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Faltaram trovoadas.
Esperava pouco de THOR, o filme, mas esperava mais do que vi. Esperava pouco porque sempre
achei um dos personagens mais difíceis da Marvel. Difícil de aceitar, difícil de escrever para ele,
difícil de encaixar no universo Marvel e principalmente nos Vingadores.
Um Deus está entre os humanos combatendo crimes? Mesmo que seja o combate ao narcotráfico
internacional ou o Terrorismo não fica parecendo usar espingarda de matar elefante para eliminar
pombos. O que um Deus faz convivendo entre humanos como Tony Stark (Homem de Ferro) o
Steve Rogers (Capitão América)? Mesmo assim, li coisas interessantes com o personagem nas
velhas revistas da Marvel Comics. Momentos da década de 80 e 90.
Chris Hemsworth é Thor. Não resta dúvida. E se esforçou ao máximo para isso. É claro que
aproveitou a deixa para pegar umas mulheres. E mereceu. Realmente, graças a ele, o sucesso do
filme está garantido junto ao público feminino.
Os cenários, outro item de severa desconfiança inicial minha, foram executados com primor. Os
trajes recriados com muita fidelidade ao universo de Thor desta década, acompanhando a
sobriedade exigida atualmente desses novos Super-heróis de quem já não se admite mais aquela
“coisa” de usar roupa de banho colorida e berrante por cima de meias-calças colantes.
Então tropeçou feio. Roteiro, Interpretações e Direção de elenco. Esta é a santíssima trindade que
diferencia dois filmes feitos com seriedade e competência. Para Produção e Produção Executiva,
nota 10! Para Roteiro e Direção, nota ZERO!
O roteiro parece mesmo ter sido um desafio porque escalaram, de acordo com o informado na
ficha técnica, nada menos do que 8 (oito) caras para repartir a culpa pelo fracasso. Tem Ashley
Miller, Don Payne, J.Michael Strackzinsky, Jacob Kurtzberg, Larry Lieber, Mark Protosevich e até o
gênio criador Stan Lee. Mas não deu.
O roteiro carece de densidade, de fazer sentir o drama de cada personagem, de expor suas
personalidades, de nos fazer gostar deles. Thor Hemsworth é lindo; Jane é a excelente Natalie
Portman que dispensa elogios, junto com Anthony Hopkins (Odin). Belo Odin! Mas é só e apenas
isso. A transformação de personalidade de Thor que passa de um garoto mimado e temperamental
em um Homem honrado e equilibrado e justifica o enredo do filme, não teve motivação suficiente
para acontecer. Melhor teria sido que suas atitudes imaturas e impensadas provocassem a morte
de Jane para que então e só então Thor se penitenciasse e redimisse. Transformando-se assim
em um Deus mais equilibrado.
E finalmente a assinatura mortal que detonou o filme: A Direção de Keneth Branagh. O diretor que
se auto-intitula o melhor intérprete e diretor Shakesperiano, manteve seu estilo de interpretações
frias e de reações exageradas e irreais. Com isso Mr.Hemsworth que é um iniciante ficou
indefinido. Não era humano e muito menos Deus. Mesmo Hopkins e Portman que conseguem
normalmente manter a peteca sempre no ar, ficaram na dúvida do que exatamente estavam
fazendo ali no filme. Natalie não conseguiu ser a namorada que todo Deus gostaria de ter e
Anthony não conseguiu passar de um pai ausente e equivocado na criação que deu para seus dois
filhos. E o roteiro deixou Loki completamente confuso. No início do filme, só faltei aplaudir suas
atitudes. Mas ele era o vilão? E de repente, era! Quando foi que ele mudou? E, o mais difícil, por
que mudou? Foi apenas porque descobriu que era filho adotivo? É. Pode ser. Mas será?
Enfim o filme deixa uma sensação de vazio na expectativa dos fãs e de vitória nos fãs dos outros
Super-heróis. Dessa vez Thor não venceu Hulk, empatou (de novo!) e perdeu feio para o Homem
de Ferro.
Agora só resta esperar que o Primeiro Vingador resgate a Marvel e Avante, Vingadores!