O Neoliberalismo é diferente de seu clássico antecessor do século
passado. Nascido na Europa pouco depois da segunda guerra mundial. Seu surgimento se faz em contraponto ao Estado intervencionista e de bem estar. Sua essência se faz através da negação convicta de toda e qualquer interferência do estado nos mecanismo do mercado.
Em 1947 pensadores se reuniram e fundaram a Sociedade de Mont
Pélerin que defendia o neoliberalismo com dedicação e organização, realizando reuniões a cada dois anos com um objetivo ferrenho em combater o então keynesiamismo e o chamado solidarismo. Naquela ocasião o Neoliberalismo se fundamentava na crença de que as intervenções do estado feriam a liberdade dos homens e a livre concorrência, fatores indispensáveis para que a conquista da prosperidade.
20 anos depois, com a grande crise de 1973 o liberalismo, outrora
esquecido, ganhou forças. Segundo Hayek os sindicatos atentavam contra o acumulo de capital com suas pressões salariais consideradas “parasitárias” o que gerou uma inflação devastadora. Então, ficou definido que a solução seria o fortalecimento do estado com o rompimento do poder sindical. A estabilidade monetária passaria a se tornar um fator primordial dos governos. Dez anos depois, o ápice do neoliberalismo foi alcançado no governo Thatcher na Inglaterra. Primeiro país avançado com regime neoliberal. Esse governo contraiu a emissão monetária, elevou as taxas de juros e baixou os impostos sobre altos rendimentos. Não acontecia mais controle sobre os fluxos financeiros. Ocorreram também grandes privatizações.
Nos Estados Unidos, o Neoliberalismo se apresentava de uma forma
distinta, na competição bélica com a União Soviética em busca da quebra do regime comunista. Ainda assim o governo Reagan reduziu impostos para os ricos, elevou taxas de juros e abafou greves.
Nos anos 80 o Neoliberalismo alcançava um tipo de hegemonia
mundial, com exceção de países como a Suécia e a Áustria. Fora do continente Europeu o Japão também se mantivera imune. Nos demais países, as idéias de Mont Pélerin foram plenamente vencedoras.
É possível determinar que o Neoliberalismo foi triunfante em sua
meta prioritária que foi acabar com a grande inflação dos anos 70 o que gerou a recuperação dos lucros além de recuperação de emprego e salários. Ainda assim, o Neoliberalismo não recuperou o capitalismo avançado e as taxas altas de crescimento que existiam antes da crise. Estudos apontam que o neoliberalismo levou a um tipo de situação mais especulativa do que produtiva.
Com a recessão de 1991 as políticas neoliberais ganharam força e as
privatizações continuaram a acontecer em países resistentes a elas como Alemanha, Áustria e Itália. Uma explicação plausível para o novo fôlego do Neoliberalismo diante da grande crise foi à derrota do comunismo na Europa oriental e na União Soviética.
Na América Latina demorou a sentir os reflexos do triunfo Neoliberal
europeu. No Chile ocorreu a primeira experiência neoliberal sistemática com a política ditatorial de Pinochet com redistribuição de renda a favor dos ricos; Privatizações entre outras características, que curiosamente tiveram início dez anos antes do governo Tacher na Inglaterra. A democracia não era um valor central do neoliberalismo chileno.
Atualmente, a pergunta ainda sem respostas é se o neoliberalismo
encontrará resistência de implementação duradoura na América Latina mais que na Europa Ocidental ou antiga União Soviética. Sabe-se, porém que os países com mais desenvolvimento dos últimos 20 anos são os menos neoliberais. Japão, Coréia, Formosa, Cingapura, Malásia. Não se sabe se ficarão de fora, mas esse movimento pode ser classificado como uma ideologia de tendências mundiais
Em resumidas linhas é possível determinar que o Neoliberalismo foi
um fracasso em seus objetivos econômicos. As revitalizações do capitalismo que sempre ansiou, jamais foram conquistadas.