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OLODUMARE
A COSMOLOGIA YORUBANA
No princípio dos tempos existiam dois mundos: o Orum, o espaço sagrado dos
orisás, e o Aiyê, o espaço dos seres vivos. Os orixás são os santos do
candomblé, representantes das forças da natureza, que têm ligação direta com
os elementos água, fogo, terra e ar, e tudo o que está contido neles.No Aiyê,
então, só existia água. Foi quando Olodumaré, Deus supremo dos iorubás,
resolveu recriar o espaço para a humanidade. Para essa tarefa incumbiu seu
filho primogênito, ORINSALÁ (o nome mais sagrado de Osalá). Entregou-lhe um
saco (apo iuá) contendo ingredientes especiais -- a terra inicial, a galinha
de cinco dedos, uma pomba e um camaleão. A terra deveria ser lançada sobre a
imensidão das águas. A galinha de cinco dedos deveria ir ciscando a terra
para alargá-la o mais que pudesse. A pomba, ao voar, orientaria a extensão da
terra expandida. E o camaleão, atento à tudo, observaria a execução da tarefa
atribuída a Orisanilá, para reportar os fatos à Olodumaré.Assim, com seu
cajado (opasorô) e o saco da criação (apo iuá) Orisanilá iniciou sua
caminhada do Orum para o Aiyê, o planeta Terra habitado pelos seres vivos.
Entretanto, no meio do caminho, sentiu-se cansado e com sede. Parou para
descansar e bebeu um pouco de emu (vinho da palmeira do dendezeiro). A
interrupção de sua jornada, por outro lado, era a oportunidade que seu irmão
caçula, ODUDUA, precisava para competir perante os olhos de seu pai,
Olodumaré, nessa tarefa de grande importância. Então enquanto Orisanilá
dormia, Odudua pediu a seu pai que ele cumprisse tal tarefa, o que foi
permitido. Olodumaré, por sua vez, lhe disse com autoridade: "Assuma a missão
de criar a terra dos seres vivos", o que foi feito prontamente.
Depois da galinha ciscar a terra, a pomba orientar a sua expansão e o
camaleão verificar se a tarefa foi cumprida, no terceiro dia Odudua criou a
terra firme, que passou a chamar-se ILÊ IFÉ (que no idioma iorubá significa
"terra que foi sendo ciscada"). Criou ainda, do barro e da água, bonecos
inanimados de todas as formas e de todas as cores esculpidas por suas mãos.
Orisanilá mostrou-se, perante o pai, arrependido do seu ato de
irresponsabilidade. E para que não se sentisse tão humilhado, Olodumaré
resolveu, em um supremo ato de inspiração, dar a Orisanilá outra tarefa de
tanta importância quanto a primeira, e ainda mais nobre: a de conceber a vida
nos bonecos inanimados. E assim ele soprou nas narinas do boneco de barro,
criando os seres humanos.Esse sopro da vida é chamado pelos iorubás de emi.
Assim, Odudua é o criador de Ilê Ifé, primeira cidade do mundo para os
iorubás. E Orisanilá é o concessor da vida, aquele que dela dispõe, por ter
criado os seres humanos.
Ancestralidade
Na Cultura Jeje-Nagô ,a vida não se finda com a morte.
Àtúnwa, É O Nome Dado Ao Processo Divino De Existência Única:
ÌKÚ - MORTE
É visto como um agente criado pôr olódùmarè para remover as pessoas cujo
tempo na Terra tenha terminado. A morte é denominada Ìkú, e trata se de um
personagem masculino. Sua lógica é para as pessoas mais velhas, e que, dadas
certas condições, devem viver até uma idade avançada. Pôr isso , quando uma
pessoa jovem morre, o fato é considerado tragédia; pôr outro lado, a morte de
uma pessoa idos é ocasião para se alegrar. Sobre isto, costuma se dizer Ikú
Kí pani, ayò Io npa ni a morte não mata, são os excessos que matam.
O odú òyèkú méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte começou a matar
depois que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado:
No dia em que a mãe da morte foi espancada
No mercado de Ejìgbòmekùn
A morte ouviu
E gritou alto, enfurecida
A morte fez do elefante a esposa de seu cavalo
Ele fez do búfalo sua corda
Fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para a luta.
Ela disse que a Morte, seu marido, não podia comer ratos
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ratos?
Ela disse que as mãos da morte tremeriam sem parar
Ela disse que a Morte, seu marido, nào podia comer peixe