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DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Graciela Oliveira
Organização e Funcionamento da
Educação Brasileira
Cuiabá , 2011
Instituto de Física (IF)
Av. Fernando Correa da Costa, nº 2367 - Boa Esperança
Campus Universitário
Cuiabá, MT - CEP.: 78060-900
Tel.: (65) 3615-8737
www.fisica.ufmt.br/ead
Organização e Funcionamento da
Educação Brasileira
Organizador
G racie la O liveira
Copyright © 2011 UAB
Corpo Editorial
• Denise Vargas
• Carlos Rinaldi
• Iramaia Jorge Cabral de Paulo
• Maria Lucia Cavalli Neder
FICHA CATALOGRÁFICA
A p r e s e n ta ç ã o
Este fascículo apresenta a programação de estudos, textos e atividades referentes à disciplina Or-
ganização e Funcionamento da Educação Básica, correspondente ao módulo III. O principal objetivo
de aprendizagem dessa disciplina é “compreender a organização do sistema educacional brasileiro e seus
princípios e a legislação vigente”.
O conteúdo textual oferecido para seus estudos foi estruturado com base nos documentos oficiais
disponíveis no Portal do Ministério da Educação <http://portal.mec.gov.br/index.php>, e também através
de um recorte realizado no Informe OEI-Ministério 2002/2003, para acessar o texto na íntegra visite a
página eletrônica da Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación la Ciencia y la Cultura (OEI):
<http://www.oei.es/quipu/brasil/index.html#sis2>.
O q u e é c e n t r a l n e s s e fa s c í c u l o ?
Nesse fascículo, é importante que você compreenda o sistema educacional brasileiro atual, como re-
sultado de uma evolução histórica influenciada pelas mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas
do país. Também compreenda a estrutura geral do sistema educacional e modalidades de ensino, estabele-
cendo conexões com a realidade e necessidades da região em que reside.
D e s e n v o lv i m e n t o c o n c e i t u a l e at i v i d a d e s
Para o desenvolvimento dos conceitos centrais da “Organização e Funcionamento da Educação Bra-
sileira” siga a programação da disciplina apresentada no AVA, respeitando a sequencia de temas tratados
no fascículo.
Ao longo do texto estão disponíveis algumas sugestões de leituras complementares, filmes, endere-
ços de páginas da internet, conforme sua disponibilidade de tempo e de acesso a esses materiais, busque
utilizá-los para aprofundar seus conhecimentos.
No fascículo, também foram sugeridas algumas atividades para reflexão, qualquer dúvida na resolu-
ção, não deixe de consultar seu tutor e professor especialista.
Como v o c ê s e r á ava l i a d o ?
Seus avanços conceituais serão evidenciados nas situações criadas pelas atividades sugeridas no fascí-
culo, bem como na resolução dos exercícios disponíveis na plataforma. Ao final, também será aplicada uma
avaliação para levantamento dos avanços conceituais de cada um dos estudantes.
1. B r e v e E vo l u ç ão do S i s t e m a E d u c ac i o n a l 01
2 . P r i n c í p i o s , F i n s e L e g i s l aç ão E d u c ac i o n a l 07
3. D i r e t r i z e s e Pa r â m e t r o s C u r r i c u l a r e s do
E n s i n o F u n d a m e n ta l 15
4. E s t r u t u r a G e r a l do S i s t e m a E d u c ac i o n a l 23
5. E d u c aç ão I n fa n t i l 27
6. E d u c aç ão F u n d a m e n ta l 31
7. E n s i n o M é d i o 37
8. E d u c aç ão E s co l a r I n d í g e n a 41
9. E d u c aç ão P r of i s s i o n a l 45
10. E d u c aç ão S u p e r i o r 49
11. E d u c aç ão E s p e c i a l 55
12 . E d u c aç ão de Jovens e A d u lt o s 59
13. S i s t e m a s de I n fo r m aç ão , P e s q u i s a e A va l i aç ão 65
Referências Bibliográficas 73
Fontes: Fundação IBGE, Séries Estatísticas Retrospectivas, 1970; INEP/MEC; Revista Brasileira de Estu-
dos Pedagógicos, n. 101. Nota: (*) Dados estimados.
Q u a d r o 2 : E s t r u t u r a d o S i s t e m a E d u c a ci o n a l B r a s i l e i r o
A n t e r i o r à R e f o r m a d e 19 71
Ní v el D u r aç ão Fa i x a E t á r i a
P r é-e s c ol a 3 a no s de 4 a 6 a no s
E s c ol a pr i m á r i a 4 a no s de 7 a 10 a no s
Fontes: Lei n.º 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e Lei n.º 5.540, de 28 de novembro de 1968.
Com a Lei n.º 5.692/71, a escola primária e o ginásio foram fundidos e denomi-
nados de ensino de 1º grau. O antigo colégio passou a se chamar ensino de 2º grau. O
ensino obrigatório estendeu-se, assim, para oito anos, embora a terminologia unificada
Q u a d r o 3 : E s t r u t u r a d o S i s t e m a E d u c a ci o n a l
B r a s i l e i r o a p ó s a R e f o r m a d e 19 71
Ní v el D u r aç ão Fa i x a E t á r i a
P r é-e s c ol a 3 a no s de 4 a 6 a no s
1º gr au obr ig at ór io 8 a no s de 7 a 14 a no s
2º gr au 3 a no s de 15 a 17 a no s
Q u a d r o 4 : E s t r u t u r a d o S i s t e m a E d u c a ci o n a l
a p ó s a L e i N.º 9. 39 4 /9 6
Cr e che 4 a no s de 0 a 3 a no s
Educ aç ão
i n fa n t il
P r é-e s c ol a 3 a no s de 4 a 6 a no s
Educ aç ão Bá sic a
En isno F u n da m e n ta l
8 a no s de 7 a 14 a no s
(O br ig at ór io)
Ensi no M é dio 3 a no s de 15 a 17 a no s
ALGUNS DESTAQUES:
»» O currículo:
• Os currículos do ensino fundamental e médio passam a compreender uma
base nacional comum;
• Fica sugerida uma flexibilização dos currículos, na medida em que se admi-
te a incorporação de disciplinas que podem ser escolhidas levando em conta
o contexto e a clientela (art. 28, inciso I);
• A LDB determina que a Educação Artística seja componente curricular
obrigatório no Ensino Básico (pré-escolar, 1º e 2º graus; art. 26, § 2º). O
»» A avaliação:
• Termina a exclusividade do exame vestibular para ingresso no Ensino Supe-
rior (art. 44, inciso II);
• A LDB cria o processo de avaliação das instituições de educação superior,
assim como do rendimento escolar dos alunos do ensino básico e superior;
• No ensino superior, o MEC pode, mediante análise dos resultados da avalia-
ção, descredenciar cursos;
• Nos termos da lei, a verificação do rendimento escolar deve ser contínua e
cumulativa, e a recuperação deve dar-se, de preferência, paralelamente ao pe-
ríodo letivo (art. 24). Continua a exigência do mínimo de 75% de frequência.
»» Ensino à Distância:
Os programas de educação à distância são incentivados pela nova LDB (art. 80,
§ 4o.) em todos os níveis e modalidades do ensino, desde que as Instituições a oferecê-
-los estejam devidamente credenciadas.
“[...] princípios, fundamentos e procedimento da educação básica, expressas pela Acesse as Diretrizes
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orientarão as Curriculares Nacionais para
escolas brasileiras dos sistemas de ensino na organização, articulação, desenvolvi- Educação Básica em:
mento e avaliação de suas propostas pedagógicas” (BRASIL, 1998a, p.4). http://portal.mec.gov.br/
Na Educação Básica, é relevante destacar que, entre as incumbências prescritas pela LDB aos Estados
e ao Distrito Federal, está assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio
a todos que o demandarem. E ao Distrito Federal e aos Municípios cabe oferecer a Educação Infantil em
Creches e Pré-Escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental.
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica visam estabelecer bases comuns
nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, bem como para as modali-
dades com que podem se apresentar, a partir das quais os sistemas federal, estaduais, distrital e municipais,
por suas competências próprias e complementares, formularão as suas orientações assegurando a integra-
ção curricular das três etapas sequentes desse nível da escolarização, essencialmente para compor um todo
orgânico.
A Resolução n.º 2, de 07/04/1998, do Conselho Nacional de Educação, define as seguintes Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental:
At e n ç ã o
A partir da Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010, o Ensino
Fundamental foi ampliado para nove anos (9 anos), atualmente o seu
conjunto tem sido:
Ensino F undamental
Anos Iniciais Anos Finais
1o ano 2o ano 3o ano 4o ano 5o ano 6o ano 7o ano 8o ano 9o ano
Acessem e leiam com seus colegas e tutores a página do MEC que oferece algumas
orientações sobre o Ensino Fundamental de 9 anos:
Pensando s ob r e o a s s u n t o :
»» Composição do texto:
Na composição do texto, orientam-se ter atenção a três elementos: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
• Delimite um título que representa o conteúdo do texto;
• Inicie o texto esclarecendo sobre o assunto e temas tratados, apresentando os
pontos essenciais do que foi pesquisado e discutido com seus colegas;
• O texto crítico não deve ser visto ou elaborado mediante a um resumo a que
se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estar
presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a
voz crítica do autor se interpenetram.
• Lembre-se de mencionar os autores e textos consultados ao longo do texto e
ao final nas “Referências Bibliográficas”; Ficou interessado em saber mais sobre estilos
de textos e manuais de redação?
A PUC-RS criou um Guia de Produção Textual Virtual,
conheça esse espaço - http://www.pucrs.br/gpt/apresent.php -
e aprimore ainda mais a sua escrita.
A
4.1 A estrutura do Sistema Educacional
Educação Profissional
Graduação
Mestrado
Duração Pós Doutorado
Variável
Stricto
Sensu Especialização
Latu Sensu Aperfeiçoamento
Doutorado Outros
A
5.1 Organização da Educação Infantil
Constituição Federal de 1988 estabelece como direito dos «trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] assistência gratuita aos filhos e de-
pendentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas» (art. 7º, XXV), devendo o
Estado garantir tal atendimento (art. 208, IV).
O direito à educação infantil também é incorporado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
n.º 8.069/90), na medida em que estabelece que «é dever do Estado assegurar [...] atendimento em creche e
pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade» (art. 53, IV). E ainda: «é direito dos pais ou do respon-
sável ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais»
(art. 53, parágrafo único).
A Lei n.º 9.394/96, que estipula as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina que a educa-
ção infantil – parte integrante da educação básica, juntamente com o ensino fundamental e médio – é um
direito da criança de 0 a 6 seis anos e um dever do Estado, que se efetiva mediante a garantia de «atendi-
mento gratuito em creches e pré-escolas» (art. 4º, IV). Apesar disso, a educação infantil não é obrigatória,
devendo o poder público contemplá-la «conforme as prioridades constitucionais e legais» (LDBEN, art.
5º, § 2º). Em outros termos, o ensino fundamental se constitui a grande prioridade.
O atendimento na educação infantil, sempre que oferecida pelo Estado, é gratuito, independente-
mente da condição social daquele que a procurar. E, para esse atendimento, devem existir «padrões míni-
mos de qualidade de ensino» que se definem, segundo a lei, «como a variedade e quantidade mínimas, por
aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem» (art. 4º, IX).
A
6.1 Organização do Ensino Fundamental
legislação educacional brasileira define que o ensino fundamental, com duração de oito anos, é
de frequência obrigatória e oferta gratuita nos estabelecimentos públicos de ensino. A matrícula
deve ser feita a partir dos sete anos de idade e, facultativamente, a partir dos seis anos.
Em relação à organização, ressalta-se a flexibilidade da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional, que deixa a cargo dos diversos sistemas de ensino, incluídas aí as redes municipais, estaduais e
particulares de ensino, a opção pelas diversas formas de organização. Diz ela que «a educação básica po-
derá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos,
grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de
organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar» (art. 23).
No Brasil, atualmente, coexistem diferentes sistemas estaduais e municipais de ensino, que, devido
à autonomia conferida pela legislação educacional, organizam a oferta do ensino fundamental das mais
diversas formas. Devido a essa diversidade, não se dispõe de dados mais concretos a respeito de todos os
sistemas de ensino, já que essa autonomia também lhes confere possibilidades de alterações e revisões das
formas de organização anteriormente adotadas.
Apesar das dificuldades de apreensão das especificidades de organização dos estabelecimentos de
ensino do país, ressalta-se, em virtude mesmo da flexibilidade da legislação educacional, bem como das
concepções atuais a respeito da organização do tempo escolar, a tendência atual da organização do ensino
fundamental em ciclos de aprendizagem.
De uma forma geral, o ensino fundamental tem sido organizado, historicamente, em séries anuais. A
partir da introdução e discussão de novas concepções a respeito dos ciclos de aprendizagem do indivíduo,
de questionamentos acerca dos sistemas de avaliação, da inflexibilidade da organização seriada, dos altos
índices de evasão e repetência e das discussões a respeito da progressão continuada, os sistemas de ensino
iniciaram processos de reformulação da organização do tempo escolar.
estudam no campo
SABI
A No Brasil, estimada em mais de 30 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) de 2004, a população que mora no campo é equivalente ao número de habitantes de países como a Ar-
gentina e o Canadá. Mesmo com o alto índice de êxodo rural registrado entre 1980 e 1991 - aproximadamente
13 milhões de pessoas trocaram o campo pela cidade durante este período, segundo o IBGE -, são ao todo 7,5
milhões de alunos matriculados em escolas rurais, conforme dados do Censo da Educação Básica de 2006. O
número equivale à população da Suíça, porém, os indicadores sócio-econômicos e educacionais, apesar de terem
melhorado, ainda estão defasados em relação à realidade encontrada nas áreas urbanas. Com o objetivo de di-
minuir as diferenças educacionais entre campo e cidade, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou em
2002 as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Elas contemplam um conjunto
de preocupações conceituais e estruturais presentes historicamente nas reivindicações dos movimentos sociais,
como: o reconhecimento e valorização dos povos do campo, a formação diferenciada de professores, a possibi-
lidade de diferentes formas de organização da escola, a promoção do desenvolvimento sustentável, entre outras.
Conheça esse documento: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012002.pdf
O ensino médio, no Brasil, é a etapa final da educação básica e integraliza a formação que todo brasi-
leiro deve ter para enfrentar com melhores condições a vida adulta. De acordo com as finalidades do
ensino médio, postas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), isto significa assegu-
rar a todos os cidadãos a oportunidade de consolidar e aprofundar os «conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental» aprimorar o educando «como pessoa humana», possibilitar «o prosseguimento de estudos»,
garantir «a preparação básica para o trabalho e a cidadania» e dotar o educando dos instrumentos que lhe
permitam «continuar aprendendo», tendo em vista o desenvolvimento da «compreensão dos fundamentos
científico-tecnológicos dos processos produtivos» (art. 35, incisos I a IV).
A prática administrativa e pedagógica dos sistemas de ensino e de suas escolas, as formas de convi-
vência no ambiente escolar, os mecanismos de formulação e implementação de políticas, os critérios de
alocação de recursos, a organização do currículo e das situações de aprendizagem e os procedimentos de
avaliação deverão ser coerentes com os valores estéticos, políticos e éticos que inspiram a Constituição e a
LDBEN, organizados sob três consignações: sensibilidade, igualdade e identidade.
Os docentes, para atuarem no ensino médio, devem ter formação de nível supe-
rior, em curso de licenciatura, de graduação plena em universidades e institutos supe-
riores de educação.
A
8.1 Objetivos gerais
Constituição Federal assegura às comunidades indígenas o direito de uma educação escolar di-
ferenciada e a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Cabe
ressaltar que, a partir da Constituição de 1988, os índios deixaram de ser considerados uma categoria
social em vias de extinção e passaram a ser respeitados como grupos étnicos diferenciados, com direito a
manter «sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições».
Também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional garantiu aos povos indígenas a oferta de
educação escolar intercultural e bilíngue.
A Resolução n.º 3, de 10/11/1999, do Conselho Nacional de Educação, que fixa diretrizes nacionais
para o funcionamento das escolas indígenas, define como elementos básicos para a organização, a estrutura
e o funcionamento da escola indígena:
I. sua localização em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam por terri-
tórios de diversos Estados ou Municípios contíguos;
II. exclusividade de atendimento a comunidades indígenas;
III. o ensino ministrado nas línguas maternas das comunidades atendidas, como uma das formas de
preservação da realidade sociolinguística de cada povo; a organização escolar própria. (art. 2º).
O art. 3º determina que na organização de escola indígena deverá ser considerada a participação da
comunidade, na definição do modelo de organização e gestão, bem como:
I. suas estruturas sociais;
II. suas práticas socioculturais e religiosas;
III. suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de ensino-aprendiza-
gem;
A coordenação das ações escolares de educação indígena está, hoje, sob responsa-
bilidade do Ministério de Educação, cabendo aos Estados e municípios a sua execução.
A União deve apoiar técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provi-
mento da educação intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas
integrados de ensino e pesquisa. Tais programas devem: ser planejados juntamente com
as comunidades indígenas; prever a formação de pessoal especializado para atuação na
educação escolar indígena; contemplar currículos e programas específicos à realidade
da comunidade indígena; dispor de materiais didáticos específicos.
A proposta de uma escola indígena diferenciada, de qualidade, representa uma
grande novidade no sistema educacional do país e exige das instituições e órgãos res-
ponsáveis a definição de novas dinâmicas, concepções e mecanismos, tanto para que
estas escolas sejam de fato incorporadas e beneficiadas por sua inclusão no sistema
oficial, quanto para que sejam respeitadas em suas particularidades. Para tanto, estão
sendo implementados programas com os objetivos de proporcionar aos índios, suas
comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas
identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; e de garantir aos índios,
suas comunidade e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científi-
cos da sociedade nacional e das demais sociedades indígenas e não-indígenas.
A educação bilíngue, adequada às peculiaridades culturais dos diferentes grupos,
é melhor atendida por professores índios. É preciso reconhecer que a formação inicial
e continuada dos próprios índios, enquanto professores de suas comunidades, deve
ocorrer em serviço e concomitantemente à sua própria escolarização. A formação que
se contempla deve capacitar os professores para a elaboração de currículos e programas
específicos para as escolas indígenas; o ensino bilíngue, no que se refere à metodologia
e ensino de segundas línguas e ao estabelecimento e uso de um sistema ortográfico
das línguas maternas; a condução de pesquisas de caráter antropológico visando à sis-
tematização e incorporação dos conhecimentos e saberes tradicionais das sociedades
A educação profissional no Brasil já assumiu diferentes funções no decorrer de toda a história edu-
cacional brasileira.
A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional,
integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tec-
nologia. §1º Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnoló-
gicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo
sistema e nível de ensino. §2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos: I – de
formação inicial e continuada ou qualificação profissional; II – de educação profissional técnica de nível
médio; III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação [...] (Lei nº 11.741/2008,
art.39).
Num país como o Brasil, que apresenta diversidades físicas, socioculturais e econômicas marcantes, o
modelo educacional adotado para a profissionalização tinha de ser flexível. Os novos currículos voltaram-
-se para atender tanto ao mercado nacional como às características das diferentes regiões brasileiras, além
de se adaptarem às exigências dos setores produtivos.
O objetivo é criar cursos que garantam perspectivas de trabalho para os jovens e facilitem seu acesso
ao mercado; que atendam, também, os profissionais que já estão no mercado, mas sentem falta de uma
melhor qualificação para exercerem suas atividades, e, ainda, sejam um instrumento eficaz na reinserção
do trabalhador no mercado de trabalho.
A formação profissional não se esgota na conquista de um certificado ou diploma. A nova política
estabelece a educação continuada, permanente, como forma de atualizar, especializar e aperfeiçoar jovens
e adultos em seus conhecimentos tecnológicos.
A
10.1 Organização da Educação Superior
educação superior se constitui no mais elevado nível da educação brasileira. De acordo com as
finalidades da educação superior, postas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
cabe a esse grau de ensino fomentar «a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento
reflexivo» (art. 43, I).
Desde 1988, a educação superior está passando por um intenso processo de reformas, que se adensou
a partir de 1995. A primeira providência foi a aprovação da Lei n.º 9.131, de dezembro de 1995, que refor-
mulou o Conselho Nacional de Educação e redefiniu as bases da criação de novas instituições superiores,
tendo em vista a expansão com qualidade para fazer frente à crescente demanda por ensino superior. O
novo sistema assenta-se em três pontos: flexibilidade, competitividade e avaliação. O mérito maior dessa
lei foi o de estabelecer a necessidade do recredenciamento periódico das instituições, baseado na avaliação
do desempenho dos cursos e do conjunto da instituição. Nasceram aí o Exame Nacional de Cursos – o
«Provão» –e a avaliação das condições de oferta do ensino superior, que foram somados à avaliação insti-
tucional.
Uma outra vertente importante da reforma trata da autonomia das universidades. Pela Constituição
de 1988, as universidades brasileiras «gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão
financeira e patrimonial» (art. 207). Isto significa que cabe a elas: a criação, organização e extinção de cur-
sos; a elaboração de estatutos; a atribuição de graus, expedição e registro de diplomas; a fixação de currícu-
los de cursos e programas; a fixação do número de vagas; a celebração de contratos, acordos e convênios; a
Q u a d r o 5: E s t r u t u r a da E duc aç ão S u pe r ior
Ní v el Gr aus Títulos
Bach a r e l a do Bach a r e l
Gr a duaç ão
L ic e n ci a t u r a L ic e n ci a d o
Não c on f e r e t i t u l a-
Su per ior E s p e ci a l i z a ç ã o e
ç ã o e s im c e r t ific a d o d e
A per f eiçoa men to
conclus ão
Pós - Gr a duaç ão
Mestr ado Mestre
A
12.1 Organização Geral da Educação De Jovens e Adultos
educação de jovens e adultos é uma modalidade do ensino fundamental e do ensino médio, dando
oportunidade a jovens e adultos para iniciar e/ou dar continuidade aos seus estudos.
A Constituição de 1988, em seu art. 208, inciso I, garante o acesso ao ensino fundamental gratuito,
inclusive àqueles que a ele não tiveram acesso na idade própria. Esse dispositivo constitucional determina,
portanto, o dever do Estado de promover a educação de jovens e adultos.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases definiu que a educação de jovens e adultos deve atender aos
interesses e às necessidades de indivíduos que já tinham uma determinada experiência de vida, participam
do mundo do trabalho e dispõem, portanto, de uma formação bastante diferenciada das crianças e ado-
lescentes aos quais se destina o ensino regular. É por isso que a educação de jovens e adultos é também
compreendida como educação contínua e permanente.
De acordo com a Resolução n.º 1, de 5 de julho de 2000, do Conselho Nacional de Educação
(CNE) – que estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos a oferta
desta modalidade de ensino deve considerar as situações, os perfis dos estudantes, as faixas etárias e se
pautará pelos princípios de equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e contextualização das
diretrizes curriculares nacionais e na proposição de um modelo pedagógico próprio, de modo a assegurar:
I. quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes curriculares a fim de propiciar um
patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades face ao
direito à educação;
PESQUISANDO NA INTERNET
O PORTAL EJA foi criado pelo MEC/FNDE, sob a Coordenação Técnica da
Unitrabalho, que disponibiliza Cadernos do Professor e dos Alunos, para construir
referências pedagógicas capazes de apoiar o desenvolvimento de Programas de Edu-
cação de Jovens e Adultos em todo o Brasil.
O primeiro material disponibilizado é a coleção "Trabalhando com a educação de
jovens e adultos", e você já pode conferir!
Acesse: http://eja.sb2.construnet.com.br/
Va m o s b u s c a r a r e s p o s ta d e s s a p e r g u n ta ?
Como e u fa ç o u m r o t e i r o d e e n t r e v i s ta ?
Conceito
Entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha in-
formações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza
profissional.
Ti p o s
Existem três tipos de entrevistas: estruturada, semiestruturada e não-estruturada.
Entende-se por entrevista estruturada aquela que contem perguntas fechadas, seme-
lhantes a formulários, sem apresentar flexibilidade; semiestruturada a direcionada por
um roteiro previamente elaborado, composto geralmente por questões abertas; não-
2
MANZINI, E. J. Entrevista: definição e classificação. Marília: Unesp, 2004.
Boa Sugestão:
Convide seus colegas e assista a um bom filme!
Filme: “Escritores da Liberdade” (Freedom Writers) de Richard
Lavagranese, Erin Gruwell.
Ao final do filme, discuta com seus colegas e tutores sobre a “Relação Pedagógica na
Sala de Aula” e busquem responder: “Qual o nosso papel enquanto professores do
Ensino Fundamental na escola, na sala de aula e na sociedade?”
A LDBEN – Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – delega à União as seguintes competências:
a) Coletar, analisar e disseminar informações sobre educação.
b) Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamen-
tal, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e
a melhoria da qualidade do ensino.
c) Assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação
dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino.
_ _ _ _ _ _ _ _ . Pa r â me t ro s Cu r r ic u l a r e s Na c ion a i s do En s i no Mé d io Pa r te I I I - Ciê nc i a s d a n at u r e z a ,
m atem át ic a e s u a s te c nolog i a s . S e c r e t a r i a d a E duc a ç ã o Mé d i a e Te c nológ ic a , M i n i s té r io d a E duc a ç ã o,
Br a s í l i a , 2 0 0 2 . 14 4 p.