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A Corrente Biomédica: muita técnica e pouca arte

Fernando Guedes

No artigo anterior falei sobre as correntes teóricas que dão sustentação as


práticas de atenção à saúde. Disse que inicialmente elas eram três, a biomédica (ou
biológica), a social e a psicológica. Cada uma destas correntes tem um ponto de vista
diferente.

A corrente biomédica acredita que todos os problemas de saúde são


prioritariamente problemas do biológico (ou seja, do corpo) não dá muito importância
aos aspectos sociais, culturais e psíquicos do adoecimento. Esta foi a corrente que
norteou boa parte da atenção à saúde durante o século XX. Foi ela também que
determinou a formação dos profissionais de saúde (entre eles os médicos). Os médicos
eram formados para serem bons “mecânicos do corpo”, pois a doença era um defeito
da máquina (do corpo humano). As faculdades preocupavam-se com a formação
técnica de seus alunos, a formação humanística era relegada a segundo plano. Esta
corrente teórica possibilitou uma grande evolução tecnológica, jamais vista em toda
história da humanidade, mas como era esperado, perdeu muito no aspecto
humanístico. Ganhou muito na técnica, mas perdeu muito na arte.

A crença na tecnologia, nos novos medicamentos e tratamentos era tão grande


que chegou-se a acreditar que por volta do ano 2.000 estaríamos no paraíso
tecnológico, a natureza estaria totalmente domesticada e a ciência levaria o bem estar
à todos, dando cabo das doenças e da pobreza. Hoje, no início da segunda década do
século XXI percebemos o quanto estávamos enganados. Comprendemos que muitos
de nossos problemas de saúde tem realmente uma dimensão biológica (corporal), mas
apresentam também uma dimensão cultural, por exemplo: doenças que afetam os
americamos são diferentes das que afetam os japoneses, pois as culturas
(alimentação, hábitos, valores etc) são diferentes. A dimensão social também é
importante, observa-se que algumas doenças incidem mais em algumas classes sociais
do que em outras. Basta um olhar um pouco mais atento diante das dificuldades de
nossos pacientes e verificamos que muitos dos problemas tem origem social. Este
olhar mais acurado também vai evidenciar a importância da dimensão psiquica (ou
psicológica). Qualquer diabético ou hipertenso sabe que o controle emocional é um
fator importantíssimo no equilíbrio de sua doença.

A corrente teórica que de acordo com muitos autores deverá sustentar as


práticas de atenção à saúde no século XXI será a abordagem biopsicossocial. Como
disse no artigo anterior esta abordagem busca a inclusão e a articulação de diferentes
enfoques e disciplinas. No século XXI as práticas de atenção à saúde vão ter como
característica a multidisciplinaridade. Ou seja, além do médico outros profissionais
estão sendo chamados para atuar neste contexto, como por exemplo: educadores
físicos, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, terapêutas
ocupacionais, fisioterapêutas, psicólogos, dentistas, enfermeiros dentre outros. E o
papel que caberá a estes profissionais não será mais o de atores coadjuvantes, como
era no enfoque biomédico.
Mas, os profissionais estarão preparados para esta atuação? Esta é uma das
questões que irei abordar nos próximos artigos desta série onde tento contextualizar
algumas das inúmeras mudanças que estão ocorrendo no denominado “setor da saúde”.

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