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Caio Fábio
Revisão e formatação:
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PALAVRAS EXPLICATIVAS
Capítulo 01
O AVIVAMENTO À BRASILEIRA
No capítulo 10, verso 16, ele descreve seu contato do primeiro grau
com as coisas e seres do Trono, com a mesma força usada por ele nas
descrições anteriores:
E mais:
Capítulo 02
O Mistério de Deus
Os Pactos da Redenção
O Juízo Divino
O Fogo do Espírito
A Verdade de Deus
Eu não sei o que isto significa, todavia, é mais fácil não complicar as
coisas e, simplesmente admitir que o texto diz o que diz, por mais difícil
que seja a aceitação de tal verdade. Ou seja: que os anjos dos pequeninos
estão lá, na presença do Pai. E a implicação é chocante: cada "pequenino"
tem seu anjo.
Em Atos 12 temos o texto no qual Pedro é tirado da prisão por um
anjo do Senhor. A cena é interessantíssima: tão logo Pedro é solto pelo
anjo vai direto à casa dos irmãos. Bate na porta. A criada abre. Volta
correndo, e diz: "Pedro taí fora". O pessoal diz: "Que é isso menina, tá
doida?" O irônico é que estavam todos orando pedindo a Deus que
libertasse Pedro. E Deus o liberta, mas os irmãos dizem: "tá doida", e ela
insiste: "Não, é Pedro mesmo. " E eles dizem: "Talvez seja o seu anjo".
Ora, os teólogos reformados dizem que a afirmação de que poderia
ser o anjo de Pedro era uma superstição remanescente do judaísmo
místico. Explicação interessante. Todavia, não explica o fato de que Lucas,
escritor de Atos, não parece estar perturbado com tal possibilidade.
Em Marcos 5 nos é dito que Jesus expulsa uma legião de demônios
que havia se empacotado no peito de um homem de Gadara. No
confronto de Jesus com os demônios escapole uma verdade demono-
lógica (não teo-lógica). Os anjos-demônios deram, sem querer, uma dica
extraordinária de como eles operam na história. Marcos diz que eles
afirmaram: "Não nos mandes para fora do país". Eles abriram guarda
espiritual e mostraram os seus desejos mais escusos. A revelação é
estonteante: eles haviam se especializado em GADARENIZAÇÃO
espiritual. Eles se tornaram "experts" em cultura GERASENA.
Em outras palavras: "Não manda para fora daqui, porque fizemos
antropologia durante anos, anos e anos. Estudamos a cultura, sabemos
como desgraçar a vida desse pessoal, então, não nos manda para fora não,
deixa a gente ficar aqui".
O interessante é que quando você fala de demônios, também está
falando de anjos caídos. Anjos e demônios são seres da mesma dimensão,
da mesma natureza. Ora, isto mostra a relação profunda desses espíritos,
sejam anjos ou demônios, com lugares, com sociedades, com culturas e
com agrupamentos humanos.
Concluímos, à luz de toda esse acervo bíblico, que quando o
Apocalipse fala do anjo da Igreja, ele pode também estar falando de um
anjo espiritual que assiste àquela igreja local.
A segunda: o anjo como homem. Pode ser também que o Apocalipse
1,2,3, esteja falando do anjo-humano, que visibiliza o cuidado espiritual
pela igreja local. Pode ser que a alusão seja ao indivíduo que resolvemos
chamar de O PASTOR. É por esta razão que se fala que o anjo da Igreja é
alguém que pode se converter. E o Pastor realmente pode e, muitas vezes,
precisa voltar ao primeiro amor, lembrar de onde caiu. Isto porque só
homens são capazes dessas atitudes, não anjos. A tradição cristã parece ser
unânime quanto ao fato de que anjo, quando cai, não levanta mais, entra
no time do adversário.
A terceira possibilidade: o anjo como psiquismo coletivo. Este
aspecto pode ser percebido pelo fato de o Apocalipse se referir ao anjo
como sendo aquele que, se convertendo, faz a Igreja inteira mudar de
atitude imediatamente. Entretanto, todos nós sabemos que por mais
importante que a mudança de atitude de um líder venha ser para sua
comunidade, não há nessa mudança de atitude nenhum poder mágico que
converta toda a comunidade de uma vez. O Apocalipse está também
falando do anjo como sendo o adensamento do psiquismo da comunidade.
Trata-se de uma espécie de cultura espiritual que precisa, muitas vezes,
ser convertida. E quando isso acontece, a Igreja toda muda e muda de
uma vez.
Penso que a própria palavra anjo se ajusta perfeitamente a esse
fenômeno aqui explicado e descrito. Afinal, anjo é mensageiro, é
intermediário, é portador, é veículo, e mídia, ao mesmo tempo. E cultura
também é mídia, à medida que é veículo, que é mensageiro, que é anjo.
Digo isto apenas para provar que no Apocalipse, bem como no resto da
Bíblia, onde homens e anjos se confundem, os anjos podem ser vistos
como modelos para os homens.
Se é assim, vale repetir que vida de anjo deve inspirar vida de
homem, sem que se caia no culto aos anjos, que era um problema da igreja
de Colossos (Cl, 2:18).
Portanto, depois desta introdução, minha questão é saber como os
seres que vivem em volta do Trono podem nos ajudar a entender como
viver na Presença de Deus.
Anjos: Os Operários da Obra de Deus
Vida de anjo não é fácil. Anjo não é executivo que viaja de primeira
classe. Ao ler a Bíblia vemos que a atividade dos anjos é um negócio muito
arriscado. Eles estão sempre na zona minada de perigo pode ser numa
briga celestial do arcanjo Miguel contra o príncipe da Pérsia (Dn. 10:13) ou
ainda o mesmo Miguel com os seus anjos pelejando a Grande Batalha
Cósmica (Ap, 12:7-12). O trabalho de anjo é terrível no Apocalipse, onde
os anjos são descritos como seres ocupadíssimos. Anjo trabalha mais do
que ninguém.
Eles são os Operários da Vontade de Deus. Observe como a
principal característica dos anjos é o serviço braçal do mundo espiritual.
Em Apocalipse vemos dez características básicas do trabalho dos
anjos.
Primeiro, eles são mensageiros à Igreja e às nações (Ap, 1:1; 14: 6).
Em ambos os textos os anjos aparecem como arautos, como
proclamadores. Sendo que em relação às nações, o Apocalipse diz que eles
têm um evangelho eterno para pregar. Pedro, no entanto, diz que a
pregação da salvação não foi dada a anjos, mas a homem. Ora, quando a
gente põe as duas verdades juntas, sem medo da contradição, a síntese
que brota daí é muito interessante, ou seja: os anjos não são pregadores da
salvação, mas têm seu papel essencial na evangelização do mundo.
Segundo, eles são testemunhas de testemunhos. No capítulo 3: 5
Jesus diz que vai dar testemunho dos cristãos na presença dos anjos do
seu Pai. Assim é que os anjos são as grandes testemunhas dos mais sérios
testemunhos espirituais que são pronunciados na história humana.
Terceiro, eles são os questionadores da verdade. No Apocalipse são
os anjos que fazem as perguntas mais cruciais, mais subversivas, mais
revolucionárias (Ap, 5:2).
"Quem é digno?" é a grande questão. Os anjos nos mandam
procurar dignidade na Terra, embaixo da Terra, em cima da Terra, em
qualquer lugar!
No entanto, não esqueça que era em cima da Terra, que nos dias do
apóstolo João, vivia alguém que se julgava digno da história humana, mas
que é denunciado pelo anjo como não sendo digno de abrir o livro da
história do Planeta Terra. Esse grande indigno era César. A pergunta do
anjo era, portanto, profundamente subversiva.
Em quarto lugar, eles são os que seguram as forças que destroem a
Terra. No capítulo 7, verso 1, lemos que eles seguram os 4 ventos para que
estes não destruam a terra.
Em quinto lugar, eles são os seladores de homens. No capítulo 7,
verso 3, afirma-se que é ministério dos anjos marcar as frontes dos eleitos
de Deus.
Em sexto lugar, eles são os arautos do juízo de Deus. São eles que
tocam as trombetas, conforme o capítulo 8, verso 2. Eles gritam as Vozes
(14: 1-13). Eles derramam os Flagelos (16:1- 21).
Em sétimo lugar, eles são os que liberam forças espirituais
aprisionadas. No capítulo 9, verso 14, vemos que eles liberarão 200
milhões de seres para um conflito tremendo na terra.
Em oitavo lugar, eles são os declaradores dos mistérios de Deus.
Eles é que têm os oráculos frequentemente descritos por João. No capítulo
10: 1 a 14, vemos que João é proibido de escrever o oráculo que recebe do
próprio anjo.
Em nono lugar, eles são os guerreiros das Batalhas de Deus (Ap, 12:
7). Neste episódio, conforme já vimos, Miguel e seus anjos pelejam contra
o grande Adversário da Vida no Universo.
E em décimo lugar, eles são os porteiros da Cidade Santa.
Em cada porta da Cidade Santa há um anjo (21:12).
Ora, tudo isto serve para nos mostrar que anjo é um braçal celestial,
é um operário do Reino de Deus. É minha convicção que o ministério dos
anjos é modelo indispensável para aqueles que querem viver na presença
do Trono, em harmonia com ele.
Podemos resumir o trabalho dos anjos nos seguintes verbos: ir,
testemunhar, questionar, segurar, selar, proclamar, liberar, declarar,
guerrear e guardar.
As Características dos Operários do Reino
Aleluia!
Esses seres viventes aparecem pela primeira vez na Bíblia, no livro
do Profeta Isaías, no capítulo 6:1-6. Isaías conta que viu esses seres
sobrevoando o Trono da Sublimidade Universal. Eles também aparecem
no livro de Ezequiel. Em Ezequiel, eles aparecem doze vezes com
características um pouco diferentes daquelas reveladas no Livro do
Apocalipse. Entretanto, a natureza básica dos seres é a mesma.
À semelhança de sua manifestação em Isaías, no Apocalipse esses
seres viventes são criaturas sacerdotais, cujas existências se explicam e se
plenificam no culto a Deus, diante do Trono.
Em outras palavras: a razão de ser deles é Deus, o culto e o Trono.
Temos aqui uma porta que se abre tremendamente para
discernirmos a nossa relação com o Avivamento. Isto porque, sem essa
atitude sacerdotal, sem essa obsessão existencial de fazer de Deus e do Seu
Trono a razão de nossa vida, e sem essa fixação num projeto de existência
que se alimenta da adoração, ninguém vive na presença do Trono. Sem tal
sacerdotização da vida, você apenas dá umas passadinhas pelo Trono, tem
seus arrepiozinhos gostosos de vez em quando, mas a experiência do
Trono é, neste caso, algo pobremente comparável a um "tour" à
Disneylandia. Gostou mas ficou frustrado por não saber quando poderá
voltar lá.
Olhos Abertos
A primeira característica: eles são marcados por uma espiritualidade
de olho aberto. Ora, isto é lindo! Os seres estão cheios de olhos, por diante,
por de trás, ao redor e para dentro. Uma das marcas mais fortes desses
seres viventes é a sua quantidade de olhos. Eles são um olho ambulante.
Ora, isto no mínimo nos deixa perceber que o culto a Deus não é exercido
através de uma fé cega. A fé desses seres sacerdotais não é cega. E, com
isto, aprendemos que para ser gente de fé, para ser avivado, para viver na
presença de Deus, você pode ser tudo, menos burro; você precisa ser tudo,
menos alienado. Ao contrário, quanto mais lúcido, quanto mais no
Espírito, mais vivo e mais consciente.
Que coisa bonita é a vida desses seres santos na presença de Deus!
Não são como monges medievais, fechados na clausura num
mosteiro. Ao contrário, eles têm olho para todo lado. Eles não nos
ensinam a ter uma visão só, de uma teologia só. Não! Eles nos ensinam
que para viver na presença de Deus, os olhos têm que estar muito abertos.
No nosso meio há muita gente que vive sua espiritualidade a partir de
uma visão apenas. Uns só vêem através do olho da Teologia da
Prosperidade; outros só vêem através do olho da Batalha Espiritual; há os
que só enxergam com o olho do Trabalho Social; alguns percebem a vida
apenas com o olho da Sociologia; outros há que apenas a vêem com
categorias calvinistas, e ainda há aqueles com percepções apenas
evangelísticas. Enfim, são visões de um olho só.
Veja, no entanto, quais são as implicações da tal espiritualidade de
olho aberto.
Primeiro, é essa espiritualidade que vê para diante. Vê o imediato,
vê a realidade em volta e vê o futuro. Em segundo lugar, é uma
espiritualidade que vê para trás. Vê o passado; tem memória, olha o que
deixou para trás, avalia o que deixou para trás e também vê os inimigos
que vêm por trás querendo apunhalar. É ainda, também, uma
espiritualidade que vê ao redor.
Vê a vida, lê o jornal, enxerga a sociedade, o próximo e encara
desafios.
E, por último, é uma espiritualidade que vê para dentro. Vê as
tentações que estão se acumulando no coração; vê as "esquisitices" da
alma que estão ali, crescendo; vê as curvas escuras e ambíguas de si
mesmo; vê as motivações pseudo-piedosas, mas que nada mais são do que
apenas justificativas para nossa ambição de poder; vê o caráter torto,
deformado ou se deformando dentro de nós; vê a alma nua.
Então, veja que a primeira marca desses seres sacerdotais é que eles
têm uma espiritualidade de olho muito aberto.
Capítulo 04
O AVIVAMENTO COMUNITÁRIO
De um lado essa realidade já está aqui; de outro lado, ela ainda virá
em plenitude absoluta. Ora, porque ela já está aqui, eu não tenho que
esperá-la chegar em plenitude para começar a me comprometer com os
referenciais de sua natureza intrínseca, o que pode começar hoje. Se a
noiva já está, eu não tenho que construir uma igreja que se pareça com um
gueto, mas tenho que pensar numa igreja que se pareça com a Nova
Jerusalém.
Pode não ter a plenitude da Nova Jerusalém, mas vai ser mais do
que os guetos psicologicamente escuros que a gente constrói tantas vezes.
Para que isto aconteça, o que o povo de Deus tem que fazer?
O livro do Apocalipse nos afirma que a fim de se tornar este
referencial, a Igreja tem que encarnar sete marcas fundamentais.
Apostólica
Em primeiro lugar, a Igreja só é essa comunidade que realiza
utopias se estiver fundada no alicerce dos apóstolos.
Veja o verso 14 do capítulo 21: "a muralha da cidade tinha doze
fundamentos e sobre esses os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro".
Quais são os fundamentos da sua Igreja? Olhamos em volta e vemos
muitos fundamentos. Algumas igrejas estão fundadas no poder do
dinheiro; algumas estão fundadas no poder político e na barganha;
algumas no poder da intriga; algumas sobre tradição e legalismo. Qual é o
fundamento da Igreja?
A Palavra de Deus diz que essa igreja-sociedade, que deve ser
melhor do que as nações, só será melhor se ela estiver fundada no alicerce
dos apóstolos.
A única salvação para a Igreja é ser Igreja APOSTÓLICA. Isto
significa voltar-se para a Palavra e só para a Palavra. A Igreja que não se
funda na Palavra afunda em qualquer outra coisa.
Quais são esses fundamentos apostólicos?
Há uma quantidade enorme, mas quero apenas relembrar cinco.
1. O amor a Deus e ao próximo: Amarás ao teu Deus de todo o teu
coração de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu
entendimento e amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Paulo diz em I
Coríntios 13, algo que, resumido, ficaria assim : "o que passar disto, é
comentário". Operar milagres, sem isto é brincadeira; ter fé que remove
montanhas, sem isto, é inoperância; falar línguas, sem isto, é baboseira;
profetizar sem isto, é escárnio; fazer ação social, sem isso, é arrogância
humanista. A Palavra de Deus diz que o primeiro dogma da vida é o
Amor.
2. A centralidade da Cruz: Não há uma hierarquia aqui. (a cruz vem
em segundo lugar apenas porque tenho de dar as cinco marcas apostólicas
em alguma ordem), entretanto, sem cruz não há mensagem apostólica.
3. A primazia da Palavra sobre qualquer outra fonte, seja ela secular
ou espiritual. Sem a Palavra como referência das referências não há
pregação apostólica.
4. A proclamação da vitória sobre a morte na Ressurreição. A Igreja
Apostólica é, sobretudo, testemunha da Ressurreição.
5. A vida na comunidade dos irmãos: Isto tem a ver com comunhão,
fraternidade, respeito mútuo, amor, convívio, celebração, louvor, amizade,
companheirismo e solidariedade.
Estas são as cinco marcas principais que o livro de Atos dos
Apóstolos chama de doutrina apostólica.
Aberta a Todos
Em segundo lugar, a Igreja só realiza utopias se estiver aberta a
todos. Por isto, quando a Igreja começa a ser muito seletiva ela não é Igreja
é clube. Ela é qualquer outra coisa: entidade filantrópica; sociedade dos
iguais, a patota da classe média; o sindicato dos sedentos por justiça etc...
Mas não é Igreja.
Os versos 12 e 13 de Apocalipse 21 dizem: a cidade "tinha grande
alta muralha, doze portas, junto às portas doze anjos, sobre elas nomes
escritos que são os nomes das doze tribos de Israel". O verso 13 prossegue
dizendo que a cidade tinha portas para a zona norte, para zona sul, para a
zona leste e para a zona oeste. Para que área a sua Igreja tem porta? Ela
está aberta para todos ou somente para alguns?
A Cidade Santa estará aberta para todos os lados. Venha de onde
vier, tem porta para entrar. Se vem da Baixada Fluminense, tem porta
aberta; se vem de Nova Iguaçu, de Caxias, tem porta aberta. Se vem do
Morumbi, tem porta aberta; se vem da Freguesia do ó, tem porta aberta; se
vem de Canutama, (onde eu quase nasci), que não está nem no mapa do
interior do Amazonas, encontra a porta aberta. A Igreja de Deus tem que
ter porta aberta para todos.
Uma das coisas mais difíceis é entrar na Igreja, até do ponto de vista
físico. Sua Igreja está de porta aberta?
Há um monte de gente por aí com dor de cotovelo da Igreja
Universal do Reino de Deus. Sabe por que eles estão crescendo tanto? A
porta está aberta! E mais: a porta está na calçada! Você olha a arquitetura
dos Templos da Igreja Universal do Reino de Deus e percebe que ela é
uma igreja-porta-aberta. Não tem uma porta. A fachada é uma grande
porta. É um galpão com uma grande porta que parece gritar: "Entre! Vem
que tem". Com todas as críticas que você possa fazer à Igreja Universal,
aprenda, pelo amor de Deus, que a Igreja tem que ter porta aberta. E não é
porta aberta apenas fisicamente. Começa na porta fisicamente aberta, mas
é a porta da nossa cabeça. Há muita gente que chega e encontra a cabeça
da gente com porta fechada. Se não gostamos do cabelo da pessoa,
fechamos a porta! Se tiver barba nem se fala! Estou falando das besteiras,
dos mosquitos, no entanto, há camaleões enormes!
A Igreja que realiza utopias tem porta aberta para todos os lados!
Aberta à Humanidade
Este aspecto é muito importante, ainda que pareça repetitivo. Veja: a
igreja-sociedade que realiza utopias, não é só aberta para todos, ela é
aberta para a humanidade!
Já é uma vantagem maravilhosa quando a Igreja está aberta para o
pessoal da Zona Norte, da Zona Sul etc... Quando isto acontece já é sinal
de Avivamento. Quando se abre para as Zonas Leste e Oeste está para ser
arrebatada (especialmente se pensamos nas áreas Leste e Oeste do Rio e
São Paulo). No entanto, quando ela se abre para a humanidade como um
todo, então é porque ela virou Corpo de Cristo, Sacramento de Deus,
Encarnação do Amor Divino que se mostra a maus e bons, justos e injustos.
Veja o verso 25: "as suas portas nunca, jamais se fecharão". E
observe ainda o verso 24: "as nações virão a ela".
E, por último, leia o verso 26: "e lhe trarão a glória e a honra das
nações". A Nova Jerusalém não é apenas aberta para os inscritos no Livro
da Vida do Cordeiro (aqui há uma diferença entre os inscritos no livro do
Cordeiro e as nações que trazem sua gloria à cidade, mas não me pergunte
como isto acontece, porque aqui estamos pisando num terreno santo
demais para eu me atrever a fazer comentários). Ora, o fato de que a Nova
Jerusalém está aberta para o mundo nos ensina o princípio de que a Igreja
deve ser também uma sociedade aberta ao resto da humanidade. Ou seja:
ela tem que ser a igreja de portas abertas para sempre e para todos.
Eu sei que na Bíblia há uma diferença muito grande entre estar
aberto aos irmãos, e estar aberto à sociedade secular. Vale dizer isto
porque há pessoas que não fazem o bem nem aos domésticos da fé, e
conheço outros que só fazem o bem aos domésticos da fé. E, por último:
conheço outros que fazem bem aos domésticos da fé e ao mundo inteiro.
Em minha percepção, o Apocalipse nos ensina que a Igreja deve estar
aberta sobretudo aos domésticos da fé, mas também às nações, à
sociedade secular, ao mundo-humanidade.
Aberta a Todos, Não a Tudo
O Apocalipse prossegue dizendo que a Igreja tem de estar aberta a
todos, todavia ela não pode estar aberta a tudo. Que isto fique bem claro,
porque aqui está claro:
Nós não podemos nos tornar John Waynes evangélicos, de arma na
mão, patrulhando, xerifando a humanidade por aí afora, pedindo carteira
de inscrição no livro da vida.
Não é esse o caso. Mas o que me parece, é que às vezes nós estamos
mais abertos para tudo do que para todos. às vezes estamos abertos para
tudo: toda sorte de safadeza, contaminação, abominação, mentira,
politicagem e sujeira. Mas, não estamos abertos para todos. Muitas vezes
nos fechamos aos irmãos apenas porque eles não batizam como batizamos
ou porque não falam em línguas como falamos ou porque falam enquanto
não falamos ou porque receberam obturação de ouro, mas nós preferimos
ir ao dentista e gastar um dinheirão.
A Igreja "pintada" no livro do Apocalipse está aberta a todos, mas
não está aberta a tudo. Ela está aberta para gente, mas está totalmente
fechada ao pecado: prostituição, adultério, mentiras, abominação,
infidelidade, corrupção, roubo, sonegação como projeto de vida, idolatria,
feitiçaria, deslealdade, politicagem, armações, manipulação indevida de
dinheiro, e coisas semelhantes a estas.
Nela encontramos gente que foi marcada e lavada pelo sangue do
Cordeiro. Não se quer saber quem são, nem de onde vêm. Todos os
arrependidos são bem-vindos.
Vida e Cura
E por último, essa Igreja que realiza utopias é também o lugar da
vida e das curas humana.
É comunidade de cura, não de adoecimento.
Outro dia fiquei morto de vergonha conversando com a cantora
Baby Consuelo * . Ela me falou: "Puxa! Mas que maravilha encontrar um
* * *