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Este documento discute a aplicação do princípio da subsidiariedade na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). A ADPF deve ser proposta apenas quando nenhum outro meio no ordenamento jurídico se mostrar eficaz para sanar o dano a preceito fundamental. Contudo, a interpretação literal deste princípio limitaria a atuação do Poder Judiciário. Uma aplicação proporcional do princípio da subsidiariedade à ADPF evitaria a proliferação desnecessária de ações e recursos sobre causas idênticas.
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A aplicação do Princípio da Subsidiariedade na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
Este documento discute a aplicação do princípio da subsidiariedade na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). A ADPF deve ser proposta apenas quando nenhum outro meio no ordenamento jurídico se mostrar eficaz para sanar o dano a preceito fundamental. Contudo, a interpretação literal deste princípio limitaria a atuação do Poder Judiciário. Uma aplicação proporcional do princípio da subsidiariedade à ADPF evitaria a proliferação desnecessária de ações e recursos sobre causas idênticas.
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Este documento discute a aplicação do princípio da subsidiariedade na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). A ADPF deve ser proposta apenas quando nenhum outro meio no ordenamento jurídico se mostrar eficaz para sanar o dano a preceito fundamental. Contudo, a interpretação literal deste princípio limitaria a atuação do Poder Judiciário. Uma aplicação proporcional do princípio da subsidiariedade à ADPF evitaria a proliferação desnecessária de ações e recursos sobre causas idênticas.
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A aplicação do Princípio da Subsidiariedade na Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental
Monitora: Isabella Olívia Hannah Comin
Orientador: Prof. Me. Rodrigo Uchôa de Paula
O controle de constitucionalidade das leis, decorrente e vinculado à
separação de poderes e à classificação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 como rígida e escrita, é instituto responsável pela plena garantia da segurança jurídica no âmbito das relações legais, devendo ser sempre suscitado quando normas em abstrato ou em casos concretos padecerem de controvérsia/ilegalidade constitucional. São mecanismos criados pelo legislador brasileiro a fim de conferir efetividade ao controle concentrado de constitucionalidade a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI, a Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, prevista na Constituição de 1988 no artigo 102, § 1º, e regulamentada pela Lei n. 9.882, de 1999, posto que a norma constitucional é dotada de eficácia limitada, deve ser proposta perante o Supremo Tribunal Federal, que guarda competência originária e exclusiva para sua apreciação, pelos mesmos legitimados ativos designados para a propositura de ADI, de acordo com o Art. 2º da lei regulamentadora, e é cabível para “evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato (ou omissão) do Poder Público” ou “quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.” (Art. 1º, parágrafo único, I - Lei 9.882/99) A primeira hipótese de aplicação da ADPF é o que a doutrina chama de arguição autônoma, por ter natureza de ação direta e individual em relação ao ato lesivo, e a segunda hipótese é tida como arguição incidental, pois a ADPF é arguida ao STF por qualquer um de seus legitimados ativos legais, decorrente de um incidente processual em determinado caso concreto, onde se verifique relevante controvérsia constitucional e/ou lesão a preceito fundamental passível de discussão em abstrato pela Suprema Corte. A sua criação foi de grande importância no sentido de viabilizar a impugnação de atos lesivos decorrentes de lei ou ato normativo municipal e do chamado direito pré- constitucional, sendo aquelas normas editadas sob a vigência de constituições pretéritas, devido ao fato de as ações preexistentes em matéria de controle de constitucionalidade só apreciarem atos lesivos à Constituição decorrentes de leis e atos normativos federais ou estaduais, editados na vigência da atual Constituição. Determina o artigo 4º, § 1º da Lei 9.882/99, que “não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” Por tal peculiaridade, a ADPF é dotada de caráter subsidiário em relação às outras ações, devendo ser proposta apenas quando nenhum outro meio no ordenamento jurídico se mostrar eficaz para sanar o dano a preceito fundamental. Tal caráter subsidiário foi alvo de controvérsias na jurisprudência e doutrina, sendo claramente discutido no julgamento da ADPF n. 33, que versou sobre a vinculação do quadro de salários das autarquias ao salário mínimo, que tem discordância com o Art. 7º, IV da Constituição de 1988. Pelo princípio da subsidiariedade, a ADPF só seria cabível nas hipóteses de completo exaurimento das vias processuais ordinárias. Ao invés de conferir aplicabilidade plena ao mecanismo de controle, a interpretação literal do princípio disposto no Art. 4º, § 1º da lei regulamentadora estaria limitando a atuação do Poder Judiciário no que concerne à guarda das relações jurídicas, logo, o objetivo da ação estaria desfalcado. É razoável e proporcional a aplicação do princípio à ADPF em relação aos outros instrumentos de controle normativo abstrato, caso contrário, haveria desnecessária proliferação de ações ordinárias e recursos extraordinários pleiteando causas idênticas, devido à eficácia das decisões de tais mecanismos ser apenas inter partes, causando aumento ainda maior nas demandas processuais, e, por conseqüência, o agravamento da morosidade no Judiciário.