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William Stanley Jevons

1835 – 1882

Escola: neoclássica
Principais Obras: The Coal Question; Investigations in Currency and Finance; The Solar Period and the Price of Corn; A Teoria
da Economia Política; Letters and Journal; The Principles of Science.
Vida: Nasceu na Inglaterra, onde iniciou seus estudos científicos até que, por problemas financeiros, foi trabalhar na Austrália
por 5 anos. De volta a Londres, completou seus estudos. Trabalhou como professor universitário em Manchester, tendo que
pedir demissão devido a problemas de saúde. Morreu prematuramente aos 46 anos, se afogando enquanto nadava. Não
obteve em vida o reconhecimento pelas suas idéias, além de não deixar seguidores.
Principais Idéias: Jevons, um dos fundadores da Revolução Marginalista, mudou completamente o foco de interesse
da Economia ditado pelos autores clássicos. A primazia na teoria se desloca dos meios da atividade humana – a produção –
para os seus fins – a satisfação das necessidades. A fim de empreender essa mudança, Jevons vai buscar inspiração no
utilitarismo de Bentham. O cálculo de prazeres e dores consistiria o instrumento de análise das necessidades humanas. Nas
palavras do autor, “Satisfazer ao máximo as nossas necessidades com o mínimo de esforço – ou, em outras palavras,
maximizar o prazer, é o problema da economia.”
A “mecânica da utilidade e do interesse individual” forneceria a base para a explicação dos fenômenos econômicos
da troca e valor dos bens. Como Bentham, Jevons identifica as dimensões de prazer e dor auferidos do uso dos bens, como
sua duração, intensidade, incerteza e distância no tempo. Todos esses fatores influenciam o prazer, representado pela
utilidade de um bem. As dores, por sua vez, consistiriam em utilidades negativas.
A análise de Jevons, porém, vai além de Bentham ao introduzir o elemento marginal na análise da utilidade. Por um
lado temos a utilidade total auferida de uma quantidade de um bem, representada por u. O mais importante, porém, é
investigar o acréscimo de utilidade que resulta da posse de mais uma unidade do bem, ou o “grau de utilidade”, nos termos
de Jevons. Este conceito – a utilidade marginal – é representado por u/x, ou, em termos diferenciais, du/dx. Jevons
observa que, conforme aumentamos a quantidade disponível de um bem, seu grau de utilidade decai, pois diminui a
importância da necessidade satisfeita com aquela unidade do bem. Temos assim a “primeira lei de Gossen” ou lei da
utilidade marginal decrescente. No gráfico ao lado, a altura de cada barra representa
a utilidade de uma unidade do bem. No caso da alimentação, a altura das duas
primeiras não estão definidas, a utilidade é infinita, pois das primeiras unidades
depende a manutenção da própria vida. As próximas unidades do bem têm menor
utilidade, como mostra a diminuição das alturas das barras. O valor de um bem
qualquer, para Jevons, é determinado pelo “grau final de utilidade”, ou o prazer
gerado pela posse de uma unidade a mais do produto. Assim, o autor tem condições
de resolver o paradoxo do valor: um copo adicional de água tem pequeno grau final de utilidade enquanto que o diamante,
por sua raridade, tem grande utilidade marginal. Assim resolve-se o que era um problema para os clássicos.
Jevons desenvolve também a “segunda lei de Gossen”. Digamos que um estoque S de um bem seja alocado entre
dois usos, x e y, de modo que x 1+y1 = S. Qual são as quantidades dos bens alocados para cada fim alternativo, a fim de se
maximizar a utilidade? Estas quantidades são determinadas de modo que a utilidade de uma unidade adicional nos dois usos
é a mesma, ou seja: du1/dx = du2/dy.
Estabelecendo o valor em termos de utilidade, Jevons passa a analisar a troca. Uma permuta não envolve duas coisas
com o mesmo valor. Cada bem é valorizado de forma diferente por cada indivíduo. O valor não é algo inerente aos bens, mas
sim uma avaliação subjetiva. Critica-se assim a noção clássica de troca entre iguais:
Um estudante de Economia não poderá jamais ter esperança de alcançar idéias claras e corretas em sua
ciência se conceber o valor de algum modo como uma coisa ou um objeto, ou mesmo como algo que esteja
numa coisa ou objeto.
Imagine a troca de quantidades definidas de dois bens (A e
B) entre dois grupos ou pessoas, denominados corpos comerciais
(trading bodies). Cada grupo possui o estoque de um dos bens. No
gráfico ao lado, as curvas representam o grau de utilidade
decrescente da posse dois bens, sendo que as quantidades dos
mesmos estão representadas conforme as flechas: a quantidade de
A cresce para a direita e a de B para a esquerda. O primeiro corpo A B
possui muito B e pouco A. A utilidade de uma unidade a mais de A é
maior do que a de B. O inverso ocorre para o outro corpo. Dessa forma, a troca de B por A aumenta a utilidade dos dois
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corpos. A troca dos bens é mutualmente vantajosa, esgotando-se as possibilidades de troca no cruzamento das duas curvas.
Jevons observa que, embora uma unidade a mais tenha uma utilidade menor, cada unidade do estoque de um bem possuído
por uma pessoa tem o mesmo valor, pois seus elementos são intercambiáveis. Em um mercado com produtos homogêneos,
todas as unidades do bem são trocadas pelo mesmo valor. Isto é chamado de lei de indiferença ou lei do preço único de
Jevons.
A análise das trocas não foi estendida pelo autor na direção de determinar o preço dos bens em um mercado por meio
do cruzamento entre curvas de demanda e oferta, como fez Marshall. Em vez da determinação, o autor estava preocupado
com a causa do valor. Esta dependia inteiramente da utilidade. Nisso, Jevons se opõe diretamente a teoria clássica. Em uma
carta, o autor escreve:
Nos últimos meses descobri felizmente o que não tenho dúvidas em classificar de a verdadeira Teoria
Econômica, tão minuciosa e consistente que não posso ler sem me indignar outros livros sobre o assunto.
A explicação do valor é dada pela utilidade de um bem, não pelo seu custo de produção. Uma nova estrada de ferro
ou um novo túnel tem o seu valor dado pelo número de pessoas que o consideram útil, seja qual for a quantidade de
trabalho empregada na sua construção. Além de apontar a impossibilidade de reduzir o trabalho a um denominador comum,
Jevons nota que o valor é um conceito orientado para o futuro, e não algo retrospectivo:
Ocorre que o trabalho, uma vez despendido, não tem nenhuma influência no valor futuro de qualquer artigo:
foi-se e está perdido para sempre. No comércio, coisas passadas são coisas passadas, e estamos sempre
começando desimpedidos a cada momento, julgando os valores das coisas tendo em mira a futura utilidade. A
indústria é essencialmente dirigida ao futuro, e não retrospectiva; é raro o resultado de qualquer
empreendimento coincidir exatamente comas primeiras intenções de seus promotores.
Em equilíbrio no longo prazo, as diferenças entre valor esperado e custo incorrido desaparecem. Entende-se então
porque os clássicos se limitaram ao longo prazo. Já para Jevons, temos que o valor é dado somente pela utilidade, enquanto
que a influência do trabalho é indireta. Na medida em que se altera a quantidade disponível de um bem, a sua utilidade
marginal também varia. O autor resume o seu ponto de vista:
O custo de produção determina o suprimento; O suprimento determina o grau final de utilidade. O grau final de
utilidade determina o valor.
Uma das aplicações da teoria de Jevons que se tormaram mais conhecidas é a sua análise da oferta de trabalho
individual. No gráfico, x representa a quantidade de bens adquiridos com horas a mais de trabalho, enquanto que y
representa utilidade. A curva declinante indica o acréscimo de y
utilidade decrescente advindo de mais trabalho. A curva em
forma de U invertido representa a utilidade do trabalho. O
início do trabalho é doloroso, passandoa ser prezeiroso depois +
de algum tempo, até finalmente voltar a ser desagradável, por
fadiga. A oferta de trabalho é dada no ponto em que a utilidade
marginal do fruto do trabalho se iguala com o sofrimento x
adicional do trabalho, no ponto indicado pela linha vertical.
-
Outra contribuição original da Teoria da Economia
Política de Jevons se refere às suas observações sobre o capital, que antecipa vários elementos da teoria austríaca do capital
a ser desenvolvida mais tarde por Böhm-Bawerk. O processo produtivo ocorre no tempo. Em cada etapa o empresário
adiciona capital e emprega trabalho. Enquanto que os salários são pagos em cada etapa, a remuneração do projeto frutifica
apenas no final do mesmo. O valor do projeto pode ser representado por
um triângulo retângulo, no qual a base representa a passagem do tempo e
a altura o valor crescente da produção. Ao término do projeto, o consumo
também pode ocorrer em etapas, como no caso de bens de consumo
duráveis ou um estoque de graus consumido aos poucos. Isto é representado pelo segundo triângulo situado ao lado do
primeiro. O progresso econômico é refletido em um aumento no número de etapas do processo produtivo, conforme a
divisão do trabalho se expande.
Jevons procurou legitimar suas teorias através da autoridade dos dados. Embora utilidade fosse algo a princípio não
mensurável (por exemplo, seria impossível comparar utilidades de pessoas diferentes), Jevons acreditava que a influência da
utilidade se faria sentir na observação dos preços e outras variáveis que dela dependam. Com o aumento da coleta de dados
comerciais, a economia poderia se tornar uma ciência mais exata. Com o acúmulo de dados comerciais objetivos, a Economia
seria passível de tratamento matemático:
Parece-me que nossa ciência deve ser matemática, simplesmente porque lida com quantidades.
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O apêndice de seu livro reunia uma lista de todas as obras de economia matemática publicadas até então. Naquele
tempo isso era possível! Dado o entusiasmo pela mensuração e pela matemática, Jevons se entregou a vários estudos
empíricos, desenvolvendo no processo a técnica de números índices. Seguindo essa linha de pesquisa, gerou trabalhos com
conclusões bastante duvidosas.
Jevons, treinado em meteorologia, acreditava que as crises econômicas poderiam ser explicadas pela ação das
manchas solares. Aproximadamente a cada 11 anos observa-se um ciclo na incidência das manchas solares, que, por meio da
sua influência na produção agrícola, causavam crises econômicas. O declínio das atividades agrícolas influenciava
negativamente os demais setores da economia.
Jevons também realizou previsões pessimistas para o futuro da Inglaterra, a partir de observações de caráter
malthusiano. Jevons notara a dependência da indústria inglesa da energia do carvão. Dadas as reservas conhecidas na época,
a tecnologia de extração do mesmo, bem como a quantidade utilizada por ano, pode-se extrapolar os dados a fim de prever a
data do esgotamento das reservas. Realizando esses cálculos, Jevons previu o colapso da economia inglesa com o fim das
reservas de carvão. A realidade, no entanto, é mais complexa do que os cálculos: o autor não levou em conta o progresso
técnico fabuloso que barateia a extração e causa a descoberta de novas fontes de carvão. Não levou em conta também o
surgimento de novas tecnologias que substituiriam o carvão como fonte principal de energia.

Jevons hoje: observe variações modernas da previsão de Jevons sobre o esgotamento de recursos naturais, em especial nos
autores que falam de “desenvolvimento sustentável”. Estude as previsões ocorridas na década de cinqüenta do séc. XX no
congresso de Roma sobre poluição e petróleo e se pergunte porque elas não se realizaram.

Marie-Espirit Léon Walras


1834-1910

Escola: neoclássica
Principais Obras: Elements of Pure Economics; Compêndio dos Elementos; Théorie mathématique de bimétallisme; Théorie
mathématiquede la richesse sociale; Théorie de la monnaie.
Vida: Walras nasceu na França. Ao ser reprovado no vestibular da École Polytechnique, estudou na École
de Mines. Depois de publicar obras literárias medíocres, seguiu o conselho do pai de se tornar economista. Trabalhou
também como jornalista, funcionário de ferrovia e diretor de um banco. Depois de ter problemas em conseguir um posto
universitário, finalmente se estabeleceu na Universidade de Lausanne, Suíça, onde viveu a maior parte de sua vida. Casou-se
duas vezes, duas vezes tornando-se viúvo.
Principais Idéias: Walras foi um dos fundadores da Revolução Marginalista. Para ele, assim como para Jevons e
Menger, o valor dos bens é dado pela utilidade marginal, que Walras chamava de raridade ( rareté), ou " intensidade das
últimas necessidades satisfeitas". O autor liga assim o valor de um bem ou serviço à possibilidade do mesmo atender
necessidades:
Chamo de riqueza social o conjunto de coisas materiais ou imateriais ... que são raras, isto é, que nos são, por
um lado, úteis e que, por outro, existem à nossa disposição apenas em quantidade limitada . Compêndio, pág.
19.
As coisas raras são apropriáveis, permutáveis e multiplicáveis. Um bem com estoque abundante, como a água de um
rio, não se torna propriedade de ninguém, pois não precisamos economizar seu uso. Já o bens escassos, ao serem
apropriados, são passíveis de troca com outros bens úteis e raros. As coisas raras, pela sua utilidade, são fruto de atividade
produtiva, que tem o intuito de aumentar a quantidade de bens utilizáveis. Além disso, a produção de bens transforma bens
com utilidade indireta, como a lã, em bens com utilidade direta, como as roupas:
Daí se conclui que a produção industrial visa a uma dupla meta: primeiro, multiplicar a quantidade das coisas
úteis que apenas existem em quantidade limitada; em seguida, transformar as utilidades indiretas em
utilidades diretas. Compêndio, pág. 25
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A teoria do funcionamento dos mercados proposta por Walras nos permitirá concluir que o valor dos bens de
produção (aqueles com utilidade indireta) têm o seu valor derivado da utilidade dos bens com utilidade direta, ou bens de
consumo final. Walras pretende estudar como os homens podem melhorar sua situação, ou seja, aumentar o número de
necessidades satisfeitas, por meio da colaboração no mercado que envolve produção e troca de bens. Como a essência do
valor está na utilidade, a troca substitui a preocupação clássica com a produção: mesmo sem produção, a simples troca
melhora a situação das partes envolvidas no comércio. Cria-se valor do nada, mesmo sem esforço desprendido. No sistema
walrasiano, fica evidente que o custo de produção, ou o valor dos bens com utilidade indireta, refletirá a utilidade dos demais
bens que poderiam ser feitos com aqueles recursos 1. O sistema permite ver a interdependência de todos os bens envolvidos:
como a diminuição do estoque de uma matéria prima leva a ajustes na produção de centenas de bens.
O estudo do funcionamento dos mercados é feito em duas etapas. Walras inicia sua discussão com a troca entre dois
produtos e depois estende a análise para o mercado como um todo. No primeiro caso, o autor estuda a situação na qual duas
pessoas interagem, cada um delas possuindo um estoque dado de dois bens. Se cada um possui bens diferentes, ou em
quantidades diferentes, e se as preferências, que são refletidas nas curvas de demanda individuais pelos produtos, também
foram diferentes, muito provavelmente haverá a possibilidade de melhorar a situação dois indivíduos por meio de uma troca.
Walras estuda essa possibilidade em um mercado competitivo, no qual reina um único preço:
Assim: A troca de duas mercadorias entre si, num mercado regido pela livre concorrência, é uma operação pela
qual todos os portadores, quer de uma das mercadorias, quer da outra, quer de ambas, podem obter a maior
satisfação de suas necessidades compatível com a condição de dar mercadoria que vendem e de receber
mercadorias que compram muna proporção comum e idêntica. Compêndio, pág. 67.
Depois de analisar esse caso mais simples, Walras dedica-se ao problema da interação de várias pessoas trocando e
produzindo vários bens. Esse problema imortalizou o autor com o pai da análise de Equilíbrio Geral (EG). Ao contrário de
Marshall, que pragmaticamente investigava o funcionamento de mercados em isolamento, com preços dos insumos dados
fora do modelo, exogenamente, Walras tinha a ambiciosa tarefa de mostrar como a interação das pessoas por meio dos
mercados redunda em um conjunto de preços que gera uma alocação dos recursos e da sociedade condizente com as
preferências de seus participantes. Por isso, diz-se a teoria de Walras procura explicar a mão invisível de Smith.
A teoria de EG de Walras, por ser um modelo matemático que pretende chegar a um conjunto determinado de preços
e quantidades transacionadas de equilíbrio, faz uma série de simplificações. Entre elas, admite-se que os agentes têm
conhecimento perfeito sobre as realidades do mercado, que as preferências são estáveis, que os mercados são competitivos,
que os produtos são dados, que as tecnologias de produção são conhecidas 2 e que as quantidades totais de fatores de
produção (insumos, trabalho) são dados. Cada pessoa possui um conjunto de fatores produtivos que são ofertados para as
firmas, que os transforma em produtos, que por sua vez são vendidos a outras firmas ou aos consumidores. Cada produto
tem um mercado, com sua oferta e sua demanda. Os mercados se encontram em equilíbrio quando a oferta se iguala a
demanda, ou seja, cada demandante ou ofertante é capaz de realizar suas trocas planejadas ao preço corrente. Isto significa
que em equilíbrio não existe excesso de demanda ou oferta. Para se atingir o equilíbrio Walras imagina um processo de
tentativas e erros, chamado tateamento (tâtonnement), pelo qual um "leiloeiro walrasiano" estabelece inicialmente um
preço qualquer. As quantidades que seriam hipoteticamente demandadas e ofertadas sob aquele preço são anotadas e
calcula-se os excessos de demanda (oferta). Se houver excesso de demanda, o leiloeiro aumenta o preço, do contrário,
abaixa, até que os mercados entrem em equilíbrio, igualando oferta e demanda. Dados os preços de equilíbrio, as trocas são
realizadas. O artifício do leiloeiro é importante para chegarmos em um conjunto de preços de equilíbrio, pois se ocorrerem
trocas a preços "errados", ou seja, fora do equilíbrio inicial , teremos uma nova distribuição de dotações e portanto um novo
resultado final em termos de preços de equilíbrio. Isso tornaria o sistema indeterminado, não poderíamos prever o estado da
economia a partir de seus fundamentos: preferências, tecnologias e recursos. Em equilíbrio, os consumidores maximizam sua
utilidade e as firmas maximizam seus lucros. A alocação de recursos é dita eficiente. Embora eficiente, a situação de
equilíbrio não precisa ser justa: o resultado das trocas depende da dotação inicial de recursos de cada um. Uma pessoa sem
propriedades ou capacidade de trabalhar não teria o que trocar, terminando o processo com zero bens de consumo. Ao
alterarmos a dotação inicial, o resultado final também se altera, chegando-se em um novo equilíbrio eficiente.
Apesar de ser um sistema que capta vários elementos importantes do funcionamento dos mercados, o modelo de
Walras sofre limitações, sendo a maior delas o seu caráter estático e determinista. Dados as preferências, as tecnologias e as
dotações de recursos, o resultado do processo de mercado, como por exemplo a riqueza final de cada participante, é
conhecido desde o primeiro instante. Podemos chamá-lo de um modelo hindu do funcionamento da economia: a situação na
qual nasce uma pessoa determina o seu destino. Apenas a redistribuição da dotação inicial é capaz de alterar as coisas.
Devido a especificação matemática do modelo, não sobra espaço para elementos fundamentais da competição em mercados

1
O conceito de custos subjetivos será enfatizado, por exemplo, por Wicksteed e pelos autores austríacos. Contraste com a
opinião de Marshall, que acredita que os custos são objetivos, como nos clássicos.
2
No caso de Walras, utiliza-se a tecnologia de proporções fixas, ou seja, não se pode substituir um insumo por outro na
produção, ou ainda, as isoquantas de produção são de Leontieff, em forma de L
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reais, como a renda advinda da sorte e habilidade necessárias para descobrir quais são as preferências dos consumidores, as
tecnologias e as oportunidades de troca.

Vilfredo Pareto
1848 – 1923

Escola: neoclássica
Principais Obras: Corso di Economia Politica; Manual de Economia Política; Trattato di Sociologia Generale (The Mind and
Society).
Vida: Nasceu em Paris, descendendo de uma família de nobres italianos. Formou-se em engenharia pela Universidade de
Turim, depois do que trabalhou como engenheiro de ferrovias. Aos 41 anos, casou-se com uma condessa russa, que viria a
trocá-lo posteriormente por um empregado mais jovem. Herdou uma considerável fortuna de um tio, casando-se novamente
com uma mulher de 22 anos. Pareto sucedeu Walras na Universidade de Lausanne. No final de sua vida recusou uma cadeira
no senado durante o governo de Mussolini.
Principais Idéias: Pareto desenvolveu no Curso e no Manual o modelo de equilíbrio geral criado por Walras. Como
este, criou um modelo que representa o funcionamento e a interação de todos os mercados simultaneamente. O modelo
gerava a partir dos fundamentos da economia (preferências, tecnologias, recursos) um conjunto de preços de equilíbrio.
Pareto investigava se esse equilíbrio tem a propriedade de resultar na maximização do bem estar dos elementos da
sociedade.
Pareto contribuiu no desenvolvimento da teoria neoclássica do valor. Enquanto autores como Walras e Jevons
acreditavam na possibilidade de medir utilidade (utilidade cardinal), Pareto mostrou que era possível chegar às conclusões da
teoria sem postular tal mensurabilidade, embora o autor acreditasse na possibilidade de mensuração. Tudo o que precisamos
é que as alternativas de escolha do indivíduo sejam ordenadas conforme uma escala de preferências (utilidade ordinal).
Desenvolve-se assim as curvas de indiferença da microeconomia. Na teoria neoclássica, o conceito de utilidade deixaria de
representar uma medida fisiológica da sensação de prazer e dor para representar simplesmente um ordenamento de
preferências que será revelado nos atos de escolha. Esse ordenamento não requer uma fundamentação psicológica para o
conceito de utilidade marginal decrescente. Pareto utilizava o termo “ofelimidade” no lugar de utilidade, buscando um
conceito de valoração totalmente subjetiva, sem as conotações que se dá a palavra utilidade.
A contribuição mais conhecida do autor, no entanto, foi a formulação do conceito de “Optimalidade de Pareto”,
bastante utilizada na Economia de Bem-Estar. A utilidade, sendo uma grandeza ordinal, não pode ser medida. Dessa forma, a
comparação interpressoal de utilidade é uma tarefa impossível: não se pode somar ganhos em “utils” de uma pessoa com
perdas de outra. Só podemos afirmar que uma mudança é boa se todas as partes envolvidas concordarem com ela. Se uma
pessoa perde e outra ganha, nada se pode afirmar sobre a desejabilidade da mudança, a menos que se apele para
considerações extra-econômicas. Contudo, podemos avaliar situações nas quais todas as partes envolvidas ganham. A troca
de mercado gera oportunidades de ganhos mútuos, e o equilíbrio competitivo é o estado no qual todas as possibilidades de
ganho já foram exploradas. Uma situação “ótima de pareto” seria aquela na qual seria impossível melhorar a situação de
uma pessoa sem piorar a de outra. Pareto mostrou que um equilíbrio competitivo de mercado leva a um estado ótimo de
pareto, a partir do qual tudo o que o governo pode fazer é retirar de alguns para dar a outros.
Em termos políticos, foi liberal no início da carreira, denunciando o protecionismo e militarismo como os maiores
inimigos da liberdade. Mais tarde, passou a apresentar inclinações mais intervencionistas. No final de sua vida, Pareto passou
a escrever sobre sociologia. Desenvolveu um teoria elitista da sucessão governamental. A elite detentora do poder político
muda de característica segundo um ciclo de “leões” e “raposas”: os leões tomam o poder por meio da violência,
estabelecendo um programa bem definido. O governo dos leões é sucedido pelo governo das raposas, que administram de
forma burocrática. A perda de sentido advindo desse governo cria a oportunidade para o surgimento de outros leões, que
impõem novos rumos para a sociedade.

Eugen von Böhm-Bawerk


1851 – 1914
Prof. Fabio Barbieri Apostila de História do Pensamento Econômico 6

Escola: austríaca
Principais Obras: Capital and Interest (3 volumes); Shorter Classics; Karl Marx and the close of his system.
Vida: Böhm nasceu em Brünn, Áustria. Após graduar-se em direito na Universidade de Viena, trabalhou como funcionário
público até que a obra de Menger o levou, junto com Wieser, a estudar Economia na Alemanha. Em 1881 assumiu um cargo
de professor na Universidade de Insbruck e casou-se com a irmã de seu amigo Wieser. Mais tarde juntou-se a este como
professor na Universidade de Viena. Foi ministro das finanças por 3 vezes, em 1895,1897 e 1900, ajudando a equilibrar as
finanças de seu país. Seu rosto aparece na nota de 100 shillings.
Principais Idéias: Enquanto Wieser se dedicava a problemas microeconômicos, Böhm-Bawerk ficou conhecido pelas
suas contribuições macroeconômicas, em especial na área de crescimento econômico, através de sua teoria de capital e
juros. Sua obra máxima, Capital e Juros, é dividida em três partes. A primeira é dedicada à crítica de todas as teorias de juros
anteriores, enquanto a segunda desenvolve sua própria teoria do capital e juros e a terceira reúne respostas a críticas.
Os juros, para Böhm-Bawerk, não podem ser explicado pela produtividade física do capital. Imagine que 100 quilos de
um cereal geram 120 quilos daqui a um ano e que cada quilo custe $1. Os vinte quilos excedentes não explicam os juros, pois
seria lucrativo eu comprar hoje os 100 quilos a, digamos, $108 para vendê-lo daqui a um ano. A concorrência corroeria toda
oportunidade de ganho e o preço presente do estoque de grãos seria $120! Böhm-Bawerk foi também o primeiro
economista neoclássico a criticar sistematicamente as teorias de Marx. Iniciou com a crítica à teoria do valor trabalho 3. Nem
Smith nem Ricardo conseguiram justificar o estabelecimento do trabalho como fonte única do valor. Em relação ao exemplo
do cervo e do castor, Böhm-Bawerk ironiza:
teria que ser natural também, por exemplo, que uma borboleta rara e colorida, ou uma rã comestível, valesse
dez vezes mais do que um cervo, pois os primeiros, via de regra, se levam dez dias para encontrar, enquanto o
cervo habitualmente se caça depois de um dia de trabalho.
A tentativa marxista de justificar o valor como fonte única do trabalho também é criticada. Marx parte do pressuposto
de que a troca envolve coisas equivalentes e procura estabelecer que o trabalho é o fator comum nos bens trocados que
estabelece essa equivalência. Böhm-Bawerk mostra não só que a troca não envolve equivalentes, mas também aponta uma
série de falácias no método de selecionar o "algo em comum" das mercadorias. Critica também o problema marxista da
transformação de valores em preços. A teoria da exploração marxista, além disso, é baseada no conceito de mais-valia,
representado pelos juros e lucros. Para Böhm-Bawerk, a teoria não se sustenta, pois o trabalhador recebe de fato todo o
valor do seu trabalho. O processo produtivo ocorre no tempo: o capitalista investe hoje e obtém receita apenas mais tarde.
Os salários, por outro lado, são feitos mensalmente, independentemente da receita. A diferença entre os salários e a receita
obtida no final do projeto refletiria a verdadeira causa dos juros: a preferência temporal – a generalizada preferência pelo
presente em relação ao futuro. Se isso for verdade, a teoria da exploração e com ela todo o sistema marxista ruiria.
Böhm-Bawerk, após as críticas a teorias rivais, procura estabelecer a causa única dos juros no fenômeno de
preferência temporal. Oferece três justificativas: 1) as necessidades futuras são menos urgentes do que as presentes; além
disso, a maioria das pessoas ganhará mais no futuro, aumentando a utilidade marginal de um real no presente; 2) as pessoas
preferem o presente porque o futuro é incerto e imaginado com imperfeição, porque a duração da vida é incerta, e por que a
nossa força de vontade para pensar no futuro em detrimento do presente é fraca; 3) e porque os bens presentes valem mais
pelo fato de que podem ser investidos agora em processos produtivos mais longos, que resulta em maior produtividade. Este
último ponto, a maior produtividade dos processos produtivos mais longos, constitui parte essencial da teoria do capital do
autor, a qual nos voltaremos agora.
A teoria do capital de Böhm-Bawerk é a base de sua explicação do crescimento econômico. Digamos que uma casa
seja construída a partir de pedras extraídas de uma pedreira vizinha. O método mais direto – e menos produtivo – de
proceder é retirar as pedras com as próprias mãos. Alternativamente, pode-se deixar de trabalhar diretamente na extração
durante algum tempo, a fim de produzir um martelo e um cinzel a partir de um pedaço de ferro. Isso permitirá uma maior
produtividade quando voltarmos a pedreira. Poderíamos aumentar mais a produtividade a partir de um método ainda mais
indireto, dedicando tempo a procura dos ingredientes da pólvora, esculpir um buraco na pedra com o martelo e explodi-la.
Conclui-se então que quanto mais indireto (roundabout) for o método de produção, maior a produtividade. O crescimento
econômico se dá a partir da adoção de técnicas produtivas que envolvem mais etapas, usando mais bens de capital
especializados. O tempo ou o número de etapas produtivas entre a fabricação dos primeiros bens de capital usados e a
produção final aumenta. Böhm-Bawerk representa essa idéia a partir de círculos concêntricos. O círculo mais externo
representa os bens de consumo gerados em um determinado ano. O círculo seguinte representa os bens de capital que
frutificarão sob a forma de bens finais no ano seguinte e assim por diante. Nesse caso,
temos um processo produtivo com 4 anos de duração. O progresso é representado
pelo aumento do número de círculos, ou etapas produtivas, resultando em um círculo
3
Ver as fichas de Jevons, Menger e "A Crise da Economia Clássica". Não repetiremos aqui aqueles argumentos.
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externo maior, ou seja, um aumento na produção de bens finais. O progresso é marcado pela maior complexidade da
estrutura temporal da produção. Em Böhm-Bawerk temos uma espécie de "divisão do capital" paralela a divisão do trabalho
de Smith: o acúmulo de capital resulta em progresso técnico, na maior especialização do capital. No entanto, para aumentar
a quantidade de máquinas e sofisticar a estrutura da produção, precisa-se pagar um preço. Deve-se abdicar do consumo
presente para se dedicar a fabricação dos bens de capital. Ou seja, o pre-requisito para o crescimento é a poupança, a
abdicação do consumo presente. No futuro, a maior produtividade compensará a espera, resultando numa maior quantidade
de bens finais disponíveis. O montante da poupança e do crescimento, no entanto, é limitado pela impaciência por satisfazer
necessidades presentes. Os juros, medida de preferência temporal, é o preço que determina a parcela da produção dedicada
ao consumo presente e a parcela dedicada a produção de bem de capital.
As idéias de Menger sobre o processo produtivo ocorrendo no tempo, por meio da transformação de bens de ordem
elevada em bens de primeira ordem, além das idéias de Wieser sobre o valor imputado dos bens de capital, foram então
complementadas pela teoria de Böhm-Bawerk sobre o crescimento econômico através da evolução da estrutura temporal da
produção. Porém, quando Böhm-Bawerk procurou formalizar a teoria, acabou abandonando o elemento principal do
pensamento austríaco, o subjetivismo. Em vez de ligar a estrutura temporal da produção aos planos de produção para o
futuro dos empresários, Böhm-Bawerk quis achar uma medida, um número, que representasse o processo temporal da
produção passada. Criou assim o conceito de "período médio de produção", que representaria quão indireto é o processo
produtivo:

θ=
∑ t Lt
Lt , onde t é a etapa produtiva e L a quantidade de trabalho aplicada naquela etapa.
Esse conceito gerou uma série de dificuldades técnicas, tornando-se alvo de críticas. O próprio Menger julgou a
teoria como "um dos maiores erros jamais cometidos".
Böhm-Bawerk hoje: compare em um gráfico a taxa de poupança e a taxa de crescimento do PIB de diversos países ao longo
dos anos. Veja se há correlação entre as duas grandezas. Pergunta: o acúmulo de capital permite o uso de novas tecnologias,
ou o surgimento dessas possibilita o emprego de mais capital?

Debate: o papel do tempo na teoria do capital

A concepção austríaca do capital difere de muitos modos da concepção neoclássica. Essas diferenças trazem várias
conseqüências importantes; como por exemplo para a maneira de se teorizar sobre macroeconomia. Essas divergências
renderam alguns debates na história do pensamento. Trataremos agora do debate entre Böhm-Bawerk e J. B. Clark, repetido
mais tarde entre Hayek e Knight.
Para Böhm-Bawerk, o processo produtivo envolve a passagem do tempo. O capital circulante é transformado em
várias etapas produtivas até sua frutificação na forma de bens de consumo. Os elementos da estrutura do capital diferem
entre si em relação a sua posição temporal no processo produtivo. Os juros, além disso, era explicado pela preferência
temporal. Para Clark, por outro lado, o capital consiste em um fundo permanente que gera um fluxo contínuo de renda. Os
bens de capital são essencialmente máquinas, capital fixo, que é substituído conforme seja depreciado. A produção, para ele,
não envolve considerações sobre a passagem do tempo. Os juros, por sua vez, são explicados pela produtividade marginal do
fundo de capital, diminuindo conforme o estoque aumenta. Dessas visões contrastantes surgiu o debate.
Após a publicação da tradução inglesa de Böhm-Bawerk, Clark critica a noção de que a produção envolve espera. No
esquema abaixo, A''' representa pão, B''' representa roupas e C''' habitação. O pão é produzido em quatro etapas, desde o
trigo inicial (A), o grão estocado (A') até farinha (A''). Da mesma forma, as roupas e casas passam por etapas, bem como os
bens de produção H utilizados em todas as etapas.
Quando o processo produtivo estiver completo, temos
que as 16 etapas representadas pelas letras são
produzidas ao mesmo tempo, sincronizadamente, em que
haja espera de 4 períodos. O consumo presente seria
fruto do trabalho presente.
A''' B''' C''' H'''
A'' B'' C'' H''
A' B' C' H'
A B C H
Prof. Fabio Barbieri Apostila de História do Pensamento Econômico 8

Considere uma plantação de árvores para produzir madeira. Se a cada ano cortarmos 1/10 da floresta e
replantarmos com semente, a cada ano teríamos um produto igual a 1/10 das árvores, sem a espera de dez anos. Não
haveria portanto espera ou períodos de produção. Em equilíbrio a produção é instantânea. Böhm-Bawerk respondeu a crítica
em artigos no Quartely Jjournal of Economics, afirmando que embora não haja espera para comprar um bem acabado,
aquele bem concreto comprado foi fruto do trabalho passado. O consumidor final não esperou, embora a espera tenha
ocorrido no processo produtivo. Criticou por sua vez a opinião de Clark, considerando o fundo permanente como um
conceito místico. O capital em Clark seria como uma "geléia de valor" que não faz referência aos processos produtivos reais.
O debate continuou com os dois autores reafirmando sua posição. As mesmas posições seriam mais tarde repetidas
em uma segunda edição do debate, dessa vez entre Hayek e Knight. Por que a insistência nesse ponto? A teoria neoclássica,
como vimos, trata os fenômenos econômicos como estando sempre em estado de equilíbrio. em equilíbrio, sem mudanças
técnicas, temos de fato que a produção é sincronizada: quando o operário liga as máquinas na segunda de manhã,
instantaneamente fica pronto o produto semi-acabado produzido na sexta. Mas fora do equilíbrio, em uma situação de
crescimento ou de crises, o fator tempo volta a importar: um aumento na produção só poderá ocorrer depois da espera; a
coordenação entre as diversas etapas do processo produtivo pode não ocorrer ao longo das fases de um ciclo econômico. É
nesse último campo que as concepção do capital como um todo homogêneo e flexível ou como uma estrutura temporal
complexa resultará em explicações macroeconômicas completamente diferentes, como veremos mais tarde.

Alfred Marshall
1842 – 1924

Escola: neoclássica
Principais Obras: The Pure Thery of Foreign Trade and the Pure Thery of Domestic Values;
The Economics of Industry; Princípios de Economia; Industry and Trade; Money Credit and Commerce.
Vida: Resistindo a intenção de seu pai de que seu tornasse sacerdote, Marshall recusou uma bolsa em
Oxford, indo estudar ciências e matemática em Cambridge, com o auxílio financeiro de seu tio. Tornou-se professor na
mesma instituição, quando se interessou por Economia devido a preocupação com os pobres. Renunciou ao seu cargo (as
normas assim o exigiam) ao casar com sua aluna Mary Paley, também economista. Lecionou em Bristol, depois retornou a
Cambridge, onde concluiu sua carreira como líder dos economistas daquela escola.
Principais Idéias: Marshall foi o fundador da análise de equilíbrio parcial, aquela parte dos livros de microeconomia
que trata da oferta e demanda em um mercado de um produto isolado, como por exemplo suco de laranja. O objetivo
principal da teoria é mostrar como se comportam os preços e quantidades de equilíbrio produzidas nos mercados. Para tal,
desenvolveu o conhecido diagrama de oferta e demanda, cujo p
cruzamento resulta no ponto de equilíbrio de mercado. É criado S
d
assim o instrumento de análise mais utilizados pelos economistas. O
método consistia em isolar algumas poucas variáveis de análise, peq
enquanto mantinha o resto dos fatores constantes – a famosa
condição coeteris paribus. Assim, a renda e os gostos dos
consumidores, o poder de compra da moeda ou as técnicas s D
produtivas ficavam inalteradas durante a análise. q
qeq
Embora melhor matemático que Jevons ou Walras, tinha uma
posição mais balanceada sobre o papel da mesma na análise. Marshall relegava as deduções matemáticas e gráficos a notas
de rodapé ou apêndices dos seus Princípios, tornando o texto acessível ao leitor comum. A obra mostrava uma grande
preocupação com o realismo e com os problemas concretos que a Economia poderia ajudar a entender. Em uma carta,
Marshall escreve:
Mas eu sei que eu tinha uma crescente sensação nos últimos anos do meu trabalho no assunto que é altamente
improvável que um bom teorema matemático relativo a hipóteses econômicas seja boa Economia; e eu segui
mais e mais as regras – (1) Use a matemática como uma linguagem resumida, em vez de como um instrumento
de investigação. (2) Utilize-a até terminar. (3) Traduza para o inglês. (4) Então ilustre por exemplos importantes
no mundo real. (5) Queime a matemática. (6) Se não obter sucesso em 4, queime 3. Este último passo eu segui
freqüentemente.
Prof. Fabio Barbieri Apostila de História do Pensamento Econômico 9

Dados seus preceitos metodológicos, vejamos a sua teoria. Vamos estudar separadamente a demanda e a oferta.
Quanto a primeira, Marshall declara que desenvolveu o princípio de utilidade marginal decrescente antes e de forma
independente de Jevons, Walras ou Menger, embora não tenha publicado a respeito antes deles. Marshall adotava as
hipóteses simplificadoras de que a utilidade do consumo de um bem independe da quantidade consumida dos demais bens,
além de assumir constante a utilidade marginal de uma unidade monetária 4. Com essas hipóteses, podemos relacionar a
utilidade marginal decrescente com a curva de demanda: o preço que um consumidor estaria disposto a pagar por um bem
reflete sua utilidade marginal, quanto mais bens se consome, menor é a utilidade marginal e menor o preço que se está
disposto a pagar.
Quanto a oferta, Marshall também aplica o princípio marginalista, embora não utilize o princípio subjetivista. A curva
de oferta é derivada com o auxílio do conceito de custo marginal crescente no curto prazo. Ao ignorar o elemento subjetivo
na construção da oferta, o autor acaba adotando a teoria objetiva do valor dos clássicos. O custo no longo prazo é dado pela
quantidade de trabalho empregada, que tem o seu valor dado pelo custo de produzir o trabalho. No curto prazo, à maneira
de Jevons, os "custos reais" refletem o sofrimento com o dispêndio de trabalho. Além do custo do trabalho, Marshall
adiciona outro custo real, adotando a teoria de Senior que relaciona os juros com a abstinência dos capitalistas, ou seja, com
a inconveniência da espera pelos frutos futuros de um investimento presente.
A determinação do preço e quantidade de equilíbrio é dado pela intercessão das curvas de oferta e demanda. No
gráfico da página anterior, se a quantidade for inferior a de equilíbrio, o preço que os consumidores pagariam (preço de
demanda d) seria superior ao preço de oferta s, tornando lucrativo para as firmas expandir a produção, até o ponto de
equilíbrio. Com essa teoria da determinação do preço de equilíbrio, Marshall pretendeu sintetizar as contribuições dos
autores clássicos (oferta) com as dos autores neoclássicos (demanda). De fato, desagradava a Marshall a crítica que Jevons
fazia aos autores clássicos, adotando por sua vez uma atitude conciliadora:
Seria tão razoável discutir se é a parte superior ou inferior de uma tesoura que corta o papel como determinar
se o valor é dominado pela utilidade ou o custo de produção. Princípios
Para entender melhor quem determina os preços, mencionaremos a divisão da análise de Marshall em períodos. No
curtíssimo prazo, um dia para o mercado de um produto perecível como peixes, a oferta não pode variar. A curva de oferta é
vertical. O preço é determinado totalmente pelas condições da demanda. Este caso é representado pelo gráfico mais a
esquerda. No curto prazo, tanto a oferta quanto a procura podem variar. A oferta ainda está limitada pela quantidade fixa de
capital, que representa um custo fixo. Aqui se aplica o princípio de produto marginal decrescente: um aumento de capital
p
p
S
S
S
p

D D D
q q q
circulante ou trabalho aumentam a produção, só que de maneira menos eficiente. A curva de oferta é positivamente
inclinada, como vemos no segundo gráfico. No outro extremo, temos o longo prazo, no qual as firmas têm condições de se
adaptar a demanda através da variação de todos os insumos. Neste caso, os custos médios de produção são fixos,
determinando o preço. Observa-se que variações na curva de demanda não influenciam o preço de equilíbrio, apenas o
volume produzido.
No desenvolvimento de seu aparato gráfico, Marshall acrescenta vários conceitos utilizados posteriormente. Do lado
da oferta, Marshall introduziu o conceito de "firma média", ou representativa, que simplificaria a análise ao desconsiderar a
variedade de firmas do mundo real. A firma representativa teria "vida razoavelmente longa, êxito razoável, seria gerida com
habilidade normal e teria acesso às economias internas e externas pertencentes àquele conjunto de produção". Economias
internas seriam aquelas relacionadas a maior produtividade advinda da divisão do trabalho e especialização do capital
ocorridas no interior de cada firma. As economias externas se referem aos custos reduzidos em uma indústria devido a
proximidade de fornecedores ou a possibilidade de gerar em um local específico uma demanda contínua por mão-de-obra
especializada.
Ainda no lado da oferta, Marshall estudou o problema da alocação de fatores produtivos. Examinou tanto o caso em
que os fatores entram como complementos perfeitos, como no caso em que o cabo e a cabeça do martelo, que são usados
na proporção um para um, quanto o caso no qual os fatores podem ser substituídos diante de alterações em seus preços. O
fundamental é que se iguale o valor do produto marginal gerado por cada fator ao seu custo. Se esta igualdade não ocorrer,
seria lucrativo substituir um fator por outro.

4
Naturalmente, quanto mais rica for a pessoa, menor é a utilidade de um real adicional.
Prof. Fabio Barbieri Apostila de História do Pensamento Econômico 10

Do lado da demanda, Marshall desenvolve o conceito de elasticidade-preço (também utilizável para a curva de oferta).
A elasticidade da demanda mede a variação percentual da quantidade demandada devido a um variação percentual pequena
nos preços. Matematicamente, temos:

Δq
q ∂q p
ε= ou ε=
Δp ∂p q
p
Quanto mais elástica fora a demanda, mais bens substitutos ao bem analisado poderemos encontrar, maior a
participação desse bem no orçamento e mais dispensável é o seu uso. Marshall desenvolveu também o conceito de
excedente do consumidor, dado pelo triângulo indicado pela figura
ao lado. Se um ponto da curva de demanda representar a disposição p
a pagar por uma unidade a mais do produto, dada pela utilidade
S
marginal, podemos considerar a diferença entre essa disposição a
pagar e o valor efetivamente pago, dado pelo preço de equilíbrio.
Essa diferença é uma medida do ganho na troca. Em equilíbrio peq
competitivo, maximiza-se o excedente. Essa medida foi utilizada para
avaliar a perda envolvida nos monopólios ou na imposição de um D
imposto. q
qeq
Em obras posteriores, Marshall expõe sua teoria monetária,
ensinada em Cambridge. A demanda por moeda é fruto da decisão em alocar a renda na forma de moeda, que depende do
volume de recursos necessários para realizar as transações que ocorrerão no dia a dia, seja para realizar investimentos que
redundam em rendimentos, seja para adquirir bens de consumo. A fração da renda que uma pessoa decide manter na forma
de moeda é representada por k. A renda nominal é o produto da renda real y pelo nível de preços P. Temos portanto que em
equilíbrio a quantidade de moeda ofertada M se iguala a quantidade demandada. Essa igualdade é expressa como:
M = k . P.y
Esta equação ficou conhecida como a equação de Cambridge, que é uma das versões da equação de trocas da teoria
quantitativa da moeda.

Marshall hoje: a análise de equilíbrio parcial é a ferramenta mais utilizada pelos economistas. Imagine alguns mercados
modernos, como informática, e utilize os conceitos de curvas de demanda, oferta, elasticidade, curto e longo prazo para
explicar o que ocorre com os preços e quantidades ao longo do tempo. Que curvas de deslocam, por que motivos? Tente
imaginar quais produtos a sua volta têm demanda/oferta elásticas ou inelásticas. Represente no diagrama os efeitos do
estabelecimento de um controle de preços que congele os preços abaixo ou acima do ponto de equilíbrio, como um controle
de alugueis no primeiro caso e um aumento no salário mínimo no segundo.
Se firmas grandes têm condições de baratear o custo dos produtos, devido as economias externas e internas, por
que as firmas não crescem indefinidamente? Ou seja, que fatores limitam o crescimento das mesmas? Pense nos casos reais:
por que a IBM e depois a Microsoft não se tornam uma espécie de "OCP" do filme Robocop?
Prof. Fabio Barbieri Apostila de História do Pensamento Econômico 11

Debate: Marshall, o Tycho Brahe da Economia

Marshall acreditava que tinha sintetizado as contribuições da escola clássica e da neoclássica, utilizando tanto a
oferta da primeira quanto a demanda da segunda. O valor não seria determinado exclusivamente pela utilidade ou pelos
custos de produção, sendo o preço de mercado estabelecido pela conjunção dos dois elementos, da mesma forma que as
duas lâminas de uma tesoura são necessárias para cortar papel. Esta opinião ainda hoje é defendida por boa parte dos
economistas neoclássicos e transmitida aos alunos.
Será uma opinião correta? Se for, teríamos uma teoria do valor eclética, que não reconhece "a" causa do valor, mas
apenas diferentes fatores que determinam o valor em diferentes circunstâncias. Mais ainda, se nos concentrarmos na
opinião de Marshall quanto ao longo prazo, recairíamos na teoria clássica do valor. A revolução de 1971 seria abortada,
mantendo-se desta apenas a análise marginal, enquanto que a nova teoria do valor subjetiva perderia a importância.
Por outro lado, alguns economistas neoclássicos, como Wicksteed e sobretudo os austríacos 5, defendiam a opinião de
que qualquer manifestação do valor seria um fenômeno puramente subjetivo, determinado por considerações sobre
utilidade. Criticavam portanto o ecletismo de Marshall. Böhm-Bawerk, por exemplo, escreveu que:
Essa questão é tão fundamental para a Economia Política quanto a questão entre os sistemas de Ptolomeu e de
Copérnico para a Astronomia. O sol e a terra giram, toda criança sabe, mas ninguém pode ser astrônomo hoje
em dia sem saber se é a terra que gira em torno do sol, ou o sol em torno da terra. Entre o valor de um produto
e o valor dos materiais de produção existe uma relação não menos óbvia e indubitável. Num sistema científico
não podemos ter, alternadamente, ora a terra girando ao redor do sol, ora o sol girando ao redor da terra. E
quem quer que deseje entender essa relação e os incontáveis fenômenos que dela dependem tem de saber se o
valor dos materiais de produção deriva do valor do produto, ou se ocorre o inverso. Uma hesitação eclética ...
não será mais possível. Eugen von Böhm-Bawerk.
Para os austríacos, o valor dos insumos produtivos - o custo - é determinado da mesma forma que o valor dos bens
finais, ou seja, pela sua utilidade em satisfazer necessidades. Seria um custo subjetivo de oportunidade, representando o
valor que se atribui a necessidade que se deixa de atender quando fazemos uma escolha. O custo de escrever esta página é o
valor que eu atribuo a um passeio no parque do Ibirapuera. Na produção, o custo de utilizar o trabalho para fazer sorvetes é
igual a utilidade dos outros produtos que aquele trabalhador poderia produzir. Assim, as duas lâminas da tesoura – oferta e
demanda – seriam feitas do mesmo material: utilidade.

Joseph Alois Schumpeter


1893 – 1950

Escola: evolucionária, schumpeteriana, austríaca


Principais Obras: História da Análise Econômica; Capitalismo, Socialismo e Democracia; Teoria do Desenvolvimento
Econômico; Dez Grandes Economistas; Business Cycles.
Vida: Schumpeter nasceu no Império Austro-Hungaro. Estudou em Viena com Böhm-Bawerk e Wieser.
Ocupou o cargo de ministro das finanças em 1919. Casou-se na Inglaterra com uma mulher 12 anos mais nova, vindo a
abandoná-la quando passou a lecionar em Bonn. Sem se divorciar, casou-se novamente com outra mulher, que morreria no
parto um ano depois. Com o advento do nazismo, migrou para os EUA, onde trabalhou como professor em Harvard até sua
aposentadoria. Sua terceira esposa publicaria postumamente seu famoso livro de H.P.E.
Principais Idéias: Schumpeter foi influenciado por um conjunto eclético de economistas. Sua formação é austríaca,
absorvendo a visão do mercado como um processo e particularmente de Wieser absorveu a importância do empresário no
processo competitivo. De Marx, adotou o conceito de "capitalismo" para descrever a realidade econômica da época,
5
Ludwig von Mises deve ser destacado como um dos poucos autores que enfatizam a noção de custos subjetivos.
Modernamente, James Buchanan escreveu um livro (Custo e Escolha) que discute a noção de custo e sua evolução ao longo da
história do pensamento econômico.
Prof. Fabio Barbieri Apostila de História do Pensamento Econômico 12

procurando investigar o seu desenvolvimento histórico. Por outro lado, considerava Walras o melhor economista de todos os
tempos, aceitando sua descrição da realidade na ausência de inovações. Essas influencias díspares ajudaram o autor a
compor suas teorias sobre a natureza da competição e sobre os ciclos econômicos.
Antes de descrever o processo de mudança – seu verdadeiro interesse – Schumpeter parte de um estado inicial de
equilíbrio. Nesse estado, que o autor denomina "fluxo circular", as atividades econômicas estão coordenadas. A cada período
os agentes simplesmente repetem as ações dos períodos anteriores, sem que nenhuma mudança ocorra. Esse estado de
coisas seria perfeitamente descrito pelo modelo walrasiano do funcionamento da economia. Essa, porém, não é uma
descrição da realidade do capitalismo. Este seria caracterizado pela mudança. Mas como surgiria a mudança? Para
Schumpeter, as mudanças – inovações – ocorrem devido a atividade dos empresários. A verdadeira competição no mercado
se refere a ação dos empresários na busca por lucros. A criação de um novo bem ou alteração na qualidade de um bem
existente, a criação de novo método de produção, a abertura de um novo mercado, a captura de nova fonte de oferta ou
uma nova organização da indústria consistem em exemplos do que o autor entende por inovação. Esta difere da invenção. A
invenção de uma nova máquina por um engenheiro, por exemplo, pode não ter impacto algum na economia se não for
introduzido no mercado por um empresário inovador. Uma inovação pode dar uso econômico para uma velha invenção que
até então não tinha sido explorada.
Para que as inovações sejam introduzidas nos mercados, Schumpeter enfatiza a necessidade de crédito aos
empresários. O crédito permite que a todo instante inovações surjam no mercado, desafiando os métodos antigos de
produção administrados burocraticamente pelos administradores estabelecidos. A essência da atividade competitiva não
seria descrita pelos modelos de competição perfeita ou mesmo pelos modelos de Chamberlain-Robinson, mas sim pela
atividade do gênio inventivo dos empresários. A atividade empresarial pode levar ao monopólio temporário de um produto,
que cedo ou tarde seria corroído pela imitação de outras firmas. A existência de uma grande firma que domine um mercado
não é vista como um sinal de monopólio, mas como fruto da atividade competitiva. Da mesma forma que para os austríacos,
a competição deve ser analisada como um processo e não como um estado final de repouso. O capitalismo, para
Schumpeter, seria caracterizado por ondas de inovações que trazem o progresso material para as sociedades. O estado de
repouso inicial seria subvertido pela ação empresarial, que desencadeia um processo de imitação que resultaria em um novo
fluxo circular, caso nenhuma inovação adicional ocorra. O impacto das inovações empresariais é aptamente descrito pelo
autor através da expressão "destruição criadora".
Embora a atividade inovadora dos empresários seja a fonte do crescimento econômico, este não ocorre de forma
contínua, mas está sujeita a ciclos de prosperidade e crise. Schumpeter procura explicara os ciclos através das idéias que
expusemos acima. As inovações, segundo o autor, não se distribuem uniformemente ao longo do tempo, mas ocorrem
segundo intervalos descontínuos. Grandes inovações trazem consigo a possibilidade de afloramento de mais inovações. A
fase de prosperidade é marcada pelos investimentos advindos da exploração de grandes inovações. Porém, a imitação das
inovações iniciais acaba por esgotar as oportunidades de lucro, o que resulta na fase de crise. Schumpeter identificava
historicamente três tipos de ciclos conforme sua duração, que era determinada pelo tipo de investimento feito pela
inovação. Teríamos inicialmente os ciclos de Kondratiev, que duravam cerca de 60 anos. O surgimento da indústria têxtil e
das máquinas a vapor no séc. XIX ou as indústrias metalúrgicas no séc. XX deram origem a esse tipo de ciclos. Ao mesmo
tempo, teríamos ciclos mais freqüentes: os ciclos de Juglar, que duravam 10 anos e os de Kitchin, de 40 semanas.
O processo de evolução social, para Schumpeter, levaria ao advento do socialismo e ao fim do capitalismo. Este
pereceria não pelos seus fracassos, como acreditava Marx, mas sim pelos seus sucessos. Paradoxalmente, o padrão de vida
mais elevado causado pelo capitalismo permitiu o advento de uma nova classe de intelectuais dedicados a criticá-lo. Com o
surgimento de firmas gigantes, por outro lado, as atividades inventivas e inovadoras são burocratizadas, pois são realizadas
no interior de seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), e não mais por pequenos empresários
independentes. Em suma, a burocratização advinda com o progresso minaria a própria base de progresso do capitalismo. Ao
mesmo tempo, Schumpeter acreditava ser possível alocar recursos de forma centralizada através da teoria de equilíbrio
geral. Assim, embora não fosse socialista ele mesmo, e não desejasse tal mudança, acreditava no fim do capitalismo e na sua
substituição pelo socialismo.
Schumpeter dedicou seus últimos anos ao estudo de HPE. A sua História da Análise Econômica é uma das maiores
autoridades no assunto, cheio de teses polêmicas e observações interessantes sobre o desenvolvimento da Economia.

Schumpeter hoje: sob a luz dos escritos de Schumpeter, aprecie a significância do órgãos de fomento a atividade empresarial,
como o BNDES, que fornece crédito subsidiado a projetos ou o SEBRAE, que fornece assistência a pequenos empresários.
Avalie a tese do autor sobre a crescente burocratização do processo inovador. As grandes inovações atuais foram fruto de
departamentos de pesquisa de grandes empresas ou surgiram em pequenas garagens de sonhadores?

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