Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
“A crise está a levar muitos imigrantes a deixar Portugal e a regressar aos seus países de origem.”1
Segundo o Relatório de Imigração, Fronteira e Asilo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiros o ano de
2008 ficou marcado pelo decréscimo de residentes estrangeiros legais em Portugal.
Estes fluxos provêm fundamentalmente dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP),
do Brasil, de alguns países da União Europa, da Europa de Leste e da Ásia. Estes imigrantes dedicam-se
essencialmente aos sectores da construção civil, serviços domésticos, hotelaria e comércio, mas, também
se destacam os postos de trabalho altamente qualificados em quadros de multinacionais (basicamente
oriundos de países da União Europeia). Parte desta população, seguindo a tendência da população
nacional, concentra-se maiormente (70,3%) em Lisboa, Faro e Setúbal, seguidos os distritos do Porto,
Leiria, Santarém e Aveiro.
No caso dos imigrantes oriundos do Norte da Europa, como o Reino Unido ou a Alemanha, Portugal
é o destino da pós-reforma, concentrando-se essencialmente no Algarve. Destaque ainda para a imigração
espanhola na área da saúde (médicos e enfermeiros) a qual de alguma forma tem vindo a suprimir a
carência existente neste sector.
As redes sociais têm um papel muito relevante no momento de decidir emigrar, como é o caso da
imigração proveniente de Leste, constituída na sua maioria através do suporte que estas redes
proporcionavam, sendo que os imigrantes não escolhiam Portugal pelas ligações prévias, mas sim pela
“oferta de trabalho e possibilidade de legalização”2. Estes imigrantes empregaram-se, mormente na
construção civil (homens) e na hotelaria e serviços domésticos (mulheres), sendo notório o nível de
educação deste grupo, o qual se empregou em sectores que estão muito abaixo do seu nível de
competência3. Parte deste fluxo diminuiu devido à crise económica e financeira registada no país. Estes
imigrantes, junto com os da União Europeia, concentram-se mais nas regiões de Lisboa e do Algarve.
Os fluxos migratórios minoritários no país têm-se destacado pela multiplicidade cultural, social e
económica. No que respeita aos fluxos asiáticos estes provêm principalmente da China, Índia, Paquistão e
Bangladesh, destacando-se por criarem o seu próprio emprego nas áreas do comércio, restauração e
serviços, habitam principalmente na zona de Lisboa e do Vale do Tejo.
Luz Gomes 802428
Nas estatísticas mais recentes, as nacionalidades que mais se destacam em Portugal (num total de
71%) são oriundas do Brasil (25%, com um pico de expressão em 2009), Ucrânia (12%), Cabo Verde
(11%), Roménia (7%, com um pico de expressão em 2009)4, Angola (6%), Guiné-Bissau (5%) e
Moldávia (5%). Os indivíduos do sexo masculino apresentam-se em maior percentagem que os do sexo
feminino, no entanto, o reagrupamento familiar tem diminuído esta diferença. Trata-se necessariamente
de população em idade activa onde as faixas etárias dos 20 aos 64 representam quase 80% do universo.
Estes fluxos permitem também sustentar o sistema de Segurança Social português que depende da
população activa do país, e ajuda ao crescimento da economia através do pagamento de impostos, e por
vezes da criação de postos de trabalho. Desta forma, creio que devem ser criados incentivos à fixação
desta população activa de forma a poder tornar o sistema sustentável ao longo do tempo.
Bibliografia:
PENA PIRES, Rui (coord.). 2010. Portugal - Atlas das Migrações Internacionais. Lisboa: Editora Tinta da China, Capítulo 2 "Imigração e Imigrantes".
FREILÃO, Mónica - Chineses desistem de fazer negócios em Portugal. IONLINE [em linha]. 16 Mai. 2009. [Consult. 10 Abr. 2011]. Disponível na
internet: <URL: http://www.ionline.pt/conteudo/4626-chineses-desistem-fazer-negocios-em-portugal
Imigração: Imigrantes de Leste têm empregos abaixo das suas competências. LUSA [em linha]. 28 Nov. 2007 [Consult. 10 Abr. 2011]. Disponível na
internet: <URL: http://aeiou.expresso.pt/imigracao-imigrantes-de-leste-tem-empregos-abaixo-das-suas-competencias=f179288
Luz Gomes 802428
Reagrupamento familiar na base do aumento de imigrantes de Leste. JN [em linha]. 14 Jul. 2009 [Consult. 10 Abr. 2011]. Disponível na internet:
<URL: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1307659&page=-1
JESUS, Patricia - Mais de 11% dos médicos inscritos são estrangeiros. Diário de Notícias [em linha]. 01 Set. 2009. [Consult. 10 Abr. 2011].
Disponível na internet: <URL:http://www.oi.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&file=article&sid=2291
Pode Portugal sobreviver sem imigrantes? JN [em linha]. 24 Jan. 2010 [Consult. 10 Abr. 2011]. Disponível na internet: <URL:
http://www.jn.pt/Domingo/Interior.aspx?content_id=1477441
CRISTÓVÃO BAPTISTA, João - Portugal está a perder imigrantes com a crise. DN Economia [em linha]. 23 Mai. 2010. [Consult. 10 Abr. 2011].
Disponível na internet: <URL: http://www.oi.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&file=article&sid=2291
1
CRISTÓVÃO BAPTISTA, João - Portugal está a perder imigrantes com a crise.
2
Portugal - Atlas das Migrações Internacionais. Capítulo 2 "Imigração e Imigrantes" pág. 56
3
Imigração: Imigrantes de Leste têm empregos abaixo das suas competências
4
Sendo que este país após a sua entrada na União Europeia passou a ser o país da União com mais residentes em Portugal, lugar antes ocupado pelo Reino Unido.
5
JESUS, Patricia - Mais de 11% dos médicos inscritos são estrangeiros.
6
FREILÃO, Mónica - Chineses desistem de fazer negócios em Portugal.
7
Reagrupamento familiar na base do aumento de imigrantes de Leste.
8
Responsável do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Internacionais (CEMRI) da Universidade Aberta
9
Pode Portugal sobreviver sem imigrantes?
10
Portugal - Atlas das Migrações Internacionais. Capítulo 2 "Imigração e Imigrantes" pág. 65
11
Pode Portugal sobreviver sem imigrantes?