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CONCEPÇÕES DE LEITURA A PARTIR DA ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO

LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO LINGUÍSTICA

Pollyana Lopes e Silva ¹

RESUMO: A leitura é fundamental para todos, pois ler não significa só


identificar as palavras em um texto e sim, fazer com que esse conjunto de
palavras tenha um sentido para que se possa compreender qual o assunto do
texto e posteriormente interpretá-lo fazendo com que se retenha as
informações mais importantes. O objetivo deste artigo é apresentar as
concepções de leitura a partir de uma análise embasada no autor Cabral (apud
MENEGASSI, 1995), realizada no livro Letramento e Alfabetização Linguística,
do segundo ano, o qual é utilizado em uma escola municipal de Castanhal.
Para análise, escolhemos a unidade II: O nome da gente e analisamos as
questões referentes ao texto Serafina (37). Ao fim da análise, pode ser
verificado que das quatro etapas das concepções de leitura existentes as
predominantes na análise das questões foi a etapa da decodificação, mas
houve em algumas questões uma pequena presença da etapa da
compreensão.

PALAVRAS CHAVE: Concepções de Leitura, Linguística, Livro didático.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A leitura é o principal instrumento para adquirirmos o conhecimento, pois
é a partir dela que teremos uma ampliação de diversos caminhos em nossa
vida. Com um conhecimento maior, novas portas se abrem e não basta
somente identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido, compreender,
interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.
O objetivo do referido artigo é apresentar as concepções de leitura a
partir de uma análise embasada no autor Cabral (apud MENEGASSI, 1995),
realizada no livro Letramento e Alfabetização Linguística, do segundo ano, o
qual é utilizado em uma escola municipal de Castanhal. E posteriormente o
artigo busca fazer com que o professor saiba identificar, desde as séries
iniciais, com quais concepções de leitura ele está trabalhando em sala de aula
com seus alunos e, assim, formar leitores críticos e não meros decodificadores
de texto. Este educador tentará quebrar uma hereditariedade que, infelizmente,
ainda se vê nas séries iniciais das redes de ensino públicas e privadas.
______________________
¹Graduanda do curso de Letras, da Universidade Federal do Pará - Campus Universitário de
Castanhal

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Portanto, a análise do livro será feita segundo Cabral (1986 apud
MENEGASSI, 1995) que apresenta, a partir da que a visão psicolingüística,
quatro etapas do processo de leitura: a decodificação, a compreensão, a
interpretação e a retenção.
Fundamentando-se nessas etapas, faremos a análise do livro
Letramento e Alfabetização Linguística, com o objetivo de averiguar quais
dessas etapas se encontram presente e qual delas predomina.
O artigo apresentará quatro seções. Na primeira seção, falaremos sobre
as concepções de leitura: a perspectiva do texto, a perspectiva do leitor, a
perspectiva do interacionista e a perspectiva discursiva. Na segunda, haverá
uma abordagem sobre as etapas deste processo e as estratégias de leitura. Na
terceira, será feita a apresentação do livro, que é o nosso objeto de análise, e
dele será extraída uma unidade juntamente com um texto, para melhor estudo
das etapas de leitura. Na quarta seção, será feita a análise das questões
referentes ao texto que foi extraído da unidade II do livro, observando qual
etapa do processo de leitura predomina, além da elaboração de uma questão
que faça com que o aluno interprete o a leitura Serafina que foi escolhida para
análise.

1 AS CONCEPÇÕES DE LEITURA
De acordo com MENEGASSI e ANGELO (2005), existem vários
conceitos de leitura que devem ser entendidos e compreendidos pelos
professores, para que possam reconhecê-los em seu material didático e no seu
cotidiano em sala de aula. Sendo assim é preciso primeiramente conhecer o
conceito de leitura e saber que a importância das suas teorias se ligam ao
desenvolvimento da própria lingüística como a ciência que estuda a linguagem
humana articulada à fala e a escrita. No início, o estudo da leitura investigava
as unidades isoladas da língua com os fonemas, os sons, as palavras, as
frases, entre outros. Quando a linguística se desenvolveu, surgiram outras
vertentes que se preocupam em melhorar o ensino da língua, como o
Gerativismo, a Psicolinguística, a Sociolinguística. Hoje, a proposta de leitura
presente nas escolas é feita de diversas formas, como por exemplo, a da
análise do discurso, passando-se o considerar o momento sócio-histórico tanto
do autor quanto do leitor.

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Para Kato (apud MENEGASSI, 1995), a leitura é vista como
decodificação de informações presentes no texto, ou seja, passar do código
escrito para o código oral.
Segundo MENEGASSI e ANGELO (2005), na lingüística gerativista, o
foco é o contexto lingüístico da sentença, pois não basta o leitor apenas ter
conhecimento da palavra, pois é necessário considerá-lo. Surge então a
linguística textual, opondo-se as idéias anteriores e tendo como objeto de
estudo o texto. Assim, ela defende que o homem produz textos e não palavras
soltas, podendo com uma palavra construir um texto, aqui a leitura não é vista
como decodificação e sim como construção, pois, compreende que o
significado não está nos dados linguísticos do texto e sim nas experiências do
leitor. Os autores MENEGASSI E ANGELO falam sobre a pragmática que
exerce uma influencia os estudos atuais sobre a linguagem articulada do
homem.
(...) a pragmática , outra corrente lingüística que influência os estudos
atuais sobre a linguagem articulada do homem, aparece sublinhado a
leitura como processo de interação entre o leitor e o texto.

Contudo conceituar a leitura não consiste numa tarefa simples, pois os


conceitos variam de acordo com a linha de pesquisa desempenhada. Para Solé
(apud MENEGASSI; ANGELO, 2005), em uma perspectiva psicolingüística, o
autor salienta que “coexistem” domínios de pesquisas de práticas escolares,
que são as quatro perspectivas de estudo mais aprofundado que veremos a
seguir, são elas: a perspectiva do texto; a perspectiva do leitor; a perspectiva
interacionista; e a perspectiva discursiva.

2 A PERSPECTIVA DO TEXTO
Os estudos realizados com a base na perspectiva do texto centralizam-
se a teoria da decodificação de base estruturalista, ou seja, segundo
MENEGASSI e ANGELO (2005) tudo devia ser estudado produzido a partir de
uma estrutura certa, tendo assim uma visão imanentista da língua que concebe
o ato de ler como um processo de decodificação, fazendo a relação entre a
significante e o seu significado.
Para Gough (apud MENEGASSI; ANGELO, 2005) a leitura é trabalhada
apenas como uma simples identificação de palavras, em que o leitor garante
uma leitura com sucesso, por somente saber reconhecer os sinais gráficos.

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Tinha-se o cuidado para que o texto fosse entendido pro completa, pois
tudo é importante, cada palavra e cada frase. Segundo MENEGASSI e
ANGELO (2005), a leitura não era vista como um processo ativo no qual o leitor
busca no texto somente as informações que lhe interessam, mas sim o
processo passivo de simples reconhecimento de palavras sem se quer haver
entendimento, apenas ler por ler.
Desta forma, a perspectiva textual é vista como um processo de
abstração ascendente: “o leitor recebe o significado através do olhos”
(MENEGASSI; ANGELO: 2005,p19), pois o aprendizado do leitor é realizado
através do texto, ascendendo desde o níveis inferiores ate chegar aos níveis
superiores do texto.
Sabe-se que, neste processo, o leitor decodifica os signos através do
som e recebe o significado de cada unidade e une-os para obter o significado,
Leffa 1999 (apud MENEGASSI, 1995) acrescenta afirmando que a visão
exerce um papel fundamental nessa acepção de leitura, já que o leitor recebe o
significado através dos olhos.
Segundo Bezerra 2003 (apud MENEGASSI, 1995), esse método
influencia no ensino de língua materna até o fim do ensino médio, esse
processo encontra-se nos livros didáticos em textos, os quais possuem um
questionário interpretativo, que pode ser respondido facilmente, pois as
respostas podem ser prontamente identificadas no texto levando assim o aluno
a pratica de copiar e colar as respostas do texto.
Para KLEIMAN (apud MENEGASSI, 1995), Em atividades feitas
oralmente ocorre certa preocupação de o leitor não errar as palavras e isto
acaba causando a ausência de concentração no texto. Esta prática tem a
leitura apenas como objetivo de avaliação, pois não há uma produção de
sentido, mas apenas uma simples identificação do conteúdo do texto, se
definido como um processo mecânico que infelizmente é uma prática presente
nas escolas.

1.2 A PERSPECTIVA DO LEITOR


Segundo Menegassi, esta perspectiva ocorre de forma descendente,
diferentemente da perspectiva do texto, pois esta vai do leitor ao texto, ou seja,
o leitor é capaz de atribuir significado utilizando-se daquilo que conhece a
princípio, antes mesmo de ler o texto. “A obtenção do significado não se dá
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através de um procedimento linear, mas, pela força de vontade do leitor e de
seus conhecimentos prévios.” (MENEGASSI: 2005, p. 23)
Goodman 1987 (apud MENEGASSI: 1995, p.23) “o leitor é capaz de
compreender depende daquilo que conhece e acredita a priori, ou seja, antes
da leitura.” O leitor tenta adivinhar qual a abordagem do texto sem antes ter
realizado uma leitura, e essa adivinhação ocorre através dos seus
conhecimentos prévios.
Este ato do leitor de se antecipar, segundo Menegassi e Angelo (2005),
exige que ele use de duas estratégias: a “confirmação e correção”, pois ao
confirmar no texto as hipóteses realizadas antes da leitura terá que fazer
alguns ajustes, ou seja, terá que apresentar as inferências já feitas.
Menegassi (2005), ressalta que a realização de uma leitura feita sob
esta perspectiva, faz com que o leitor selecione o que lhe convém, pois nem
tudo o que foi lido lhe é útil. Segundo GOODMAN, 1987, p.17 (apud
MENEGASSI, 2005, p. 24) O leitor faz essa seleção, pois se utilizasse de todas
as informações do texto seu aparelho perceptivo ficaria sobre carregado com
informações desnecessárias o que certamente dificilmente a compreensão
impossibilitando a leitura.
Contudo, o leitor utiliza-se de inferências condicionadas pelos
conhecimentos prévios para atribuir sentindo a um determinado texto, mas nem
sempre essas inferências feitas pelo leitor são compatíveis com o seu sentido
real. É nesta hora que cabe ao professor subsidiar a leitura com estratégias
que não se restrinjam só a de “adivinhação” prévia, e sim fazer com que haja
uma ligação entre o leitor, seus conhecimentos e o texto.

1.3 A PERSPECTIVA INTERACIONISTA


De acordo com Menegassi e Angelo (2005), Nessa perspectiva, há a
interação entre o processamento ascendente e o descendente, gerando um
equilíbrio de ideias necessárias para a busca do significado.
A perspectiva interacionista entre o leitor e o texto se completam.
Segundo Leffa 1999 (apud MENEGASSI, 1995) existem duas teorias: a
Transacional, que está ligada ao processo ascendente e causa alteração em
todos os envolvidos no processo de leitura: o autor, o leitor e o texto. E a Teoria
da Compensação que, de acordo com o projeto de Stanovitch 1980, a leitura
tem vários níveis de conhecimento e estes se integram de forma desigual

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variando de acordo com cada leitor. Esta está relacionada ao processo
descendente de leitura às informações previas que cada sujeito possui.
Deste modo, Menegassi e Angelo (2005) citam que de acordo com
Meurer (1988), há um alerta voltado para o processo de compreensão, sendo
de suma importância a união entre o texto e o leitor para que ocorra uma
interpretação completa.
(...) a interdependência equilibrada entre a informação contida no
texto e os conhecimentos prévios do leitor é a condição essencial
para a compreensão.
Meurer (1998, p.265)

1.4 A PERSPECTIVA DISCURSIVA


Menegassi e Angelo (2005), dizem que nessa perspectiva, a leitura é
feita de um modo diferente das demais, pois nesta não se lê um texto como
texto, mas lê o texto como um discurso, ou seja, levam-se em consideração as
suas condições de produção.
Na perspectiva discursiva é feita com base na análise do discurso de
orientação francesa (AD) esta que foi edificada por Michael Pêcheux, que
orienta e justifica o modo de ler e pensar. A AD age diferentemente das outras
analises, pois ela não se preocupa com o normativismo, ela age como o
“estudo da discursivização”, isto é, como o estudo do processo de constituição
do discurso.
Assim sendo, os sentidos desta perspectiva não estão somente nas
palavras, e sim na relação com o que esta fora do texto e nas condições em
que eles são produzidos.

2 AS CONCEPÇÕES DE LEITURA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA


As concepções de leitura existentes no processo de ensino e
aprendizagem de língua materna têm sido abordadas por diversos autores.
Segundo Pereira 1979 (apud MENEGASSI, 1995) há três habilidades no
processo de leitura: o reconhecimento, a estruturação e a interpretação. Já
Cabral 1986 (apud MENEGASSI, 1995) - como foi dito anteriormente nas
considerações iniciais – apresenta quatro etapas que serão conceituadas a
seguir juntamente com suas estratégias de aplicação.

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2.1 ETAPAS DO PROCESSO DE LEITURA
Segundo Cabral 1979 (apud MENEGASSI, 1995), a primeira das etapas
é a da decodificação, que consiste no signo – união do sentido e da imagem
acústica – que faz relação entre o significante e o significado, para que isso
aconteça precisaremos atribuir um significado real e um contexto. Assim, o
professor deverá ensinar ao aluno que, primeiramente, deve-se retirar o
significado do contexto no qual está inserido, seja pelo seu conhecimento de
mundo ou pelo uso de um dicionário. Contudo, pode-se dizer que a
decodificação do signo lingüístico é que decorre todo o processo de leitura.
Segundo Cabral 1979 (apud MENEGASSI, 1995), a compreensão é a
etapa posterior a da decodificação, pois, para que ocorra é necessário que o
aluno tenha conhecimentos prévios sobre o assunto. Nesta etapa existem três
níveis de compreensão: No nível literal primeiramente no qual o leitor se detém
exclusivamente ao texto fazendo apenas uma leitura superficial; No nível
inferencial o leitor se penetra no texto expandindo seu conhecimento; No nível
interpretativo é o mais elevado que os níveis anteriores, pois neste nível o leitor
começa a expandir a sua leitura, permitindo que se faça a ligação dos
conteúdos que o texto apresenta aos conhecimentos prévios dando inicio a
nossa próxima etapa.
Segundo Cabral 1979 (apud MENEGASSI, 1995), a terceira das etapas
dos processos de leitura é a da interpretação, e para que esta ocorra é
necessário que o leitor faça a compreensão do texto, pois esta é a fase de
utilização da capacidade critica que ele possui, é o momento em que ele faz
julgamentos sobre o que lê diferentemente da compreensão, pois nesta etapa
há a ampliação de seus conhecimentos, o leitor lê, decodifica, compreende e
interpreta o que o texto quer dizer.
Finalizando, a última e não menos importante que as demais abordadas
neste artigo, segundo Cabral 1979 (apud MENEGASSI, 1995), é a etapa da
retenção que como o próprio nome já diz, retém as informações mais
importantes na memória de longo prazo (possui capacidade ilimitada de
armazenamento e as informações nela armazenadas também permanecem,
por tempo ilimitado), ocorrendo em dois níveis, o primeiro a partir da
compreensão – o leitor retém a temática e os tópicos mais importantes – e o
segundo a partir da interpretação – o leitor faz uma retenção mais profunda,
absorvendo o conhecimento para si -.
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2.2 AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Ao tentar formar leitores competentes, o professor deve inserir
estratégias de leituras em sala de aula para que, assim, o aluno/leitor possa
não só ler qualquer tipo de texto, mas compreendê-lo e fazer qualquer uso do
seu conhecimento.
Sendo assim GOODMAN 1987 e SMITH 1991 (apud MENEGASSI,
2005) apresentam quatro estratégias de leitura que são “fundamentais para
realizar a compreensão, a serem desenvolvidas nos alunos, para o trabalho em
todos os textos: seleção, antecipação, inferência e verificação.” (p.79)
Segundo GOODMAN 1987 e SMITH 1991 (apud MENEGASSI, 2005), a
estratégia de seleção “possibilita ao leitor ater-se daquilo que lhe é útil para a
compreensão do texto, desprezando-se itens considerados irrelevantes” (p.79),
e cita a leitura de jornal como exemplo dessa estratégia, pois o leitor faz uma
seleção do que vai ler a partir das manchetes do jornal. Na estratégia da
antecipação, “o leitor durante a leitura do texto cria hipóteses e previsões sobre
os significados a partir das informações explícitas e implícitas constante no
texto.” (p.80), aqui também pode utilizar a leitura de jornal como exemplo, pois,
a partir da leitura da manchete do jornal, o leitor já se antecipa sobre o
conteúdo do texto, e após sua leitura ele comprova, ou não, suas previsões e
constrói novas que são comprovadas ou não gradativamente.
Segundo GOODMAN 1987 e SMITH 1991 (apud MENEGASSI, 2005), a
estratégia da inferência é realizada como “uma ponte de sentido que o leitor
cria com o texto lido, construindo uma nova informação, que não existia antes
do texto, nem do leitor.” (p.81), essa estratégia aciona alguns conhecimentos
prévios permitindo ao leitor criar certas inferências. A última estratégia é a
verificação que “a cada confirmação das predições levantadas e das
inferências realizadas, mais seguro o leitor se sente, possibilitando-o uma
melhor construção de sentido para o texto trabalhado.” (p.82)
O trabalho com essas estratégias no ensino fundamental faz com que o
aluno aprenda a desenvolver sua leitura com maior facilidade. Segundo COLL
1987 (apud Menegassi 2005), estratégias são procedimentos conscientes ou
inconscientes utilizados pelo leitor para decodificar, compreender, interpretar o
texto e resolver os problemas que encontram durante a leitura.

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Desta forma, Solé (1998 apud MENEGASSI, 2005), o ensino das
estratégias é necessário porque se pretende “formar leitores autônomos,
capazes de enfrentar de forma inteligente textos de índole muito diversa, na
maioria das vezes diferentes dos utilizados durante a instrução”.
O aluno aprende na escola o trabalho com as estratégias de leitura, mas
seu aprendizado não se retém só na leitura feita com texto do seu convívio em
sala de aula, e sim em seu convívio social formando-o um leitor competente.

3 O LIVRO DIDÁTICO LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO LINGUÍSTICA


O livro Letramento e Alfabetização Linguística, usado nesta análise,
pertence ao 2º ano do ensino fundamental e é de autoria de Cristiane Buranello
produzido pela editora Escala Educacional. Ele possui 208 páginas e dez
unidades divididas cada uma em sub-tópicos como:
• Lá vem a leitura: A autora expõe a leitura principal da unidade
concordando com o nome principal da mesma, e questões para
interpretação do texto.
• Outra leitura: Outro texto de apoio sobre diversos assuntos, higiene,
contos infantis, receitas, cantigas de roda e etc. Texto com muitas
questões para interpretação.
• Escrever com muito prazer: Neste tópico estão trabalhos para os alunos
realizarem em casa como pesquisas e trabalhos manuais.
• Mais uma Leitura: Outro texto de apoio com questões para interpretação.
• Estudo da Língua: Consiste nos testudos gramaticais de nossa língua
feitos a partir de leituras do livro.

3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE


A unidade II tem como titulo: O nome da gente, a qual faz uma
abordagem em geral sobre os nomes próprios e ainda faz perguntas como:
Você gosta de seu nome? Por quê?, Em que ocasiões você costuma dizer
ou escrever seu nome?. Essas perguntas que são respondidas oralmente
pelos alunos logo na apresentação da unidade. A unidade possui seis
tópicos,são eles:
1. Lá vem a leitura 4. Mais uma leitura
2. Outra Leitura 5. Estudo da língua
3. Escrever com muito prazer 6. A escrita das palavras
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Essa unidade possui três textos, uma certidão de nascimento; o segundo
texto “Serafina”. O terceiro consiste numa breve piada que também fala sobre a
escolha do nome.
Dos textos presentes na unidade II, todos os três possuem atividades de
leitura, o primeiro que fala sobre a certidão de nascimento e vem acompanhado
de quatro questões para serem respondidos oralmente e apenas uma questão
para ser respondida por escrito. O segundo texto “Serafina” vem acompanhado
de oito questões para interpretação de texto. O terceiro que é a piada, vindo
acompanhada de três questões para serem respondidas oralmente e duas
questões para serem respondidas por escrito.

3.2 APRESENTAÇÃO DO TEXTO “SERAFINA”


O texto “Serafina” escolhido para realização da análise encontra-se na
unidade II, página 37 do livro Letramento e Alfabetização Linguística, encontra-se
anexado ao fim deste artigo.
Esse texto é trecho do livro Se... Será, Serafina?, Escrito por Cristina Porto.
“Serafina” pertence ao gênero história infantil, pois conta a história da origem do
nome de uma garota curiosa e inteligente chamada Serafina, que certo dia
questionou seus pais pela origem do nome e ao desenrolar do texto ela diz: “(...)
eu acho que a gente é que deveria escolher o próprio nome.”p.37. E completa
dizendo que se tivesse de escolher seu próprio nome escolheria um só, e sugere
nomes como: alface, ventania e luz. Tanto que seu pai até brinca com ela a
chamando de todos esses nomes.
(...) – Muito bem, dona Serafina Alface Ventania da Luz Acesa.
PORTO, Cristiana. Se... Será, Serafina?(apud Buranello)p.38
Mas ao fim Serafina conclui seus questionamentos sobre a origem do seu
nome, ela diz que o nome não quer dizer nada, pois, independente se seu nome
fosse Serafina ou não, ela continuaria sendo do mesmo jeito que é.
“(...) Pensando bem, o nome não quer dizer nada, não. Se eu não me
chamasse Serafina, aposto que ia ser do mesmo jeito que sou.”
PORTO, Cristiana. Se... Será, Serafina?(apud Buranello)p.38

Após a leitura do texto, encontram-se no livro o “Estudo do texto”, oito


questões de interpretação de texto serão analisadas na próxima seção.

4 ANÁLISE DAS QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO DO TEXTO “SERAFINA”


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A análise do estudo do texto Serafina foi feito com base nos conceitos de
etapas do processo de leitura segundo Cabral (apud MENEGASSI, 1995). Abaixo
veremos as questões de interpretação de texto e analisaremos segundo etapas do
processo de leitura.

Questão 1
Qual é o nome da pessoa que escreveu o texto que você acabou de ler?

Questão 2
O texto lido foi extraído de que tipo de material impresso? Pinte o quadrinho
correspondente
Jornal Livro Revista

Questão 3
Os participantes de uma história são chamados de personagens. Quem são os
personagens da história que você leu?

Questão 5
A que conclusão a menina chegou em relação ao nome dela?

Questão 6
No texto, aparecem algumas palavras que estão escritas de uma maneira parecida
com o modo de falar. Com a ajuda do professor, localize e anote-as a seguir.

Nas questões acima, 1,2,3,5 e 6, verificou-se a presença da etapa da decodificação,


sendo assim a etapa predominante. O aluno primeiro decodifica os símbolos escritos
e faz uma leitura superficial do texto e, na hora que o aluno vai responder as
questões, elas não o fazem refletir sobre o sentido real texto, não há a interpretação,
o aluno acaba por si fazendo um processo mecânico, ele copia as respostas que
estão explícitas no texto fazendo e cola nas repostas.

Questão 4
Você concorda com a personagem Serafina quando ela diz que cada um deveria
escolher o próprio nome? Por quê?
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Na questão de número quatro, observamos que ela se enquadra na etapa da
interpretação. O aluno precisa compreender o texto e dar a sua opinião se cada um
deveria escolher o seu próprio nome, e ainda completar a resposta dizendo o
porquê?.

Questão 7
Leia as frases a seguir
“Por que é que vocês resolveram me chamar de Serafina?”
“Por que é que vocês decidiram me chamar de Serafina?”
As palavras destacadas nas frases acima têm sentidos semelhantes ou contrários?
_________________________________________________________________
Agora, escreva uma palavra de sentido semelhante para cada palavra destacada
nos trechos seguintes.
a) “Uma alface verdinha e orvalhada, feliz por estar bem juntinho da terra.”
_________________________________________________________________
b) “Com vontade de passar varrendo todas as coisas que atrapalham a vida da
gente.”
_________________________________________________________________
c) “Se eu não me chamasse Serafina, aposto que ia ser do mesmo jeito que sou.”
_________________________________________________________________

Questão 8
Ligue cada palavra à que a apresenta sentido semelhante.

Calmo Bonita

Bela Próximo

Perto Valente

Corajoso Tranquilo

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Nas questões sete e oito, observamos que elas trabalham com a gramática e nesse
caso com os sinônimos, não aborda a leitura do texto e sendo assim não se
enquadra em nenhuma das etapas do processo de leitura

4.1 – UMA NOVA PROPOSTA PARA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO


No estudo do texto “Serafina”, não foram encontradas muitas questões de
interpretação que é a terceira das etapas do processo de leitura e de grande
importância para a formação de leitores críticos. Na etapa da interpretação, o aluno
deve interpretar uma sequência de ideias ou acontecimentos que estão implícitas no
texto, dando a sua opinião crítica.
Quando o aluno lê o texto e encontra a seguinte pergunta ele se fará um
questionamento: Por que Serafina diz que só se deveria escolher o próprio nome,
depois que crescesse um pouco e se achasse parecida com cara de alguma coisa.
Mas não daquela que se vê no espelho e sim daquela lá de dentro?
Esta questão faria com que o aluno refletisse e interpretasse o texto, pois, a
resposta desta questão está implícita. Depois de refletir, o aluno responderia
dizendo que a menina fez essa afirmação no sentido em que só se deveria escolher
o próprio nome quando pudéssemos identificar em nosso interior com qual nome
nos parecemos, nos identificamos, pois hoje uma boa parte da população rejeita
seu próprio nome, muitos ate procuram cartórios para a troca do mesmo, pode-se
dizer que o nome alem de uma identidade perante os demais, é a forma que nos
satisfaz perante a sociedade. Ter um nome singelo de certa forma é ser bem
reconhecido.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho que as três etapas do processo de
concepções de leitura (decodificação, compreensão e interpretação) todas se
aplicam no livro Letramento e Alfabetização Linguística, inclusive na análise
realizada no estudo de texto da leitura Serafina encontrado na unidade II.
A forma de como trabalhar essa leitura e seu estudo de texto podem variar, o
professor não é obrigado a ficar retido só nas questões que o estudo de texto
fornece, ele como educador pode inserir estratégias de leitura e questões que façam
com que o aluno interprete o texto sejam elas orais ou escritas, o importante é que o
aluno se torne um leitor crítico e não um mero decodificador de texto. É de suma

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importância que o aluno identifique as palavras, faça ter sentido, compreenda,
interprete, relacione e retenha as informações que achar mais relevante.
Portanto, o papel do educador é importantíssimo tanto no ensino fundamental,
a aprendizagem dessas concepções e o trabalho com elas em sala de aula fará com
o aluno seja um leitor critico, e o aluno como leitor critico reterá mais informações na
sua memória de longo prazo, trazendo inúmero benefícios. Um leitor crítico
consegue ter discernimento e compreensão sobre aquilo que está lendo, ele não
aceita "verdades", constrói seu próprio conhecimento, a partir de questionamentos e
reflexão diferentemente do leitor acrítico que não reflete, apenas lê e incorpora

assim ideologias e alienações, assim podemos concluir que a leitura faz toda a
diferença no ensino e aprendizagem no ensino fundamental, por isso a importância
de ensiná-la de modo correto fazendo com que o aluno passe por todas as etapas
deste processo.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURANELLO, Cristiane. Letramento e alfabetização lingüística, 2º ano – 2. ed.
São Paulo: Escala Educacional, 2008. (Unidade II- O nome da gente p. 33-50)
MENEGASSI, R. J. Conceitos de leitura In: MENEGASSI, R. J. (Org.); ANGELO,
Cristiane Malinoski Pianaro. Leitura e ensino. Paraná EDUEM, 2005, p.p 15-41.

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___________Estratégias de leitura. In: MENEGASSI, R. J. (Org.); ANGELO,
Cristiane Malinoski Pianaro. Leitura e ensino. Paraná EDUEM, 2005 p.p 77-96.

Anexos
Texto analisado “Serafina”

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17

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