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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Por descentralização administrativa, as pessoas políticas (União, Estados-


membros, DF e Municípios) criam suas entidades vocacionadas à execução de serviços
públicos ou atividades administrativas específicas.
Essas entidades são dotadas de autonomia administrativa, com personalidade
jurídica própria e são criadas por aplicação do princípio da especialidade.
Integram a Administração Indireta: as autarquias e suas espécies (como as
agências reguladoras), as fundações, as emrpesas públicas e as sociedades de economia
mista.

AUTARQUIAS:
As autarquias possuem natureza administrativa e personalidade jurídica de
direito público, para elas convergindo a execução de atividades antes desenvolvidas
pela entidade estatal que as criou.
Podem ser classificadas segundo o ente instituidor (federais, distritais e
municipais); segundo a atividade que desempenhem (assistenciais, industriais,
econômicas, previdenciárias, corporativas ou profissionais); segundo a estrutura que
possuem (fundacionais e corporativas) e segundo a capacidade administrativa que
possuam (territorial ou geográfica e de serviços ou institucional).

Criação, organização e extinção:


São criadas por lei específica de iniciativa do Chefe do Poder Executivo.
Sua organização é imposta por decreto, regulamento ou estatuto.
Sua extinção também depende de expressa previsão legal (princípio do
paralelismo – criadas e extintas por lei específica).

Atributos:
Como detêm personalidade jurídica própria, atuam em nome próprio e contraem
obrigações.
Exercem poderes (deveres) administrativos (como o poder de polícia), e podem
arrecadar tributos (taxas).
Atuam em regime jurídico assemelhado ao das pessoas políticas, porém não
detêm capacidade de auto-organização. Possuem capacidade apenas de administração e
autoadministração.

Patrimônio:
São dotadas de patrimônio próprio constituído a partir da transferência (por
termo ou escritura pública) de bens móveis e imóveis da entidade estatal a que se
vinculam.
O patrimônio é considerado público, sendo impenhorável e imprescritível.
Como é considerado patrimônio público, são gravados com inalienabilidade,
impenhorabilidade e imprescritibilidade.

Dirigentes:
A investidura de seus dirigentes é fixada na lei de criação e, na sua falta, na
forma disposta por seu estatuto ou regulamento.
É possível que a escolha dependa da aprovação do Legislativo, mas a lei não
pode atribuir a livre escolha ao Legislativo quando a autarquia mantém vínculo com o
Executivo.
Pessoal, cargos e empregos públicos:
Apenas por lei podem ser criados cargos e seus servidores somente por concurso
público serão admitidos (servidores públicos civis), em tudo se igualando a agentes
públicos, inclusive para os ocupantes de emprego público CLT).
A adminissão sem concurso só é possível em hipóteses excepcionais ou para o
preenchimento de cargos públicos declarados por lei de livre provimento.
O regime tanto pode ser o estatutário ou o celetista e, nesse caso, aplicável aos
ocupantes de emprego público.
Os litígios envolvendo servidores autárquicos (regime estatutário) são de
competência da Justiça Comum (no foro da pessoa política) ou na Justiça do Trabalho,
se envolverem a relação de emrpego (para os celetistas).
• Da relação estatutária não pode decorrer litígio de competência da Justiça do
Trabalho. A regra é aplicável inclusive para o dissídio coletivo de greve.

Atos:
Por exercerem funções administrativas e corresponderem a uma extensão, vamos
dizer assim, das pessoas políticas, seus atos serão de natureza administrativa, sujeitos ao
regime jurídico-administrativo.
Os atos praticados pelos dirigentes são atos de autoridade.
Se a entidade autárquica explorar atividade econômica, submeter-se-á ao mesmo
regime das empresas privadas ou assemelhadas ao regime das empresas públicas.

Licitações e contratos:
As contratações dependem de prévio procedimento licitatório.

Prerrogativas:
Gozam de privilégios idêntivos aos da entidade ou pessoa política a que se
vinculam, dentre eles:
a) não incidência, por imunidade, de impostos sobre patrimônio, renda e
serviços
b) as ações judiciais de seu interesse são processadas no juízo da entidade
estatal a que se vinculam)
c) detêm prazos processuais diferenciados
d) a concessão de liminares ou de antecipação de tutela em ações de seu
interesse podem depender de prévia justificação
e) a decisão judicial contrária aos seus interesses pode permitir a suspensão de
seus efeitos por ato do Presidente do Tribunal competente para o recurso
processual
f) seus atos são dotados de presunção de legalidade, veracidade e podem reunir
os atributos da imperatividade e autoexecutoriedade
g) seus créditos admitem execução fiscal
h) suas dívidas estão sujeitas à regime especial de cobrança aplicável ao Poder
Público – precatórios
i) podemvaler-se da ação regressiva em dace de servidores
j) as ações promovidas em defesa do seu patrimônio são imprescritíveis

Controle:
Estão sujeitas a controle (supervisão ou tutela) exercido pela entidade a que se
vinculam, na forma e nos limites impostos por lei.
Não há relação hierárquica com a entidade criadora, mas se admite o exercício
de tutela ou controle (de legalidade, de legitimidade e de resultados).
Prestam contas ao Tribunal de Contas respectivo (União, Estados, DF,
Municípios) e os atos lesivos aos seus interesses admitem questionamento por Ação
Popular, Mandado de Segurança e por Ação Civil Pública, movida ou não pelo MP.

Conclusão:
Possuem autonomia financeira, econômica, gerencial, técnica etc. É considerada
como longa manus da Administração.

AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL

São exemplos de autarquias de regime especial: as universidades públicas, o


Banco Central do Brasil.
São consideradas de Regime Especial porque são diferenciadas em relação às
demais. As distinções, quase sempre, tocam à forma de investidura de seus dirigentes
(presidentes, reitor, administrador etc) e a sua maior autonomia perante a entidade que
as criou.
Essas entidades possuem maior autonomia administrativa, financeira e
política. A essas entidades também, a lei garante a não ingerência da pessoa política que
as criou, limitando o exercício do poder de tutela, supervisão ou controle.

As atuais agências reguladoras (ANEEL, ANP, ANATEL), vinculadas à


ministérios específicos e criadas por força da extinção de monopólios (petróleo,
telecomunicações, energia elétrica), assumem o regime especial.
Os conselhos de profissões (CRECI, CRM, CREA etc) podem ser identificados
como espécies de autarquias pela natureza do serviço que desempenham, mas não
integram a estrutura da Administração Indireta e não estão sujeitas a nenhum vínculo ou
controle.

Classificação:

Quando ao regime jurídico:


a) comuns
b) especiais

Quanto à entidade ou pessoa política criadora:


a) federais
b) estaduais
c) municipais

Quanto à atividade que desempenham:


a) assistenciais ou de fomento – INCRA, ADA
b) previdenciárias – INSS
c) educacionais – Universidades Públicas
d) corporativas ou profissionais – CRM
e) administrativas – IBAMA
f) de controle ou regulação – agências reguladoras
g) associativas – associações públicas
AGÊNCIAS REGULADORAS
Corresponde a autarquia sob regime especial criada para o desempenho de
funções normativas ou reguladoras de serviços públicos, dentre outras atividades
administrativas próprias da pessoa política que a criou.
É dotada de personalidade jurídica de direito público, criada sob a forma de
autaquia, a agência deve executar função administrativa de caráter normativo (editando
seus regulamentos, instruções), de caráter fiscalizatório (poder de polícia), além de
processar administrativamente questões relacionadas ao Poder Público e aos
concessionários ou permissionários de serviços públicos.
Desfruta de maior autonomia administrativa, sem ser indepedente. Está sempre
vinculada à Administração Direta e se submete à chefia da Administração.
A autonomia política está também na estabilidade conferida aos dirigentes, que
desfrutam de mandato conferido por lei, e somente podem ser desligados ao término do
período de investidura, por condenação judicial ou após processo administrativo.
Os dirigentes devem ser técnicos e a nomeação depende, em regra, de prévia
aprovação pelo Legislativo.
A autonomia financeira pode ocorrer do recolhimento de taxas e de outras fontes
de recurso.
A autonomia administrativa decorre da inexistência de subordinação, vinculação
ou tutela exercida pela Administração Direta, de auto-organização em realizar suas
contratações, demissões, etc.
Estados e Municípios podem criar suas próprias agências reguladoras, desde que
detenham competência para a regulação do serviço ou atividade a ser por elas gerido.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS:
Corresponde ao atributo, ou qualificação, conferido a pessoa jurídica de direito
público que celebre contrato de gestão com o objetivo de otimizar recursos, reduzir
custos e aperfeiçoar a prestação de serviços públicos.
O contrato de gestão é celebrado com o objetivo de ampliar a autonomia
gerencial, orçamentária e financeira da agência executiva.
Alguns exemplos de agências executivas: ADENE, ADA, INMETRO e Agência
de Inteligência.

CONCLUSÃO:
Agência Reguladora é entidade criada (a partir da extinção de antigas autarquias
ou da transformação de entidades existentes).
É uma autarquia especial, sujeita a regime jurídico que assegure autonomia (não
tem revisão) em face da Administração direta e investia de competência para a
regulação setorial, controle e fiscalização (poder de polícia) em relação ao regime de
ddesestatização.
• Autarquia criada por leo para regularizar determinada matéria por meio de
contrato
• Princípio da Especialidade
• Independência: mandato fixo do dirigente
• Neutralidade – está alheia a política
• Independência Política
• Discricionariedade técnica – não deve ser amador (imparcialidade,
estabilidade e especialidade)
• Autonomia
o Poder normativo
o Poder quase judicial
o Poder administrativo
o Poder fiscalizatório
o Poder de Polícia

• Regime especial: independência administrativa, ausência de subordinação


hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes
• Concurso Público
• Licitação
• TCU
• Quarentena dos dirigentes – dura em regra 4 meses, princípio da
moralidade/pessoalidade. Não pode prestar consultoria na área. Continua
recebendo sua remuneração.
• ADIN 2310/DF – concurso público, temporários não podiam ser contratados
• Objetivos:
o Controlar tarifas
o Universalização dos serviços
o Fomentar a competitividade
o Fiscalizar contratos
o Execução dos serviços
o Solucionar conflitos

Agência Executiva é entidade já existente, mas que é transitoriamente (enquanto


perdurar o contrato de gestão) qualificada como tal.
Qualificação (nomen iuris) a ser concedida por ato presidencial específico a
autarquia e fundações públicas (para ter mais autonomia), responsáveis por atividades e
serviços exclusivos do Estado, sujietando-se a um “regime jurídico especial”, cuja
finalidade é melhorar a sua eficiência com a garantia da autonomia necessária para
tanto.
• Procedimento:
o Aprovação do Plano Estratégico de Reestruturação e de
Desenvolvimento Institucional em andamento e fixação de metas a
serem cumpridas
o Celebração do contrato de gestão (duração mínima de 1 ano) com o
Ministério Supervisor
o Qualificação: Decreto Presidencial
A única vantagem é na hora da licitação que dobre o valor.
A desqualificação é feita por decreto também (paralelismo).

FUNDAÇÕES
São entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criadas em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, patrimônio gerido pelos respectivos órgãos de direção e
funcionamento custeado por recursos da União e de outas fontes.
Destinam-se basicamente às atividades administrativas, não lucrativas e atípicas,
sendo criadas por lei específica e organizadas por decreto. Submetem-se a regime
idêntico ao das autarquias quando atribuída personalidade jurídica de direito público.
Respondem por danos que venham a causar a terceiros e por obrigações assumidas.
Gozam de imunidade tributária, a prerrogativa processual do duplo grau de
jurisdição (ou de reexame necessário ante a sentença que lhe seja desfavorável) só é
aplicável às de direito público.
Os agentes devem ser contratados após regular concurso público.

TERCEIRO SETOR

É o conjunto de organizações não governamentais criadas para o desempenho de


atividades socialmente relevantes.
O Primeiro Setor se condunde com o Governo ou o Estado, que detém poder
político; o Segundo Setor, com o mercado, a iniciativa privada, a exploração de
atividades econômicas (a produção, a circulação de bens e a prestação de serviços). O
Terceiro Setor, por fim, com as organizações, entidades criadas pelos setores da
sociedade civil, orientadas às consecução de fins sociais ou públicos, porém sem fins
lucrativos e sem intregarem a estrutura organizacional do Estado.
A importância social e jurídica dessas entidades privadas é intensa. Atuam como
interlocutores da sociedade civil, estabelecem laços de solidariedade, alimentam o
voluntariado e, com isso, ajudam a construção de uma nova realidade social, além de
cronstruírem novos patamares de vida democrática.
Ao Estado cumpre, sobretudo, o desempenho da atividade de fomento, de
incentivo à criação e atuação dessas entidades, mas deve fazê-lo com espeito aos
princípios próprios do regime jurídico da Administração, sem prejuízo, portanto, da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
O Terceiro Setor é o conjunto de entidades privadas, dotadas de autonomia e
personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas para o
desempenho de atividades sociais.
São entidades, organizações, de interesse social, como as associações, as
fundações de direito privado, que detêm personalidade jurídica própria (de direito
privado), administração própria, fomentam o voluntariado e cumprem papel social de
relevo, as componentes desse Setor. Não são públicas e não exploram atividades
econômicas.
Como entidades paraestatais, entes de cooperação ou de colaboração com a
Administração Pública, temos, por exemplo:
1. Serviços Sociais Autônomos
2. Organizações Sociais
3. Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público
4. Entes de Apoio

Características:
a) personalidade jurídica de direito privado
b) autonomia administrativa
c) autonomia financeira
d) patrimônio próprio
e) finalidade social
f) criação por vontade da sociedade civil e independentemente do Estado

Serviços Sociais Autônomos:


São pessoas jurídicas de dirteito privado, sem fins lucrativos, vinculadas a
categorias profissionais e destinadas ao fomento de assistência médica, social, de ensino
(SESC, SENAI, SESI). São criadas por lei.
Podem receber recursos públicos ou contribuições parafiscais, submetendo-se à
fiscalização exercida pelo Tribunal de Contas.
Submetem-se, no mais, ao mesmo regime das entidades de direito público, como
o acesso a cargos (por concurso), a observância da obrigatoriedade de licitar (não
precisa licitar, mas rege-se sob os princípios licitatórios) e a equiparação de seus agentes
a “funcionários públicos” para fins penais.
Atribuída a natureza de “serviços sociais autônomos”, pode, em princípio, a
entidade passar a recolher contribuições parafiscais de seus associados e ser destinatária
de dotações orçamentárias.

Organizações Sociais (OS):


São entidades privadas (associações ou fundações), constituídas sem fins
lucrativos e que desempenhem atividades de interesse social contempladas em lei
específica podem ser qualificadas pelo Executivo como “organizações sociais”. Nascem
da extinção de órgãos públicos.
A qualificação lhes permitirá a celebração de um ajuste (contrato de gestão –
vínculo com o Estado para o repasse de dinheiro) e atuação conjugada com o Poder
Público na respectiva área de atuação.
Está dispensada de licitar, ou seja, sua escolha é discricionária. Os bens públicos
e os servidores públicos são cedidos, assim como o local em que funcionam. Essas
entidades têm de ter conselhos de administração.
O contrato de gestão produz importantes efeitos jurídicos:
a) recepção de recursos públicos
b) cessão especial de servidores, com ônus para o Poder Público
c) permissão de uso de bens móveis e imóveis públicos
A qualquer tempo as OS’s poderão ser desqualificadas, importando isso a
reversão dos bens permitidos e dos valores repassados. A desqualificação deve ser
decidida em processo administrativo a cargo da entidade concessora do título.
Personalidade Jurídica de Direito Privado;
Finalidade não lucrativa (não pode gerar lucro para as pessoas físicas que nela
atuam, ainda que possam remunerar seus empregados, dirigentes, administradores);
Atuar em áreas socialmente relevantes e contempladas na lei que permite a
outorga do título.
Vínculo jurídico estabelecido via contrato de gestão.
- OS (no âmbito federal, ensino, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico, preservação do meio ambiente, cultura e saúde).

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)


As entidades privadas (associações, fundações) podem ser qualificadas como
OSCIP’s e não celebram contrato de gestão, mas mero termo de parceria. É vedado que
sindicatos, clubes, instituições financeiras sejam OSCIP’s.
São pessoas jurídicas de direito privado, constituídas sem a participação do
Estado e sem finalidade lucrativa, e que teham por objeto social a execução de serviços
sociais que não sejam próprios do Estado.
A parceria não produz os mesmos efeitos do contrato de gestão, mas permite que
a entidade passe a se sujeitar a fiscalização do Estado como contrapartida à atividade de
fomento por ele desempenhada.
A qualificação (deve ocorrer em 30 dias) e é conferida pelo Ministério da Justiça
e o termo de parceria é firmado com a Administração Pública (ministério ou secretaria
da área em que atuar a entidade privada). Não está dispensada de licitar.
Personalidade Jurídica de Direito Privado;
Finalidade não lucrativa (não pode gerar lucro para as pessoas físicas que nela
atuam, ainda que possam remunerar seus empregados, dirigentes, administradores);
Atuar em áreas socialmente relevantes e contempladas na lei que permite a
outorga do título.
Vínculo jurídico estabelecido vida termo de parceria.
- OSCIP: todas que não mantenham vínculo com as entidades que enumera.

Entes de Apoio:
Estão ligados a questões como saúde e educação. O vínculo com o Estado é por
meio de convênio (repasse de dinheiro). Os seus agentes não precisam fazer concurso
públicos. É necessária a licitação na esfera Federal.

OS OSCIP
Idealizadas para substituir órgãos e Não foram idealizadas para substituir
entidades da Administração Pública que órgãos e entidades da Administração
seriam extintos e teriam suas atividades Pública.
absorvidas pelas Osc.
É discricionária a atribuição da É vinculada a atribuição da qualificação
qualificação como OS. como OSCIP e é aberta a qualquer sujeito
que preencha os requisitos indicados na
Lei.

O ato de qualificação como OS é O ato de qualificação é o certificado que


veiculado por Decreto emitido pelo Poder é emitido pelo Ministério da Justiça.
Executivo (pelos Ministros de Estado ou
pelos titulares de órgão supervisor ou
regulador da área de atividade
correspondente ao objeto social da OS).
Não há prazo para a Administração Fixou-se um prazo de 30 dias para
proceder à qualificação. deferimento, ou não, do pedido de
qualificação. E, no prazo de 15 dias para
expedição do Certificado de Qualificação
da requerente como OSCIP.
Existe previsão para quais entidades que Existe previsão para quais entidades que
podem ser qualificadas com o título de podem e quais entidades que não podem
OS. ser qualificadas como OSCIP.
O objeto de suas atividades é mais O objeto de suas atividades é muito mais
restrito, abrangendo aplenas atividades de amplo, compreendendo até mesmo
ensino, pesquisa científica, finalidade de benemerência social, e a
desenvolvimento tecnológico, proteção e especificação das entidades canditadas é
preservação do meio ambiente, cultura e detalhada: áreas de educação e saúde –
saúde. presação se serviços inteegralmente
gratuitos.
A contratação de OS pelo Poder Públicos Quanto a contratação de OSCIP pelo
é uma hipótese de licitação dispensável. Poder Público não existe hipótese legal
específica de licitação dispensável.
Não há proibição de qualificação de Há expressa proibição de participação das
determinadas entidades. entidades qualificadas em campanhas de
caráter político-partidário ou eleitorais,
sob quaisquer meios ou formas.

Não se admite, de modo expresso, a A lei proíbe a qualificação como OSCIP


cumulação do título de OS com outros de entidades previamente qualificadas
títulos jurídicos aplicados a pessoas de como OS. Mas, admite-se, de forma
direito privado sem fins lucrativos. expressa, a cumulação do título de
OSCIP com outros títulos jurídicos
aplicados a pessoas de direito privado sens
fins lucrativos, pelo prazo determinado de
2 anos, findo o prazo, a entidade
interessada deve, na manutenção do novo
título, renunciar as qualificações
anteriores ou perderá automaticamente o
novo título.
Celebra contrato de gestão com o Poder Celebra termo de parceria com o Poder
Público. Público (deve cumprir metas e prazos
fiscalizados e têm a obrigação de cumprir
um relatório final).
A lei exige que a OS possua um Conselho A lei exige que a OSCIP possua um
de Administração do qual participem Conselho Fiscal. Não exige um Conselho
representantes do Poder Público. Não de Administração do qual participem
exige um Conselho Fiscal. representantes do Poder Público em algum
órgão da entidade.
Prevê a transferência de servidores Não prevê a transferência de servidores
públicos para prestar serviços junto à OS, públicos para atuar junto à OSCIP.
bem como a cessão de bens públicos.
Exigência da observância de
procedimentos contábeis exigidos pelo
regulamento do IR.

SERVIÇOS PÚBLICOS

Corresponde à atividade que tenha por destinatário ou responsável o Poder


Público.
Serviço Público é toda atividade desempenhada diretamente ou indiretamente
pelo Estado, visando solver necessidades essenciais do cidadão, da coletividade ou do
próprio Estado.
É a atividade materialmente desempenhada pelo Estado ou po seus delagados,
conforme a disposição legal visando a satisfação concreta das necessidades públicas sob
regime total ou parcialmente público.
Sentido Formal: serviço público é a tarefa exercida sob a influência de normas de
direito público. Procedimento legal. Se preocupa com o regime que deve ser calcado na
lei.
Sentido Material: é a atividade que atende aos interesses ou necessidades da
coletividade. Atividade que objetiva a satisfação das necessidades coletivas. Se
preocupa com a atividade.
Sentido Subjetivo: é a atividade prestada pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes.
Presença do Estado que tem a incumbência de prestar o serviço direta ou indiretamente.
Quem presta é o Estado.

Classificação:
Quando à essencialidade:
a) serviços públicos propriamente ditos: essenciais, imprescindíveis à
sobrevivência da sociedade e, por isso, não admitem delegação ou outorga
(polícia, saúde, defesa nacional etc).
b) serviços de utilidade pública: úteis, mas não essenciais, são os que atendem
ao interesse da comunidade, podendo ser prestados diretamente pelo Estado,
ou por terceiros, mediante remuneração paga pelos usuários e sob constante
fiscalização.

Quando à adequação:
a) serviços próprios do Estado: são aqueles que atendendo a necessidade
coletiva, o Estado assume como seus e os executa diretamente (por meio de
seus agentes) ou indiretamente. Serviço genuíno (saúde, educação etc).
b) serviços impróprios do Estado: necessidades coletivas, não são assumidas
nem executadas pelo Estado (autorizados: despachantes, guarda particular,
instituições financeiras). É serviço autorizado.

Quando à finalidade:
a) serviços administrativos
b) serviços industriais: são os que produzem renda para aqueles que o presta. A
remuneração decorre de tarifa ou preço público, devendo ser prestados por
terceiros ou pelo Estado, de forma supletiva.

Quanto aos destinatários:


a) serviços gerais ou uti universi: de fruição geral, são os que não possuem
usuários ou destinatários específicos e são remunerados por tributos
(calçamento público, iluminação pública etc). Serviços gerais (iluminação
pública).
b) serviços individuais ou uti singuli: de fruição individual, são os que possuem
de antemão usuários conhecidos e predeterminados, como os serviços de
telefonia, de iluminação domiciliar. São remunerados por taxa ou tarifa.
Serviços individualizáveis (telefone).

• Serviço exclusivo: só o Estado pode prestar (direta ou indiretamente).


• Serviço não exclusivo: o Estado e outras entidades podem prestar o serviço.

Princípios

1. Regularidade, continuidade do serviço público ou permanência:


Obriga a prestação ininterrupta da atividade identificada como serviço público,
colocando-o à fruição do usuário que dele necessita para a satisfação de suas
necessidades.
O serviço público deve ser acessível e prestado de maneira contínua. O princípio
não proíbe a interrupção justificada da prestação do serviço.
O serviço deve ser permanente.
O serviço deve ser prestado sem interrupção.

2. Generalidade ou impessoalidade – igual ou acessível a todos:


Devem permanecer acessíveis a qualquer usuário que deles necessite, obrigando o
Poder Público a prestá-los de forma indiscriminada ou com o intuito de atender a
toda a comunidade.
Se dirigir a todos.

3. Igualdade entre os usuários – isonomia:


O prestador do serviço público não pode, ressalvadas as hipóteses de discriminação
decorrente de imperativo legal, estabelecer tratamento diferenciado entre os
usuários, tratando-se, ainda, de direito básico assegurado a todos os consumidores.
A igualdade de tratamento, por óbvio, deve respeitar as condições pessoais dos
consumidores-usuários e, por isso, admitem-se discriminações positivas (idosos,
pessoas com deficiência, hipossuficientes economicamente etc).

4. Eficiência – aperfeiçoamento e melhor técnica na prestação:


O serviço deve ser prestado de modo a atender efetivamente as necessidades do
usuário, do Estado e da sociedade, com baixo custo e maior aproveitamento
possível.
O serviço deve ser aproveitado ao máximo.

5. Atualidade – adequação técnica do serviço prestado:


Obriga que o prestador do serviço aplique a melhor técnica, empregando tecnologia
adequada e realizando periódicas atualizações ou investimentos a fim de permitir a
efetiva eficiência na execução das atividades materiais sob sua responsabilidade.
A melhor tecnologia deverá ser aplicada.

6. Modicidade das tarifas – custo não proibitivo:


Impede que o fato econômico (cuto) se traduza em fato impeditivo para a fruição do
serviço público. Associado à acessibilidade, a modicidade exige que a política
tarifária observe o poder econômico daqueles que usufruem dos serviços públicos.
As tarifas devem ser razoáveis.

7. Cortesia – adequado atendimento:


Todos merecem tratamento cordato, respeitoso, da Administração Pública e de seus
agentes, e estes, na prestação dos serviços públicos, devem ser preparados para
atender, com aqueles parâmetros, os usuários de forma indiscriminada.
A boa educação deve existir entre a Administração Pública e o usuário.

Formas de Prestação
a) Centralizados: prestados diretamente pelo Poder Público, em seu próprio
nome e sob sua exclusiva responsabilidade.
b) Desconcentrados: prestados pelo Poder Público, por seus órgãos, mantendo
para si a responsabilidade na execução.
c) Descentralizados: prestados por terceiros, para os quais o Poder Público
transferiu a titularidade ou a possibilidade de execução, seja por outorga (por
lei a pessoas jurídicas criadas pelo Estado), seja por delegação (por contrato
– concessão ou ato unilateral – pemissão e autorização).
Delegação e outorga de serviço público
A lei outorga ao Poder Público a titularidade do serviço público e somente por
lei se admite a mutação da titularidade (princípio do paralelismo das formas).
Nos serviços delegados há transferência da execução do serviço por contrato
(concessão) ou ato (permissão ou autorização) negocial.
A outorga possui contornos de definitividade, posto emergir de lei; a delegação,
ao contrário, sugere termo final prefixado, visto decorrer de contrato.
Delegação legal: dependem de lei (autarquias prestadoras de serviços públicos).
Delegação negocial: dependem de contrato (permissionárias e concessionárias).

Concessão de serviço público:


Apenas os serviços de utilidade pública podem ser objeto do contrato de
concessão; serviços propriamente ditos ou essenciais a coletividade não admitem a
transferência de execução, devendo permanecer em mãos do Poder Público.
Serviços concedidos são os delegados a pessoas jurídicas de direito privado, por
contrato administrativo, que os executam em seu nome, conta e risco.
Em qualquer hipótese, diga-se, a titularidade do serviço continuará em mãos do
Poder Público. A transferência da titularidade do serviço somente se opera nas hipóteses
de outorga ou transferência em decorrência de lei.
Concessão se serviço público é a transferência da prestação de serviço público,
feita pela União, Estados, DF e Municípios, mediante concorrência, a pessoa jurídica ou
consórcio de empresas, que demonstre capacidade para o seu desempenho, por sua
conta e risco e por prazo determinado.
Características:
a) Poder concedente: União, Estados, DF, Municípios – pessoas jurídicas de direito
público – entidades estatais.
b) Concessionário: pessoa jurídica ou consórcio de empresas, admitindo a lei a
contratação de empresa individual. A pessoa física não pode ser concessionária
de serviços públicos.
c) Contrato: o contrato administrativo deve ser precedido de licitação.
d) Remuneração: paga, usualmente, pelos usuários dos serviços públicos.
e) Responsabilidade: o concessionário atua em seu nome, por sua conta e risco.
f) Responsabilidade do concedente: pode ser responsabilizado se exauridas as
possibilidades de reparação dos prejuízos causados pelo concessionário, sendo,
pois, subsidiária a responsabilidade estatal.
g) Regime tributário: aos concessionários não é aplicável a imunidade tributária.
h) Intervenção: é possível a intervenção realizada pelo poder concedente. A
intervenção há de ser provisória. Em até trinta dias contados da data do decreto
de intervenção deverá o Poder Público iniciar o processo administrativo,
assegurando ampla defesa e contraditório. O processo administrativo deverá ser
encerrado em até cento e oitenta dias.
i) Extinção da execução: pode ocorrer em razão do vencimento do prazo,
encampação, caducidade, rescisão, anulação e falência ou extinção da empresa
concessionária.

Prazos:
35 anos: para a concessão de geração de energia elétrica
30 anos: para a concessão de serviços de distribuição de energia elétrica
* Admitindo-se uma prorrogação por idêntico período.
Remuneração:
1. Taxa: tributo devido pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
a sua disposição.
2. Preço público – tarifa: retribuição pecuniária paga pelo usuário ao
concessionário em razão da utilização de serviço público por ele
prestado.

• Concessão permite valores maiores e estabilidade. A licitação ocorre por


concorrência e é deferida para pessoa jurídica ou consórcio.

Permissão de Serviços Públicos


Tecnicamente corresponde a ato administrativo unilateral, portanto,
discricionário, precário ou sem prazo determinado, pelo qual o Poder Público transfere
ao particular a execução de serviço público, mediante remuneração (preço público ou
tarifa) paga pelos usuários.
As permissões exigem licitação prévia não havendo possibilidade de sua
formalização com consórcio de empresas, mas elas admitem a contratação com pessoas
físicas.
Ante a sua natureza e pelo instrumento negocial exigido, é de supor devam as
permissões abrigar transferências de menor duração temporal, reservando-se às
concessões tempo maior de duração.

• Permissão trata de valores menores e possui vulnerabilidade. A licitação


ocorre por qualquer modalidade e é deferida para pessoa jurídica ou física.

Autorização
Possui natureza de ato administrativo, discricionário, precário, pelo qual o Poder
Público consente com o exercício de atividade, pelo particular, que indiretamente lhe
convém.
É possível a autorização de serviços públicos, porquanto o interesse
indiretamente atingido é o da coletividade, como ocorre com o exercício profissional de
taxistas, despachantes, vigias particulares.
Não se trata de contrato, mas de ato administrativo, não sendo dependente da
prévia realização de licitação.
Autorização de serviços públicos – ato que permite a execução de serviços
transitórios, emergenciais, a particulares.
Serviço autorizado – ato que permite a execução de serviços privados de
interesse coletivo (taxi, despachante, vigilância privada etc.)

Concessões Permissões
Delegação da prestação do serviço Delegação da prestação do serviço
público, permanecendo a titularidade com público, permanecendo a titularidade com
o Poder Público (descentralização por o Poder Público (decentralização por
colaboração). colaboração).

Prestação do serviço por conta e risco da Prestação pdo serviço por conta e risco da
concessionária, sob ficalização do poder permissionária, sob fiscalização do poder
concedente. Obrigação de prestar serviço permissionário. Obrigação de prestar
adequado, sob pena de intervenção, serviço adequado, sob pena de
aplicação de penalidades administrativas intervenção, aplicação de penalidade
ou extinção por caducidade. administrativas ou extinção por
caducidade.
Sempre procedida de licitação na Sempre precedida de licitação. Não
modalidade de concorrência. determinação legal de modalidade
específica.
Natureza contratual. Natureza contratual; a lei explicita tratar-
se de contrato de adesão.
Prazo determinado, podendo o contrato Prazo determinado, podendo o contrato
prever sua prorrogação, nas condições prever a sua prorrogação, nas condições
nele estipuladas. nele estipuladas.
Celebração com pessoa jurídica ou Celebração com pessoa física ou jurídica;
consórcio de empresas, mas não com não prevista permissão a consórcio de
pessoa física. emrpesas.
Não há precariedade. Delegação a título precário.
Não é cabível revogação do contrato. Revogabilidade unilateral do contrato pelo
poder concedente.

SERVIDORES PÚBLICOS

Agentes Políticos: exercem mandato eletivo ou funções primárias do Estado, percebem


subsídios, atuam pelo Estado e praticam atos do governo, sujeitando-se a formas
próprias de responsabilização e possuem prerrogativas especiais. (Chefes do Executivo
Federal – Presidente da República, Estadual – Governador, Distrital – Governador,
Municipal – Prefeito, além de Ministros, Membros do Judiciário e do MP). As
prerrogativas podem ser, além de mandato para os primeiros, a vitaliciedade para os
Magistrados e membros do MP.

Servidores Públicos Civis: incumbidos do exercício da função administrativa civil,


podem receber subsídios ou vencimentos, quando ocupantes de cargos de provimento
efetivo ficam sujeitos ao estágio probatório e adquirem estabilidade. Estão sujeitos a
regime estatutário.

Servidores Públicos Militares: integram as carreiras militares dos Estados, DF e


Territórios e das Forças Armadas.

Empregados Públicos: ocupantes de emprego público, remunerados por salários e


sujeitos às regras da CLT. Vinculados, em regra, às entidades empresariais ou
exercentes de função que não sejam próprias de cargos públicos, mas desde que sujeitos
à CLT.

Servidores Temporários: contratados para atender situações transitórias, excepcionais.

Regime Jurídico
É o conjunto de princípios e regras jurídicas dispostas à regulação das relações
de natureza funcional estabelecidas pela Administração e seus agentes, servidores ou
não.
O regime estatutário pode ser geral, aplicável a todos os servidores de uma
determinada pessoa política ou pode ser peculiar de algumas carreiras, como ocorre em
relação à Magistratura, ao MP, em cujas leis orgânicas encontram-se regras próprias da
relação funcional estabelecida pelos agentes.
Sendo o regime jurídico o estatutário, a competência para dirimir eventuais
conflitos é da Justiça Comum (Federal, Estadual, Distrital). Não há relação contratual,
empregatícia, mas relação estatutária.
Servidores ocupantes de empregos públicos, os chamados empregados públicos,
sujeitam-se às regras da CLT, mantêm relação de trabalho de natureza contratual e seus
litígios podem ser julgados pela Justiça do Trabalho.
Aos servidores contratados por tempo determinado e para atendimentos
excepcionais, deve ser aplicável regime próprio ou peculiar não lhes sendo aplicáveis
inteiramento o regime da CLT.

Regime Jurídico Único


Não subsiste o chamado “regime jurídico único” por força da EC 19/98, que
alterou o disposto no artigo 39, CF. Como visto, a Administração pode contratar agentes
públicos sob a regência de mais de um regime legal.
O regime estatutário é o reservado para a regência da relação estabelecida pela
Administração com os titulares de cargos efetivos, próprio para as pessoas jurídicas de
direito público, enquanto as relações de emprego podem ser estabelecidas com agentes
cujas funções não sejam típicas de Estado, exclusivas do Estado.
As relações de emprego (CLT) não são admissíveis para os ocupantes de cargos
públicos, apenas para os empregados públicos.
A adoção do “regime jurídico único” obriga as pessoas políticas a adotarem um
só regime a todos os agentes públicos da Administração Direta e da Administração
Indireta, excluídas apenas as empresas públicas e sociedade de economia mista.
Há, ao menos, três posições acerca do tema:
a) do regime único decorreria apenas a possibilidade de adoção do regime
estatutário
b) o regime único seria aplicável para a Administração Direta
c) o regime uma vez adotado seria aplicável apenas para as pessoas jurídicas de
direito público integrantes da Administração Indireta, além da Administração
Direta.
A EC 19/98 afastou o regime jurídico único, porém o STF suspendeu liminarmente
o disposto no caput do artigo 39, CF, por vislumbrar inconstitucionalidade formal.
Como a decisão não operou efeitos susbsistem as diferentes normas que estabelecem
mais de um regime a cada pessoa política. Por fim, ainda que restabelecido o regime
jurídico único, cada pessoa política conservará competência para discipliná-lo em
seu âmbito.

Acessibilidade
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros e
estrangeiros. Há, porém, cargos privativos de brasileiros natos: Presidente e Vice
Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
Ministro do STF, membro de carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e
Ministro de Estado da Defesa.

Concurso de Ingresso:
Ressalvadas as hipóteses de investidura (provimento) para cargos eletivos,
exigem os princípios da isonomia, da moralidade administrativa e da eficiência que
a Administração Pública, em regra, recrute os seus agentes por meio de concurso
público; concurso de provas e títulos.
O concurso público é regido pelo princípio da publicidade, da competitividade e
da igualdade entre os concorrentes, realizado pelo sistema de mérito e destinado à
verificação da capacidade do concorrente.
As funções de confiança não exigem concurso público, já que acessíveis apenas
aos servidores de carreira.
O processo seletivo deve ser de provas ou de provas e títulos e poderá
estabelecer requisitos que respeitema natureza das atividades.
É livre a participação nos concursos públicos, mas desde que atendidas as
exigências impostas por lei, repetidas ou não no edital.
A Administração deve estabelecer as condições para o concurso e os requisitos
de admissão de modo a melhor atender ao interesse público. Os candidatos
aprovados deverão ser nomeados no prazo de validade do concurso, observando-se
sempre a ordem de classificação.
A anulação do concurso realizado pode ocorrer e ser decidida pela próprio
Administração. Não tendo ocorrido a investidura dos aprovados, ela independerá da
observância do contraditório e será imposta sem a participação dos aprovados.
Diferentemente, porém, será se a Administração já tiver procedido às nomeações,
pois a anulação somente será possível com a instauração de processo administrativo
que possibilite o exercício da ampla defesa e contraditório.
A entidades empresariais que compõem a Administração Indireta (as sociedades
de economia mista e empresas públicas exploradoras de atividade econômica) estão
sujeitas ao regime das empresas privadas, sendo seus empregados regidos pela CLT,
mas tal regime é parcialmente derrogado. Assim, também para a admissão de
pessoal exige-se a realização de concurso público, ou de processo seletivo que
assegure a participação de qualquer interessado que satisfaça os requisitos
objetivamente firmados.
Vencido o concurso, passa o aprovado a deter direito subjetivo à nomeação se
esta vier a ocorrer. Posição majoritária afirma deter o candidato mera expectativa de
nomeção, mas já há decisões em sentido oposto: o anúncio de vagas fera direito
subjetivo dos classificados à nomeação. Os candidatos aprovados dentro do número
de vagas colocadas em concurso têm direito subjetivo à nomeação; já os
classificados em número excedente têm mera expectativa de direito.
O concurso tem validade por até dois anos, prorrogável por igual período uma
única vez, e as nomeações observarão a ordem de classificação. O provimento do
cargo dá-se pela nomeação (por decreto, por portaria); a investidura decorre da
posse, que é a condição para o exercício da função pública, e a partir desta passa o
servidor a deter direito inerentes ao seu cargo. Tanto a posse como o exercício
ficarão condicionados à apresentação de declaração de bens e de valores.
Se o servidor é nomeado, tomar posse e não entrar em exercício dará ensejo a
exoneração. Os impedimentos de acumulação de cargos, restrições e
incompatibilidade previstos na CF e no regime jurídico a que estiver submetido o
servidor somente serão exigidos a partir da posse, não bastando a sua nomeação.

Pessoa com deficiência – inclusão social


Ordena a CF que a Administração reserve na lei percentual dos cargos e
empregos públicos a serem providos por pessoas portadoras de deficiência.
Trata-se de dever jurídico da Administração e de direito subjetivo à participação
nos concursos públicos deferidos às pessoas com deficiência.
Trata-se de autêntica ação afirmativa ou instrumento de inclusão social que
almeja inserir no mercado de trabalho/serviço público pessoas habilitadas para o
exercício das funções, mas que apresentem condições especiais.
O candidato deve satisfazer os requisitos objetivos para o ingresso no serviço,
mas terá em seu favor a reserva de percentual mínimo destinado aos candidatos nas
mesmas condições.

Atividade jurídica
A CF passou a exigir para o ingresso nos cargos iniciais da Magistratura e para o
ingresso na carreira do MP, além do bacharelado em Direito, exercício de, no mínimo,
três anos de atividade jurídica.
O CNJ e o CNMP fixaram entendimento de que a atividade jurídica capaz de
seer considerada será apenas a que se efetivar após o bacharelado e desde que
prepondere a utilizaqção de conhecimentos jurídicos ou a interpretação e aplicação de
normas jurídicas, excluindo-se qualquer possibilidade de aproveitamento da contagem
do estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior ao bacharelado.
Admitindo a extensão da regra, também consideram como atividade jurídica a
frequência e o aproveitamento a cursos de pós-graduação quando promovidos por
instituições de ensino que as normas regulamentares especificam.

Acumulações
Indide para os ocupantes de cargos e empregos públicos a proibição de cargos
remunerados, salvo se houve compatibilidade de horário e se se referir:
a) a de dois cargos de professor
b) a de um cargo de processo com outro, técnico ou científico
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
Vereadores podem acumular cargos, desde que o horário de trabalho seja
compatível, tendo direito a perceber remuneração e o subsídio.
Magistrado somente podem acumular uma função no magistério e promotores de
justiça do mesmo modo.
É vedada, ainda, a acumulação de proventos de aposentadoria com a
remuneração de cargos, empregos ou funções públicas, ressalvadas as hipóteses de
acumulação possível na ativa: os cargos eletivos e os cargos em comissão.
A CF prevê a proibição de o servidor militar aceitar outro cargo ou emprego
público, salvo se passar para a reserva. O acúmulo temporário é admitido, porém o
militar permanecerá como agregado ao quadro da carreira que integra.

Investidura ou provimento
A forma de vinculação do agente ao cargo ou à função dá-se o nome de
investidura ou provimento. A investidura contrapõe-se à vacância, forma de
desligamento do agente público do cargo ou função, e pode ser:
a) Política: é a decorrente de eleição para mandatos políticos, assim como para altos
cargos da Administração e para os em comissão nas mesmas circunstâncias (ministros,
secretários, procurador-geral da República e procurador-geral de justiça). Dependem
sempre do pleno gozo de direito políticos e do preenchimento de requisitos específicos.
Os eleitos por mandato exercerão as funções por tempo certo; os nomeados (ministros e
secretários) são exoneráveis a qualquer tempo. O PRG e o PGJ exercem as funções
correspondentes ao cargo por tempo certo, ou prazo certo.
b) Originária: corresponde a primeira forma de vinculação do agente. Decorre de ato de
nomeação e confere ao agente o direito à posse e ao exercício. Sem a posse, o
provimento não se perfaz ou o nomeado não será considerado agente público ou
servidor. A posse (ato bilateral) constitui dever para o nomeado e deve ocorrer no prazo
fixado na nomeação ou previsto em lei.
c) Derivada: pressupõe vinculação anterior (promoção, remoção, permuta, reintegração,
aproveitamento, reversão).
c.1) Reintegração: retorno ao cargo anterior por anulação do desligamento (o
agente retorna com os mesmos direitos), podendo ser judicial ou administrativa. Se o
cargo já tiver sido ocupado por outro, este (o segundo) será removido para cargo
desimpedido ou permanecerá em disponibilidade.
c.2) Aproveitamento: o término do período de disponibilidade corresponde a
esta modalidade, pelo qual o servidor retoma o exercício de suas funções no cargo de
que é titular.
c.3) Reversão: é o retorno do agente aposentado público ao cargo que ocupava
ou a outro compatível.
d) Vitalícia: confere caráter de perpetuidade ao seu titular (juízes, promotores de justiça,
membros do Tribunal de Contas), exigindo processo judicial para o desligamento.
e) Efetiva: é adequada para os servidores públicos, conferindo grau de estabilidade
depois de vencido o período probatório de 3 anos.
f) Comissão: não confere vitaliciedade ou efetividade ao titular.

Estágio Probatório
A CF impõe aos servidores públicos e a outros agentes públicos a necessidade de
submissão a estágio probatório, como também a avaliação especial de desempenho. No
âmbito federal, o estágio tem duração de 24 meses e a avaliação deve levar em
consideração a assiduidade, a disciplina, a capacidade de iniciativa, a produtividade e a
responsabilidade.
A estabilidade no serviço público é obtida somente após 3 anos. A estabilidade
somente poderá ser obtida para os ocupantes de cargos de provimento efetivo e sujeitos
ao regime jurídico estatutário, não se aplicando aos celetistas ou ocupantes de cargos em
comissão, ou, ainda, aos meros exercentes de funções transitórias ou excepcionais.

Vacância
O desligamento do agente público corresponde à sua destituição do cargo,
emprego ou função. Há vacância nas hipóteses de exoneração, que pode ser a pedido ou
não, demissão, promoção, posse em outro cargo inacumulável, falecimento,
aposentadoria e readaptação.
Exoneração ex officio: pode ocorrer para os cargos vitalícios, efetivos ou em comissão.
Para os vitalícios ocorre quando não for satisfeito o estágio probatório ou quando o
agente, a despeito de tomar posse, não entra em exercício.
Demissão: imposta pelo cometimento de falta disciplinar e tem natureza de penalidade.
Aposentadoria: transferência para a inatividade remunerada. Pode ser voluntária (a
pedido e desde que satisfeitos certos requisitos), compulsória (obrigatória) e por
invalidez.
Readaptação: investidura do agente em cargo compatível com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, fixada tal limitação em inspeção médica.
Sistemas remuneratórios
Remuneração (vencimentos ou salários): é o valor a que faz jus o servidor pelo
período trabalhado, é devida à grande massa de agentes públicos, correspondendo ao
valor fixado em lei e as vantagens pessoais.
Salários: os empregados públicos, ocupantes de emprego público e submetidos à
CLT percebem remuneração na forma de salário.
Subsídio: é modalidade de remuneração, fixado em parcela única e devido às
carreiras indicadas na CF. Por ser devido e fixado em parcela única, o subsídio não pode
incluir qualquer vantagem pessoal, mas não impede o recebimento de 13º salário,
adicional noturno, adicional de férias, salário família.
Adicionais: são vantagens devidas pelo tempo de serviço ou pelo exercício de
funções especiais.
Gratificações: são devidas em razão de condições anormais do serviço ou em
razão de condições do servidor.

Irredutibilidade
Todos os agentes públicos gozam da garantia da irredutibilidade de vencimentos.
Os agentes que mantêm relação de emprego e os ocupantes de cargos em comissão
fazendo juz a irredutibilidade.

Aposentadoria voluntária
Decorre do pedido do agente público, mas desde que satisfeitos os seguintes
requisitos:
• Idade mínima: 60 anos – homem; 55 anos – mulher
• Tempo de contribuição: 35 anos – homem; 30 anos – mulher
• Tempo de serviço público: 10 anos de efetivo exercício
• Tempo no cargo: 5 anos

Aposentadoria por invalidez


É determinada em razão da impossibilidade absoluta de o agente continuar a
exercer as funções próprias do cargo que titulariza, sendo inviável a readaptação a outro
cargo que lhe seja compatível.
Depende de prévia avaliação médica e para sua concessão não há
discricionariedade.

Aposentadoria compulsória
É determinada aos 70 anos de idade.

Deveres dos agentes públicos


a) Dever de lealdade
b) Dever de obediência
c) Dever de conduta ética – honestidade, moralidade, decoro, zelo, efiência e
eficácia.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

É constituída pelas pessoas jurídicas distintas do Estado, cuja função típica é a


atividade administrativa pública, por determinação do direito positivo.
Excepcionalmente, algumas dessas entidades – sociedades de economia mista e
empresas públicas – exercem atividade econômica que não é típica da Administração
Pública.

Entidades da Administração Indireta

- Autarquia: é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de
autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado. Não está
hierarquicamente subordinada à entidade estatal que a criou.
• O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência de bens
móveis e imóveis da entidade matriz, que se incorporam ao patrimônio da nova
pessoa jurídica.
• Os bens e as rendas das autarquias são consideradaos patrimônio público.
• O orçamento das autarquias é idêntico ao das entidades estatais.
• Os contratos das autarquias estão sujeitos a licitação.
• As autarquias sujeitam-se ao controle administrativo ou tutela, que é exercido
pela entidade estatal.
• Os agentes públicos de uma autarquia são servidores públicos, assim
entendidos aqueles que mantêm com o Poder Público uma relação de trabalho,
de natureza profissional e caráter não eventual.
• As autarquias nascem com privilégios administrativos da entidade que as
instituiu.

Autarquia de Regime Especial é aquela à qual a lei instituidora confere


privilégios específicos e aumenta sua autonomia em comparação com as autarquias
comuns, sem infringir os preceitos constitucionais. Exemplos: Banco Central,
Universidade de São Paulo.

- Fundação: Pessoa jurídica de direito privado, pode ser definida como uma
universalidade de bens personalizada, em atenção ao fim, que lhe dá unidade. “Quando
o Estado institui pessoa jurídica sob a forma de fundação, ele pode atribuir a ela regime
jurídico administrativo com todas as prerrogativas e sujeições que lhe são próprias, ou
subordiná-las ao Código Civil”.

Fundação de direito público – aplicam-se às fundações públicas, além das


normas de natureza pública, as seguintes características:
• Presunção de veracidade e executoriedade de seus atos administrativos
• Inexigibilidade de inscrição de seus atos constitutivos no Registro Civil das
Pessoas Jurídicas
• Não submissão à fiscalização do Ministério Público
• Impenhorabilidade de seus bens e sujeição ao processo especial de execução
estabelecido pelo artigo 100 da CF
• Prescrição quinquenal de suas dívidas.

- Entidades Paraestatais: a doutrina coloca a paraestatal como gênero da qual são


espécies distintas as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços
sociais autônomos. A paraestatal tem personalidade privada, mas realiza atividades de
interesse público.
Empresas Públicas: são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por
lei, de capital público, que realizam atividades de interesse da Administração,
funcionando como empresas privadas, que podem adotar qualquer tipo de organização
empresarial. Estão sujeitas ao regime das empresas privadas.

Sociedades de Economia Mista: são pessoas jurídicas de direito privado, com


participação do Poder Público e de particulares em seu capital e em sua administração,
para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo, outorgado ou
delegado pelo Estado. Revestem a forma das empresas particulares, admitem lucro, e
regem-se pelas normas das sociedades mercantis, com as adaptações impostas pelas leis
que autorizam sua criação e funcionamento.

Agências: as chamadas agências foram importadas do modelo norte-americano e


possuem função regulatória. Contudo, as determinações normativas das agências
limitam-se a fixar parâmetros da lei.

Agências Executivas: é a denominação dada a autarquia ou fundação que


celebre contrato de gestão com a administração direta com quem estão vinculadas. Os
Decretos 2.487 e 2.488, de 02 de fevereiro de 1998, definem como requisito das
agências executivas a existência de celebração de contrato de gestão com o ministério
supervisor e plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional.

Agências Reguladoras: são autarquias em regime especial, com competência


reguladora. O novo papel que se atribui a elas é regular, nos termos da lei, os contratos
de concessão e permissão de serviço público.

Consórcios públicos: foram instituídos pela Lei 11.107/05, integrando a


administração pública indireta, e se constituem em associações formadas por pessoas
jurídicas políticas, com personalidade de direito público ou privado, criadas mediante
autorização legislativa, objetivando a gestão associada de serviços públicos. O
consórcio poderá celebrar contratos, convênios, promover desapropriações, instituir
servidões, dentre outros.

O TERCEIRO SETOR

- Organizações Sociais: são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
instituídas por particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do
Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante contrato de gestão (Lei
9.637/98). O Poder Público poderá destinar para as organizações sociais recursos
orçamentários e bens necessários ao cumprimento do contrato de gestão, mediante
permissão de uso, bem como ceder servidores públicos, com ônus para a origem. A
Administração poderá dispensar a licitação nos contratos de prestação de serviços
celebrados com as organizações sociais.

- Sociedade Civil de Interesse Público: é pessoa jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, instituída por particulares, para o desempenho de serviços sociais não
exclusivos do Estado, incentivadas e fiscalizadas pelo Estado, mediante a celebração
de Termo de Parceria (Lei 9.790/99).
AGENTES PÚBLICOS

São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do


exercício de alguma função estatal. São classificadas em:

Agentes Políticos: integram o Governo em seus primeiros escalões, investidos


por eleição, nomeação ou designação para o exercício das atribuições constitucionais
(políticos eleitos pelo voto popular, ministros de Estado, juízes promotores de justiça,
membros dos Tribunais de Contas).

Agentes administrativos: vinculam-se ao Estado ou as suas entidades


autárquicas ou fundacionais por relações de emprego, sujeitos à hierarquia funcional,
não exercendo atividades políticas ou governamentais.

Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para


prestar, transitoriamente, determinados serviços do Estado, em razão de sua condição
cívica, honorabilidade ou notória capacidade profissional, sem qualquer vínculo
empregatício e normalmente sem remuneração (função de jurado, mesário eleitoral,
membro de comissão de estudo).

Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência da execução de


determinada atividade, obra ou serviço público e a realizam em nome próprio, por sua
conta e risco, mas segundo as normas do Estado (concessionários e permissionários de
obras e serviços públicos, serventuários de cartórios, leiloeiros, tradutores e intérpretes
públicos.

- Cargo Público: é o lugar instituído na organização do serviço público, com


denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipêndio
correspondente. A criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos do
Executivo dependem de lei de iniciativa privativa do chefe desse poder (Presidente da
República, Governador ou Prefeito); do Legislativo cambem à Câmara dos Deputados,
ao Senado Federal, às Assembléias Legislativas e às Câmaras de Vereadores; do
Judiciário são feitas mediante lei de iniciativa dos tribunais. O Ministério Público tem
a faculdade de propor a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares.
Provimento é o ato de preenchimento do cargo público. O provimento
originário ou inicial se faz por meio de nomeação (tanto é provimento inicial a
nomeação de pessoa estranha aos quadros do serviço público quanto a de outra que já
exercia função pública como ocupante de cargo não vinculado àquele para o qual foi
nomeada). O provimento derivado se faz por transferência, promoção, remoção,
acesso, reintegração, readmissão, enquadramento, aproveitamento ou reversão (é
sempre uma alteração na situação de serviço do provido).

- Acessibilidade aos cargos públicos: os cargos, empregos e funções públicas são


acessíveis aos brasileiros, que preencham os requisitos previstos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei.

- Concurso Público: a investidura em cargo ou emprego público depende de prévia


aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, salvo as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
O concurso tem validade de até dois anos, contados da homologação,
prorrogável uma vez, por igual período.
Nomeação é o ato de provimento do cargo, que se completa com a posse e o
exercício. A investidura do servidor no cargo ocorre com a posse. Sem a posse e o
exercício o provimento não se completa.

- Paridade de vencimentos: a remuneração e os subsídios do funcionalismo público e


dos membros de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios
detentores de mandato eletivo, bem como os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas todas as vantagens, não
poderão exceder o subsídio mensal dos ministros do STF, aplicando-se como limites: no
Executivo, o subsídio dos prefeitos nos Municípios, e o subsídio do governador, nos
Estados e DF; no Legislativo, o subsídio dos deputados estaduais; no Judiciário, o
subsídio dos desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do subsídio dos ministros do
STF (este limite se aplica aos membros do MP, procuradores, defensores públicos).
A EC 47/05 acrescenta o § 12, no artigo 37 da CF, determinando que Estados e
Distrito Federal poderão optar, mediante emenda na Constituição Estadual e Lei
Orgânica, como limite único o subsídio mensal dos desembargadores do TJ.

- Acumulação de cargos, empregos e funções públicas: a regra constitucional é pela


vedação de qualquer hipótese de acumulação remunerada de cargos públicos, exceto
quando houver compatibilidade de horários e observado o teto salarial dos ministros do
STF.
a) a de dois cargos de professor
b) a de um cargo de professor com outro técnico científico
c) a de dois cargos privativos de profissionais de saúde, desde que com profissão
regulamentada, conforme alteração da EC 34/01.

- Estabilidade: para adquirir a estabilidade no serviço público, é necessário o


cumprimento de três requisitos (art. 41, CF):
1. nomeação para cargo de provimento efeitov em virtude de concurso público
2. efetivo exercício por três anos (estágio probatório)
3. avaliação especial e obrigatória de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.

- A exoneração não é penalidade; é simples dispensa do servidor, por não convir à


Administração sua permanência.

- A demissão se constitui em pena administrativa e poderá ser aplicada ao servidor que


cometa infração disciplinar ou crime funcional, regularmente apurado em processo
administrativo ou judicial.

Uma vez adquirida a estabilidade, o servidor somente poderá perder o cargo


(art. 41, § 1º, alterado pela EC 19/98):
a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado
b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da
lei complementar, assegurada ampla defesa.
A despensa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar (art. 169, § 4º, alterado pela EC 19/98), o que abre outra possibilidade de
o servidor estável vir a perder o cargo.
Extinguindo-se o cargo em que se encontrava o servidor estável, ficará ele em
disponibilidade remunerada, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
seu aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 3º).
A reintegração é o retorno do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido,
com o pagamento itegral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve
afastado, uma vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial.

- Aposentadoria: é a garantia de inatividade remunerada para os servidores que já


prestaram longos anos de serviço ou que se tornaram incapacitados para suas funções. A
CF (art. 40, § 1º, I a III), estabelece 3 espécies de aposentadoria:
1. por invalidez permanente: com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei;
2. copulsória: aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição;
3. voluntária: quando requerida pelo servidor, desde que cumprido tempo
mínimo de dez anos de efeitvo exercício no serviço público e cinco anos no cargo
efetivo em que se dará a aposentadoria.
Fica vedada a percepção de mais de uma aposentadoria, ressalvadas as
aposentadorias decorrentes de cargos acumuláveis na forma da CF, que deverão
obedecer ao limite fixado no art. 37, § 11, XI.

- Deveres e respondabilidade dos servidores públicos: estão dispostos nos textos


constitucionais e no Estatuto dos Servidores Públicos. A doutrina anota os seguintes
deveres: de lealdade (para a entidade estatal a que o servidor estiver vinculado); de
obediência (à lei e aos superiores); de conduta ética (honestidade, moralidade, decoro,
zelo, eficiência e eficácia).
No desempenho de suas funções, os servidores podem cometer infrações,
devendo ser responsabilizados no âmbito interno da Administração e perante a Justiça
Comum.
a) Responsabilidade administrativa: resulta da violação de normas internas
da Administração pelo servidor.
b) Responsabilidade civil: é a obrigação que se impõe ao servidor de reparar o
dano causado à Administração por culpa ou dolo no desempenho de suas
funções.
c) Responsabilidade criminal: resulta do cometimento de crimes funcionais,
definidos em lei.

A responsabilização e punição dos servidores públicos faz-se por meios


internos (processo administrativo disciplinar e meios sumários) e externos
(processos judiciais, civis e criminais).

SERVIÇOS PÚBLICOS
É todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob as normas
e controle estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da
coletividade ou simples conveniência do Estado (art. 175, CF).

Classificação dos serviços públicos:


a) quando à essencialidade:
a. Serviços públicos – são os que a Administração presta diretamente à
comunidade, por reconhecer sua essencialidade e necessidade para a
sobrevivência do grupo social e do próprio Estado, como os de polícia e
saúde pública.
b. Serviços de utilidade pública – são os que a Administração,
reconhecendo sua conveniência para os membros da coletividade, presta
diretametne ou permite que sejam prestados por terceiros
(concessionários, permissionários) e sob seu controle, mas por conta e
risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. Exemplos:
transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone.

b) quanto à finalidade:
a. Serviços administrativos: são os que a Administração executa para
atender a suas necessidades internas ou preparar outros serviços que
serão prestados ao público, tais como os da imprensa oficial, das estações
experimentais e outros dessa natureza.
b. Serviços industriais: são os que produzem renda para quem os presta,
mediante a remuneração (tarifa ou serviço público) da utilidade usada ou
consumida. Essa remuneraçãoé sempre fixada pelo Poder Público, quer
quando o serviço é prestado por seus órgãos ou entidades, quer quando
por concessionários, permissionários ou autorizados.

c) Quando aos destinatários:


a. Serviços uti universi ou gerais: são os que a Administração presta para
atender a coletividade no todo, como os de polícia, iluminação pública,
calçamento. São serviços indivisíveis, não mensuráveis e mantidos por
imposto – e não por taxa ou tarifa.
b. Serviços uti singuli ou individuais: são os que têm usuários
determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário,
como ocorre com telefone, água, gás e energia elétrica domiciliares. São
serviços de utilização individual, facultativa e mensurável, devendo ser
remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público).
d) Quanto à natureza:
a. Serviços públicos próprios: sao os que constituem atividade
administrativa tipicamente estatal, executada direta ou indiretamente.
b. Serviços públicos impróprios: são os que, embora satisfaçam
necessidades coletivas, são atividades privadas.
- Competência para prestação de serviço:
a) Competência da União: em matéria de serviços públicos, abrange os que lhe
são privativos (art. 21, CF) e os que são comuns (art. 23), permitindoatuação paralela
dos Estados-membros e Municípios.
b) Competência do Estado-membro: é residual. A única exceção diz respeito à
exploração e distribuição de gás canalizado (art. 25, §2º). Pertecem aos Estados todos os
serviços não reservados à União nem distribuídos ao Município.
c) Competência do Município: restringe-se aos serviços de interesse local. A
CF elegeu determinados serviços de interesse local como dever expresso dos
Municípios, como o transporte coletivo, a educação pré-escolar, o ensino fundamental,
os serviços de atendimento à saúde da população e outros.

- Concessão de serviço público: é o contrato administrativo pelo qual a Administração


Pública delega a outrem a execução de um serviço público, para que o faça em seu
nome, por sua conta e risco, assegurada a remuneração mediante tarifa paga plo usuário
ou outra forma de remuneração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de
remuneração decorrente da exploração de serviço (art. 175, CF). Tem as mesmas
características dos demais contratos administrativos, além dessas exclusívas:
a) só existe concessão de serviço público quando se trata de serviço próprio do
Estado, definido em lei
b) o Poder Público transfere ao particular apenas a execução dos serviços,
continuando a ser o seu titular
c) a concessão deve ser feita sempre por meio de licitação, na modalidade de
concorrência, admitida a inversão de fases
d) o concessionário executa o serviço em seu próprio nome e corre os riscos
normais do empreendimento
e) a tarifa tem a natureza de preço público e é fixada em contrato
f) o usuário tem direito à prestação dos serviços
g) a rescisão unilateral da concessão antes do prazo estabelecido denomina-se
encampação
h) a rescisão unilateral por inadimplemento denomina-se caducidade ou
decadência
i) em qualquer caso de extinção da concessão é cabível a incorporação dos
bens dos concessionários mediante indenização (é o que se chama de
reversão)

A Lei 11.079/07 (PPP) instituiu a concessão administrativa: prestação de


serviços públicos diretamente à administração; e a concessão patrocinada: concessão
de serviços ou obras públicas com contraprestação pecuniária do poder concedente.

- Permissão de serviço público: é um contrato de adesão, precário e revogável


unilateralmente pelo poder concedente (Lei 8.987/05). Depende de licitação e pode
sempre ser alterado ou revogado pela Administração por motivos de interesse público.
Suas características são:
a) é ato unilateral, discricionário, precário, podendo ser gratuito ou oneroso
b) depende sempre de licitação
c) seu objeto é a execução de serviços públicos
d) o serviço é executado pelo permissionário por sua conta e risco
e) o permissionário sujeita-se a fiscalização do Poder Público
f) como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer momento.

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