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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho não visa fins escatológicos ou puramente teológicos, mas é um


estudo comparado de ciência, religião e filosofia, baseado no último livro canônico: o apocalipse.

A escolha por essa obra deve-se ao fato de ser um dos poucos livros a escaparem da ação
mutiladora do clero romano e que por isso mesmo manteve quase intacto seu conteúdo, embora as
chaves para sua interpretação não se encontrem nele.

Longe de querer interpretá-lo, limitei-me a esquadrinhar seu simbolismo marcantemente


metafórico com o auxílio de diversas fontes, as quais cito na bibliografia. desde já, rechaço o
qualificativo de pouco ortodoxo que se poderia atribuir as minhas fontes lembrando que o
verdadeiro filósofo perde inteiramente de vista as personalidades, crenças dogmáticas ou religiões
particulares, mas antes, as concilia.

“sê amável no ouvir,


bondoso no julgar.”

SHAKESPEARE
INTRODUÇÃO

Alguns esclarecimentos fazem-se necessários nesta introdução. Citei a ação mutiladora que
a Bíblia sofreu em seu breve tempo de vida por parte não só dos Padres romanos, mas sofreram
processos de alterações e remodelações, foram perdidas e reescritas uma dúzia de vezes antes do
tempo de Ezra. A coordenação do livro sagrado não é senão aparente e a mão humana se denuncia
em todas as passagens do livro. Assim é que no Gênesis discutem os reis de Edom antes de haver
reis em Israel; Moisés relata sua própria morte; Aarão morre duas vezes e é sepultado em dois
lugares diferentes - Sem falar de outras incongruências menores. São nusgas para o cabalista, pois
ele sabe que nenhum desses acontecimentos é histórico, mas a capa que oculta várias
particularidades fisiológicas. O cristão sincero, porém, que aceita de boa fé todas essas “passagens
obscuras”, atribui-lhes suma importância. Os maçons podem ver em Salomão um mito, uma vez
que todos os seu segredos são cabalísticos e alegóricos - ao menos para os poucos que os
compreendem. Mas para o cristão representa uma grande perda o negar a história a existência de
Salomão, filho de David e ascendente direto de Jesus. E não se justifica que os cabalistas queiram
atribuir grande antiguidade aos pergaminhos bíblicos em poder dos eruditos; pois a verdade é que
tanto os judeus como os cristãos afirmam que :

(1)
“Tendo-se perdido as escrituras durante o cativeiro com nabucodonosor , o levita e
sacerdote Esdras, no tempo de Artaxerxes, rei da pérsia, recebendo inspiração como profeta, pôde
reconstituir integralmente os textos antigos.”

Só uma inabalável confiança em Esdras pode aceitar como legitimas as cópias atuais dos
livros mosaicos, porque :

“ Admitindo que as cópias, ou melhor, os fonogramas feitos por Helcias, Esdras e vários
editores anônimos fossem efetivamente genuínos e verdadeiros, devem ter sido destruídos
inteiramente por Antíoco; e as atuais versões do Antigo Testamento terão sido elaboradas por Judas
ou por compiladores desconhecidos, que provavelmente se valeram da versão grega dos Setenta,
muito tempo depois do aparecimento e da morte de Jesus.”
Assim, a fidelidade do atual texto hebreu da Bíblia depende da milagrosa versão dos
Setenta, pois, tendo-se perdido depois as cópias originais, houve a retradução desse idioma para o
hebraico. Mas, para sair deste círculo vicioso de provas, temos ainda que nos apoiar no testemunho
de Josefo e Filon o Judeu, os dois únicos historiadores que afirmam ter sido a versão dos Setenta
escrita nas circunstâncias mencionadas. Deve-se dizer no entanto, que justamente essas
circunstâncias não são muito apropriadas para inspirar confiança. Que diz Josefo? Diz que
Ptolomeu Filadelfo, desejoso de ler em grego a Lei Hebraica, escreveu ao sumo -sacerdote dos
judeus, Eleazar, solicitando que lhe enviasse seis homens de cada uma das doze tribos para que a
traduzissem. Depois vem a história realmente miraculosa, atestada por Aristeu, segundo a qual os
setenta e dois tradutores, confinados em uma ilha, levaram a cabo sua tarefa em precisamente
setenta e dois dias, etc.
Não haveria muita razão para pôr em dúvida a história, se nela não interviessem as “dez tribos
desaparecidas”.
Como é que, havendo desaparecido entre os anos 700 e 900 antes de Cristo, poderiam essas tribos,
alguns séculos mais tarde, enviar cada uma, seis homens para satisfazer os desejos de Ptolomeu; e
depois sumir novamente do horizonte histórico? E pretende-se que documentos tais como a versão
dos Setenta sejam aceitos como a expressão direta de uma revelação divina; documentos escritos
originariamente em uma língua de que nada se sabe, e em datas inverossímeis por autores que tudo
indica não passarem de mitos; documentos cujas cópias autênticas desapareceram sem deixar o
menor fragmento. Apesar disso, há quem continue a falar do antigo hebraico como se houvesse
alguém no mundo que dele conhecesse uma só palavra.
Porque o hebraico era tão pouco conhecido que foi preciso escrever em uma língua pagã (o grego) a
versão dos Setenta, assim como o Novo Testamento. E para isso não se apresenta razão mais
convincente que a de Hutchinson: que o Espírito Santo quis ditar o Novo Testamento em grego.

A cisão da igreja Latina e da Igreja Grega ocorreu numa época em que a primeira, na luta
pela supremacia política, buscava obter a todo o custo a adesão das classes influentes e cultas do
paganismo, que se mostrava dispostos a aceitar o aspecto externo do novo culto, contanto que lhes
fosse conservado o poder. É incontestável que os mais ilustres gnósticos e seus líderes - homens
como Saturnilo, asceta intransigente, Marcion, Valentino, Basilídes, Menandro e Cerinto- não
foram anatematizados por serem herejes ou porque seus ensinamentos e práticas fossem
realmente"ob turpitudinem et horribilium" (abominações monstruosas e repugnantes ) mas
simplesmente porque eles conheciam fatos e verdades demais.
Origem da Bíblia: Não se pode negar que os judeus, que devem suas primeiras idéias da
criação á Moisés( o qual, por sua vez, as houve dos egípcios )compuseram o seu Gênesis e suas
primitivas tradições cosmogônicas, quando foram recopiados por Ezra e outros, utilizando-se dos
relatos caldeus-acadianos.
A nossa terra foi criada ou formada por Espíritos terrestres, sendo os "Regentes" tão só os
supervisores. Eis o primeiro germe do que veio a ser depois a árvore da Astrolatria.
Os supervisores eram os Cosmocratores, os construtores do sistema solar. (do grego:
Kósmokrator).
Isso está evidenciado em todos as cosmogonias antigas, como a de Hermes, dos Caldeus,
Ários, Egpcios e até dos Judeus. Os signos dos zodíacos, os Animais Sagrados ou o "Cinturão do
Céu", são ao mesmo tempo, os filhos dos deuses ou dos Elohim.
Nas antigas cosmogonias o mundo visível e o invisível são os dois elos de uma mesma
cadeia. Assim como o invisível Logos constitui com suas sete hierarquias cada uma das quais
representada por seu anjo principal ou Reitor - poder interno e oculto. Assim também no mundo das
formas o Sol e os sete planetas principais formam a potência ativa e visível, sendo a última
"hierarquia" por assim dizer.

É a BÌBLIA um grande livro. Uma obra-prima, composta de sugestivas e engenhosas


fábulas que encerram importantíssimas verdades, ainda que perceptíveis somente a quem possui a
chave do significado oculto. É realmente uma série de contos sublimes, por seu alcance moral , e
seus ensinamentos. Mas, que não deixam de ser contos e alegorias; um repertório de personagens
imaginados, em suas mais antigas leis judaicas, e um conjunto de parábolas e sentenças
enigmáticas , em suas posteriores adições, e portanto, capaz de extraviar os que não conhecem o
seu esoterismo
Por outra parte, o que há no Pentateuco, quando lido esotericamente, é puro sabeísmo ou
astrolatria. Convertendo-se porém, em ciência arcaica e astronomia numa escala maravilhosa e
surpreendente quando esotericamente interpretado..
Uma das chaves desse conhecimento consiste em um sistema puramente numérico e
geométrico, pois o alfabeto de cada uma das grandes nações ( antigas ) tem um valor numérico para
cada letra e ainda um processo de permutação de sílabas e de sinônimos que chegou a perfeição
nos métodos ocultos indianos, mas que o hebraico decerto não possui. Os judeus empregaram o
sistema aritmétrico-geométrico com o objetivo de ocultar suas crenças esotéricas sob a máscara de
uma religião monoteísta popular e nacional. Os últimos que conheceram com perfeição o sistema
foram os saduceus eruditos e “ateus,” os maiores adversários das pretensões dos Fariseus e das
confusas noções que estes trouxeram da babilônia.
Tinham os saduceus seu próprio e secreto livro da lei que as massas desconheciam.
Quando se deu a separação , os Samaritanos só admitiam o livro da lei de Moisés e o livro de
Josué. E o seu Pentateuco é diferente da versão dos Setenta, e muito mais antigo. Em 168 A.C. foi
saqueado o templo de Jerusalém , e desapareceram seus livros sagrados. ( isto é , a bíblia
recapitulada por Esdras e complementada por Judas Macabeu. ) o sistema da Massorá concluiu
a obra de destruição ( inclusive da bíblia novamente compilada por Esdras ) que se iniciara com
a transformação em quadrados das letras corniformes. Os Saduceus não levaram a sério portanto, o
último Pentateuco aceito pelos Fariseus e o repudiaram. São eles acoimados de ateus; mas parece
impossível que o fossem; pois embora pregassem a liberdade de pensamentos, de suas fileiras
saíram os mais eminentes dos sumos sacerdotes judeus. Consentiriam os Fariseus e as demais seitas
religiosas que ateus notórios fossem escolhidos para tão elevados cargos?
Diante do exposto acima, torna-se paradoxal afirmar possível uma interpretação cabalística
da bíblia.
Como reclamar prioridade para o esoterismo hebreu e pretender que ele seja mais antigo
que todos os demais sistemas esotéricos ( inclusive os egípcios e os arianos ) se o inverso já está
mais que provado?
As escritura hebréias são um caudal de compilações baseadas em suas irmãs: egípcia,
caldéia , assíria, babilônica.
Como exemplo dos menores podemos citar o fato de que as dimensões da grande Pirâmide
correspondem as do templo de Salomão e da Arca da Aliança ;
É claro que a Cabala tal qual é atualmente conhecida, se reveste da maior importância no
que concerne a explicação das alegorias e “frases obscuras” da bíblia, mas como tratado esotérico
quase não tem valor, em virtude das desfigurações que apresenta, e ainda porque as nações
ocidentais não possuem nem a cabala , nem a bíblia originais. E é somente nas explicações de
determinadas alegorias de sentido universal que seria recomendável utilizá-la.

Deve-se reconhecer que as opiniões dos cabalistas em suas sintéticas conclusões quanto à
natureza dos mistérios ensinados no Zohar, são contraditórios e desencontrados quanto as da
própria ciência em relação aos problemas do universo. Os ocultistas continentais vêem na Cabala
judaica a fonte única e universal da sabedoria ; encontram nela o segredo de quase todos os
mistérios metafísicos e divinos da natureza, inclusive os da Bíblia Cristã;
Para eles o Zohar é um tesouro esotérico de todos os mistérios do evangelho cristão, e o
Sepher Yetzreh é a luz que dissipa toda a obscuridade, a chave de todos os enigmas da natureza.
A situação hoje é a seguinte: como os antigos alquimistas não deixaram a chave de seus
escritos, passaram estes a ser um mistério dentro de outro mistério mais velho. Lê-se e interpreta-se
a Cabala unicamente á luz que sobre ela os místicos da idade média projetaram. E, como estes, em
razão da sua Cristologia forçada, encobriram todos os seus ensinamentos com a máscara dogmática
e teológica . sucede que cada místico entre os nossos modernos cabalistas europeus e americanos
interpreta á sua maneira os antigos símbolos.
Á verdade é que os ensinamentos do livro do esplendor são tão antigos quanto o próprio
povo judeu, e talvez mais ainda, mas nos escritos com o título de Zohar que se atribui ao rabino
Simeão Ben Jochai são tão originais quanto as tábuas sincrônicas egípcias depois de passarem
pelas mãos de Eusébio, ou quanto as epístolas de São Paulo depois de sua revisão e correção pela
“Santa Igreja”.
Como prova não é preciso mais que um simples exemplo: em 1486 , aos 24 anos de idade,
Pico De Mirandola, ao ver que a Cabala tinha mais de cristianismo que de judaísmo, pois expunha
os dogmas de trindade, encarnação, e divindade de Jesus , etc.
Reuniu todas as provas e lançou de Roma um desafio ao mundo nesse sentido. Publicou
900 teses cabalísticas, que foram afixadas em Roma e se dispôs a defendê-las na presença de todos
os eruditos Europeus que quisessem atender ao seu convite para virem à cidade eterna , correndo
por conta dele as despesas de viagem.

O LIVRO DE ENOCH

Foi neste livro que os mais antigos escritores cristãos colheram as primeiras noções sobre os
Anjos Caídos, e, mais ainda, comprovou-se uma estreita semelhança entre o Livro de Enoch e as
escrituras hoje reconhecidamente canônicas, incluindo aí o Apocalipse. Declarou-se o livro ser um
apócrifo. Mas que é um apócrifo? A própria etimologia da palavra diz que é simplesmente um
“livro secreto”, isto é, que pertencia aos catálogos das bibliotecas dos Templos, sob a guarda dos
Hierofantes e a que não tinham acesso os profanos. Apocryphon vem do verbo crypto, “ocultar”.
Durante séculos o Enoichion , o livro dos videntes, foi conservado na “cidade das letras” e
obras secretas, a antiga Kirjath-Sepher mais tarde Debir 1 .
Os que no corão2 recebem genericamente o nome de Edris, ou “Sábios”, entre os judeus
converteu-se em “Enoch”, que segundo Bar-Hebraeus, foi o primeiro inventor da escritura, dos
livros, das artes e das Ciências, e o primeiro que coordenou em um sistema os movimentos dos
planetas. Na Grécia foi chamado Orfeu, no Egito Thoth, mudando assim de nome em cada país.
Estando o número sete relacionado com cada um desses Iniciadores primitivos, assim como
o número 365 dos dias do ano astronômico, identificava ele a missão, o caráter e a função sagrada
de todos esses homens. Enoch é o sétimo Patriarca ; Orfeu é o possuidor do Phorminx, a lira de sete
cordas; Thoth com o Disco solar de sete raios sobre a cabeça, viaja no Barco Solar (os 365º ) ,
desembarcando por um dia ( ano Bissexto ) em cada quatro anos. Esotérica e espiritualmente
Enoichion quer dizer “o vidente de olho aberto”. A Igreja latina não se mostra sempre lógica nem
prudente. Declara apócrifo o livro de Enoch, e vai ao ponto de pretender pela palavra do Cardeal
Cajetan e de outros luminares da Igreja que se deve expurgar do Cânon até mesmo o livro de Judas,
o qual como apóstolo inspirado cita e portanto sanciona o livro de Enoch.
Por sorte, alguns dogmatistas perceberam o perigo em tempo. Se houvessem aceito a
proposição de Cajetan, teriam igualmente de repudiar o Quarto Evangelho pois São João toma
literalmente de Enoch uma frase inteira pondo-a na boca de Jesus na parábola da ovelha salva pelo
bom pastor dos guardas mercenários e dos lobos ferozes. No livro de Enoch o autor descreve os
pastores matando e destruindo o rebanho antes da vinda do seu Senhor, e revela assim o verdadeiro
significado desta passagem até então misteriosa da parábola de João : “Todos os que vieram antes
de mim são ladrões e malfeitores” - frase em que vemos agora uma clara referência aos pastores
alegóricos de Enoch. O Livro de Enoch é a origem e o fundamento do cristianismo. Enquanto
atribuem grande importância ao Mercavah, as sinagogas repudiam o Livro de Enoch, seja porque
não foi desde o princípio incluído no Cânon hebreu, ou seja por quê como pensava Tertuliano: Os
judeus o renegaram juntamente com todas as demais escrituras que se referem à Cristo."
O Sinédrio não podia ocupar-se dele porque não era obra de cunho cabalístico, e os
teólogos tanto católicos como protestantes classificaram-no entre os escritos apócrifos. Entretanto o
Novo Testamento, particularmente nos Atos e Epístolas transborda de idéias e doutrinas(aceitas
hoje como dogmas pela Igreja Romana e outros) e até mesmo frases inteiras tomadas de Enoch ou
do autor que sob este nome o escreveu em língua aramaica ou sírio caldaica, segundo afirma o
Arcebispo Lawrence, tradutor do texto etíope.

Numa palavra o livro de Enoch é um largo sumário profético, retrospectivo e introspectivo


de acontecimentos universais e inteiramente históricos, geológicos, etimológicos, astronômicos e
psíquicos. Contem pouquíssimas profecias relacionadas com a presente época do mundo; aliás, o
Apocalipse de João não representa um manual do “final dos tempos passo a passo”. O livro desse
misterioso personagem (Enoch) é frequentemente citado em Pistis Sophia assim como no Zohar e
em seus mais antigos Midrashim. Orígenes e Clemente de Alexandria o tinham na mais alta conta.
Talvez Santo Agostinho tivesse toda razão ao dizer que a Igreja refugara do Cânon o livro de Enoch
em virtude de sua grande antiguidade3. Não havia lugar dentro dos limites de 4.004 anos antes de
Cristo, atribuídos ao mundo desde a sua “criação”, para os acontecimentos que ali se descrevem!

Os deuses e heróis dos antigos panteões (inclusive os da Bíblia) possuem, por assim dizer
três biografias nas tradições ou narrativas de suas vidas e feitos ____biografias que são paralelos
entre si, refletindo cada qual um dos aspectos do herói: histórico, astronômico e mítico.
Este último aspecto serve de vínculo entre os outros dois, e se destinam também a suavizar
asperezas e discrepâncias da narrativa, e a associar em um ou vários símbolos as verdades contidas
nos dois primeiros. Os lugares guardam correspondência com acontecimentos astronômicos e
mesmo psíquicos. Assim, ficou a história cativa do antigo mistério, para tornar-se depois a grande
Esfinge do século XX.
Sucede porém, que não é ela que devora os importunos perguntadores que pretendem a todo
custo decifrá-la; mais em vez disso é o moderno Édipo que a profana e mutila, forçando-a depois a
afogar no mar das especulações. Toda a essência da verdade não pode ser transmitida da boca ao
ouvido. Nem tão pouco pode apenas descrevê-la , nem mesmo a do Anjo Registrador; o homem
tem que descobrir a resposta no santuário do próprio coração, nos recônditos de sua intuição divina .
É o SÈTIMO grande MISTÈRIO da criação, primeiro e último; e os que leiam o Apocalipse de
SÃO JOÃO podem encontrar a sua sombra oculta sob o sétimo selo. Não se pode representá-lo
senão em sua forma objetiva aparente, como o eterno enigma da Esfinge. Se a Esfinge se jogou no
mar e pereceu não foi porque Édipo houvesse descoberto o segredo das idades, e sim porque ,
antropomorfizando o eternamente espiritual e o subjetivo, havia desonrado para sempre a grande
verdade.

1)VEJA-SE JOSUÉ, XV, 15.

2)SURÂT XIX

3)THE CITY OF GOD, XV


TIAMAT- A MULHER E O DRAGÃO

Na filosofia da Cabala de Ibn Gebirol traduzida por Isaac Myer, o autor explica que o
Sephira femenino, Binah, é chamado o Grande Mar pelos cabalistas.
É o Tiamat caldeu, o poder feminino, o Thalath, de Berose, que preside ao caos. Esta
tradição vem, sem dúvida das lendas Babilônicas e encontra eco em outras Teogonias, como a
grega, na lenda do nascimento de Apolo.
Apolo nasce em uma ilha sideral chamada Astéria, a ilha da “Estrela de ouro”, a “Terra que
flutua nos ares”; ele é cognominado o Puro, Agnis Dei, e no mito primitivo está isento de todo
amor sensual, associando-se ao Agni Indiano, Indra.
Ao vir ao mundo, reclama o arco para matar Piton, o Dragão que atacara sua mãe antes do
nascimento, e que lhe cumpre destruir, por missão divina.
Vê-se repetida esta tradição no cap. XII do Apocalipse de São João. A mulher com o
menino, do Apocalipse cap. XII, vers. 1 e 2 , era Aima, a grande Mãe ou Binah, terceira Sephira, e
o “Dragão”, que tenta devorar o menino que ela vai Ter (o universo)é o Dragão da Sabedoria
absoluta: Aquela que reconhecendo a não-separatividade do universo e de tudo que nele se contém
do todo absoluto, não vê Ali mas que a Grande Ilusão, Mâhâmaya, e portanto a causa da miséria e
do sofrimento.
O dogma da primeira queda tem por fundamento alguns versículos do Apocalipse , que
agora, em pesquisas de eruditos, verificou-se ser uma reprodução do livro de Enoh. A coluna-
sustentáculo da Tradição Eclesiástica- Os Anjos Caídos, a eterna luta entre o bem e o mal,
originaram-se de alguns versículos propositadamente mal interpretados do livro de São João!
Os versículos que se referem ao Dragão de sete cabeças, com seus dez cornos e sete coroas,
cuja cauda “...levava após si um terço das estrelas do céu e as precipitou sobre a terra”, e cujo
lugar, assim como de seus anjos “não mais se achava no céu”; pouco a pouco adquiriu importância
de dogma e de tradição inspirada.
Retire-se ao cristianismo o seu principal ponto de apoio, os Anjos Caídos, e o Jardim do
Éden se desvanecerá nos ares, com o seu Adão e Eva ; E o Cristo, em seu caráter exclusivista de
único Deus e Salvador e vítima expiatória dos pecados do homem-animal, se converterá em um
mito inútil e sem sentido.
Para uma melhor compreensão das alegorias apocalípticas, São João nos remete ao cap. III,
vers. 1° ao 7°. Tem este cap. vários significados, e nele já se descobriu muita coisa acerca das
chaves astronômicas e númericas daquele mito universal.
Existe mais de uma interpretação, porque há sete chaves para o mistério da “Queda”.
Demais, há duas “Quedas” na Teologia: A da rebelião dos Arcanjos e a queda de Adão e Eva
(aliás, bem organizada a Bíblia Canônica, principia pela segunda queda e finaliza com a primeira).
Assim, tanto as Hierarquias superiores como as inferiores são acusadas de um suposto
crime (Macrocosmos e Microcosmos; em cima como embaixo). A palavra “suposto” é o termo
verdadeiro e correto, porquanto em ambos os casos a acusação está baseada em um conceito
errôneo. ambas as quedas se incluem na lei da Evolução: Intelectual e Espiritual de um lado, física
e psíquica , de outro. A “Queda” é uma alegoria universal. Representa, em um extremo da escala da
evolução, a “Rebelião” isto é, a ação da inteligência que se diferencia, ou a consciência em seus
diversos planos, buscando a união com a matéria, e no outro, o extremo inferior, a rebelião da
matéria contra o Espírito, ou da ação contra a inércia espiritual. É aí que se encontra o germe de
um erro que produziu tão desastrosas conseqüências na mentalidade das sociedades civilizadas
durante 1.800 anos. Na alegoria original, era a matéria que triunfava sobre o Espírito.
OS KUMÂRAS

Kumâras no oriente, Dhyân-Choâns no ocidente o mito dos “ascetas virgens” é de cunho


universal. Foram as primeiras emanações do Incognoscível, os “criados por si mesmos” e os
“existentes por si mesmos”. Algumas Teogonias os citam em número de sete e outras em números
de doze ( os doze Jayas Hindu ) . O Vishnu Purâna declara que as sete ordens de Pitris foram,
originalmente os primeiros deuses, os Vairâjas, que Brahmâ contemplava com o olho do Ioga, nas
esferas eternas, são os deuses dos deuses pois os deuses os adoravam. “... não tinham desejos nem
paixões; estavam inspirados por sabedoria santa, afastados do universo, e não desejavam progênie.

São os Anjos Solares , as serpentes de fogo, e seu nome esotérico é literalmente “Senhores
Nath da Devoção perseverante e sem fim.”

Os Elohim ( anjos mais inferiores ) foram os responsáveis pela criação, mas a criação do
homem era a missão especial dessa “classe” de anjos sublimes, mas eles se recusaram a criar, e por
isso foram condenados a “cair” na geração e renascer sucessivamente em cada Manvantara como
mortais, dando inicio ao culto dos Soters (salvadores solares) também conhecidos como Avataras.
Recusaram a criação porque neste mundo inferior nada pode ser espiritualmente perfeito,
puro, como eles eram, e o homem, se houvesse sido criado perfeito, não evoluiria por seus próprios
meios, jamais saberia o que é a auto-realização. Na Grécia, este é o mito de Prometeu, pois, em sua
queda através das esferas os Kumâras assimilaram toda a sabedoria nelas existente, ensinando
posteriormente ao homem a Gnosis,(conhecimento superior), ou seja, entregou o “fogo”.
De posse da Gnose pode o homem elevar-se às esferas superiores e ser imortal, pois o
Homem-Deus está acima dos anjos.
Esta foi a “queda” dos anjos descrita nas alegorias universais inclusive no Apocalipse.
Eles estão simbolizados igualmente na serpente do Éden pois disseram “...se comerdes do
fruto daquela árvore sereis como um de nós, conhecendo o bem e o mal”.
Já quem pronunciou “...eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e
do mal...cuidemos para que não estenda a mão e tome do fruto da árvore da vida e coma e viva
eternamente”. Foi Ildabaoth chefe dos sete Elohim , cosmocratores do sistema de coisas.
“Ildabaoth estava longe de ser um espirito puro ; nele imperavam a ambição e o orgulho. Resolvera romper
todas as relações com sua mãe Achamoth e criar um mundo inteiramente seu. Com ajuda de seus seis espíritos próprios,
criou o homem destinando-o a ser a imagem do seu poder. Mas falhou por completo nessa obra; o seu Homem não passou
de um grande monstro sem alma, que se arrastava sobre a terra. Os Seis Espíritos viram-se obrigados a voltar com a obra à
presença do pai , a fim de que a animasse; o que ele fez, comunicando-lhe o raio de Luz divina que herdara de Achamoth,
a qual, ante essa perda, o castigou por seu orgulho e presunção.
O Homem, que Achamoth assim beneficiara à custa de seu próprio filho, seguiu o impulso da Luz Divina que
ela havia transferido, reuniu uma quantidade maior da criação em que ele estava integrado , e começou a representar, não
a imagem do seu criador Ildabaoth, mas antes a do Ser Supremo, do “Homem Primordial”. Em face desse espetáculo, o
Demiurgo tomou-se de inveja e de ira, vendo que criara um ente superior a ele próprio. Seus olhos, tintos de paixão,
refletiram-se no abismo como em um espelho; a imagem animou-se de vida; e, súbito, surgiu ´satã em forma de Serpente`
, Ophiomorphos, a encarnação da inveja e da astúcia”.

Esta é a origem do mito chamado satã, o adversário do homem segundo o Zohar e os


evangelhos gnósticos. Desde então a humanidade dividiu-se em “mão direita” e “mão esquerda”, e a
bíblia do começo ao fim é um registro deste antagonismo histórico. Haja vista que, nas escrituras
agora já bastante confusas podiam-se encontrar duas escolas: os eloístas e os jeovistas,
respectivamente videntes e profetas. Mas isto representa um sério estudo que dispõe de pouco
espaço neste trabalho. Segundo algumas versões exotéricas, Ildabaoth era o deus dos judeus
descrito no Antigo Testamento, e com o Advento de Cristo, ele incitou seu povo contra ele sem
sucesso.

Segundo uma outra versão exotérica atribuída à Basílides no princípio existia o Pai
ingênito , do qual por um processo de emanação nasceu Nous , deste o Logos , e deste Phrónesis.
De Phrónesis procederam um par de Aeons Sophía y dynamis. ( Etimologia: Aion- uma idade,
vida, eternidade... um periodo de tempo extremamente longo e indefinido; milhões de anos luz...
Em geologia, um período de tempo maior que uma Era, como o Eon Fanerozóico, ou um bilhão de
anos. Na Gnosis são Emanações de Ser a partir do desconhecido e último princípio metafísico ou
Pleroma. Utiliza-se como “categorias e / ou lugares onde os espíritos habitam”. Ou entidade
espiritual maior criada pelo Sem Nome e Sem Princípio).
Destas por sua vez procederam as virtudes os principados e os anjos, que fabricaram o
primeiro circulo. Deles se derivaram outros anjos que fizeram um segundo círculo à semelhança do
primeiro e assim sucessivamente até completar o número de 365, que corresponde a outros tantos
dias do ano, número representado pela palavra mágica Abraxas,cujas letras somadas dão por
resultado 365 (= 1+2+100+1+200+1+60). Os Anjos pertencentes ao último círculo formaram o
mundo terrestre. Seu chefe era o Deus dos Judeus. E foi o que falou a Moisés: “Eu sou o Deus de
Abraão de Isaac e de Jacó, Eu sou DEUS e fora de mim não há outro”. Por esta presunção
reprovou-o sua mãe Sophia Achamoth: “Não digas isto meu filho, acima de ti está Anthrophos,
filho de Anthrophos” (daí surgiu posteriormente a expressão Filho do Homem). Para restabelecer
a Verdade, o Pai Ingênito enviou à Terra seu filho, o Logos, para que fosse reconhecido o
verdadeiro Deus, o que está acima do Deus do Antigo Testamento, e o verbo encarnou na pessoa de
Jesus. O Deus dos antigos Profetas incitou seu povo contra ele sem sucesso. Á partir da paixão, a
remissão do pecado do Deus Judeu foi estendida a todos os povos.

O PLEROMA

O Pleroma , o mundo supra celeste está integrado por um conjunto de trinta Eons
distribuídos em 3 zonas escalonadas : a Ogdóada, a Década, e a Dodécada. As quais procedem
umas das outras das seguintes maneiras:

1°- A Ogdóada ( mundo supra-intelíngível) = deste toda a eternidade existiam 2 princípios de todas
as coisas, o Abismo e o Silêncio. O Abismo era o Eon perfeito, a Mônada inengendrada,
incorruptível, inconpreensível, ilimitada e inexpressável . Era o Deus desconhecido absolutamente
transcendente e separado de todas as coisas. Junto com o abismo existia o silêncio. O Abismo vivia
em uma completa inatividade, mas sendo amor desejava comunicar-se . Se uniu com o Silêncio e
desta união procederam 3 pares de Eons que são:

A)Nous y Aletheia (entendimento e verdade )


B)Logos y Zoé ( razão e vida )
C)Anthropos y Ecclesia ( homem e igreja )

O conjunto desses Eons somados ao abismo e ao silêncio constituem a Ogdóada .

2º- A Década ( Mundo intelingível ). O par Logos -Zoé deu origem a uma década de Eons que são:
A ) Bythius-Mixis
B ) Ageratos-Henosis
C ) Autophyes-Hedoné
D ) Acinetos-Syncrasis
E ) Monogenes-Macaria

3ª A Dodécada. Por sua vez do par Anthropos-Ecclesia procederam uma Dodécada de Eons que
foram:
A ) Paracletus-Pistis
B ) Patrikos-Elpis
C ) Metrikos-Agape
D ) Aeinous-Synesis
E ) Ecclesiasticós-Makariotes
F ) Theletos-Sophía ( Vontade e Sabedoria )

Este conjunto de 30 Eons divinos constituem o Pleroma, e está simbolizado nos 30 anos de
vida oculta de Cristo.
O PECADO DE SOPHÍA= trigésimo Eon do Pleroma, Sophía impulsionada pela
curiosidade, quis conhecer o segredo do Abismo, coisa que somente o Nous pode fazer. Sophía
então caiu, e não se precipitou no vazio porque o limite que rodeia o Pleroma (Horus) a susteve
pronunciando IAO.
Para evitar que tal façanha se repetisse o Nous juntamente com Theletos engendraram um
par de Eons, Cristo e o Espírito Santo, cuja missão consiste em ensinar aos demais Eons do
Pleroma a respeitar a transcendência do Abismo.
Mas Sophía, em lugar de unir-se a seu par Theletos, foi fecundada pelo Desejo. Nasceu
então uma filha bastarda, chamada Sophía Achamoth (concupiscência), um aborto, matéria sem
forma, que foi expulsa do Pleroma. Para reintegrar a ordem se reuniram todos os Eons a fim de
produzir coletivamente um novo ser divino, a imagem do mundo superior, dando-lhe cada um o
melhor que tinha, como se tece uma coroa de flores. desta maneira nasceu o Salvador Jesus. Com
isto voltou a cerrar-se a cadeia: Logos: Eons: Salvador. O acompanha uma corte de anjos
espirituais e sua missão consiste em criar o Kénoma, a semelhança do mundo superior.

Kénoma é uma região intermediária entre o mundo superior e o terrestre. possui 3 zonas
escalonadas:
A Ogdóada = é um reino espiritual(pneumático), corresponde ao oitavo ciclo das estrelas
fixas.

A Hebdômada = é um reino psíquico, que corresponde aos sete círculos dos planetas. A
frente de cada um está um Arconte. Nesses círculos se escalona outros tantos coros de anjos ,
arcanjos, tronos, dominações, deidades. A Hebdômada dos anjos psíquicos está presidida pelo
demiurgo que é o Yavé dos judeus, deus de natureza ígnea, que, a diferença do abismo, é
essencialmente ativo e trabalhador. O demiurgo é de natureza psíquica portanto inferior as entidades
do mundo espiritual. Não pode conhecer o pleroma, do qual está separado pelo limite( horus ), nem
tampouco a hebdômada celeste que está por cima dele. Somente conhece o cosmo sensível que é
obra sua.

Existem três categorias na formação das coisas: o espiritual (ogdóada), a animal


(hebdômada), e material (héxada). Três classes de anjos: espirituais , animais ( anjos do demiurgo),
e materiais ( demonios ). Existe também três classes de homens : espirituais ( pneumáticos ),
animais ( psíquicos ), e materiais ( hylicos ).

BIBLIOGRAFIA

1 ) Deus , A cidade de ; Santo Agostinho

2 ) Pistis Sophia

3 ) Apocalipse de Adão

5 ) Historia da Filosofia Cristiana ; Editorial Católica S / A

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