém, nenhuma autoridade pode entrar ou permanecer na casa de
alguém.

Em 3 casos

Art. 5º, XI CF/88

Flagrante, delito e desastre,

Bem Jurídico Tutelado

Paz, privacidade, liberdade.

Art. 150 § 4º

Interpretação “Casa”

A Casa tem que cercar a casa, o proprietário está comunicando que é proibido a
entrada sem a sua própria autorização.

Sempre vai prevalecer a negativa, no exemplo do marido e mulher, a mulher não


permite que o seu marido leve os seus amigos para assistir o jogo, a mulher pode
alegar que sua casa foi invadida.

Tipo objetivo

Entrar = Ingressar

Permanecer= ficar, continuar

Elementos normativos:

Clandestina: Realizada às ocultas, escondido sem que o morador tome conhecimento


(Dissentimento presumido) Fez a entrada ocultivamente, de sentimento presumido,
entrar na casa escondido, presume-se que o morador não consente a entrada.

Astuciosamente Utiliza algum artifício, fraude, ardil para induzir o morador a erro e
com isso obter o consentimento para entrar ou permanecer. Quando o agente provoca
no morado um erro usando de um artifício ou fraude, induzindo o morador a erro para
poder entrar no veiculo, Ex. agente finge ser funcionário da Sabesp., esse funcionário
responderá por violação de domicilio. Art. 150 CP.

Direito Penal Especial I Página 46


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Ostensiva ou Franca: quando a entrada é realizada contra a vontade expressa ou
tácita de quem de Direito. (quando o agente entra na casa sem consentimento
expressamente escrito ou tácito).

Crime Sexuais Andre Estefam – Fernando Capez já atualizei.

Entrada Francas dissentimento expresso ou tácito

e Permanência Astuciosa Dissentimento

ou Presumido

Clandestina

Qualificadora, Art. 150 § 1º

§3º excludente, não foi revogado – está valendo

Art. 5º, XI, CF/88 – prestar socorro, desastre e flagrante ou delito.

Direito Penal Especial I Página 47


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

07.05.10

Crimes Contra o Patrimônio

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode


substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.

Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor


que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426,
de 1996)

Direito Penal Especial I Página 48


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Somente se procede mediante representação.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota
a que tem direito o agente.

Furto – Art. 155 – (não há o emprego de Violência ou grave ameaça contra a


vítima).

Objeto Jurídico – A posse (Detenção) e a propriedade

Sujeito Ativo – qualquer pessoa

Sujeito Passivo – qualquer pessoa

Tipo Objetivo – Subtrair = trair, retirar

Objeto material – coisa móvel ( tudo aquilo que pode se transportado de um lugar
para o outro sem a destruição do solo)

Elemento Normativo – Coisa “alheia”

Res nullius – coisa de ninguém não são objetos do crime de furto

Res Derelicta – coisa abandonada

Res Deperdita – coisa perdida, se você achar uma coisa e tomar posse, responde
para o crime Apropriação indébita de coisa achada, Art. 169,I CP.

Elemento Subjetivo – Dolo e o Animus de assenhoramento definitivo, ou seja, não


devolver a Res para o possuidor, não basto o dolo e também a intenção de ficar a
coisa para si.

Furto de uso, o agente retira o objeto, falta ao agente o assenhoramento, o agente


quer apenas usá-la.

Furto de uso, não há necessidade de 2 Requisitos, não será crime pois é um fato
atípico. (porque não teve o animus de assenhoramento definitivo)

Direito Penal Especial I Página 49


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
1. Que o agente restitua a coisa nas mesmas condições

2. O tempo que fica com o opjeto por um curto espaço de tempo.

Consumação – 2 correntes:

1. Consuma-se com a inversão da posse, isto é, com a retirada do bem da esfera


de disponibilidade da vítima.

2. Retirada do bem da esfera da disponibilidade da vítima e a posse tranqüila,


ainda que por outro período. (posse mansa ou pacifica), posição oficial do STJ,
é necessário a posse tranqüila.

A jurisprudência é bem dinâmica, nos crimes contra o Patrimônio.

Tentativa de furto, para ser tentativa o agente tem que ter iniciado a execução,
subtrair, retirar, na tentativa de furto o agente esta executando o crime.

Concurso de agente as circunstâncias se comunica com o objeto material do crime,


todos respondem pelo crime consumado.

Cabe no furto desistência voluntária

É possível concurso de pessoas, tanto na co autoria e na participação, a pergunta é


Pode ser participe do furto mediante omissão, desde que o participe não reage
impedindo o furto, no caso de policial. Art. 319 CP, o policial responderá por participe
do furto.

Liame subjetivo. ???

Crime material com 2 ações produzem dois crimes, o agente entra na casa subtrai
bens, chegando a dona da casa e estupra a dona da casa, responde pelo furto e pelo
estupro. Art. 69, 70, 71

2 ações produzem 2 resultado, sempre as penas são somadas

Concurso formal, próprio e impróprio, 1 ações produzem 2 ou mais resultados. Se


alguém entra no ônibus e subtraiu vários objetos de vitimas diferentes com uma ação
produziu vários resultados, responde por 1 furto só, aumenta a pena 1/6, majorante.

Furto concurso continuado, art. 71 CP, durante o ano o agente subtrai um objeto
durante todos os dias, responderá por 1 furto, com a pena aumentada.

Direito Penal Especial I Página 50


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Furto Famélico, é aquele que é cometido que o agente se encontra numa situação de
extrema miséria, e ele subtrai o alimento para saciar a sua fome ou da família, e neste
fato é o estado de necessidade é uma excludente da ilicitude.

Furto noturno, art. 155 § 1º , repouso noturno é a maior parte da população se retira
para repousar em seu lar, em São Paulo a maioria as 11 horas da noite, noite é
ausência de luz solar, aumenta de 1/3 da pena, durante o repouso, há uma diminuição
na vigilância e poucas pessoas na rua.

Não aplica-se a causa de aumento de pena do § 1º, art. 155 CP, ao furto
qualificado, aplica-se somente ao furto simples, que é do caput 155 CP, por
causa da posição geográfica do § 1º.

Qualificadora § 4º

Art. 155. § 2º minorante – duas requisitos

1. Que o seu seja primário

2. A coisa subtraída seja de pequeno valor, valor igual ou inferior ao salário


mínimo nacional, se vários objetos tem que somar os valores de todos os
objetos.

Cabe o arrependimento posterior, após a consumação do crime, por ato


voluntário o agente restitui os objetos subtraído a vitima, se ocorrer antes da
denúncia, caberá o arrependimento posterior, art. 16 CP, haverá diminuição de
pena.

Furto qualificado priveligiadoras, no STJ, duas posições uma aplica-se e ou salienta


que não é possível. Ex. furto de repouso noturno e o objeto é de pequeno valor, furto
priveligiadora.

Furto de energia, normal penal explicativa e não incriminadora, abrange também a


energia genética, no caso da net, alguns juízes condenam pelo furto de energia e
outros por estelionato.

Furto qualificado § 4º

I, obstáculo, é uma porta, um cadeado, alarme, a diferença de romper e destruir.


Romper – esta abrindo e destruir esta desfazendo. A violência empregada é contra a
coisa e não com a vitima.

Direito Penal Especial I Página 51


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Quando o obstáculo não for inerente a coisa, se quebrar o vidro do automóvel e roubar
o carro, responde por um furto simples, o vidro faz parte do carro, mas se quebrar o
Vidro e levar o toca cd, é furto qualificado. Obstáculo não pode fazer parte da
constituição do objeto.

II. 1. Qualificadora, abuso de confiança, pode decorrer de várias relações, amigo,


empregado, parente, o autor do crime deve se prevalecer da confiança nele
depositada, aproveitando se de alguma facilidade decorrente desta confiança nela
depositada. Não pode confundir esta qualificadora com apropriação indébita.

2.fraude, engodo, utilizando deste artifício e aproveita e subtrai a coisa

3. escalada, via de acesso anormal, remover telhas do telhado, entrar por este vão,
cavar túneis, qualquer entrada via anormal. Ex. Furto no Banco no Ceará, é um furto
qualificado, quebra o cofre e qualifica também pela escalada.

4. destreza, habilidade física ou manual que permite subtrair a coisa sem que a vitima
perceba, Punga – Punguista, para responder por esta qualificadora a vitima não pode
perceber a subtração, se a vitima percebe a subtração, o sujeito vai responder por
furto simples tentado, se a vitima se dá conta que esta sem o objeto, e conseguiu
restituir o objeto, tentativa de furto qualificado, se as pessoas as arrededores da vitima
perceberem a subtração o agente responderá por tentativa do furto qualificado.

III, emprego de chave falsa, é todo instrumento com ou sem forma de chave capaz de
abrir fechaduras, sem arrombamento, ex. michas, Gazua, se utilizar a chave
verdadeira, não qualifica o crime para Nelson Hungria, a posição da Jurisprudência,
não qualifica o crime, mas isso não impede, da forma que o agente conseguiu a chave
verdadeira por meio da fraude, neste caso aplicaria a qualificação mediante fraude.

ligação direta, não configura qualificadora de chave falsa, não está usando nenhum
dispositivo. Furto simples

IV, mediante concurso de 2 ou mais pessoas.

2 ou mais, co-autoria e participação, 1. Posição todos os co-autores devem está


presente na execução do crime, e todos estão executando o crime. 2. Outra posição
que os participes, aqueles que planejaram o furto, participe intelectual, mesmo que
não realize ou execute o crime se qualifica o crime. O participe também responde por
o furto qualificado com a pena menor.

14/05/10

Direito Penal Especial I Página 52


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
§ 5º Veiculo automotor, qualquer veículo, para incidir esta qualificadora, o veiculo
precisa ser transportado para outro Estado ou federação de outro país. Apenas incidirá
a qualificadora após transpor a divisa do Estado ou país.

Se o terceiro, onde tem um acordo de vontade com agentes, e o terceiro transpõe o


veículo e se passar a fronteira furto qualificado, tanto com autor e terceiro. É o
receptor quando sabe do crime responderá por furto qualificado e não souber do crime
responderá por receptação.

Ação Penal

Ação Penal pública e incondicionada.

Furto de Coisa Comum

Art. 156 CP

Quando o agente subtrai um objeto que pertence a mais de uma pessoa

Sujeitos do Crime

Ativo

Condômino, coerdeiro ou sócio.

Passivo

Condômino, coerdeiro ou sócio

Tipo Objetivo: adequação típica

Subtrair, apenas o objeto material do crime a ser subtraído, em vez de coisa alheia,
deve ser coisa comum de quem legitimamente a detém.

Ação Penal

Art. 156 § 1 º - representação

Ação penal condicionada

Direito Penal Especial I Página 53


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Roubo

Art. 157 CP

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
coisa para si ou para terceiro.

§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:

I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal


circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela
Lei nº 9.426, de 1996)

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze


anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

É um crime complexo: Constrangimento Ilegal + furto + lesão corporal

Pluriofensivo – tutela mais de um bem jurídico.

Posse e propriedade + liberdade individual + integridade física

Sujeito Atipo qualquer pessoa

Sujeito Passivo: qualquer pessoa

Tipo Objetivo: Subtrair

Direito Penal Especial I Página 54


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Meios executórios:

• Violência Física

• Grave ameaça: Palavras, gestos, porte ostensivo de arma

• Ou outro meio qualquer que diminua a capacidade de resistência. Ex.


soníferos, bebidas alcoólicas narcóticos

Classificação

• Roubo:

o Próprio – Caput - a violência ou grave ameaça ocorre antes ou


Durante a subtração.

o Impróprio § 1º - Logo após a subtração.

A diferença está no momento do emprego da violência ou grave


ameaça

Elemento Subjetivo:

 Roubo Próprio Dolo + a finalidade de assenhoramento definitivo para si ou


para outrem.

 Roubo Impróprio Dolo + a finalidade de assenhoramento, e a finalidade


assegurar a detenção da coisa ou a impunidade.

Roubo de uso: a maioria da doutrina e jurisprudência não admite mais há algumas


decisões de tribunais estaduais que o agente responde pela art. 146 CP
(Constrangimento ilegal)

Principio da insignificância: é inadmissível, justamente pela gravidade do crime,


porque está pregando a violência.

⇒ Roubo Próprio consuma-se quando o sujeito após ao emprego de violência ou


grave ameaça, retira a coisa da esfera da disponibilidade da vítima, pouco
importa se teve a posse tranqüila ou não da coisa subtraída. Posição do STF.

Admite-se tentativa.

Direito Penal Especial I Página 55


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
⇒ Roubo Impróprio neste o agente primeiro subtrai a coisa, sem empregar
violência ou grave ameaça, e após efetuar a subtração emprega violência ou
grave ameaça com fim de garantir a sua posse ou assegurar a impunidade do
crime.

Se o agente não emprega violência ou grave ameaça contra pessoa


responderá pelo crime de furto tentado ou consumado, por isso o entendimento
majoritário é de que não se admite tentativa no roubo impróprio.

Não se admite tentativa.

Majorantes.

§ 2º majorante, aumenta-se de um 1/3

I, Porte de amar é diferente de emprego de arma ( uso ), emprego de arma o que leva
em consideração é o potencial lesivo.

Súmula 174, de 1996 à 2001 no crime de roupa aumentava a pena se houvesse o


emprego de arma de brinquedo. Hoje não existe mais esta súmula, foi revogada.

Algumas correntes defendem que a arma de brinquedo é o uso de emprego de arma


para intimidar a vitima, e outra corrente defende que arma de brinquedo não ameaça a
vida da vítima.

II, concurso de duas ou mais pessoas

Uma posição entende que as pessoas estejam no local do crime praticando o roubo.

E outra corrente entende que as pessoas devem está presente no momento do crime.

III, o agente tem ciência que o transporte tem valores. Na maioria das vezes carro
forte. O Destino do serviço transporte são de valores.

IV, veículo automotor – majora – causa de aumento de pena, após transpor a fronteira
do Estado ou País.

V – restringe a liberdade e não privando a liberdade . Ex. o assaltante vai na sua casa
e coloca a família preso no banheiro, restringe a sua liberdade para praticar o roubo,
mas ele privar a vitima de liberdade de ir e vir, mantendo a família vários dias presos,
responde por roubo simples, e mais concurso material de cárcere privado 148.CP.

A restrição da liberdade, nesse momento esse seqüestro é meio para prática do roubo,
para obter o fim da subtração da coisa.
Direito Penal Especial I Página 56
Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Roubo Extorsão

- violência física - violência


Meios
física
executóri
os - grave ameaça - grave
ameaça

- outro meio que qualquer que reduza a

Resistência.
Conduta
da vitima
É prescindível é
imprescindível

(dispensável)
(Indispensável)

Art. 159 (extorsão mediante seqüestro) extorsão pena de 24 a 30 se resultar a morte,


o seqüestro relâmpago – responderá pela crime de extorsão.

Art. 158 CP extorsão

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é


necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)

Art. 157 § 3º, Qualificadora – Roubo Qualificadora (pena de 7 a 15 anos)

• Pela lesão corporal Grave. Não é crime hediondo

• Só qualifica o roubo se resulta a lesão corporal grave, do emprego de violência


física, se for empregada grave ameaça não qualifica, e o agente responderá
em concurso material por roubo + lesão corporal culposa. (Se a vitima entrou
em choque, não qualifica o roubo, apenas qualifica o roubo com a violência
física grave). Alguns doutrinadores entendem que seriam roubo + lesão
corporal grave.

Estamos diante de um crime Preterdoloso, dolo no roubo e culpa no


resultado lesão corporal grave – nestes crimes não se admite tentativa.

Direito Penal Especial I Página 57


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Entretanto, se o agente deseja produzir uma lesão grave na vitima (dolo no
roubo e dolo na lesão corporal) Admite-se a tentativa.

Crime qualificado pelo resultado: Esse resultado ele pode se de titulo de


dolo ou culpa

Crime preterdoloso o resultado somente a titulo de culpa, o resultado que


aumenta a pena.

Por ex. lesão corporal seguido de morte.

Roubo qualificado pela morte (latrocínio) Art. 157 § 3º, in fine

• É crime hediondo

• A morte tem que resultar do emprego de violência física. Se advier do


emprego de grave ameaça: Roubo + homicídio

• Pode haver pluralidade de vítimas, e uma única subtração, será crime


único.

LATROCÍNIO LATROCÍNIO

ROUBO + MORTE ROUBO + MORTE

DOLO CULPA DOLO DOLO

CRIME PRETERDOLOSO CRIME QUALIFICADO

NÃO CABE TENTATIVA PELO RESULTADO

ADMITE-SE TENTATIVA

Hipóteses: Dolo no roubo e dolo na morte – sempre prevalece a vida da vitima

1) Quando há subtração patrimonial consumada e morte consumada

Direito Penal Especial I Página 58


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Latrocínio consumado

2) Quando há subtração consumada e morte tentada

Latrocínio tentado

3) Subtração tentada e morte tentada

Latrocínio tentado

4) Subtração tentada e morte consumada

Latrocínio consumado/ Súmula 610 STF

21/05/10

Art. 158 – Extorsão

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,


aumenta-se a pena de um terço até metade. Majorante – aqui, esta excluído o participe
porque ele não comete, só os co-autores que praticam a ação. Emprego de arma (Súmula 174)
a arma de emprego não tem potencial ofensivo.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo


anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 qualificadora

Art. 157 - § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a
quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição


é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12

Direito Penal Especial I Página 59


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)

Só é crime hediondo a extorsão que resulta morte.

Violência física ou grande ameaça, mas a conduta da vítima é indispensável, a extorsão se


assemelha ao constrangimento ilegal, na extorsão é obter é vantagem econômica.

Bem jurídico Tutelado

Patrimônio, integridade física e a liberdade individual

Sujeito ativo

Qualquer pessoa, se o sujeito ativo for funcionário pública em razão da função, mesmo que não
esteja no local do trabalho e exija de qualquer uma vantagem econômica, responderá pelo
crime de Concussão, art. 316 CP, (em virtude da função ele aplica a vantagem, exigindo).

Sujeito Passivo

Qualquer pessoa, que sofre a extorsão

Tipo Objetivo

Constranger, significa obrigar, coagir, compelir.

Extorsão é o ato de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, com o fim de
obter vantagem econômica indevida, para si ou para outrem, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa. (Bitencourt).

Tipo Subjetivo

É constituído pelo dolo.

Tipo especial do tipo subjetivo, afim de obter vantagem econômica para si ou para outrem.

Corrente Majoritária: concurso material, a crime se consuma quando o agente constranger a


vitima a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer algo, independentemente de obter a
vantagem econômica. (Súmula 96 STJ).

1º Consuma, quando o agente constrange vitima, não precisa receber a vantagem econômica

2º Se recebe a vantagem econômica - tem o exaurimento.

Direito Penal Especial I Página 60


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Segundo a corrente majoritária: A extorsão é um crime formal, que se consuma no momento
em que a vitima faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo, independentemente da obtenção
da vantagem econômica. (ver Súmula 96 STJ).

Haverá tentativa se a vítima é coagida mas não faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo.

Para corrente minoritária: A extorsão é um crime material consumando-se no momento em


que o agente obtenha vantagem patrimonial.

Causas do aumento de pena. Ver artigo acima as anotações

Extorsão com restrição da liberdade da vítima (seqüestro relâmpago)

O Agente tem que ficar com a vítima um tempo necessário se ficar com a vítima por além do
tempo necessário (desnecessário) responderá pelo art. 159 CP.

Acréscimo do § 3º Lei 11.923 de 17/04/10

Art. 158 § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa


condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6
(seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)

• Simples – 6 a 12 anos (1ª parte, art. 158 §3º)

• Qualificado – lesão corporal grave – 16 a 24

- Morte – 24 a 30

Art. 159 (qualificadora mencionada no art. 158 § 3º) § 2º - Se do fato resulta lesão corporal
de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)

§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)

É um crime hediondo? Só § 2º do art. 158 CP só se resultar morte

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Direito Penal Especial I Página 61


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de


18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)

§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,


facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação
dada pela Lei nº 9.269, de 1996)

Todas as modalidades são hediondas do art. 159

Fusão de dois crimes, art 148 e art.158

Bem Jurídico tutelado

Patrimônio, integridade física, locomoção de ir e vir, liberdade individual. Crime pluriofensivo.

Sujeito ativo

Qualquer pessoa

Sujeito passivo

Qualquer pessoa.

Tipo objetivo

Seqüestrar: privar a vitima da sua liberdade de locomoção, embora se chama distorção


mediante seqüestro, seqüestro é um gênero e o cárcere priva é uma espécie.

148 ( a intenção é apenas restringe a vitima de liberdade de ir e vir e 159 ( + vantagem


econômica).

Direito Penal Especial I Página 62


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Elemento Subjetivo

Dolo

Especial, afim de agir, finalidade de obter vantagem econômica

Consumação

Consuma-se no momento que a vitima é privada da sua liberdade, independentemente da


obtenção da vantagem econômica.

Se ele receber a vantagem econômica é o exaurimento.

Tentativa

É admissível

Qualificadoras

§ 1º se o seqüestro dura mais de 24 horas, conta-se a partir que a vitima teve a restrição de
liberdade. 1ª parte.

Se as vitimas são menores de 18 e maiores de 60 ( porque tem mais dificuldade no cativeiro)

Crime cometido por bando ou quadrilha, no mínimo 4 agentes

Pena 12 a 20 anos

§2º lesão corporal de natureza grave.

Pena 16 a 24 anos

§3º se resulta morte

Pena 24 a 30 anos

Art. 159 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à


autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)

Delação premiada ou eficaz – dedo duro, delatar os comparsas para ele ser beneficiado a
deleção tem que ser eficaz, e dá uma informação que não contribui com nada, a delação tem
que ser espontânea e eficaz.

Direito Penal Especial I Página 63


Direito Penal Especial I - 4º 201
0

Dano Art. 163

Bem Juridico: Patrimônio (posse e propriedade)

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, salvo o proprietário se for proprietário – Art. 346 CP

Sujeito passivo: O titular do Direito de propriedade ou de posse do bem móvel ou Imóvel.

Tipo Objetivo: 3 verbos

Destruir = demolir, desmanchar, o objeto perde a sua identidade (perde a sua identidade)

Inutilizar= tornar inútil (Mirabeti dá o exemplo do relógio, ele continua sendo relógio)

Deteriorar = qualquer outro estrago, adulteração. ( continua tendo a sua essência, ex. risco na
lataria do carro

Reduz o valor da coisa

Objeto Material: Coisa móvel ou Imóvel

Elemento Normativo: Coisa alheia

Elemento Subjetivo: Dolo, predomina o entendimento de que não há o especial

Fim de agir (intenção de causar prejuízo)

Não existe dano culposo, na esfera penal não há que o ser feito a conduta tem que ser dolosa.

Apenas na esfera Civil que terá o dano culposo que caberá o seu direito sobre o dano causado.

Tentativa

É admissível

Cabe o arrependimento posterior ( art. 16 do CP)

Até a desistência voluntária é cabível (art. 15 do CP)

Qualificadora

Art. 163

I – o emprego da violência durante ou antes ao crime de dano, responde por dano qualificado

Direito Penal Especial I Página 64


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
II – para danificar o objeto usar gasolina, etc. atentar se o fato não constituir crime mais grave.
(ex. se colocar fogo, incendiou o carro, responderá pelo incêndio

III - qualquer bem que seja da administração pública, o dano passa a ser público

IV – quando o agente pretende ter um objetivo egoístico (ex. corrida de cavalo, e o agente ativo
quebrar a pata do cavalo causando o dano no animal).

Ação Penal

Prevista no art. 67 CP

Caput – ação penal privada Dano simples ação condicionada

Incisos – Ação penal incondicionada

Alguém recebe um objeto de boa fé, que vai ter o dolo posterior, tem a finalidade de
assenhoramento definitivo, mas no momento que recebeu o bem não tinha a intenção de ficar
com o objeto para si.

Do furto o agente subtraiu,

Fulano de tal faz funcionário da telefônico e distrai a vitima a posse vigiada é furto.

Na apropriação indébita a posse é desvigiada pode se confundir com o estelionato, mas tem o
emprego da fraude para induzir a vitima.

Da Apropriação indébita

Art. 168 CP

Bem Jurídico Tutelado

O bem jurídico protegido é a inviolalbilidade do patrimonial, particularmente em relação à


propriedade

Sujeitos do Crime

Sujeito Ativo

Pode ser qualquer pessoa que tenha a posse ou detenção legitima de coisa alheia móvel.

Sujeito Passivo

Direito Penal Especial I Página 65


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
É qualquer pessoa, física ou jurídica, titular do direito patrimonial atingido pela ação tipificada.

Pressuposto da apropriação indébita

O pressuposto do crime de apropriação indébita é a anterior posse lícita da coisa alheia, da


qual o agente se apropria indevidamente. A posse, que deve preexistir ao crime, deve ser
exercida pelo agente em nome alheio, isto é, em nome de outrem.

Tipo objetivo: Adequação Típica

A ação incriminada consiste em apropriar-se de coisa alheia móvel de que o agente tem a
posse ou detenção. Apropriar-se é tomar para si, isto é, inverter a natureza da posse, passando
a agir como se dono fosse da coisa alheia de que tem posse ou detenção.

Requisitos da apropriação indébita

1. Que a vitima entregue o bem ao agente, a tradição deve ocorrer de forma livre e
consciente. Havendo erro será o crime de estelionato ou apropriação indébita havida
por erro.

2. Que a posse seja desvigiada, se for vigiada será furto;

3. Que o agente recebe o bem de boa fé, se desde o inicio, ou seja num momento do
recebimento da coisa estiver presente o dolo de apropriar-se haverá o crime de
estelionato.

4. Que haja finalidade de assenhoramento definitivo. (quer ficar com o objeto para si)

Modalidades de apropriação indébita

a) Apropriação indébita por negativa de restituição: a agente recebe o bem e depois nega-
se a restituí-lo quando solicitado, crime omissivo, (modalidade omissiva), quando
recusa a devolver o bem não cabe tentativa.

b) Apropriação indébita propriamente dita. (consuma-se com a troca, e a tentativa é


admissível. (comissiva)

É quando o agente vem a praticar ato de disposição privativo do proprietário, sem que
haja autorização do mesmo. Ex. doar, vender, locar,

Consumação da propriamente dita, quando ele troca,

Direito Penal Especial I Página 66


Direito Penal Especial I - 4º 201
0
Para ser devolvido o bem, terá que entrar com uma notificação, estipulando o prazo de
devolver o bem.

Causa de aumento de pena; (art. 168 CP)

Dispositivo necessário: 3 especiais

• Legal - ordem legal – depositário fiel, equiparado ao funcionário público, crime de


peculato

• Miserável – calamidade pública

• Por equiparação

II – Numerum clausus – Números clausulas ou melhor Rol taxativo; ( são só esses) citados.

Apropriação indébita previdenciária. Art. 168 CP

Somente será condenado o empregador.

• Deixar de repassar a verba – crime omissivo

• Crime branco – Lei 8812 - não cabe tentativa

Abaixo de 10.000.00 terá o perdão judicial.

Art. 169 CP

Direito Penal Especial I Página 67

S-ar putea să vă placă și