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Associação Brasileira de Enfermagem

71ª Semana Brasileira de Enfermagem

ENFERMAGEM: O PODER DO CUIDADO

2010
DIRETORIA ABEn NACIONAL
GESTÃO 2007- 2010

MARIA GORETTI DAVID LOPES SIMONE APARECIDA PERUZZO


Presidente Secretária-Geral

TELMA RIBEIRO GARCIA REGINA COELI NASCIMENTO DE SOUZA


Primeira Secretária Segunda Tesoureira

MARIA MADALENA JANUÁRIO LEITE MARIA JOSÉ MORAES ANTUNES


Diretora de Educação Diretora de Assuntos Profissionais

ROSALINA ARATANI SUDO JUSSARA GUE MARTINI


Diretora Científico-Cultural Diretora de Publicação e Comunicação Social

IVONE EVANGELISTA CABRAL ANGELA MARIA ALVAREZ


Diretora do CEPEn Conselheira Fiscal

MARIA JOSÉ FERNANDES TORRES NILTON VIEIRA DO AMARAL


Conselheira Fiscal Conselheiro Fiscal

PRESIDENTES ABEn SEÇÕES


GESTÃO 2007- 2010

REGINA MARIA DOS SANTOS LUCILIA SANTANA JARDIM


Seção Alagoas Seção Amazonas

MARIA LUÍSA DE CASTRO ALMEIDA SAMYA COUTINHO DE OLIVEIRA


Seção Bahia Seção Ceará

SOLANGE DA SILVA PATRÍCIA CORRÊA DE OLIVEIRA SALDANHA


Seção Distrito Federal Seção Espírito Santo

OLÍVIA VIEIRA DA SILVA RITA DA GRAÇA CARVALHAL FRAZÃO CORRÊA


Seção Goiás Seção Maranhão

MARA REGINA RIBEIRO SOUZA PAIÃO SUELI OLIVEIRA DA SILVA


Seção Mato Grosso Seção Mato Grosso do Sul

MARTA DE OLIVEIRA PIMENTEL SOLANGE CARNEIRO ANTONELLI


Seção Minas Gerais Seção Pará

KENYA DE LIMA SILVA CARMEN CRISTINA MOURA DOS SANTOS


Seção Paraíba Seção Paraná

FATIMA MARIA DA SAILVA ABRÃO SHEILA COELHO RAMALHO VASCONCELOS MORAIS


Seção Pernambuco Seção Piauí

IRACI DO CARMO FRANÇA SHEILA SAINT CLAIR DA SILVA TEODÓSIO


Seção Rio de Janeiro Seção Rio Grande do Norte

MARGARITA ANA RUBIN UNICOVSKY KÁTIA FERNANDA ALVES MOREIRA


Seção Rio Grande do Sul Seção Rondônia

HELGA REGINA BRESCIANI SARAH MUNHOZ


Seção Santa Catarina Seção São Paulo

MARIA APARECIDA SANTANA MARIA RITA B. AZEVEDO


Seção Sergipe Seção Tocantins

2
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.........................................................................................................................4
2. ORGANIZAÇÃO...........................................................................................................................5
2.1 Coordenação.............................................................................................................................5
2.2 Período de Realização...............................................................................................................5
2.3 Planejamento.............................................................................................................................5
3. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................................6
4. DIVULGAÇÃO..............................................................................................................................7
5. RELATÓRIO SÍNTESE.................................................................................................................8
5.1 Seções e Regionais....................................................................................................................8
5.2 Nacional....................................................................................................................................8
6 TEXTOS INDICADOS ..................................................................................................................9
7. ANEXOS......................................................................................................................................35
ANEXO I......................................................................................................................................36
Anexo II........................................................................................................................................39
Anexo III.......................................................................................................................................41

3
1. APRESENTAÇÃO

A 71ª Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn), promovida pela


Associação Brasileira de Enfermagem – Nacional, Seções, Regionais e
Núcleos, coordenada pelas respectivas Comissões, realizar-se-á em todo
o país no período de 12 a 20 de maio de 2010, abordará questões sobre
as dimensões do poder profissional, consoante deliberação do CONABEn
– gestão 2007-2010 – realizado em Fortaleza-Ce, em dezembro de 2009.
O tema central Enfermagem: O Poder do Cuidado será o eixo
articulador temático em torno do qual se desenvolverá uma diversificada
programação, desenvolvida através de conferências, simpósios, oficinas,
exposições, rodas de conversas, atividades comunitárias, entre outras
atividades, direcionadas aos trabalhadores e estudantes de enfermagem,
além de outros trabalhadores da saúde e segmentos interessados.
Ao trazer para o debate este tema, a SBEn sugere a reflexão dos
profissionais de Enfermagem sobre os subtemas:
1. O Poder do Cuidado e sua relação com competência técnica,
científica, interpessoal e ético-política;
2. Poder profissional, autonomia profissional e responsabilidade
social.
3. Ocupação de espaços de cuidado e espaços de poder que visem
à defesa, manutenção e projeção da profissão;
4. Compartilhar o poder no processo de empoderamento das
pessoas cuidadas pela Enfermagem;
5. Autoavaliação do poder de cuidar pela equipe de Enfermagem:
limites e conquistas.
6. Relações históricas e de gênero que impedem o
empoderamento da Enfermagem nas relações de trabalho da
equipe de saúde: caminhos de superação.

Buscando colaborar para o aprofundamento destas questões,


apresentamos na sequência sugestões para o planejamento, organização
e avaliação da 71ª SBEn (anexos I, II e III), texto base e referência de
outros textos relacionados à temática escolhida.
O conjunto das atividades desenvolvidas em todo o país será
consolidado em Relatório Síntese pela Coordenação Nacional e divulgado
para todas as Seções, Regionais e Instituições afins.
Acreditando na organização, vontade e criatividade dos
trabalhadores e estudantes da Enfermagem brasileira, espera-se que a
71ª SBEn seja resultado da construção coletiva destes segmentos e

4
represente uma contribuição concreta para os anseios profissionais no
cuidado à saúde e no cotidiano do trabalho.

2. ORGANIZAÇÃO

A organização da 71ª SBEn dar-se-á por meio de uma Coordenação


Nacional, articulada com as comissões das Seções e Regionais, que serão
responsáveis por desenvolver no período de 12 a 20 de maio, uma
programação planejada, procurando envolver amplamente os setores
organizados da categoria.

2.1 Coordenação

A 71ª SBEn contará com uma Comissão Coordenadora, formalizada


pelas diretorias de Seções e Regionais, às quais caberá o planejamento, a
execução e avaliação das atividades da Semana e a elaboração do
RELATÓRIO SÍNTESE, que deverá ser encaminhado à Coordenação
Nacional, 30 dias após a finalização das atividades.
Recomenda-se para a constituição destas Comissões
Coordenadoras, a participação de profissionais, docentes e estudantes de
enfermagem de todas as áreas: gestão, assistência, ensino e pesquisa.

2.2 Período de Realização

A Semana Brasileira de Enfermagem, atividade anual da ABEn,


tornou-se parte do patrimônio cultural desta entidade. Foi instituída pela
Escola de Enfermagem Anna Nery, em 1940, tendo como idealizadora a
então Diretora Laís Netto dos Reys. Sua realização ocorre de 12 a 20 de
maio, sendo que no dia 12 de maio comemora-se o Dia Internacional da
Enfermeira. No Brasil, em 1960, o então Presidente Juscelino Kubitschek
assinou o Decreto 48.202, oficializando a “Semana da Enfermagem”.

2.3 Planejamento

O planejamento da 71ª SBEn deve ser participativo, com o


envolvimento amplo dos associados da ABEn. Sugere-se, conforme a
realidade de cada Estado, a articulação com escolas de enfermagem,
serviços de saúde, COREN, sindicatos de saúde/enfermagem e

5
diretórios acadêmicos, a realização de programação conjunta,
garantindo-se que a coordenação e os créditos do evento sejam da ABEn.
As demais entidades se articulam e aparecem na documentação oficial
como apoiadoras do evento.
Sugere-se a mobilização pelos diferentes meios, dentro da realidade
de cada Seção e Regional, com convites personalizados e chamadas em
murais, jornais, boletins, folder, rádio, televisão e outros meios.
Considera-se importante o envio de convites para as responsáveis
técnicas de enfermagem de serviços hospitalares e gerentes de Unidades
básicas de saúde e de Enfermagem, direções de escolas de graduação,
pós-graduação e de nível médio, diretorias de sindicatos e associações da
categoria e da área de saúde, conselhos de saúde e entidades estudantis.
Após definida, a programação deverá ser amplamente divulgada e
enviada à Coordenação Nacional da Semana Brasileira de Enfermagem,
Diretoria Científica Cultural da ABEn Nacional.

3. DESENVOLVIMENTO

A programação deverá priorizar a discussão do tema central da 71ª


SBEn “Enfermagem: O Poder do Cuidado”, enfocando a realidade
local, os desafios organizativos, técnicos e políticos da Enfermagem até
os dias de hoje. Tentar, sempre que possível, contar com a participação
de palestrantes e colaboradores enfermeiros, profissionais e estudiosos
dessa temática.
A programação deverá contemplar atividades diversificadas, em
conformidade com as condições de cada Seção e Regionais; entre outras
são lembradas: oficinas, seminários, teatros, feiras, gincanas, agendas
nos conselhos estaduais e municipais de saúde, expedientes nos poderes
legislativo municipal e estadual, lideranças locais e outros espaços
comunitários.
Propõe-se a organização de rodas de conversa, discutindo-se o
tema central e subtemas da 71ª SBEn utilizando-se a metodologia do
grupo focal (em anexo). Os registros das discussões do grupo focal
deverão compor o relatório final do evento.
Outras estratégias se relacionam a:

- Escolha de locais para a realização de atividades: sempre


que possível, optar por locais de fácil acesso e sem ônus
para a entidade.

6
- Busca de apoio e obtenção de recursos financeiros e
materiais junto a órgãos governamentais e não
governamentais.
- Organização, a partir dos contatos realizados, de arquivo de
nomes, endereços e telefones de pessoas e entidades que
apoiaram as atividades realizadas.

4. DIVULGAÇÃO

É de fundamental importância a utilização de todos os meios de


comunicação existentes em cada localidade, como: sites institucionais,
rádio, televisão, jornais, quadro de avisos, de âmbito geral e específico –
universidades, escolas, sindicatos, conselhos, entre outros.
Sugerimos as seguintes estratégias:
 Enviar aos meios de comunicação, diretorias de escolas de
enfermagem, chefias de enfermagem de serviços de saúde
material de divulgação contendo: folder com a apresentação
da 71ª SBEn, a programação local planejada, os nomes da
equipe de Coordenação e seus contatos.
 Preparar release para os meios de comunicação,
contemplando as principais questões relacionadas ao tema
em destaque, em cada localidade e na atuação de
Enfermagem (trabalho de profissionais, estudantes,
entidades de classe, serviços e escolas).
 Contatar representantes de entidades nacionais, estaduais e
municipais, governamentais ou não, na área de saúde e
afins, para se pronunciarem sobre a importância do tema e
do trabalho da Enfermagem. Para isso, subsidia-los com
dados atualizados, cópias de textos e relatos de experiências
representativas do compromisso da Enfermagem com a
discussão do tema: Saúde, Poder e Cidadania.
 Solicitar, aos editores dos meios de comunicação e
representantes institucionais, agendas de entrevistas e
debates sobre a temática, com antecedência de no mínimo
15 dias. Providenciar, com antecedência de 30 dias, o envio
da programação a todos os associados da Seção e Regional
e serviços de saúde e escolas de Enfermagem da região.
 Enviar programação, texto de referência e material de
divulgação para governadores, prefeitos, comissão de saúde
das Assembléias Legislativas e Câmaras de vereadores,
7
parlamentares, secretários municipais e gerentes de
serviços de saúde e educação, presidentes de conselhos de
saúde, entidades de classe e estudantis, convidando-os para
participar dos eventos programados. Telefonar e confirmar
recebimento do material enviado, reforçando o convite
pessoal para a solenidade de abertura e demais atividades.
 Solicitar aos setores de comunicação social das principais
agências bancárias, companhias de água, luz e telefone,
instituições de saúde (Ministério, Secretarias, CONASS,
CONASEMS, COSEMS, Sindicatos, etc), a impressão nas
contas, extratos, contracheques, comunicações internas e
outros expedientes, da seguinte mensagem: “71ª Semana
Brasileira de Enfermagem - 12 a 20 de maio de 2010 –
Enfermagem: O Poder do Cuidado”
 A ABEn Nacional disponibilizará o site para divulgar a
programação da 71ª Semana Brasileira de Enfermagem em
todo o pais, incluindo texto de referência e bibliografia.

5. RELATÓRIO SÍNTESE

5.1 Seções e Regionais


Para a elaboração do relatório síntese da Seção ou Regional
recomenda-se o preenchimento do relatório de cada atividade
desenvolvida, conforme modelo e instrução em anexo, bem como, o
envio do relatório à Coordenação Nacional até 30/06/10.

5.2 Nacional
A Coordenação Nacional elaborará, a partir dos relatórios das Seções
e Regionais, o Relatório Síntese final, para apresentação no CONABEn de
dezembro de 2010, e composição do Relatório Anual de Atividades da
entidade.

8
6 TEXTOS INDICADOS

Texto Referência: “Enfermagem: O Poder do Cuidado”

ENFERMAGEM
O PODER DO CUIDADO1

Várias áreas do conhecimento têm tentado clarear o significado do


conceito de poder, o que tem resultado em uma profusão de definições,
por vezes conflitantes, nenhuma delas totalmente exaustiva. A confusão
em torno de seu significado é agravada pela conotação negativa, de
influência coercitiva, que o termo costuma evocar, ao invés de se vincular
(1-
a uma qualidade que permite ou facilita o alcance ou realização de algo
2)
.

A literatura da Enfermagem também o discute, quase sempre


focalizando a falta de poder, ou a inabilidade da profissão para usar o
poder, seja o que tem ou o que poderia ter. Costuma-se, ainda, inter-
relacionar o conceito com profissionalismo, por se acreditar que o poder
reside no conhecimento e expertise relacionados com os domínios
técnico, científico e interpessoal da prática profissional. Nessa acepção,
ter poder permite que os profissionais da Enfermagem orientem sua
prática e atuem de modo autônomo. Assim, aqueles que reconhecem e
usam esse poder estão mais aptos a atingir metas pessoais e
profissionais e a contribuir para que a profissão cumpra seus objetivos de
servir à sociedade, além de promover a prática, o ensino e a pesquisa da
área. Quando o poder não está presente ou não é utilizado, a decisão
sobre o que É a Enfermagem e sobre o que os profissionais da área
fazem ou deixam de fazer é tomada por outros, em geral externos à
(1)
profissão .
1
Texto baseado em: Nóbrega MML ; Garcia TR. Processo de cuidar e poder clínico da Enfermagem. Trabalho
apresentado na Mesa Redonda "Processo de cuidar em enfermagem como instrumento de poder”. 60º CBEn, Belo
Horizonte, novembro de 2008.
9
Inegavelmente, há poder envolvido na prática da Enfermagem e na
relação terapêutica que se estabelece entre os profissionais da área e a
clientela. Existem pelo menos três dimensões de poder que os
profissionais precisam ser capazes de desenvolver, de modo a contribuir
para a qualidade do cuidado: poder sobre o conteúdo, sobre o contexto e
(3)
sobre a competência da prática da Enfermagem .

Quanto ao conteúdo, o poder sobre ele é um atributo que se deve


cultivar, se a meta é um exercício autônomo, pois é por meio dele (do
conteúdo) que se eleva o status profissional; se define a área de
domínio; e se alcança e mantém a autonomia profissional, entendida
como “a liberdade de agir sobre o que se sabe” e considerada um
elemento-chave na formação dos profissionais da Enfermagem.

Entretanto, dominar o conteúdo pode não ser suficiente para


garantir poder aos profissionais da Enfermagem. Outra dimensão de
poder está relacionada ao contexto da prática, uma vez que os
resultados obtidos parecem ser melhores quando os profissionais da
Enfermagem se sentem empoderados, isto é, quando se percebem
significativamente envolvidos e participantes na tomada de decisões das
instituições em que atuam.

Finalmente, há que se levar em conta a competência da prática da


Enfermagem, considerada precursora tanto da autonomia, quanto do
poder profissional, e que advêm do desenvolvimento do conhecimento da
área, da experiência (perícia) e da formação e educação permanente.

O poder associado ao processo de cuidar da Enfermagem é


indiscutível, pois está no cerne da profissão. Os pacientes são parte
essencial desse tipo de poder. Sem pessoas que necessitam de cuidado à
saúde, os profissionais da Enfermagem não teriam qualquer poder, pois
ele só existe na interdependência e inter-relação profissional / paciente.

10
Os profissionais da área devem compartilhar esse poder no processo de
empoderamento das pessoas, não para dominá-las, coagi-las ou
controlá-las. Deve-se, no entanto, compreender que o relacionamento
profissional da Enfermagem / clientela é altamente contextual. No
processo de empoderamento dos pacientes, os profissionais da
Enfermagem algumas vezes margeiam a dominação / coerção / controle.
Patricia Benner(4) afirma que se percebe a diferença entre essas situações
quando se compreende que o processo de cuidar é contextual, específico
e individual.

Parte da dificuldade que os profissionais da Enfermagem têm em se


considerar empoderados pode ser atribuída a uma possível compreensão
incompleta ou desvirtuada sobre o poder que lhe é conferido pelas
normas legais que regulamentam a profissão, assim como à inabilidade
para entender as qualidades e dimensões do poder associado ao cuidado
da Enfermagem.

Assim, precisamos refletir sobre o significado e a importância do


poder em nossas vidas profissionais, e desenvolver a competência
técnica, científica, interpessoal e ético-política necessária à prática da
Enfermagem, em nosso próprio benefício, dos nossos pares e, muito
especialmente, das pessoas de quem cuidamos.

É o que a Associação Brasileira de Enfermagem propõe como tema


para discussão durante a 71ª Semana Brasileira de Enfermagem, a ser
comemorada em 2010.

Referências do texto base:


1. Ponte PR, Glazer G, Dann E, McCollum K, Gross A, Tyrrell R et al. The
power of professional nursing practice – an essential element of patient
and family centered care. OJIN: The Online Journal of Issues in
Nursing. 2007; 12(1): Manuscript 3. Available:
11
www.nursingworld.org/MainMenuCategories/ANAMarketplace/ANAPerio
dicals/OJIN/TableofContents/Volume122007/No1Jan07/tpc32_316092.
aspx.

2. Beall F. Overview and Summary: Power to influence patient care: who


holds the keys? OJIN: The Online Journal of Issues in Nursing. 2007;
12(1): Overview and Summary. Available:
www.nursingworld.org/MainMenuCategories/ANAMarketplace/ANAPerio
dicals/OJIN/TableofContents/Volume122007/No1Jan07/tpc32ntr16088.
aspx.
3. Manojlovich M. Power and empowerment in nursing: looking backward
to inform the future. OJIN: The Online Journal of Issues in Nursing.
2007; 12(1): Manuscript 1. Available:
www.nursingworld.org/MainMenuCategories/ANAMarketplace/ANAPerio
dicals/OJIN/TableofContents/Volume122007/No1Jan07/LookingBackwar
dtoInformtheFuture.aspx
4. Benner P. From novice to expert: Excellence and power in clinical
nursing practice. Menlo Park, CA: Addison-Wesley Publishing Company,
1984

Referências para aprofundar reflexões acerca do tema

Almeida MCP ; Mishima SM ; Pereira MJB ; Palha PF ; Villa TCS ; Fortuna


CM et al . Enfermagem enquanto disciplina: que campo de conhecimento
identifica a profissão?. Rev. bras. enferm. [periódico na Internet], 2009;
62(5): 748-752. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0034-71672009000500017&lng=pt.
Andrade AC. A enfermagem não é mais uma profissão submissa. Rev.
bras. enferm. [periódico na Internet], 2007; 60(1): 96-98. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672007000100018&lng=pt.
Associação Brasileira de Enfermagem. 60º Congresso Brasileiro de
Enfermagem - Espaços de cuidado, espaços de poder: Enfermagem e
cidadania. Documento Final. Disponível em:
http://www.abennacional.org.br/download/documentofinal60CBEn.pdf
Bueno FMG ; Queiroz MS. O enfermeiro e a construção da autonomia
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Internet], 2006; 59(2): 222-227. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672006000200019&lng=pt.
12
Corbellini VL ; Medeiros MF. Fragmentos da história: a enfermeira
tornando-se sujeito de si mesma. Rev. bras. enferm. [periódico na
Internet], 2006; 59(spe): 397-402. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672006000700003&lng=pt.
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71672005000400003&lng=pt&nrm=iso>.
Gomes AMT ; Oliveira DC. Espaço autônomo e papel próprio:
representações de enfermeiros no contexto do binômio saúde coletiva-
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Rivero DE ; Erdmann AL. O poder do cuidado humano amoroso na
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Tanaka LH ; Leite MMJ. O cuidar no processo de trabalho do enfermeiro:
visão dos professores. Rev. bras. enferm. [periódico na Internet], 2007;
60(6): 681-686. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0034-71672007000600012&lng=pt.

13
Trezza MCAF ; Santos RM ; Leite JL. Enfermagem como prática
social: um exercício de reflexão. Rev. bras. enferm.
[periódico na Internet], 2008; 61(6): 904-908. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0034-7167200800060

Notas para o trabalho com a técnica de grupos focais


(Notes for the work with focus group technique)
Luciana Kind

Resumo
Este artigo pretende oferecer alguns elementos para a utilização
criteriosa da técnica de grupos focais em práticas investigativas.
São ressaltados os pontos principais para construção e condução de
grupos focais. Nesse sentido, o trabalho se concentra em descrever o que
é um grupo focal, reconhecendo critérios para sua constituição e as
etapas da condução do grupo. Destacam-se as posições do moderador e
do observador no grupo e a importância de se garantir uma discussão
participativa acerca de determinado tema.
Assume-se, em concordância com a bibliografia consultada, que o grupo
focal é essencialmente uma técnica de coleta de dados.
Contudo, é destacada a necessidade de se orientar por pressupostos
teóricos e metodológicos que sustentem sua utilização.
Palavras-chave: Grupos focais; Construção e condução de grupos focais.
Este artigo se originou da tentativa de sistematização do trabalho com
grupos focais em práticas investigativas. No processo de pesquisa acerca
das representações sociais do câncer (KIND, 2003), deparei-me com uma
dificuldade singular. Encontrei àquela época poucos estudos sobre “como”
conduzir grupos focais, tendo em vista sua característica principal de ser
um procedimento de coleta de dados. Apesar de encontrar grande
número de trabalhos em bases de dados de produção científica –
PublMed, Cancerlit, periódicos nacionais e internacionais – ou em sites
abertos de busca – Google, Altavista –, poucos relatos de pesquisa
apontam o processo de construção e condução da técnica de grupos
focais. A bibliografia que apresenta maior sistematização desse processo
não está disponível em português (DEBUS, 1988; KRUEGER, 2002;
CANALES; PEINADO, 1995).
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é subsidiar investigações
posteriores que prevejam o uso de grupos focais. Por acreditar que é
necessária uma utilização conscienciosa do grupo focal, deter-me-ei em
14
descrevê-lo como técnica ou procedimento de coleta de dados. Assim,
assumirei que a perspectiva
de grupo focal, como apontam Afonso e Coutinho (2003), Colognese e
Melo (1999) e Minayo (1994), apresenta-se como uma entrevista em
grupo, que atende a fins específicos em dada investigação. Não se trata,
contudo, de entrevistar indivíduos num mesmo espaço físico. Devemos
considerar que essa técnica tem seus fundamentos teórico-metodológicos
nas teorias de grupo, na sociologia e na psicologia social crítica. Isso
delimita sua natureza relacional, ou, trazendo uma das contribuições de
Bion (1975), devemos entender que “o grupo é essencial para a
realização da vida mental de um homem” (sic).

O QUE É GRUPO FOCAL?


Resgatando um pouco do histórico sobre a técnica, o grupo focal surgiu
na década de 1950, quando Robert Merton foi convidado por Paul
Lazarsfeld para ajudá-lo a avaliar respostas da audiência de um
programa de rádio (ROSO, 1997). Merton observou que era difícil para as
pessoas expressarem sua opinião sobre filmes e programas em
entrevistas individuais. Posteriormente, Merton utilizou a técnica de
grupos focais (originalmente chamada de entrevista focalizada em grupo)
no Exército, com o intuito de avaliar o treinamento e filmes morais. Esse
trabalho resultou na publicação de um livro sobre a técnica – Focus
group –, que acabou tendo seus procedimentos modificados pela
incorporação de backgrounds teóricos sobre grupos (ROSO, 1997).
Os grupos focais utilizam a interação grupal para produzir dados e
insights que seriam dificilmente conseguidos fora do grupo. Os dados
obtidos, então, levam em conta o processo do grupo, tomados como
maior do que a soma das opiniões, sentimentos e pontos de vista
individuais em jogo. A despeito disso, o grupo focal conserva o caráter de
técnica de coleta de dados, adequado, a priori, para investigações
qualitativas.
Mesmo correndo o risco de oferecer uma descrição do tipo “manual” ou
“guia” para os leitores, acredito ser importante delimitar como os grupos
focais são construídos e conduzidos. Que isso seja acolhido como um
convite a uma apropriação crítica para aqueles que queiram utilizar esse
recurso metodológico no processo de construção do conhecimento.
Tomemos, então, o grupo focal como um procedimento de coleta de
dados no qual o pesquisador tem a possibilidade de ouvir vários sujeitos
ao mesmo tempo, além de observar as interações características do
processo grupal. Tem como objetivo obter uma variedade de
informações, sentimentos, experiências, representações de pequenos
grupos acerca de um tema determinado (CHIESA; CIAMPONE, 1999;
ALZAGA, 1998; NERY, 1997; CANALES; PEINADO, 1995).

15
Como já apontado, a técnica de grupos focais encontra-se fundamentada
na tradição do trabalho com grupos, na sociologia e na psicologia social
crítica. Deste modo, encontraremos a utilização da técnica calcada em
fundamentações teóricas distintas, trazendo implicações principalmente
para a análise do processo de investigação.
Encontramos autores (CHIESA; CIAMPONE, 1999; PEREIRA et al., 1999)
que sustentam o grupo focal com a fundamentação teórica dos grupos
operativos como desenvolvidos por Pichón-Rivière (2000). O grupo focal
é tomado como um grupo que se organiza em torno de uma tarefa
específica: fornecer informações acerca de um tema anteriormente
determinado. Os grupos focais, contudo, devem ser muito mais diretivos
do que os grupos operativos, cabendo ao mediador intervir na dinâmica
grupal sempre que o tema for extrapolado.
Já no grupo operativo, cabe ao moderador acompanhar o movimento do
grupo, confiando em sua potencialidade para realizar a tarefa (PEREIRA
et al., 1999).
Outros autores (NERY, 1997; CANALES; PEINADO, 1995) adotam
princípios teóricos das contribuições de Bion para a construção e análise
dos grupos focais. Nessa perspectiva, considera-se o grupo como um
grupo de trabalho, mantendo-se, contudo, a postura investigativa mais
do que estritamente clínica na condução da discussão. Há também
incorporação da noção de suposições básicas (dependência,
acasalamento, fuga-luta) na interpretação das discussões empreendidas
pelo grupo (BION, 1975).
A sociologia e a psicologia social crítica, com suas contribuições sobre
representações sociais, análise do discurso e produção de sentido,
aparecem também como referenciais que freqüentemente sustentam o
trabalho com grupos focais (MINAYO, 1999; ALZAGA, 1998; OLIVEIRA;
WERBA, 1996; CANALES; PEINADO, 1995). A análise que se faz nesses
casos é quase sempre psicossocial, respeitando-se referenciais teóricos
específicos desses campos de saber (sociologia e psicologia social).
Outras abordagens que envolvam relações de identidade, discurso e
comunicação podem ser tomadas como referência no trabalho com
grupos focais.
Acredito, todavia, que é inconcebível desconsiderar a dimensão grupal
inerente à técnica em questão. Quer tome uma ou outra abordagem
teórica como ponto de partida, os autores citados neste texto concordam
numa questão: é necessário que os moderadores de grupos focais
estejam atentos ao processo grupal, estejam capacitados para avaliar os
dados sob este ângulo (analisando as interações) e se preocupem com
certas indicações para condução da discussão, tais como, tamanho do
grupo, focalização em um tema, homogeneidade do grupo, garantia de
participação de todos os integrantes do grupo na discussão.

16
Outro ponto comum entre os autores consultados é a importância do
grupo focal como técnica que visa a produção de conhecimentos,
geralmente ligada à prática de pesquisa.
Os tópicos que se seguem são freqüentemente destacados pelos autores
mencionados para o desenho e a condução da técnica de grupos focais.

PARA QUE E QUANDO UTILIZAR GRUPOS FOCAIS?


Nery (1997) lista as principais indicações para o uso do grupo focal:
1) exploração inicial com pequenas amostragens da população;
2) investigação profunda de motivações, desejos, estilos de vida dos
grupos;
3) compreensão da linguagem e das perspectivas do grupo;
4) teste de conceitos e questões para futuras investigações quantitativas;
5) acompanhamento de pesquisa qualitativa;
6) obtenção de informações sobre um contexto específico;
7) obtenção de informações sobre novos produtos, conceitos, fenômenos,
etc.
Após esclarecimentos sobre a finalidade da utilização dos grupos focais,
passemos a algumas razões que justificam a escolha dessa técnica.
Devemos utilizar grupos focais quando:
1) a interação pode fomentar respostas mais interessantes ou novas e
idéias originais;
2) a pressão de participantes homogêneos facilita suas reflexões, ao
mesmo tempo que incita opiniões contrárias;
3) o tema não é tão delicado a ponto de dificultar as respostas;
4) o tema tem a possibilidade de ser discutido por todos os participantes.
Os pontos descritos nesta seção coincidem com algumas das vantagens
citadas por Aigneren (2001) na utilização dos grupos focais. Esse autor
também aponta certas desvantagens do grupo focal: não permite
generalização; facilmente se confundem os pontos de vista do grupo
como sendo característicos daquele conjunto de indivíduos e não como de
um coletivo social maior, com expressões culturais distintas; geralmente
se menospreza a importância da habilidade do moderador na condução
da discussão.
Ressalto, entretanto, que a escolha da técnica de grupos focais deve
remeter ao desenho metodológico da pesquisa a ser desenvolvida. Cada
proposta de investigação contém em seus objetivos específicos a
justificativa para essa escolha metodológica.

COMO SE CONSTITUEM OS GRUPOS FOCAIS?


Exceto pelo fato de ser necessário ter um moderador e um observador,
gostaria de enfatizar que todos os demais critérios de constituição dos

17
grupos focais devem ser coerentes com os objetivos de pesquisa
previamente definidos.
Portanto, cabe ao(s) pesquisador(es) delinear os grupos de forma
coerente, tendo em vista o que se quer investigar.
Entretanto, cabe destacar algumas diretrizes a ser consideradas quando a
técnica de grupos focais é utilizada em pesquisa:
a) devem ser organizados pelo menos dois grupos para cada variável
pertinente ao tema que será abordado;
b) deve-se organizar um número de grupos suficientes para que haja
saturação do tema.
A quantidade de grupos focais é muito menos importante do que a
qualidade ou riqueza das discussões, geralmente proporcionada pelo
estilo de condução adotado pelo moderador e por um bom guia de temas.

Número de participantes
Não há consenso quanto ao número de participantes para um grupo
focal.
Alguns autores dizem que esse número, por grupo, deve ser de 6 a 15
pessoas (CHIESA; CIAMPONE, 1999; PEREIRA et al., 1999; SENA;
DUARTE, 1999). Outros autores são mais cautelosos quanto ao número
elevado de participantes por grupo, apontando, dentre outros problemas,
a dificuldade de garantir
que todos tenham a oportunidade de falar sem que a discussão se torne
excessivamente diretiva (DEBUS, 1988; ROSO, 1997). Esses autores
indicam de 8 a 10 participantes por grupo, sendo ideal um número de 5 a
7 integrantes em cada grupo focal. Debus (1988) ressalta que
determinadas questões exigem “mini-grupos” para que sejam abordadas
em profundidade.

Duração e número de encontros


A duração média sugerida na bibliografia aqui utilizada é de 90 a 120
minutos. Se a informação desejada for demasiadamente específica, não
deverá durar mais do que 40 minutos (DEBUS, 1988, p. 21). Não se deve
ultrapassar muito o tempo proposto no contrato inicial com o grupo.
Em geral, a combinação de objetivos de pesquisa claros, a construção de
um temário adequado, e uma equipe de moderador e observador
capacitados dispensa mais de um encontro por grupo. Caso o tema não
tenha sido suficientemente debatido, pode-se marcar novo encontro para
complementar os dados necessários.

Local
É consenso entre os autores trazidos para esta explanação que o
ambiente ideal para a realização de grupos focais deve: propiciar

18
privacidade; ser confortável; estar livre de interferências sonoras; ser de
fácil acesso para os participantes.

Moderador
Debus (1988) coloca que a escolha do moderador do grupo focal é vital
para a realização de um debate eficaz. Essa escolha deve considerar:
1) características pessoais;
2) estilos de moderação;
3) experiência e antecedentes.
Esses elementos auxiliam na análise da implicação do moderador, já que
normalmente este é também o pesquisador responsável pela
investigação. Dentre as características pessoais, gostaria de ressaltar a
abertura para a discussão e a postura de acolhimento diante dos
participantes, o distanciamento com relação ao tema, de forma a acolher
posições contrárias de maneira respeitosa e hábil para escutar os
integrantes, e a consciência das suas intervenções verbais e não-verbais.
O estilo de moderação diz respeito à atitude e ao comportamento do
moderador diante do grupo (mais amigável, provocativo, mais ativo,
menos ativo, etc.). Muitas vezes, é o ritmo do grupo que determina o
estilo de moderação.
Um moderador mais experiente pode mudar seu estilo quando o grupo o
exige.
Quanto à experiência e aos antecedentes, vale marcar que, tendo o
moderador conhecimento especializado no tema de estudo, há a
possibilidade de uma mediação mais fluida. Debus (1988, p. 63), chama
a atenção para o fato de que o moderador não é mestre, juiz,
condescendente, indutivo, parcial. Por sua vez, o grupo focal não é um
texto com respostas certas e erradas, espaço para preleções pedagógicas
ou para persuasão.
A tarefa básica do moderador é manter o grupo em interação por um
tempo de 60 a 90 minutos, com a finalidade de obter dados acerca do
tema da pesquisa.
Em torno dessa tarefa, circulam outras relativas à dinâmica da
moderação, que serão detalhadas no funcionamento, por estarem
associadas a cada etapa do grupo focal.
Além das tarefas que serão citadas posteriormente, quando o
pesquisador trabalha com um referencial teórico específico, o papel do
moderador está comprometido também com as premissas desse
referencial. Em linhas gerais, se o moderador traz como suporte teórico
modelos mais clínicos de condução e análise de grupos, há uma
tendência em ser diretivo apenas o mínimo necessário para que não se
desvie em demasia do tema da discussão. Deve-se deixar claro que isso

19
não é uma regra. É comum também que se tenha uma formação prévia
no trabalho com grupos quando se tem tais suportes como referência.

Observador
O observador é fundamental para validar a investigação que utiliza grupo
focal. Um dos papéis mais importantes do observador é analisar a rede
de interações presentes durante o processo grupal. Cabe a ele, também,
apontar as reações do moderador com relação ao grupo, suas
dificuldades e limitações. O observador deve ter posição menos ativa,
restringindo-se ao registro de comunicações não-verbais, linguagem,
atitudes preocupações e ordem de respostas que seja considerada
importante. No entanto, o observador não deve esperar que tudo seja
significativo. Assim como no caso do moderador, o conhecimento prévio
do tema auxilia no registro que cabe ao observador. O papel principal do
observador é viabilizar a discussão após o término do grupo com o
moderador, quando o primeiro expõe suas impressões e registros, com o
intuito de redefinir o temário, evitar conclusões precipitadas por parte do
moderador, avaliar as intervenções feitas, etc. Esta é uma etapa
específica da condução do grupo focal que apresentarei a seguir.

O temário ou guia de temas


É no temário ou guia de temas que a ligação entre os objetivos de
pesquisa e o grupo focal fica mais evidente. Objetivos bem definidos
levam a um bom temário, que, por sua vez, leva a uma investigação
mais produtiva. O temário é, na verdade, uma orientação, um auxílio
para a memorização de questões importantes
a ser tratadas. Deverá ser flexível o suficiente para que a discussão
transcorra de forma espontânea e ainda assegurar que novas questões
possam ser introduzidas.
Em termos práticos, elaborar um temário requer que o pesquisador
esboce áreas de indagação de acordo com os objetivos do estudo. Em
seguida, associadas a cada área, devem ser elaboradas questões
específicas. Deve-se ficar atento para eliminar questões que não estejam
ligadas aos objetivos.
O tamanho e a especificidade de questões num temário dependem da
experiência do moderador. Mas ele não deve ser muito grande para que o
grupo focal não se torne cansativo e a discussão se empobreça. Ainda
assim, é aconselhada a formulação do temário, para que o debate não
corra o risco de se tornar uma conversa desestruturada.

A condução da discussão: etapas dos grupos focais


As etapas previstas para o funcionamento dos grupos focais são:
abertura, preparação, debate, encerramento, discussão, ação posterior.

20
Cada etapa envolve tarefas específicas por parte do moderador. O papel
de observação está um pouco mais diluído nas etapas iniciais, ficando
mais específico na etapa de discussão. A estruturação das etapas
apresentada a seguir é encontrada em Debus (1988).

Introdução: abertura do moderador


Este é o momento de estabelecer o rapport com o grupo. O moderador
deve fazer breve introdução, com o objetivo de tranqüilizar e estabelecer
o enquadre para o grupo; ele se apresenta e explica os objetivos do
grupo, e, em seguida, assegura para os participantes que não existem
opiniões corretas, que opiniões contrárias serão bem-vindas e que não há
interesse em nenhuma opinião em particular. O moderador pede aos
participantes que falem um de cada vez e explica que é permitido intervir
na fala do outro, mas que devem ser evitadas interrupções
desnecessárias. Pede-se permissão para gravação (em áudio ou vídeo)
quando essas formas de registro estão previstas na pesquisa.

Etapa I: preparação
Neste momento, o moderador convida os participantes a se
apresentarem.
Podem ser utilizadas técnicas de dinâmica de grupo, desde que não
desencadeie prematuramente a discussão de questões mais profundas. O
objetivo aqui é estabelecer boa relação entre os participantes. No final
desta etapa, os vários indivíduosdevem estar interagindo e começando a
se organizar em torno do tema.
É dever do moderador fazer a transição de uma etapa para a seguinte de
forma fluida, sem rompimentos bruscos. Esta etapa dura
aproximadamente 10 minutos.

Etapa II: conjunto do debate em grupo


O momento do debate requer a passagem para questões
progressivamente mais específicas; passa-se de questões mais concretas
para as mais abstratas. O objetivo agora se aproxima mais dos objetivos
da pesquisa: “Explorar plenamente a natureza da dinâmica das atitudes
associadas com os comportamentos
dos participantes e observar diretamente a linguagem e emoções dos
participantes associadas com a temática tratada” (DEBUS, 1998, p. 69).
Nesta hora, o moderador deve dispor da sua habilidade de permitir que o
debate transcorra de forma espontânea, estando atento, porém, para os
prováveis desvios do tema.
É essencial a investigação em profundidade. Deve-se recorrer a técnicas
que aprofundem a discussão, como, por exemplo, repetir a afirmação do
participante de forma interrogativa e lançar mão de perguntas como:

21
você parece ter uma opinião muito arraigada sobre isso. O que você acha
que os outros pensam?;
pode me dar um exemplo?; você começou a dizer alguma coisa...
O moderador deve estar atento também para deixar em suspenso um
tema demasiadamente profundo, levantado prematuramente por algum
participante, e retomá-lo oportunamente, dando a palavra ao participante
que o trouxe para a discussão. A inserção de perguntas não previstas no
temário, mas que se mostrem importantes para a elucidação do tema
proposto, deve ser realizada quando se fizer necessária.
Retomo a relevância de se fomentar desacordos legítimos entre os
participantes.
A técnica de grupos focais não pressupõe a busca de consensos.

Etapa III: encerramento do grupo


O encerramento requer a exposição, de maneira sintética, da discussão
promovida pelo grupo focal. Pode-se também esclarecer dúvidas que
tenham ficado pendentes. O moderador deve ficar atento para não inferir
juízos de valor ao resumir posicionamentos contrários no grupo. O
propósito é identificar, com o grupo presente, temas principais,
consolidar os sentimentos dos grupos acerca de algumas questões e
identificar diferenças principais.

Etapa IV: questões posteriores à avaliação do grupo


A discussão posterior ao grupo focal envolve a análise de implicações do
moderador em relação à pesquisa e ao grupo, na tentativa de separar o
sentimento do grupo daqueles expressos pelo moderador.
É também a hora de avaliar se a experiência do grupo pode ser
comparada à de outros grupos, e se a divisão do grupo, bem como
temário e moderação, foi adequada.

Etapa V: ação posterior


Na avaliação dos resultados obtidos, esta etapa visa verificar se as
necessidades de informação foram satisfeitas, se são necessários mais
grupos, se o temário precisa ser revisto e se é necessária uma
investigação quantitativa de alguns resultados. Feita essa primeira
análise, deve-se tomar providências para futuras investigações.

Análise dos dados


A análise dos dados é superficialmente discutida na bibliografia abordada.
A análise feita pela organização de temas (análise temática) é o
procedimento indicado por alguns autores (NERY, 1997; OLIVEIRA;
WERBA, 1998; CHIESA; CIAMPONE, 1999; PEREIRA et al., 1999; SENA;
DUARTE, 1999; DEBUS 1988). Bardin (1988) define a análise de

22
conteúdo como um “conjunto de técnicas de análise das comunicações”,
tendo como finalidade principal a interpretação dessas comunicações.
Pressupõem-se registro e transcrição dos dados e construção de
categorias de análise.
Krueger (2002) apresenta a análise de dados acontecendo de forma
concomitante ao processo de condução do grupo. A postura do
moderador, a etapa de ação posterior e a própria qualidade da
transcrição dos dados devem ser consideradas no processo de análise.
Além disso, o autor aponta como dicas de análise a avaliação das
palavras utilizadas na discussão e seus significados, a intensidade em
que elas são ditas, as posições tomadas pelos integrantes diante de
determinados pontos, o quão aprofundado foi o debate e que idéias
originais ele proporcionou.
Outras formas de análise dos dados podem ser encontradas em Bardin
(1988). Deve ser registrado o desafio que se lança ao pesquisador para a
análise tanto do conteúdo da discussão em grupo quanto do processo
grupal. Nesse momento, o pesquisador deve apresentar coerência em
relação aos pressupostos teórico-metodológicos que sustentam sua
investigação. O exercício do papel de observação coloca à disposição uma
análise dos vínculos e processos dinâmicos do grupo. Dessa forma, o
procedimento de análise de grupos focais envolve tanto uma análise
temática quanto uma análise das interações, necessariamente
interligadas.
Nas delimitações para construção e condução dos grupos focais
levantadas neste trabalho apontam para o uso criterioso desse recurso
metodológico.
Concordando com Canales e Peinado (1995), não se pode utilizar uma
técnica, qualquer que seja ela, sem considerar suas bases
epistemológicas e metodológicas.
O grupo focal, por sua fundamentação na discursividade e interação,
inscreve-se na tradição dialética, pressupondo a construção de
conhecimento em espaços de intersubjetividade. Esses autores apontam
essa técnica em sua natureza qualitativa. Dessa forma, devemos
pressupor que as muitas vozes envolvidas no grupo focal formem um
coro de semelhanças e diferenças, construções e desconstruções,
inerentes à intersubjetividade que está em jogo.
Limitado à descrição da técnica de grupos focais, este trabalho
encaminha aos leitores o aprofundamento dos pressupostos teórico-
metodológicos apenas mencionados aqui. Ao contrário de pretender
esgotar o tema, este artigo coloca-se como um convite aos interessados
em desenvolver pesquisas e trabalhos que utilizem essa técnica e
contribuir, então, para um debate profícuo que venha a colocá-la em
pauta.

23
Abstract
This article intends to offer some elements for the discerning use of focus
groups technique in research practices. Main points for designing and
conducting focus groups are highlighted. Therefore, the study focuses on
describing what a focus group is, recognizing the criteria for its formation
and the stages of the group conduction. The moderator’s and the
observer’s positions in the group, as well as the importance of
guaranteeing a shared discussion of a certain theme, are pointed out. In
accordance with the consulted bibliography, it is assumed that focus
group is essentially a data collection technique. However, the importance
to be guided by theoretical and methodological approaches that sustain
its use is emphasized.
Key words: Focus groups; Focus group design and conduction.

Referências
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Enfermagem no SUS).

25
GRUPO FOCAL – ESTRATÉGIA METODOLÓGICA QUALITATIVA: UM
ENSAIO TEÓRICO
[Focus Group – qualitative methodology strategy: a theoretical essay]
Ione Maria Aschidamini*
Rosita Saupe**
C it E f C itib 9 1 9 14 j /j 2004
9
*Professora Assistente. Disciplina Promoção e Educação em Saúde -
UNIANDRADE. Mestranda, Curso de Mestrado rofissionalizante em Saúde.
Opção Saúde da Família – UNIVALI.
**Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo. Docente do
Curso de Mestrado Profissionalizante em Saúde. Opção Saúde da Família
- UNIVALI.

RESUMO: O artigo tem como objetivo abordar fundamentos teóricos


sobre a técnica de Grupo Focal como Estratégia Metodológica Qualitativa.
Abrange os aspectos objetivos e subjetivos do trabalho em grupo, bem
como o papel do moderador e do(s) observador(es) como facilitadores do
processo grupal. Destaca a importância das etapas sucessivas para a
investigação através dos Grupos Focais e enfatiza a seleção dos
participantes como tarefa relevante para o alcance dos objetivos da
pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE: Grupo Focal; Metodologia da Pesquisa; Pesquisa
Qualitativa.
1 INTRODUÇÃO
O trabalho grupal vem sendo estudado pelas Ciências Sociais em especial
pela Psicologia Social e Psiquiatria nos chamados “grupos terapêuticos”.
Pichon-Rivièri (1998) relata seus trabalhos com “grupos operativos” os
quais tiveram sua origem e desenvolvimento na Experiência Rosário, uma
investigação de caráter interdisciplinar que foi realizada por membros do
Instituto Argentino de Estúdios Sociales (IADES) em uma comunidade na
cidade de Rosário na década de 50. Dessa experiência resultou uma
didática interdisciplinar com base na construção de um esquema
conceitual referencial e operativo (ECRO) que permitiu a compreensão
das leis estruturantes do processo grupal.
Para maior visualização do ECRO, o autor idealizou o que denomina de
esquema do “cone invertido”, no qual, na base localizam-se os conteúdos
“explícitos”; no vértice encontram-se as situações universais ou
“implícitas” e entre ambas o movimento dialético da indagação e
esclarecimento representado pela espiral que transita no sentido da base
para o ápice, isto é, do “explícito” para o “implícito” com o objetivo de
clareá-lo ou explicitá-lo. O método dialético constitui-se então a tarefa

26
central do grupo, é o que permite a produção do conhecimento (PICHON-
RIVIÈRI, 1998).
As experiências e reflexões do autor conduziram-no a definir grupo como
o “conjunto restrito de pessoas, ligadas entre si por constantes de tempo
e espaço, e articulados por sua mútua representação interna, que se
propõe de forma explícita ou implícita, uma tarefa que constitui sua
finalidade” (PICHON-RIVIÈRI, 1998, p. 234 ). E define igualmente “grupo
operativo”, no qual cada participante conhece e desempenha seu papel
grupal aberto à comunicação, à aprendizagem social, em relação dialética
com o meio (PICHONRIVIÈRE, 1998).
Segundo Bleger (1998) seu contemporâneo, os integrantes do “grupo
operativo” não só aprendem a pensar, como também a observar e
escutar, a relacionar suas opiniões com as alheias, a aceitar pensamentos
e ideologias diferentes das suas, integrando-se no trabalho em equipe.
O Grupo Focal que constitui o objeto do presente estudo se assemelha ao
“grupo operativo” de Pichon-Rivière (1998) e Bleger (1998) tanto na sua
estrutura quanto na sua operacionalização. Ele tem indicações
terapêuticas, educativas e para pesquisa. É recomendado para pesquisa
de campo, já que, em pouco tempo e baixo custo permite uma
diversificação e um aprofundamento dos conteúdos relacionados ao tema
de interesse (CHIESA, CIAMPONE, 1999).

2 METODOLOGIA
Trata-se de uma Revisão de Literatura com ênfase nos Grupos Focais
como Estratégia Metodológica Qualitativa.
O material consultado constituiu-se de livros e periódicos, tanto na forma
impressa quanto eletrônica e foi submetido ao Método de Leitura
Científica que segundo Cervo e Bervian (2002) obedece a passos
sistematizados cronologicamente conforme segue:
Visão sincrética - com a leitura de reconhecimento que tem como
objetivo localizar as fontes numa aproximação preliminar sobre o tema e
a leitura seletiva localizando as informações de acordo com os
propósitos do estudo.
Visão analítica - compreende a leitura críticoreflexiva dos textos
selecionados acompanhado de reflexão, na busca dos significados e na
escolha das idéias principais.
Visão sintética - constitui a última etapa do Método de Leitura Científica
que é concretizada através da leitura interpretativa.
A abordagem através do Método de Leitura Científica possibilitou a
construção do presente ensaio teórico que segundo Severino (2000)
consiste na exposição lógico-reflexiva com ênfase na argumentação e
interpretação pessoal.

27
Como primeira aproximação ao tema, foi realizado um estudo
comparativo entre os autores pesquisados, no qual verificamos
semelhanças quanto ao emprego da técnica dos Grupos Focais como
Metodologia Qualitativa, que tem por objetivo gerar uma gama de
respostas e formular hipóteses, não necessariamente chegar a um
discurso conclusivo sobre as questões pesquisadas.
3 PRESSUPOSTOS DO GRUPO FOCAL
A utilização do Grupo Focal na área da saúde é recente. Aparecem
publicações a partir da década de 80 como técnica de Pesquisa
Qualitativa. Desde 1990 no entanto vem aumentando gradativamente o
seu uso entre os pesquisadores universitários. O mesmo não aconteceu
com pesquisadores na área de marketing que o incorporaram de pronto
como técnica valiosa de pesquisa, seja pelo seu baixo custo, ou pela
rapidez com que o Grupo Focal fornece dados válidos e confiáveis
(IERVOLINO, PELICIONE, 2001). Para os mesmos autores, o principal
objeto do Grupo Focal consiste na interação entre os participantes e o
pesquisador e a coleta de dados, a partir da discussão com foco, em
tópicos específicos e diretivos.
O Grupo Focal em seu caráter subjetivo de investigação é utilizado como
Estratégia Metodológica Qualitativa, consoante nos informa Debus
(1997), já que a Pesquisa Qualitativa caracteriza-se por buscar respostas
acerca do que as pessoas pensam e quais são seus sentimentos.
A organização e sistematização de uma investigação através dos Grupos
Focais tem seus alicerces em Westphal, Bogus e Faria (1996), Debus
(1997), Dall’agnol e Trench (1999), Iervolino e Pelicione (2001) que são
unânimes quanto aos aspectos operacionais desde a escolha de seus
participantes, do moderador (também chamado facilitador), do local dos
encontros, da elaboração do guia de temas, quesitos fundamentais para
o bom andamento das reuniões.
Analisemos alguns aspectos considerados nucleares para a investigação
através da técnica de Grupo Focal.
Dos participantes
A definição dos membros que farão parte do Grupo Focal é considerada
tarefa relevante uma contribuição com os objetivos da pesquisa. A
amostra é intencional e os critérios (sexo, idade, escolaridade, diferenças
culturais, estado civil e outros) podem variar, devendo, todavia, ter pelo
menos um traço comum importante para o estudo proposto (WESTPHAL,
BOGUS e FARIA,1996).
A decisão de participar de um Grupo Focal deve ser individual e livre de
qualquer coação, daí a importância de uma cuidadosa seleção das
pessoas a serem convidadas, bem como a necessidade de clareza quanto
à explicitação do projeto e dos cuidados éticos incluídos no processo e
informados aos selecionados. Dada a importância da primeira

28
aproximação com os sujeitos que desejamos façam parte de nossa
pesquisa, Ressel, Gualda e Gonzales (2002) denominaram o convite para
a participação do Grupo Focal de “enamoramento” tal o cuidado que se
deve ter com o primeiro passo considerado fundamental para o sucesso
da investigação.
Quanto ao número de participantes deve variar de 8 (oito) a 10 (dez)
pessoas segundo Debus (1997), Dall’agnol e Trench (1999), Iervolino e
Pelicione (2001) e Meier e Kudlowiez (2003) devendo o tamanho do
grupo estar adaptado aospropósitos da tarefa. Para Chiesa e Ciampone
(1999), o ideal é que o total oscile entre um mínimo e seis e um máximo
de doze pessoas.

Do número de sessões grupais


Em relação ao número de encontros, varia de acordo com a
complexidade da temática e o interesse da pesquisa, podendo ser
alterado após análise conjunta (do moderador e observador) dos dados
coletados. Meier e Kudlowiez (2003, p. 397) optaram por dez sessões
“devido à complexidade da temática e envolvimento dos participantes em
diversas atividades”.
Debus (1997) sugere organizar ao menos duas sessões para cada
variável considerada importante para o tema pesquisado; ou até que a
informação obtida deixe de ser nova.
Nas experiências brasileiras em Saúde Pública utilizando Grupos Focais
conforme relato de Westphal, Bogus e Faria (1996), foram realizados
cinco sessões de Grupos Focais para o projeto de “Análise de dados sobre
manuais de treinamento de agentes de saúde” elaborado pela Pastoral da
Criança; trinta e uma sessões de Grupo Focal com funcionários do
Departamento de Saúde de dois Municípios da grande São Paulo para
“Avaliação diagnóstica de um programa educativo para aproximação dos
funcionários e da população do serviço local de saúde”; e dezesseis
sessões de Grupo Focal para identificar o “Conhecimento e percepções
dos funcionários de um hospital sobre a promoção de atividades
relacionadas ao aleitamento materno nas Unidades Pré-natal,
Maternidade e de Atendimento Pediátrico”.
Iervolino e Pelicione (2001) relata em seu estudo duas sessões de
Grupos Focais para análise de “Parâmetros Curriculares Nacionais nas
Áreas de Educação em Saúde e Meio Ambiente” com dez professores do
Ensino Fundamental na cidade de Vargem Grande Paulista; e nove
sessões grupais objetivando verificar a praticidade e aceitação de
material didático sobre dengue produzido e distribuído pelo Ministério da
Saúde.
Ressel, Gualda e Gonzales (2002) relatam a experiência de um estudo
piloto para avaliar a viabilidade da técnica de coleta de dados através dos

29
Grupos Focais. Foram realizadas cinco sessões grupais (grupos de sete
alunos) no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de
Santa Maria. Não existe, portanto, um padrão para o número de sessões
de Grupo Focal, dependendo sobretudo dos objetivos traçados pelo
pesquisador.
No caso de diferentes grupos aos quais é proposta uma questão chave,
um a dois encontros com cada grupo parecem atingir o objetivo,
conforme experiência realizada por Büchele (2001).
Do local e do tempo de duração das sessões
grupais
Em conformidade com os autores pesquisados Debus (1997), Ressel,
Gualda e Gonzales (2002) e Meier e Kudlowiez (2003) devese ter um
cuidado especial quanto à escolha do local e ambientação para os
encontros. Relatam Ressel, Gualda e Gonzales (2002, p. 6) que foi
escolhido [...] “um ambiente agradável, carinhoso, descontraído,
utilizando-se de incenso perfumando levemente a sala, de uma música
relaxante, com sons de água, natureza, pássaros” [...].
Preferencialmente o local deve ser neutro, isto é, fora do ambiente de
trabalho e/ou convívio dos participantes e de fácil acesso. Livre de ruídos,
com isolamento acústico, possibilitando a captação das falas, sem
“muitas” interferências (MEIER e KUDLOWIEZ 2003).
A organização do espaço físico deve objetivar a participação e interação
do grupo, de maneira que todos estejam dentro do campo de visão entre
si e com o moderador, isso fomentará a interação e o sentimento de
fazer parte do grupo.
Para Debus (1997) as sessões geralmente ocorrem ao redor de uma
mesa de conferências e/ou de forma aleatória onde os participantes se
sintam à vontade. O autor tece algumas considerações a respeito do
espaço físico a saber:
- evitar atribuir às cadeiras uma idéia de 12 prestígio, portanto os
participantes que se assentem ao lado do moderador ou à cabeceira da
mesa podem se sentir prestigiados.
- permitir que o moderador tenha visão de todos os participantes para
melhor monitorar o grupo, estimular a participação dos tímidos e
controlar a dos dominantes.
- providenciar o crachá com os nomes dos participantes para que o
moderador possa chamá–los pelo nome, facilitando o controle e a
interação do grupo.
A disposição dos assentos em círculo foi adotada por Ressel, Gualda e
Gonzales (2002, p. 6) salientando que em cada encontro o moderador e
o observador mudavam de lugar, evitando sentarem-se um ao lado do
outro para não dar idéia de centralização. Para os autores “o arranjo dos
assentos é importante, devendo promover a participação de todos, a

30
interação face a face [...] com distâncias iguais entre todos, e dentro do
mesmo campo de visão”.
Meier e kudlowiez (2003) priorizaram a disposição das cadeiras em
semicírculo. O coordenador e o observador posicionavam-se entre os
participantes, não havendo lugar fixo.
Percebemos a preocupação dos autores pesquisados com a participação e
integração grupal quanto à organização do espaço físico e a escolha de
local adequado e acolhedor para as sessões em Grupo Focal, à
semelhança dos trabalhos em “grupos operativos” de Pichon - Revière
(1998) e Bleger (1998), onde os participantes deveriam se encontrar em
ambiente que favorecesse o interagir dialeticamente visando o
reconstruir de forma grupal, centrados na comunicação, mobilização e
resolução de tarefas.
Refletindo sobre o tempo de duração das sessões em Grupo Focal os
autores pesquisados, Westphal, Bogus e Faria (1996), Debus (1997),
Dall’agnol e Trench (1999), Iervolino e Pelicione (2001) e Meier e
Kudlowiez (2003) sugerem de uma a duas horas para que o cansaço dos
participantes e as condições desconfortáveis não venham a interferir nos
objetivos da discussão em prejuízo dos resultados.
Da elaboração do Guia de Temas
O guia de temas é de extrema importância na investigação através dos
Grupos Focais. Consta de uma lista de temas e questões qualitativas e
abrangentes, que favoreçam a discussão, servindo de roteiro para o
moderador, facilitando a condução do trabalho grupal ao encontro dos
objetivos da pesquisa. A elaboração desse instrumento requer do
moderador habilidade, dedicação e clareza dos objetivos do estudo
(MEIER e KUDLOWIEZ, 2003).
Do moderador (facilitador) e observador
Dall’agnol e Trench (1999, p.15)
esclareceram a importância do papel do moderador como “significativo e
relevante para o funcionamento dos grupos e implica preparo e
instrumentalização em todas as fases do processo”.
O moderador experiente, segundo Debus (1997) adapta–se ao estilo dos
participantes, aos objetivos e necessidades do grupo. O autor alerta para
os comportamentos que não devem ser exercidos pelo moderador, quais
sejam: atuação como professor, como juiz ou como chefe. Salienta
também o fato de que o moderador não deve expressar acordo ou
desacordo com pontos de vista expressos pelos componentes do grupo e
enfatiza que o moderador “não põe palavras na boca dos participantes”
(DEBUS, 1997, p. 63).
O moderador “é um facilitador do debate” (DALL’AGNOL e TRENCH, 1996,
p.16) deve ter experiência no manejo com atividades grupais, cultivar a

31
empatia, aptidão para escutar, entusiasmo para conduzir o grupo às
discussões e controle do Grupo Focal.
Cabe a ele (geralmente o pesquisador) proporcionar ambiente adequado
“para que diferentes percepções e pontos de vista venham à tona”[...]
(Iervolino e Pelicione, 2001, p. 116). Este ambiente relaxado e condutor
de troca de experiências e perspectivas deve ser a tônica nas sessões de
Grupos Focais.
Juntamente com o moderador, o(s) observador (es) é (são) “de suma
importância para o sucesso da técnica de Grupos Focais” (DALL’AGNOL e
TRENCH, 1999, p. 18).
O observador deve cultivar a atenção, auxiliar o moderador na condução
do grupo, tomar nota das principais impressões verbais e não verbais,
estar atento à aparelhagem audiovisual. Deve ter facilidade para síntese
e análise e capacidade para 13 intervenção.
Ao final de cada sessão (ou nos dias seguintes) deve ser realizada
avaliação acerca das discussões, sentimentos e sensações promovidas
naquele encontro, sendo elaborado um quadro geral das idéias
preponderantes. Juntos, coordenador e observador, traçam estratégias
para as próximas reuniões do Grupo Focal.
Da análise dos dados
Os dados coletados através da utilização da Metodologia de Grupo Focal
são de natureza qualitativa. Isto implica na análise qualitativa dos dados
sem a intervenção estatística.
Debus (1997) apresenta os erros mais comuns cometidos na
interpretação dos dados utilizando os Grupos Focais: quantificar os
Grupos Focais; tomar literalmente os comentários dos participantes, em
vez de aprofundar em seu significado. A análise dos dados deve ser feita
levando-se em consideração o contexto social, visto que são dados
potencialmente subjetivos.
Segundo Carlini apud Iervolino e Pelicione (2001) é procedimento
habitual na Pesquisa Qualitativa a análise parcial, objetivando melhor
adequar os procedimentos de coleta de dados aos objetivos da pesquisa.
Iervolino e Pelicione (2001, p. 119) propõem duas formas de se proceder
a análise: através do sumário etnográfico e da codificação dos dados via
análise de conteúdo. O primeiro assenta-se “nas citações textuais dos
participantes do grupo” enquanto o segundo enfatiza a “descrição
numérica de como determinadas categorias explicativas aparecem ou
estão ausentes das discussões e em quais contextos isto ocorre”. Os
métodos citados não são excludentes entre si, podem ser combinados em
um só momento de análise.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

32
O estudo em questão levou-nos à reflexão sobre o trabalho grupal, seus
aspectos subjetivos, o “fazer parte”, “o pensar grupal”, o “reconstruir
grupal” e o “transformar-se”.
Na técnica de Grupo Focal estão delineadas as etapas que favorecem a
elaboração dialética do pensamento grupal, levando à construção coletiva
do conhecimento.
A seleção criteriosa dos participantes, a capacidade crítico-reflexiva do
moderador e observador (es) são questões valiosas para o
encaminhamento dos resultados em conformidade com os objetivos
traçados pelo pesquisador.
Reiteramos que a técnica de Grupo Focal seja melhor explorada como
Metodologia Qualitativa, uma vez que em pouco tempo e baixo custo
permite investigar questões complexas e produzir conhecimento.
ABSTRACT: The article aims to approach theoretical fundamentals on
Focus Group technique as a Qualitative Methodology Strategy. It entails
objective and subjective aspects of team work, as well the role of the
mediator and observer(s) as team process facilitators. It points out the
importance of the sucessive stages for the Focus Group investigation and
emphasizes the
participant’s selection as a significant task to achieve research goals.
KEY WORDS: Focus Group; Research Methodology; Qualitative
Research.

REFERÊNCIAS
BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevista e grupos. 2. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
CERVO, Amado l.; BERVIAN, Pedro A.
Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
CHIESA, Ana Maria; CIAMPONE, Maria Helena Trench. Princípios gerais
para a abordagem de variáveis qualitativas e o emprego da
metodologia de grupos focais. A classificação internacional das
práticas de enfermagem em saúde coletiva – CIPESC. Brasília: ABEN,
1999, p. 306-324.
DALL’AGNOL, C. M.; TRENCH, M.H. Grupos focais como estratégia
metodológica em pesquisa na enfermagem. Rev.Gaúcha Enf., Porto
Alegre, v.20, n.1, p. 5-25, 1999.
DEBUS M. Manual para excelência em la investigacion mediante
grupos focales.
Washington: Academy for Educational Development, 1997.
IERVOLINO, S. A.; PELICIONE, M. C. A utilização do grupo focal como
metodologia qualitativa na promoção da saúde.Rev. Esc. Enf. USP. São
Paulo, v.35, n.2 , p. 115-21, jun. 2001.

33
MEIER, M. J. ; KUDLOWIEZ , S. Grupo focal: uma experiência singular.
Texto & Contexto Enf., Florianópolis, v.12, n.3, p. 394-399, 2003.
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. 6. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
RESSEL ,L. B. ; GUALDA, D. M. R. ; GONZALEZ , R. M. B. Grupo focal
como uma estratégia para coletar dados de pesquisa em enfermagem.
International Journal of Qualitative Methods. 1
(2) article, spring 2002. Disponível em:
<http://www.ualberta.ca/~ijqm>. Acesso em: 10 nov. 2003.
SEVERINO, A J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
WESTPHAL, M. F. ; BOGUS, C. M. ; FARIA, M. de M. Grupos focais:
experiências precursoras em programas educativos em saúde no Brasil.
Bol. Oficina Saint. Panam. Washington, v.120, n.6, p. 472-481, 1996.
ENDEREÇO DAS AUTORAS
Rua Augusto de Mari, 3281 - ap.14
Vila Guaira
Curitiba-PR CEP: 80630-010

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34
7. ANEXOS

Anexo I: Modelo de Relatório de Atividades da 71ª SBEn

Instruções:
/ Providenciar cópias dos impressos de relatórios de
atividades em número suficiente para registrar todas as
atividades preparatórias e de desenvolvimento da 71ª SBEn.
/ Preencher uma folha de relatório para cada atividade
desenvolvida, como: reuniões de organização, elaboração de
material de divulgação, visitas e contatos realizados.
/ No item 2, buscar registrar, além do n.º médio de
participantes, a representação aproximada, em percentuais,
da categoria dos sócios efetivos, especiais e outros.
/ No item 3, nominar as pessoas e entidades que colaboraram
nas atividades, registrando o endereço e telefone de
contato.
/ No item 8, sugerir como ampliar a participação e melhorar a
realização das atividades na próxima SBEn.

35
ANEXO I

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM


71ª Semana Brasileira de Enfermagem
12 a 20 de maio de 2010

“Enfermagem: O Poder do Cuidado”

Seção: ____________________________________________
Regional: __________________________________________

Período de realização: _________________________________________

1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS (relatar cada atividade da


programação sejam elas, centrais ou descentralizadas – no
interior e em parcerias com outras instituições).
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
________________________________________

2. PARTICIPANTES (em cada atividade)


_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
36
_____________________________________________________
_____________________________________________________
___________________________

3. APOIO
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________

4. DIFICULDADES ENCONTRADAS
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
______________________________________

5. FACILIDADES ENCONTRADAS
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________

6. RESULTADOS ALCANÇADOS (avaliação)


________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
37
________________________________________________________________
________________________________________________________________
__________________________________________
7. SÍNTESE DAS DISCUSSÕES DO GRUPO FOCAL
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
__________________________________________

8. IMPRESSÕES/SUGESTÕES DOS ORGANIZADORES (incluindo


sugestões de temas para a 72ª SBEn)
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
______________________

Relatado por: __________________________________


Coordenado Por: _______________________________

38
Anexo II

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM


71ª Semana Brasileira de Enfermagem
12 a 20 de maio de 2010

“Enfermagem: O Poder do Cuidado”

Seção: ____________________________________________
Regional:___________________________________________
Atividade: __________________________________________
Data: ________________ Horário: _____________________

LISTA DE PRESENÇA
NOME INSTITUIÇÃO TELEFONE

39
40
Anexo III

Modelo
Utilizar papel timbrado da Seção/Regional
Data

A Associação Brasileira de Enfermagem, fundada em 1926,


entidade civil, sem fins lucrativos, organizada em uma diretoria nacional,
24 seções estaduais e 18 regionais, tem como compromisso ético, político
e técnico propor e defender políticas e programas de saúde que garantam
o acesso universal e equânime aos serviços de saúde e,
fundamentalmente, à assistência de Enfermagem.
Buscando cumprir com este compromisso, entre as diversas
atividades desenvolvidas anualmente pela ABEn, destacamos a
organização da “Semana Brasileira de Enfermagem”, no período de 12 a
20 de maio de cada ano.
Em 2010, a partir do tema central “Enfermagem: O Poder do
Cuidado” serão desenvolvidas, em todo o país, múltiplas atividades
profissionais e culturais, para o congraçamento da categoria, a
atualização profissional e afirmação do compromisso social dos
trabalhadores de Enfermagem com as necessidades de saúde da
população brasileira e a implantação do SUS.
Visando o sucesso da programação da 71ª SBEn da
Seção ............................... é imprescindível contar com a parceria
desta comprometida Instituição para com a causa do desenvolvimento da
Enfermagem. Assim,
solicitamos ......................................................................................
..........................................................................
(exemplo: apoio financeiro, espaço na imprensa, liberação de
trabalhadores, etc.)

Aguardando seu pronunciamento, colocamo-nos à disposição


para maiores esclarecimentos, nos
telefones ..........................................

Atenciosamente,

_______________________ ____________________
Presidente da ABEn/Seção...... Coordenadora da 71ª SBEn

41

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