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ANTONIO S. POLONI
Contador e Advogado em Iracemápolis - SP

ATIVO CIRCULANTE - DISPONÍVEL

1. INTRODUÇÃO
2. ATIVO CIRCULANTE
2.1 DISPONÍVEL
2.1.1. CAIXA
2.1.1.1. FUNDOS FIXOS DE CAIXA - CONTABILIZAÇÃO
2.1.2. DEPÓSITOS BANCÁRIOS À VISTA
2.1.3. NUMERÁRIOS EM TRÂNSITOS
2.1.4. APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA
2.1.5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
2.1.6. EXEMPLO PRÁTICO
3. PAGAMENTOS COM CHEQUES PRÉ-DATADOS
3.1. VENDA DE MERCADORIA COM CHEQUE PRÉ-DATADOS
4. CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

1 - INTRODUÇÃO:

A Lei No. 6404/76, intitulada como a Lei das S/A, mas cabível a todos os tipos Societários no que
se refere a escrituração contábil e elaboração das Demonstrações Financeiras, dispõe sobre a
disposição do ativo e do passivo.

Ela estabelece em seu artigo 178, que no Ativo as contas serão dispostas em ordem decrescentes de
grau de liquides e, dentro desse conceito, as contas de disponibilidades são as primeiras a serem
apresentadas no Balanço e, como também definido pelo artigo 179, dentro do Ativo Circulante.

A Contabilidade tem sua estrutura básica inserida no contexto juriscontábil, através do artigo 179 e
seguintes daquela Lei.

Segundo aquele comando legal, as contas do Ativo, que a nós aqui interessa, são classificados em :

a) Circulante: direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e;


b) Realizável a Longo Prazo - direitos realizáveis após o término do exercício social seguinte;

Portanto, registram-se no Ativo Circulante, os valores dos bens e direitos que serão realizados até a
data do encerramento do exercício social seguinte.

2 - Ativo Circulante

O Ativo Circulante é o primeiro grupo de contas do Ativo. A recomendação legal de que os bens e
direitos sejam classificados no Ativo na ordem de grau de liquidez decrescente faz com que, no
Ativo Circulante, sejam posicionados, após o disponível, os itens que se converterão em dinheiro
mais rapidamente ( até o final do exercício subsequente). O Ativo Circulante ( AC) é o grupo de
maior liquidez no Ativo da empresa.

• Componentes do Ativo Circulante

Os valores classificáveis no AC são:


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1. Disponíveis:
· Caixa.
· Depósito Bancário à Vista (Bancos conta Movimento).
· Aplicações Financeiras (Fundo de Aplicações Financeiras).

2. Bens e Direitos Realizáveis a Curto Prazo (no curso do exercício seguinte):


· Duplicatas a Receber.
· Estoques.
· Investimentos Temporários.
· Outros Valores.

3. Aplicação de Recursos em Despesas do Exercício Seguinte (D Antecipadas):


· Seguros.
· Despesas Financeiras.
· Material de Escritório etc.

• Ciclo Operacional e sua Influência na Determinação do Curto e do Longo Prazo

Ciclo Operacional é decurso de tempo necessário para a empresa realizar uma operação do seu
ramo de negócio, operação esta (no caso de uma indústria) que vai desde o início da produção,
venda do produto, financiamento da venda até o recebimento dos recursos financeiros referentes a
venda. Assim, a empresa vai obtendo o retorno sobre o seu investimento.

Quando ocorrem situações em que a empresa tenha um ciclo superior à duração do exercício social
(um ano), ela poderá adotar critérios de classificação de curto e longo prazo de acordo com a sua
ciclagem. Este critério, porém, deverá ser destacado em Notas Explicativas (Demonstrações
Financeiras). Assim, se o Ciclo Operacional for de três anos, Curto Prazo será o período de até três
anos.

• Critérios de Avaliação do Ativo Circulante

A avaliação do Ativo Circulante, assim como dos outros Ativos, está sujeita aos preceitos
estabelecidos na Lei das Sociedades por Ações ( Lei no 6.404/76) como também aos princípios
básicos de contabilidade abordados no início deste trabalho.

No Ativo Circulante, o critério exposto tanto pela Lei como pela Teoria da Contabilidade é "Custo
ou mercado, o mais baixo".

Pelos princípios contábeis geralmente aceitos em contabilidade, os itens do Ativo são registrados
pelo seu valor de custo, seja ele custo de aquisição ou custo de fabricação (no caso de indústria) -
Custo Histórico Como Base de Valor.

Se o valor de Mercado (preço de venda), todavia, for menor que o preço de custo, deverá prevalecer
o preço de mercado. Ressalte-se que esta possibilidade é bastante remota em uma economia
essencialmente inflacionária.

Esta regra encontra respaldo no Conservadorismo, onde está contida a premissa de que a
Contabilidade nunca deve antecipar lucro, e sim prejuízo (sempre que possível).

2.1. Disponível
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São recursos da empresa para fazer frente aos seus compromissos imediatos ou para qualquer outra
aplicação relativa à sua atividade. Sua principal característica é a de serem " à vista", isto é, trata-se
de dinheiro em mãos, ou de depósitos bancários sacáveis à vista, ou de outras aplicações
consideradas de liquidez imediata.

O disponível é composto os seguintes itens:

Caixa
Depósitos bancários a vista
Numerários em trânsito
Aplicações de liquidez imediata

2.1.1 - CAIXA

Representa dinheiro à disposição da empresa. Inclui dinheiro, bem como cheques em mãos,
recebidos e ainda não depositados, pagáveis irrestrita e imediatamente.

Devem ser registrados nesta conta os itens patrimoniais que tenham liquidez imediata, sem
nenhuma restrição, ou seja, a qualquer momento que a empresa precisar existe a disponibilidade
instantânea do valor.

Os numerários cuja utilização regular seja obstada por restrições de qualquer natureza não devem
ser incluídos deste item.

Outros valores a receber como cheques a receber, vales a receber, etc. devem ser classificados em
Contas a Receber ou Adiantamentos e não figurar indevidamente no saldo de caixa.

2.1.1.1 -FUNDOS FIXOS DE CAIXA

O fundo fixo é um sistema de controle da conta Caixa. É representado por uma quantia prefixada e
fornecida ao responsável pelo Fundo. É também conhecido como Caixa Pequeno.

Determina-se na quantia fixa que é destinada ao responsável do caixa, devendo ser suficiente para
fazer face ao pagamento das pequenas despesas,. tais como : despesas de viagens, correios, xerox,
etc.

Nesse sistema todos os recebimentos em dinheiro ou cheques devem ser feitos diariamente nos
Bancos e todos os pagamentos que não saiam pelo sistema de fundo fixo devem ser feitos em
cheques nominais.

Periodicamente há a prestação de conta onde o responsável pelo fundo apresenta a relação dos
pagamentos ( sempre com comprovantes idôneos e hábeis) e é reembolsado, por cheque, no
montante desembolsado, voltando o fundo a ficar com a quantia fixada inicialmente.

Uma vez determinado o fundo fixo de caixa, emite-se um cheque nessa importância destinado ao
responsável pelo caixa. Se o valor estipulado for expressivo deve-se exigir uma carta de fiança.

CONTABILIZAÇÃO:

A constituição do fundo fixo de caixa deve ser contabilizada da seguinte maneira, admitindo-se um
valor estipulado de R$ 100,00:
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D - CAIXA
FUNDO FIXO
C - BANCOS C/ MOVIMENTO
n/ emissão do cheque No...para constituição inicial do Fundo Fixo de Caixa R$ 100.

Como já dissemos o numerário existente no Fundo Fixo é utilizado para os pagamentos das
pequenas despesas que são feitas pelo Caixa, mantendo os respectivos comprovantes. Nenhum
lançamento contábil é feito por ocasião de tais pagamentos.

A medida que os pagamentos vão sendo feitos, obviamente o valor do fundo vai-se reduzindo.
Quando estiver próximo a se esgotar, o responsável pelo Caixa deve emitir um relatório dos
pagamentos efetuados, juntando-se os respectivos comprovantes.

Para recomposição do Fundo Fixo emite-se um cheque ao responsável do Caixa, no valor das
despesas apresentadas, contabilizando-as:

a) recomposição do fundo:

D - DESPESAS ADMINISTRATIVAS/CUSTOS
D - DIVERSOS
D - condução e lanches 42,00
D - cópias xerográficas 22,00
D - Correios e Telégrafos 8.00
D - Materiais de Escritórios 16.00
C - BANCOS
emissão do cheque Nº. .. para recomposição do Fundo Fixo
de Caixa ....... R$ 88,00

No sistema de Fundo Fixo de Caixa, pelos lançamentos verifica-se que as contas de despesas são
debitadas em contrapartida ao registro da emissão do cheque, apenas quando o fundo é recomposto
e não quando do real desembolso.

Contabilmente os lançamentos ficam reduzidos. O saldo é permanente, devendo sempre


corresponder ao dinheiro em caixa mais o total dos comprovantes dos pagamentos efetuados e ainda
não reembolsados.

É importante, que pelo menos sejam feitos os acertos ao final de cada mês, para manter-se a
contabilização das despesas pelo regime de competência, permanecendo apenas e efetivamente os
numerários. Os comprovantes das despesas devem ser reembolsados e contabilizados a fim de não
serem excluídos da apuração do resultado do período.

2.1.1.2 - Caixa Flutuante

Neste sistema o caixa é movimentado por todas as entradas e saídas de dinheiro. Portanto, nele
todos os recebimentos e pagamentos da empresa passam pelo CAIXA.

Muitas empresas utilizam esse modelo de escrituração de Caixa, onde são lançados todos os
cheques recebidos como entrada do Caixa. Nesse caso, também são registrados como saídas de
caixa todos os pagamentos efetuados em cheques.
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A conferência do controle é feita por contagem do numerário que deve coincidir com o saldo
contábil ( dinheiro em caixa).

A adoção desse critério possibilita uma visualização rápida e em um único relatório de todos os
pagamentos efetuados pelo empresa no período desejado.

2.1.2 - DEPÓSITOS BANCÁRIOS A VISTA

São depósitos efetuados em conta bancária onde a empresa pode, geralmente com cheque,
movimentar livremente o dinheiro depositado.

São representados normalmente pelas contas de livre movimentação mantidas pelas empresas em
bancos. Tais contas podem ser dos seguintes tipos:

- conta movimento ou depósitos sem limite


- contas especiais para pagamentos específicos, tais como conta folha de pagamento.
- contas especiais de cobrança

• Contas bancárias Negativas

Contas bancárias negativas não devem ser demonstrados como redução dos demais saldos
bancários, mas, sim, separadamente, como um item do passivo circulante, pois representam saques
a descobertos.

Exemplo:

Ao terminar o mês, no balancete aparece a conta Bancos - Movimento - Banco Paulista, um saldo
credor de R$ 1.000 e após efetuada a conciliação, verificou-se que não se trata de erro de
classificação, mas sim de saque a descoberto.

Neste caso, cabe efetuar o seguinte lançamento:

D- BANCOS (AC)
BANCO PAULISTA
C - EMPRESTIMOS BANCÁRIOS( PC)
BANCO PAULISTA $ 1.000

Deve prevalecer o bom senso e só agir da forma aqui tratada no final do período, ao se levantar o
balancete ou balanço. Também, na primeira oportunidade, deve-se reverter novamente o saldo
credor para devedor, que em outras palavras quer dizer que foi pago o empréstimo bancário, com
depósito suficiente para tal.

• Data de contabilização dos cheques

Os cheques devem ser contabilizados na data de sua emissão e deduzidos dos saldos bancários. Para
todas as contas bancárias, deve-se ter um rigoroso controle, com conciliações periódicas, diárias se
possíveis, mensalmente no máximo.

Para isto deve-se utilizar o quadro auxiliar de conciliação bancária.

Contas bancárias em bancos em liquidação devem ser apresentadas no ativo circulante ou realizável
a longo prazo, não devendo, portanto, figurar nesta rúbrica.
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Os depósitos bancários se originam de diversas operações praticadas pela empresa. Os casos mais
comuns são provenientes de :

a) depósito de dinheiro referentes a saídas de caixa


b) depósitos de cheques referente recebimento de créditos juntos a terceiros;
c) resgates de aplicações

• SAÍDA DE DINHEIRO DO CAIXA

D - BANCOS
BANCOS XXX
C - CAIXA 1.000
N/ deposito no banco....

• DEPÓSITOS DE CHEQUES POR RECEBIMENTOS DE TERCEIROS

D- BANCOS
BANCO X
C- CAIXA
recebido dp. No.... de..... 2.500

ou

D- BANCOS
BANCO X
C- DUPLICATAS A RECEBER
Cliente X
recebido dp. No.... de..... 2.500

• RESGATE DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

O lançamento e controle poderá ser feito com base no aviso de lançamento recebido da instituição
financeira, corretores, etc. Posteriormente os lançamentos deverão ser conciliados com os extratos
das aplicações financeiras fornecidas pelas instituições financeiras.

2.1. 3 - NUMERÁRIOS EM TRÂNSITO

A empresa pode ter também, como disponibilidades, numerários em trânsito decorrente de:

- remessa para filiais, ordens de pagamentos, etc.


- recebimentos de cliente ou terceiros, quando conhecidos.

2.1.4 - APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA

As aplicações de curtíssimo prazo no mercado financeiro também são consideradas como


disponível. Enquadram-se neste grupo as chamadas aplicações nos fundos.

A diferença entre o valor aplicado e o valor de resgate bruto é receita financeira.


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São aplicações de liquidez imediata, ou seja, aplicações em títulos de curto prazo, que podem ser
transformados em dinheiro a qualquer momento.

Atualmente essas aplicações tem seus rendimentos tributados pelo IOF e Imposto de Renda na
Fonte. Até 31.12.94, o imposto de renda era aplicado sobre o rendimento real. Rendimento real era
aquele considerado como excedente à variação diária da UFIR.

2.1.5 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

As contas de disponíveis são registradas pelos valores nominais constantes dos documentos
correspondentes às respectivas transações.

Se a empresa tiver valores de disponibilidades em moeda estrangeira, os mesmos devem ser


registradas em contas a parte e o seu saldo ajustado, correspondente ao valor da moeda estrangeira
convertida pelo valor da moeda nacional pela taxa cambial divulgada pelo Banco Central.

A variação cambial desta atualização poderá ser registrada no grupo de receita financeira, sub-
grupo variações monetárias.

3 - PAGAMENTOS COM CHEQUES PRÉ-DATADOS

De acordo com a Lei 7.357, de 1985, o cheque é uma ordem de pagamento à vista. Embora não
exista previsão legal para a figura do chamado cheque pré - datado, tem se tornado praxe o
pagamento através de cheque que, pelo simples acordo entre as partes, só é apresentado ao banco
sacado na data convencionada.

Por uma questão básica, cumpre-se alertar que não existe a figura do cheque pré - datado, sendo tal
prática um simples acordo de cavalheiros, embora por recente decisão do judiciário, deu-se ganho
de causa ao cliente enganado pelo vendedor, que não cumpriu o acordo. Mas É LARGAMENTE
ADOTADO PELO COMÉRCIO.

• ALTERNATIVA 1:

A dúvida dos profissionais contábeis é em saber se o débito deve ser baixado, quando emitido
cheque pré - datado. A solução para este problema está na própria definição legal do cheque, que
são ordens de pagamento à vista e por isso nada mais natural que efetuar a baixa da obrigação já
quitada, mesmo que mediante cheque pré - datado.

Se não possuir saldo no banco suficiente para lançamento nesta conta, ai sim será lançado no
passivo circulante, como CHEQUES A PAGAR.

.pelo pagamento ao fornecedor, com cheque pré - datado, se houver fundo no banco

D - FORNECEDORES
C - BANCOS
pago dp. nº ........, cheque nº....do banco.. $ 1.000,00

• ALTERNATIVA 2.

A classificação mais adequada dos valores correspondentes aos cheques pré - datados é em conta
representativa de créditos a receber no ativo circulante. Portanto, os cheques pré - datados não
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devem ser registrados em disponibilidades e sim em conta representativa de créditos a receber -


Cheques a Receber, por ex.

A contabilização do cheque pré - datado deve ser igual ao tratamento dispensado aos cheques em
geral. O que altera é que eles ficam registrados até a data convencionada para apresentação ao
banco.

EXEMPLO:

- compra de mercadorias com cheque pré - datado de R$ 1.000,00

a) pelo registro da compra efetuada:

D - ESTOQUES DE MERCADORIAS
C - FORNECEDORES
Nota fiscal nº. ....de..... 1.000,00

b) pela emissão do cheque pré - datado:

D - FORNECEDORES
C - CHEQUES A PAGAR ( PC) 1.000,00

Esse procedimento de contabilizar no passivo, além de tecnicamente ser o mais correto quando não
haja fundo bancário suficiente para cobertura, evitará problemas fiscais sobre questionamentos de
passivo fictício.

Na hipótese acima, assim que forem providenciados fundos suficientes para a cobertura do cheque,
efetua-se seu lançamento na conta Bancos.

c) pela compensação do cheque:

D - CHEQUES A PAGAR
C- BANCOS CONTA MOVIMENTO

NOTA: os cheques emitidos pré - datados ficam pendentes na conciliação bancária. Se a empresa
possui um número elevado desses tipos, é bom um controle extra - contábil, que atendam
principalmente a elaboração do fluxo de caixa que considere a disponibilidade de cheques que
eventualmente possuam algumas restrições de pagamento a vista.

EXEMPLO 2-

Recebimento de cheque no valor de R $ 500,00 e entre eles um cheque pré datado em 31/10/98 no
valor de R$ 50,00 para 31/12/98.

a) recebimento dos cheques em 31/10/98

D - BANCOS 450,00
D- CHEQUES A RECEBER (AC) 50,00
C - VENDAS 500,00

b) pelo depósito do cheque em 31/12/98


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D - BANCOS
C - CHEQUES A RECEBER (AC) 50,00

• Alternativamente, o registro contábil poderá ser feito da seguinte maneira:

a) pela emissão do cheque pré - datado:

D- FORNECEDORES (PC)
C- BANCOS CONTA MOVIMENTO ( AC) 500,00

b) no final de cada mês, pela transferência do(s) cheque(s) pré - datado(s):

D- BANCOS CONTA MOVIMENTO ( AC)


C- CHEQUES A PAGAR ( PC) 500,00

3. 1.- VENDA DE MERCADORIA COM CHEQUE PRÉ-DATADO

Como já visto, embora o cheque seja uma ordem de pagamento à vista, é comum, no comércio, a
realização de vendas mediante cheque pré - datado, sendo este recebido sob condição de somente
ser apresentado pelo estabelecimento vendedor ao banco sacado na data pactuada entre as partes.

Dessa forma os cheques pré - datados serão registrados na contabilidade em conta representativa de
Direitos a Receber, uma vez que não se trata de disponibilidade.

As vendas com cheques pré - datados poderão ser contabilizadas da seguinte forma:

Por ocasião da venda:

D - CHEQUES A RECEBER (OU A APRESENTAR) ( ATIVO CIRCULANTE)


C - VENDAS ( RESULTADOS)
venda conforme nota fiscal No.......com recebimento de cheque pré - datado ... xxxxxxx
__________________________________ x ___________________________________

D - ICMS INCIDENTE SOBRE VENDAS ( RESULTADO)


C - ICMS A RECOLHER ( PASSIVO CIRCULANTE) xxxxx
___________________________________ X ___________________________________

Pela apresentação do cheque:

D - BANCOS CONTA MOVIMENTO ( ATIVO CIRCULANTE)


C - CHEQUES A RECEBER ( OU A APRESENATR) ( ATIVO CIRCULANTE)
valor recebido relativo a apresentação do cheque No.,.....

3.1.1. OUTROS DETALHES DO CHEQUE PRE DATADO

Como já comentado, embora a figura do cheque pré - datado não tenha previsão legal, normalmente
o comerciante que o recebe respeita o acordo feito com o emitente, só o apresentando ao banco
sacado na data ajustada.
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Assim, como a contabilidade deve registrar os fatos pela sua essência e não pela sua forma, os
cheques pré - datados recebidos não devem ser classificados como disponibilidades e sim em conta
representativa de um crédito a receber, que pode ser intitulada, por exemplo, Cheques a Apresentar
ou outro título equivalente.

• CONTABILIZAÇÃO NORMAL DE CHEQUES RECEBIDOS

Antes de tratar da contabilização do cheque pré - datado, vamos focalizar os procedimentos


relativos ao registro contábil dos recebimentos em cheque de uma forma geral.

Os valores recebidos pela empresa, em cheques ou em numerário, normalmente são depositados em


conta corrente bancária, ao final do expediente ou, no máximo, no dia seguinte.

Existem várias formas de contabilização desses recebimentos; entretanto, vamos nos ater a duas que
são as comumente praticadas:

• 1ª Forma - Todos os recebimentos transitam pela conta Caixa. Com esta alternativa,
temos os seguintes registros contábeis:

b) pelo recebimento dos cheques e numerários:

D - Caixa(Ativo Circulante)
C - Vendas (Resultado)
Pelos valores relativos às vendas a vista.
C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)
Pelos valores relativos a recebimentos de duplicatas originados de vendas a prazo.
C - Outros Créditos (Ativo Circulante)
Pelos valores relativos a recebimentos de outros créditos.

b) pelo depósito em conta corrente bancária:

D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


Banco "X"
C - Caixa (Ativo Circulante)
Pelos valores relativos aos cheques e numerários depositados.

• 2ª Forma - Os recebimentos não transitam pela conta Caixa.

São os seguintes os registros contábeis:

D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


Banco "X"
C - Vendas (Resultado)
C - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)
C - Outros Créditos (Ativo Circulante)

Essa forma, normalmente, é aplicada aos cheques recebidos. Entretanto, é recomendável a sua
extensão a numerários, adotando o procedimento de utilização do "Fundo Fixo" para cobertura de
pequenas despesas (veja trabalho específico).
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Deve-se esclarecer, ainda, que os cheques depositados requerem um prazo para sua compensação e
liberação dos valores para a livre movimentação, mas tal fato não descaracteriza a sua condição de
liquidez imediata; isto porque a liberação acontece em curtíssimo espaço de tempo, sendo possível
ocorrer, inclusive, no momento do depósito, por acordos informais entre a empresa e a gerência da
instituição financeira, mesmo para cheque de outras cidades.

• CONTABILIZAÇÃO DE CHEQUES "PRÉ-DATADOS"

À contabilização dos cheques pré - datados é aplicável a mesma sistemática mostrada no item
anterior, ou seja, eles podem ou não transitar pela conta Caixa. O que altera é a conta na qual ficam
registrados, até a data convencionada para a sua apresentação.

Exemplificando, admita-se que uma empresa, no dia 24.12.98, recebeu cheques no montante de R$
500,00, em pagamento de vendas realizadas. Dentre eles, encontra-se um cheque no valor de R$
50,00, em relação ao qual foi acordado, entre a empresa e o cliente, que só será depositado no dia
30.01.99, caracterizando, dessa maneira, o que convencionou-se chamar de cheque pré - datado.

Com base nos dados supra, são os seguintes os registros contábeis, utilizando a forma de não
transitar pela conta Caixa.

a) pelo recebimento dos cheques em 24.12.98

D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


Banco "X" 450,00
D - Cheques a Receber (Ativo Circulante) 50,00
C - Vendas (Resultado) 500,00

b) pelo depósito do cheque pré - datado em 30.01.99:

D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


Banco "X"
C - Cheques a Receber (Ativo Circulante) 50,00

4- CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

O saldo contábil raramente "bate" com o saldo apresentado no extrato para a mesma data. Isto
porque há um lapso de tempo entre a efetivação, das transações e o seu recebimento por ambas as
partes, o banco e a empresa.

Por exemplo, a empresa, ao emitir um cheque e efetuar o pagamento a um fornecedor,


imediatamente contabiliza-o, reduzindo a obrigação e o saldo do banco. O banco, somente efetua a
baixa quando o credor apresentar o cheque para saque, quer pelo seu caixa, quer por meio da
câmara de compensação, o que pode levar dias.

Outra fonte de divergências entre os dois saldos ( da empresa e do banco) é a cobrança bancária de
duplicatas de clientes, porque o aviso de crédito pode chegar à empresa após o fechamento de seus
registros mensais.

No caso de duplicatas descontadas, se o sacado não efetuar o pagamento no vencimento, o banco


debita o respectivo valor na conta da empresa e o aviso pode chegar também com atraso, gerando
divergências de saldos.
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Além dos fatos cuja correspondência nos livro de ambas as partes envolvem um lapso de tempo, os
registros são passíveis de erros e omissões.

O processo de conciliação bancária força a uma revisão cuidadosa dos lançamentos de todas as
transações, propiciando exatidão nos registros contábeis. Os erros cometidos por lapso de tempo
tendem a contrabalançar-se, mas as diferenças por erros exigem imediata correção. Qualquer
diferença encontrada deve ser alvo de ajustes imediatos, correção e explicações.

Devemos levar em conta que a conciliação bancária está estreitamente ligada ao fluxo de caixa da
empresa e valores recebidos e não conciliados, imediatamente, podem significar numerário não
utilizado no banco e a empresa estar pagando juros sobre empréstimos contratados para fazer face
as operações normais.

EXEMPLO:

• A Empresa "X" mantém saldo no Banco "Y", cujo razão contábil, apresentava em 31/12/x o
saldo devedor de R$ 168.525,32, enquanto o extrato bancário apresentava, para a mesma data, o
saldo credor de R$ 196.027,24.

• O extrato bancário acusou um débito relativo a duplicata descontada, por não ter o sacado
(devedor) efetuado o pagamento de R$ 80.000,00;

• O extrato acusou um aviso de lançamento - crédito, indicando a cobrança de uma duplicata de


R$ 61.800,00, mas por consulta ao contas correntes, constatou-se que o valor da duplicata era de
R$ 60.000,00. A diferença era relativo a juros por atraso no pagamento.

• Acusou também um aviso de débito de fornecimento de talões de cheques no valor de R$ 34,00.

• Comparando os cheques pagos pelo banco com os cheques emitidos, verificou-se que o cheque
de nº 100, de R$ 4.063,90, pago a um fornecedor, tinha sido erroneamente registrado na
contabilidade como R$ 4.036,90 ( diferença de R$27,00).

• Havia os seguintes cheques em trânsito ( ainda não apresentados):

Cheques Valor

100.110 10.843,92
100.114 8.186,00
104.800 12.500,00
104.820 19.233,00

• No extrato bancário, havia ainda o débito correspondente a um estorno de um depósito em


cheque de R$ 5.000,00 emitido por um cliente, por insuficiência de fundos.
• CONCILIAÇÃO

DÉBITO CRÉDITO
Saldo da contabilidade 168.525,32

ADIÇÕES
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(1) duplicata cobrada 60.000


(2) Juros cobrados s/ a duplicata 1.800
EXCLUSÕES
(3) Débito ref. Despesas bancárias 34
(4) Estorno de depósito cheque de cliente 5.000
(5) Erro de registro de cheque 27
(6) Débito ref. Duplicata descontada No.. (não paga) 80.000

SOMAS................. 230325,32 85.061,00


SALDO CORRETO ( DEVEDOR) 145.264,32
TOTAIS................ 230.325,32 230.325,32

DÉBITO CRÉDITO
SALDO APRESENTADO PELO BANCO 196.027,24
EXCLUSÕES
CHEQUE No. 104.811 10.843,92
CHEQUE No 104.814 8.186,00
CHEQUE No. 104.822 12.500,00
CHEQUE No 104.823 19.233,00

SOMA 50.762,92 196.027,24

SALDO AJUSTADO ( CREDOR) 145.264,32

TOTAIS 196.027,24 196.027,24

• CONTABILIZAÇÃO DOS AJUSTES

Os lançamentos de ajuste para regularizar as divergências, serão:

(1) D : BANCOS CONTA MOVIMENTO


BANCO ....
C: DUPLICATAS A RECEBER
CLIENTE ...
pela cobrança da dp. No....... 60.000,00

(2) D : BANCOS CONTA MOVIMENTO


BANCO ....
C: RECEITAS FINANCEIRAS
JUROS
juros cobrados s/ dp. No...... 1.800,00

(3) D: DESPESAS BANCÁRIAS


C: BANCOS CONTA MOVIMENTO
BANCO .....
débito em c/c/ ref. talões de cheques cf. aviso 34,00

(4) D: CHEQUES A COBRAR


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CLIENTE .......
C: BANCOS CONTA MOVIMENTO
BANCO ....
estorno do depósito em cheque por insuficiência de fundos 5.000,00

(5) D: FORNECEDORES
EMPRESA ...
C: BANCOS CONTA MOVIMENTO
complemento do cheque No. 104.821 27,00

(6) D: DUPLICATAS DESCONTADAS


EMPRESA ....
C: BANCOS CONTA MOVIMENTO
débito referente ao desconto da n/ duplic. nº /// ,
por não ter sido paga pelo sacado ( cliente) 80.000,00

• BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DOS AJUSTES

CONTAS DÉBITOS CRÉDITOS DEVEDOR CREDOR

BANCOS C/ MOVIMENTO 230.325,32 85.061,00 145.264,32


DUPLIC.RECEBER 300.000,00 140.000,00 160.000,00
DUPLIC.DESCONTADAS (80.000,00) 80.000,00
CHEQUES A COBRAR 5.000,00 5.000,00
FORNECEDORES 27,00 164.005,32 163.978,32
CAPITAL 144.520,00 144.520,00
DESPESAS BANCÁRIAS 34,00 34,00
JUROS ATIVOS 1.800,00 1.800,00

SOMA 455.386,32 455.386,32 310.298,32 310.298,32

A forma de conciliação mostrada tem como vantagem a apuração dos saldos, tanto na contabilidade
quanto no banco, identificando os itens que necessitam de lançamentos contábeis de ajustes.
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