Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Gustavo Trincado
trincado@gustavotrincado.com.br
Resumo
A função do estudo do Direito Romano está além do mero conhecimento histórico aos
acadêmicos. Determinados institutos do Ius Civile permanecem imutáveis. Apresentar-se-á o
Registro de Titulo de Transferência de Imóveis como evolução do mancipatio romano.
Abstract
The purpose of the study of Roman law is beyond the mere historical knowledge to
scholars. Certain institutes Ius Civile remain unchanged. Present will
be theregistration of Transfer of Property Title and evolution of Roman mancipatio.
Introdução
O direito romano constitue a maior e mais importante fonte de direito de forma que é
estudado em todas as escolas de direito do mundo visto que diante de sua compreensão é
possível ter uma ampla visão de aspectos sociais, economicos e politicos.
A aquisição das coisas na vigência da legislação romana se procedia por meio de
institutos como traditio, in iure cessio e mancipatio, este ultimo que será abordado de forma
especifica no decorrer do presente estudo.
1. Mancipatio
Tal ferramenta legal garantia a validade dos negócios jurídicos que envolviam terras
itálicas, construções, escravos e rebanhos, ou seja, res mancipi. O referido instituto exigia
certa cerimônia, esta que, ficou positivada no Ius Civile por meio das Institutas de Gaio.
Para ser válida, era necessário que estivessem presentes o vendedor, o comprador,
cinco testemunhas, sendo que uma delas é denominada chefe e outra, que representa o porta
balanças ou libripens, que funcionava como um mestre de cerimônia no ato de transmissão. 3
De fato, o Ordenamento Jurídico brasileiro dispõe de modo que os negócios feitos por
acordo de vontade não possuem força para consolidar a transmissão dos bens referidos no
parágrafo supra-epigrafado. 4
Tal fenômeno não ocorre com divergência em outros tantos institutos de Direito
Romano que se arrastam até o dias atuais em sua essência e procedimento básico, como por
exemplo, o usucapião.
Há que se dizer, portanto, que a principal mudança entre os institutos fora apenas a
modernização deste, tendo em vista que ao invés do Ritual Romano, há o ritual do registro
previsto na lei supra - substitui-se o chefe e o libripens pelo tabelião, escrevente, mantendo-se
as testemunhas, sendo ainda necessária, a tradição.
Prova incontestável disto é o disposto literal do art. 873 do BGB alemão, quando cita
a inscrição no registro predial como podemos notar:
Considerações Finais
Conclui-se que, ao proceder minuciosa busca de maneira teleológica e até mesmo
literal na evolução da disposição jurídica trazida a estudo, é possível aferir que não houve
mudança real em sua essência, tampouco no seu objetivo, e sim apenas adaptação ao contexto
histórico de sua vigência.
Referências
1
TROPLONG, Raymond Theodore. Da influencia do christianismo sobre o direito civil dos
romanos. Tradução de Jose Raymundo da Costa Menezes. Recife: Meira Henriques, 1852, p.
59.
2
ROLIM, Luiz Antonio. Instituições de Direito Romano. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2003.
3
No caso do negócio jurídico tratar-se da venda de coisas móveis como, por exemplo, de
escravos, este deveria estar presente na cerimônia sob pena de nulidade. No caso de coisas
imóveis, esta estaria representada por uma parte sua, como uma telha, um pouco de terra e etc.
(ROLIM, 2003)
4
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, Volume 4: Direito das Coisas – 24ª
Ed. Reformulada – São Paulo: Saraiva, 2009.