Sunteți pe pagina 1din 16

Capítulo 1

“Como (Quase) Tudo Começou”

 A Chegada na Academia

B lake não conheceu seus pais, desde pequeno viveu em uma academia militar em
um vilarejo nas proximidades da Academia Arcana. Ao completar 15 anos os
jovens são selecionados para servir em várias partes do país, mas os melhores são
enviados à Academia Arcana a realizar tarefas diversas. Trabalhar na Academia é o sonho
de muitos desses jovens, eles buscam um futuro melhor e condições para sustentar suas
famílias. Blake não tem família, seu maior desejo é deixar este lugar e partir em busca de
aventuras já que nunca saiu do vilarejo.
Quando o Sol nasceu naquele dia, os alunos foram chamados para uma reunião.
Blake sabia que era a cerimônia de formatura e despedida da academia militar, era a
seleção dos destinos dos formandos.
O sol já brilhava forte quando todos estavam juntos no pátio exterior. Um homem alto de
cabelos pretos e barba bem cuidada chegou à frente de todos, Kerlek.
Kerlek falou em alta voz:
- Bom dia jovens formandos da academia militar! Hoje começa uma nova etapa para
vocês. Vocês serão selecionados e enviados a diversas partes do país para servirem
conforme lhes for ordenado. Em fila dirijam-se àquela tenda e digam seus nomes. Desejo-
lhes boa sorte!
Após apontar para uma tenda recém-montada Kerlek se retirou.
Um a um os garotos foram entrando na tenda. Blake entrou na tenda e lá encontrou um
homem que não conhecia um provável enviado da Academia Arcana. O homem tinha em
mãos alguns papéis. Após dizer seu nome e ser analisado Blake recebeu as novas, fora
enviado à Academia Arcana.
Após algum tempo juntou as poucas peças de roupa que tinha e já estava pronto para
partir. Subiu em uma carroça com mais cinco colegas e rumaram ao norte, a Academia
não era muito longe, após uma hora de viagem puderam notar uma grande muralha. A
muralha possuía uns quinze metros de altura e ainda assim podiam ver duas torres no seu
interior. Aproximaram-se do portão de entrada, um portão de metal com a altura da
muralha e uns dez metros de largura adornados por imagens de dragões lutando nos céus.
Após um tempo um homem de roupas e capa pretas veio saudá-los e pediu que o
acompanhassem.
Por dentro das muralhas Blake pôde ver as demais estruturas da Academia havia mais um
prédio um pouco mais baixo à direita da entrada principal da torre mais alta e uma outra
estrutura ligando as duas torres no térreo. A entrada da torre parecia mais uma miniatura
do portão pelo qual acabaram de passar, de metal e com dragões, mas com algumas
gárgulas também.

 O Salão Principal (A Apresentação de Dante)

Blake nunca vira um salão tão grande como aquele e mesmo não tendo janelas era muito
iluminado. Parecia bem maior por dentro do que calculara ao ver a torre por fora. O salão
redondo e branco estava ocupado por inúmeros outros jovens como ele muitos podiam
facilmente ser reconhecidos como magos por suas roupas e objetos pessoais.
Enquanto todos estavam se perguntando o que aconteceria Blake permanecera quieto na
sua característica frieza aparente. Após alguns minutos aconteceu algo que fez com que
todos se alarmassem, uma explosão à frente da coluna central do salão. Todos se
protegeram como puderam, mas ninguém se feriu. Quando a fumaça causada pela
explosão se dissipou puderam ver primeiro uma silhueta em frente à coluna e aos poucos a
imagem de um homem alto e magro com longas barbas e cabelos brancos foi surgindo.
- Bem-vindos! Caros alunos da Academia Arcana. Esse é o primeiro dia do ano, o dia de
abertura das aulas da Academia. Eu sou Dante o diretor da Academia das Artes Arcanas
de Tristânia. Hoje terá início o ritual de escolha dos Guardiões. Os Guardiões são
protetores de seus mestres para que possam conjurar com seguranças suas magias. Um
Guardião, se preciso, entrega sua própria vida para proteger o mestre por isso essa é uma
decisão importante. Um mestre deve zelar pelo bem-estar de seu Guardião e suprir suas
necessidades. Alguns desses jovens guerreiros serão selecionados para serem Guardiões.
A cerimônia de seleção começará em alguns minutos, portanto utilizem esse tempo para
se conhecerem.
Ao terminar de falar Dante sentou-se em uma cadeira.

 Um Mago Arrogante (Giullio Cezare)

Após algum tempo todos estavam conversando menos Blake sentado em um canto do
salão. Não se interessava muito por essa história de Guardiões e magos, preferia algo
como guarda da muralha talvez. Ao levantar os olhos encarou um mago, cabelo ruivo
curto, não era muito alto, mas ao receber o olhar do mago percebeu que os olhos dele
ficaram diferentes, algo como o olho de um gato, mas de coloração avermelhada e
reptiliana. Enquanto pensava nisso sentiu q alguém pisara em seu pé, percebeu então que
um outro rapaz que passava por ali se virou e disse:
- Hei você. Cuidado, tire seus pés do meu caminho!
O rapaz que claramente via-se ser um mago tinha cabelos loiros e olhos de cores
diferentes, um azul e outro verde.
- Você é quem deve olhar por onde anda! – Respondeu Blake.
Quando o jovem mago ia lançar sua resposta foi interrompido por uma leve seqüência de
batidas. Era Dante batendo com seu cajado no chão.
- Bom, já é hora! Alunos fiquem à minha direita e Guerreiros à minha esquerda!
Rapidamente todos se colocaram em seus respectivos lugares

 A Seleção (Uma Grande Surpresa)

Levantando um saco de pano preto Dante começou a explicação do ritual


- Cada pessoa a começar dos alunos deve vir até aqui e pegar um objeto de dentro deste
saco. Ao pegar o objeto voltem aos seus lugares e aguardem.
Após alguns minutos todos estavam em seus lugares com uma pedra branca nas mãos.
- Agora cada mago deve falar em voz alta o nome escrito em sua pedra.
Um a um os jovens alunos começaram a falar nomes em voz alta e a cada nome falado um
guerreiro se aproximava e iam formando pares.
Quando menos esperava blake ouviu seu nome sendo pronunciado por uma voz de
sotaque Românico. A voz era familiar e no momento pensou “não, por favor, não seja
ele!”. Quem chamara seu nome foi Giullio Cezare o garoto que pisou em seu pé poucos
minutos atrás.
Blake usou toda sua força de vontade para andar até a frente e seguir o ritual, Giullio não
fez diferente.
Lado a lado magos e guardiões se aproximavam de Dante a faziam um juramento.
- Você não está pensando que vou jurar lealdade e servidão a você está? – disse Blake a
Giullio.
- Você não acha mesmo que eu quero um guardião de tão baixo nível como você. –
respondeu Giullio.
Ao chegar à vez de Giullio e Blake havia certa tensão no ar que somente os dois sentiam.

 O Juramento (A Proposta de Dante)

Dante prosseguiu repetindo as mesmas palavras que disse aos outros alunos:
- Blake Garrak, você jura ser leal e obediente ao seu mestre e se preciso entregar sua
própria vida para proteger a dele?
Houve um silêncio nesse momento e Blake nada respondeu.
- Blake Garrak, você jura ser leal e obediente ao seu mestre e se preciso entregar sua
própria vida para proteger a dele? Disse Dante novamente.
Causando certa comoção entre os outros que assistiam à cerimônia Blake disse:
- O que acontece se eu recusar esse juramento?
- Como assim? - Disse Dante surpreso.
- Isso mesmo. Eu sou obrigado a fazer esse juramento? – continuou Blake.
- Bom. Você não é o brigado a fazer o juramento. Respondeu Dante e continuando disse a
Giullio:
- E você o que pensa dessa situação?
- Também não me sinto muito confortável com isso. Giullio responde.
- Bem. – disse Dante – Acho que vocês tiveram uma má primeira impressão um do outro.
Que tal vocês me responderem em três dias? Assim vocês podem se conhecer melhor.
- Tudo bem por mim, mas acho que a minha opinião não vai mudar. – disse Blake.
- Creio que deva dizer o mesmo. – retrucou Giullio.
- Então estamos acertados! Finalizou Dante.
Dante finalizou a cerimônia com alguns avisos e dispensou os alunos. Logo após virou-se
e saiu.

 O Alojamento (Enfim “Descanso”)

Após todos se retirarem do grande salão, Blake permaneceu sentado em um banco na


lateral. Alguns minutos depois percebeu que alguém se aproximou. Levantando os olhos
percebeu que era Giullio.
- Então. Você não vai dormir aí não é? - Disse Giullio sem olhar nos olhos de Blake.
- Acho que não. – Respondeu Blake da mesma maneira
- Anda, levante-se, vou te mostrar o alojamento. – continuou Giullio.
Blake levantou-se do banco em que estava e seguiu Giullio até o corredor que ligava o
salão principal à porta de entrada da torre. Após saírem da torre dirigiram-se para o prédio
menor que havia ao lado. Passaram por uma porta de madeira bem trabalhada em uma
parede arredondada que havia no centro da estrutura e entraram em uma sala redonda
onde havia uma grande poltrona, uma estante com alguns livros, uma pequena mesa onde
dois outros garotos jogavam uma espécie de xadrez e uma lareira acesa na parede. No
chão um grande tapete felpudo e decorado com temas diversos e símbolos arcanos.
Atravessando a sala os dois passaram por uma porta mais estreita que levava a um
corredor não muito comprido com três portas, uma à frente, outra à esquerda e outra à
direita. Entraram pela porta da esquerda e acabaram parando em outro corredor que seguia
também para a esquerda com duas portas à direita no final do corredor e uma entrada sem
porta ao meio e também à direita. Giullio foi em direção à entrada sem porta que levava a
mais um corredor onde ao final avistava-se uma escada que dava acesso ao segundo andar.
Subiram as escadas e se depararam com outro corredor agora com diversas portas
numeradas de ambos os lados. Giullio seguiu até a porta número vinte e três, tirou um
cordão com uma chave do pescoço e abriu a porta. Ao entrarem Blake viu um grande
quarto com uma bela cama, um sofá grande e confortável, uma mesa com quatro cadeiras
de madeira trabalhada, um armário e uma lareira além de uma estante com alguns livros.
Com toda a certeza era o melhor quarto que já vira na vida, mas manteve a expressão de
frieza no rosto. Deixando sobre a cama um livro de capa de couro que carregava Giullio
disse:
- Bom, vamos achar algum lugar pra você dormir.
Blake concordou com a cabeça, mas não respondeu com palavras, pois ainda não se
acostumara com a situação. Giullio trancou a porta do quarto então desceram as escadas e
foram até a última porta de um dos corredores pelo qual passaram. Abrindo a porta que
estava destrancada Blake deparou-se com um pequeno quarto onde só havia uma cama
sem lençóis ou travesseiros e uma pequena mesinha ao lado da parede. O quarto só era
iluminado por uma pequena e alta janela sem vidros.
- Acho que você pode ficar aqui. – Dizendo isso Giullio saiu em direção a seu quarto
novamente.
Após alguns minutos deitado Blake começou a sentir fome. Lembrou-se então que há
muito tempo não comia e resolveu levantar na esperança de achar algo para “beliscar”.
Caminhou até o fim do corredor e ouviu a voz de Giullio.
- Hei. Leve isso para ser lavado atrás do alojamento! Fiz uma longa viagem e tenho muitas
roupas a serem lavadas. - Após dizer isso Giullio lançou para Blake uma trouxa de roupas
sujas.
- Leve isso você mesmo seu mutante! - Retrucou Blake lançando de volta a trouxa para
Giullio.
- Mutante? Como assim? –Disse Giullio com ar pensativo.
- Sim mutante com esses olhos esquisitos! – Continuou Blake.
- Esses olhos são característicos na minha família. – Justificou Giullio.
- Que ótimo, uma família de mutantes! – Interrompeu Blake.
- Bom se você pensa isso e não vai obedecer, também vai ficar sem comer! – Lançou
Giullio.
- Sem Comer? Como assim? – Questionou.
- Sim, sem comer mesmo. Você nem ao menos é um guardião, você acha que alguém aqui
vai se importar com você? – Giullio disse isso lançando de volta a trouxa de roupas para
Blake. E continuou:
- Sendo assim se você não trabalhar também não vai comer!
Ao se dar conta de sua situação Blake decidiu obedecer já que o seu estômago roncara
mais alto que seus pensamentos nesse momento. Saiu em silêncio pensando em mil
maneiras diferentes de se matar um mago.
Após caminhar por alguns minutos terminou de dar a volta no alojamento avistando
algumas mulheres em um grande tanque lavando roupas. Ele entregou a trouxa de roupas
a uma delas deixando também o número do quarto de Giullio. Ao olhar ao redor viu
também uma jovem sentada ao lado do tanque balançando as pernas no ar.
- Olá senhor! – Disse a garota à Blake.
- Oi. – Disse Blake.
A garota continuou olhando para Blake com um sorriso enquanto ele retornava para seu
quarto.
Ao chegar a seu quarto Blake encontrou sobre a mesa apenas um pedaço de pão duro com
uma fatia de queijo e um pouco de vinho misturado com muita água.
Depois de comer passou um tempo deitado em sua cama, mas como ainda era cedo para
dormir resolveu explorar o lugar. Saindo do quarto Blake se dirigiu até o final do corredor
quando sentiu um cheiro irresistível de comida. Após identificar que o cheiro vinha do
outro lado de uma porta no fim do corredor não resistiu e entreabriu a porta para espiar.
O ambiente era uma cozinha onde duas pessoas estavam misturando ingredientes e
andando para todos os lados. De repente um homem virou-se e disse:
- Quem está aí?
Blake abriu a porta e então o homem o convidou.
- Hei. Pode entrar. Seja bem-vindo à minha cozinha!
Ainda atento Blake entrou e observou melhor o lugar. Nesse momento seu estômago
roncou um pouco mais alto e pôde ser ouvido pelo homem.
- Sente-se e coma alguma coisa conosco! – Disse o homem e sem esperar resposta puxou
uma cadeira e colocou um prato de ensopado à mesa.
- Meu nome é Ares e essa é minha esposa Brenda. Nós tomamos conta do alojamento e
vivemos aqui.
Blake agradeceu e sentou-se para começar a comer.
- Então você é o jovem que não aceitou se tornar um guardião não é? – Disse o homem
com certa naturalidade.
- Como o senhor... – começou Blake, mas foi interrompido pelo homem:
- Algo assim se espalha rápido pela Academia. E tudo acaba chegando aos nossos
ouvidos.
- Entendo. Mas tenho um tempo para pensar no assunto. Se não fosse aquele mago
arrogante eu até poderia aceitar, mas... – Foi interrompido novamente:
- Você deve entender que a maioria dos alunos desse lugar vem de famílias nobres e estão
acostumados com um tratamento diferente. Talvez demorem a se adaptar.
- Sim, mas porque todos os magos têm que ser tão arrogantes? – Questionou Blake.
- Bom não sei muito a respeito disso. – Ao terminar de falar o homem esticou o braço e
um pequeno saleiro flutuou em direção à sua mão.
- De... Desculpe senhor eu não sabia que... – disse Blake assustado quando novamente foi
interrompido pelo homem:
- Não se preocupe, já estou acostumado com isso. Eu entendo você. – O homem sorriu e
continuou comendo.
Blake levantou-se e se desculpou novamente:
- Bom senhor já é tarde e eu tenho que dormir, mas agradeço novamente pela refeição,
estava ótima.
- Obrigado, a sua companhia no jantar foi ótima também. Volte mais vezes para
conversar. Você será bem-vindo. – Finalizou o homem com um sorriso largo.
Depois dessas coisas Blake voltou para seu quarto e deitando-se dormiu rapidamente.
Capítulo 2

“A Decisão de Blake”

 O Café da Manhã

Blake acordou com uma série de batidas leves na porta de seu quarto e com a voz de
Giullio dizendo:
- Acorde dorminhoco, é hora do café da manhã.
Sentando-se na cama lembrou dos acontecimentos do dia anterior e tudo o que passara até
ali. Lavou o rosto em uma bacia com água e seguiu Giullio até o salão principal.
Contornando a coluna que havia no centro do salão Blake descobriu uma escada em
espiral no seu interior que levava aos andares mais altos. Subiram a escada até à altura do
terceiro andar e entraram por uma grande porta de madeira. Ao passar pela porta Entraram
em um ambiente espaçoso com diversas mesas muito compridas e cheias de comida de
toda espécie. Giullio dirigiu-se até uma das mesas e se sentou a frente de algumas garotas
que estavam conversando com outro mago. As garotas eram Nana, Tiffany e Aghata
conversando com Hennet, Giullio conhecera todos no dia anterior. Nana tinha pele muito
clara e olhos azulados, na cabeça usava um chapéu florido além do uniforme da academia.
Tiffany tinha longos cabelos ruivos que desciam sobre a capa marrom do uniforme e a
camisa com alguns botões abertos destacando seios fartos. Aghata com um semblante
mais sério e distraído mal prestou atenção em Blake. Hennet se destacava um pouco mais
entre todos, tinha cabelos pretos e arrepiados e não usava mangas destacando várias
tatuagens no braço esquerdo.
Quando Blake estava se preparando para sentar em uma das cadeiras foi interrompido por
Giullio:
- Hei. O que você pensa que está fazendo? Você não pode sentar aí.
- Como assim? Por que não? – Questionou Blake.
- Porque não é permitido para os... – Parou para pensar em um termo adequado – Não-
magos sentar à mesa. – Continuou. – Você vai ficar aí esperando e quando eu terminar eu
vejo se tem algo para você comer.
Blake virou-se e dirigiu-se à porta quando Giullio disse:
- Aonde você vai? Você não pode sair assim, eu... – Mas foi interrompido por Blake:
- Quem você pensa que é? Eu não vou ficar aqui parado olhando você comer! Você não é
meu mestre!
Enquanto afastava-se para sair Blake ouviu uma voz chamando pelo seu nome. Era uma
voz feminina, suave e doce como nunca ouvira antes:
- Blake! Espere! Pode comer junto conosco. Não estou com muita fome, posso dividir
com você.
Era Nana estendendo em suas mão uma fatia de torta.
Blake voltou e sorriu sentando-se à mesa e lançando um olhar irônico para Giullio.
- Acho que ninguém vai se importar se você se juntar a nós. – Continuou Nana que
recebeu aprovação das amigas.
Giullio e Blake permaneceram em silêncio durante todo o café.

 Exercícios Externos

Terminado o café todos os alunos seguiram para o pátio para os exercícios externos.
Blake afastou-se do grupo, pois Giullio roubara novamente a atenção de Nana e acabou
deparando-se com uma figura conhecida: Stuart que vivera com ele na academia militar.
- Hei. Por que essa cara de ogro com dor de barriga? Anime-se! – Disse Stuart com ar de
brincadeira.
- Não é nada. Mas e você? Não diga que acabou virando cão de guarda de algum nobre
estúpido. – Respondeu Blake no mesmo tom.
- Bom. Acho que virei um cão de guarda, mas a pessoa que eu protejo não tem nada de
estúpida. Muito pelo contrário. Continuou Stuart.
- Sério? Quem é? – Questionou.
- Você a conheceu hoje no café. – Respondeu.
- Não me diga que você está protegendo a...
- A Nana. – Interrompeu Stuart. – Sim ela mesma.
- Como você tem sorte. Agora querem que eu seja Guardião daquele mutante idiota. Hei!
Que tal uma luta para relembrar os velhos tempos e aliviar a tensão? - Propôs Blake.
- Já estava pensando nisso – Respondeu Stuart.
Os dois seguiram para um local no pátio perto dos portões onde havia algumas espadas de
madeira e um espaço próprio para exercícios de combate. Blake pegou duas espadas e foi
para a pequena arena seguido por Stuart com apenas uma espada.
Stuart segurou firmemente a espada com as duas mãos enquanto Blake girava suas
espadas preparando-se para atacar. O estilo de Blake era atacar rápido e não dar tempo
para o inimigo revidar. Assim que ambos estavam preparados Blake partiu pra cima de
Stuart como sempre fazia atacando com as duas armas ao mesmo tempo. Stuart mal pôde
se defender e acabou sendo atingido por ambos os ataques, Blake achou que seria
suficiente, pois jamais alguém lhe resistira a essa primeira investida então esperou para
ver o resultado, mas algo inesperado aconteceu. Stuart se levantou e sorrindo disse:
- Isso é o melhor que você pode fazer?
Stuart levantou a espada atingindo Blake em cheio. Fazendo-o recuar, mas Blake com um
último movimento derrubou Stuart e apontou a espada para ele dizendo:
- Foi bom, mas não foi o bastante.
Ajudando Stuart a se levantar Blake indagou:
- Como você resistiu ao meu primeiro golpe? Você deveria ter caído eu o acertei em
cheio.
- Bom, eu não sei explicar direito, mas eu me sinto mais forte depois de ter me tornado um
guardião. – Respondeu Stuart.
- Mais forte?
- Sim, mais resistente e mais rápido, mas como eu disse não sei como explicar direito.
- Deve ser só sua imaginação. Afinal de contas você perdeu não é? – Continuou Blake.
- É, deve ser mesmo. Vamos, já está na hora da aula. – Finalizou Stuart.
Saíram do local e só então perceberam que algumas pessoas estavam assistindo à luta.
Juntaram-se novamente ao grupo de Nana, Giullio, Aghata, Tiffany e Hennet e seguiram
para a sala de aula. Blake surpreendeu-se com Giullio dizendo:
- Até que você lutou bem, me surpreendeu.
Tentando não demonstrar surpresa Blake não respondeu à aprovação de Giullio.

 Acidentes Acontecem

O grupo subiu as escadarias da torre principal até o quarto andar onde se encontravam
algumas das salas de aula. A sala era espaçosa com as cadeiras e mesas dispostas em
escada e à frente estava o espaço para os professores.
O grupo de magos sentou-se na terceira fileira enquanto Blake e Stuart sentaram-se na
última. Blake esticou as pernas sobre a mesa e inclinou a cabeça para trás dizendo:
- Isso deve ser muito chato.
Após alguns minutos a porta novamente se abriu e uma mulher aparentando seus quarenta
anos entrou apresentando-se:
- Bom dia meus caros alunos. Meu Nome é Agnes de le Baume e a minha aula será de
Prática em Magia e nosso primeiro exercício será com um voluntário.
A turma permaneceu em silêncio como é de costume quando não se conhece os hábitos de
um professor então ela foi até sua mesa e pegou um livro. Após folhear alguma página
disse:
- Senhorita Tiffany e senhorita Aghata. Venham à frente.
Ambas se levantaram e seguiram até a mesa em que estava a professora, essa continuou:
- Senhorita Tiffany, você poderia nos dar uma demonstração de alguma de suas magias?
- Sim senhora le Baume, alguma em especial? – Disse Tiffany.
- Vamos tentar os mísseis mágicos, é uma magia básica e você deve conhecer.
- Sim eu conheço essa magia. – Respondeu Tiffany com entusiasmo.
- Então concentre-se em atingir este objeto. – Enquanto dizia essas palavras a professora
tirava de um dos bolsos da túnica que usava uma esfera de cristal reluzente e colocava
sobre uma pequena mesa no canto da sala.
Tiffany recitou algumas rápidas palavras e apontou o dedo indicador na direção da esfera,
quando terminou de recitar o encantamento um pequeno projétil de energia saiu da ponta
de seu dedo e atingiu a esfera sendo absorvido por ela. Então a professora ordenou:
- Faça novamente.
Obedecendo a ordem da professora Tiffany repetiu o procedimento com o mesmo
resultado.
- Faça novamente. – Ordenou mais uma vez a professora.
- Não posso. – Respondeu Tiffany.
- Senhorita Aghata. Você saberia me dizer por que a senhorita Tiffany não pode lançar
mais mísseis mágicos? – Questionou a professora.
- Provavelmente ela não estava preparada para lançar essa magia mais de duas vezes
senhora. – Respondeu Aghata com seu característico ar de desinteresse.
- Exatamente senhorita Aghata. Pode voltar ao seu lugar. Senhorita Tiffany fique aqui
mais um pouco, por favor. – Indo à frente da turma novamente a professora prosseguiu:
- A maioria dos magos precisa preparar com certa antecedência as magias que vai lançar
reservando um pouco de sua energia mágica para determinada ação. Isso garante uma
estabilidade e confiança no poder mágico, mas em casos de emergência ou situações
improvisadas os magos ficam totalmente desarmados se esgotarem seu limite de magias.
Algo que pode ser solucionado de uma maneira simples: recitando as magias diretamente
de seus grimórios.
Apontando novamente para Tiffany a professora ordenou:
- Agora tente lançar com o grimório em mãos.
Tiffany abriu seu grimório e o folheou até que encontrou a página desejada. Posicionou-se
novamente e recitou a magia com rápidas palavras. Nada aconteceu. A professora
continuou:
- Essa é uma técnica arriscada, pois a magia pode falhar ou causar um efeito aleatório,
portanto vocês devem sempre praticar com supervisão. Tente novamente.
Tiffany tentou outra vez agora com mais preocupação e ao terminar de recitar as palavras
mágicas aconteceu algo inesperado. Um estrondo foi ouvido de diversas partes da
academia e quando menos esperava Blake foi atingido na cabeça por um pedaço de
madeira. Os alunos na sala de aula demoraram a entender o que acontecera. A magia de
Tiffany falhou novamente e causou uma explosão.
Levantando-se a professora sacudiu a poeira que havia ficado em suas roupas e deu uma
grande e inesperada gargalhada completando:
- Eu disse que era uma técnica arriscada!
Em poucos instantes a sala toda começou a rir e a professora dispensou todos para o
almoço.
Blake levantou-se da cadeira com a mão direita sobre a testa pressionando o local atingido
e foi em direção à porta, seguido por Stuart. Stuart disse:
- O que será que comeremos hoje?
- Como se importasse. Só vou comer o que aquele mutante me der mesmo. – Respondeu
Blake.
- Como assim? Você não vai comer conosco no refeitório dos Guardiões? – Continuou
Stuart.
- Refeitório? Guardiões? Aquele maldito mutante não me falou nada! – Disse Blake com
voz alterada.
Stuart sorriu:
- Acho que seu mestre te passou para trás.
- Ele não é meu mestre! – Respondeu Blake.
Os dois seguiram para o andar inferior e ao entrarem no refeitório foram em direção a uma
porta na lateral direita que não havia sido notada por Blake. Depois de entrarem no
segundo refeitório Blake se deparou com os outros guardiões reunidos e sentou-se em
uma mesa ao lado de Stuart.
Após alguns minutos Blake percebeu que uma moça andava entre as mesas recolhendo
alguns pratos e colocando mais comida nas mesas. A moça tinha olhos azuis e cabelos
pretos. Pensou um pouco e lembrou-se que era a moça que conhecera no dia anterior
quando levou as roupas de Giullio para serem lavadas.
Aproximando-se e percebendo o olhar de Blake a moça sorriu e disse:
- Olá. Meu nome é Lina. E o seu?
- Blake. – Respondeu surpreso. Não esperava uma conversa tão direta naquele momento,
mas quando ia continuar a moça sorriu mais uma vez, apanhou alguns pratos e continuou
seu trabalho.
Terminada a refeição os alunos tiveram mais um tempo para exercícios no pátio externo.
Alguns alunos já se encontravam no pátio quando Blake foi polir seu equipamento. Uma
adaga e uma espada longa eram tudo o que possuía além de algumas peças de roupa.
Blake sentou-se na pequena cerca ao redor da arena para exercícios de combate e
começou a polir suas armas. Depois de alguns minutos um grupo de magos se reuniu para
praticar o exercício que aprenderam em sala usando seus grimórios.
Hennet começou e após dizer algumas palavras transformou-se em uma pessoa
completamente diferente e usando roupas diferentes, alcançando o efeito desejado da
magia de ilusão. Logo após Tiffany decidiu tentar e com o grimório aberto em mãos
recitou outro encantamento. Uma luz surgiu diante de todos e de repente dessa luz saltou
um animal grande com pêlos e presas rosnando para Tiffany. Mais uma vez sua magia
falhara.
O animal parecido com um lobo, mas maior e mais feroz saltou contra Tiffany, mas foi
bloqueado por Blake que ao perceber a situação correu para o local. Blake se pôs entre a
criatura e Tiffany visando protege-la. Tudo aconteceu em poucos segundos, de um salto a
criatura lançou-se em investida contra Blake que a cortou com sua adaga, o animal recuou
e voltou a investir contra Blake que agora lançara-se ao chão fazendo com que a criatura
caísse sobre sua espada.
Apenas após levantar-se e limpar suas armas Blake se deu conta da situação. Todos os
alunos estavam ao redor comemorando enquanto Tiffany permanecia no chão ainda
assustada. Blake a ajudou a se levantar enquanto todos o aplaudiam e se surpreendeu ao
ver que Giullio também estava comemorando.
 O Passeio Pelo Jardim

Ao ouvirem o sino que anunciando que as aulas da tarde estavam para começar os alunos
começaram a se dispersar do local e Giullio aproximando-se disse:
- Até que você não é tão ruim. Conseguiu matar aquele monstro sem nem mesmo ser um
guardião.
- O que tem de tão especial em ser um guardião? Qual a diferença entre fazer ou não um
ritual idiota como aquele? Parece até uma cerimônia de casamento. – Questionou Blake.
- Você não sabe? Quando um contrato de sangue é feito com um guardião ele recebe
poderes especiais para proteger seu mestre. – Continuou Giullio.
- Isto está começando a me soar bem. Que tipo de poderes são esses? – Interessou-se
Blake.
- Mesmo eu não sei muito a respeito. Em meu país não existe isso de guardiões, mas ouvi
falar que eles se tornam mais rápidos e resistentes alguns até mais inteligentes, mas isso
deve ser pelo convívio com magos. – Respondeu Giullio com a mão direita sobre o
queixo. – Por quê? Está pensando em mudar de idéia?
- Não é nada disso. Apenas estou curioso. – Disse Blake em tom irritado.
- Sim, sim. Entendo. – Finalizou Giullio com ar sarcástico.
Seguiram novamente para a sala de aula. Giullio juntou-se a seus amigos enquanto Blake
sentou-se na última fileira. A última coisa que Blake ouviu foi o nome do professor,
Willian Cronos, logo após caiu no sono.
Blake acordou com o som dos alunos se levantando esfregou os olhos e olhou ao redor.
Resolveu caminhar um pouco então foi até o pátio. Chegando lá Blake avistou Lina
caminhando e decidiu ir até ela para conversar um pouco e aproximando-se disse:
- Er... Oi. Lina não é? Tudo bem com você?
Lina olhou para ele e sorriu:
- Oi Blake. Sim tudo bem. O que você está fazendo por aqui? Não deveria estar com seu
mestre?
- Eu não tenho mestre. Não sou um guardião. – Respondeu.
- Ah, sim. É mesmo. Desculpe, me esqueci disso.
- Não foi nada. Mas mudando de assunto, onde você está indo? – Continuou Blake
acompanhando Lina.
Estou indo ao jardim. É o lugar mais bonito da academia durante o pôr-do-sol. Respondeu
Lina. – Quer vir comigo?
- É claro! Vamos lá. – Blake concordou animado.
Os dois seguiram até o lado oeste da academia até avistarem um cerca alta de arbustos
bem cuidados. Nesse momento Lina segurou a mão de Blake e o apressou:
- Vamos rápido está quase na hora!
Blake não teve tempo para responder e foi puxado por Lina através de um portal coberto
por flores. O jardim não era muito grande e destacava-se ao centro uma fonte de pedra
esculpida com um anjo de asas abertas apoiando as mãos sobre uma grande espada
fincada no chão ao redor da fonte havia quatro bancos de madeira decorados com
desenhos de ramificações e atrás de cada um havia um canteiro de diferentes tipos de
flores. Sentaram-se à beira da fonte enquanto esperavam os últimos raios de sol
desaparecer por detrás da muralha que protegia a Academia. Nesse momento Lina disse:
- Olhe agora!
E apontando para as flores do jardim continuou:
- Elas vieram saudar o pôr-do-sol.
Blake então viu várias luzes coloridas se levantando sobre as flores e se movimentando
em todas as direções. Após observar por mais um tempo pôde perceber que as luzes eram
pequenos seres alados voando e dançando sobre as flores. A cena foi a mesma até que o
sol se escondeu atrás da muralha então as luzes novamente desapareceram.
- Essas são as fadas do jardim. Elas só aparecem durante o nascer e o pôr-do-sol. - Lina
então se deu conta de que ainda segurava a mão de Blake então a soltou rapidamente
dizendo:
- Bom. Já é hora de ir ajudar com o jantar. – E levantou-se apressada.
- Hei. Podemos nos ver amanhã de novo? – Arriscou Blake.
Lina olhou para trás sorrindo e disse:
- Adoraria. – Então atravessou correndo o jardim e sumiu através do portal por onde
entraram.
Blake permaneceu mais um tempo sentado quando ouviu uma voz familiar dizendo:
- Ah. Então você estava aqui! Vamos senão perderemos o jantar. – Era Stuart que se
aproximou de Blake Continuando:
- E tire esse sorriso bobo do rosto. Aquela aula me deixou com fome.
Blake levantou-se e seguiu ao lado de Stuart para a saída do jardim, mas quando estavam
passando pelo portal foram surpreendidos pelo grupo de magos que passava pelo local.
- Que cena romântica. Os dois passeando pelo jardim ao pôr-do-sol. Eu não esperava isso
do meu herói. – Disse Tiffany com tom de gozação.
- Hei. Não é nada disso. – Disse Blake irritado.
Todos caíram em gargalhadas e após alguns segundos de discussão foram para o jantar.

 O Duelo

Blake acordou cedo no outro dia então resolveu caminhar um pouco. Saindo de seu quarto
passou ao lado da cozinha do alojamento então resolveu cumprimentar Ares que não via
há um tempo e também tentar encontrar algo para comer já que ainda era cedo para o café.
Bateu na porta e ouviu uma voz dizendo que podia entrar. Ares estava sentado à mesa
lendo alguns papéis que Blake não compreendeu então levantou a cabeça dizendo:
- Olá Blake pode se sentar já estou terminando aqui.
- Bom dia senhor Ares. Passei aqui para cumprimentá-lo e saber como vão as coisas por
aqui.
- Oh sim. Está tudo bem e com você? Parece que hoje você vai ter que responder se vai ou
não se tornar guardião.
- É verdade. Tinha me esquecido disso. – Disse Blake
- Então. O que você decidiu? – Questionou Ares
- O que acontece se eu recusar? – Blake respondeu com outra pergunta.
- Acho que você será mandado novamente para a academia militar. Mas não sei muito a
respeito disso. – Respondeu Ares a Blake.
- Bom. É que me tornar guardião de um metido e arrogante como aquele Giullio parece
ser tão ruim quanto isso. Por que tinha que ser logo ele? Aquele cara me irrita. –
Continuou Blake.
- Bem, as pedras de seleção sempre tomaram a escolha certa. Nunca cometeram erros
então acho que deve haver um propósito maior nisso tudo. E você parece não estar
entendendo ele muito bem. Você sabe quem ele é? – Disse Ares.
- Não. Não conversamos muito. – Respondeu Blake com ar curioso.
- Ouvi dizer que ele é da família real da România. Ele deve estar acostumado com outro
tipo de tratamento e como você não o respeita, ele também não vai respeitar você.
- Como eu posso respeitar alguém como ele. Se ele é tão bom assim ele deveria poder se
proteger sozinho.
- Ouvi dizer que os magos da Família Real da România são muito poderosos apesar de
não haver uma academia por lá.
- Acho que já sei como resolver isso. Obrigado. – Finalizou Blake e saiu apressado do
local.
Giullio acordou com uma série de batidas apressadas na porta de seu quarto. Enquanto
levantava perguntou:
- Quem é?
- Sou eu. Levante logo ou vai perder o café. – Disse Blake apressado.
- O que aconteceu com você? Passou a se preocupar comigo de repente. O Stuart vai ficar
com ciúmes. – Continuou Giullio com tom de deboche enquanto lavava o rosto e trocava
de roupa.
- Ah, cale a boca mutante e venha logo. Você demora mais que uma mulher para se
arrumar. – Respondeu Blake irritado.
- Já estou pronto. – Disse Giullio enquanto abria a porta.
Seguiram então, sem trocar mais palavras, para o salão de refeições onde já se
encontravam alguns alunos.
- Você não me acordou hoje a toa não é? – Disse Giullio à Blake com ar desconfiado.
- Realmente. Não foi a toa. Você sabe que hoje é o último dia para decidirmos se vamos
ou não continuar com essa história de guardião. – Respondeu Blake.
- Ah sim. É verdade. Então no que você está pensando? – Continuou Giullio sem parecer
dar muita importância.
- Que tal uma luta para decidirmos? Se você me vencer eu serei seu cão de guarda. Se eu
vencer estarei livre para ir para onde quiser. O que você acha? – Propôs Blake confiante.
- Se você quer assim, por mim tudo bem.
Sorrindo Blake saiu em direção ao refeitório dos guardiões enquanto todos olhavam para a
dupla.
Ao final do café todos desceram apressados e se reuniram ao redor da arena enquanto
Blake e Giullio entravam. Blake pegou duas espadas de madeira e disse:
- Não se preocupe. Não vou te machucar. Muito.
Giullio permaneceu parado à frente de Blake e disse:
- Vejamos então.
Quando ambos estavam prontos, metade dos alunos estava presente. Blake girou as
espadas nas mãos e pariu para cima de Giullio. Giullio desviou-se girando o corpo para a
esquerda enquanto Blake passava por ele e fazendo alguns sinais de mãos recitou palavras
mágicas. Quando Blake se deu conta o chão aos seus pés estava extremamente liso.
Esforçou-se para se manter em pé, mas foi em vão, Blake caiu no chão escorregadio.
Enquanto isso Giullio conjurou mais uma magia agora de proteção e afastou-se.
Conseguindo levantar, mas ainda tentando manter o equilíbrio Blake não teve escolha a
não ser arremessar uma de suas espadas contra Giullio. A espada arremessada girou no ar,
mas ao se aproximar de Giullio mudou de direção como se tivesse batido em algum tipo
de barreira invisível e caiu no chão. Irritado Blake arremessou sua outra espada, mas
perdeu o equilíbrio novamente e caiu enquanto a espada arremessada girou no ar e atingiu
a cabeça de Blake. Caído e desarmado Blake teve que reconhecer que perdera o duelo.
Giullio aproximou-se estendendo a mão para Blake que recusou a ajuda, pois agora estava
mais irritado com as risadas que ouvia dos demais alunos do que com a derrota. Com a
cabeça ainda baixa Blake disse:
- Tudo bem, trato é trato. Eu aceito me tornar seu guardião.
- Bem, você foi derrotado muito rapidamente, não sei se quero alguém tão fraco assim
para me proteger. – Disse Giullio sorrindo.
- O quê? Como ousa dizer isso seu mutante idiota? Eu vou... – Gritou Blake, mas foi
interrompido por Giullio:
- Hei Calma. Como você mesmo disse trato é trato. Eu só estava brincando.
- Que brincadeira é essa? – Continuou Blake.
- Vamos nos atrasar para a aula. – Interrompeu Giullio novamente.
- Vá sozinho eu vou ficar por aqui. – Disse Blake encostando-se na pequena mureta que
separava a arena do pátio.
- Faça como quiser. Nos veremos novamente no almoço. – Respondeu Giullio já de costas
indo para a aula.
Blake permaneceu sentado ao lado da arena por alguns minutos até ouvir a voz de Lina:
- Blake? Está tudo bem com você? Você se machucou?
- Só o meu orgulho. – Disse Blake inclinando a cabeça para trás e olhando para o céu. -
Agora sou motivo de piada para toda a academia.
- Pois saiba que para mim não. Eu achei muito corajoso de sua parte desafiar um mago.
Um pouco estúpido, mas corajoso. – Continuou Lina sentando-se ao lado de Blake. – E é
bom saber que você vai ficar por aqui.
Levantando-se Lina sorriu e saiu na direção da grande torre enquanto Blake permaneceu
sentado. Blake Pensou em fugir enquanto ninguém estava por perto, mas deixou logo esse
pensamento de lado. Sabia que se fugisse agora se sentiria envergonhado pelo resto de sua
vida então se levantou e continuou andando pelo pátio até que as aulas da manhã
terminassem.
Giullio sentou-se à mesa para o almoço com seu típico grupo de amigos enquanto
esperava o momento do agradecimento quando percebeu Blake entrando e indo na direção
do refeitório ao lado que era destinado aos guardiões.
- Blake, espere. – Disse Tiffany levantando a voz. – Venha. Sente-se conosco hoje. –
Continuou Tiffany.
Blake olhou ao redor e para Giullio que parecia não estar se importando com a situação
então se aproximou e sentou à mesa com os demais.
O almoço seguiu tranqüilo e a conversa animada e quando todos estavam se preparando
para sair ouviu-se no salão um som já conhecido de todos: Dante bateu seu cajado no chão
algumas vezes como costumava fazer para chamar a atenção. Nesse momento todos
retornaram aos seus lugares e começaram a ouvir.
- Olá meus caros alunos! É muito bom revê-los! Estou aqui para algo muito importante,
hoje será realizada a última cerimônia de contrato com um guardião. Se me lembro bem
há três dias dois jovens decidiram esperar para tomar uma decisão e o tempo já se esgotou.
Então Giullio Cezare e Blake Garrak Qual a sua decisão? – Disse Dante em tom solene.
Ambos levantaram-se e caminharam até Dante.
- Eu aceito – Disse Blake após algum tempo de silêncio.
- Eu aceito – Disse Giullio logo após Blake.
- Então vamos dar início ao ritual! – Completou Dante em alta voz.
Dante tomou a mão direita de Giullio e tirou uma adaga cerimonial dourada, cravejada de
jóias vermelhas e transparentes de seu cinto e com ela fez um pequeno corte na mão de
Giullio. Fez o mesmo logo após com a mão esquerda de Blake. Ambos então recitaram o
juramento sagrado e firmaram o pacto de sangue entre Mestre e Guardião.
Capítulo 3
“(Ainda sem nome)”

 O Despertar

Blake acordou com um pouco de dor de cabeça, esfregou os olhos, olhou ao redor e percebeu
que estava em algum tipo de enfermaria, notou também Giullio sentado em um banco ao lado
de sua cama, Giullio estava dormindo, parecia muito cansado e com grandes olheiras também.
Após sentar-se na cama Nina entrou na divisória onde estavam com uma bandeja e
cumprimentou Blake com um grande sorriso.
- Olá Blake! Como se sente?
- Acho que estou bem, mas o que aconteceu? Só me lembro de estar no refeitório participando
da cerimônia. – Respondeu Blake.
- Bom, eu estava servindo no refeitório ao lado, mas parece que você desmaiou após a
cerimônia se completar. Você ficou assim por três dias, o senhor Giullio mandou que
fizéssemos o possível por você e até mandou buscar um remédio muito caro para que a sua
febre baixasse. Ele passou todo o tempo aqui acordado ao seu lado. – Contou Nina.
Blake apenas olhou para Giullio e percebeu que ele estava acordando.
Após bocejar e esfregar os olhos Giullio percebeu que Blake estava bem e cumprimentou
Nina.
- Obrigado. – Disse Blake – A Nina me contou o que você fez.
- É minha obrigação, que tipo de mestre deixaria seu guardião morrer por omissão? Ah, e já
que você está bem é melhor se apressar, ficaram muitas tarefas acumuladas enquanto você
estava dormindo. Eu vou para o meu quarto descansar. – Disse Giullio enquanto saía da
enfermaria.
Blake olhou para Giullio irritado, mas nada respondeu, levantou-se, pegou um pedaço de pão
da bandeja de Lina, engoliu inteiro acompanhado por um gole de leite e saiu logo após se
despedindo de Lina.
Giullio pediu para Blake não acordá-lo até o dia seguinte e entrou em seu quarto, Blake ainda
pôde ouvir o barulho de Giullio lançando-se na cama antes de sair para fazer uma lista de
coisas que lhe havia sido preparada.

 A Chegada das Outras Classes

Blake saiu do alojamento então ouviu a voz de Stuart:


- Hei Blake! Como você está?
- Estou vivo. – Respondeu Blake suspirando.
- Vamos ver a chegada dos alunos dos outros anos. As aulas deles vão começar a partir de
amanhã então muitos estão chegando hoje.
Após olhar para a janela do quarto de Giullio Blake amassou e jogou fora a lista de tarefas
enquanto seguia Stuart.
- Ah, que se dane o mutante! – Disse Blake em voz baixa.
Caminharam um pouco e pararam ao lado do portão junto a algumas outras pessoas para
observar a chegada dos outros alunos. Viram que muitas pessoas começaram a atravessar os
portões, alunos com capas de diversas cores, azuis, cinzas pretas e vermelhas, entendeu nesse
momento que as cores separavam as classes. Enquanto observava alguém se aproximou pelas
costas de Blake e tapou seus olhos.
- Adivinha quem é? – Disse uma voz feminina.
Blake não precisou pensar muito para responder, pois a voz e o tamanho dos seios que lhe
tocaram as costas eram bem familiares.
- Oi Tiffany! – Respondeu Blake.
- Ah, Como esperado do meu herói! – Continuou Tiffany.
– Então esses são os veteranos da academia?
Blake não respondeu e continuou observando. Tiffany estava acompanhada de Nana, Stuart e
Hennet, ficaram observando até que todos os alunos chegaram então Stuart lembrou a todos
que estava na hora do almoço.
Dirigindo-se para o refeitório Stuart e Blake deparam-se com outros veteranos q passaram por
eles com um olhar de desprezo. Demorou um tempo, mas Blake começou a perceber algumas
diferenças óbvias entre os guardiões veteranos e os novatos como ele, principalmente nos
equipamentos que utilizavam. Os veteranos vestiam roupas incomparavelmente melhores que
as de Blake e Suas armas e armaduras não eram nada ruins, tanto que por alguns segundos ele
os invejou, mas logo em seguida voltou a se sentir indignado com os olhares dos demais... Até
mesmo Stuart estava mais bem vestido que Blake.
Após o almoço, que foi muito mais agitado que de costume por causa das conversas e
comemorações dos veteranos, Blake voltou para o alojamento, pois achou que deveria levar
algo para Giullio comer como agradecimento. Chegando ao alojamento foi até o quarto 23 e
entregou o lanche que havia pedido para Nina preparar, Giullio, ainda meio sonolento,
agradeceu e comeu até ficar satisfeito e quando se preparava para cochilar mais um pouco
Blake disse:
- Hei mutante. Obrigado por ter me ajudado.
- Não precisa agradecer, é obrigação de um mestre cuidar do bem estar de seu guardião. Além
do mais, minha reputação iria por água a baixo se eu matasse meu guardião no dia do
contrato.
Blake quase se irritou, mas viu nessa conversa uma boa oportunidade então lançou:
- Por falar nisso, que tal me arrumar uns equipamentos novos? As minhas armas parecem
palitos de dente perto das espadas que os outros guardiões carregam.
- Eu acho que o que você tem lhe serve muito bem. Respondeu Giullio sem dar muita atenção
já deitado em sua cama e virando-se de costas para Blake. – Você deveria entender o
significado da humildade.
- Humildade... Olha quem fala! O mutante mais arrogante do mundo falando sobre isso. Mas
tudo bem, todos já estão comentando que o seu guardião é o mais “humilde” entre todos
mesmo, talvez o tão comentado Giullio Sei-Lá-De-Quê não tenha “condições” de manter seu
guardião.
Blake acertou em cheio o orgulho de Giullio com essa frase, poucas coisas poderiam deixá-lo
tão irritado.
- O quê? Quem ousa falar algo assim? Prepare suas coisas, amanhã mesmo vamos à capital
comprar algo digno do guardião de Giullio Cezare di România. Falou Giullio em tom
energético levantando-se da cama.
- Você é quem manda mestre. Disse Blake em tom irônico e virando-se de costas sorriu
vitorioso.

 A Viagem Para Anvard

Blake acordou cedo no dia seguinte e acordou Giullio que custou a levantar.
- Acorde mutante! Temos uma longa viagem pela frente.
Giullio levantou-se resmungando algo sobre dormir mais um pouco, mas a empolgação de
Blake o impediu.
Após algum tempo Giullio terminou de preparar suas coisas então ambos foram em direção ao
estábulo. Um homem já em idade avançada trazia uma carruagem puxada por dois cavalos
após alguns cumprimentos partiram ambos na carruagem com Blake guiando.
Deixando para trás a Academia, Blake só tinha olhos para a estrada à sua frente, imaginava
aventuras pela estrada apesar de ter ouvido que era um caminho tranqüilo e seguro.
Pararam algumas vezes para comer, pois Giullio fazia questão de ter ao menos três refeições
por dia. No fim do dia chegaram a uma vila chamada Anvil onde decidiram passar a noite
para seguir viagem no dia seguinte. Assim que encontraram uma boa estalagem foram dormir,
nenhum dos dois estava acostumado a viajar assim então o cansaço era tão grande que Giullio
nem reclamou ao pagar um quarto para Blake da mesma qualidade que o seu. Ambos
acordaram com o sol e após o desjejum seguiram viagem, queriam chegar à capital Anvard o
mais rápido possível e se não parassem muitas vezes poderiam estar lá pouco depois do meio-
dia. Algumas horas depois de deixarem a vila encontraram com um mercador que vinha em
sentido contrário.
- Olá – disse o homem que vinha guiando uma carroça puxada por um cavalo bem cuidado.
- Olá – Disse Blake.
- É melhor vocês pegarem outra estrada mais ao norte pelas colinas, o rio transbordou mais à
frente e houve uma grande inundação, alguns trechos da estrada principal estão alagados e vai
ser impossível passar com uma carruagem. – Advertiu.
Blake agradeceu pelo aviso e após conversar com Giullio decidiram seguir pela estrada
indicada. A estrada era um pouco mais acidentada e passava por uma região mais alta que a
estrada principal, ao passarem por um trecho no alto de uma colina avistaram uma região
completamente alagada pelo rio conhecido como Ligeiro. Ao longe também puderam avistar a
grande cidade e o mar. Blake parou um pouco a carruagem para admirar a paisagem já que
sempre ouvira falar do mar, mas nunca o viu com seus próprios olhos, até mesmo Giullio
ficou fascinado com a vista. Havia ainda algumas horas até chegar lá então resolveram seguir
viagem. Pegaram um caminho para voltar para a estrada principal passando por um trecho de
mata, a estrada era estreita nessa parte só havia espaço na estrada para a carruagem e diversas
vezes Blake tinha que desviar a cabeça de um galho ou outro, de repente Blake percebeu uma
movimentação estranha na mata.
- Hei mutante. Acho que temos companhia. – Sussurrou para dentro da carruagem.
Giullio apenas assentiu com a cabeça e alguns minutos depois três pessoas saltaram das
árvores em frente à carruagem, eram bandidos.
- O que você acha de passarmos por cima deles com a carruagem? – Questionou Blake.
- Não é uma boa idéia, se os cavalos forem feridos teremos mais problemas ainda.
- Entreguem tudo o que possuem e nós pouparemos suas vidas miseráveis! – Gritou um
homem mais velho que estava à frente dos bandidos. Ele era alto e moreno com diversas
cicatrizes pelo corpo e uma espada larga e curvada na cintura.

S-ar putea să vă placă și