En los años recientes algunas diferencias bá-

s i c a s , .señiila W a l t c r J . O n g e n l a I n t r o d u c c i ó n ,
han sido descubiertas entre las formas de
manejar el c o n o c i m i e n t o y la verbalización en
las c u l t u r a s orales y en las culturas con es-
critura.
El capítulo p r i m e r o v e r s a s o b r e l a o v a l i d a d
d e l lenguaje y el s e g u n d o sobre el descubri-
miento moderno de las c u l t u r a s orales. Una
c u l t u r a o r a l es aquella, que carece de un co-
nocimiento acerca de lo que es la escritura.
Las palabras, sin escritura, no tienen presen-
cia visual. Las palabras son solamente soni-
dos. El p r o b l e m a de lo que es u n a cultura oral
se resuelve c o m e n z a n d o por e x a m i n a r lo que
e s e l s o n i d o . E n las c u l t u r a s o r a l e s e l c o n o c i -
m i e n t o d e b e ser r e p e t i d o en v o z a l t a a fin de
que no desaparezca. Esto p r o d u c e u n a m e n -
talidad altamente tradicionalista o conser-
vadora.

L a s s o c i e d a d e s ágrafas p u e d e n ser d e s c r i -
tas c o m o homeostáticas; esto s i g n i f i c a q u e v i -
ven en un presente que se mantiene a sí
m i s m o e n h o m c o s t a s i s , esto es, e n e q u i l i b r i o .
Estas páginas están dedicadas principal-
m e n t e a la c u l t u r a o r a l y a los c a m b i o s regis-
trados en el pensamiento y la expresión a
causa de ia escritura.

F O N D O D E C U L T U R A ECONÓMICA
L E N G U A Y E S T U D I O S L I T E R A R I O S
 ORALIDAD
Y ESCRITURA
Tecnologías de ta palabra

Traducción de

ANGÉLICA SCHERP

FONDO DE CULTURA ECONÓMICA

México

1
P r i m e r a edición en inglés, 1982
P r i m e r a edición en español (FCE, México), 1987
P R E F A C I O DE LA EDICIÓN EN INGLÉS
Tercera reimpresión (FCE, Argentina), 2006

R e s u l t a fácil a p r e c i a r q u e v i v i m o s e n u n a é p o c a d e c a m b i o s o c i a l r a u d o
y r a d i c a l . E s m u c h o m e n o s s e n c i l l o c o m p r e n d e r e l h e c h o d e q u e tal c a m -
b i o afectará i n e v i t a b l e m e n t e l a s características d e a q u e l l a s d i s c i p l i n a s a c a -
démicas q u e reflejan n u e s t r a s o c i e d a d y a la v e z a y u d a n a m o l d e a r l a .
S i n e m b a r g o , e l l o e n n i n g u n a p a r t e e s más m a n i f i e s t o q u e e n e l c a m -
p o p r i n c i p a l d e l o q u e , e n términos g e n e r a l e s , p u e d e l l a m a r s e estudios
literarios. Aquí, entre gran número d e . e s t u d i a n t e s de todos los nive-
les de educación, ha v e n i d o a ser f u n d a m e n t a l el desgaste de las hipóte-
sis y l a s s u p o s i c i o n e s q u e a p o y a n l a s d i s c i p l i n a s l i t e r a r i a s e n s u f o r m a
tradicional. L o s m o d o s y las categorías h e r e d a d o s d e l p a s a d o y a n o p a -
r e c e n a j u s t a r s e a l a r e a l i d a d e x p e r i m e n t a d a p o r u n a n u e v a generación.
New Accents t i e n e e l p r o p ó s i t o d e s e r u n a r e s p u e s t a p o s i t i v a a l a i n i c i a -
t i v a b r i n d a d a p o r t a l situación. C a d a v o l u m e n d e l a s e r i e procurará e s t i -
m u l a r é l p r o c e s o d e c a m b i o a n t e s q u e r e s i s t i r s e a él, y e x t e n d e r a n t e s
q u e a f i a n z a r l a s f r o n t e r a s q u e a c t u a l m e n t e d e f i n e n l a l i t e r a t u r a y s u aná-
lisis académico.
A l g u n o s i m p o r t a n t e s c a m p o s d e interés s u r g e n a l p u n t o . E n d i v e r s a s
p a r l e s d e l m u n d o s e h a n c r e a d o n u e v o s m é t o d o s d e análisis c u y a s c o n -
c l u s i o n e s revelan las l i m i t a c i o n e s del enfoque a n g l o n o r t e a m e r i c a n o que
h e r e d a m o s . Se h a n p r o p u e s t o nuevos conceptos de formas y m o d o s lite-
rarios; se d i f u n d e n n u e v a s ideas sobre la n a t u r a l e z a m i s m a de la litera-
t u r a y d e c ó m o ésta s e c o m u n i c a ; prosperan nuevas opiniones acerca
d e l p a p e l d e l a l i t e r a t u r a e n relación c o n l a s o c i e d a d . New Accents a s p i r a -
rá a e x p o n e r y c o m e n t a r las más n o t a b l e s de ellas.
E n l a a m p l i a esfera d e l e s t u d i o d e l a comunicación h u m a n a s e h a he-
c h o h i n c a p i é c a d a v e z m a y o r e n l a n a t u r a l e z a y l a función d e los n u e -
v o s m e d i o s electrónicos de c o m u n i c a c i ó n . New Accents intentará i d e n t i f i c a r
y a n a l i z a r e l desafío q u e éstos p r e s e n t a n a n u e s t r o s m o d o s t r a d i c i o n a l e s
d e r e s p u e s t a crítica.
E l m i s m o interés p o r l a c o m u n i c a c i ó n i n d i c a q u e l a s e r i e d e b e o c u -
p a r s e t a m b i é n d e a q u e l l o s c a m p o s d e i n v e s t i g a c i ó n a n t r o p o l ó g i c o s y so-
ciológicos más amplios que han comenzado a incorporar el escu-
driñamiento de la n a t u r a l e z a del arte m i s m o y de su relación con
n u e s t r o m o d o de v i d a en todos sus aspectos. E l l o requerirá, e n último
c a s o , q u e s e f i j e l a atención e n a l g u n a s d e l a s a c t i v i d a d e s q u e h a s t a l a
fecha f u e r o n e x c l u i d a s d e los reinos p r e s t i g i o s o s d e l a c u l t u r a e n n u e s t r a
s o c i e d a d . L a i n q u i e t a n t e r e d i s t r i b u c i ó n d e v a l o r e s q u e e l l o entraña y l a

7
8 PREFACIO

d e s c o n c e r t a n t e n a t u r a l e z a d e las p r e s i o n e s q u e s e c o n j u g a n p a r a l l e v a r l a
a c a b o c o n s t i t u y e n d o s c a m p o s q u e New Accents p r o c u r a r á e x p l o r a r .
P o r ú l t i m o , c o m o s u g i e r e e l título, u n a s p e c t o d e New Accents s e e s t a -
RECONOCIMIENTOS
blecerá f i r m e m e n t e e n los e n f o q u e s contemporáneos d e l l e n g u a j e , y u n a
p r e o c u p a c i ó n c o n t i n u a d e l a s e r i e será e x a m i n a r e l g r a d o h a s t a e l c u a l
l a s r a m a s p e r t i n e n t e s d e l o s e s t u d i o s lingüísticos c o n s i g u e n i l u m i n a r d e -
A n t h o n y C . D a l y y C l a u d e P a v u r f u e r o n m u y generosos a l leer y co-
t e r m i n a d o s ámbitos específicamente l i t e r a r i o s . L o s volúmenes q u e sos-
tienen este interés en particular no supondrán, con todo, ningún m e n t a r s o b r e l o s b o r r a d o r e s d e este l i b r o , y e l a u t o r d e s e a d a r l e s l a s

r e c o n o c i m i e n t o t é c n i c o p r e v i o d e p a r t e d e s u s l e c t o r e s , y tratarán d e r e - gracias.

p a s a r l o s a s p e c t o s lingüísticos r e l a c i o n a d o s c o n e l t e m a d e q u e s e t r a t e , E l a u t o r y e l e d i t o r q u i s i e r a n a g r a d e c e r a l a B i b l i o t e c a Británica e l
a n t e s q u e e m b a r c a r s e e n c u e s t i o n e s teóricas g e n e r a l e s . p e r m i s o de r e p r o d u c i r la ilustración I, p o r t a d a de The Boke Named the Gouer-
nour d e s i r T h o m a s E l y o t .
C a d a v o l u m e n d e l a s e r i e intentará u n a exposición o b j e t i v a d e l a s t e n -
d e n c i a s s i g n i f i c a t i v a s e n s u c a m p o h a s t a l a a c t u a l i d a d , así c o m o t a m b i é n
u n a p u n t u a l i z a c i ó n d e las o p i n i o n e s p r o p i a s d e l a u t o r s o b r e l a cuestión.
C a d a u n o t e r m i n a r á c o n u n a b i b l i o g r a f í a i n f o r m a t i v a , c o m o guía p a r a
i n v e s t i g a c i o n e s u l t e r i o r e s . A s i m i s m o , a u n q u e c a d a v o l u m e n s e ocupará
p r i n c i p a l m e n t e d e l o s t e m a s r e f e r e n t e s a s u s p r o p i o s i n t e r e s e s específi-
cos, p o d e m o s esperar que se escuche cómo se establece u n a especie de
c o n v e r s a c i ó n e n t r e e l l o s ; c o n v e r s a c i ó n c u y o s a c e n t o s a c a s o insinúen e l
d i s c u r s o característico d e l futuro.
TERENCE HAWKES
 INTRODUCCION

E n años r e c i e n t e s , s e h a n d e s c u b i e r t o c i e r t a s d i f e r e n c i a s f u n d a m e n t a l e s
e n t r e l a s m a n e r a s d e m a n e j a r e l c o n o c i m i e n t o y l a expresión v e r b a l e n
las c u l t u r a s orales p r i m a r i a s (sin c o n o c i m i e n t o a l g u n o de la escritura)
y en las c u l t u r a s afectadas p r o f u n d a m e n t e p o r el uso de la escritura. L a s
i m p l i c a c i o n e s d e los n u e v o s d e s c u b r i m i e n t o s son sorprendentes. M u c h a s
d e l a s características que hemos dado por sentadas en el pensamiento
y l a e x p r e s i ó n d e n t r o d e l a l i t e r a t u r a , l a filosofía y J a c i e n c i a , y a u n e n
el d i s c u r s o o r a l entre personas q u e saben leer, no son estrictamente i n -
herentes a la existencia h u m a n a c o m o tal, sino que se o r i g i n a r o n debido
a l o s r e c u r s o s q u e l a t e c n o l o g í a d e l a e s c r i t u r a p o n e a disposición d e l a
c o n c i e n c i a h u m a n a . H e m o s t e n i d o q u e c o r r e g i r n u e s t r a comprensión d e
la identidad humana.
El t e m a d e l presente l i b r o s o n las diferencias entre la o r a l i d a d y el co-
n o c i m i e n t o d e l a e s c r i t u r a . O , más b i e n , y e n v i s t a d e q u e los lectores
d e e s t e u o t r o l i b r o c u a l q u i e r a , p o r definición c o n o c e n l a c u l t u r a e s c r i t a
d e s d e d e n t r o , e l t e m a e s , e n p r i m e r l u g a r , e l p e n s a m i e n t o y s u expresión
v e r b a l en la c u l t u r a o r a l , la c u a l nos resulta ajena y a veces ext'ravagan
te, y , e n s e g u n d o , e l p e n s a m i e n t o y l a expresión p l a s m a d o s p o r e s c r i t o
d e s d e el puntó de v i s t a de su aparición a p a r t i r de la o r a l i d a d y su r e l a -
ción c o n l a m i s m a .
L a m a t e r i a d e este l i b r o n o e s n i n g u n a " e s c u e l a " d e interpretación.
N o existe " e s c u e l a " a l g u n a d e o r a l i d a d y e s c r i t u r a ; n a d a que v i n i e r a
a s e r e l e q u i v a l e n t e d e l f o r m a l i s m o , l a n u e v a crítica, e l e s t r u c t u r a l i s m o
o e l " d e c o n s t r u c c i o n i s m o " ; a u n q u e l a c o n c i e n c i a d e l a correlación e n t r e
o r a l i d a d y e s c r i t u r a p u e d e i n f l u i r e n l o h e c h o e n éstas, así c o m o o t r a s v a -
r i a s " e s c u e l a s " o " m o v i m i e n t o s " a través d e l a s h u m a n i d a d e s y l a s c i e n -
cias sociales. El c o n o c i m i e n t o de los contrastes y las relaciones entre la
o r a l i d a d y l a e s c r i t u r a n o r m a l m e n t e n o g e n e r a a p a s i o n a d o s apegos a las
teorías; a n t e s b i e n , f o m e n t a l a rcílexión s o b r e d i v e r s o s a s p e c t o s d e l a c o n -
dición h u m a n a , d e m a s i a d o s p a r a p o d e r e n u m e r a r s e c o m p l e t a m e n t e a l -
g u n a v e z . E s t e l i b r o s e dará a l a t a r e a d e a n a l i z a r u n número r a z o n a b l e
de dichos aspectos. U n e s t u d i o e x h a u s t i v o requeriría m u c h o s v o l ú m e n e s .

R e s u l t a útil a b o r d a r d e m a n e r a sincrónica l a o r a l i d a d y e l c o n o c i m i e n t o
d e l a e s c r i t u r a , m e d i a n t e l a comparación d e las c u l t u r a s o r a l e s y las c a l i -
gráficas (es d e c i r , c o n e s c r i t u r a ) q u e c o e x i s t e n e n u n e s p a c i o d a d o d e t i e n i :
p o . P e r o e s a b s o l u t a m e n t e i n d i s p e n s a b l e e n f o c a r l o s también diacrónica
o históricamente p o r m e d i o d e l a comparación d e p e r i o d o s s u c e s i v o s . L a
 INTRODUCCIÓN 1 3

12 INTRODUCCIÓN
el s i l a b a r i o japonés, la e s c r i t u r a m a y a , etcétera) y se ha o c u p a d o del a l -
sociedad h u m a n a s e formó p r i m e r o c o n l a a y u d a del lenguaje o r a l ; a p r e n - f a b e t o c o m o e s u s a d o e n O c c i d e n t e (el alfabeto también esta asentado
d i ó a l e e r e n u n a e t a p a m u y p o s t e r i o r d e s u h i s t o r i a y a l p r i n c i p i o sólo e n O r i e n t e c o m o e n l a I n d i a , e l S u r e s t e Asiático o C o r e a ) . E n esta o b r a
c i e r t o s g r u p o s p o d í a n h a c e r l o . E l homo sapiens e x i s t e d e s d e h a c e 3 0 m i l l a e x p o s i c i ó n seguirá l o s c u r s o s p r i n c i p a l e s d e l s a b e r e x i s t e n t e , aunque
y 5 0 r n i l años. E l e s c r i t o más a n t i g u o d a t a d e a p e n a s h a c e 6 m i l años. también s e prestará a l g u n a a t e n c i ó n , e n l o s p u n t o s p e r t i n e n t e s a escri-
¡

E l e x a m e n diacrónieo d e l a o r a l i d a d , d e l a e s c r i t u r a y d e las d i v e r s a s eta- turas distintas del alfabeto y a c u l t u r a s que no se e n c u e n t r a n en O c c i d e n t e .

pas en la evolución de u n a a la o t r a establece un m a r c o de r e f e r e n c i a
d e n t r o d e l c u a l e s p o s i b l e l l e g a r a u n a m e j o r c o m p r e n s i ó n n o sólo d e l a W. J. O..
c u l t u r a o r a l prístina y d e l a p o s t e r i o r d e l a e s c r i t u r a , s i n o también de
la" c u l t u r a d e l a i m p r e n t a , q u e c o n d u c e l a e s c r i t u r a a u n n u e v o p u n t o
Universidad de Saint Louis
c u l m i n a n t e , y d e l a c u l t u r a electrónica, q u e s e b a s a t a n t o e n l a e s c r i t u r a
c o m o e n l a impresión. D e n t r o d e esta e s t r u c t u r a diacrónica, el pasado
y e l p r e s e n t e ; H o m e r o y l a televisión, p u e d e n i l u m i n a r s e r e c í p r o c a m e n t e .

E m p e r o , l a iluminación n o s e p r o d u c e fácilmente. L a comprensión

de las relaciones entre o r a l i d a d y e s c r i t u r a y de las i m p l i c a c i o n e s de las
m i s m a s n o e s cuestión d e u n a p s i c o h i s t o r i a o d e u n a f e n o m e n o l o g í a i n s -
tantáneas. Requiere amplios —incluso vastos— conocimientos, pensa-
m i e n t o c o n c i e n z u d o y f o r m u l a c i ó n c u i d a d o s a . N o sólo s o n p r o f u n d a s y
c o m p l e j a s las c u e s t i o n e s , s i n o q u e también c o m p r o m e t e n n u e s t r o s p r o -
pios prejuicios. N o s o t r o s — l o s l e c t o r e s d e l i b r o s tajes c o m o é s t e — e s t a -
m o s t a n h a b i t u a d o s a leer q u e n o s r e s u l t a m u y difícil c o n c e b i r u n u n i v e r s o
o r a l d e comunicación o p e n s a m i e n t o , salvo c o m o u n a v a r i a n t e d e u n u n i -
verso q u e s e p l a s m a p o r escrito. E s t e l i b r o procurará s u p e r a r h a s t a cier-
to p u n t o nuestros prejuicios y a b r i r n u e v o s c a m i n o s de comprensión.
E s t a o b r a s e c o n c e n t r a e n las r e l a c i o n e s e n t r e l a o r a l i d a d y l a e s c r i t u r a .
L a c a p a c i d a d d e leer comenzó c o n l a e s c r i t u r a pero, desde luego e n u n a
fase posterior, a b a r c a también l a impresión. P o r ello, el presente libro
se refiere s o m e r a m e n t e a la impresión y a la e s c r i t u r a . T a m b i é n h a c e
a l g u n a b r e v e mención a la elaboración electrónica de la p a l a b r a y d e l
p e n s a m i e n t o , c o m o e n l a r a d i o , l a televisión y v í a satélite. Nuestra com-
prensión d e l a s d i f e r e n c i a s e n t r e l a o r a l i d a d y l a e s c r i t u r a nació a p e n a s
e n l a e r a electrónica, n o a n t e s . L o s c o n t r a s t e s e n t r e los m e d i o s electróni-
cos de comunicación y la impresión nos h a n s e n s i b i l i z a d o f r e n t e a la d i s -
p a r i d a d a n t e r i o r e n t r e l a e s c r i t u r a y l a o r a l i d a d . L a e r a electrónica también
es la era de la " o r a l i d a d s e c u n d a r i a " , la o r a l i d a d de los telefonos, la ra-
d i o y l a televisión, q u e d e p e n d e d e l a e s c r i t u r a y l a impresión p a r a s u
existencia.

• E l c a m b i o d e l a o r a l i d a d a l a e s c r i t u r a , y d e ahí a l a e l a b o r a c i ó n e l e c -
trónica, c o m p r o m e t e n l a s e s t r u c t u r a s s o c i a l , e c o n ó m i c a , política, r e l i g i o s a .
y o t r a s . T o d a s e l l a s , s i n e m b a r g o , sólo t i e n e n u n interés i n d i r e c t o p a r a
e l p r e s e n t e l i b r o , q u e más b i e n t r a t a l a s d i f e r e n c i a s d e " m e n t a l i d a d " e n -
tre l a s c u l t u r a s o r a l e s y l a s q u e t i e n e n c o n o c i m i e n t o d e l a e s c r i t u r a .
H a s t a la fecha, casi todo el trabajo q u e c o m p a r a las c u l t u r a s orales
c o n l a s caligráficas h a c o n f r o n t a d o l a o r a l i d a d c o n l a e s c r i t u r a alfabética
antes que c o n otros sistemas de e s c r i t u r a ( c u n e i f o r m e , caracteres c h i n o s ,
 I. LA ORALIDAD D E L LENGUAJE

LA CAPACIDAD DE LEER Y EL PASADO ORAL

E N LAS décadas p a s a d a s e l m u n d o e r u d i t o h a d e s p e r t a d o n u e v a m e n t e a l
carácter o r a ] d e l l e n g u a j e y a a l g u n a s d e l a s i m p l i c a c i o n e s más p r o f u n -
d a s d e l o s c o n t r a s t e s e n t r e o r a l i d a d y e s c r i t u r a . A n t r o p ó l o g o s , sociólogos
y psicólogos h a n e s c r i t o s o b r e s u t r a b a j o d e c a m p o e n s o c i e d a d e s o r a l e s .
L o s h i s t o r i a d o r e s c u l t u r a l e s h a n a h o n d a d o m á s y más e n l a p r e h i s t o r i a ,
es decir, la existencia h u m a n a antes de que la escritura h i c i e r a posible
que la forma verbal quedase plasmada. Ferdinand' de Saussure
( 1 8 5 7 - 1 9 1 3 ) , e l p a d r e d e l a lingüística m o d e r n a , l l a m ó l a a t e n c i ó n s o b r e
l a p r i m a c í a d e l h a b l a o r a l , q u e a p u n t a l a t o d a c o m u n i c a c i ó n v e r b a l , así
c o m o sobre la t e n d e n c i a persistente; a u n entre h o m b r e s de letras, de con-
s i d e r a r l a e s c r i t u r a c o m o l a f o r m a básica d e l l e n g u a j e . L a e s c r i t u r a , a p u n -
tó, posee simultáneamente "utilidad, defectos y peligros" (1959, pp.
2 3 - 2 4 ) . C o n t o d o , concibió l a e s c r i t u r a c o m o u n a clase d e c o m p l e m e n t o
p a r a e l h a b l a o r a l , n o c o m o t r a n s f o r m a d o r a d e l a articulación ( S a u s s u -
rc, 1959, pp. 23-24).

A p a r t i r d e S a u s s u r e , l a lingüística h a e l a b o r a d o e s t u d i o s s u m a m e n t e
c o m p l e j o s d e fonología, l a m a n e r a c o m o e l lenguaje s e h a l l a i n c r u s t a d o
en el sonido. Un contemporáneo d e Saussure, e l inglés H e n r y Sweet
( 1 8 4 5 - 1 9 1 2 ) , había i n s i s t i d o p r e v i a m e n t e e n q u e l a s p a l a b r a s s e c o m p o -
n e n no de letras sino de u n i d a d e s funcionales de sonido o fonemas. No
o b s t a n t e , a p e s a r d e t o d a s u a t e n c i ó n a l o s s o n i d o s d e l h a b l a , h a s t a fe-
c h a s m u y r e c i e n t e s l a s e s c u e l a s m o d e r n a s d e lingüística h a n a t e n d i d o só-
lo de manera incidental — s i es que lo han hecho siquiera- las m a n e r a s
c o m o la o r a l i d a d p r i m a r i a , la de las c u l t u r a s a las cuales no ha llegado
l a e s c r i t u r a , c o n t r a s t a c o n e s t a última ( S a m p s o n , 1 9 8 0 ) Los estructura-
listas h a n a n a l i z a d o l a tradición o r a l e n d e t a l l e , p e r o p o r l o g e n e r a l s i n
c o n t r a s t a r l a explícitamente c o n c o m p o s i c i o n e s escritas ( M a r a n d a y M a -
randa, 1 9 7 1 ) . H a y u n a bibliografía e x t e n s a s o b r e d i f e r e n c i a s e n t r e e l l e n -
guaje escrito y el h a b l a d o , q u e c o m p a r a el lenguaje escrito y el h a b l a d o
de personas que saben leer y escribir ( G u m p e r z , K a l t m a n n y O ' C o n -
nor, 1 9 8 2 o 1 9 8 3 , bibliografía), Éstas no s o n las diferencias q u e c o n -
ciernen f u n d a m e n t a l m e n t e al presente estudio. L a n r a l i d a d aquí t r a t a d a
es esencialmente la oralidad p r i m a r i a , la de personas que desconocen
por completo la escritura.

D e m a n e r a r e c i e n t e , s i n e m b a r g o , l a lingüística a p l i c a d a y l a s o c i o l i n -

15
 16 LA ORALIDAD DEL LENGUAJE
güística h a n e s t a d o c o m p a r a n d o c a d a v e z más l a d i n á m i c a d e l a a r t i c u -
lación o r a l p r i m a r i a c o n l a d e l a e x p r e s i ó n v e r b a l e s c r i t a . E l r e c i e n t e l i b r o
de J a c k Goody, The Domestication of the Savage Mind ( 1 9 7 7 ) , y la antología
a n t e r i o r de t r a b a j o s s u y o s y de o t r o s , Literacy in Tradittional Societies ( 1 9 6 8 ) ,
p r o p o r c i o n a n d e s c r i p c i o n e s y análisis i n a p r e c i a b l e s d e los c a m b i o s e n es-
tructuras mentales y sociales que son inherentes al uso de la e s c r i t u r a . .
C h a y t o r , m u c h o antes (1945), O n g (1958b, 1967b), M c L u h a n (1962),
H a u g e n ( 1 9 6 6 ) , C h a f e ( 1 9 8 2 ) , T a n n e n ( 1 9 8 0 a ) y o t r o s , a p o r t a n más d a -
tos y análisis lingüísticos y c u l t u r a l e s . E l e s t u d i o e x p e r t a m e n t e e n f o c a d o
de Eoley (1980b) incluye u n a bibliografía e x t e n s a .
El m a g n o despertar al contraste entre m o d o s orales y escritos de p e n -
s a m i e n t o y e x p r e s i ó n t u v o l u g a r n o e n l a lingüística, d e s c r i p t i v a o c u l t u -
r a l , s i n o e n los estudios l i t e r a r i o s , p a r t i e n d o c l a r a m e n t e d e l trabajo d e
M i l m a n P a r r y ( 1 9 2 0 - 1 9 3 5 ) s o b r e e l t e x t o d e l a I l í a d a y l a Odisea, llevado
a s u t e r m i n a c i ó n , después d e l a m u e r t e p r e m a t u r a d e P a r r y , p o r A l b e r t
B. L o r d , y complementado por (a o b r a posterior de E r i c A. Havelock
y otros. P u b l i c a c i o n e s d e lingüística a p l i c a d a y sociolingüística q u e v e r -
s a n s o b r e l o s c o n t r a s t e s e n t r e l a o r a l i d a d y l a e s c r i t u r a , e n teoría o m e -
d i a n t e t r a b a j o d e c a m p o , r e g u l a r m e n t e c i t a n e s t a s o b r a s así c o m o o t r a s
r e l a c i o n a d a s c o n ellas ( P a r r y , 1 9 7 1 ; L o r d , 1960; H a v e l o c k , 1963; M c L u -
h a n , 1 9 6 2 ; O k p e w h o , 1 9 7 9 ; etcétera).
A n t e s d e a b o r d a r l o s d e s c u b r i m i e n t o s d e P a r r y e n d e t a l l e , será c o n -
veniente p r e p a r a r e l c a m p o aquí, p l a n t e a n d o e l i n t e r r o g a n t e d e p o r qué
e l m u n d o e r u d i t o t u v o q u e v o l v e r a d e s p e r t a r a l carácter o r a l d e l l e n g u a -
je. Parecería i n e l u d i b l e m e n t e o b v i o q u e e l lenguaje e s u n fenómeno o r a l .
L o s seres h u m a n o s s e c o m u n i c a n d e i n n u m e r a b l e s m a n e r a s , valiéndose
de todos sus sentidos: el tacto, el gusto, el olfato y p a r t i c u l a r m e n t e la
vista, además d e l oído ( O n g , 1967b, pp. 1-9). C i e r t a comunicación no
v e r b a l e s s u m a m e n t e r i c a : l a gesticulación, p o r e j e m p l o . S i n e m b a r g o ,
e n u n s e n t i d o p r o f u n d o e l l e n g u a j e , s o n i d o a r t i c u l a d o , e s c a p i t a l . N o só-
l o l a comunicación, s i n o e l p e n s a m i e n t o m i s m o , s e r e l a c i o n a d e u n m o -
do enteramente propio con el sonido. T o d o s hemos oído d e c i r q u e u n a
i m a g e n e q u i v a l e a m i l p a l a b r a s . P e r o si esta declaración es c i e r t a , ¿por
qué tiene q u e ser u n d i c h o ? P o r q u e u n a i m a g e n e q u i v a l e a m i l p a l a b r a s
sólo e n c i r c u n s t a n c i a s e s p e c i a l e s , y éstas c o m ú n m e n t e i n c l u y e n u n c o n -
t e x t o d e p a l a b r a s d e n t r o d e l c u a l s e sitúa aquélla.
D o n d e q u i e r a q u e h a y a seres h u m a n o s , tendrán u n l e n g u a j e , y e n c a -
d a c a s o u n o q u e existe básicamente c o m o h a b l a d o y o í d o e n e l m u n d o ,
del sonido (Siertsema, 1 9 5 5 ) . N o o b s t a n t e l a r i q u e z a d e l a gesticulación,
los c o m p l e j o s l e n g u a j e s g e s t u a l c s s o n s u s t i t u t o s d e l h a b l a y d e p e n d e n d e
sistemas orales d e l m i s m o , i n c l u s o c u a n d o son e m p l e a d o s p o r los sordos
d e n a c i m i e n t o ( K r o e b e r , 1972; M a l l c r y , 1972; S t o k o e , 1972). E n efecto,
el lenguaje es t a n a b r u m a d o r a m e n t e o r a l que, de entre las m u c h a s miles
de lenguas — p o s i b l e m e n t e decenas de m i l e s — habladas en el curso de
LA ORALIDAD DEL LENGUAJE 17
l a h i s t o r i a d e l h o m b r e , sólo a l r e d e d o r d e 1 0 6 n u n c a h a n s i d o p l a s m a d a s
p o r escrito en un grado suficiente p a r a h a b e r p r o d u c i d o literatura, y la
mayoría de ellas no h a n llegado en a b s o l u t o a la e s c r i t u r a , Sólo 7 8 d e
l a s 3 m i l l e n g u a s q u e e x i s t e n a p r o x i m a d a m e n t e h o y e n día p o s e e n u n a
literatura ( E d m o n s o n , 1971, pp. 323, 332). H a s t a a h o r a no hay modo
d e c a l c u l a r cuántas l e n g u a s h a n d e s a p a r e c i d o o s e h a n t r a n s m u t a d o e n
otras antes de h a b e r progresado su e s c r i t u r a . I n c l u s o a c t u a l m e n t e , c i e n -
tos d e l e n g u a s e n u s o a c t i v o n o s e e s c r i b e n n u n c a : n a d i e h a i d e a d o u n a
m a n e r a efectiva de hacerlo. L a c o n d i c i ó n o r a l básica d e l l e n g u a j e e s p e r -
manente.
N o nos i n t e r e s a n aquí los l l a m a d o s " l e n g u a j e s " d e c o m p u t a d o r a , q u e
s e a s e m e j a n a l e n g u a s h u m a n a s ( i n g l é s , sánscrito, m a l a y a l a m , e l d i a l e c -
t o d e Pekín, t w i o i n d i o shoshón, etcétera) e n c i e r t o s a s p e c t o s , p e r o q u e
s i e m p r e serán t o t a l m e n t e d i s t i n t o s d e l a s l e n g u a s h u m a n a s p o r c u a n t o
no se originan en el subconsciente sino de m o d o directo en la conciencia.
L a s reglas del lenguaje de c o m p u t a d o r a (su " g r a m á t i c a " ) se f o r m u l a n
p r i m e r o y s e u t i l i z a n después. L a s " r e g l a s " g r a m a t i c a l e s d é l o s l e n g u a -
j e s h u m a n o s n a t u r a l e s s e e m p l e a n p r i m e r o y sólo p u e d e n s e r f o r m u l a d a s
a p a r t i r d e l u s o y establecidas explícitamente en p a l a b r a s c o n d i f i c u l t a d
y. n u n c a de m a n e r a íntegra.
L a e s c r i t u r a , consignación d e l a p a l a b r a e n e l e s p a c i o , e x t i e n d e l a po-
tencialidad del lenguaje casi ilimitadamente; da u n a n u e v a estructura al
p e n s a m i e n t o y en el proceso convierte ciertos dialectos en " g r a f o l e c t o s "
( H a u g e n , 1966; H i r s c h , 1977, pp. 43-48). U n grafolecto e s u n a l e n g u a
t r a n s d i a l e c t a l f o r m a d a p o r u n a p r o f u n d a dedicación a l a e s c r i t u r a . E s t a
otorga a un grafolecto un poder m u y p o r e n c i m a del de c u a l q u i e r dialec-
t o m e r a m e n t e o r a l . E l g r a f o l e c t o c o n o c i d o c o m o inglés o f i c i a l t i e n e a c c e -
s o p a r a s u u s o a u n v o c a b u l a r i o r e g i s t r a d o d e p o r l o m e n o s u n millón
y m e d i o d e p a l a b r a s , d e l a s c u a l e s s e c o n o c e n n o sólo l o s s i g n i f i c a d o s
actuales sino también cientos d e m i l e s d e a c e p c i o n e s a n t e r i o r e s . U n sen-
c i l l o d i a l e c t o o r a l p o r l o r e g u l a r dispondrá d e u n o s c u a n t o s m i l e s d e p a -
l a b r a s , y sus h a b l a n t e s v i r t u a l m e n t e n o tendrán c o n o c i m i e n t o a l g u n o d e
l a h i s t o r i a semántica r e a l d e c u a l q u i e r a d e ellas.
S i n e m b a r g o , e n t o d o s l o s m a r a v i l l o s o s m u n d o s q u e d e s c u b r e l a es-
c r i t u r a , todavía les e s i n h e r e n t e y e n ellos v i v e l a p a l a b r a h a b l a d a . T o -
dos los textos escritos t i e n e n q u e estar r e l a c i o n a d o s de a l g u n a m a n e r a ,
directa o indirectamente, c o n el m u n d o del sonido, eí ambiente natural
del lenguaje, p a r a t r a n s m i t i r sus significados. " L e e r " un texto quiere
d e c i r c o n v e r t i r l o e n s o n i d o s , e n v o z a l t a o e n l a i m a g i n a c i ó n , sílaba p o r
sílaba e n l a l e c t u r a l e n t a o a g r a n d e s r a s g o s e n l a r á p i d a , a c o s t u m b r a d a
e n las c u l t u r a s a l t a m e n t e tecnológicas. L a e s c r i t u r a n u n c a puede pres-
cindir de la oralidad. A d a p t a n d o u n término e m p l e a d o c o n propósitos
u n p o c o d i f e r e n t e p o r J u r i j L o t m a n ( 1 9 7 7 , p p . 2 1 , 4 8 - 6 1 ; véase a s i m i s -
mo C h a m p a g n e , 1977-1978), podemos l l a m a r a la escritura un " s i s t e m a
 18 LA ORAL!DAD DEL LENGUAJE
secundario de m o d e l a d o " , que depende de un sistema p r i m a r i o ante-
r i o r : l a l e n g u a h a b l a d a . L a expresión o r a l e s c a p a z d e e x i s t i r , y c a s i s i e m -
pre ha existido, sin n i n g u n a escritura en absoluto; empero, n u n c a ha
habido escritura sin oralidad.
No obstante, a p e s a r d e l a s raíces o r a l e s d e t o d a articulación v e r b a l ,
d u r a n t e s i g l o s e l análisis científico y l i t e r a r i o d e l a l e n g u a y l a l i t e r a t u r a
h a e v i t a d o , h a s t a años m u y r e c i e n t e s , l a o r a l i d a d . L o s t e x t o s h a n c l a m a -
d o atención d e m a n e r a t a n i m p e r i o s a q u e g e n e r a l m e n t e s e h a t e n d i d o
a c o n s i d e r a r l a s c r e a c i o n e s o r a l e s c o m o v a r i a n t e s d e l a s p r o d u c c i o n e s es-
critas; o bien c o m o indignas del estudio especializado serio. A p e n a s en
fechas recientes hemos empezado a lamentar nuestra torpeza a este
respecto (Finnegan, 1977, p p . 1-7).
S a l v o e n l a s d é c a d a s r e c i e n t e s , l o s e s t u d i o s lingüísticos s e c o n c e n t r a -
r o n e n los textos escritos antes q u e e n l a o r a l i d a d p o r u n a razón q u e re-
s u l t a fácil c o m p r e n d e r : l a relación d e l e s t u d i o m i s m o c o n l a e s c r i t u r a .
T o d o p e n s a m i e n t o , incluso el de las culturas orales p r i m a r i a s , es hasta
c i e r t o p u n t o analítico: d i v i d e sus e l e m e n t o s e n v a r i o s c o m p o n e n t e s . Sin
embargo, el e x a m e n abstractamente explicativo, ordenador y consecuti-
vo de fenómenos o v e r d a d e s r e c o n o c i d a s resulta i m p o s i b l e s i n la e s c r i t u -
r a y l a l e c t u r a . L o s seres h u m a n o s d e l a s c u l t u r a s o r a l e s p r i m a r i a s , a q u e l l a s
que no conocen la escritura en n i n g u n a forma, aprenden m u c h o , poseen
y practican g r a n sabiduría, pero no " e s t u d i a n " .
Aprenden por m e d i o del entrenamiento —acompañando a cazadores
e x p e r i m e n t a d o s , p o r e j e m p l o — ; p o r d i s c i p u l a d o , q u e es u n a especie de
a p r e n d i z a j e ; e s c u c h a n d o ; p o r repetición d e l o q u e o y e n ; m e d i a n t e e l d o -
m i n i o de los p r o v e r b i o s y de las m a n e r a s de c o m b i n a r l o s y r e u n i r l o s ; p o r
a s i m i l a c i ó n d e o t r o s e l e m e n t o s f o r m u l a r i o s ; p o r p a r t i c i p a c i ó n e n u n a es-
pecie de m e m o r i a c o r p o r a t i v a ; y no mediante el estudio en sentido estricto.
C u a n d o e l e s t u d i o , e n l a a c e p c i ó n r i g u r o s a d e u n e x t e n s o análisis c o n -
s e c u t i v o , s e h a c e p o s i b l e c o n l a incorporación d e l a e s c r i t u r a , a m e n u d o
u n a d e las p r i m e r a s cosas q u e e x a m i n a n los q u e s a b e n l e e r e s ! a l e n g u a
m i s m a y s u s u s o s . E l h a b l a e s i n s e p a r a b l e d e n u e s t r a c o n c i e n c i a ; h a fas-
c i n a d o a l o s s e r e s h u m a n o s y p r o v o c a d o reflexión s e r i a a c e r c a d e s í m i s -
m a d e s d e l a s fases m á s r e m o t a s d e l a c o n c i e n c i a , m u c h o a n t e s d e q u e
la escritura llegara a existir. L o s proverbios procedentes de todo el m u n -
d o s o n r i c o s e n o b s e r v a c i o n e s a c e r c a d e este f e n ó m e n o a b r u m a d o r a m e n -
t e h u m a n o d e l h a b l a e n s u f o r m a o r a l congénita, a c e r c a d e sus p o d e r e s ,
s u s a t r a c t i v o s , s u s p e l i g r o s . E l m i s m o e m b e l e s o c o n e l h a b l a o r a l contí-
,núa s i n m e r m a d u r a n t e s i g l o s después d e e n t r a r e n u s o l a e s c r i t u r a .
E n O c c i d e n t e , e n t r e l o s a n t i g u o s g r i e g o s , l a fascinación s e m a n i f e s t ó
e n l a elaboración d e l a r t e m i n u c i o s a m e n t e e l a b o r a d o y v a s t o d e l a retóri-
c a , l a m a t e r i a académica más c o m p l e t a d e t o d a l a c u l t u r a o c c i d e n t a l d u -
rante dos m i l años. E n e l o r i g i n a l g r i e g o , techne rheloriki, " a r t e de h a b l a r "
( p o r lo común a b r e v i a d o a solo rhetorike, e n e s e n c i a s e refería a i d i s c u r s o
LA ORALIDAD DEL LENGUAJE 19
oral, a u n q u e siendo un " a r t e " o ciencia sistematizado o reflexivo — p o r
e j e m p l o , e n e l Arte Retórica d e A r i s t ó t e l e s — , l a retórica e r a y t u v o q u e ser
u n p r o d u c t o d e l a e s c r i t u r a . Rhetorike, o r e t ó r i c a , s i g n i f i c a b a básicamen-
t e e l d i s c u r s o p ú b l i c o o l a o r a t o r i a q u e , a u n e n l a s c u l t u r a s tipográficas
y c o n e s c r i t u r a , d u r a n t e s i g l o s siguió s i e n d o i r r e f l e x i v a m e n t e , e n l a m a -
yoría d e los casos, e l p a r a d i g m a d e t o d o d i s c u r s o , i n c l u s o e l d e l a e s c r i t u -
r a ( O n g , 1 9 6 7 b , p p . 5 8 - 6 3 ; O n g , 1 9 7 1 , p p . 27-28). Así pues, desde e l
p r i n c i p i o l a e s c r i t u r a n o r e d u j o l a o r a l i d a d s i n o q u e l a intensificó, p o s i -
b i l i t a n d o l a organización d e los " p r i n c i p i o s " o c o m p o n e n t e s d e l a orato-
r i a e n u n " a r t e " científico, u n c u e r p o d e e x p l i c a c i ó n o r d e n a d o e n f o r m a
c o n s e c u t i v a q u e m o s t r a b a c ó m o y p o r q u é l a o r a t o r i a l o g r a b a y . podía
s e r d i r i g i d a a o b t e n e r s u s d i v e r s o s e f e c t o s específicos.
N o o b s t a n t e , e r a difícil q u e l o s d i s c u r s o s — u o t r a s p r o d u c c i o n e s o r a -
les c u a l e s q u i e r a — e s t u d i a d o s c o m o p a r t e d e l a retórica, p u d i e r a n s e r l a s
a l o c u c i o n e s m i e n t r a s éstas e r a n r e c i t a d a s o r a l m e n t e . Después d e p r o n u n -
c i a r e l d i s c u r s o , n o q u e d a b a n a d a d e é l p a r a e l análisis. L o q u e s e e m -
p l e a b a p a r a e l " e s t u d i o " tenía q u e s e r e l t e x t o d e los d i s c u r s o s q u e s e
habían p u e s t o p o r e s c r i t o , c o m ú n m e n t e después d e s u declamación y p o r
l o r e g u l a r m u c h o más t a r d e ( e n e l m u n d o a n t i g u o n a d i e , s a l v o l o s o r a -
d o r e s v e r g o n z o s a m e n t e i n c o m p e t e n t e s , solía h a b l a r c o n b a s e e n u n t e x t o
preparado de antemano palabra por palabra; O n g , 1967b, p p . 56-58).
D e esta m a n e r a , a u n los d i s c u r s o s c o m p u e s t o s o r a l m e n t e s e e s t u d i a b a n
no c o m o tales, s i n o c o m o textos escritos.
P o r o t r a p a r t e , a d e m á s d e l a transcripción d e l a s p r o d u c c i o n e s o r a l e s
tales c o m o los d i s c u r s o s , c o n e l t i e m p o l a e s c r i t u r a p r o d u j o c o m p o s i c i o -
nes r i g u r o s a m e n t e e s c r i t a s , d e s t i n a d a s a su asimilación a p a r t i r de la s u -
perficie escrita. T a l e s c o m p o s i c i o n e s r e f o r z a r o n aún más l a atención a
l o s t e x t o s , p u e s l a s c o m p o s i c i o n e s p r o p i a m e n t e e s c r i t a s s e o r i g i n a r o n só-
lo c o m o textos, a u n q u e m u c h a s de ellas p o r lo común fueran escuchadas
y n o leídas e n s i l e n c i o , d e s d e l a s h i s t o r i a s T i t o L i v i o h a s t a l a Comedia
de D a n t e y o b r a s posteriores ( N e l s o n , 1 9 7 6 - 1 9 7 7 ; Báuml, 1980; G o l d i n ,
1973; C o r m i e r , 1974; A h e r n , 1982).
¿DIJO "LITERATURA ORAL"?
L a concentración d e l o s e s p e c i a l i s t a s e n los t e x t o s t u v o c o n s e c u e n c i a s i d e o -
lógicas. C o n l a atención e n f o c a d a e n l o s t e x t o s , c o n f r e c u e n c i a p r o s i g u i e -
r o n a s u p o n e r , a m e n u d o s i n reflexión a l g u n a , q u e l a articulación v e r b a l
o r a l e r a e n e s e n c i a idéntica a l a e x p r e s i ó n v e r b a l e s c r i t a c o n l a q u e n o r -
m a l m e n t e t r a b a j a b a n , y q u e l a s f o r m a s artísticas o r a l e s e n e l f o n d o sólo
e r a n textos, salvo en el hecho de que no estaban asentadas por escrito.
S e extendió l a impresión d e q u e , a p a r t e d e l d i s c u r s o ( g o b e r n a d o p o r re-
g l a s retóricas e s c r i t a s ) , las f o r m a s artísticas o r a l e s e r a n f u n d a m e n t a l m e n t e
desmañadas e i n d i g n a s de examen serio.
 20 LA ORALIDAD DEL LENGUAJE
LA ORALIDAD DEL LENGUAJE 21

N o t o d o s , s i n e m b a r g o , s e r i g i e r o n p o r estas s u p o s i c i o n e s . A p a r t i r
tos, c a d a vez más a g u d a m e n t e c o n s c i e n t e s d e l a m a n e r a v e r g o n z o s a co-
d e m e d i a d o s d e l s i g l o X V I , s e intensificó u n s e n t i d o d e l a s c o m p l e j a s r e -
mo revela nuestra i n c a p a c i d a d p a r a representar ante nuestro propio
laciones entre la e s c r i t u r a y el h a b l a ( C o h e n , 1977). E m p e r o , el d o m i n i o
espíritu u n a h e r e n c i a d e m a t e r i a l o r g a n i z a d o e n f o r m a v e r b a l s a l v o c o -
i n e x o r a b l e d e l o s t e x t o s e n l a m e n t e d e los e r u d i t o s s e h a c e e v i d e n t e e n
mo cierta variante de la escritura, aunque no tenga nada en absoluto
e l h e c h o d e q u e h a s t a h o y día aún n o s e f o r m u l a n c o n c e p t o s q u e a y u d e n
q u e ver c o n esta última. E l título d e l a g r a n C o l e c c i ó n M i l m a n P a r r y
a c o m p r e n d e r e f i c a z m e n t e , y m e n o s aún c o n e l e g a n c i a , e l a r t e o r a l c o -
de Literatura O r a l en la Universidad de H a r v a r d es un monumento al
mo tal, sin la referencia (consciente o inconsciente) a la escritura. E l l o
estado d e c o n c i e n c i a d e u n a generación a n t e r i o r d e e r u d i t o s , q u e n o a l
e s c i e r t o a p e s a r d e q u e l a s f o r m a s artísticas o r a l e s q u e s e p r o d u j e r o n
de sus defensores recientes.
d u r a n t e l a s d e c e n a s d e m i l e s d e años a n t e r i o r e s a l a e s c r i t u r a o b v i a m e n -
P o d r í a a r g ü i r s e ( c o m o l o h a c e F i n n e g a n , 1 9 7 7 , p . 16) q u e e l t é r m i n o
t e n o tenían n i n g u n a c o n e x i ó n e n a b s o l u t o c o n e s t a ú l t i m a . T e n e m o s tér-
" l i t e r a t u r a " , a u n q u e c r e a d o p r i n c i p a l m e n t e p a r a l a s o b r a s e s c r i t a s , sólo
m i n o " l i t e r a t u r a " , q u e básicamente s i g n i f i c a " e s c r i t o s " ( e n latín literatura,
s e h a e x t e n d i d o p a r a a b a r c a r o t r o s f e n ó m e n o s a f i n e s c o m o l a narración
d e litera, l e t r a d e l a l f a b e t o ) , p a r a c u b r i r u n c u e r p o d a d o d e m a t e r i a l es-
o r a l t r a d i c i o n a l en las c u l t u r a s q u e no tienen c o n o c i m i e n t o s de la escri-
crito — l i t e r a t u r a inglesa, literatura i n f a n t i l — , pero no contamos con n i n -
tura. M u c h o s t é r m i n o s o r i g i n a l m e n t e específicos h a n s i d o g e n e r a l i z a d o s
g u n a p a l a b r a o concepto s i m i l a r m e n t e satisfactoria p a r a referirnos a u n a
d e esta m a n e r a . S i n e m b a r g o , los c o n c e p t o s t i e n e n l a p e c u l i a r i d a d d e
h e r e n c i a m e r a m e n t e o r a l , c o m o las h i s t o r i a s , p r o v e r b i o s , p l e g a r i a s y ex-
c o n s e r v a r sus etimologías p a r a s i e m p r e . L o s e l e m e n t o s a p a r t i r d e los
p r e s i o n e s de fórmula orales t r a d i c i o n a l e s ( C h a d w i c k , 1 9 3 2 - 1 9 4 0 , pasimm),
cuales se c o m p o n e un término, p o r regla g e n e r a l , acaso s i e m p r e , subsis-
u otras p r o d u c c i o n e s orales de, d i g a m o s , los l a k o t a sioux de Norteamé-
ten d e algún m o d o e n los s i g n i f i c a d o s u l t e r i o r e s , tal vez e n l a o s c u r i d a d
r i c a , los m a n d e d e l África o c c i d e n t a l o los griegos homéricos.
pero a m e n u d o con fuerza y a u n irreductiblemente. Además, c o m o se
S e g ú n s e a p u n t ó párrafos atrás, l l a m o " o r a l i d a d p r i m a r i a " a la o r a l i - v e r á e n d e t a l l e más a d e l a n t e , l a e s c r i t u r a r e p r e s e n t a u n a a c t i v i d a d p a r t i -
dad de u n a c u l t u r a que carece de todo conocimiento de la escritura o c u l a r m e n t e i m p e r i a l i s t a y e x c l u s i v i s t a q u e t i e n d e a i n c o r p o r a r otros ele-
d e l a impresión. E s " p r i m a r i a " p o r e l contraste c o n l a " o r a l i d a d s e c u n - m e n t o s a u n s i n l a a y u d a d e las etimologías.
d a r i a " d e l a a c t u a l c u l t u r a d e a l t a tecnología, e n l a c u a l s e m a n t i e n e u n a
A u n q u e l a s p a l a b r a s están f u n d a d a s e n e l h a b l a o r a l , l a e s c r i t u r a l a s
n u e v a o r a l i d a d m e d i a n t e e l t e l e f o n o , l a r a d i o , l a televisión y o t r o s a p a r a -
e n c i e r r a tiránicamente p a r a s i e m p r e e n u n c a m p o v i s u a l . U n a persona
f
o s electrónicos q u e p a r a s u e x i s t e n c i a y f u n c i o n a m i e n t o d e p e n d e n d e
q u e s e p a leer y a l a q u e s e l e p i d a p e n s a r e n l a expresión " n o o b s t a n t e " ,
la escritura y la impresión. H o y e n día l a c u l t u r a o r a l p r i m a r i a c a s i n o
p o r r e g l a g e n e r a l ( y t e n g o g r a v e s s o s p e c h a s d e q u e s i e m p r e ) s e hará a l -
existe en sentido estricto puesto q u e toda c u l t u r a conoce la e s c r i t u r a y
g u n a i m a g e n a l m e n o s v a g a d e l a p a l a b r a e s c r i t a , y será e n t e r a m e n t e
tiene a l g u n a e x p e r i e n c i a d e sus efectos. N o o b s t a n t e , e n g r a d o s v a r i a b l e s
i n c a p a z d e p e n s a r a l g u n a v e z e n l a expresión " n o o b s t a n t e " d u r a n t e ,
m u c h a s c u l t u r a s y s u b c u l t u r a s , a u n e n u n a m b i e n t e a l t a m e n t e tecnoló-
d i g a m o s , 6 0 s e g u n d o s s i n r e f e r i r s e a l a s l e t r a s s i n o sólo a l s o n i d o . E s d e -
gico, c o n s e r v a n g r a n parte del m o l d e m e n t a l de la o r a l i d a d p r i m a r i a .
cir, u n a persona que ha a p r e n d i d o a leer no puede recuperar p l e n a m e n -
L a t r a d i c i ó n m e r a m e n t e o r a l , u o r a l i d a d p r i m a r i a , n o e s fácil d e c o n - t e e l s e n t i d o d e l o q u e l a p a l a b r a s i g n i f i c a p a r a l a g e n t e q u e sólo s e
c e b i r c o n precisión y s e n t i d o . L a e s c r i t u r a h a c e q u e l a s " p a l a b r a s " p a - c o m u n i c a d e m a n e r a o r a l . E n v i s t a d e esta p r e p o n d e r a n c i a del c o n o c i -
r e z c a n semejantes a las cosas p o r q u e c o n c e b i m o s las p a l a b r a s c o m o m a r c a s m i e n t o d e l a e s c r i t u r a , p a r e c e a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e e m p l e a r e l tér-
v i s i b l e s q u e señalan l a s p a l a b r a s a l o s d e c o d i f i c a d o r e s : podemos ver y m i n o " l i t e r a t u r a " p a r a i n c l u i r l a tradición y l a representación o r a l e s s i n
t o c a r tales " p a l a b r a s " i n s c r i t a s e n textos y l i b r o s . L a s p a l a b r a s e s c r i t a s r e d u c i r d e algún m o d o , s u t i l p e r o i r r e m e d i a b l e m e n t e , a éstas a v a r i a n t e s
c o n s t i t u y e n r e m a n e n t e s . L a tradición o r a l n o p o s e e este c a r á c t e r d e p e r - de la escritura.
manencia. C u a n d o u n a historia oral relatada a m e n u d o no es narrada de
C o n s i d e r a r l a tradición o r a l o u n a h e r e n c i a d e representación, géne-
h e c h o , l o único q u e d e e l l a e x i s t e e n c i e r t o s seres h u m a n o s e s e l p o t e n c i a l
ros y estilos orales c o m o " l i t e r a t u r a o r a l " es algo p a r e c i d o a p e n s a r en
d e c o n t a r l a . N o s o t r o s (los q u e l e e m o s t e x t o s c o m o éste) p o r l o g e n e r a l es-
los c a b a l l o s c o m o automóviles s i n r u e d a s . D e s d e l u e g o , es posible i n t e n -
tamos tan h a b i t u a d o s a la lectura que r a r a vez nos sentimos b i e n en u n a
tarlo. Imagínese e s c r i b i e n d o un tratado sobre caballos ( p a r a la gente q u e
situación e n l a c u a l l a articulación v e r b a l t e n g a t a n p o c a s e m e j a n z a c o n
n u n c a ha visto n i n g u n o ) que comience con el concepto, no del caballo,
u n a c o s a , c o m o s u c e d e e n l a tradición o r a l . P o r e l l o — a u n q u e y a c o n u n a
sino de " a u t o m ó v i l " , basándose e n l a e x p e r i e n c i a d i r e c t a d e l o s l e c t o r e s
frecuencia ligeramente reducida—, en el pasado la crítica engendró
c o n los automóviles. P r o c e d e a p r o f u n d i z a r s o b r e l o s c a b a l l o s , refirién-
conceptos t a n m o n s t r u o s o s c o m o e l d e " l i t e r a t u r a o r a l " . Este término
dose s i e m p r e a ellos c o m o " a u t o m ó v i l e s s i n r u e d a s " ; e x p l i c a a los lecto-
s e n c i l l a m e n t e a b s u r d o s i g u e c i r c u l a n d o h o y e n día a u n e n t r e l o s e r u d i -
res m u y a c o s t u m b r a d o s a l a u t o m ó v i l , q u e n u n c a h a n v i s t o u n c a b a l l o ,
 22 LA ORALIDAD DEL LENGUAJE LA ORALIDAD DEL LENGUAJE 23

t o d o s los p u n t o s d e d i f e r e n c i a , e n u n esfuerzo p o r e x t i r p a r t o d a noción o r a l e s s e apreciarían c o m o " v o c a l i z a c i o n e s " , o s e a , l o q u e s o n . S i n e m -

de " a u t o m ó v i l " al concepto "automóvil sin r u e d a s " , a fin de dotar al b a r g o , e l s i g n i f i c a d o m á s u s u a l d e l t é r m i n o épica — p o e s í a épica ( o r a l ;
término d e u n significado estrictamente e q u i n o . E n vez d e ruedas, los véase B y n u m , 1 9 6 7 ) — interferiría d e a l g u n a m a n e r a c o n u n s i g n i f i c a d o
a u t o m ó v i l e s s i n r u e d a s t i e n e n uñas a g r a n d a d a s l l a m a d a s c a s c o s ; e n l u - genérico a t r i b u i d o a todas las c r e a c i o n e s o r a l e s . " V o c a l i z a c i o n e s " pare-
g a r de faros o quizás espejos r e t r o v i s o r e s , ojos; a c a m b i o de u n a c a p a c e t e n e r d e m a s i a d a s a s o c i a c i o n e s c o m p e t i d o r a s , a u n q u e s i a l g u i e n l o cree
de l a c a , algo l l a m a d o pelo; en vez de gasolina c o m o c o m b u s t i b l e , h e n o ; l o s u f i c i e n t e m e n t e b o y a n t e p a r a b o t a r l o , c i e r t a m e n t e apoyaré los esfuer-
y así s u c e s i v a m e n t e . A l f i n a l , l o s c a b a l l o s sólo s e c o m p o n e n d e l o q u e z o s p o r m a n t e n e r l o a f l o t e . E m p e r o , aún n o s e n c o n t r a r í a m o s s i n u n tér-
n o s o n . S i n i m p o r t a r c u a n p r e c i s a y m i n u c i o s a sea t a l descripción p o r o m i - m i n o más genérico q u e a b a r c a s e t a n t o e l arte e x c l u s i v a m e n t e o r a l c o m o
sión, los l e c t o r e s c o n d u c t o r e s d e automóviles q u e n u n c a h a n v i s t o u n c a - l a l i t e r a t u r a . E n e s t e c a s o c o n t i n u a r é u n a práctica c o m ú n e n t r e l a s p e r -
b a l l o y q u e sólo o y e n h a b l a r d e " a u t o m ó v i l e s s i n r u e d a s " c o n s e g u r i d a d s o n a s i n f o r m a d a s y recurriré, c u a n d o s e a p r e c i s o , a c i r c u n l o c u c i o n e s q u e
s e llevarían u n e x t r a ñ o c o n c e p t o d e u n c a b a l l o . S u c e d e l o m i s m o c o n a q u e - se expliquen por sí m i s m a s : " f o r m a s artísticas e x c l u s i v a m e n t e o r a l e s " ,
llos q u e h a b l a n d e l a " l i t e r a t u r a o r a l " , e s decir, d e l a " e s c r i t u r a o r a l " . " f o r m a s artísticas v e r b a l e s " ( q u e c o m p r e n d e r í a n t a n t o l a s o r a l e s c o m o
N o e s p o s i b l e d e s c r i b i r u n f e n ó m e n o p r i m a r i o c o m e n z a n d o c o n o t r o se- las c o m p u e s t a s p o r e s c r i t o , y t o d o lo q u e h u b i e r a entre u n a y otra) y de
c u n d a r i o p o s t e r i o r y r e d u c i r p o c o a p o c o las diferencias sin p r o d u c i r u n a tipos semejantes.
d e f o r m a c i ó n g r a v e e i n o p e r a n t e . E n efecto, h a c i e n d o las cosas a l revés E n l a a c t u a l i d a d , e l t é r m i n o " l i t e r a t u r a o r a l " a f o r t u n a d a m e n t e está
— c o l o c a n d o el carro delante del c a b a l l o — , resulta absolutamente i m p o - p e r d i e n d o terreno, pero es m u y posible que toda batalla l i b r a d a p a r a eli-
sible d e s c u b r i r las verdaderas diferencias. m i n a r l o d e l t o d o n u n c a s e gane p o r c o m p l e t o . P a r a l a mayoría d e los
A u n q u e e l t é r m i n o " p r e a l f a b e t i s m o " r e s u l t a e n s í útil y a v e c e s n e c e - q u e p u e d e n l e e r , l a consideración d e l a s p a l a b r a s c o m o s e p a r a d a s d e m a -
s a r i o , s i s e e m p l e a d e m o d o i r r e f l e x i v o también p l a n t e a p r o b l e m a s i g u a - n e r a íntegra d e l a e s c r i t u r a s e n c i l l a m e n t e r e p r e s e n t a u n a t a r e a d e m a s i a -
les a los del término "literatura oral", a u n q u e no tan dogmáticos. d o a r d u a p a r a e m p r e n d e r l a , a u n q u e l o r e q u i e r a e l t r a b a j o lingüístico o
"Prealfabetismo" revela la oralidad —el "sistema primario de antropológico e s p e c i a l i z a d o . L a s p a l a b r a s s i g u e n llegándole a u n o p o r
m o d e l a d o " — como una desviación anacrónica d e l "sistema secundario e s c r i t o , s i n i m p o r t a r l o q u e s e h a g a . P o r o t r a p a r t e , l a separación d e l a s
d e m o d e l a d o " q u e l e siguió. p a l a b r a s de la e s c r i t u r a r e s u l t a psicológicamente p e l i g r o s a , pues el senti-
d o d e d o m i n i o s o b r e l a l e n g u a q u e t i e n e n l o s q u e l e e n está e s t r e c h a m e n -
D e a c u e r d o c o n los términos " l i t e r a t u r a o r a l " y " p r e a l f a b e t i s m o " ,
te v i n c u l a d o c o n las t r a n s f o r m a c i o n e s visuales de la m i s m a : s i n los
también oímos m e n c i o n a r e l " t e x t o " d e u n a expresión o r a l . " T e x t o " ,
d i c c i o n a r i o s , l a s r e g l a s g r a m a t i c a l e s e s c r i t a s , l a puntuación y t o d o e l res-
d e u n a raíz q u e s i g n i f i c a " t e j e r " , es, e n términos a b s o l u t o s , etimológi-
to d e l m e c a n i s m o q u e c o n v i e r t e las p a l a b r a s en algo c u y o significado puede
c a m e n t e más c o m p a t i b l e c o n l a expresión o r a l q u e " l i t e r a t u r a " , l a c u a l
a v e r i g u a r s e , ¿cómo podrán v i v i r los q u e leen? A q u e l l o s q u e u t i l i z a n u n
s e r e f i e r e a l a s l e t r a s e n c u a n t o a s u o r i g e n (literae) d e l a l f a b e t o . E l d i s -
g r a f o l e c t o c o m o e l inglés o f i c i a l t i e n e n acceso, a v o c a b u l a r i o s c i e n t o s d e
curso oral por lo general se ha considerado, a u n en medios orales, c o m o
veces más extensos d e l o q u e p u e d e a b a r c a r c u a l q u i e r l e n g u a o r a l . E n
u n t e j i d o o c o s i d o : rhapsoidein, " c a n t a r " , e n g r i e g o básicamente s i g n i f i c a
u n m u n d o t a n lingüístico, l o s d i c c i o n a r i o s s o n e s e n c i a l e s . R e s u l t a d e s -
" c o s e r c a n c i o n e s " . P e r o e n r e a l i d a d c u a n d o los que saben leer u t i l i z a n
m o r a l i z a d o r recordarnos q u e no existe d i c c i o n a r i o a l g u n o en la mente;
h o y e n día e l término " t e x t o " p a r a referirse a l a producción o r a l , p i e n -
q u e e l a p a r a t o l e x i c o g r á f i c o c o n s t i t u y e u n a g r e g a d o m u y tardío a l a l e n -
s a n e n é l p o r analogía c o n l a e s c r i t u r a . E n e l v o c a b u l a r i o d e l l e c t o r , e l
g u a c o m o t a l ; q u e t o d a s las l e n g u a s p o s e e n gramáticas e l a b o r a d a s y q u e
" t e x t o " d e u n a narración h e c h a p o r u n a p e r s o n a d e u n a c u l t u r a o r a l
c r e a r o n sus v a r i a c i o n e s s i n a y u d a a l g u n a d e l a e s c r i t u r a ; a s i m i s m o , que
p r i m a r i a r e p r e s e n t a u n a derivación r e g r e s i v a : o t r a vez e l c a b a l l o c o m o
f u e r a d e las c u l t u r a s d e tecnología r e l a t i v a m e n t e a v a n z a d a , l a mayoría
automóvil s i n r u e d a s .
d e l o s u s u a r i o s d e l a s l e n g u a s s i e m p r e h a n p o d i d o arreglárselas b a s t a n t e
D a d a l a v a s t a d i f e r e n c i a e n t r e e l h a b l a y l a e s c r i t u r a , ¿qué p u e d e h a -
bien sin transformaciones visuales algunas del sonido vocal.
cerse p a r a i d e a r u n a a l t e r n a t i v a a l término " l i t e r a t u r a o r a l " , anacróni-
c o y c o n t r a d i c t o r i o e n s í m i s m o ? A d a p t a n d o u n a proposición h e c h a p o r L a s culturas orales p r o d u c e n , efectivamente, representaciones verba-
Northrop Frye para la poesía épica, en The Anatomy o f Criticism (1957, les p u j a n t e s y h e r m o s a s d e g r a n v a l o r artístico y h u m a n o , l a s c u a l e s p i e r -
pp. 2 4 8 - 2 5 0 , 2 9 3 - 3 0 3 ) , p o d e m o s referirnos a todo arte e x c l u s i v a m e n t e den incluso la posibilidad de existir u n a vez que la escritura ha tomado
o r a l c o m o " é p i c a " , q u e t i e n e l a m i s m a raíz d e l p r o t o i n d o e u r o p e o , wekw, posesión d e l a p s i q u e . N o o b s t a n t e , s i n l a e s c r i t u r a l a c o n c i e n c i a h u m a -
c o m o l a p a l a b r a l a t i n a vox y s u e q u i v a l e n t e inglés, voice, y q u e p o r l o t a n - n a n o p u e d e a l c a n z a r s u p o t e n c i a l más p l e n o , n o p u e d e p r o d u c i r o t r a s
to se b a s a f i r m e m e n t e en lo v o c a l , lo o r a l . Así pues, las p r o d u c c i o n e s c r e a c i o n e s i n t e n s a s y h e r m o s a s . E n este s e n t i d o , l a o r a l i d a d d e b e y e s t a
 24 LA ORALIDAD DEL LENGUAJE

d e s t i n a d a a p r o d u c i r l a e s c r i t u r a . E l c o n o c i m i e n t o d e esta última, c o m o
se verá más a d e l a n t e , es a b s o l u t a m e n t e m e n e s t e r p a r a el d e s a r r o l l o no
sólo d e l a c i e n c i a s i n o también d e l a h i s t o r i a , l a f i l o s o f í a , l a i n t e r p r e t a -
ción e x p l i c a t i v a d e l a l i t e r a t u r a y d e t o d o a r t e ; a s i m i s m o , p a r a e s c l a r e c e r
l a lengua m i s m a (incluyendo e l h a b l a oral). C a s i n o q u e d a c u l t u r a oral
o p r e d o m i n a n t e m e n t e o r a l e n e l m u n d o d e h o y q u e d e algún m o d o n o II. EL DESCUBRIMIENTO M O D E R N O DE
tenga c o n c i e n c i a del vasto conjunto de poderes eternamente inaccesible C U L T U R A S ORALES PRIMARIAS
sin la escritura. Esta conciencia representa u n a extrema zozobra para
las p e r s o n a s q u e p e r m a n e c e n e n l a o r a l i d a d p r i m a r i a , q u e d e s e a n c o n
v e h e m e n c i a conocer la escritura, pero que saben m u y bien que i n t r o d u - UNA CONCIENCIA TEMPRANA DE LA TRADICIÓN ORAL
c i r s e e n e l e m o c i o n a n t e m u n d o d e e s t a última s i g n i f i c a d e j a r atrás m u -
E L NUEVO d e s p e r t a r , e n años r e c i e n t e s , a l a o r a l i d a d d e l h a b l a , n o o c u -
cho de lo que es sugerente y profundamente a m a d o en el m u n d o oral
rrió s i n a n t e c e d e n t e s . V a r i o s s i g l o s a n t e s d e C r i s t o , e l a u t o r s e u d ó n i m o
anterior. T e n e m o s que m o r i r para seguir viviendo.
d e l l i b r o d e l A n t i g u o T e s t a m e n t o q u e s e c o n o c e p o r s u nom d e plume h e -
P o r f o r t u n a e l c o n o c i m i e n t o d e l a e s c r i t u r a , pese a q u e d e v o r a sus p r o p i o s
breo, Q o h e l e t h ( " p r e d i c a d o r " ) , o por su equivalente griego, Eclesias-
antecedentes orales y, a menos q u e se e n c a u c e con cuidado y aunque
tés, a l u d e c l a r a m e n t e a l a tradición o r a l e n l a q u e s e b a s a s u e s c r i t o : " Y
d e s t r u y e l a m e m o r i a d e éstos, también e s i n f i n i t a m e n t e a d a p t a b l e . D e l
c u a n t o más s a b i o fue e l P r e d i c a d o r , t a n t o más e n s e ñ ó sabiduría a l p u e -
m i s m o m o d o puede restituirles su m e m o r i a . Es posible e m p l e a r el cono-
b l o ; c h¡20 e s c u c h a r e h i z o e s c u d r i ñ a r , y c o m p u s o m u c h o s p r o v e r b i o s .
c i m i e n t o de la e s c r i t u r a c o n el objeto de reconstituir p a r a nosotros m i s -
Procuró el P r e d i c a d o r h a l l a r p a l a b r a s a g r a d a b l e s y e s c r i t u r a r e c t a , p a l a -
m o s l a c o n c i e n c i a h u m a n a prístina ( t o t a l m e n t e á g r a f a ) , p o r 3 o m e n o s p a r a
b r a s d e v e r d a d . " (Eclesiastés, 12: 9-10).
r e c o b r a r e n s u m a y o r parte — a u n q u e n o t o t a l m e n t e — esta c o n c i e n c i a
" E s c r i t u r a r e c t a " . L a s p e r s o n a s l e t r a d a s , d e s d e los c o l e c c i o n i s t a s m e -
( n u n c a l o g r a m o s o l v i d a r l o bastante nuestro presente c o n o c i d o p a r a re-
dievales de florilegios hasta E r a s m o ( 1 4 6 6 - 1 5 3 6 ) o V i c e s i m u s K n o x
c o n s t r u i r e n s u t o t a l i d a d c u a l q u i e r p a s a d o ) . E s t a reconstrucción p u e d e
( 1 7 5 2 - 1 8 2 1 ) y otros, h a n seguido r e u n i e n d o en textos lo d i c h o p o r la t r a :

r e s u l t a r e n u n a m e j o r comprensión d e l a i m p o r t a n c i a d e l m i s m o c o n o c i -
dición o r a l , a u n q u e r e s u l t a s i g n i f i c a t i v o q u e , a más t a r d a r a p a r t i r del
m i e n t o d e l a e s c r i t u r a p a r a l a formación d e l a c o n c i e n c i a h u m a n a y h a s -
m e d i o e v o y l a época d e E r a s m o , p o r l o m e n o s e n l a c u l t u r a o c c i d e n t a l
t a l l e g a r a l a s c u l t u r a s a l t a m e n t e tecnológicas. T a l e n t e n d i m i e n t o , t a n t o
l a mayoría d e ellos n o r e c o g i e r o n l o d i c h o d i r e c t a m e n t e p o r l a expresión
d e l a o r a l i d a d c o m o d e l a e s c r i t u r a , e s l o q u e este l i b r o , p o r n e c e s i d a d
h a b l a d a sino que lo t o m a r o n de otros escritos. El r o m a n t i c i s m o se carac-
u n a o b r a e s c r i t a y n o u n a representación o r a l , p r o c u r a a l c a n z a r e n a l -
terizó p o r e l interés e n e l p a s a d o r e m o t o y l a c u l t u r a p o p u l a r . D e s d e e n -
gún grado.
tonces, cientos de coleccionistas, comenzando por J a m e s McPherson
( 1 7 3 6 - 1 7 9 6 ) e n E s c o c i a , T h o m a s P e r c y ( 1 7 2 9 - 1 8 1 1 ) e n I n g l a t e r r a , los
hermanos G r i m m : Jacob (1785-1863) y W i l h e l m (1786-1859) en Alema-
nia, o Francis J a m e s C h i l d ( 1 8 2 5 - 1 8 9 6 ) en Estados U n i d o s , h a n rehecho
e n f o r m a más o m e n o s d i r e c t a a l g u n a s p a r t e s d e l a tradición o r a l , c u a -
s i o r a l o s e m i o r a l , otorgándoles u n a n u e v a r e s p e t a b i l i d a d . P a r a e l i n i c i o
de nuestro siglo, q u e y a está e n v e j e c i e n d o , e l e r u d i t o escocés A n d r e w
L a n g ( 1 8 4 4 - 1 9 1 2 ) y otros habían d e s v i r t u a d o b a s t a n t e J a opinión d e q u e
e l f o l k l o r e o r a l r e p r e s e n t a b a s o l a m e n t e los d e s e c h o s d e u n a m i t o l o g í a l i t e -
r a r i a " s u p e r i o r " : j u i c i o p r o d u c i d o n a t u r a l m e n t e p o r e l p r e j u i c i o caligrá-
fico y tipográfico t r a t a d o en el capítulo a n t e r i o r .

L o s a n t i g u o s lingüistas s e h a b í a n r e s i s t i d o a l a i d e a d e l a distinción
entre las l e n g u a s h a b l a d a y e s c r i t a . A p e s a r de sus n u e v a s i n c u r s i o n e s
e n l a o r a l i d a d , o tal vez d e b i d o a ellas, S a u s s u r e — a i i g u a l q u e E d w a r d
Sapir, C. Hockett y L e o n a r d B l o o m f i e l d — sostiene l a opinión d e q u e
la escritura simplemente representa en forma visible la lengua hablada
( 1 9 5 9 , p p . 2 3 - 2 4 ) . E l CírculoLingüístico d e P r a g a , especialmente J . V a -

25
 26 CULTURAS ORALES PRIMARIAS
c h c k y E r n s t P u l g r a m , advirtió c i e r t a d i f e r e n c i a entre l a l e n g u a e s c r i t a
y l a h a b l a d a , a u n q u e , a l c o n c e n t r a r s e e n l o s u n i v e r s a l e s lingüísticos a n -
tes q u e e n los f a c t o r e s d e d e s a r r o l l o , h i z o p o c o u s o d e l a distinción ( G o o d y ,
1977, p. 77).
LA CUESTIÓN HOMÉRICA
D a d a s u n a c o n c i e n c i a d e l a r g a d a t a e n t r e l o s l e t r a d o s d e l a tradición o r a l ,
y la demostración, p o r L a n g y o t r o s , de q u e las c u l t u r a s e x c l u s i v a m e n t e
o r a l e s p o d r í a n p r o d u c i r c o m p l i c a d a s f o r m a s artísticas v e r b a l e s , ¿ q u e h a y
d e n u e v o e n n u e s t r a comprensión m o d e r n a d e l a o r a l i d a d ?
La nueva interpretación evolucionó p o r v a r i o s c a m i n o s , pero acaso
p u e d a seguirse m e j o r e n l a h i s t o r i a d e l a "cuestión homérica". D u r a n t e
más d e d o s m i l e n i o s , los e s t u d i o s o s s e h a n e n t r e g a d o a l e s t u d i o d e H o -
m e r o , c o n v a r i a d a s m e z c l a s de penetración, información errónea y p r e -
j u i c i o , consciente e inconsciente. En n i n g u n a parte se manifiestan en un
c o n t e x t o m á s r i c o l o s c o n t r a s t e s e n t r e o r a l i d a d y c o n o c i m i e n t o d e l a es-
critura, o l o s p u n t o s d é b i l e s d e l a m e n t e caligráfica o t i p o g r á f i c a i r r e -
flexiva.
L a " c u e s t i ó n h o m é r i c a " c o m o t a l s e o r i g i n ó e n l a crítica s u p e r i o r d e
H o m e r o e n e l s i g l o X I X , q u e había m a d u r a d o j u n t o c o n l a crítica s u p e r i o r
d e l a B i b l i a , p e r o c u y a s raíces s e r e m o n t a b a n h a s t a l a a n t i g ü e d a d clási-
c a . (Véase A d a m P a r r y , 1 9 7 1 , referencia f u n d a m e n t a l a lo l a r g o de las
s i g u i e n t e s p á g i n a s . ) L o s h o m b r e s d e l e t r a s d e l a a n t i g ü e d a d clásica o c c i -
d e n t a l u n a q u e o t r a v e z h a b í a n r e v e l a d o c i e r t a c o n c i e n c i a d e q u e l a lita-
d a y l a Odisea d i f e r í a n d e u n a p o e s í a g r i e g a d i s t i n t a y d e q u e s u s o r í g e n e s
eran oscuros. C i c e r ó n sugirió q u e e l texto e x i s t e n t e d e los d o s p o e m a s
h o m é r i c o s e r a u n a r e v i s i ó n d e Pisístrato a l a o b r a d e H o m e r o ( m i s m a
q u e Cicerón concebía, s i n e m b a r g o , c o m o u n texto); y J o s e f o p r o p u s o
i n c l u s o q u e H o m e r o n o sabía e s c r i b i r , c o s a q u e h i z o a f i n d e a r g u m e n t a r
q u e l a c u l t u r a h e b r e a e r a s u p e r i o r a l a c u l t u r a g r i e g a más a n t i g u a p u e s
aquélla c o n o c í a l a e s c r i t u r a , a n t e s q u e p a r a e x p l i c a r a l g o d e l e s t i l o u o t r a s
características e n l a s o b r a s h o m é r i c a s .
Desde el principio, profundas inhibiciones han interferido en nuestra
visión d e l o q u e e n r e a l i d a d s o n l o s p o e m a s h o m é r i c o s . D e s d e l a a n t i g ü e -
d a d h a s t a e l p r e s e n t e , l a I l í a d a y l a Odisea c o m ú n m e n t e h a n s i d o c o n s i d e -
radas como los poemas seculares más inspirados, más puros y más
ejemplares de la herencia occidental. P a r a explicar su excelencia recono-
cida, cada era se ha i n c l i n a d o a interpretarlos como u n a mejor realiza-
c i ó n d e l o q u e , s e g ú n e l l a , hacían o p r e t e n d í a n h a c e r s u s p o e t a s . A p e s a r
d e q u e e l r o m a n t i c i s m o había d a d o u n a n u e v a interpretación a l o " p r i -
m i t i v o " , c o m o u n a e t a p a favorable antes q u e l a m e n t a b l e d e l a c u l t u r a ,
l o s e r u d i t o s y l o s l e c t o r e s p o r l o g e n e r a l tendían aún a a t r i b u i r a l a p o e -
CULTURAS ORALES PRIMARIAS 27
sía p r i m i t i v a c u a l i d a d e s q u e s u p r o p i a é p o c a e n c o n t r a b a f u n d a m e n t a l -
mente atractivas. Más que cualquier otro investigador anterior, el
c l a s i c i s t a e s t a d u n i d e n s e M i l m a n P a r r y (1902-1935) logró s o c a v a r esta
patriotería c u l t u r a l , a f i n d e p e n e t r a r e n l a poesía h o m é r i c a " p r i m i t i v a "
e n l a s c o n d i c i o n e s p r o p i a s d e l a m i s m a , a u n q u e éstas s e o p o n í a n a l a
o p i n i ó n a c e p t a d a d e l o q u e d e b í a n s e r l a poesía y l o s p o e t a s .
A l g u n o s t r a b a j o s a n t e r i o r e s habían p r e s a g i a d o v a g a m e n t e e l d e P a r r y
en lo referente a q u e la adulación g e n e r a l de los p o e m a s homéricos a m e -
n u d o estuvo acompañada d e c i e r t a i n q u i e t u d . C o n frecuencia s e consi-
d e r a b a q u e los p o e m a s n o c u a d r a b a n del todo. E n e l siglo X V I I . F r a n c o i s
H é d e l i n , A b b é d ' A u b i g n a c e t d e M e i m a c ( 1 6 0 4 - 1 7 7 6 ) , e n u n espíritu
m á s d e r e t ó r i c a p o l é m i c a q u e d e e r u d i c i ó n v e r d a d e r a , acusó a l a lliada
y l a Odisea d e t e n e r t r a m a s m a l d e l i n e a d a s , d e p o b r e z a e n l a descripción
d e s u s p e r s o n a j e s y d e s e r ética y t e o l ó g i c a m e n t e d e s p r e c i a b l e s ; p r o s i g u e
p a r a a r g u m e n t a r q u e n u n c a existió u n H o m e r o y q u e l a s e p o p e y a s a é l
a t r i b u i d a s s e reducían a c o l e c c i o n e s d e r a p s o d i a s d e o t r o s . E l e r u d i t o clá-
sico R i c h a r d B e n t l e y ( 1 6 6 2 - 1 7 4 2 ) , f a m o s o p o r d e m o s t r a r q u e las l l a m a -
d a s Epístolas de Falaris e r a n f a l s i f i c a d a s y p o r o c a s i o n a r de m a n e r a i n d i r e c t a
la sátira a n t i t i p o g r á f i c a de S w i f t , The Baule of the Books, o p i n ó q u e en r e a -
l i d a d existió u n n o m b r e l l a m a d o H o m e r o , p e r o q u e los d i v e r s o s c a n t o s
q u e " e s c r i b i ó " n o f u e r o n r e u n i d o s e n l o s p o e m a s épicos h a s t a p o c o más
o m e n o s 5 0 0 años d e s p u é s , e n t i e m p o s d e P i s í s t r a t o . E l f i l ó s o f o i t a l i a n o
d e l a h i s t o r i a , G i a m b a t t i s t a V i c o ( 1 6 6 8 - 1 7 4 4 ) , c r e y ó q u e n o había e x i s -
t i d o n i n g ú n H o m e r o , s i n o q u e l a s e p o p e y a s h o m é r i c a s d e algún m o d o
r e p r e s e n t a b a n las c r e a c i o n e s d e t o d o u n p u e b l o .
R o b e r t W o o d (ca. 1 7 1 7 - 1 7 7 1 ) , d i p l o m á t i c o y a r q u e ó l o g o inglés, q u i e n
c u i d a d o s a m e n t e identificó a l g u n o s d e l o s s i t i o s m e n c i o n a d o s e n l a litada
y l a Odisea, a l p a r e c e r fue e l p r i m e r o c u y a s c o n j e t u r a s s e a p r o x i m a r o n
a lo que P a r r y finalmente demostró. W o o d o p i n a b a que H o m e r o no sa-
bía l e e r y q u e l a c a p a c i d a d d e l a m e m o r i a fue l o q u e l e p e r m i t i ó p r o d u c i r
e s a poesía. W o o d sugiere extraordinariamente que la m e m o r i a desem-
peñó u n p a p e l b a s t a n t e d i f e r e n t e e n l a c u l t u r a o r a l d e l q u e t u v o e n l a
l e t r a d a . A u n q u e W o o d n o p u d o e x p l i c a r e x a c t a m e n t e c ó m o funcionó l a
m n e m o t e c n i a d e H o m e r o , s í p r o p o n e q u e e l ethos d e l v e r s o h o m é r i c o e r a
p o p u l a r antes q u e culto. J u a n J a c o b o R o u s s e a u (1821, pp. 163-164), ci-
tando a Pere H a r d o u i n ( n i n g u n o es m e n c i o n a d o p o r A d a m P a r r y ) , cre-
yó m u y p r o b a b l e q u e H o m e r o y sus contemporáneos e n t r e los griegos
no hubieran conocido la escritura. Rousseau sí considera como un pro-
b l e m a , s i n e m b a r g o , el mensaje sobre un díptico q u e , en el c a n t o vi de
l a Ilíada, B e l e r o f o n t e l l e v ó a l r e y d e L i c i a . P e r o n o h a y e v i d e n c i a - d e q u e
los " s i g n o s " s o b r e e l díptico, q u e pedían l a ejecución d e l p r o p i o B e l e r o -
f o n t e , f o r m a s e n u n a v e r d a d e r a e s c r i t u r a (véase más a d e l a n t e , p p . 8 8 - 8 9 ) .
D e h e c h o , e n e l r e l a t o h o m é r i c o p a r e c e n más b i e n c o m o u n a e s p e c i e d e
ideogramas toscos.
 28 CULTURAS ORALES PRIMARIAS
E l s i g l o X I X presenció e l d e s a r r o l l o d e l a s teorías h o m é r i c a s d e los l l a -
mados Analistas, iniciadas por F r i e d r i c h August W o l f (1759-1824) con
s u Prolegómena d e 1 7 9 5 . L o s a n a l i s t a s i n t e r p r e t a b a n l o s t e x t o s d e l a litada
y l a Odisea c o m o c o m b i n a c i o n e s d e p o e m a s o f r a g m e n t o s a n t e r i o r e s , y
s e p r o p u s i e r o n d e t e r m i n a r p o r análisis cuáles e r a n los t r o z o s y c ó m o h a -
bían s i d o i n t e g r a d o s . S i n e m b a r g o , c o m o a p u n t a A d a m P a r r y ( 1 9 7 1 , pági-
n a s XIV-XVII), los A n a l i s t a s s u p u s i e r o n q u e los trozos q u e se reunían e r a n s i m -
p l e m e n t e textos, y a q u e n o s e les había o c u r r i d o o t r a p o s i b i l i d a d . E r a
i n e v i t a b l e q u e a l o s A n a l i s t a s les s i g u i e r a n , a p r i n c i p i o s d e l s i g l o xx, l o s
U n i t a r i o s , p o r lo regular literarios piadosos, sectarios inseguros que se
a f e r r a b a n a c u a l q u i e r c o s a y q u e sostenían q u e la Ilíada y la Odisea e s t a -
b a n t a n b i e n e s t r u c t u r a d a s , e r a n t a n c o n g r u e n t e s e n t a representación
d e los personajes y , e n g e n e r a l , e r a n m a n i f e s t a c i o n e s artísticas t a n e l e v a d a s ,
q u e r e s u l t a b a i m p o s i b l e q u e f u e r a n o b r a d e u n a sucesión d e s o r d e n a -
d a d e r e d a c t o r e s , s i n o q u e d e b í a n s e r l a creación d e u n s o l o h o m b r e .
E s t a e r a l a opinión más o m e n o s p r e v a l e c i e n t e c u a n d o P a r r y e r a e s t u -
d i a n t e y c o m e n z a b a a f o r m a r sus p r o p i o s j u i c i o s .
EL DESCUBRIMIENTO DE MILMAN PARRY
C o m o m u c h o s trabajos intelectuales innovadores, e l d e M i l m a n P a r r y
surgió d e i n t r o s p e c c i o n e s t a n p r o f u n d a s y sólidas q u e r e s u l t a r o n difíciles
d e expresar. E l hijo d e P a r r y , e l fallecido A d a m P a r r y (1971, p p . I X - L X I I ) ,
delineó e x t r a o r d i n a r i a m e n t e l a fascinante evolución d e l p e n s a m i e n t o d e
s u p a d r e , d e s d e s u tesis d e maestría e n l a U n i v e r s i d a d d e C a l i f o r n i a e n
B e r k e l e y , a p r i n c i p i o s d e l o s años v e i n t e , h a s t a s u m u e r t e p r e m a t u r a e n
1935.
N o t o d o s los e l e m e n t o s e n l a concepción g l o b a l d e P a r r y e r a n e n t e r a -
m e n t e n u e v o s . E l a x i o m a f u n d a m e n t a l q u e rigió s u p e n s a m i e n t o a p a r t i r
d e p r i n c i p i o s d e los años v e i n t e , " l a d e p e n d e n c i a , e n l a selección d e p a -
l a b r a s y l a s f o r m a s d e l a s p a l a b r a s e n l a construcción d e l v e r s o e n hexá-
m e t r o [ c o m p u e s t a o r a l m e n t e ] " d e los p o e m a s homéricos ( A d a m P a r r y ,
1 9 7 1 , p . x i x ) , fue a n t i c i p a d o e n l a o b r a d e J . E . E l l e n d t y H . D ü n t z e r .
O t r o s f a c t o r e s d e l a introspección o r i g i n a l d e P a r r y t a m b i é n habían s i d o
p r e v i s t o s . A r n o l d v a n G e n n e p había a d v e r t i d o u n a estructuración for-
m u l a r i a e n l a poesía d e l a s c u l t u r a s o r a l e s d e l a é p o c a m o d e r n a , y M .
M u r k o había r e c o n o c i d o l a a u s e n c i a d e u n a m e m o r i a e x a c t a , p a l a b r a
p o r p a l a b r a , e n l a poesía o r a l d e t a l e s c u l t u r a s . M á s i m p o r t a n t e aún,
M a r c e l J o u s s e , clérigo y e r u d i t o j e s u i t a c r i a d o e n u n a m b i e n t e c a m p e s i -
n o r e s i d u a l m e n t e o r a l e n F r a n c i a y q u e pasó l a m a y o r p a r t e d e s u v i d a
a d u l t a e n e l M e d i o O r i e n t e , a b s o r b i e n d o s u c u l t u r a o r a l , había estable-
c i d o u n a d i f e r e n c i a c l a r a e n t r e l a producción o r a l e n tales c u l t u r a s y t o d a
c o m p o s i c i ó n e s c r i t a . J o u s s e ( 1 9 2 5 ) había l l a m a d o verbomoteur a l a s c u l t u -
C U L T U R A S ORALES PRIMARIAS 29
ras o r a l e s y las e s t r u c t u r a s d e p e r s o n a l i d a d q u e éstas p r o v o c a b a n ; l a m e n -
t a b l e m e n t e , l a o b r a d e J o u s s e n o s e h a t r a d u c i d o a l inglés; (véase O n g ,
1967b, p p . 3 0 , 147-148, 3 3 5 - 3 3 6 ) . L a concepción d e M i l m a n P a r r y i n -
cluyó y fundió t o d a s estas y o t r a s i d e a s p a r a p r o p o r c i o n a r u n a e x p l i c a -
ción d e m o s t r a b l e d e l o q u e fue l a poesía h o m é r i c a y d e c ó m o fue
c o n f o r m a d a p o r l a s c o n d i c i o n e s e n l a s c u a l e s fue p r o d u c i d a .
A p e s a r d e q u e l a concepción d e P a r r y fue a n t i c i p a d a h a s t a c i e r t o
p u n t o p o r estos e r u d i t o s a n t e r i o r e s , l e c o r r e s p o n d e p o r e n t e r o p u e s c u a n d o
surgió p o r p r i m e r a v e z e n s u m e n l e a p r i n c i p i o s d e l o s años v e i n t e d e l
presente siglo, aparentemente no estaba enterado s i q u i e r a de la existen-
c i a d e c u a l q u i e r a d e l o s i n v e s t i g a d o r e s m e n c i o n a d o s e n e l párrafo a n t e -
r i o r ( A d a m P a r r y , 1971, p . X X I I ) . S i n d u d a , por supuesto, sutiles
i n f l u e n c i a s d e l a é p o c a , q u e habían s i d o i m p o r t a n t e s p a r a e s t u d i o s o s a n -
t e r i o r e s , también l o habían s i d o p a r a él.
C o m o l o m a d u r ó y demostró e n s u tesis d o c t o r a l d e París ( M i l m a n
P a r r y , 1928), e l d e s c u b r i m i e n t o d e P a r r y p u e d e expresarse d e esta m a -
n e r a : v i r t u a l m e n t e t o d o a s p e c t o característico d e l a poesía h o m é r i c a s e
debe a la economía q u e le i m p u s i e r o n los métodos orales de c o m p o s i -
ción. Éstos p u e d e n r e c o n s t r u i r s e m e d i a n t e u n análisis c u i d a d o s o d e l v e r s o
m i s m o , u n a vez q u e se p r e s c i n d e de las s u p o s i c i o n e s a c e r c a de la expre-
sión y l o s p r o c e s o s d e p e n s a m i e n t o , p r o f u n d a m e n t e a r r a i g a d a s e n l a p s i -
q u e p o r m u c h a s g e n e r a c i o n e s d e c u l t u r a e s c r i t a . E s t e d e s c u b r i m i e n t o fue
r e v o l u c i o n a r i o e n l o s círculos l i t e r a r i o s y t e n d r í a r e p e r c u s i o n e s e x t r a o r -
d i n a r i a s e n o t r o s c a m p o s d e l a h i s t o r i a c u l t u r a l y psíquica.
¿ C u á l e s s o n a l g u n a s d e l a s i m p l i c a c i o n e s m á s t r a s c e n d e n t e s d e este
hallazgo, y p a r t i c u l a r m e n t e del e m p l e o que P a r r y d i o al a x i o m a a p u n t a -
d o a n t e r i o r m e n t e : " L a d e p e n d e n c i a e n l a selección d e p a l a b r a s y l a s for-
m a s d e las p a l a b r a s e n l a construcción d e l v e r s o e n h e x á m e t r o " ? Düntzer
h a b í a o b s e r v a d o q u e l o s epítetos h o m é r i c o s a p l i c a d o s a l v i n o e r a n t o d o s
métricamente d i s t i n t o s y q u e e l u s o d e u n epíteto d a d o n o e s t a b a deter-
m i n a d o t a n t o p o r s u s i g n i f i c a d o p r e c i s o c o m o p o r l a s n e c e s i d a d e s métri-
c a s d e l pasaje e n e l c u a l aparecía ( A d a m P a r r y , 1 9 7 1 , p . x x ) . L a aposición
d e l epíteto homérico h a s i d o d e v o t a y d e s m e s u r a d a m e n t e e x a g e r a d a . E l
p o e t a o r a l c o n t a b a c o n u n a b u n d a n t e r e p e r t o r i o d e epítetos, l o b a s t a n t e
v a r i a d o s p a r a p r o p o r c i o n a r u n o p a r a c u a l q u i e r n e c e s i d a d métrica q u e
p u d i e r a s u r g i r c o n f o r m e d e s a r r o l l a b a s u relato (de m a n e r a d i s t i n t a e n
c a d a narración, p u e s los p o e t a s o r a l e s , c o m o s e d e m o s t r a r á , n o r m a l m e n t e
n o s e c o n c e n t r a n e n l a retención p a l a b r a p o r p a l a b r a d e s u s v e r s o s ) .
A h o r a b i e n , r e s u l t a e v i d e n t e q u e , d e u n o u o t r o m o d o , las n e c e s i d a -
d e s m é t r i c a s d e t e r m i n a n l a selección d e p a l a b r a s h e c h a p o r t o d o p o e t a
q u e c o m p o n e e n m é t r i c a . S i n e m b a r g o , e l s u p u e s t o g e n e r a l i z a d o fue q u e
los términos métricos a p r o p i a d o s d e algún m o d o venían a l a i m a g i n a -
ción poética d e m a n e r a f l u i d a e i m p r e v i s i b l e e n s u m a y o r p a r t e r e l a c i o -
n a d a s o l a m e n t e c o n e l " g e n i o " (es d e c i r , c o n u n a h a b i l i d a d e n e s e n c i a
 30 CULTURAS ORALES PRIMARIAS CULTURAS ORALES PRIMARIAS 31

i n e x p l i c a b l e ) . N o s e e s p e r a b a q u e l o s p o e t a s , según s u i d e a l i z a c i ó n p o r
l a s c u l t u r a s caligráficas y aún m á s p o r l a s tipográficas, utilizaran mate-
riales p r e f a b r i c a d o s . Si un poeta llegaba a repetir trozos de p o e m a s ante-
r i o r e s , s e e s p e r a b a q u e los t r a n s f o r m a r a a s u p r o p i o " e s t i l o " . C i e r t a s
p r á c t i c a s , e s v e r d a d , c o n t r a d e c í a n e s t a hipótesis, s o b r e t o d o e l u s o d e
l i b r o s d e frases q u e s u m i n i s t r a b a n f o r m a s c o r r i e n t e s d e e x p r e s a r las co-
sas a a q u e l l o s q u e escribían poesía posclásica e n latín. F l o r e c í a n l o s l i -
- b r o s d e f r a s e s e n l a t í n , e n p a r t i c u l a r después d e q u e l a i n v e n c i ó n d e
l a i m p r e n t a v o l v i ó fácilmente r e p r o d u c i b l e s las r e c o p i l a c i o n e s , y s i g u i e -
r o n p r o s p e r a n d o h a s t a m u y a v a n z a d o e l s i g l o x i x , c u a n d o e l u s o d e l Gra-
dus a d Parnassum e s t a b a m u y d i f u n d i d o e n t r e l o s c o l e g i a l e s ( O n g , 1967b,
p p . 8 5 - 8 6 ; 1 9 7 1 , p p . 7 7 , 2 6 1 - 2 6 3 ; 1 9 7 7 , p p . 1 6 6 , 1 7 8 ) . E l Gradus p r o p o r -
c i o n a b a l o c u c i o n e s a d j e t i v a l e s y o t r a s d e l o s p o e t a s clásicos d e l latín, c o n
t o d a s l a s sílabas l a r g a s y c o r t a s c o n v e n i e n t e m e n t e m a r c a d a s p a r a e l a j u s t e
métrico, d e m o d o q u e e l a s p i r a n t e a p o e t a podía a r m a r u n p o e m a b a -
sándose e n e l Gradus así c o m o l o s m u c h a c h o s e n s a m b l a n u n a e s t r u c t u r a
c o n u n j u e g o d e m e c a n o s . L a disposición g e n e r a l p o d í a s e r d e s u p r o p i a
invención, pero todas las p a r t e s existían a n t e s d e q u e é l a p a r e c i e r a .
E s t a clase d e p r o c e d i m i e n t o , s i n e m b a r g o , s e c o n s i d e r a b a c o m o tole-
r a b l e sólo e n l o s p r i n c i p i a n t e s . A l p o e t a d i e s t r o l e c o r r e s p o n d í a c r e a r s u s
p r o p i a s frases en métrica. Se podían a c e p t a r p e n s a m i e n t o s c o m u n e s , pe-
r o n o u n l e n g u a j e t r i l l a d o . E n A n Essay o n C r i t i c i s m ( 1 7 1 1 ) , A l e x a n d e r
Pope contaba c o n que el " i n g e n i o " del poeta garantizará que, cuando
t r a t a b a " l o q u e s e p e n s a b a a m e n u d o " , l o h i c i e r a d e t a l m a n e r a q u e los
lectores l o e n c o n t r a s e n " n u n c a t a n b i e n e x p r e s a d o " . L a m a n e r a d e ex-
p o n e r l a v e r d a d r e c o n o c i d a tenía q u e s e r o r i g i n a l . P o c o después d e P o -
pe, la época d e l r o m a n t i c i s m o exigió más o r i g i n a l i d a d aún. P a r a el
romántico e x t r e m o , el poeta perfecto debía ser idealmente como Dios
m i s m o y c r e a r e x nihilo: c u a n t o m e j o r f u e r a é l o e l l a , menos previsible
r e s u l t a b a t o d o y c u a l q u i e r c o s a en el p o e m a . Sólo los p r i n c i p i a n t e s o los
poetas p e r m a n e n t e m e n t e malos u t i l i z a b a n elementos prefabricados.
Según e l c o n s e n s o d e los siglos, H o m e r o n o e r a u n p o e t a p r i n c i p i a n t e
ni un m a l poeta. A c a s o fuera incluso un " g e n i o " de nacimiento, que
n u n c a había p a s a d o p o r n i n g u n a e t a p a p r i m a r i a s i n o q u e s u p o v o l a r d e s d e
e l m o m e n t o c u a n d o salió d e l cascarón ( c o m o e l p r e c o z M w i n d o , h é r o e
de la epopeya Nyanga, el "pequeño que apenas nacido, caminó"). En
todo caso, el H o m e r o d e l a litada y l a Odisea e r a c o n s i d e r a d o u n p o e t a
c o n s u m a d o , excelso. S i n e m b a r g o , empezaba a decirse que m e n t a l m e n -
t e h a b í a r e c u r r i d o a a l g ú n g é n e r o d e l i b r o d e f r a s e s . E l análisis d e t a l l a d o
d e l t i p o q u e hacía M i l m a n P a r r y mostró q u e repetía fórmula t r a s fórmu-
l a . E l s i g n i f i c a d o d e l término griego " c a n t a r " , rhapsoidein, "coser un can-
t o " (rhaptein, c o s e r ; oide, canto), resultó n e f a s t o . H o m e r o unió partes
p r e f a b r i c a d a s . E n l u g a r d e u n c r e a d o r , s e tenía a u n o b r e r o d e línea d e
montaje.
E s t a i d e a resultó p a r t i c u l a r m e n t e a m e n a z a d o r a p a r a l o s l e t r a d o s d e
g r a n d e s v u e l o s , p u e s los l e t r a d o s son a l e c c i o n a d o s p a r a , e n p r i n c i p i o , n o
u t i l i z a r n u n c a l u g a r e s c o m u n e s . ¿ C ó m o v i v i r c o n e l h e c h o d e q u e los p o e -
m a s h o m é r i c o s p a r e c í a n c a d a v e z m á s e s t a r c o m p u e s t o s d e clisés, o d e
e l e m e n t o s m u y semejantes a ellos? E n r e s u m e n , a m e d i d a q u e a v a n z a b a
el trabajo de P a r r y y que era c o n t i n u a d o por estudiosos posteriores, se
h i z o e v i d e n t e q u e sólo u n a d i m i n u t a fracción d e l a s p a l a b r a s e n l a ¡liada
y l a Odisea n o r e p r e s e n t a b a p a r t e s d e f ó r m u l a s y , h a s t a c i e r t o p u n t o , d e
fórmulas abrumadorarnente predecibles.
Además, las fórmulas u n i f i c a d a s s e a g r u p a b a n a l r e d e d o r d e t e m a s
igualmente uniformes, t a l e s c o m o e l c o n s e j o , l a reunión d e l ejército, e l
desafío, e l s a q u e o d e l o s v e n c i d o s , e l e s c u d o d e l h é r o e , y así i n t e r m i n a -
blemente ( L o r d , 1960, pp. 68-98). Un repertorio de temas similares se
h a l l a e n l a narración o r a l y demás d i s c u r s o o r a l p o r todo e l m u n d o . ( L a
n a r r a t i v a y otros t r a t a d o s escritos también e m p l e a n t e m a s , p o r necesi-
d a d , p e r o éstos s o n i n f i n i t a m e n t e m á s v a r i a d o s y m e n o s m o n ó t o n o s )
C o m o m e j o r s e e x p l i c a b a e l l e n g u a j e e n t e r o d e los p o e m a s homéricos,
c o n s u c u r i o s a m e z c l a d e p e c u l i a r i d a d e s eólicas y j ó n i c a s t e m p r a n a s y
tardías, e r a n o c o m o u n a superposición d e v a r i o s t e x t o s , s i n o c o m o u n a
l e n g u a c r e a d a a través d e l o s años p o r l o s p o e t a s é p i c o s , l o s c u a l e s u t i l i -
z a b a n a n t i g u a s e x p r e s i o n e s f i j a s q u e g u a r d a b a n o refundían p r i n c i p a l -
m e n t e p o r m o t i v o s métricos. Después de ser m o l d e a d a s y vueltas a
m o l d e a r siglos antes, las dos e p o p e y a s f u e r o n puestas p o r escrito en el
n u e v o alfabeto griego a l r e d e d o r d e 7 0 0 - 6 5 0 a . d e C , las p r i m e r a s c o m -
p o s i c i o n e s e x t e n s a s q u e s e c o n s i g n a r a n e n este a l f a b e t o ( H a v e l o c k , 1 9 6 3 ,
p. 115). S u l e n g u a n o e r a u n griego q u e s e h u b i e r a h a b l a d o n u n c a e n
l a v i d a c o t i d i a n a , s i n o u n l e n g u a j e p e r f i l a d o e s p e c i a l m e n t e a través d e l
u s o de los p o e t a s q u e generación tras generación aprendían el u n o d e l
otro. ( L o s rastros de un lenguaje distintivo equiparable son conocidos
a u n h o y e n día; p o r e j e m p l o , e n las fórmulas p e c u l i a r e s q u e todavía s e
hallan en el inglés e m p l e a d o p a r a los c u e n t o s de hadas).
¿ C ó m o e r a p o s i b l e q u e u n a poesía t a n d e s c a r a d a m e n t e f o r m u l a r i a ,
tan llena de partes prefabricadas, con todo fuera tan buena? M i l m a n P a r r y
enfrentó d e c i d i d a m e n t e esta i n t e r r o g a n t e . D e n a d a servía n e g a r e l h e -
c h o , c o n o c i d o y a , de q u e los p o e m a s homéricos a p r e c i a b a n y de a l g u n a
m a n e r a s a c a b a n p a r t i d o d e l o q u e a l o s l e c t o r e s p o s t e r i o r e s s e l e s había
e d u c a d o e n p r i n c i p i o a d e s p r e c i a r , o s e a , l a frase d a d a , l a fórmula, e l
c a l i f i c a t i v o e s p e r a d o ; p a r a d e c i r l o d e m a n e r a más c o n t u n d e n t e , e l l u g a r
común.
A l g u n a s d e e s t a s i m p l i c a c i o n e s más a m p l i a s f u e r o n t r a t a d a s más t a r -
de c o n m a y o r detalle por E r i c A. H a v e l o c k (1963). Los griegos de la
e d a d d e H o m e r o v a l o r a b a n l o s l u g a r e s c o m u n e s p o r q u e n o sólo l o s p o e -
tas s i n o t o d o e l m u n d o i n t e l e c t u a l o r a l o e l m u n d o d e l p e n s a m i e n t o de-
p e n d í a d e l a constitución f o r m u l a r i a d e l p e n s a m i e n t o . En una cultura
 32 CULTURAS ORALES PRIMARIAS
o r a l , e l c o n o c i m i e n t o , u n a v e z a d q u i r i d o , tenía q u e r e p e t i r s e c o n s t a n t e -
m e n t e o s e perdía: los p a t r o n e s d e p e n s a m i e n t o f o r m u l a r i o s y fijos e r a n
e s e n c i a l e s p a r a l a sabiduría y u n a administración e f i c a z . Sin embargo,
p a r a l a época d e Platón (¿427?-347 a . d e C . ) había s o b r e v e n i d o u n c a m -
b i o : l o s g r i e g o s p o r f i n habían i n t e r i o r i z a d o e f e c t i v a m e n t e l a e s c r i t u r a ,
l o c u a l t o m ó v a r i o s s i g l o s después d e l d e s a r r o l l o d e l a l f a b e t o g r i e g o a l r e -
d e d o r de 720-700 a. de C. ( H a v e l o c k , 1963, p. 49, citando a R h y s C a r -
penter). L a n u e v a m a n e r a d e a l m a c e n a r e l c o n o c i m i e n t o n o consistía e n
fórmulas mnemotécnicas s i n o en el texto e s c r i t o . E l l o liberó a la m e n t e
p a r a e ! p e n s a m i e n t o más a b s t r a c t o y o r i g i n a l . H a v e l o c k m u e s t r a q u e P l a -
tón e n e s e n c i a ( a u n q u e n o c o n s c i e n t e m e n t e - d e l t o d o ) e x c l u y ó a l o s p o e -
tas d e s u república i d e a l porque él m i s m o se h a l l a b a en un mundo
intelectual nuevo, f o r m a d o caligráficamente, en el c u a l la fórmula o el
l u g a r común, q u e r i d o s p o r todos los poetas t r a d i c i o n a l e s , r e s u l t a b a n a n -
ticuados y contraproducentes.
T o d a s ellas r e p r e s e n t a n c o n c l u s i o n e s i n q u i e t a n t e s p a r a u n a c u l t u r a
o c c i d e n t a l q u e s e h a i d e n t i f i c a d o íntimamente c o n H o r n e r o , c o m o p a r t e
d e u n a antigüedad g r i e g a i d e a l i z a d a . P r u e b a n q u e l a G r e c i a homérica
c u l t i v a b a , c o m o u n a v i r t u d poética c i n t e l e c t u a l , l o q u e n o s o t r o s h e m o s
c o n s i d e r a d o c o m o u n v i c i o , y m u e s t r a n q u e l a relación e n t r e l a G r e c i a
h o m é r i c a y t o d o l o q u e s i m b o l i z ó l a f i l o s o f í a después d e P l a t ó n d e h e c h o
e r a , p o r armónica y c o n t i n u a q u e p a r e c i e r a en la superficie, p r o f u n d a -
m e n t e antagónica, a u n q u e c o n f r e c u e n c i a e n u n n i v e l i n c o n s c i e n t e antes
que consciente. El conflicto atormentaba el propio inconsciente de P l a -
tón. En el Fedro y su Carta VII, Platón e x p r e s a s e v e r a s r e s e r v a s a c e r c a de
l a e s c r i t u r a , c o m o u n a m a n e r a i n h u m a n a y mecánica d e p r o c e s a r e l co-
n o c i m i e n t o , i n s e n s i b l e a las d u d a s y d e s t r u c t o r a de la m e m o r i a , a u n q u e ,
como ahora sabemos, el pensamiento filosófico por el que luchaba Pla-
tón d e p e n d í a t o t a l m e n t e d e l a e s c r i t u r a . N o e s d e e x t r a ñ a r s e q u e l a s i m -
plicaciones aquí presentes se h u b i e r a n resistido p o r tanto t i e m p o a salir
a l a s u p e r f i c i e . L a i m p o r t a n c i a d e l a a n t i g u a civilización g r i e g a p a r a e l
m u n d o entero c o m e n z a b a a aparecer bajo u n a l u z c o m p l e t a m e n t e nue-
v a : marcó el p u n t o en la h i s t o r i a h u m a n a c u a n d o el c o n o c i m i e n t o de la
e s c r i t u r a alfabética, p r o f u n d a m e n t e i n t e r i o r i z a d o , p o r p r i m e r a v e z c h o -
c ó d e f r e n t e c o n l a o r a l i d a d . A p e s a r d e l a i n q u i e t u d d e P l a t ó n , e n ese
t i e m p o n i é l n i n a d i e e s t a b a o podía e s t a r c l a r a m e n t e c o n s c i e n t e d e q u e
eso e r a l o q u e e s t a b a s u c e d i e n d o .
E l c o n c e p t o d e P a r r y s o b r e l a f ó r m u l a fue d e s a r r o l l a d o e n e l análisis
d e l hexámetro griego. Puesto q u e otros lo h a n tratado y a m p l i a d o , ine-
vitablemente se h a n o r i g i n a d o diversas controversias respecto a cómo
a b a r c a r , e x t e n d e r o a d a p t a r l a d e f i n i c i ó n (véase A d a m P a r r y , 1971, p.
X X V I I I , n . I). U n m o t i v o d e e l l o e s q u e e l c o n c e p t o d e P a r r y e n c i e r r a u n
e s t r a t o más p r o f u n d o d e s i g n i f i c a d o , n o i n m e d i a t a m e n t e a p a r e n t e e n s u
definición d e l a f ó r m u l a : " g r u p o d e p a l a b r a s q u e s e e m p i c a r e g u l a r m e n -
CULTURAS ORALES PRIMARIAS 33
t e e n l a s m i s m a s c o n d i c i o n e s métricas p a r a e x p r e s a r u n a i d e a e s e n c i a l
d a d a " ( A d a m P a r r y , 1 9 7 1 , p . 2 7 2 ) . D i c h o e s t r a t o fue e x p l o r a d o d e m a -
n e r a más i n t e n s i v a p o r D a v i d E . B y n u m e n The Daemon i n the Wood (1978,
p p . 1 1 - 1 8 , y passim). B y n u m a p u n t a q u e l a s " 'ideas esenciales' de P a r r y
r a r a v e z s o n e n t e r a m e n t e t a n s i m p l e s c o m o p u e d e i n d i c a r l a concisión
d e l a definición d e P a r r y o l a b r e v e d a d u s u a l d e l a s fórmulas m i s m a s ,
el c o n v e n c i o n a l i s m o d e l estilo épico o la t r i v i a l i d a d en la r e f e r e n c i a l e x i -
cográfica d e l a m a y o r p a r t e d e l a s f ó r m u l a s " ( 1 9 7 8 , p . 13). B y n u m dis-
tingue entre elementos " f o r m u l a r i o s " y "frases estrictamente formularias
( r e p e t i d a s c o n e x a c t i t u d ) " (cfr. A d a m P a r r y , 1 9 7 1 , p . X X X I I I , n . I). A u n -
q u e e s t a s ú l t i m a s c a r a c t e r i z a n l a poesía o r a l ( L o r d , 1 9 6 0 , p p , 3 3 - 6 5 ) , e n
ella o c u r r e n y se r e p i t e n en g r u p o s (en u n o de los casos de B y n u m , p o r
e j e m p l o , elevados árboles p r e s e n c i a n la agitación provocada por el acercamiento
de un terrorífico guerrero; 1 9 7 8 , p. 18). L a s a g r u p a c i o n e s c o n s t i t u y e n los p r i n -
c i p i o s d e organización d e las fórmulas, d e m o d o q u e l a " i d e a e s e n c i a l "
n o está s u j e t a a u n a e x p r e s i ó n d i r e c t a y c l a r a , s i n o a n t e s b i e n r e p r e s e n t a
u n a especie d e c o n j u n t o f i c t i c i o m a n t e n i d o u n i d o e n g r a n m e d i d a e n e l
inconsciente.
El notable libro de B y n u m se concentra en gran parte alrededor de
l a ficción e l e m e n t a l q u e é l l l a m a e l p a t r ó n d e l o s " D o s A r b o l e s " y q u e
i d e n t i f i c a e n l a narración o r a l y l a i c o n o g r a f í a d e t o d o e l m u n d o , d e s d e
la antigüedad mesopotámica y mediterránea h a s t a la narración o r a l en
l a Y u g o s l a v i a m o d e r n a , e l África de! C e n t r o y o t r o s l u g a r e s . E n t o d a s p a r -
tes, " l o s c o n c e p t o s d e separación, dádiva y u n p e l i g r o i m p r e v i s i b l e " s e
a g r u p a n a l r e d e d o r d e u n árbol (el árbol v e r d e ) y " l a s i d e a s d e u n i f i c a -
c i ó n , r e c o m p e n s a , r e c i p r o c i d a d " s e r e ú n e n a l r e d e d o r d e l o t r o ( e l árbol
s e c o , m a d e r a c o r t a d a ) ; 1 9 7 8 , p . 1 4 5 . E l interés d e B y n u m e n e s t a y o t r a
" f i c c i ó n e l e m e n t a l " característicamente o r a l nos a y u d a a establecer a l -
g u n a s d i f e r e n c i a s , más c l a r a s d e las q u e p r e v i a m e n t e f u e r o n p o s i b l e s ,
entre la organización n a r r a t i v a o r a l y l a d e l a n a r r a c i ó n caligráfico-
tipográfica.
T a l e s d i f e r e n c i a s serán e s t u d i a d a s e n este l i b r o s o b r e b a s e s d i f e r e n t e s
d e las d e B y n u m , pero asociadas c o n ellas. F o l e y (1980a) h a m o s t r a d o
q u e l a constitución e x a c t a d e u n a f ó r m u l a o r a l y s u f u n c i o n a m i e n t o d e -
p e n d e n d e l a tradición d e n t r o d e l a c u a l s e u t i l i c e , p e r o q u e h a y s u f i c i e n -
t e m a t e r i a d e f u n d a m e n t o c o m ú n e n t o d a s l a s t r a d i c i o n e s p a r a h a c e r válido
el c o n c e p t o . A m e n o s q u e se i n d i q u e c l a r a m e n t e lo c o n t r a r i o , aquí c o m -
p r e n d e r é f ó r m u l a , f o r m u l a r i o y f o r m u l a i c o c o m o r e f e r e n c i a s d e l t o d o ge-
néricas a f r a s e s o e x p r e s i o n e s fijas r e p e t i d a s más o m e n o s e x a c t a m e n t e
( c o m o p r o v e r b i o s ) en verso o en p r o s a , las c u a l e s , c o m o se verá más ade-
l a n t e , e n l a c u l t u r a o r a l t i e n e n u n a función i n n e g a b l e m e n t e más d e c i s i -
va y penetrante que cualquiera que puedan desempeñar e n u n a que
c o n o z c a l a e s c r i t u r a , l a impresión o l a electrónica (cjr. A d a m P a r r y , 1971,
página XXXIII, n. I).
 34 CULTURAS ORALES PRIMARIAS
E l p e n s a m i e n t o y l a expresión f o r m u l a i c o s o r a l e s g a l o p a n e n l o p r o -
f u n d o de la c o n c i e n c i a y del inconsciente, y no se e s f u m a n tan p r o n t o
corno a l g u i e n a c o s t u m b r a d o a ellos t o m a u n a p l u m a . F i n n e g a n (1977,
p. 70), aparentemente con cierto a s o m b r o , c o m e n t a l a observación d e
O p l a n d d e q u e , c u a n d o l o s p o e t a s x h o s a a p r e n d e n a e s c r i b i r , s u poesía
e s c r i t a t a m b i é n s e c a r a c t e r i z a p o r u n . e s t i l o f o r m u l a i c o . D e h e c h o sería
s u m a m e n t e sorprendente si pudieran manejar cualquier otro, en parti-
c u l a r p o r q u e éste d i s t i n g u e n o sólo l a poesía s i n o , más o m e n o s , todo
p e n s a m i e n t o y expresión e n l a c u l t u r a o r a l p r i m a r i a . Según p a r e c e , l a
p r i m e r a poesía e s c r i t a d e t o d a s p a r t e s , a l p r i n c i p i o c o n s i s t e n e c e s a r i a m e n t e
en u n a imitación p o r e s c r i t o d e l a producción o r a l . O r i g i n a l m e n t e , la
m e n t e n o c u e n t a c o n r e c u r s o s p r o p i a m e n t e caligráficos. S e g a r a b a t e a n e n
u n a superficie las palabras que se supone se p r o n u n c i a n en voz alta en
a l g u n a situación v e r b a l f a c t i b l e . S ó l o m u y g r a d u a l m e n t e l a e s c r i t u r a s e
c o n v i e r t e e n u n a composición p o r e s c r i t o , e n u n t i p o d e d i s c u r s o — p o é t i c o
u o t r o — q u e s e a r m a s i n l a sensación d e q u e q u i e n e s c r i b e e f e c t i v a m e n t e
está h a b l a n d o e n v o z a l t a ( c o m o e s m u y p o s i b l e q u e l o h a y a n h e c h o los
p r i m e r o s e s c r i t o r e s ) . C o m o s e a p u n t a más a d e l a n t e , C l a n c h y e x p l i c a c ó -
m o a u n E a d m e r d e C a n t e r b u r y , del siglo X I , parece considerar l a pro-
ducción p o r e s c r i t o c o m o " d i c t a r a s í m i s m o " ( 1 9 7 9 , p . 2 1 8 ) . L o s hábitos
o r a l e s d e p e n s a m i e n t o y e x p r e s i ó n , i n c l u s o e l e m p l e o g e n e r a l i z a d o d e ele-
mentos formulaicos, sostenidos en el uso en gran parte por la instruc-
c i ó n d e l a a n t i g u a retórica clásica, t o d a v í a c a r a c t e r i z a r o n e l e s t i l o d e l a
p r o s a d e c a s i t o d o t i p o e n l a I n g l a t e r r a d e l o s T u d o r u n o s d o s m i l años
después d e l a c a m p a ñ a d e Platón c o n t r a l o s poetas o r a l e s ( O n g , 1 9 7 1 ,
pp. 2 3 - 4 7 ) . E n e l inglés f u e r o n e x t e r m i n a d o s e f e c t i v a m e n t e , e n s u m a -
y o r p a r t e , a p e n a s c o n e l r o m a n t i c i s m o , dos siglos más t a r d e . Muchas
c u l t u r a s m o d e r n a s que h a n c o n o c i d o la e s c r i t u r a desde hace siglos, pero
q u e j a m á s l a i n t e r i o r i z a r o n p o r c o m p l e t o , c o m o l a c u l t u r a arábiga y a l -
g u n a s o t r a s d e l m e d i t e r r á n e o ( v . gr. la griega; T a n n e n , 1 9 8 0 a ) , aún d e -
p e n d e n e n g r a n m e d i d a d e l p e n s a m i e n t o y l a expresión f o r m u l a i c o s . j a h l i l
G i b r á n h a h e c h o u n a profesión d e p r o p o r c i o n a r p r o d u c t o s f o r m u l a r i o s
orales impresos a norteamericanos instruidos, quienes encuentran origi-
n a l e s l a s f r a s e s q u e p a r e c e n p r o v e r b i o s , l o s c u a l e s , según u n a m i g o l i b a -
n é s m í o , los c i u d a d a n o s d e B e i r u t c o n s i d e r a n l u g a r e s c o m u n e s .
OBRAS POSTERIORES
C l a r o está, m u c h a s d e l a s c o n c l u s i o n e s y l o s i n t e r e s e s d e M i l m a n P a r r y
fueron m o d i f i c a d o s e n c i e r t o m o d o p o r l a investigación p o s t e r i o r (véase,
p o r ejemplo, Stoltz y S h a n n o n , 1976), pero el mensaje f u n d a m e n t a l acerca
d e l a o r a l i d a d y s u s i m p l i c a c i o n e s p a r a l a s e s t r u c t u r a s poéticas y l a esté-
t i c a h a r e s u l t a d o r e v o l u c i o n a r i o p a r a los b u e n o s e s t u d i o s homéricos y t a m -
CULTURAS ORALES PRIMARIAS 35
bien p a r a o t r o s , d e s d e l a a n t r o p o l o g í a h a s t a l a h i s t o r i a l i t e r a r i a . A d a m
P a r r y ( 1 9 7 1 , p p . x l i v l x x x ) describió a l g u n o s d e l o s efectos i n m e d i a t o s d e
l a revolución p r o d u c i d a p o r s u p a d r e . H o l o k a (1973) y H a y m e s (1973)
r e g i s t r a r o n m u c h o s más e n s u s i n a p r e c i a b l e s i n v e s t i g a c i o n e s bibliográfi-
cas. A u n q u e s e h a a t a c a d o y e n m e n d a d o l a o b r a d e P a r r y e n a l g u n o s
de sus d e t a l l e s , las p o c a s r e a c c i o n e s t o t a l m e n t e c o n t r a r i a s a su trabajo
ya fueron dejadas de lado simplemente, en su m a y o r parte, c o m o pro-
d u c t o s d e l a m e n t a l i d a d caligráfico-tipográfica i r r e f l e x i v a q u e a l p r i n c i -
p i o dificultó t o d a c o m p r e n s i ó n r e a l d e l o q u e P a r r y decía y q u e s u o b r a
m i s m a ha hecho ya obsoleta.
L o s e r u d i t o s aún están e s t u d i a n d o y s o p e s a n d o l a s i m p l i c a c i o n e s más
i m p o r t a n t e s d e los d e s c u b r i m i e n t o s y d e las ideas d e P a r r y . E n u n p r i n -
c i p i o W h i t m a n (1958) los complementó c o n s u a m b i c i o s o esbozo d e l a
Ilíada c o m o e s t r u c t u r a d a p o r l a t e n d e n c i a f o r m u l a i c a d e r e p e t i r a l f i n a l
d e u n e p i s o d i o e l e m e n t o s d e l p r i n c i p i o d e l m i s m o ; según e l análisis d e
W h i t m a n l a e p o p e y a está c o n s t r u i d a c o m o u n a c a j a c h i n a ; e s d e c i r cajas
dentro de cajas. P a r a c o m p r e n d e r la o r a l i d a d c o n t r a s t a d a con el conoci-
m i e n t o d e l a e s c r i t u r a , s i n e m b a r g o , l a s i n n o v a c i o n e s más s i g n i f i c a t i v a s
que s u c e d i e r o n a las de P a r r y fueron a p o r t a d a s p o r A l b e r t B. L o r d y E r i c
A. Havelock. En The Singer o f Tales ( 1 9 6 0 ) , L o r d a m p l i ó y c o m p l e t ó l a
o b r a d e P a r r y c o n e s m e r o c o n v i n c e n t e , reseñando l a r g o s t r a b a j o s d e c a m -
p o y g r a b a c i o n e s e x t e n s a s d e l o s r e l a t o s o r a l e s d e c a n t a n t e s épicos s e r v o -
croatas y de p r o l o n g a d a s entrevistas c o n ellos. T i e m p o atrás, Francis
M a g o u n y aquellos que e s t u d i a r o n c o n él y c o n L o r d en H a r v a r d , sobre
t o d o R o b e r t C r e e d y J e s s B e s s i n g e r , y a e s t a b a n a p l i c a n d o las ideas d e
P a r r y a l análisis d e l a a n t i g u a poesía i n g l e s a ( F o l e y , 1980b, p. 490).
E l Preface l o Plato ( 1 9 6 3 ) , d e H a v e l o c k , e x t e n d i ó l o s d e s c u b r i m i e n t o s
d e P a r r y y d e L o r d , a c e r c a d e l a o r a l i d a d e n l a narración épica o r a l a
toda la c u l t u r a griega a n t i g u a o r a l , y demostró de m a n e r a c o n t u n d e n t e
c ó m o l o s i n i c i o s d e l a f i l o s o f í a g r i e g a e s t u v i e r o n r e l a c i o n a d o s c o n l a es-
tructuración d e l p e n s a m i e n t o o r i g i n a d a p o r l a e s c r i t u r a . L a exclusión d e
los p o e t a s d e s u R e p ú b l i c a , e n efecto, representó e l r e p u d i o d e Platón
a l p e n s a m i e n t o prístino e n e l e s t i l o o r a l , paratáctico y a c u m u l a t i v o p e r -
p e t u a d o p o r H o m e r o , e n f a v o r d e l análisis i n c i s i v o o l a disección d e l m u n -
d o y d e l p e n s a m i e n t o m i s m o p o s i b i l i t a d o s p o r l a incorporación d e l a l f a b e t o
en la p s i q u e g r i e g a . En un e s t u d i o más r e c i e n t e , Origins o f Western Lite-
racy ( 1 9 7 6 ) , H a v e l o c k a t r i b u y e e l p r e d o m i n i o d e l p e n s a m i e n t o analítico
g r i e g o a l a introducción d e v o c a l e s e n e l a l f a b e t o . El alfabeto o r i g i n a l ,
i n v e n t a d o p o r p u e b l o s s e m í t i c o s , consistía ú n i c a m e n t e e n c o n s o n a n t e s
y a l g u n a s s e m i v o c a l e s . A l i n t r o d u c i r las vocales, los griegos a l c a n z a r o n
u n n u e v o g r a d o d e transcripción v i s u a l , analítica y a b s t r a c t a d e l e s q u i v o
m u n d o d e l s o n i d o . E s t e l o g r o p r e s a g i a b a s u s p o s t e r i o r e s hazañas i n t e -
l e c t u a l e s de la abstracción y las llevó a la práctica.
E l c u r s o d e l t r a b a j o e m p e z a d o p o r P a r r y todavía e s p e r a ser i n c o r p o r a -
 36 C U L T U R A S ORALES PRIMARIAS
d o e n l a investigación d e los m u c h o s c a m p o s c o n l o s q u e p u e d e u n i r s e
fácilmente. P e r o y a s e h a n e s t a b l e c i d o a l g u n o s e n l a c e s i m p o r t a n t e s . P o r
e j e m p l o , e n s u m a g i s t r a l y j u i c i o s a o b r a s o b r e The Epic i n África ( 1 9 7 9 ) ,
I s i d o r o O k p e w h o a p l i c a l o s c o n c e p t o s y l o s análisis d e P a r r y ( e n este c a -
s o , c o m o f u e r o n e l a b o r a d o s e n l a o b r a d e L o r d ) a l a s f o r m a s artísticas
orales d e c u l t u r a s m u y d i s t i n t a s d e las e u r o p e a s , d e m o d o q u e l a e p o p e -
ya africana y la antigua epopeya griega aportan datos que a y u d a n a c o m -
p r e n d e r l a s m e j o r e n t r e sí. J o s e p h C . M i l l e r ( 1 9 8 0 ) t r a t a l a tradición o r a l
y la h i s t o r i a africanas. E u g e n c E o y a n g (1977) m u e s t r a cómo el pasar p o r
alto la psicodinámica de la o r a l i d a d ha c o n d u c i d o a c o n c e p t o s erróneos
d e l a narración c h i n a a n t i g u a , y o t r o s a u t o r e s , r e u n i d o s p o r P l a k s ( 1 9 7 7 ) ,
a n a l i z a n los a n t e c e d e n t e s f o r m u l a r i o s d e l a narración l i t e r a r i a c h i n a . Z w e t -
t l e r a b ó r d a l a poesía á r a b e clásica ( 1 9 7 7 ) . B r u c e R o s e n b e r g ( 1 9 7 0 ) e s t u -
d i a l a s u p e r v i v e n c i a d e l a a n t i g u a o r a l i d a d e n los p r e d i c a d o r e s p o p u l a r e s
n o r t e a m e r i c a n o s . E n h o m e n a j e a L o r d , J o h n M i l e s F o l e y ( 1 9 8 1 ) reúne
nuevos estudios sobre la o r a l i d a d d e los B a l c a n e s , N i g e r i a y N u e v o M é -
xico, y del m u n d o antiguo hasta la actualidad. A s i m i s m o , otros trabajos
especializados c o m i e n z a n a salir a la l u z .
L o s a n t r o p ó l o g o s h a n e n t r a d o más d i r e c t a m e n t e e n l a m a t e r i a d e l a
o r a l i d a d . R e c u r r i e n d o n o sólo a P a r r y , L o r d y H a v e l o c k , s i n o t a m b i é n
a l a o b r a d e o t r o s , i n c l u s o m i s p r i m e r o s análisis s o b r e e l e f e c t o d e l a i m -
presión e n l o s p r o c e s o s d e p e n s a m i e n t o d e l s i g l o x v i ( O n g , 1958b; cita-
do por Goody de una reimpresión de 1974), J a c k Goody (1977) ha
m o s t r a d o c o n v i n c e n t e m e n t e cómo los c a m b i o s h a s t a l a fecha clasificados
c o m o evoluciones de la m a g i a a la ciencia; del l l a m a d o estado de c o n -
c i e n c i a " p r e l ó g i c o " a u n o c a d a vez más " r a c i o n a l " ; o d e l p e n s a m i e n t o
"salvaje" de Lévi-Strauss a l p e n s a m i e n t o d o m e s t i c a d o , pueden expli-
c a r s e d e m a n e r a más e s c u e t a y c o h e r e n t e c o m o c a m b i o s d e l a o r a l i d a d
a diversos estados del c o n o c i m i e n t o de la escritura. P r o p u s e anteriormente
(1967b, p. 189) q u e m u c h o s d e l o s c o n t r a s t e s a m e n u d o e s t a b l e c i d o s e n - ,
tre p e r s p e c t i v a s " o c c i d e n t a l e s " y o t r a s , p a r e c e n r e d u c i b l e s a d i f e r e n c i a s
entre el c o n o c i m i e n t o p r o f u n d a m e n t e i n t e r i o r i z a d o de la e s c r i t u r a y los
estados d e c o n c i e n c i a más o m e n o s r e s i d u a l m e n t e o r a l e s . L a m u y c o n o -
c i d a o b r a d e l fallecido M a r s h a l l M c L u h a n ( 1 9 6 2 , 1964) también d a g r a n
i m p o r t a n c i a a los contrastes entre oído y ojo, entre lo o r a l y lo t e x t u a l ,
l l a m a n d o l a atención s o b r e l a c o n c i e n c i a a n t i c i p a d a m e n t e a g u d a d e J a -
mes J o y c c de las p o l a r i d a d e s e n t r e el oído y el ojo, y r e l a c i o n a n d o c o n
t a l e s p o l a r i d a d e s u n g r a n c o n j u n t o d e investigación e r u d i t a , d e o t r o m o -
d o m u y d i v e r g e n t e , r e u n i d o p o r e l v a s t o s a b e r ecléctico d e M c L u h a n y
p o r s u s a s o m b r o s a s i n t r o s p e c c i o n e s . M c L u h a n a t r a j o e l interés n o sólo
de los e r u d i t o s ( E i s e n s t e i n , 1979, p p . X-XI, XVII), s i n o también de perso-
nas o c u p a d a s en los m e d i o s de comunicación, de a u t o r i d a d e s en los ne-
g o c i o s y d e l público e n t e n d i d o en g e n e r a l , en g r a n p a r t e d e b i d o a la
fascinación p r o v o c a d a p o r s u s m u c h a s d e c l a r a c i o n e s g n ó m i c a s o proféti-
CULTURAS ORALES PRIMARIAS 37
cas, d e m a s i a d o simples p a r a a l g u n o s lectores, pero c o n f r e c u e n c i a pro-
fundamente esclarecedoras. E l las llamó " s o n d e o s " . P o r regla general
p a s a b a p r o n t a m e n t e d e u n " s o n d e o " a o t r o , s i n p r e o c u p a r s e m u c h o , tal
v e z n a d a , p o r d a r u n a e x p l i c a c i ó n m i n u c i o s a d e t i p o " l i n e a l " (es d e c i r ,
analítico). S u l e m a g n ó m i c o p r i n c i p a l , " e l m e d i o e s e l m e n s a j e " , m a n i -
festó s u a g u d a c o n c i e n c i a d e l a i m p o r t a n c i a d e l a e v o l u c i ó n d e s d e l a o r a -
lidad a través d e l a e s c r i t u r a y d e s d e l a i m p r e n t a h a s t a l o s m e d i o s
electrónicos. P o c a s p e r s o n a s h a n t e n i d o u n efecto t a n v i v i f i c a n t e c o m o
M a r s h a l l M c L u h a n sobre tantas m e n t e s d i s t i n t a s , i n c l u y e n d o a los q u e
n o e s t a b a n d e a c u e r d o c o n él, o creían q u e n o l o e s t a b a n .
No obstante, a u n q u e l a atención a l o s c o m p l i c a d o s c o n t r a s t e s e n t r e
l a o r a l i d a d y e l c o n o c i m i e n t o d e l a e s c r i t u r a a u m e n t a e n a l g u n o s círcu-
l o s , aún e s p o c o c o m ú n e n m u c h o s c a m p o s d o n d e p u d i e r a r e s u l t a r útil.
P o r e j e m p l o , l o s e s t a d o s d e c o n c i e n c i a t e m p r a n o y tardío q u e J u l i a n J a y -
n e s ( 1 9 7 7 ) d e s c r i b e y r e l a c i o n a c o n l o s c a m b i o s neurofisiológicos d e l a
m e n t e b i c a m e r a l , también p a r e c e n prestarse e n g r a n m e d i d a a u n a des-
cripción m u c h o más s e n c i l l a y c o m p r o b a b l e , e n función d e l p a s o d e l a
o r a l i d a d a l c o n o c i m i e n t o d e l a escritura. J a y n e s distingue u n estado p r i -
mitivo de conciencia en el cual el cerebro era intensamente " b i c a m e r a l "
y el h e m i s f e r i o d e r e c h o producía " v o c e s " i n c o n t r o l a b l e s a t r i b u i d a s a los
dioses y q u e e l h e m i s f e r i o i z q u i e r d o t r a n s f o r m a b a e n h a b l a . L a s " v o -
c e s " c o m e n z a r o n a p e r d e r s u e f i c a c i a e n t r e los años 2 0 0 0 y 1000 a . d e C .
E s t e p e r i o d o , c o m o s e observará, está d i v i d i d o p r e c i s a m e n t e p o r l a i n v e n
ción d e l a l f a b e t o a l r e d e d o r d e l año 1500 a . d e C . , Jaynes considera que la
escritura contribuyó a causar la desintegración del estado bicameral
o r i g i n a r i o . L a I l í a d a l e p r o p o r c i o n a e j e m p l o s d e l e s t a d o b i c a m e r a l e n sus
p e r s o n a j e s i n c o n s c i e n t e s d e sí. J a y n e s e s t i m a q u e l a Odisea fue c r e a d a c i e n
años después d e l a litada, y c r e e q u e e l a s t u t o O d i s e o r e p r e s e n t a u n a i r r u p -
ción e n l a m e n t e m o d e r n a c o n s c i e n t e d e sí, l i b r e y a d e l g o b i e r n o d e l a s
" v o c e s " . S i n i m p o r t a r l o q u e s e p i e n s e d e l a s teorías d e J a y n e s , n o p o -
d e m o s m e n o s q u e i m p r e s i o n a r n o s c o n l a s e m e j a n z a e n t r e l a s caracterís-
ticas d e l a p s i q u e t e m p r a n a o " b i c a m e r a l " , c o m o e s d e s c r i t a p o r J a y n e s
— f a l t a d e i n t r o s p e c c i ó n , d e p r o e z a analítica, d e p r e o c u p a c i ó n p o r l a v o -
l u n t a d c o m o tal, de un sentido de la diferencia entre el pasado y el
f u t u r o — , y l o s r a s g o s d e l a p s i q u e e n l a s c u l t u r a s o r a l e s , n o sólo d e l p a -
s a d o s i n o a u n h o y e n día. L o s e f e c t o s d e e s t a d o s o r a l e s d e c o n c i e n c i a s o n
extraños a l a m e n t e q u e c o n o c e l a e s c r i t u r a y l l e g a n a p r o d u c i r c o m p l i -
c a d a s e x p l i c a c i o n e s q u e p u e d e n r e s u l t a r s u p e r f l u a s . E s p o s i b l e q u e e l es-
t a d o b i c a m e r a l s i g n i f i q u e s i m p l e m e n t e o r a l i d a d . L a cuestión d e l a o r a l i d a d
y del estado b i c a m e r a l quizá requiera más investigación.