Poder Judiciário do Estado de Santa

Catarina
Juízo de Direito da Comarca de Caçador

PORTARIACONJUNTAn. 78/2010

Disponibilizada no DJ Eletrônico n. 1031, de

19/10/2010, p. 466-7

Dispõe sobre vista de processos pautados no dia

da respectiva audiência.

GUSTAVO MARCOS DE FARIAS, Juiz de Direito da

Vara Criminal e Diretor do Foro da Comarca de
Caçador;

FERNANDO SPECK DE SOUZA, Juiz de Direito da

1ª Vara Cível da Comarca de Caçador;

VIVIANE ISABEL DANIEL SPECK DE SOUZA, Juíza

de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Caçador;
e,

GISELE RIBEIRO, Juíza Substituta da Comarca de

Caçador, no uso de suas atribuições legais etc. e,

CONSIDERANDO:

a) a relevância do elevado número de

processos que ingressam diariamente neste fórum, bem como em
todas as unidades judiciárias do Estado, o que é uma realidade
nacional;

b) a necessidade constante da busca do

aprimoramento nos serviços forenses, inserindo-se num contínuo
processo de perfeita reengenharia direcionada à conquista de
ampla efetividade na prestação jurisdicional;

c) o magistério do renomado JOSÉ RODRIGUES

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PINHEIRO quando alude que “reengenharia é o processo constante de

refazer, desmontar as estruturas existentes e reconstruir o que
precisa ser reconstruído e, depois, passar pelas críticas de como
está sendo feito, para novamente desmontar, refazer, buscando,
cada vez mais e sempre, a melhoria”1;

d) também, segundo orientação do mesmo

autor, que “a perseguida qualidade dos serviços judiciários não se
conseguirá com o empenho de, apenas, um departamento ou uma
seção ou algumas pessoas, ainda que muito bem instruídas,
competentes e devotadas”2, sendo recomendável a união de
esforços pelos membros do Poder Judiciário, do Ministério Público,
da Ordem dos Advogados do Brasil, das Polícias, além dos
Servidores e Sociedade em geral;

e) são promovidas nas unidades desta comarca

inúmeras audiências diariamente, com curto espaço de tempo
entre uma e outra, justamente para dar vazão ao número de
processos que são propostos diariamente;

f) tal peculiaridade exige que os processos

fiquem organizados em sequência, para evitar tumulto processual;

g) em relação às audiências de instrução e

julgamento, com a implementação parcial do sistema audiovisual,
muitas delas costumam ser gravadas e, por esta razão, não podem
ser interrompidas;

h) muitos processos tramitam em segredo de

justiça, consoante arts. 155, inc. II, do CPC, 201, § 6º, do CPP e 206
do ECA;

i) é praxe nesta comarca a interrupção das

audiências pelos Drs. Advogados que aguardam a realização da
sua, a fim de manusear os processos relativos às solenidades
seguintes;

j) tal sistemática, além de tumultuar os

trabalhos, viola o direito de intimidade das partes participando da
audiência, quando enquadradas nas hipóteses da letra “h”:

1
PINHEIRO, José Rodrigues. A qualidade total no poder judiciário. Porto Alegre : Sagra
Luzzatto, 1997. p. 29.
2
Ibidem, p. 30,
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RESOLVE :

Art. 1º.É PROIBIDA a interrupção das

audiências para consulta ou carga rápida de processos pautados
para aquele mesmo dia.

Art. 2º.Os casos omissos serão examinados

separadamente pelo juiz competente, após o término da audiência
que está sendo realizada.

Art. 3º.Esta medida vai ao encontro do

interesse de todos os advogados, não só porque agilizará
sobremaneira as audiências, evitando atrasos, como também
porque preservará os clientes que estão participando das
solenidades comumente interrompidas, evitando
constrangimentos.

§ 1º. O direito de vista dos autos não está sendo

violado, destaque-se, uma vez que este pode ser exercido com
mais antecedência, não havendo, portanto, que se falar em
prejuízos decorrentes desta medida, especialmente porque os Drs.
Advogados de Caçador — em sua maioria competentes, técnicos e
operosos —, observando tal premissa, já terão estudado o processo
com mais tranquilidade.

§ 2º. Observada esta cautela, ambos os direitos

(vista de processos vs. segredo de justiça e celeridade processual)
poderão conviver harmonicamente.

Art. 4º.Dê-se ampla divulgação da presente

portaria, observando-se o seguinte:

I — publicação no Diário da Justiça;

II — afixação no mural deste Fórum; e,

III — remessa de cópia à Subseção da

OAB/SC/Caçador.

Art. 5º.Fica dispensado o envio de cópia desta

portaria à Corregedoria-Geral da Justiça, nos termos do art. 1º,
parágrafo único, bastando que seja arquivada nos moldes do art.
197, II, 2, ambos do CNCGJ.

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Art. 6º.Esta portaria entra em vigor na data de

sua edição.

Caçador, 18 de outubro de 2010.

GUSTAVO MARCOS DE FARIAS FERNANDO SPECK DE SOUZA

Juiz de Direito da Vara Criminal e Diretor do Foro Juiz de Direito da 1ª Vara Cível

VIVIANE ISABEL DANIEL SPECK DE SOUZA GISELE RIBEIRO

Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Juíza Substituta

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