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PROFESSORES DE LÍNGUAS:
Gêneros Textuais em Práticas Sociais
UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
REIT OR
REITOR
Alcibiades Luiz Orlando
VICE-REIT
VICE-REITOROR
Benedito Martins Gomes
PRÓ-REITORA DE PESQ
PRÓ-REITORA UISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PESQUISA
Fabiana Scarparo Naufel
Coordenadora
Profª. Drª. Lourdes Kaminski Alves
APARECIDA DE JESUS FERREIRA
Organizadora
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DE LÍNGUAS:
Gêneros Textuais em Práticas Sociais
Mestrado
em Letras
CASCAVEL
CASCAVEL
2008
Copyright ©2008 by Aparecida de Jesus Ferreira.
Ficha catalográfica
catalográfica: Marcia Elisa Sbaraini-Leitzke CRB-9/539
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
ISBN: 978-85-7644-120-5
PESQUISAS: DIVERSID
PESQUISAS: ADE
DIVERSIDADE
2. Ensino de Língua Portuguesa através do gênero textual biografia:
uma experiência de elaboração e aplicação de seqüência didática 35
Sheyla Sabino da Silva Mroginski
Sílvia Letícia Matievicz Pereira
Aparecida de Jesus Ferreira
PESQUISAS: CID
PESQUISAS: AD
CIDADANIA
ADANIA
4. O gênero textual na sala de aula de Língua Inglesa:
uma experiência com seqüência didática 85
Ana Paula Domingos Baladeli
Aparecida de Jesus Ferreira
7
AGRADECIMENTOS
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
9
APRESENTAÇÃO
13
1 HISTÓRICO DO PROJETO DE PESQUISA:
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
LÍNGUA E PRÁTICAS SOCIAIS
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Pennycook (2001, p. 78) argumenta que o estudo sobre o contexto social tem a
possibilidade de proporcionar a compreensão de como o letramento está relaci-
onado com poder, diferença e desigualdade (FERREIRA, 2006a).
Sendo assim, esta pesquisa pretende também colaborar com os cursos
de formação de professores de línguas, proporcionando reflexões de como in-
cluir discussões sobre práticas sociais nos cursos de formação de professores,
bem como, desenvolver materiais de ensino para colaborar com tal discussão e
assim colaborar para que os futuros professores tenham uma formação que in-
clua o discurso das diferenças de uma forma reflexiva e crítica e não exclua os
diferentes. Desta forma, a pergunta de pesquisa que a coordenadora do projeto
de pesquisa pretende responder através da interação com as colaboradoras do
projeto é: Quais as transformações que ocorrem com os professores em forma-
ção ou em exercício ao passar pelo processo de consumidores de materiais de
ensino para produtores de materiais de ensino?
Para refletir sobre os resultados deste projeto de pesquisa primeiramente
apresento a justificativa do projeto. Em segundo lugar mostro o objetivo geral e os
objetivos específicos. Em terceiro lugar apresento a metodologia. Em quarto lugar
apresento os resultados e a discussão e, finalmente, trago as considerações finais.
JUSTIFICATIV
JUSTIFICATIVAS
TIVAS
OBJETIVOS
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
METODOLOGIA
METODOLOGIA
... continuação
Momentos do projeto Atividades desenvolvidas
3º. Momento:
Implementação • Aplicação das seqüências didáticas (em sala de aulas de estágio super-
(agosto/2007) visionado ou nas salas de aulas dos professores em exercício).
1 encontro em grupo
4º. Momento: Avaliação • Anotações em diário de campo sobre impressões de cada um, acerca da
aplicação das seqüências didáticas e avaliação dos resultados.Escrita do
(setembro/2007)
artigo. Avaliação das atividades desenvolvidas e reestruturação das se-
qüências didáticas – SD. Encontros em grupos para discussão da escrita
3 encontros em grupo do artigo (compilação do que foi produzido nos encontros anteriores).
A fase 2 do projeto previa a apresentação dos artigos que foram sendo elabo-
rados ao longo do projeto junto com a produção das seqüências didáticas, conforme
demonstram os Quadros 2 e 3 e os artigos nos Capítulos 2, 3, 4 e 5 deste livro.
1. Apresentação em eventos.
Outubro/2007
2. Língua Inglesa: Seminário de Língua Inglesa – NRE
Divulgação dos resultados (Núcleo Regional de Educação).
3. I Simpósio de Pesquisas em Letras.
TADOS E DISCUSSÃO
RESULT
RESUL
Desafio e independência
te para que o fizesse com propriedade, pois, como assevera Reinaldo & Santana
(2005), “a formação docente determina a escolha do material didático” (p. 100).
Ou seja, além de propiciar ao professor que produzisse seu próprio material de
ensino, o projeto também pretendeu refletir sobre escolhas de materiais didáti-
cos. Os extratos a seguir demonstram esta reflexão.
Uma experiência desafiante e por conseguinte estimulante, já que o processo de
elaboração de material exige pesquisa, e um constante exercício de relaboração
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
O que foi dito por Tomslinson & Masuhara parece se refletir nas experi-
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência Suíça
(Francófona). In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêner os orais e escritos
Gêneros
na escola
escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004a. p. 41-70.
SCHNEUWLY, Bernard; NOVERRAZ, Michele; DOLZ, Joaquim. Seqüências didáticas
para o oral e a escrita: Apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard;
DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola
escola. Campinas: Mercado de Letras,
2004b. p. 95-128.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêner os orais e escritos na escola
Gêneros escola.
Campinas: Mercado de Letras, 2004c.
SCHÖN, Donald A. The reflective practitioner: how professionals think in action.
London: Arena, 1983.
TELLES, João Antônio. A trajetória narrativa: histórias sobre a prática pedagógica e a
formação de professores de línguas. In: GIMENEZ, Telma (Ed.). Trajetórias na formação
de professores de línguas
línguas. Londrina, PR: Editora da Universidade Estadual de Londrina,
2002. p. 15-38.
TICKS, Luciane Kirchhof. O livro didático sob a ótica do gênero. Linguagem & Ensino
Linguagem Ensino,
v. 8, n. 1, p. 15-49, 2005.
TOMLINSON, Brian & MASUHARA, Hitomi. A elaboração de materiais para cursos
de idiomas
idiomas. São Paulo, SP: SBS Editora, 2005.
TOMLINSON, Brian. Dev eloping materials for languag
Developing languagee teaching
teaching. London:
Continuum, 2003.
TOMLINSON, Brian. Materials dev elopment in languag
development languagee teaching
teaching. Cambridge:
Cambridge UP, 1998.
WALLACE, Michael J. Training for eign languag
foreign languagee teachers: a reflective approach.
Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
26
HISTÓRICO DO PROJETO DE PESQUISA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA E PRÁTICAS SOCIAIS
ANEXO 1
TEXTOS PPARA
TEXTOS ARA LEITURA: Encontros de 3 horas – 14h00 a 17h00.
Encontros
/3/2007 – T
9/3/2007 extos: FFormação
Textos: ormação de Professor
Professor es e Práticas Sociais
ofessores
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
proposta para o ensino da língua portuguesa nas séries iniciais. Coordenação: Terezinha
da Costa-Hubbes. Cascavel, PR: Assoeste, 2006.
ANEXO 2
ANEXO 3
Justificativa
28
HISTÓRICO DO PROJETO DE PESQUISA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA E PRÁTICAS SOCIAIS
Objetivos:
Objetiv
Objetivoo ggeral:
eral: (sugestões de verbos: saber, compreender, interpretar, aplicar, analisar,
integrar, julgar, aceitar, apreciar, criar, etc.)
ANEXO 4
PLANO DE AULA
Título
Autores:
Gênero textual:
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Série
Tempo necessário
Introdução
Objetivos
Recursos didáticos
Organização da sala
Avaliação
Contextualização
Bibliografia
Anexos
30
HISTÓRICO DO PROJETO DE PESQUISA: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA E PRÁTICAS SOCIAIS
ANEXO 5
3. De que forma o projeto colaborou com sua formação de professor/a de línguas (em termos
acadêmicos e profissionais)?
Dificuldades:
Benefícios:
6. Como você analisa o trabalho proposto pelo projeto, ou seja, uma forma colaborativa e
interdisciplinar de produção de materiais de ensino em que participaram professores/as de Língua
Inglesa/Espanhola/Italiana e Portuguesa e em que todos deram sugestões para os materiais?
7. Quais foram os aspectos mais auxiliaram você a desenvolver o projeto de produção de materiais
de ensino?
9. Comente sobre outra questão que acha importante e que não foi abordada.
31
PESQUISAS:
DIVERSIDADE
2 ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL
BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA
DE ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO
DE SEQÜÊNCIA DIDÁTICA1
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
simule uma interação real, mesmo que muito próxima desta. É preciso, sobretudo,
que os textos produzidos tenham outro destino além da mesa do professor, ou das
paredes da sala de aula. É preciso que, inclusive, se possível, ultrapassem os muros
da escola. Dessa forma é possível pensar em um aluno que é sujeito da própria
linguagem, conforme apontou Suassuna (2002) anteriormente.
didática, por acreditar que esta propicia um trabalho efetivo com a língua, tendo
em vista que ela se baseia no princípio da linguagem enquanto interação. Para
que fique claro ao leitor do que trata tal procedimento, passamos, na seqüência,
a expor as características gerais do mesmo procedimento.
oral, folheto, etc.); bem como quem participará da produção (todos os alunos
individualmente, todos divididos em grupos, apenas alguns, etc.).
A produção inicial constitui-se de um primeiro texto elaborado pelos alu-
nos e tem por objetivo trazer à tona as concepções que os alunos têm acerca do
gênero textual trabalhado e permitir, assim, que as mesmas concepções sejam discu-
tidas e adequadas à situação de produção específica daquela seqüência didática.
Os módulos que se seguem devem ter por objetivo trabalhar os proble-
mas averiguados na produção inicial, para, somente então, partir-se para a pro-
dução final propriamente dita. A produção final deve ser, impreterivelmente, en-
caminhada ao destino previamente proposto, para, dessa forma, garantir a
interlocução e o sentido da atividade.
O trabalho com gêneros textuais, tal qual cunhado por Dolz et alii (2004), não
prevê, necessariamente, a intersecção de um tema, contudo, no entender desse artigo,
quando se alia ao trabalho lingüístico uma reflexão crítica acerca de algum tema social,
acrescenta-se sentido ao mesmo artigo, fortalecendo seu potencial empoderador.
Sob essa ótica, procurou-se, na elaboração e principalmente no desenvol-
vimento da aplicação da SD, fomentar a reflexão acerca do outro, buscando, através
do contato que os alunos estavam tendo com as trajetórias alheias, compreendê-las e
compreender-se. As razões que justificam a possibilidade de aliança entre o
inventariamento de biografias e o tema diversidade são discutidas a seguir.
ção básica para a difusão das crises tanto subjetivas quanto intersubjetivas de
sentido.” (BERGER & LUCKMANN, 2004, p. 33).
Conseqüentemente, o indivíduo cresce em um mundo onde não há mais
valores comuns que determinam o agir nas diferentes áreas da vida, nem uma
realidade única, idêntica para todos. Ele é incorporado pela comunidade de vida
em que cresce “[...] num sistema supra-ordenado de sentido.” (Op. cit., p. 39).
Assim, acaba por faltar ao indivíduo um cerne de entendimento comum, um cerne
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA...
ANEXO 01 – PROJET
PROJETO
OJETO
Coordenadora do Projeto: Professora Dra. Aparecida de Jesus Ferreira
Autoras da Seqüência Didática: Profa. Esp. Sheyla Sabino da Silva Mroginski e
Profa. Ms. Sílvia Letícia Matievicz Pereira
Título: A Diversidade Faz a nossa Escola
Tema: Diversidade
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Justificativas
36) tem propiciado, no homem moderno, é o que pode dar cabo a crises de
sentido, tanto subjetivas, quanto intersubjetivas.
O contexto em que vivemos, é coexistência das diversidade o que ca-
racteriza nossa época. Sendo do contexto de construção não unívoca de sentidos
que nossos alunos emergem, parece lícito propiciar condições para que eles
tomem ciência de que o constituinte de nossa realidade é a diversidade.
Nessa perspectiva, o trabalho com biografias parece ser congruente,
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
uma vez que biografar é, pois, “[...] descrever a trajetória única de um ser único,
original e irrepetível; é traçar-lhe a identidade refletida em atos e palavras; é
cunhar-lhe a vida pelo testemunho de outrem; é interpretá-lo, reconstruí-lo, qua-
se revivê-lo” (CARINO, 1999, p. 154).
Assim sendo, no âmbito escolar, trabalhar com biografias parece aventar a
possibilidade de pensar sobre a história de cada um, sobre as diferenças que formam
os grupos sociais – caminho aparentemente viável de valorização do sujeito (um
sujeito que constitui uma história individual por meio de sua interação com o social).
Sobretudo, o estudo do gênero textual parece possibilitar, pois o entendimento do
outro por meio da sua história de vida e das possíveis relações entre os acontecimen-
tos biográficos, o mundo com o qual ela interage e seu comportamento.
Enfim, acreditando ser este um gênero textual que fomenta a leitura do
outro, conduziremos este trabalho galgados numa atividade reflexiva e com
enfoque numa leitura em torno das diferenças entre os indivíduos.
Para a sistematização do trabalho com o gênero textual, optamos por
adotar os procedimentos previstos pelo que tem sido chamado de seqüência didá-
tica (SD), por acreditar que esta propicia um trabalho efetivo com a língua, tendo
em vista que a mesma SD se baseia no princípio da linguagem enquanto interação.
Objetivos
• Geral:
• Específicos:
Abordag em
Abordagem
dimentos propostos para cada uma delas configuram-se como sugestão e serão
apresentados, detalhadamente, no corpo da SD – constante no Anexo 2 a seguir.
de uma atividade. Por esta razão, optamos por indicar o tempo que pode durar
cada uma delas. Entretanto, assim como os apontamentos feitos anteriormente,
esta dica consiste mais em uma sugestão. A seqüência das atividades, contudo,
deveria ser mantida, a fim de coadunar com a perspectiva ensejada.
Recursos didáticos
• Quadro
• Giz
• Cópias de textos
• Biografias
• Cópias de atividade.
A DIVERSIDADE FFAZ
DIVERSIDADE AZ A NOSSA ESCOLA
Gênero textual: Biografia
Tema: Diversidade
Sugestão de turma: 6ª série
Sugestão
Caro professor,
A seguir encontram-se as descrições das 15 atividades que compõem
esta SD. Em cada uma delas há os objetivos que as orientam, os procedimentos
que podem ser tomados para sua realização, o material necessário a cada uma
delas, bem como uma previsão de tempo de duração (a qual se pautou na aplica-
50 ção prévia desta SD). No caso de uma atividade exigir algum tipo de material
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA...
extra (cópia de texto, por exemplo), este se encontra em separado das explica-
ções de cada atividade para facilitar sua reprodução. Quando isso não for possí-
vel (no caso das biografias a serem pesquisadas), apenas fazemos a indicação no
material exigido para o desenvolvimento da atividade.
Precisa-se ter claro, além disso, que essa SD foi pensada como um
elemento a mais para a preparação de suas aulas, servindo, deste modo, de
complemento a outros materiais e estratégias pedagógicas.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Atividade 1
DINÂMICA DE MO TIV
MOTIV AÇÃO
TIVAÇÃO
(blocos lógicos)
O b j e t i vo ( s )
- Promover reflexão a respeito das diferenças e das semelhanças entre as pessoas e a unidade
que, juntas, elas podem formar.
P ro c e d i m e n t o s
a. Dividir a turma em grupos de 4 ou 5 alunos.
b. Entregar um bloco lógico para cada aluno.
c. Solicitar que os alunos observem as características visuais do objeto recebido.
d. Solicitar que os alunos observem os blocos dos colegas do grupo
e pensem nas semelhanças e nas diferenças entre cada um e também
que tentem "construir" algo utilizando todos os blocos.
e. Propicie que os alunos compartilhem as "composições" dos colegas.
f. Com a sala disposta em círculo, os alunos devem, de forma breve,
relatar suas observações.
g. Indague os alunos sobre as semelhanças e sobre as diferenças subjetivas entre os objetos.
(Ex.: Indagar para que serviriam, o que cada um representa, o que eles fazem lembrar,
etc.).
h. Como encerramento da atividade, oriente a reflexão de que, assim como os blocos, as
pessoas que fazem parte da escola (alunos, professores, direção, orientação,
secretárias, serventes, bibliotecárias, etc.) têm suas diferenças e suas semelhanças
e que são justamente essas diferenças que formam o conjunto, assim como
a união dos blocos formou um objeto ou figura.
Material necessário
Blocos lógicos de madeira (ou outro material) em número igual ou maior à quantidade de
alunos da turma.
Tempo previsto (aproximado ) 30 minutos.
51
Sílvia Letícia Matievicz Pereira - Aparecida de Jesus Ferreira
Atividade 2
APRESENTAÇÃO D
APRESENTAÇÃO A SITUAÇÃO
DA
O b j e t i vo ( s )
- Orientar os alunos, dando uma razão plausível para suas produções.
P ro c e d i m e n t o s
a. Comunicar aos alunos que, em pesquisa na biblioteca, você percebeu que não há
registros sobre as pessoas que compõem a escola. Assim, visando organizar um livro que
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fará parte do acervo da escola, a turma fará uma pesquisa sobre as histórias de vida das
pessoas que dão vida ao ambiente escolar, inclusive a dos próprios alunos da sala. Estes
escreverão biografias de pessoas de todos os setores da escola para que os registros
(textos) sejam integrados à biblioteca local para futuras pesquisas.
b. Informar também que, para a finalização do trabalho, os alunos farão uma exposição das
biografias em painéis no saguão da escola, com intuito de divulgar o trabalho realizado
por eles, além, é claro, de as mesmas formarem um livro que ficará na biblioteca.
c. Nesse sentido, questionar:
- O que significa a palavra biografia?
- Vocês sabem o que é uma biografia?
Tempo previsto (aproximado) : 8 minutos.
Atividade 3
APRESENTAÇÃO D
APRESENTAÇÃO A SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
DA
O b j e t i vo ( s )
- Esclarecer aos alunos o que se espera deles e o que devem fazer em cada etapa do
trabalho a ser desenvolvido.
P ro c e d i m e n t o s
a. Informe aos alunos o que deles se espera e cada etapa a ser realizada (anote as etapas no
quadro em forma de tópicos, se achar necessário)..
Material necessário
Lousa, giz.
Tempo previsto (aproximado ) 7 minutos.
52
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA...
Atividade 4
RECONHECIMENTO DO GÊNER
RECONHECIMENTO O TEXTUAL
GÊNERO
O b j e t i vo ( s )
- Promover o primeiro contato com o gênero textual.
P ro c e d i m e n t o s
a. CONTATO COM AS BIOGRAFIAS
- Expor os alunos ao contato com diversos livros que contenham biografia(s)5.
b. LEITURA DE BIOGRAFIAS (TRABALHO EM GRUPO)
- Em grupo, alunos devem ler uma biografia que lhes tenha chamado a atenção (O grupo
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deve escolher uma das biografias para ler - toda ou parte dela - para o grande grupo).
c. APRESENTAÇÃO DAS BIOGRAFIAS SELECIONADAS
- Um aluno de cada grupo lê em voz alta para a classe a biografia selecionada.
d. LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DAS BIOGRAFIAS
- Concomitantemente às apresentações, o professor deve levar os alunos a perceber os
elementos formais e ideológicos6 constituintes do gênero textual estudado (O registro no
quadro negro dos elementos levantados parece ser estratégia válida).
Material necessário
Biografias diversas (em número igual ou maior à quantidade de alunos na turma).
Tempo previsto (aproximado ) 40 minutos.
5
Sugestões: Levá-los à biblioteca ou trazer à sala livros previamente selecionados pelo professor.
6
Exemplo: O fato de relatarem as vidas de pessoas notórias, são importantes os elementos formais
que as compõem – nome do biografado, data e local de nascimento, etc.
Atividade 5
SELEÇÃO DE TEXTOS DO GÊNER
TEXTOS O TEXTUAL
GÊNERO
O b j e t i vo ( s )
- Verificar o reconhecimento do gênero textual.
P ro c e d i m e n t o s
a. Solicitar, como tarefa de casa, que os alunos busquem por uma biografia de, no máximo,
duas páginas.
b. Entregar aos alunos o roteiro de reconhecimento da biografia (Este roteiro tem por
objetivo verificar se o aluno reconhece a estrutura do gênero textual).
c. Solicitar que os alunos tragam respondido, na próxima aula, juntamente com uma cópia
da biografia escolhida, o roteiro recém-entregue.
Material necessário
Cópias do roteiro de reconhecimento da biografia (a seguir).
Tempo previsto (aproximado ) 5 minutos.
Caro/a aluno/a.
Após ter escolhido uma biografia que lhe tenha chamado a atenção (que tenha
no máximo duas páginas), responda às questões abaixo. AS QUESTÕES DEVEM SER
RESPONDIDAS DE ACORDO COM O TEXTO ESCOLHIDO.
Em sua próxima aula de Língua Portuguesa, entregue esta folha respondida
para a professora, juntamente com uma cópia da biografia que você escolheu (precisa-
remos dela para poder conferir suas respostas).
Bom trabalho!
53 Data de entrega desta atividade: _____/_____/_____
Sílvia Letícia Matievicz Pereira - Aparecida de Jesus Ferreira
Atividade 6
RECONHECIMENTO DO GÊNER
RECONHECIMENTO O TEXTUAL (Parte B)
GÊNERO
O b j e t i vo ( s )
- Verificar se os alunos compreenderam o que é biografia.
P ro c e d i m e n t o s
a. Solicitar tarefa dada na aula anterior7 .
b. Informar que você corrigirá as tarefas e as devolverá na aula seguinte.
c. Informar, além disso, que, com o objetivo de conhecer antes da correção o que eles
entenderam por biografia e também para fazer um levantamento das principais
características do gênero textual, será feita a leitura da biografia de Ruth Rocha e uma
atividade com o texto.
d. Entregar para cada aluno uma cópia da biografia de Ruth Rocha.
e. Levantar conhecimento prévio dos alunos acerca da autora.
(Se necessário, ler trecho de obra/poema dessa Ruth Rocha).
f. Solicitar primeira leitura do texto (em voz alta, em silêncio, como preferir).
g. Entregar para cada aluno, novamente, o roteiro de reconhecimento da biografia.
h. Solicitar que sejam respondidas as questões do roteiro de acordo com o texto lido.
i. Discutir com os alunos as respostas dadas8 .
Material necessário
Cópias da biografia de Ruth Rocha. (a seguir)9
Cópias do roteiro de reconhecimento da biografia. (a seguir)
Tempo previsto (aproximado ) 50 minutos.
7
Esta tarefa irá revelar se o aluno foi capaz de reconhecer o gênero textual e, a partir disso,
selecionar um texto. Colaborará, além disso, para que o aluno passe a ter noção dos principais
elementos formais constituintes de uma biografia. Por ser tão importante, cada uma merece, em
momento oportuno, ser avaliada individualmente pelo professor.
8
Professor! Este é um momento interessante para que se discutam as questões ideológicas envolvidas no
gênero textual. Por exemplo, levante discussão sobre a questão de, comumente, apenas pessoas com
reconhecida notoriedade terem suas vidas biografadas. O que isso revela de nossa sociedade? Além do
mais, quem escreve biografias, quem lê biografias? São questões que podem contribuir para a discussão.
54 9
O professor pode optar por colocar o texto em transparência.
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA...
RUTH ROCHA
ROCHA
Ruth Rocha nasceu em 1931 na cidade de São Paulo. Filha dos cariocas
Álvaro de Faria Machado, médico, e Esther de Sampaio Machado, tem quatro
irmãos, Rilda, Álvaro, Eliana e Alexandre. Teve uma infância alegre e repleta de
livros e gibis. O bairro de Vila Mariana, onde morava, tinha, nessa época, muitas
chácaras por onde Ruth passava a caminho da escola. Estudava no Colégio Ban-
deirantes. Mais tarde terminou o Ensino Médio no Colégio Rio Branco.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Atividade 7
ANÁLISE LINGÜÍSTICA
O b j e t i vo ( s )
- Levar o aluno a perceber algumas das características lingüísticas das biografias.
- Buscar sanar as dificuldades compartilhadas pela maioria dos alunos em relação às
questões lingüísticas.
P ro c e d i m e n t o s
- Desenvolver atividades de reflexão lingüística de acordo com as dificuldades/necessidades
de cada grupo.
Professor, este momento deve abrir espaço para trabalhar as dificuldades
mostradas pelos alunos na construção de seus textos, sendo assim, e considerando
que as características de cada grupo podem ser diversas, esta atividade deverá
ser elaborada por você. De qualquer forma, a seguir encontra-se parte
da atividade desenvolvida com os alunos quando da primeira aplicação desta
SD, a qual teve por base o texto utilizado na atividade 6 (biografia de Ruth Rocha).
Material necessário
- Cópias de Atividades de Análise Lingüística (exemplos a seguir).
56 Tempo previsto (aproximado ) 50 minutos.
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA...
Atividade 8
ENCAMINHAMENTO D
ENCAMINHAMENTO A PR
DA ODUÇÃO INICIAL
PRODUÇÃO
O b j e t i vo ( s )
- Propiciar a revelação das representações que os alunos têm sobre o gênero.
P ro c e d i m e n t o s
- Solicitar que os alunos entrevistem um colega de classe e escrevam a biografia deste.
- Transcrever no quadro a proposta de produção:
P ro p o s t a d e p ro d u ç ã o t e x t u a l i n i c i a l :
Considerando os conteúdos estudados até aqui, escolha um colega da classe e
escreva sua biografia. Ela deve ter, no mínimo, uma e, no máximo, duas páginas (do
tamanho fichário).
Seu trabalho deve ser entregue, sem falta, na próxima aula de Língua Portuguesa.
(data: _____/______/_____).
O b s . : C a d a a l u n o p o d e r á s e r b i ogr a f a d o a p e n a s u m a ve z .
Material necessário
Lousa, giz.
57 Tempo previsto (aproximado ) 10 minutos.
Sílvia Letícia Matievicz Pereira - Aparecida de Jesus Ferreira
Atividade 9
b. Avise aos alunos que, por conta do tempo, provavelmente apenas cerca de 15 biografias
poderão ser lidas.
c. Sorteie, da forma que achar conveniente, os nomes dos alunos cujas
biografias serão lidas.
d. Solicite que cada autor da biografia leia sua produção.
e. Após cada leitura, promova reflexão acerca do tema da diversidade.
Sugerimos as seguintes questões:
- Por que você escolheu este colega para biografar?
- O que você descobriu de interessante na história de vida dele?
- O que há de comum e de diferente entre sua história e a dele?
- Há algo na história dele que se relacione a seu comportamento?
- É possível compreendê-lo melhor após conhecer sua história? Por quê?
- Por que ele faz parte da história desta escola?
f. Promova reflexão oral sobre a questão: Por que a diversidade faz a nossa escola?
Material necessário
Biografias produzidas pelos alunos.
Tempo previsto (aproximado ) 60 minutos.
Atividade 10
ROTEIRO DE A
TEIRO VALIAÇÃO D
AV A BIOGRAFIA
DA
59
Sílvia Letícia Matievicz Pereira - Aparecida de Jesus Ferreira
Atividade 11
REESCRITURA DO TEXTO
TEXTO
O b j e t i vo ( s )
- Proporcionar momento de reflexão a respeito da própria escrita.
- Fazer com que os alunos percebam o que é mais relevante em uma biografia, por meio de
elaboração de entrevista, ou seja, uma história de vida tem muitos aspectos interessantes a
serem narrados, porém, para a redação de uma ou duas páginas biográficas, será necessário
elencar os fatos mais importantes daquela história de vida, o que deve ser pensado no
momento da elaboração da entrevista.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Atividade 12
PREPARAÇÃO PPARA
PREPARAÇÃO ARA A PRODUÇÃO TEXTUAL
PRODUÇÃO
O b j e t i vo ( s )
- Encaminhar atividade de produção escrita.
P ro c e d i m e n t o s
- Ter em mãos uma lista com os nomes de todos os professores e funcionários da escola.
- Elaborar com o grupo um roteiro de entrevista (Sugerimos que o professor anote este
roteiro na lousa para que os alunos o copiem em seus cadernos).
- Da maneira que considerar mais conveniente (sorteio, escolha partindo dos alunos,
etc.), faça com que cada aluno tenha ciência de quem será seu entrevistado (Parece
conveniente o professor registrar por escrito o resultado dessa distribuição).
- Lembrá-los de que as informações para a escritura do texto devem ser coletadas em
contato direto com os participantes.
(Esta orientação é bastante importante. Caso não tenham isso claro, é possível que os
alunos apenas entreguem o questionário aos colaboradores e o recebam, depois,
preenchido. Neste caso o contato mais apurado entre alunos e o corpo docente/
administrativo da escola ficaria prejudicado e, provavelmente, essa superficialidade se
refletiria nos textos, o que vai contra os objetivos deste projeto).
- Informar a data para entrega do texto pronto.
Material necessário
- Lista com os nomes de todos os funcionários da escola.
60 Tempo previsto (aproximado ) 50 minutos.
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL BIOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA...
Atividade 13
ESCRITURA DA PR
DA ODUÇÃO FINAL
PRODUÇÃO
O b j e t i vo ( s )
- Propiciar a prática da escrita.
- Encaminhar o fechamento da seqüência didática.
P ro c e d i m e n t o s
a. Tendo feito a entrevista, cada aluno deverá escrever, em sala de aula, a biografia do
componente da escola já definido.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Observação:
A seguir há uma orientação mais detalhada desta proposta,
orientação que pode ser apresentada aos alunos.
b. Recolha as produções.
(Obs.: É necessário que elas sejam corrigidas antes da próxima aula).
PROPOSTA DE PRODUÇÃO
Tendo sorteado o nome da pessoa da escola (professor, diretor, funcionário, etc.), e feito
a entrevista com ele (conforme o roteiro elaborado em sala), escreva a biografia desta
pessoa. Seu texto deve ter, no mínimo, uma página e, no máximo ,três (do tamanho
fichário) e deve ser entregue, sem falta, nesta aula.
Material necessário
- Proposta de produção final (a seguir).
- lousa, giz.
Tempo previsto (aproximado ) 90 minutos.
Atividade 14
Atividade 15
NOTAS
NOT
1
Artigo apresentado como comunicação coordenada no I Simpósio de Pesquisas em Letras
(Unioeste, 2007).
2
Mestre em Letras pela Unioeste.
3
Mestranda em Letras pela Unioeste.
4
Profa. Orientadora.
62
3 PRODUÇÃO DE MATERIAL DE ENSINO:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
– GÊNERO TEXTUAL LEI 1
ATIVIDADES DESENV
ATIVIDADES OL
DESENVOL VID
OLVIDAS NO PR
VIDAS OJET
PROJETO
OJETO
textos cujos temas enfocavam questões sociais. Posteriormente a estas leituras, foi
dado início à elaboração da seqüência didática, sendo que ocorreram vários en-
contros, entre os participantes do projeto, visando à troca de experiência. Durante
estes encontros, os elaboradores de cada seqüência didática expunham o que havi-
am elaborado e os demais participantes contribuíam fazendo sugestões para a
melhoria de todos os materiais de ensino que estavam sendo elaborados.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Por considerar que a língua está intimamente ligada aos mecanismos so-
ciais de poder (LANKSHEAR, 1994, p. 11), contribuindo para a hierarquização dos
diversos segmentos da sociedade, o tema gerador escolhido para esta seqüência
didática são as relações étnico-raciais. Historicamente, por meio de práticas
discursivas, a população negra foi inferiorizada, criando-se um conjunto de con-
cepções perpetuadas através do tempo, concepções que são responsáveis pela
prática de racismo, pela discriminação e pelo preconceito. O ensino de Língua
Portuguesa precisa considerar este aspecto, levando os alunos a refletirem sobre o
poder que a língua tem na produção, na reprodução e na manutenção dos discur-
sos preconceituosos, discriminatórios e racistas que hierarquizam os indivíduos na
sociedade. Desta forma, esta seqüência didática terá como suporte teórico-
metodológico o letramento crítico (LANKSHEAR, 1993, 1994, 2002) e a educação
anti-racista (DEI, 1996, CAVALLEIRO, 2001), servindo, assim, como estratégia para
a aplicação da Lei Federal n.º 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em todo o contexto escolar.
O letramento crítico e a educação anti-racista são abordagens que se
complementam e que têm como foco um ensino comprometido com a justiça
social (MCLAREN & LANKSHEAR, 1993, p. 414; DEI, 1996, p. 28). O letramento
crítico explora como as práticas lingüísticas são utilizadas na produção dos sig-
nificados sociais, contribuindo para a manutenção das desigualdades e das in-
justiças (MCLAREN & LANKSHEAR, 1993, p. 12); e, assim como a educação anti-
racista, privilegia um ensino que eduque para as relações étnico-raciais..
Ao ter como referencial teórico-metodológico o letramento crítico, são
contemplados também os pressupostos da Lingüística Aplicada Crítica, a qual pro-
põe que a linguagem seja investigada de modo crítico, uma vez que esta reflete e
64 reproduz a desigualdade social. Nesse sentido, Pennycook (1998) recomenda que os
PRODUÇÃO DE MATERIAL DE ENSINO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA – GÊNERO TEXTUAL LEI
PRODUÇÃO DE MA
PRODUÇÃO TERIAL DE ENSINO, GÊNER
MATERIAL OS TEXTUAIS E
GÊNEROS
SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
por exemplo, quando o professor apresenta um novo gênero textual, por meio de
uma seqüência didática e, a partir do contato com o gênero textual, o aluno
percebe as dificuldades que tem com relação à língua estudada, buscando estra-
tégias para sanar tais dificuldades.
Com relação à seqüência didática, Dolz et alii explicam que ela “[...] é
um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em
torno de um gênero textual oral ou escrito” (DOLZ et alii, 2004, p. 97). O conjun-
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
volvimento, como também para a promoção da justiça social. É isso o que se tem
em vista com a seqüência didática neste artigo comentada.
REFERÊNCIAS
71
Rosani Clair da Cruz Reis - Aparecida de Jesus Ferreira
ANEXO 1
PROJET
PROJETO DE ELABORAÇÃO DE MA
OJETO TERIAL DE ENSINO
MATERIAL
SOBRE GÊNER OS TEXTUAIS E PRÁTICAS SOCIAIS
GÊNEROS
Rosani Clair da Cruz Reis
LEI: GÊNERO TEXTUAL Q
GÊNERO UE ORGANIZA A SOCIED
QUE ADE
SOCIEDADE
Objetiv
Objetivoo ggeral:
eral: Propiciar aos alunos o conhecimento das características do gênero
textual lei, aliando este estudo ao conhecimento das leis anti-racistas presentes no
Código Penal e na Constituição Federal, por meio da interpretação textual.
Objetivos específicos:
• Possibilitar aos alunos o conhecimento de que os diversos textos que circulam
na sociedade são conseqüências das necessidades que a vida em sociedade faz
surgir, sendo, portanto, produções eminentemente sociais.
• Propor aos alunos a leitura das leis anti-racistas presentes na Constituição Fede-
ral e no Código Penal para a identificação de trechos diretamente relacionados à
prática do racismo.
• Promover a educação anti-racista, possibilitando aos alunos, brancos e negros, o
conhecimento das conseqüências advindas por práticas racistas.
• Propiciar o letramento crítico, ao discutir questões sociais que subjazem à exis-
tência das leis anti-racistas.
Abordag
Abordagem:em: O desenvolvimento desta unidade de estudo será embasado pelo letramento
crítico (LANKSHEAR, 1994, 2002) e pela educação anti-racista (DEI, 1996, CAVALLEIRO,
2001). Ambas as abordagens, que se complementam, têm como foco um ensino com-
prometido com a justiça social (MCLAREN & LANKSHEAR, 1993, p. 414; DEI, 1996, p.
72 28). O letramento crítico explora como as práticas lingüísticas são utilizadas na produção
PRODUÇÃO DE MATERIAL DE ENSINO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA – GÊNERO TEXTUAL LEI
Definição do conteúdo:
• Estudo do gênero textual lei.
• Leis anti-racistas (Código Penal e Constituição Federal)
• Interpretação textual.
Atividades propostas:
• Leitura e discussão de texto teórico sobre o gênero textual lei, identificando o
domínio discursivo, a seqüência tipológica predominante, o suporte do texto, o
ambiente discursivo e a interação verbal, presentes neste gênero textual.
• Palestra com um vereador (ou deputado) falando como acontece a criação de uma lei.
• Leitura discussão (em grupo) e interpretação de leis anti-racistas, presentes na
Constituição Federal e no Código Penal.
• Apresentação das discussões realizadas nos grupos.
Recursos:
• Exemplares de Código Penal e Constituição Federal.
• Xérox do texto teórico e das leis anti-racistas presentes no Código Penal e na
Constituição Federal.
• A presença de um palestrante (vereador ou deputado).
Ender eços eletrônicos: sugestão de endereços eletrônicos que os alunos podem acessar
Endereços
para conhecer um pouco mais sobre leis e cidadania:
• Cartilha Cidadão:
http://www.escoladecidadania.ufjf.br/secao.php?nome=artigos&op=mostrar&id=7
• Plenarinho:
http://www.plenarinho.gov.br/
• Constituição Federal:
http://www.presidencia.gov.br/legislacao/constituicao/
• Código Penal:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm (Código Penal)
http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1989/7716.htm (Lei nº 7.716 - de
5 de janeiro de 1989)
ANEXO 2
SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
UNIDADE DE ESTUDO:
UNIDADE
LEI: GÊNER
GÊNEROO TEXTUAL QUE ORGANIZA
QUE
E DISCIPLINA A VIDA EM SOCIED
VIDA ADE
SOCIEDADE
Responda:
– Você sabe o que significa o termo gênero textual?
– Você já percebeu que o ser humano tem diferentes necessidades de
comunicação (tanto escritas quanto orais) e que, para cada necessidade, existe
um texto com características próprias?
Leia o texto “O que são gêneros textuais?” para você entender um pouco
mais sobre isso.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
O termo “gênero textual” é usado para se referir a todos os textos que circu-
lam na sociedade e que apresentam características próprias. Os textos podem
ser orais e escritos e suas características dependerão do espaço social onde este
texto circulará, por quem e para quem ele é escrito, os objetivos (ou função)
pelos quais ele é escrito, a forma utilizada para que ele chegue ao conhecimento
de outras pessoas (falado, cantado, impresso...) e a seqüência tipológica predo-
minante (dissertativo, narrativo, injuntivo, descritivo, expositivo e dialógico).
A reunião de todas essas informações tornará possível identificar o gênero tex-
tual a que pertence um determinado texto.
Quando alguém necessita estabelecer comunicação, para os mais diferentes
objetivos sociais (uma simples conversa, um telefonema, uma palestra, relatar
algum fato, solicitar algo a alguém, etc.), estabelecemos esta comunicação uti-
lizando-nos de um dos gêneros textuais já existentes. Quando novas necessida-
des comunicativas surgem, novos gêneros textuais também aparecem. Um exem-
plo disso é o e-mail que surgiu não faz muito tempo e que possui características
que atendem à necessidade de uma comunicação rápida e objetiva. É preciso
entender que cada espaço social possui gêneros textuais particulares, que utili-
zam uma linguagem e vocabulários mais ou menos específicos. Um exemplo
disso é a linguagem utilizada por advogados, juízes, promotores, delegados.
Outro exemplo é a linguagem utilizada pelos padres, religiosos e todos os que
freqüentam uma igreja. Na escola, os livros didáticos também têm uma lingua-
gem que atende à necessidade daqueles que desses livros fazem uso e essa
linguagem é geralmente diferente da linguagem que predomina na igreja ou nos
espaços jurídicos. Estes diferentes espaços determinam o domínio discursivo:
publicitário, jornalístico, jurídico, religioso...
Ou seja, gêneros textuais é o nome dado para classificar os diversos textos que
circulam em nossa sociedade, que possuem características próprias e que cum-
prem com objetivos e funções bem definidos, sendo, portanto, um meio social de
produção e de recepção de tudo aquilo produzido com função comunicativa. Para
dizer que um texto pertence a um determinado gênero é preciso verificar as condi-
ções nas quais o texto foi produzido, quais são seus destinatários, o local de
circulação, a seqüência tipológica predominante, dentre outros aspectos.
75
Rosani Clair da Cruz Reis - Aparecida de Jesus Ferreira
Perguntas:
– Perceberam que os diferentes nomes que vocês deram às necessidades de
comunicação previstas nas situações acima correspondem a gêneros textuais?
– Quais outros gêneros textuais vocês conhecem?
– Você sabe quem, em nossa sociedade, mais legitimidade tem para propor e criar leis?
Se respondeu que são os vereadores ou deputados, acertou!!! Contudo,
além deles, outras pessoas também podem propor a criação de leis, como o
prefeito, o Presidente da República e também o povo.
– Você conhece algum vereador ou deputado?
Se conhece, convide-o para vir a sua escola fazer uma palestra falando sobre a
criação e a importância da leis em nossa sociedade. Após a palestra, vocês poderão
fazer perguntas ao palestrante para esclarecer suas dúvidas. Esta sugestão é feita,
pois, nesta unidade de ensino, aprenderemos sobre o gênero textual lei, compreen-
dendo sua importância na organização da vida social. Conheceremos também as
leis anti-racistas, que asseguram o respeito e a dignidade a todos os cidadãos,
76 prevendo punições para as práticas preconceituosas, discriminatórias e racistas.
PRODUÇÃO DE MATERIAL DE ENSINO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA – GÊNERO TEXTUAL LEI
Na seqüência, aprenderemos sobre um gênero textual com o qual vocês não têm
muito contato, contudo é a existência desse gênero textual que faz as pessoas, geral-
mente, cuidarem com aquilo que fazem ou com aquilo que falam: as leis. São elas que
tornam possível a vida em sociedade, impondo limites e prevendo punições para quem
ultrapasse os limites que nelas estão estabelecidos.
Thomas Hobbes, um filósofo inglês que viveu no século XVI, criou a conheci-
da frase “O homem é o lobo do homem”. Para Hobbes, o homem é um ser egoísta
e seu preceito supremo é “defender-se por todos os meios possíveis”. Desta for-
ma, para que a vida em sociedade seja possível, é necessária a existência de um
mecanismo capaz de organizar as relações entre os seres humanos. Esse mecanis-
mo compõe-se de um grande número de regras: de etiqueta, éticas e jurídicas.
Neste estudo, aprenderemos sobre as regras jurídicas, conhecidas popular-
mente como leis. Elas são elaboradas pelo poder legislativo e determinam a
forma como devemos proceder com relação aos demais indivíduos que com-
põem a sociedade. As leis destinam-se a todos os cidadãos do território no qual
elas são criadas e também a indivíduos que estão temporariamente neste territó-
rio, como, por exemplo, a passeio. A lei é, portanto, geral, destinada a todos e
deve ser aplicada da mesma forma. Em razão disso, ninguém pode alegar desco-
nhecimento da lei, dizendo que praticou algum ato contrário à lei porque não
sabia que tal ato era ilegal. A partir do momento em que a lei é publicada em
uma imprensa oficial, presume-se que ela seja do conhecimento de todos.
Sem as leis, cada indivíduo agiria de acordo com a sua própria vontade e a
sociedade viveria um constante caos. É por isso que se diz que as leis são contra-
tos sociais, nos quais cada um deve fazer sua parte. Quando isso não acontece, há
mecanismos de punição para as pessoas que os descumprem. Há inclusive países
nos quais os indivíduos que descumprem as leis são punidos com a própria vida.
As leis surgem de necessidades sociais e são sistematizadas (elaboradas e
escritas) pelo poder legislativo e executivo. Cabe ao poder judiciário fiscalizar o
cumprimento das leis e punir aqueles que as descumprem. Assim, os espaços
sociais (ambientes discursivos) mais comuns nos quais circulam as leis são fóruns,
escritórios advocatícios, delegacias, tribunais estaduais e federais, câmaras muni-
cipais, Senado, Assembléia Legislativa Estadual e Câmara dos deputados.
Em nosso país, para que as leis sejam válidas, elas precisam estar escritas
em um determinado suporte, como códigos e a Constituição Federal. Assim,
com relação ao domínio discursivo, dizemos que as leis pertencem ao domínio
jurídico, possuindo uma linguagem e vocábulos próprios, muitas vezes de difí-
cil compreensão para pessoas leigas. A seqüência tipológica predominante é a
injuntiva, já que o corpo das leis faz o destinatário agir ou deixar de agir dentro
do modo ali previsto. Com relação aos enunciadores, o gênero textual lei pres-
supõe sempre a interação entre duas ou mais pessoas.
77
Rosani Clair da Cruz Reis - Aparecida de Jesus Ferreira
TRABALHO EM GRUPO:
CÓDIGO PENAL
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza
ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
correspondente à violência.
§ 3º - Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião ou origem:
Pena - reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
** §3º com redação determinada pela Lei no. 9.459, de 13 de maio de 1997.
... continuação
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou
residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navi-
os barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte
concedido.
Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo
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80 JOSÉ SARNEY
PRODUÇÃO DE MATERIAL DE ENSINO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA – GÊNERO TEXTUAL LEI
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Dos Princípios Fundamentais
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-
priedade, nos termos seguintes:
[...]
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujei-
to à pena de reclusão, nos termos da lei;
Veiculação/cir culação:
eiculação/circulação:
Em grupo, elaborem cartazes a serem afixados no saguão da escola. Cada grupo será
responsável em produzir um cartaz que alerte aos demais alunos, professores, funci-
onários e visitante do colégio, sobre o que a lei determina para a prática do racismo.
Obs.: Podem ser formulados também cartazes que divulguem outros conhecimentos
adquiridos no decorrer da seqüência didática.
NOTAS
NOT
1
Artigo apresentado como comunicação coordenada no I Simpósio de Pesquisas em Letras (Unioeste, 2007).
2
Mestre em Letras pela Unioeste.
82 3
Profa. Orientadora.
PESQUISAS:
CIDADANIA
4 O GÊNERO TEXTUAL NA SALA DE AULA
DE LÍNGUA INGLESA: UMA EXPERIÊNCIA
COM SEQÜÊNCIA DIDÁTICA1
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
mogênea, composta por um conjunto de regras exterior ao sujeito que dela se utiliza.
Tal realidade reflete a concepção que o professor tem do que seja língua e do ensino
dela, ou seja, a língua apresenta-se de forma estanque, fundamentada em regras.
Logo, o ensino das quatro habilidades necessárias para o aprendizado de uma LE (a
saber: falar, ouvir, escrever e ler) acaba resumido a apenas duas (escrever e ler).
A proposta que apresentamos nesse trabalho é a elaboração e a aplica-
ção de uma seqüência didática para o ensino de Língua Inglesa em uma escola
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
PRESSUPOSTOS
textuais configuram-se muito mais por sua estreita dependência das interações co-
municativas sociais do que pela estética. Por isso, são classificados como manifes-
tações comunicativas oriundas da função social que desempenham, são flexíveis, e,
muitas das vezes, são híbridos, o que acaba por dificultar sua classificação.
A utilização em sala de aula de tipos de textos diferentes, além de contribuir para
o aumento do conhecimento intertextual do aluno, pode mostrar claramente que os
textos são usados para propósitos diferentes na sociedade. [...] ao agirem no dis-
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
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88
O GÊNERO TEXTUAL NA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA: UMA EXPERIÊNCIA COM SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
CONTEXTUALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA
DA
A primeira atividade:
vel na Revista Época, impressa e versão on-line. A escolha desses artigos se deu no
intuito de apresentar o gênero textual artigo jornalístico por meio de textos autênti-
cos em LE e em LP que tratam das condições de vida de crianças no Nordeste
brasileiro e o acordo firmado pelo Brasil no intuito de amenizar tal situação. Essa
escolha trouxe também a questão das políticas públicas do governo para reduzir a
miséria, como é o caso do Programa Bolsa Família. Como era previsto, a leitura
desses textos suscitou polêmica na sala e alguns grupos manifestaram-se, isso por-
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FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
A segunda atividade:
gênero textual foi retomado, fazendo-se perguntas-chave: como?, quem?, onde?, por
quê?, qual? Essas perguntas foram aliadas ao roteiro de leitura, roteiro composto por
questões interpretativas que subsidiassem a primeira produção escrita dos alunos,
sendo esse um artigo curto em LP que poderia ser entregue na próxima aula.
A terceira atividade:
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A quarta atividade:
A quinta atividade:
nos sejam veiculados (circulados). O professor pode sugerir que os alunos adap-
tem seus artigos em cartolina, papel embrulho, adicionem gravuras, fotos, dese-
nhos... a fim de que apresentem o layout de um artigo a ser exposto na escola.
Essa circulação pode acontecer no mural da escola, ou até mesmo nos corredo-
res, para que os demais alunos possam ler esses artigos.
RESULTADOS PRELIMINARES
RESULT
mentos do layout foram alterados para que os alunos possam experienciar a lei-
tura de textos de produção e de veiculação on-line. Esse procedimento se justifi-
ca porque, infelizmente, o processo de leitura em ambiente virtual ainda não faz
parte da rotina da maioria dos alunos da escola pública.
Por tratar-se de um colégio de periferia, pensou-se na dificuldade de
acesso ao gênero textual escolhido, uma vez que a probabilidade de os alunos
terem contato com jornais impressos ou virtuais seria muito baixa. Assim, a esco-
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
lha do suporte da internet veio proporcionar aos alunos um maior contato com
textos em LE também no ambiente virtual, ainda que de forma impressa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
por uma ênfase na leitura crítica de diferentes gêneros textuais, balizado por
atividades orais e escritas de interpretação e de problematização da temática.
Por intermédio do projeto de pesquisa houve a possibilidade de sociali-
zar e de refletir sobre a prática de ensino norteada sobre a concepção de gêneros
textuais. Tal experiência proporcionou-me uma nova concepção do processo de
ensino e aprendizagem de línguas, uma vez que, ao elaborar a presente seqüência
didática, despi-me de muitos “pré-conceitos” sobre aula de leitura em Língua Ingle-
sa e as possibilidades de atividades interdisciplinares. É claro que essa seqüência
apresenta algumas limitações, uma vez que é só mais uma alternativa de material de
ensino, mas foi o suficiente para nos motivar na elaboração de projetos futuros que
atendam às necessidades do ensino de línguas na rede pública de ensino.
Para Motta-Roth (2006, p.5), a contribuição da noção de gêneros textu-
ais no ensino de linguagem é a de:
[...] chamar atenção para a importância de se vivenciar na escola atividades soci-
ais, das quais a linguagem é parte essencial; atividades essas às quais, muitas
vezes, o aluno não terá acesso a não ser pela escola. O mundo letrado deve ser
desmitificado, deve se tornar algo real, palpável.
REFERÊNCIAS
Brasília: 2006.
CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes. O gênero quarta capa no ensino de Inglês. In:
DIONÍSIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora
(Orgs.). Gêneros textuais & ensino. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora. Lucerna, 2005.
p. 95-106.
PARANÁ – Currículo Básico para a Escola do Estado do Paraná, Curitiba: SEED, 2003
(versão eletrônica).
ANEXO 01 - PROJET
PROJETO
OJETO
Coordenadora do Projeto: Professora Dra. Aparecida de Jesus Ferreira
Autora da Seqüência Didática: Professora Esp. Ana Paula Domingos Baladeli
Título: O artigo jornalístico em foco
Tema: Cidadania
Gênero Textual: Artigo Jornalístico
Disciplina: Língua Inglesa Ensino Médio
Tempo estimado: 7 aulas
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Justificativa:
Por entendermos que a prática da língua inglesa na escola pública tem seu foco na
habilidade da leitura, elaboramos uma seqüência didática a fim de levar, para a sala de
aula, artigos que abordem temas de relevância social e que permitam aos alunos a parti-
cipação efetiva nas discussões e nas reflexões que se pretende realizar. Para isso, opta-
mos pelo gênero textual artigo jornalístico, uma vez que, por meio da leitura de artigos
jornalísticos, os alunos terão acesso a temas recentes acerca do tema cidadania. Outra
razão é que o acesso dos alunos a revistas ou a jornais não é de todo impossível, já que
muitas bibliotecas das escolas estaduais dispõem desse tipo de periódicos. O que se
pretende com essa seqüência didática é proporcionar aos alunos o desvelamento do
contexto de produção do artigo jornalístico, apresentando aos alunos que tal gênero
textual apresenta determinada escolha lexical e uso de modalizadores, e que, na maioria
dos artigos, a argumentação é a modalidade discursiva que os compõe. Assim, essa
seqüência tem o objetivo de fornecer subsídios para que os alunos identifiquem e anali-
sem os mecanismos lingüísticos e as especificidades do gênero textual artigo jornalístico
e sua função social, tudo atrelado à discussão e à reflexão sobre o tema escolhido.
Objetivos
Objetivos:
Objetivo Geral
Geral:
Objetivos Específicos
Específicos:
• Oferecer aos alunos maior contato com textos autênticos em LE e em língua ma-
terna.
• Identificar as características e função do gênero textual estudado.
• Detectar palavras-chave, relacionando seus significados presentes no dicionário
e/ou em enciclopédia com o texto estudado.
• Subsidiar a produção do gênero textual pelos alunos.
97
Ana Paula Domingos Baladeli - Aparecida de Jesus Ferreira
Abordagem:
Abordagem:
No decorrer das etapas do projeto de pesquisa “Formação de Professores de Lín-
guas e Práticas Sociais”, partimos de estudos realizados sobre a teoria dos gêneros
textuais e sua aplicabilidade na escola, como postulados por Schneuwly & Dolz (2004).
Iniciamos o processo de elaboração de material didático a partir dessa perspectiva,
cujo intuito foi o de levar para a sala de aula de Língua Inglesa textos autênticos, que
proporcionassem a discussão sobre temas próximos da realidade social dos alunos.
Buscamos também propor atividades que favorecessem a leitura crítica, a discussão, a
interpretação e o estudo do gênero textual artigo jornalístico.
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ATIVIDADE 02
Leitura, identificação do contexto da produção e da interpretação do artigo escrito
em LE: “Unemployment rate in Brazil presents a minimum fall in June”, disponível no
site Forbes Magazine, que apresenta dados recentes de pesquisa realizada pelo IBGE
sobre o desemprego no Brasil. Novamente o processo de identificação dos elementos
do gênero textual é retomado através de perguntas-chave; como?, quem?, onde?, por
quê?, qual? Primeira produção escrita de um artigo em língua portuguesa.
ATIVIDADE 03
Leitura, identificação do contexto da produção e da interpretação do artigo: “Child
labour challenge toughens”, disponível no site da BBC. Embora trate do problema da
exploração do trabalho infantil, esse artigo foi escolhido a fim de complementar as
leituras anteriores dos alunos. Uma vez que falar de cidadania implica discutir os
98 direitos humanos, identificar e analisar as possíveis causas da desigualdade social, e,
O GÊNERO TEXTUAL NA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA: UMA EXPERIÊNCIA COM SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
acima de tudo, refletir em que medida o exercício da cidadania vem sendo negado ou
desconsiderado nas práticas sociais que se apresentam. Atividade oral de discussão.
ATIVIDADE 04
Devolução dos artigos produzidos na atividade 2. É encaminhada a adaptação des-
se artigo devolvido para um artigo em LE que pode ser subsidiada por algumas ativida-
des gramaticais que contemplem os elementos coesivos – conjunções em língua ingle-
sa, por exemplo. Essa aula é dedicada à adaptação do artigo em língua inglesa, adapta-
ção que deve ser devolvido na mesma aula.
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ATIVIDADE 05
Devolução dos artigos produzidos na aula anterior. É retomado o contexto de pro-
dução e de veiculação do gênero textual estudado. Troca dos artigos entre os alunos
para leitura, elaboração de um breve roteiro de leitura. Oportunidade para leitura e
reflexão sobre a experiência de ensino e aprendizagem de língua inglesa por meio de
seqüência didática.
ATIVIDADE 06
Retomada das discussões realizadas a partir da leitura dos artigos, identificando as
principais dificuldades dos alunos nesse processo de estudo do gênero textual e refle-
tindo sobre a viabilidade de se trabalhar com gêneros textuais na aula de Língua Ingle-
sa. Reestruturação dos artigos para a veiculação na escola.
Didáticos: Quadro, giz, cópias dos artigos, lista de keywords com verbetes
Recursos Didáticos
explicativos de dicionário inglês-inglês; dicionários, lista de conjunções em inglês.
Organização da sala
sala: As atividades serão realizadas em duplas ou em pequenos
grupos para que favoreçam a interação e a colaboração, e incentivem a participação
tanto oral quanto escrita dos alunos nas discussões que se pretende realizar.
Motivação
Motivação: Incentivar a colaboração e a participação oral e escrita dos alunos. Ofere-
cer oportunidade para que os alunos exponham seus argumentos, suas experiências e
seus relatos.
Avaliação
aliação: A avaliação será realizada com o professor e com os alunos considerando
a viabilidade de uso do material, suas impressões e sugestões a título de serem reali-
zadas alterações nesse plano de ensino.
REFERÊNCIAS
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100
O GÊNERO TEXTUAL NA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA: UMA EXPERIÊNCIA COM SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
Atividade 1
Socialize suas respostas com a turma e em seguida leia o artigo “National Pact
Reaffirms Brazil’s Commitment to 13 Million”, adapted from Unicef site.
Article 01
NATIONAL PPA
NATIONAL ACT REAFFIRMS BRAZIL’S COMMITMENT
BRAZIL’S
TO 13 MILLION CHILDREN IN IMPOVERISHED AREAS
IMPOVERISHED
BRASILIA, Brazil, 27 June 2007 – The lives of 13 million children living in Brazil’s
impoverished semi-arid region were the focus yesterday during the signing of the second
National Pact entitled, ‘A world fit for children and adolescents in the Brazilian semi-arid’.
The National Pact, which was originally launched in 2004, combines the efforts of
both governmental and civil organizations in order to have a positive impact on the lives
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of children. “Our aim is to create a joint effort to transform the lives of children and their
families in the semi-arid region,” said UNICEF (UNICEF - United Nations International
Children’s Emergency Fund) Representative in Brazil Marie-Pierre Poirier. “We are working
together with our partners to address the social inequalities that exist in Brazil.”
Challenges ahead
Challenges
Nevertheless, Brazil still faces challenges to ensuring children’s rights in the semi-arid
region. Social indicators show that infant mortality rates are higher than the rest of the
country and 60 per cent of municipalities with low levels of education are situated here.
Despite these disparities, the Brazilian semi-arid region is rich in resources and
culture. By combining the efforts of government and civil society, the National Pact
hopes to bring to these qualities to the forefront. “Consolidating partnerships is the best
way to find solutions,” said President Silva. “It is not possible for a government to solve
all the problems alone. Nor can civil society solve all the problems by themselves. But by
working together we will be able to accomplish what was not able to be done separately.”
Vocabulary:
Commitment – compromisso Impoverished – empobrecido Lauched – lançado
Inequalities – desigualdades Resources – recursos Partnerships - parcerias
Artigo 02
REFÉNS DO ASSISTENCIALISMO
Apesar de seu tremendo impacto, o Bolsa Família
falha ao não abrir uma porta de saída da miséria
Alexandre Oltramari
de Serrano do Maranhão
... continuação
Serrano do Maranhão é uma amostra do que se passa em milhares de outras
pequenas cidades pobres. Na semana passada, VEJA percorreu 1200 km e visitou
cinco municípios, entre o Maranhão e o Piauí. Encontrou situações parecidas em
quase todos. Em Urbano Santos, localidade maranhense com 17138 habitantes que
ocupa a 10ª posição no ranking das cidades mais assistidas pelo Bolsa Família,
também é escassa a esperança de que os beneficiados do programa possam desli-
gar-se dele e prosseguir com as próprias pernas. “Do jeito que está, o programa
não tira ninguém da miséria”, diz a assistente social Silvânia Coelho, responsável
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Fonte: Revista Veja, 16 de agosto de 2006, edição n. 1969, ano 39, nº 32, p. 60-61
Artigo 03
A POBREZA DO DEB
DEBA ATE - PPARA
ARA COMBATER A MISÉRIA NÃO
COMBA
FALTA DINHEIR
ALT O - FFAL
DINHEIRO ALTA FFAZÊ-LO
ALT AZÊ-LO CHEGAR A QUEM PRECISA
QUEM
Ricardo Mendonça
... continuação
na, entre vários outros produtos. De acordo com o instituto de pesquisas WorldWatch,
dos Estados Unidos, o Brasil é o sétimo maior mercado consumidor do mundo. Em
riqueza e ostentação, rivaliza com os países mais desenvolvidos. Tem a segunda
maior frota de jatos executivos e o maior número de helipontos. São Paulo é um dos
centros mundiais do comércio de luxo - além de sediar a conhecida Daslu, trata-se
de uma das poucas cidades do mundo a ter duas lojas da grife de jóias Tiffany.
Como, então, explicar a miséria flagrante no país? A explicação para a pobreza no
Brasil, passaram a insistir os estudiosos, não é a falta de dinheiro. O problema está
na distribuição dos recursos que já estão disponíveis.
De acordo com o Banco Mundial, o Brasil faz parte do grupo dos dez países
com pior nível de distribuição de renda do mundo. Os 10% mais ricos ficam com
46% da renda. Enquanto isso, os 40% mais pobres dividem entre si apenas 9%
da renda. Enquanto a distância entre ricos e pobres não diminuir, a miséria não
vai cair. “A pobreza no Brasil tem mais a ver com a persistência da desigualdade
que com a capacidade da economia de gerar renda”, afirma o colombiano Carlos
Alberto Herrán, economista-sênior do Banco Interamericano de Desenvolvimento,
considerado um dos maiores centros mundiais de produção de pensamento eco-
nômico. “A forma mais eficiente para combater a pobreza é desarmar os meca-
nismos que reproduzem a desigualdade social”, diz o economista André Urani,
diretor do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), um dos maiores
especialistas brasileiros no estudo de trabalho e renda.
A vantagem de programas de transferência de renda como o Bolsa-Família,
do governo federal, é que em geral ele chega a quem precisa. De acordo com
especialistas ouvidos por ÉPOCA, o índice de acerto é de cerca de 70%. O
programa oferece de R$ 15 a R$ 95 para 9 milhões de famílias brasileiras, com
duas condições: elas são obrigadas a manter as crianças na escola e as vacinas
em dia. “O programa está tendo um acesso aos 20% mais pobres muito maior
que qualquer outra intervenção pública na nossa história”, afirma Ferreira, do
Banco Mundial. Como qualquer programa social amplo e nacionalmente distri-
buído, o Bolsa-Família obviamente também enfrenta problemas. Uma parte do
dinheiro, ainda que residual, continua indo para quem não precisa. Outros que
precisam ainda não recebem, pois o programa está em fase de expansão. As
contrapartidas, às vezes por falta de fiscalização, nem sempre são observadas.
Sempre há o risco de incentivo à corrupção, e as avaliações mais precisas sobre
o real impacto do Bolsa-Família ainda não estão 100% dimensionadas.
ROTEIR
ROTEIR O DE LEITURA (P
TEIRO ARA DEB
(PARA ATER)
DEBA
• O que poderia ser feito para melhorar as condições de vida dos brasileiros que
dependem do Programa Bolsa Família?
RECONHECIMENTO/ DEB
RECONHECIMENTO/ ATE E PR
DEBA ODUÇÃO
PRODUÇÃO
Atividade 2
Article 04
IDENTIFICANDO O GÊNERO TEXTUAL CONTEXTO DE PRODUÇÃO
Gênero Textual A r t i go j o r n a l í s t i c o
Associated Press Autor
UNEMPLOYMENT RATE IN BRAZIL
Título
PRESENTS MINIMUM FALL IN JUNE
Associated Press 7.26.2007, 4:24 PM ET M o m e n t o h i s t ó r i c o d a p ro d u ç ã o 2 6 / 7 / 2 0 0 7
Internet, site da Revista Forbes Suporte
SAO PAULO, BRAZIL - Brazil’s official
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RECONHECIMENTO E PR
RECONHECIMENTO ODUÇÃO
PRODUÇÃO
Atividade 3
Entrega do artigo produzido em português para a correção pelo/a professor/a.
Forme dupla ou um pequeno grupo. Você está recebendo uma lista de definições de
keywords (palavras-chave) conforme o dicionário MACMILLAN e a enciclopédia WIKIPEDIA
on-line. Leia as definições atentamente. Há alguma definição que você não conhecia? Qual?
Após a leitura das definições das palavras-chave, inicie a leitura e a interpretação
do artigo “Children Labour Challenge Toughens”, disponível no site da BBC. Em se-
guida, resolva as questões presentes no roteiro de leitura e socialize suas respostas
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... continuação
Descriptions of material need, typically including the necessities of daily living
( f o o d , c l o t h i n g , s h e l t e r a n d h e a l t h c a re ) . Po ve r t y i n t h i s s e n s e m a y b e
understood as a condition in which a person or community is deprived of, and
POVERTY or lacks the essentials for a minimum standard of well-being and life.Source:
MACMILLAN. English Dictionary for Advanced Learners of American English.
L o n d o n , 2 0 0 6 . W I K I P E D I A - t h e Fre e E n c y c l o p e d i a . D i s p o n í ve l e m :
<http://en.wikipedia.org/wiki/Main_Page>. Acesso em: 31 maio 2007.
Article 05
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Vocabulary:
toughens – difícil proper – adequado unbelievable – inacreditável
challeng
challengee – desafio undervalued – desvalorizado(a) denying – negado, negação
ROTEIR
ROTEIR O PPARA
TEIRO ARA LEITURA (PARA DEB
(PARA ATER)
DEBA
• Você já leu algum artigo no suporte internet?
• Qual a função da foto no artigo? O que ela revela?
• A quem esse artigo é dirigido?
• Você já ouviu falar em exploração da mão-de-obra infantil?
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ADAPT
ADAPTAÇÃO E PR
APTAÇÃO ODUÇÃO
PRODUÇÃO
Atividade 4
Com seu artigo corrigido em mãos, releia-o e confira as sugestões propostas pelo/a pro-
fessor/a. Se for o caso, aproveite esse momento para sanar suas dúvidas sobre seu artigo.
Agora, sim. Após as leituras dos artigos sugeridos nessa seqüência didática e após
essa primeira produção, você já está preparado para escrever em língua inglesa.
Não podemos, contudo, esquecer que, na construção de um texto, alguns elementos
são primordiais para deixá-lo coerente e coeso. Relembramos aqui a função de um dos
mais importantes mecanismos lingüísticos, ou seja, a função das conjunções. Você
lembra o que é conjunção? São aqueles elementos que “costuram” o texto. Alguns
tipos/exemplos: conjunções adversativas (but), aditivas (and), causativas (because),
conclusivas (so), entre outras.
• According to Veja’s article the bolsa-família program is not a good solution for
misery, however Epoca’s article presents a different point of view.
• Many Brazilians are underemployed because they can’t get a formal job.
• Sometimes poor families are obliged to force their children to start working earlier,
if not they will starve.
• Despite Veja’s argument many people still trust Lula’s government.
• Children have to study and to live as a child not as an adult.
UM POUCO DE PRÁTICA
Agora é sua vez. Com o apoio da lista de conjunções e de palavras úteis, elabore
uma sentença em língua inglesa utilizando algumas conjunções da lista. Suas senten-
ças podem contemplar as discussões realizadas em sala de aula.
Depois de praticar um pouco a gramática, é hora de adaptar o artigo produzido por
você e corrigido pelo/a professor/a para a língua inglesa. Reescreva seu artigo, agora
110 em língua inglesa, entregue para a correção do/a professor/a.
O GÊNERO TEXTUAL NA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA: UMA EXPERIÊNCIA COM SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
Introduction
(at) first – em primeiro lugar PUBLIC POLICY
by the way – a propósito
first of all – antes de mais nada CITIZENSHIP
Result STARV
STARVATION
ARVA
as a result – em função de CHILDREN
therefore – portanto
SOCIETY
Conditional BRAZIL
as long as – desde que, conquanto que
even if – mesmo que SOUTH AMERICA
if – se RIGHTS
if not – se não
Examples
for instance – por exemplo
in particular – em especial
in this case – nesse caso
Explanation
as a result of – em conseqüência de
because (of) – por causa de
for this reason – por essa razão
Conclusion
after all – depois de tudo
at last – por último
finally – finalmente
Purpose/ propósito
in order to – para que
to this end – para esse fim
Ver lista completa em:
Source: Schütz
Schütz, Ricardo. “Words of Connection (Conectivos)” English Made in Brazil Disponível
em:<http://www.sk.com.br/sk-conn.html>. Acesso em: 6/8/2007.
111 REESTRUTURAÇÃO
Ana Paula Domingos Baladeli - Aparecida de Jesus Ferreira
Atividade 5
Assim que o/a professor/a devolver seu artigo em língua inglesa corrigido, é inte-
ressante que você faça a releitura dele, agora com as sugestões do (a) professor (a).
Troque seu artigo com um colega para leitura em sala. Leia com atenção e localize
no artigo do colega os elementos do gênero textual, como: autor, título, assunto, data,
suporte, possível destinatário e modalidade discursiva.
Após a leitura, produza um pequeno roteiro com algumas perguntas para esse
artigo que acabou de ler.
Assim que terminar seu roteiro de leitura, entregue para o/a professor/a vistar.
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Feito isso, devolva o artigo para o autor e responda ao roteiro que o colega elaborou
para seu artigo.
CIRCULAÇÃO/AVALIAÇÃO
CIRCULAÇÃO/AV
Atividade 6
Essa atividade tem o intuito de fechar essa seqüência didática, seqüência que bus-
cou promover o estudo do gênero textual artigo jornalístico.
• O que você achou da experiência de ler e de produzir artigos jornalísticos nas
aulas de Língua Inglesa?
• Qual foi sua maior dificuldade nas aulas?
• Os debates realizados em sala lhe proporcionaram esclarecimentos, dúvidas, soluções?
• Os artigos lidos e as discussões propostas lhe ofereceram informações novas?
• Que relação você faz entre temas como programas sociais, desemprego e traba-
lho infantil e o exercício de cidadania?
• Essa experiência lhe proporcionou aprendizagem e leitura crítica?
• Seu conceito de cidadania mudou no decorrer das leituras dos artigos? Justifique
sua resposta.
Como toda seqüência didática exige, há a necessidade de veiculação (circulação) da
produção realizada. Agora é hora de adequar seu artigo em língua inglesa para que os
demais alunos de sua escola possam lê-lo também. Em cartolina, papel sulfite ou papel
de embrulho acrescente um recorte de revista, um desenho, ou seja, uma ilustração a
seu artigo. Não esqueça de destacar o título com fontes e cores diferentes para atrair a
atenção do leitor. Pronto! Agora é só expor seu artigo na escola para que os demais
alunos possam conhecer seu trabalho.
Gêneros textuais é a designação para a diversidade de textos que ocorrem nos discur-
sos da sociedade, discursos os quais de materializam lingüisticamente em determina-
das fôrmas de texto. Cada fôrma (gênero textual) apresenta estrutura relativamente
estável, são flexível, dinâmica e é sempre determinada na relação com o suporte.
CANAL – é o meio físico de transmissão de sinais, como, por exemplo: rádio, televi-
são, telefone, computador.
BIBLIOGRAFIA CONSULTAD
CONSULT A
ADA
NOTAS
1
Artigo apresentado como comunicação coordenada no I Simpósio de Pesquisas em Letras (Unioeste, 2007).
2
Mestranda em Educação na UEM (Universidade Estadual de Maringá).
3
Profa. Orientadora (na escrita deste artigo).
114
5 A UTILIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL
FÁBULA E A QUESTÃO DA CIDADANIA:
UMA ATIVIDADE PARA A DISCIPLINA
DE LÍNGUA INGLESA1
Tatiane R. Cavalheiro2
Vanessa Raini de Santana3
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
É muito comum confundir gêneros textuais com tipos textuais. Uma das
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saber assegurar seus direitos como cidadão. A partir do adequado gênero textual em
cada situação social, poderá o/a aluno/a alcançar uma melhor “capacidade de lingua-
gem”. Essa é uma terminologia utilizada por Schneuwly e Dolz (2004, p. 52) para des-
crever a capacidade do/a aluno/a de produzir um gênero textual, adaptando as caracte-
rísticas que o contexto e a pessoa para a qual ele/a está escrevendo necessita, e, tam-
bém, ser consciente das escolhas lingüísticas. Uma forma de fazer o/a aluno/a alcançar
uma maior capacidade de linguagem é mostrar a ele/a diversos modelos de variados
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METODOLOGIA
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
RESULT
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Primeira atividade
Segunda atividade
Terceira atividade
erceira
Após essa primeira apresentação, partir então para o estudo efetivo das
fábulas. Foram selecionadas as seguintes fábulas: “O Lobo e o Cordeiro”, “O
Leão, o Urso e a Raposa” e, por último, “As Árvores e o Machado”. As três
fábulas possuem a moral que fala sobre direitos e deveres, porém, nesse momen-
to, só será “trabalhada” a primeira, “O Lobo e o Cordeiro”.
Iniciar questionando a turma para verificar se alguém já conhece essa
fábula. Se alguém a conhecer, pedir para que conte o que lembra. Deixar a turma
119 no suspense, sobre se a versão contada pelo colega está correta ou não.
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
e se alguém estava sujando a água para o outro beber era o lobo e não o cordei-
ro, e ir mostrando como as acusações do lobo eram falsas.
No momento em que se percebe que os alunos entenderam bem o con-
teúdo da fábula, começar os questionamentos sobre a estrutura da fábula, per-
guntando a eles o porquê de este texto ser uma fábula, quais os animais existentes
no texto, quais as características humanas incorporadas por cada personagem,
qual a moral da fábula, se eles concordam com ela e por quê.
Quarta atividade
Nesse momento é interessante solicitar aos alunos que tentem produzir uma
fábula, com base no que foi estudado até o momento. Eles já receberam as instruções
sobre as características que compõem uma fábula e também já conheceram um modelo.
Quinta atividade
Dessa forma, durante nossa aplicação, foi realizada uma interação com os
alunos sobre a questão da cidadania, principalmente dos direitos e dos deveres de cada
um dentro da sociedade, tentando chegar o mais próximo possível da realidade deles,
como questionando se eles conheciam o ECA (Estatudo da Criança e do Adolescente),
quando então se notou que muitos deles não sabiam do que se tratava. Considerando
que os alunos que freqüentam a escola são de classe social baixa, acreditamos que os
temas abordados, todas essas discussões, foram muito representativos.
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Sexta atividade
Sétima atividade
do, partir para o exercício de fixação, para o que, no caso, foi produzido um
texto de “palavra cruzada”, com as características do lobo e do cordeiro.
Oitava atividade
Nona atividade
CONSIDERAÇOES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXO 01
Título do Projeto: A questão da cidadania trabalhada a partir do gênero fábula.
por causa da “moral da história”, pois pretende-se despertar nos alunos a consciência
de ser cidadão, principalmente de fazer valer seus direitos e de respeitar o direito
alheio. Esse gênero textual também foi escolhido por permitir que propiciemos aos
alunos um contato inicial com a língua inglesa, despertando, assim, interesse dos
alunos em aprender uma nova língua, no caso o inglês, por ser algo relevante para o
crescimento deles como cidadãos verdadeiramente incluídos na sociedade.
Objetivos
Objetivo ggeral:
Objetivo eral:
– Proporcionar aos alunos, através do estudo crítico das fábulas e do contato ini-
cial com a língua inglesa, uma visão mais ampla e crítica da realidade humana em
seu contexto social, enfatizando a questão da cidadania, incentivando-os a apren-
der uma nova língua.
Objetivos específicos:
– Situar o aluno no contexto das fábulas através do conhecimento da história deste
gênero textual, de suas principais características e autores.
– Propiciar o conhecimento de alguns vocábulos da língua inglesa.
– Definir o conceito de cidadania.
– Destacar a importância de se respeitar os limites e os direitos das outras pessoas.
Abordagem
Abordagem
O olhar sobre a linguagem e a filosofia de aprendizagem que será abordado nessa
seqüência didática é o interacionismo sociodiscursivo. Bronckart defende que:
[...] toda produção ideológica é de natureza semiótica... os “signos-idéias” são produto
da interação social e são condicionados por essa interação... um caráter dialógico...
todo discurso interior, todo pensamento ou toda consciência apresenta, portanto, um
caráter social, semiótico e dialógico. (BRONCKART, 2006, p.127).
Sendo assim, podemos concluir que “[...] os conhecimentos são o produto da vida, e
não o contrário” (BRONCKART, 2006, p. 137). O que o autor quis dizer é que o mundo
social que nos rodeia é que determina a maneira como vamos pensar, agir, etc. Pensando
desde já em formar cidadãos, essa filosofia de aprendizagem e linguagem é a que mais se
adapta a nossos objetivos, pois o aluno precisa ter consciência de que existem influênci-
125 as do mundo social naquilo em que acreditamos, na maneira como agimos e pensamos.
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
Definição do conteúdo
Trabalhar-se-á com os alunos:
• O conceito, características e surgimento do gênero textual fábula.
• Leitura.
• Adjetivos da língua inglesa: como se estruturam e alguns vocábulos.
• Produção de uma fábula.
• Discussão oral sobre cidadania.
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Atividades propostas
– Leitura do texto “Uma Fábula sobre a Fábula” pelos alunos.
– Discussão oral sobre o texto.
– Leitura pelos alunos das fábulas: “O Lobo e o Cordeiro”; “O Leão, o Urso e a
Raposa”; “A Árvore e o Machado”;
– Discussões orais sobre as fábulas.
– Resolução de exercícios sobre adjetivos.
– Discussão oral sobre cidadania.
– Produção escrita de uma fábula.
Recursos
Utilizar-se-ão textos escritos e alguns desenhos com características dos
adjetivos que serão utilizados. Todos os textos e desenhos a serem utilizados serão
entregues aos alunos.
Motivação
Os alunos serão instigados às leituras por meio de introdução dos assuntos pelo
professor regente, de modo a deixá-los curiosos quanto ao conteúdo das fábulas. No
caso da produção final, como está escrito no enunciado do exercício, a motivação dos
alunos será de escrever para ser publicado numa página da internet, com conteúdo
dirigido a crianças.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Avaliação do material
ANEXO 02
SEQÜÊNCIA DIDÁTICA
O gênero textual fábula que foi escolhido intencionalmente, pois a moral das histó-
rias é aproveitada para se tratar da questão da cidadania, parte da questão da inclusão
social. Essas escolhas se devem às grandes discussões a respeito da necessidade de se
discutir acerca da inclusão social com os alunos, para torná-los cidadãos com respon-
sabilidade não somente no ambiente familiar, mas também na escola.
Atividade 1:
FÁBULA
127 Leia o texto abaixo e tente ver se você identifica as características de uma fábula.
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
128 continua...
A UTILIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA E A QUESTÃO DA CIDADANIA: UMA ATIVIDADE ...
... continuação
não pode entrar! Dize-lhe que uma mulher, sob as vestes grosseiras de um
zagal, não pode falar ao Califa, nosso amo e senhor!
Voltou o chefe dos guardas com a proibição do grão-vizir e disse à Verdade.
– Não podes entrar, minha filha. Com essas vestes grosseiras, próprias de
um beduíno rude e pobre, não poderás falar ao nosso amo e senhor, o sultão
Harun Al-Raschid. Volta, pois, em paz, pelos caminhos de Allah!
Vendo que não conseguiria realizar o seu intento, ficou ainda mais triste a
Verdade e afastou-se vagarosamente do grande palácio do poderoso Harun Al-
Raschid, cuja cúpula cintilava aos últimos clarões do sol poente.
Mas...
Allahur Akbar! Allahur Akbar!
Quando Deus criou a mulher, criou também o Capricho.
E a Verdade entrou-se do vivo desejo de visitar um grande palácio. E havia de
ser o próprio palácio em que morava o sultão Harun Al-Raschid.
Vestiu-se com ríquissimos trajos, cobriu-se com jóias e adornos, envolveu o
rosto em um manto diáfano de seda e foi bater à porta do palácio em que vivia o
glorioso senhor dos Árabes.
Ao ver aquela encantadora mulher, linda como a quarta lua do mês de Ramadã,
o chefe dos guardas perguntou-lhe:
– Quem és?
– Sou a Fábula! – respondeu ela, em tom meigo e mavioso. – Quero falar
ao vosso amo e senhor, o generoso sultão Harun Al-Raschid, Emir dos Árabes!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, correu, radiante, a
falar com o grão-vizir:
– Senhor, – disse, inclinando-se, humilde, – uma linda e encantadora
mulher, vestida como uma princesa, solicita audiência de nosso amo e senhor, o
sultão Harun Al-Raschid, Emir dos Crentes.
– Como se chama?
– Chama-se a Fábula!
– A Fábula! – exclamou o grão-vizir, cheio de alegria. – A Fábula quer entrar
neste palácio! Allah seja louvado! Que entre! Bem-vinda seja a encantadora Fábu-
la: Cem formosas escravas irão recebê-la com flores e perfumes! Quero que a
Fábula tenha, neste palácio, o acolhimento digno de uma verdadeira rainha!
E abertas de par em par as portas do grande palácio de Bagdá, a formosa
peregrina entrou.
E foi assim, sob o aspecto de Fábula, que a Verdade conseguiu aparecer ao
poderoso califa de Bagdá, o sultão Harun Al-Raschid, Vigário de Allah e senhor
do grande império mulçulmano!
129
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
Realize a leitura juntamente com seus colegas e pense nas seguintes questões:
Atividade 2:
Após realizar a leitura dessa fábula, leia o explicação sobre o gênero textual fábula
que segue, para identificar melhor quais são suas características.
FÁBULA
A Fábula é consideravelmente uma leitura bem interessante onde os animais
falam, têm sentimentos, andam como gente, mostram virtudes e defeitos do ca-
ráter humano e ainda transmitem, através da Moral da História, valores impor-
tantes para o dia-a-dia. É uma das mais antigas maneiras de se contar uma
história.
Assim como os mitos e as lendas, elas são passadas de pai para filho, sendo
Esopo, filósofo grego, quem mais consagrou o gênero, produzindo mais de 300
fábulas. Era através de suas histórias que ele criticava os valores da sociedade
de sua época, para mostrar o que era certo e o que era errado, de uma forma
simples e fácil de ser entendida.
Depois de Esopo, muitos outros autores produziram e produzem fábulas
com as mesmas características utilizadas pelo filósofo grego.
Depois de realizar a leitura do texto, identificar quais são suas características da fábula:
– Qual é o seu título?
– Qual é o seu autor?
– Qual é o tema da fábula?
130 – Qual é a moral da história?
A UTILIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA E A QUESTÃO DA CIDADANIA: UMA ATIVIDADE ...
Atividade 3:
Você já sabia o que era uma fábula? Se a conhecia, conte a seus colegas a(s) fábula(s)
que conhece.
Você já ouviu alguma coisa sobre a fábula “O Lobo e o Cordeiro”? Se já ouviu, diga
para seus colegas o que você sabe a respeito dessa história.
Após ouvir os comentários dos colegas, realize a leitura do texto abaixo. Algumas
das palavras do texto estão em inglês. Tente identificar o que elas significam e se seu
conhecimento é importante para o entendimento do texto como um todo.
textuais em práticas sociais. Cascavel: Unioeste, 2008. ISBN: 978-85-7644-120-5
FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
REVISANDO AS CARACTERÍSTICAS D
CARACTERÍSTICAS A FÁB
DA ULA: Atividade escrita
FÁBULA:
Agora que vocês conhecem as características de uma fábula, identifiquem:
Agora que você já leu a fábula, compare essa versão com a versão contada por seu
colega. Elas são semelhantes, ou a fábula que seu colega contou é outra? As fábulas
são contadas sempre da mesma forma? Qual é a diferença você conseguiu notar?
Você entendeu o que é uma fábula e quais são suas características? Se entendeu,
conte a história novamente para seus colegas, mas com suas próprias palavras.
– Por que o texto é considerado uma fábula?
– Quais são os animais que fazem parte da história?
– Quais são as características humanas que cada personagem apresenta?
131 – Qual a moral da história? Você concorda com ela? Exponha sua opinião para o grupo.
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
Atividade 4
Depois de realizar a leitura da fábula “O Lobo e o Cordeiro”, tente produzir sua
própria fábula. Não se esqueça da estrutura que você viu na fábula. Seu texto precisará
de título, de personagens não-humanos com características humanas e de uma moral
da história.
Atividade 5
A partir de agora, relacionaremos a fábula estudada com o exercício da cidadania.
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FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Para isso, leia as questões a seguir e discuta com seus colegas e professor.
Após essa discussão sobre a cidadania, leia o texto a seguir e confira o que o termo
significa.
A questão da cidadania
Tendo realizado a leitura do breve texto sobre a cidadania, reflita sobre as seguin-
tes questões e depois compartilhe sua opinião com o resto da turma.
• Será que era direito do cordeirinho beber água no mesmo rio que o lobo?
• E por que será que o lobo começou a acusar o cordeirinho?
• Suas acusações faziam sentido?
• Em nosso dia-a-dia, podemos encontrar muitos lobos?
• E cordeirinhos?
132 • Com quem vocês se identificam mais, com o lobo ou com o cordeiro?
A UTILIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA E A QUESTÃO DA CIDADANIA: UMA ATIVIDADE ...
Realizada essa reflexão sobre os direitos e deveres na fábula, pense agora sobre
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sua própria vida. – Você tem respeitado os direitos dos outros? – E os outros, têm
respeitado os seus? Compartilhe suas experiências como cidadão com seus colegas e
ouça o que eles têm a dizer.
Depois disso, elabore, juntamente com seu professor e colegas, uma lista com os
direitos e deveres a serem seguidos em sua escola. Para tanto, não esqueça que seu
direito acaba onde começa o direito do outro. Caso a classe ache necessário, compartilhe
essa lista com o restante da escola, para que todos possam usufruir de seus direitos.
Atividade 6
Após ter realizado toda essa discussão em torno da cidadania, voltemos à fábula. Cada
personagem da fábula tem suas próprias características. – Como você imagina o lobo? – E
o cordeiro? Atribua algumas características para cada um deles e diga a seu professor para
que ele possa fazer uma relação das características de cada animal no quadro.
Cada uma das características atribuídas ao lobo e ao cordeiro são representadas
por uma classe de palavras: a dos adjetivos. – Você sabe o que é um adjetivo? Se sabe,
diga à turma do que se trata. Caso ninguém em sua classe saiba qual o significado do
termo, seu professor lhe explicará, dando exemplos.
– Você conhece algum adjetivo em língua inglesa?
Leia o texto explicativo a seguir para entender como os adjetivos são utilizados em
língua inglesa.
Adjetivos da língua inglesa
Após ter realizado a leitura do texto explicativo, observe como os adjetivos são utili-
zados em língua inglesa. – Você percebeu que há uma diferença na utilização dos adje-
tivos em inglês com relação ao português? No português, a estrutura utilizada é, normal-
mente, substantivo + adjetivo (como o exemplo cachorro peludo), enquanto que, em
inglês, a estrutura é a inversa, adjetivo + substantivo (como o exemplo little lamb).
Agora, olhe as figuras a seguir e tente identificar o significado de cada um dos
133 adjetivos, caso você não os conheça.
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
NEW LITTLE
UGLY
UGLY
OLD
COURAGEOUS
COURAGEOUS POWERFUL
BIG
Atividade 7
Realizada a leitura e a tentativa de identificação do significado das palavras do
quadro anterior, realize o exercício a seguir, verificando se o sentido que você atribuiu
aos adjetivos está correto.
Palavras cruzadas
Preencha as palavras cruzadas com as características do lobo (wolf) e do
cordeiro (lamb) que estão no quadro de adjetivos. Instruções:
Vertical: Horizontal:
1. Alguém que tem firmeza, energia dian- 6. De baixa estatura, pouca extensão,
te do perigo, ousadia, bravura. criança.
2. Aquele que tem força para, autoriza- 7. Inofensivo, puro, ingênuo, sem culpa.
ção para, tem influência. 8. Medroso, vacilante, tímido.
3. De aspecto desagradável. 9. Agradável à vista, de bom aspecto,
4. De dimensão extensa, vasto, duradou- bom, nobre, ação brilhante.
ro, crescido. 10. De pouco tempo, pouco tempo de uso,
5. Idoso, antigo, muito tempo de existência. que é visto pela primeira pessoa.
134 continua...
A UTILIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA E A QUESTÃO DA CIDADANIA: UMA ATIVIDADE ...
... continuação
(1)
(7)
(4) (2)
(3)
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(10) (6)
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(8)
Atividade 8
Depois de realizar o exercício, leia a fábula “O leão, o Urso e a Raposa”, para
identificar as características de uma fábula.
Exer
Exer cício
ercício
Preencha o lado direito da tabela com as características da fábula:
1. Moral da História
2. Autor
3. Título
4. Contexto/Assunto.
Após realizar a leitura da fábula, discuta com o grupo a moral da história. – Você
concorda ou não? – A situação da fábula se assemelha a alguma situação ocorrida em
135 sua vida? Compartilhe com seus colegas.
Tatiane R. Cavalheiro - Vanessa Raini de Santana - Aparecida de Jesus Ferreira
Agora, leia outra fábula, “As Árvores e o Machado”, e identifique os tópicos, como
você fez na fábula anterior.
As Árvores e o Machado
Um homem foi à floresta e pediu às árvores que estas lhe doassem um cabo
para seu machado. O conselho das árvores concordou com seu pedido e deu a ele
uma jovem árvore para este fim.
Logo que o homem colocou o novo cabo no machado, começou furiosamente a
usá-lo e em pouco tempo havia derrubado, com seus potentes golpes, as maiores e
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Você percebeu que há uma diferença entre as outras duas fábulas estudadas anteri-
ormente e essa, da “A Árvore e o Machado”?
A árvore e o machado, com características humanas, representam elementos que
podem ser tidos como objetos que caracterizam uma fábula? Por quê? Uma fábula só
pode ser assim denominada se os personagens presentes forem animais com caracte-
rísticas humanas?
Atividade 9
Após essa ampla discussão com seus colegas a respeito do gênero textual fábula,
você realizará uma produção, a fim de verificar se as características do gênero textual
foram realmente entendidas por você.
NOTAS
NOT
1
Artigo apresentado como comunicação coordenada no I Simpósio de Pesquisas em Letras (Unioeste,
2007).
2
Estudante do 3º. Ano de Letras (Português/Inglês), da Unioeste.
3
Estudante do 3º. Ano de Letras (Português/Inglês), da Unioeste.
136 4
Profa. Orientadora.
NOTAS SOBRE AS AUTORAS
Ana Paula Domingos Baladeli é graduada em Letras Português/Inglês pela Uni-
versidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste. Possui especialização em
Perspectivas Contemporâneas para o Ensino da Língua Inglesa. Atuou como pro-
fessora de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa no ensino fundamental e ensino
médio em escolas públicas da cidade de Cascavel. Atualmente cursa especiali-
zação em Fundamentos da Educação na Unioeste/Cascavel, cujo objeto de pes-
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FERREIRA. Aparecida de Jesus (Org). Formação de professores de línguas: gêneros
Rosani Clair da Cruz Reis possui graduação em Letras Português/Inglês pela Uni-
versidade Estadual do Oeste do Paraná (1996), especialização em Didática e
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa – Teoria & Prática, pela Universidade
Norte do Paraná (2002) e concluiu o mestrado em Letras em fevereiro 2008, na
área de concentração “Linguagem e Sociedade”, mestrado no qual desenvolveu
pesquisa relacionada às relações étnico-raciais no contexto escolar, dentro da li-
nha de pesquisa “Linguagem e Ensino” sob a orientação da Profa. Dra. Aparecida
137
NOTAS SOBRE AS AUTORAS
138
“Solaris”, de Marcelo Marcio de Oliveira
Endereço eletrônico de
Marcelo Marcio de Oliveira
marcelom@pop.com.br
Página na internet:
www.marcelom.pop.com.br