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Introdução
Objetivos
Expor a gravidade situação da água no mundo, diante da ameaça que paira sobre os
seres vivos.
Justificativa
Se tivéssemos que reunir todas as considerações aqui presentes em uma única palavra,
não teríamos outra, senão aquela que deveríamos carregar pelo resto de nossas vidas:
Ética.
1.1 Desenvolvimento
A água existe na Terra nas fases sólida, líquida e gasosa, que estão ligadas entre si num
ciclo fechado, conhecido como o ciclo da água.
Além disso, como o regime de chuvas varia muito entre as diferentes áreas de um
mesmo continente e a população não está distribuída de forma homogênea, a
disponibilidade de água doce per capita é bastante desigual nas várias regiões do
planeta: desde níveis extremamente baixos, de 1.000 m3/ano per capita, até níveis muito
elevados, superiores a 50.000 m3/ano. Variações climáticas periódicas podem agravar
as secas, provocando morte e sofrimento humano, e também causar as enchentes, que
são um dos piores desastres naturais em termos de vítimas e de danos vultosos às
propriedades e aos solos agrícolas.
Entre 1900 e 1995, o consumo total de água para as atividades humanas (agrícola,
industrial, doméstica e outras) cresceu seis vezes, que é mais do que o dobro do
crescimento da população mundial neste período. O aumento do consumo é maior nos
países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos, em virtude do crescimento da
população. As Nações Unidas prevêem a estabilização do crescimento populacional
somente entre o final do Século 21 e o ano 2.110, mas mais de 90% deste crescimento
ocorrerá nos países em desenvolvimento. Sem dúvida, a água será um recurso limitante
no Século 21 e vai atingir mais severamente os países que estão se desenvolvendo.
Entre os diversos usos da água, a irrigação é a que apresenta o maior desperdício, pois
cerca de metade da água utilizada para este fim não atinge as plantações, perdida pela
infiltração no solo. Para se produzir uma tonelada de grãos são necessários mil
toneladas de água, e para uma tonelada de arroz, duas mil toneladas de água. Além
disso, sistemas de irrigação mal planejados e ou mal operados podem provocar a
salinização e degradação dos solos. A melhoria da eficiência dos sistemas de irrigação
é, portanto, uma das condições prioritárias para se atingir o desenvolvimento
sustentável.
Embora a água seja um recurso renovável, sua quantidade é limitada: menos de 200 mil
quilômetros cúbicos estão disponíveis em rios e lagos. Esta quantidade era suficiente em
1900, quando cerca de 2 bilhões de habitantes viviam no planeta. Agora, somos 6
bilhões, e como a água não está distribuída de forma proporcional à população
existente, a quantidade de água disponível já chega perto do limite: 40% da população
mundial já sofre de escassez de água. Imaginem como será o ano 2025, quando a
mesma quantidade de água deverá atender 3 bilhões de pessoas a mais!
O suprimento global de água vai permanecer constante ou poder sofrer um pequeno
acréscimo em virtude das mudanças climáticas - maior temperatura global gerando
maior quantidade de vapor d'água. Temos que considerar, entretanto, a degradação
ambiental provocada pelos desmatamentos, principalmente nas nascentes, e pela
poluição dos recursos hídricos, provocada pelas atividades humanas.
Países com disponibilidade de água entre 1.000 e 1.600 m3/ano per capita sofrem do
que se chama stress hídrico e enfrentam sérios problemas em anos de seca. Países com
disponibilidade menos que 1.000 m3/ano per capita são considerados escassos em água.
Hoje, 28 países, com uma população total de 338 milhões de pessoas, enfrentam stress
hídrico, a maior parte do Leste da Ásia e da África. Por volta de 2025, entre 46 e 52
países, com população total em torno de 3 bilhões de pessoas, poderão sofrer de stress
hídrico e cerca de 23 estarão enfrentando escassez absoluta de água.
Para atendimento pleno da demanda futura de água para fins urbanos, com o
aproveitamento de novas fontes, estima-se que seriam necessários investimentos da
ordem de 11 a 14 bilhões de dólares por ano, durante os próximos 30 anos, o que
significa o dobro da quantidade de recursos financeiros disponíveis para investimento
em abastecimento doméstico durante os anos 80. Por tudo isto, recursos financeiros
setoriais desta magnitude dificilmente estarão disponíveis.
O recursos hídricos internacionais (rios, lagos e aqüíferos subterrâneos compartilhados
por dois ou mais países) são das poucas possibilidades futuras de desenvolvimento,
através do seu gerenciamento integrado, fato que reforça a necessidade de cooperação
crescente entre estes países, na medida em que a água for se tornando mais escassa.
A escassez de água, que já foi motivo para muitas guerras no passado, pode, cada vez
mais, agir como catalisador no conjunto de causas ligadas a qualquer conflito futuro. A
questão mais importante neste século, para muitos países, pode ser o controle dos
recursos hídricos. A comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água
como poderosa e crescente força de instabilidade social e política e atribuir à crise da
água a prioridade devida na agenda política internacional.
Mais provavelmente, a grande batalha pela conservação da água será ganha ou perdida
nas megacidades do mundo", segundo Klaus Toepfer, diretor executivo do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, no 2o Fórum Mundial da Água,
realizado em Haia, Holanda, em março de 2000.
De acordo com Toepfer, metade das cidades européias já explora águas subterrâneas
acima da sua capacidade de reposição natural e diverso países têm sérias dificuldades
com a poluição destes aqüíferos. A salinização é outro problema grave e atinge
severamente Bancoc, por exemplo. E chega a ser assustadora a conseqüência da
superexploração das águas subterrâneas na Cidade do México, que está literalmente
afundando devido à retirada excessiva da água do subsolo.
O Brasil, com exceção do semi-árido nordestino, não sofre de escassez de água, mas
tem sérios problemas com a poluição industrial, agrícola e, sobretudo, com a falta de
saneamento e o conseqüente despejo de esgotos in natura nos cursos d'água.
A saída, para Dubresson e para Toepfer, não está mais nas mãos das autoridades
políticas ou econômicas, unicamente, mas depende de sistemas abertos, participativos e
transparentes de administração, capazes de gerar co-responsabilidade entre os
habitantes. "A questão é saber se os novos parceiros vão contribuir para uma
fragmentação ainda maior ou para a integração dos excluídos", finalizou Dubresson,
retornando à questão da ética inicialmente referida.
Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.
Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).
"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".
Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.
Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).
"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".
Estes números podem sofrer uma ínfima variação. Entretanto, são aceitos pelas
organizações mundiais que se ocupam do assunto.
Apresenta dois cenários sobre escassez. No primeiro, são 2 bilhões de pessoas sem água
em 48 países. No segundo, mais pessimista, são 7 bilhões em 60 nações. Em 2050, a
população mundial estimada será de 9,3 bilhões de pessoas.
Por exemplo, o nordeste brasileiro é mencionado nas duas projeções, embora o País
possua 12% das reservas de água doce do planeta.
"Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal e tem muitas"
discrepâncias."Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual
de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³".
O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de
Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a
Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³),
seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).
Num ranking de 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o
Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³.
O documento diz que, nos últimos 25 anos, uma série de conferências internacionais
tem tratado da questão da ampliação da rede de abastecimento e saneamento. Mas,
acrescenta o relatório, devido à "inércia dos dirigentes" não se chegou a "praticamente
nenhum dos objetivos estabelecidos para melhorar a gestão dos recursos hídricos".
Uma das metas assumidas pela comunidade internacional em 2000 e retificada em 2002,
na Rio +10, em Johannesburg, é de se reduzir à metade a proporção de pessoas no
mundo que não têm água potável e saneamento básico. No Brasil, 92,7% das
residências têm rede da água potável segundo dados do Ministério das Cidades.
"Mas no nordeste o sistema de abastecimento não consegue garantir água todo dia".No
que diz respeito à rede de esgoto, a situação é oposta. Apenas 37,7% dos domicílios
estão ligados à rede de coleta. O resto é lançado nos rios e no mar.
É essa poluição - somada aos dejetos industriais - que está na base da crise da água.
Atualmente, estima-se que haja 120 mil km³ de água contaminada no mundo - uma
quantidade maior do que o total existente nas dez maiores baciais hidrográficas do
planeta. Se o ritmo de contaminação não se alterar, o número pode chegar aos 180 mil
km³ em 2050. Segundo a ONU, um litro de água com dejetos contamina oito litros de
água pura.
"De todas as crises sociais e naturais que os seres humanos devem enfrentar, a dos
recursos hídricos é a que mais afeta a nossa própria sobrevivência e a do planeta",
segundo a opinião do diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura.
Até 2010, por exemplo, a agricultura irrigada pode desaparecer na bacia de um rio
denominado Hai na China, à medida que o crescimento da demanda urbana e industrial
de água na capital.
Outras cidades, na mesma bacia, absorvem agora a água antes utilizada na agricultura.
Mais que qualquer outro efeito, a falta de água impedirá certamente os esforços para
expandir a produção de alimentos.
Este fenômeno pode ter se dado, tanto em função de um melhor domínio na tecnologia
de irrigação e/ou produção de melhores sementes, como também, e este seria o pior
caso, pela exaustão dos aqüíferos.
Embora varie grandemente de um país para outro, esta média subiu para 2,73/ha em
1.998.
A agricultura irrigada concentra-se na Ásia, mas não está limitada àquele continente.
Aproximadamente 70% dos grãos colhidos na China provém de terra irrigada, enquanto
na Índia este número é de 50% e nos EUA, 15%, mas estes números representam
médias, assim é que, no sudoeste dos EUA o Rio Colorado raramente chega ao Golfo da
Califórnia.
Da mesma forma, o Rio Amarelo, berço da civilização chinesa, secou pela primeira vez
nos 3.000 anos de história da China, em l.972, deixando de chegar ao mar por uns 15
dias.
Nos anos seguintes, secou, intermitentemente, mas desde 1.985 tem secado,
parcialmente, todos os anos.
O fenômeno é tão excepcional que em 1.997 deixou de chegar ao mar, por sete meses
do ano.
Pouca água do Rio Nilo consegue alcançar o mar Mediterrâneo, e o Rio Ganges, na
Índia, raramente chega ao golfo de Bengala na estação seca.
Introdução
Objetivos
Expor a gravidade situação da água no mundo, diante da ameaça que paira sobre os
seres vivos.
Justificativa
Se tivéssemos que reunir todas as considerações aqui presentes em uma única palavra,
não teríamos outra, senão aquela que deveríamos carregar pelo resto de nossas vidas:
Ética.
1.1 Desenvolvimento
A água existe na Terra nas fases sólida, líquida e gasosa, que estão ligadas entre si num
ciclo fechado, conhecido como o ciclo da água.
Além disso, como o regime de chuvas varia muito entre as diferentes áreas de um
mesmo continente e a população não está distribuída de forma homogênea, a
disponibilidade de água doce per capita é bastante desigual nas várias regiões do
planeta: desde níveis extremamente baixos, de 1.000 m3/ano per capita, até níveis muito
elevados, superiores a 50.000 m3/ano. Variações climáticas periódicas podem agravar
as secas, provocando morte e sofrimento humano, e também causar as enchentes, que
são um dos piores desastres naturais em termos de vítimas e de danos vultosos às
propriedades e aos solos agrícolas.
Entre 1900 e 1995, o consumo total de água para as atividades humanas (agrícola,
industrial, doméstica e outras) cresceu seis vezes, que é mais do que o dobro do
crescimento da população mundial neste período. O aumento do consumo é maior nos
países em desenvolvimento do que nos desenvolvidos, em virtude do crescimento da
população. As Nações Unidas prevêem a estabilização do crescimento populacional
somente entre o final do Século 21 e o ano 2.110, mas mais de 90% deste crescimento
ocorrerá nos países em desenvolvimento. Sem dúvida, a água será um recurso limitante
no Século 21 e vai atingir mais severamente os países que estão se desenvolvendo.
Embora a água seja um recurso renovável, sua quantidade é limitada: menos de 200 mil
quilômetros cúbicos estão disponíveis em rios e lagos. Esta quantidade era suficiente em
1900, quando cerca de 2 bilhões de habitantes viviam no planeta. Agora, somos 6
bilhões, e como a água não está distribuída de forma proporcional à população
existente, a quantidade de água disponível já chega perto do limite: 40% da população
mundial já sofre de escassez de água. Imaginem como será o ano 2025, quando a
mesma quantidade de água deverá atender 3 bilhões de pessoas a mais!
Países com disponibilidade de água entre 1.000 e 1.600 m3/ano per capita sofrem do
que se chama stress hídrico e enfrentam sérios problemas em anos de seca. Países com
disponibilidade menos que 1.000 m3/ano per capita são considerados escassos em água.
Hoje, 28 países, com uma população total de 338 milhões de pessoas, enfrentam stress
hídrico, a maior parte do Leste da Ásia e da África. Por volta de 2025, entre 46 e 52
países, com população total em torno de 3 bilhões de pessoas, poderão sofrer de stress
hídrico e cerca de 23 estarão enfrentando escassez absoluta de água.
Para atendimento pleno da demanda futura de água para fins urbanos, com o
aproveitamento de novas fontes, estima-se que seriam necessários investimentos da
ordem de 11 a 14 bilhões de dólares por ano, durante os próximos 30 anos, o que
significa o dobro da quantidade de recursos financeiros disponíveis para investimento
em abastecimento doméstico durante os anos 80. Por tudo isto, recursos financeiros
setoriais desta magnitude dificilmente estarão disponíveis.
A escassez de água, que já foi motivo para muitas guerras no passado, pode, cada vez
mais, agir como catalisador no conjunto de causas ligadas a qualquer conflito futuro. A
questão mais importante neste século, para muitos países, pode ser o controle dos
recursos hídricos. A comunidade internacional deve reconhecer a escassez de água
como poderosa e crescente força de instabilidade social e política e atribuir à crise da
água a prioridade devida na agenda política internacional.
Mais provavelmente, a grande batalha pela conservação da água será ganha ou perdida
nas megacidades do mundo", segundo Klaus Toepfer, diretor executivo do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, no 2o Fórum Mundial da Água,
realizado em Haia, Holanda, em março de 2000.
O Brasil, com exceção do semi-árido nordestino, não sofre de escassez de água, mas
tem sérios problemas com a poluição industrial, agrícola e, sobretudo, com a falta de
saneamento e o conseqüente despejo de esgotos in natura nos cursos d'água.
A saída, para Dubresson e para Toepfer, não está mais nas mãos das autoridades
políticas ou econômicas, unicamente, mas depende de sistemas abertos, participativos e
transparentes de administração, capazes de gerar co-responsabilidade entre os
habitantes. "A questão é saber se os novos parceiros vão contribuir para uma
fragmentação ainda maior ou para a integração dos excluídos", finalizou Dubresson,
retornando à questão da ética inicialmente referida.
Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.
Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).
"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".
Apesar de ser, de longe, o setor que mais consome água, a agricultura de irrigação tende
a crescer algo em torno de 15% a 20% nos próximos 30 anos, atendendo à demanda por
mais alimentos, de uma população projetada em 8 bilhões de pessoas, além de
responder à demanda econômica por produtos agrícolas de maior valor agregado. Uma
pessoa adulta precisa de 4 litros de água por dia para beber, mas para produzir seu
alimento diário são necessários de 2 a 5 mil litros.
Na média mundial, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis atualmente são
destinados à irrigação, contra apenas 20% para a indústria e menos de 10% para
abastecimento da população (higiene e consumo direto). Nos países desenvolvidos, o
porcentual de uso da água para irrigação é ainda maior, chegando próximo dos 80%. No
entanto, mesmo lá, apenas 1% das áreas irrigadas adotam o método de gotejamento, um
dos mais eficientes na relação alimento por litro de água utilizada, uma vez que reduz a
possibilidade de evaporação, segundo Sandra Postel, diretora do projeto Global Water
Policy, de Massachusetts (EUA).
"Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é
escassa", diz o documento da FAO. "Todas as fontes de água – chuva, canais de
irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. Todas podem ser
desenvolvidas em condições adequadas. A melhor combinação de uso do solo, tipo de
cultivo e fonte de água deve responder às características de cada ecossistema".
Estes números podem sofrer uma ínfima variação. Entretanto, são aceitos pelas
organizações mundiais que se ocupam do assunto.
Apresenta dois cenários sobre escassez. No primeiro, são 2 bilhões de pessoas sem água
em 48 países. No segundo, mais pessimista, são 7 bilhões em 60 nações. Em 2050, a
população mundial estimada será de 9,3 bilhões de pessoas.
Por exemplo, o nordeste brasileiro é mencionado nas duas projeções, embora o País
possua 12% das reservas de água doce do planeta.
"Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal e tem muitas"
discrepâncias."Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual
de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³".
O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de
Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a
Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³),
seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).
Num ranking de 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o
Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³.
O documento diz que, nos últimos 25 anos, uma série de conferências internacionais
tem tratado da questão da ampliação da rede de abastecimento e saneamento. Mas,
acrescenta o relatório, devido à "inércia dos dirigentes" não se chegou a "praticamente
nenhum dos objetivos estabelecidos para melhorar a gestão dos recursos hídricos".
Uma das metas assumidas pela comunidade internacional em 2000 e retificada em 2002,
na Rio +10, em Johannesburg, é de se reduzir à metade a proporção de pessoas no
mundo que não têm água potável e saneamento básico. No Brasil, 92,7% das
residências têm rede da água potável segundo dados do Ministério das Cidades.
"Mas no nordeste o sistema de abastecimento não consegue garantir água todo dia".No
que diz respeito à rede de esgoto, a situação é oposta. Apenas 37,7% dos domicílios
estão ligados à rede de coleta. O resto é lançado nos rios e no mar.
É essa poluição - somada aos dejetos industriais - que está na base da crise da água.
Atualmente, estima-se que haja 120 mil km³ de água contaminada no mundo - uma
quantidade maior do que o total existente nas dez maiores baciais hidrográficas do
planeta. Se o ritmo de contaminação não se alterar, o número pode chegar aos 180 mil
km³ em 2050. Segundo a ONU, um litro de água com dejetos contamina oito litros de
água pura.
"De todas as crises sociais e naturais que os seres humanos devem enfrentar, a dos
recursos hídricos é a que mais afeta a nossa própria sobrevivência e a do planeta",
segundo a opinião do diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura.
Tendo em vista a economia não favorecer a agricultura, este setor quase sempre perde.
Até 2010, por exemplo, a agricultura irrigada pode desaparecer na bacia de um rio
denominado Hai na China, à medida que o crescimento da demanda urbana e industrial
de água na capital.
Outras cidades, na mesma bacia, absorvem agora a água antes utilizada na agricultura.
Mais que qualquer outro efeito, a falta de água impedirá certamente os esforços para
expandir a produção de alimentos.
Este fenômeno pode ter se dado, tanto em função de um melhor domínio na tecnologia
de irrigação e/ou produção de melhores sementes, como também, e este seria o pior
caso, pela exaustão dos aqüíferos.
Embora varie grandemente de um país para outro, esta média subiu para 2,73/ha em
1.998.
A agricultura irrigada concentra-se na Ásia, mas não está limitada àquele continente.
Aproximadamente 70% dos grãos colhidos na China provém de terra irrigada, enquanto
na Índia este número é de 50% e nos EUA, 15%, mas estes números representam
médias, assim é que, no sudoeste dos EUA o Rio Colorado raramente chega ao Golfo da
Califórnia.
Da mesma forma, o Rio Amarelo, berço da civilização chinesa, secou pela primeira vez
nos 3.000 anos de história da China, em l.972, deixando de chegar ao mar por uns 15
dias.
Nos anos seguintes, secou, intermitentemente, mas desde 1.985 tem secado,
parcialmente, todos os anos.
O fenômeno é tão excepcional que em 1.997 deixou de chegar ao mar, por sete meses
do ano.
Pouca água do Rio Nilo consegue alcançar o mar Mediterrâneo, e o Rio Ganges, na
Índia, raramente chega ao golfo de Bengala na estação seca.
O mesmo pode ser dito sobre o Rio Ganges (considerado sagrado pelos hindus), onde
existe uma disputa muito forte entre a Índia e Bangladesh, dando origem a tantos
conflitos.
Conclusão
O quadro acima exposto é sombrio e certamente algo tem que ser feito.Em primeiro
lugar estamos tratando de uma questão ética, onde, mesmo num país com o Brasil,
onde, paralelamente com uma população de milhões de famintos, convive uma
população muito grande de pessoas com problemas de obesidade, denotando, em
primeira mão um desperdício de graves proporções.
A capacidade suporte de alimentação para o mundo é equivalente a 2,5 bilhões de
americanos ou 10 bilhões de indianos.
Torna-se ainda mais grave constatar que cada vez mais os nossos cursos d’água se
poluem, tornando ainda mais difícil, mais cara e até mesmo economicamente inviável o
seu aproveitamento econômico, tanto para a agricultura quanto para o uso industrial ou
doméstico.
Sob o aspecto positivo, muito se tem feito (lamentavelmente pouco no Brasil) com o
objetivo de otimizar processos, criar estações de tratamento de esgoto sanitário, medidas
mitigadoras e sistemas de reciclagem cada vez mais evoluídos, entre tantas outras
tecnologias inovadoras.
Fontes de Referência:
PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Relatórios, 2.001.
Nota : os títulos das últimas quatro obras citadas, foram traduzidas para o português,
posto que presumivelmente ainda não foram traduzidas.
O mesmo pode ser dito sobre o Rio Ganges (considerado sagrado pelos hindus), onde
existe uma disputa muito forte entre a Índia e Bangladesh, dando origem a tantos
conflitos.
Conclusão
O quadro acima exposto é sombrio e certamente algo tem que ser feito.Em primeiro
lugar estamos tratando de uma questão ética, onde, mesmo num país com o Brasil,
onde, paralelamente com uma população de milhões de famintos, convive uma
população muito grande de pessoas com problemas de obesidade, denotando, em
primeira mão um desperdício de graves proporções.
Torna-se ainda mais grave constatar que cada vez mais os nossos cursos d’água se
poluem, tornando ainda mais difícil, mais cara e até mesmo economicamente inviável o
seu aproveitamento econômico, tanto para a agricultura quanto para o uso industrial ou
doméstico.
Sob o aspecto positivo, muito se tem feito (lamentavelmente pouco no Brasil) com o
objetivo de otimizar processos, criar estações de tratamento de esgoto sanitário, medidas
mitigadoras e sistemas de reciclagem cada vez mais evoluídos, entre tantas outras
tecnologias inovadoras.
Fontes de Referência:
PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Relatórios, 2.001.
Nota : os títulos das últimas quatro obras citadas, foram traduzidas para o português,
posto que presumivelmente ainda não foram traduzidas.