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Contudo esta é uma narrativa, altamente estilizada, poética: cada frase no dia 1
torna-se uma fórmula que é reutilizada nos dias subseqüentes. Isto está longe de ser uma
reutilização mecânica. Embora a formulação dos elementos na descrição das atividades
de cada dia seja subseqüentemente a mesma, a omissão e expansão de partes individuais
da fórmula sustentam variedades e interesses. Enquanto a criação da luz e do
firmamento nos dias 1 e 2 são descrições igualmente sucintas, aqueles aspectos
ambientais descritos nos versículos 3 ao 5 que afetam o homem mais intimamente –
plantas, Sol e Lua, e animais – dedicam-se proporcionalmente mais ao espaço narrativo,
a criação do homem em si e a definição de seus papéis é a melhor narrativas de todas. A
criação do homem à imagem divina é sem dúvida o ponto focal de Gênesis 1, o clímax
dos seis dias de trabalho.
Mas não é a sua conclusão. A única ligação que o sétimo dia tem com os dias
precedentes é a seqüência. Suas características e formas configuram-no aparte dos seis
dias precedentes. É proeminente o dia em que Deus cessou o seu trabalho criador: de
todos os dias, o sétimo é o único que é abençoado e santificado. Esta é uma literatura
diferentemente configurada a parte na narrativa, só como o divino descanso e a
santificação configuradas a parte em fato.
(1) Deus é sem pares e concorrentes. Ele não tem de demonstrar o seu poder na
guerra contra os outros membros de um panteão politeísta. O Sol e a Lua são trabalhos
de suas mãos, não seus rivais (refutando as crenças do Oriente próximo, naquela época,
o Sol e a Lua eram considerados divindades). Sua palavra é suprema: um simples
decreto é suficiente. Ele fala e é feito. Palavra e ação revelam sua onipotência. O verbo
hebraico “ar"B ä '”, criou, não denota necessariamente creatio ex nihilo (criação através
do nada), a orientação geral da narrativa implica que Deus tinha essa capacidade: a
idéia de um demiurgo (divindade mitológica) formando uma matéria pré-existente é
rapidamente refutada nessas considerações. Então Deus não tem iguais, Genesis 1.26,
“~d"²a' hf,î[]n:)”, façamos o homem e talvez 2.1, “~a'(b'c.-lk'w>”, todo o seu exército,
parece que pressupõem a existência de outros seres angelicais, mas isso é muito distinto
de um politeísmo. De acordo com essa terra humana que orienta a história e não diz
nada sobre a origem dos anjos. Ora, os anjos não têm o poder de criar, Deus estava pela
trinidade criando o mundo, evidenciado pela palavra “~yhi_l{a/”, Elohim, Deus que está
no plural.
(2) Deus é mais do que criador, ele é quem dá a lei. Ele divide a luz das trevas e
a terra do mar, e os nomeia. Ele aponta as estrelas para marcar e para fixar os tempos. À
criação animada é dito para ser frutífera e multiplicar. O homem é para subjugar a terra,
e o sétimo dia é santificado. Deus estabelece limites para a ordem natural e especifica os
papéis das espécies dentro dela. Com isso vai o conclusão de que todas as criaturas
divinamente irão cumprir suas divinamente direcionadas regras apenas se elas aderirem
às diretivas divinas.
(4) Por último, este capítulo revela a verdadeira natureza do homem. Ele é o
ápice da ordem criada: toda a narrativa se move em direção à criação do homem. Tudo é
feito para o benefício do homem, mais obviamente, as plantas que lhe são atribuídas
para comer (versículo 29). Enquanto o homem partilha com plantas e animais a
capacidade de reproduzir-se, ele só é singular na imagem divina e é instruído a dominar
a terra. A imagem de Deus significa que, em certo sentido os homens e mulheres
parecem Deus, mesmo que onde resida a semelhança seja deixado indefinido neste
capítulo. A imagem divina não permite que o homem se dirija diretamente pelo seu
criador e faz dele um sentido real e representativo de Deus sobre a terra, quem deve ser
um governador sobre todas as outras criaturas e rei benevolente. Finalmente, como o
criador descansou de todo o seu trabalho no sétimo dia, do mesmo modo em Gênesis
2.1-3 implica que o homem também deveria fazer uma pausa de seu merecimento. Se as
outras partes da criação foram projetados para benefício do homem, assim também foi o
“tB'v;”, sábado.
Genesis 1 tem sido chamado uma abertura festiva para P, para introduzir este
tema que é característica dele e desenvolvido em muitos detalhes maiores em outro
material cultual depois no Pentateuco. Pelo traço retornando ao sistema classificatório
entre plantas e animais, o “tB'v;”, sábado, e as origens das benções divinas, o escritor
está dando à essas instituições a autoridade da Antigüidade Primeva. Pouco depois, no
capítulo que se relaciona diretamente ao culto, o principal interesse do material P, as
referências a tempos fixos (versículo 14), e o sétimo dia (2.1-3) podem ser entendidas
como sugestões do editor sobre a preocupação com o culto.
Foi lamentável que um método que a nossa narrativa utilizou para expressar a
coerência e a proposição do criador da obra, nomeando, a distribuição dos vários atos de
criação nos seis dias, tenha sido interpretado como excesso de literalissidade com o
resultado de que a ciência e a Escritura têm posicionado uma contra a outra, em vez de
serem encaradas como complementares.
Se essas sugestões não foram suficientes para indicar a esquematização dos seis
dias da criação da história, o próprio conteúdo da narrativa aponta para a mesma
direção. Em particular, tarde e manhã aparece três vezes antes do Sol e da Lua, os quais
explicitamente são estabelecidos pra ser “~ynI)v'w> ~ymiÞy"l.W”, dias e anos (v 14). Além
disso, este capítulo estabelece o principal esboço histórico do Gênesis, cada seção da
qual começa, "Este é a história da família." (2.4; 6.9). Como já dissemos, é uma
abertura para o resto da história e, portanto, não um quadrado contendo o resto do
Gênesis, deve ser interpretado de acordo com precisamente os mesmos critérios.
Finalmente, nas melhores, toda a linguagem sobre Deus é analógica. Palavras usadas
para descrever seus atos devem ser, inevitavelmente, palavras humanas, mas elas não
têm exatamente o mesmo significado quando aplicadas a Ele, como quando se referem
aos homens. Ao falar de Deus como pai, não devemos atribuir-lhe todos os atributos da
paternidade humana. Similarmente, falando de sua criação do mundo em seis dias, nós
não identificamos seus modos de criação com a criatividade humana, nem precisamos
assumir que suas semanas de trabalho foram necessariamente completadas em 144
horas. Pelos dizeres de seis dias de trabalho seguidos de um dia de descanso, Gênesis 1
chama a atenção para a correspondência entre o trabalho de Deus e o trabalho do
homem e o descanso de Deus como um modelo para o “tB'v”; , sábado, mas não
necessariamente implica que os seis dias da criação são como os dias humanos porque
já haviam tardes e manhãs antes do Sol e da Lua existirem.
O debate da Bíblia versus ciência tem, mais lamentavelmente, separado em
opostos os leitores de Gênesis 1. Em vez de ler o capítulo, tal como uma triunfante
afirmação do poder e sabedoria de Deus, da maravilha de sua criação, temos sido muitas
vezes encalhado na tentativa de apertar as Escrituras para o molde das últimas hipóteses
científicas ou distorcer fatos científicos para caber numa interpretação particular.
Quando autorizado a falar por si só, Gênesis 1 olha para além de tais minúcias. Esta
proclamação da graça de Deus, o poder que sustenta o mundo e dá-lhe finalidade,
justificam a abordagem científica da natureza. Gênesis 1, através de uma maior
afirmação do estatuto único do homem, o seu lugar no programa divino, e cuidado de
Deus para ele, dá uma esperança para a humanidade que filosofias atéias nunca podem
legitimamente suprir.