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RESUMO
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A FORMAÇÃO DO PROFESSOR QUE ENSINA MATEMÁTICA:
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO – ASPECTOS TEÓRICOS
Nielce Meneguelo Lobo da Costa1
UNIBAN/UNIP
Comunicação Científica
INTRODUÇÃO
A PESQUISA
A pesquisa refere-se a uma formação continuada ocorrida por uma parceria
entre a universidade (PUCSP) e uma escola pública. Nós, da universidade,
procuramos a Escola e propusemos um projeto conjunto de formação para um
grupo de seus professores, com duração de dois anos, incluindo montagem e uso
de um laboratório de informática. O projeto, a pedido da Escola, se estendeu a
todo o corpo docente, para atender a essa modificação e implementar o projeto,
foi formado um grupo de trabalho com quatro pesquisadoras da universidade e
cinco participantes da Escola: as professoras Rosa, Margarida e Orquídea, a
diretora Hortênsia e a coordenadora pedagógica Violeta. Esse grupo, que designei
Grupo Ação, atuou como formador dos demais professores da escola.
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Esse artigo baseia-se em pesquisa de doutoramento da autora, do Programa de Pós-Graduação
em Educação: Currículo, da PUCSP, sob orientação do prof. Dr. Marcos Tarciso Masetto. Maiores
informações vide Lobo da Costa, 2004.
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O acordo descrito acima viabilizou o acompanhamento de dois grupos com
características distintas: o Grupo Ação, e o outro, que designei Grupo Vivência
constituído por todos os dezesseis professores das 3ªs e 4ªs séries da Escola.
METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO
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O estilo etnográfico de pesquisa foi originalmente desenvolvido por antropologistas interessados
em estudar aspectos de uma sociedade, cultura ou grupo. O sucesso da abordagem dependia
principalmente da integração do pesquisador na sociedade estudada e de sua acurada
observação da situação. Esse estilo de investigar levava os pesquisadores a compartilhar, da
forma mais aproximada possível, das experiências dos sujeitos de pesquisa e auxiliava na
compreensão das ações e comportamentos do grupo pesquisado. Essa abordagem não está mais
limitada a estudos antropológicos e tem sido usada também em pesquisas educacionais para
estudos com pequenos grupos (Cf. Bell, 1992).
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conhecimento construído supõe alcançar os meios necessários
para operar a mudança nas condições de opressão e submissão
e, deste modo, o critério da objetividade não pode desvincular-se
da solidariedade na superação das situações injustas e implica
uma obra coletiva entre diferentes sujeitos sociais que trabalham
tanto a construção do conhecimento quanto a formação
participada da consciência para alcançar a emancipação social ou
desenvolver Educação política dos envolvidos na pesquisa.
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Analisando a distinção proposta por Thiollent entre pesquisa-ação e
participante, no caso de minha investigação entendi que, nesse aspecto, esta se
enquadrava como pesquisa-ação, e não como pesquisa participante.
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Estudiosos dessa metodologia no campo educacional
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Tradução livre
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No caso de minha investigação, se encaixava nesse último caso. Os
pesquisadores educacionais Brown e McIntyre5 também enfatizaram a natureza
evolutiva da investigação-ação. Eles escreveram:
O termo colaboração tem sido utilizado por Boavida e Ponte (2002) para
descrever “casos nos quais diversos intervenientes trabalham conjuntamente, não
numa relação hierárquica, mas numa base de igualdade de modo a haver ajuda
mútua e a se atingirem objetivos que a todos beneficiem” (p. 45). Nos processos
colaborativos os papéis dos parceiros podem ser diferenciados, e o estatuto dos
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Pesquisadores que escreveram modelo de pesquisa-ação para inovação do currículo em escolas
escocesas.
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elementos da equipe não precisa ser idêntico; mas não deve haver um chefe a
centralizar as decisões que são cumpridas pelos demais: todos participam
democraticamente das tomadas de decisão e são responsáveis pelas ações.
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contexto, a quem os autores denominam “stakeholders”, que são os
representantes autênticos da instituição, responsáveis pelo desenvolvimento das
ações (não necessariamente são as chefias).
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relação à atuação dos elementos no grupo de trabalho colaborativo, eles
argumentam que é natural a existência de diferentes papéis a desempenhar em
uma equipe, sem que isso espelhe necessariamente desigualdade entre os
membros: essa diversidade ocorre como conseqüência dos objetivos do trabalho
a ser desenvolvido. Na pesquisa sobre grupos colaborativos, as relações
humanas são de fundamental importância, assim como as negociações para se
estabelecer consenso. Em nosso caso, as negociações permearam todo o
processo investigativo.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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BOAVIDA, A.; PONTE, J.. Investigação colaborativa: Potencialidades e
problemas. In GTI (Ed.), Reflectir e investigar sobre a prática profissional, p. 43-
55. Lisboa: APM, 2002.