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MODERNISMO

PRÉ -MODERNISMO : 

 CONTEXTO HISTÓ RICO 


 CARACTERÍSTICAS
 AUTORES

MODERNISMO :

 PORTUGAL
 CONTEXTO HISTÓ RICO
 CARACTERÍSTICAS 
 AUTORES
 BRASIL
 CONTEXTO HISTÓ RICO
 CARACTERÍSTICAS 
 AUTORES

2o. TEMPO - PROSA : 

 CONTEXTO HISTÓ RICO


 CARACTERÍSTICAS
 AUTORES

2o. TEMPO - POESIA : 

 CARACTERÍSTICAS 
 AUTORES

3o. TEMPO - TEMPO : 

 CONTEXTO HISTÓ RICO 


 CARACTERÍSTICAS
 PROSA
 AUTORES

 
PRÉ-MODERNISMO

CONTEXTO HISTÓ RICO

Na Europa , começo do século foi uma época de conturbaçã o política . A disputa das naçõ es
desenvolvidas por mercados e por fontes de matéria-prima acabaria por conduzir à I
Guerra Mundial , em 1914 . O panorama social brasileiro , embora um pouco distante
desse âmbito de luta internacional , nã o era menos complexo .

Os fatos falam por si . Uma série de revoltas eclodiram em todo o país . Os motivos eram
diversos , as situaçõ es eram bem diferentes, as reivindicaçõ es eram vá rias . Mas esses
acontecimentos tiveram um papel decisivo na passagem da Repú blica da Espada
( primeiros governos republicanos ,que eram militares ) para a Repú blica do café-com-
leite (predominantemente civil ) e no enfraquecimento da Repú blica Velha ( 1889-1930 ) .

Em 1893 , tem lugar no Rio de Janeiro a Revolta da Armada , levante de uma facçã o
monarquista da Marinha brasileira , que , insatisfeita , com a Repú blica recém-proclamada
( 1889) , exigia a renú ncia do presidente Floriano Peixoto . O restante das Forças
Armadas , contudo , colocou-se ao lado do governante , que contava anda com forte apoio
civil , graças à sua imensa popularidade . A revolta foi sufocada apó s seis meses .

Em 1896 , estourou na Bahia a revolta de sertanejos que ficou conhecida como Guerra de
Canudos . Inicialmente , foi encarada com desprezo pelo governo federal . Mas a
persistência dos revoltosos e o arraigado apego à terra que demonstravam , obrigaram o
Exército a uma açã o mais dura . A propaganda oficial divulgava o fato como um levante de
monarquistas , tentando , com isso , angariar a simpatia da populaçã o e o auxílio de forças
militares dos diversos estados . No entanto , as causas mais profundas da Guerra eram
outras : a miséria , o subdesenvolvimento , a opressã o , o abandono a que a populaçã o da
regiã o estava relegada . Depois de um ano de renhida resistência , Canudos caiu em
outubro de 1897 . Mas os problemas sociais nã o foram resolvidos , e o misticismo e o
cangaço continuaram sendo respostas populares à opressã o e à miséria .

Nos primeiros anos do século XX , as autoridades do Rio de Janeiro resolveram urbanizar e


modernizar a cidade , que era a capital do país , muito populosa , e que contava com
péssimas condiçõ es de higiene . O novo planejamento urbano , contudo , previa uma
recolocaçã o da moradia dos mais pobres , excluindo-os das benesses da modernizaçã o e
desamparando grande parte da populaçã o , já massacrada pelo desemprego e pela carestia
. A insatisfaçã o popular explodiu quando o governo lançou a campanha de vacinaçã o
obrigató ria . A verdadeira batalha que se travou no Rio de Janeiro , em 1904 , opondo
policiais aos pobres , recebeu o nome de Revolta da Vacina , tendo sido violentamente
reprimida .

Em 1910 , os marinheiros de dois navios de guerra , liderados por Joã o Câ ndido ( o


"Almirante Negro") , manifestaram-se contrá rios aos castigos corporais ainda
costumeiramente aplicados a eles na Marinha : era a Revolta da Chibata . O pró prio
governo reconheceu a pertinência das reivindicaçõ es , pressionando a Marinha para que
as atendesse . Os revoltosos foram anistiados , mas logo depois perseguidos , presos e
torturados .
Outro acontecimento importante do período foi a greve geral de 1917 , ocorrida em Sã o
Paulo , organizada por trabalhadores anarco-sindicalista , reivindicando melhoria nos
salá rios e nas condiçõ es de trabalho ( reduçã o da jornada , segurança , etc . ) .

Em seu conjunto , essas revoltas todas podem ser vistas como manifestaçõ es de uma nova
paisagem social , na qual forças políticas até entã o tímidas ( sertanejos , miserá veis , no
cená rio , imigrantes , soldados de baixa patente , entre outros ) começaram a marcar
presença no cená rio brasileiro . No terreno artístico , o período que vai do final do século
XIX ( aproximadamente 1870 ) até as primeiras décadas do século seguinte ( anos 20 )
recebe o nome geral de "belle époque ".

CARACTERÍSTICAS

As transformaçõ es sociais , da passagem do século, experimentada no Brasil ,


necessariamente impregnariam a literatura , principalmente em um momento em que
uma das propostas artísticas em vigor toca justamente no ponto de uma retomada da
literatura social . Assim , podemos falar mesmo em uma redescoberta do Brasil pela
literatura . Um Brasil que , na verdade , sempre tinha existido , mas que fora até entã o
presença excessivamente reduzida na literatura . 

Essa redescoberta pode ser notada a partir da renovaçã o temá tica que se opera no âmbito
literá rio . A preocupaçã o com a realidade nacional ocupa nã o apenas as obras de ficçã o ,
mas também os ensaios , artigos e comentá rios eruditos , que ganham grande impulso na
época . Um aspecto comum a essa produçã o intelectual é a crítica à s instituiçõ es , tomadas
como elementos de cristalizaçã o e acomodaçã o de uma estrutura de poder que resultava
na cegueira à s reivindicaçõ es de vastas camadas da populaçã o brasileira . 

No terreno da ficçã o , ambientes antigos sã o explorados agora de forma a evidenciar seus


aspectos mais tristes e pobres . O sertã o , o interior , os subú rbios , que já apareciam antes
em romances e natureza viviam em comunhã o , agora sã o retratados como representaçõ es
do atraso brasileiro . Da mesma forma , os personagens que figuraram nessas produçõ es
estã o muito distantes dos modelos assumidos em estéticas anteriores : o sertanejo nã o é
mais servil e ordeiro ; o suburbano nã o é mais alegre e expansivo ; o caipira nã o é mais
saudá vel e trabalhador . A imagem que essas personagens passam a representar liga-as à
decadência , ao desmazelo , à ignorâ ncia . 

Essa literatura que tematiza habitantes e ambientes de determinadas regiõ es , pode ser
considerada regionalista . Mas , é bom que se perceba , trata-se de um regionalismo
crítico , bastante diferente , por exemplo , da idealizaçã o româ ntica . 

Na visã o dos representantes dessa corrente , a literatura tinha uma missã o a cumprir
como instrumento de denú ncia social , explicitando as razõ es do nosso atraso , discutindo
alternativas para ele . O progresso e o cosmopolitismo que caracterizava a auto-imagem de
cidades como Rio de Janeiro e Sã o Paulo eram contrapostos ao subdesenvolvimento e à
miséria estrutural de vastas regiõ es nacionais - nem sempre muito distantes dos centros
populosos , como mostraram as obras tematizando o caipira e o morador dos subú rbios
cariocas . 
Formalmente , os pré-modernistas caracterizar-se-ã o por uma linguagem oscilante :
expressõ es eruditas , francamente influenciadas pelo Parnasianismo , convivem com um
vocabulá rio mais livre e popular , que tenta funcionar como registro de expressõ es
regionais . Pode-se entender essa prá tica como uma ponte de ligaçã o entre a linguagem
dicionaresca e cientificista do século XIX e aquela , mais despojada , que caracterizaria a
arte moderna do século XX . De certa forma , essa oscilaçã o reflete ainda um contato
crescente entre as culturas popular e erudita . 

Como dissemos , essa prá tica literá ria nã o chegou a se constituir em escola , estruturada e
organizada em um programa estético definido . O Pré-Modernismo é , mais que um fato
artístico , um momento importante do desenvolvimento das letras brasileiras . Seus
autores mais significativos sã o : Euclides da Cunha , Lima Barreto , Monteiro Lobato ,
Augusto dos Anjos , Graça Aranha , entre outros . 

AUTORES 

EUCLIDES DA CUNHA 

LIMA BARRETO 

MONTEIRO LOBATO 

AUGUSTO DOS ANJOS 

GRAÇA ARANHA 

MODERNISMO

CONTEXTO HISTÓ RICO

O início do século XX poderia ser datado no ano de 1895 . esta "licença histó rica "se explica
pela importâ ncia que esta data teve na histó ria das idéias artísticas que vieram depois .
Nesse ano , o austríaco Sigmund Freud lançou o livro Estudos sobre a histeria , um marco
importante na divulgaçã o de suas descobertas científicas , que o levaram a constituir um
novo ramo médico : a Psicaná lise . 

Dedicada ao estudo do inconsciente humano , que guardaria a face obscura dos desejos do
indivíduo , a ciência psicanalítica forneceu vasto material à Arte. A revelaçã o da existência
de um verdadeiro universo no interior da mente humana serviu de impulso decisivo para
o surgimento de teorias estéticas baseadas na tentativa de expressã o desse universo . 

Ainda em 1895, os irmã os Lumiére lançaram , na França , um novo invento : o


cinemató grafo . Através dele , era possível registrar imagens em movimento , objetivo
perseguido durante muitos anos por técnicos de toda a Europa . Os primeiros filmes
lançados pelos Lumiére nã o tinham nenhuma pretensã o artística , ou mesmo narrativa ,
visando apenas a explorar as entã o incipientes possibilidades da nova descoberta . Logo ,
porém , o cinema impô s-se como um meio de comunicaçã o artística que viera para
modificar fundamente as estruturas artísticas até entã o existentes . A rapidez da imagem ,
a simultaneidade narrativa passaram a ser instrumentos utilizados em todos os ramos da
arte . 

A febre dos inventos varria a Europa , provocando o surgimento de muitos concursos , que
premiavam aqueles que conseguissem ultrapassar obstá culos até entã o intransponíveis .
Em 1906 , em Paris , o brasileiro Santos Dumont realizou com seu 14-bis o primeiro vô o
mecâ nico do mundo, feito proclamado no mundo inteiro . 

O homem parecia vencer limites importantes : o conhecimento da pró pria personalidade ,


o registro do movimento e o espaço . O otimismo do início do século justificava a crença na
capacidade criativa do ser humano . Contudo , o reverso da medalha nã o tardou a aparecer
. Em 1914 , eclode a I Grande Guerra Mundial , como resultado de lutas imperialistas
( disputa de mercados e regiõ es de produçã o de matéria-prima ) que se davam em vá rias
partes do mundo . O homem mostrava que , tanto criar , era capaz de destruir . 

No meio da guerra , uma naçã o se retira do conflito para resolver problemas internos . Em
1917 , a Revoluçã o russa transformou profundamente as bases socioeconô micas do país ,
com a introduçã o prá tica das idéias comunistas que Marx divulgara a partir de meados do
século anterior . A aboliçã o da propriedade privada , o fim dos privilégios da nobreza ,
jogaram o país em uma crise de grandes proporçõ es , mas da qual emergiu uma naçã o
vitoriosa e forte . Essa vitó ria contaminou o mundo , e a propaganda comunista alcançou
todos os países . Apenas cinco anos depois da Revoluçã o , por exemplo , era fundado o
Partido Comunista Brasileiro .

Em 1919 , a Grande Guerra chega ao fim , e nova onda otimista atingiu a Europa .
Acreditava-se , entã o , que uma catá strofe suicida daquelas proporçõ es nunca mais
ocorreria . A década de 20 ficou conhecida como "anos loucos " . Era o auge e o fim da
chamada "belle époque". A rebeldia , a ousadia e a alegria eram palavras de ordem : tudo
era discutido , todas as liberdades eram proclamadas .

 Esse ambiente favorece o surgimento de novas idéias estéticas ( surgidas ,


ressalte-se , a partir de contribuiçõ es artísticas do século XIX ) . Tais idéias
contribuiçõ es artísticas do século XIX ) . Tais idéias constituíram o fundamento do
que se convencionou chamar de Arte Moderna , a arte do século XX . Como
aspectos comuns , essas idéias possuíam : a ruptura com o passado ; o desejo de
chocar a opiniã o pú blica ; a valorizaçã o da subjetividade artística no trabalho de
traduçã o dos objetos ao redor ; a busca de inovaçõ es formais cada vez mais
radicalistas ; a intençã o de reproduzir esteticamente um mundo que se
transformava rapidamente ; a tentativa de responder à desintegraçã o social
provocada pelo panorama da guerra .

Vejamos algumas propostas dos principais movimentos artísticos do início do século na


Europa .

CARACTERÍSTICAS

Um primeiro elemento , comum a toda manifestaçõ es do Modernismo , é sua sistemá tica


oposiçã o ao academicismo , isto é , à arte regrada , regulamentada , repleta de truques
convencionais . Essa postura de destruiçã o dos símbolos artísticos , aceitos
generalizadamente , e de desprezo pela norma culta conduziu , quase sempre , os
modernistas a atitudes de antipatia à cultura estabelecida . Foram , por causa disso ,
muitas vezes perseguidos e ridicularizados .

A demoliçã o do edifícios estético convencional tinha como contrapartida a proposta de


uma arte livre . Essa liberdade buscava se realizar tanto no plano formal quanto no
temá tico . No terreno da forma , os modernistas defendiam a aboliçã o da rima e da métrica
, com a exploraçã o do verso branco ( ou solto - versos sem rima ) e livre ( sem métrica
regular , isto é , sem o mesmo nú mero de sílabas ) . Essa inovaçã o formal era propriamente
modernista , já que , antes deles , os simbolistas já faziam uso dela . Porém , o Modernismo
a transformá -la-á em bandeira de luta . Uma ressalva , contudo , deve ser feita : defensores
da liberdade formal absoluta , os pró prios modernistas praticarã o , quando entenderem
necessá rio , o verso rimado e regular ; a partir desse momento , porém , esse tipo de verso
deixa de ser condiçã o prioritá ria para a obtençã o da boa poesia .

Além da versificaçã o mais livre , a linguagem coloquial será adotada pelo Modernismo ,
que buscava aproximar a arte erudita das camadas populares . A transposiçã o da fala das
ruas para o texto escrito co$6fere a este um alto grau de oralidade . Com isso , a linguagem
artística absorve gírias , erros gramaticais , criaçõ es espontâ neas do povo , neologismo ,
estrangeirismo , etc.

Coerente com essa postura de utilizaçã o de uma linguagem mais pró xima do falar
rotineiro , o Modernismo tinha , como tema fundamental , o cotidiano . A partir de entã o ,
acontecimentos banais e aparentemente sem importâ ncia podiam ganhar estatura
artística , tanto quanto os grandes amores e as emoçõ es profundas tratados pela arte mais
tradicional .

Distanciando-se da postura que defendia uma arte voltada para si mesma , as vanguardas
estéticas do período manifestaram a preocupaçã o social pró pria de um mundo sacudido
por guerras e disputas internacionais de todos os tipos . Tratava-se , assim , de uma arte
voltada para o mundo e que fazia dele sua grande miséria .        

Além disso , ao comportamento sisudo e aristocrá tico que a arte assumira até entã o , os
modernistas opõ em uma valorizaçã o do humor . No Brasil , por exemplo , ficaram famosos
os poemas-piada de Oswald de Andrade , obras-primas de síntese e sutileza crítica .

Enfim , podemos resumir a proposta modernista , de uma maneira geral , em uma ú nica
expressã o fundamental : liberdade . Em todos os níveis , de todas as formas . Muitas vezes ,
o desejo de fugir de qualquer convencionalismo preestabelecido provocou o surgimento
de uma arte excessivamente pessoal , quase sempre incompreensível . Essa dificuldade de
comunicaçã o artística contrariava a tendência democrá tica da arte de vanguarda , e
representou , de fato , uma de suas contradiçõ es mais profundas .

A essas características gerais , devem ser acrescentadas aquelas que dizem respeito , mais
particularmente , aos contextos pró prios de Portugal e do Brasil . Isto será feito
oportunamente .

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PORTUGAL
CONTEXTO HISTÓ RICO

Em  1890 , o governo inglês lançou um ultimatum a Portugal : o país deveria abandonar
imediatamente as colô nias que ainda mantinha . A obediência a essa imposiçã o encheu o
povo português de vergonha e abalou profundamente a crença na monarquia , já
desacredita por seu anacronismo. A partir de entã o , a luta republicana ganhou espaço e
importâ ncia . em 1910 , foi proclamada a Repú blica .

As mudanças sociais esperadas nã o aconteceram de forma a contentar os republicanos


mais exacerbados . Na verdade , a Repú blica tinha como principal objetivo integrar
Portugal no quadro do imperialismo europeu , sinô nimo de modernizaçã o . Esse ambiente
favoreceu a difusã o das idéias modernistas .

em 1915 , um grupo de artistas de vanguarda , lideradas por Má rio de Sá-Carneiro e


Fernando Pessoa , fundou a Revista Orpheu , marco inaugural do Modernismo em Portugal
. Através dela , as novas propostas artísticas foram divulgadas e discutidas . A duraçã o da
revista foi efêmera , prejudicada pelo suicídio de Sá -Carneiro . Esse primeiros modernistas
ficaram conhecidos , exatamente em funçã o da revista , por "geraçã o de Orpheu " .

A Repú blica , incapaz de resolver os problemas mais profundos do país , e sem conseguir
equacionar as diferenças existentes entre os pró prios republicanos , acabou por dar lugar
à ditadura salazarista , que durou cerca de cinqü enta anos , até a Revoluçã o dos Cravos , de
cará ter socialista , em 1975 .

CARACTERÍSTICAS

Os modernistas portugueses tiraram proveito da herança simbolista , sem renegá -la


totalmente . Assim , o saudosismo do poeta Antô nio Nobre , que tinha fortes conotaçõ es
nacionalistas , ganhou força entre os membros da "geraçã o de Orpheu ". Ao lado disso , a
absorçã o das conquistas futuristas que tomavam conta da Europa inteira , como a apologia
da má quina e do progresso urbano , conduz o movimento à vanguarda .

Assim , o que se destaca , no panorama modernista português , nesse primeiro momento ,


é a forma de elaboraçã o entre tradiçã o e modernista . Com isso , eles conseguem retomar
formar e temas arcaicos , enquadrando-os dentro de propostas modernistas .

Ressalte-se ainda o cará ter algo místico do Modernismo lusitano , patente em algumas
posturas , pessoais e estéticas , de seu maior representantes , Fernando Pessoa .

O modernismo português conheceu ainda mais duas geraçõ es estéticas .

A "GERAÇÃO DE PRESENÇA "

Em 1927 , um grupo de artistas fundou uma nova revista , Presença , que tentava retomar
e aprofundar as propostas de Orpheu . Contando com a colaboraçã o de alguns
participantes da geraçã o anterior , os "presencistas"defenderam uma arte de cará ter mais
psicologizante . Seus principais representantes foram : José Régio , Joã o Gaspar Simõ es e
Branquinho da Fonseca .
O NEO-REALISMO

Rejeitando a temá tica psicoló gica e metafísica que tinha dominado a geraçã o anterior , o
Neo-realismo defende uma arte participativa , de temá tica social . Por sua postura de
ataque à burguesia , encontraram pontos de contato com o Realismo de Eça de Queiró s .
Mas receberam também forte influência do chamado neo-realismo nordestino da
literatura brasileira ( que incluía nomes como Graciliano Ramos , José Lins do Rego ,
Rachel de Queiroz Jorge Amado , entre outros ) . Parte dos artistas alinhados no Neo-
realismo derivaram para uma literatura marcada pela exploraçã o do fantá stico e do
absurdo . Seus principais representantes foram : Alves Redol , Vergílio Ferreira , Fernando
Namora , Ferreira de Castro .

A importâ ncia dessas duas ú ltimas geraçõ es é bastante reduzida , quando comparada com
a primeira . Por isso , aqui , abordaremos exclusivamente as obras autores mais
significativos da "geraçã o de Orpheu ".

  

AUTORES

FERNANDO PESSOA

ALBERTO CAEIRO

RICARDO REIS

Á LVARO DE CAMPOS

MÁ RIO DE SÁ -CARNEIRO

BRASIL

CONTEXTO HISTÓ RICO

Junto ao contexto generalizado de modernizaçã o que atravessava todo o mundo


intelectual no início do século XX , acrescido ainda do otimismo que tomou conta da
humanidade apó s a I Guerra Mundial , alguns elementos específicos do contexto histó rico
brasileiro merecem destaque . 

Durante o conflito bélico , a importaçã o de manufaturados tornou-se difícil , e a produçã o


nacional passou por um sensível incremento . O desenvolvimento industrial , sempre
dependente das oscilaçõ es do panorama internacional , dessa vez conseguiu fundamentar-
se em bases mais só lidas . 

O declínio da oligarquia cafeeira determinou, ademais , o fim de uma era semifeudal de


relacionamentos no terreno trabalhista . O Brasil se viu , entã o , diante da contingência de
ter deixar de ser exportador de um ú nico produto , para agilizar mais sua vida econô mica . 
Essas modificaçõ es impuseram uma transformaçã o no quadro social brasileiro . Classes
sociais emergentes contribuíram para estabelecer novos parâmetros de desenvolvimento ,
mais pró ximos à febre de modernidade que tomava conta do mundo . A burguesia
industrial , mesmo que parcialmente formada por antigos cafeicultores , representou a
face elitista e aristocrá tica desse novo quadro social . Trazendo consigo os valores
modernistas europeus , participou ativamente da renovaçã o em nossas artes . A ligaçã o
desse setor com os intelectuais de vanguarda era evidente - os ataques dos artistas se
dirigia mais à facçã o agrá ria da classe dominante . 

Por outro lado , o operariado , embalado pelo mesmo esforço industrializado e animado
por teorias anarquistas , comunistas e sindicalistas que a mã o-de-obra estrangeira tratava
de organizar e veicular , conheceu uma face de expansã o e afirmaçã o . A greve geral de
1917 mostrou que seu poder de reivindicaçã o seria sempre um fator de oposiçã o à
exploraçã o que o modelo econô mico , adotado pela indú stria brasileira , provocava . 

Nesse quadro de transformaçõ es , de apologia da indú stria e da tecnologia , a arte


parnasiana perdia um pouco de suas bases . A Europa assumida ainda como modelo ,
assistia desde a passagem do século a interminá veis agitaçõ es culturais , das quais a força
do Parnasianismo no Brasil nos mantinha distantes . Mas , desde o começo da década de
10 , já apareciam alguns indícios da tendência à superaçã o da estética parnasiana. Uma
elite emergente , em contato com o que se produziu de mais novo no panorama artístico
europeu , animava a vinda daquelas agitaçõ es ao país . 

O ano de 1917 tem especial importâ ncia , na consideraçã o das modificaçõ es que se
operariam na arte brasileira . Nesse ano , o lançamento de alguns livros trariam a pú blico o
trabalho de artistas ainda iniciantes , mas que , desde esse momento , já começaram a
atrair a atençã o da crítica . As principais obras poéticas lançadas naquele ano foram : Há
uma gota de sangue em cada poema , livro pacifista de Má rio de Andrade ; Cinzas das
horas , reunindo poemas de Manuel Bandeira , ainda com fortes coloraçõ es simbolistas ;
Juca Mulato , em que Menotti del Picchia já indicava a preocupaçã o com o tipo brasileiro .
Ainda nesse ano , o compositor Villa Lobos lançou o Canto do cisne negro , peça de cará ter
impressionista - três anos antes , compusera as Danças africanas , já evidenciando um
interesse pela cultura popular . O registro sonoro do samba Pelo telefone por um de seus
autores , Donga , aumentou a possibilidade de contato entre as elites intelectuais e a arte
dos morros cariocas . Finalmente , 1917 foi o ano em que se travou a primeira batalha
pú blica na qual os modernistas se viram envolvidos : a exposiçã o de pintura de Anita
Malfatti foi duramente criticada pelo respeitado Monteiro Lobato , o que fez com que se
levantassem vozes da vanguarda que até entã o agiam isoladamente . Note-se ainda que foi
neste ano que se deu o primeiro contato entre aqueles que seriam os pilares da arte
moderna brasileira : o jornalista Oswald de Andrade conheceu Má rio de Andrade em uma
palestra , passando desde entã o a admirar seu trabalho . 

Na Europa , o clima de efervescência cultural favorecia a promoçã o de semanas de arte ,


durante as quais novas tendências eram lançadas e divulgadas , Apoiadas pela parte
"progressista"da elite brasileira , os artistas decidiram seguir o exemplo . Assim , como
parte das comemoraçõ es do centená rio da nossa independência , aconteceu , em fevereiro
de 1917 , em Sã o Paulo , a Semana de Arte Moderna , cujos festivais , no Teatro Municipal ,
marcaram época na vida social da cidade .  

Alguns artistas conhecidos do pú blico , como o escritor Graça Aranha e a pianista Guiomar
Novais , alinhados com as idéias modernistas , serviram como atraçõ es , e a elite brasileira
estava muito bem representada , na platéia do teatro . Contudo , as atitudes da maioria dos
artistas que se apresentaram , provocaram a ira da assistência . Ernâ ni Braga trocou ao
piano uma sá tira  Marcha fú nebre de Chopin ; o compositor Heitor Villa-Lobos
dessacralizou a figura convencional do maestro , entrando em cena trajando chinelos e
portanto um guarda-chuva , e executando suas peças originais ; o poeta  Menotti del
Picchia declarou a franca adesã o dos artistas a um estilo que reproduzisse a modernidade
que já tomava conta das ruas ; o escritor Ronald de Carvalho fez um ataque frontal aos
parnasianos , lendo o poema : "Os sapos : , de Manuel Bandeira ; um dos líderes do
movimento , Má rio de Andrade , por sua vez , atacou as elites retró gradas com sua "Ode ao
burguês ", e proclamou as bases da nova estética com a leitura do manifesto "A escrava
que nã o é Isaura "; Oswald de Andrade leu seus escritos , com a agressividade que sempre
caracterizou seu estilo . Nos saguõ es do teatro , pinturas e esculturas de artistas como Di
Cavalcanti , Vicente do Rego Monteiro , Tarsila do Amaral , Anita Malfatti e Victor
Brecherett mostravam a força do Modernismo nas artes plá sticas . 

A reaçã o de parte do pú blico foi a pior possível : estudantes apupavam e vaiavam os


artistas , produzindo barulhos provocados por folhas de zinco ; alguns mais exaltados
ameaçavam partir para a agressã o física ; e todos rejeitavam a arte moderna por julgá-la
excessivamente gratuita para ser arte , e selvagem , para ser moderna. Essa reaçã o
agradou os indelével na memó ria de todos os que assistiam a ele . 

A imprensa , reagindo de forma igualmente negativa , satirizando e menosprezando a arte


modernista , acabou por indicar a necessidade de criaçã o de um veículo pró prio de
divulgaçã o de sua arte . Assim , no mesmo ano surgiu a Revista Klaxon, que foi sucedida
por outras , como a Terra Roxa ( 1926 ) e a Revista de Antropofagia ( 1928 ) . 

CARACTERÍSTICAS

Duas correntes com orientaçõ es artísticas : 1o. Verde-amarelismo de Cassiano Ricardo e


Menotti del Picchia fazia a apologia das tradiçõ es , com a exaltaçã o da terra , dos folclores e
dos heró is brasileiros . 2o. Antropofagia de Oswald de Andrade , Tarsila do Amaral , Raul
Bopp e Alcâ ntara Machado proclamava a devoraçã o ritual do saber estrangeiro como
estratégia de reafirmaçã o dos valores nacionais . 

Apesar das suas diferenças internas , os modernistas tinham muitas coisas em comum
como : liberdade formal , linguagem coloquial , tematizaçã o do cotidiano , valorizaçã o do
humor , com a forte influências dos " ismos " europeus , algumas particularidades
merecem destaque . 

A oposiçã o ao Parnasianismo foi muito significativa . A demoliçã o estética era , contudo ,


mais ampla . Inicialmente , os modernistas rejeitaram toda e qualquer estética anterior ,
para estabelecer ,desde um ponto zero, os rumos da arte brasileira que se faria a partir
deles . 

Retomando as preocupaçõ es nacionalistas do Romantismo , mas rejeitando-lhe o cará ter


idealizador e sentimental , os modernistas buscaram produzir um nacionalismo crítico ,
recuperaçã o de alguns traços do cará ter do homem brasileiro até entã o tratados
negativamente , como a preguiça e a sensualidade . 

O Brasil selvagem , primitivo , pré-civilizacionais , a figura do índio desmistificado assume ,


nesse contexto , grande importâ ncia , na medida em que representa a reaçã o nacional ao
ataque estrangeiro . Por outro lado a temá tica urbana tem muita força : o cinema , a
velocidade , a multidã o sã o representaçõ es da modernidade que aparecem com freqü ência

AUTORES

MÁ RIO DE ANDRADE

OSWALD DE ANDRADE

MANUEL BANDEIRA

ANTÔ NIO DE ALCÂ NTARA MACHADO ( 1901 - 1935 )

GUILHERME DE ALMEIDA ( 1890 - 1969 )

CASSIANO RICARDO ( 1895 - 1974 )

MENOTTI DEL PICCHIA  ( 1892 - 1988 )

RAUL BOPP ( 1898 - 1984 )

RONALD DE CARVALHO ( 1893 - 1935 )

MODERNISMO - 2o. TEMPO - PROSA

CONTEXTO HISTÓRICO

Na década de 20 mereceu o nome de "anos loucos" , por causa da efervescência cultural


vivida pela Europa naquele período , com a criaçã o ou consolidaçã o de estéticas e
concepçõ es artísticas que se espalharam pelo mundo todo . Depois da I guerra Mundial ,
um clima de otimismo generalizado , associado a um progresso desenfreado em países
emergentes .

Já em 1929 , os "anos loucos " terminaram de maneira trá gica . O chamado "crack " da
bolsa de Nova York, causado por especulaçõ es monetá ria e crescimento econ6omico sem
planejamento , levou muitos investidores à falência .

Em 1939 , a Alemanha invade Polô nia e novo conflito mundial é deflagrado . As


concepçõ es marxistas tornou-se , assim , uma presença política importante . Deve-se
destacar ainda o papel da Psicaná lise de Freud .

No Brasil , a crise financeira foi respondida com um endurecimento político . Durante todo
o período do Segundo Tempo do Modernismo , tivemos um ocupante da Presidência da
Repú blica : Getú lio Vargas , que visava terminar com a "Repú blica café-com-leite " .Em
1937 instituiu o Estado Novo (o golpe trouxe :  prisõ es injustiçadas , perseguiçõ es políticas
, atos autoritá rios , censura aos meios de comunicaçã o , opressã o aos inimigos do
regime ) .

CARACTERÍSTICAS
A primeira característica foi uma tendência à politizaçã o em graus mais acentuados do que
tinham acontecido no Modernismo em 1922 .

Se na "fase heró ica "tinham apresentado como preocupaçã o fundamental uma revoluçã o
estética , a geraçã o artística surgida nos anos 30 volta-se para uma literatura
participativa , de intromissã o na vida política .

Os modernista do primeiro tempo continuavam a produzir , Má rio de Andrade , foi


decisiva para esses novos rumos que o pró prio movimento assumiu . Má rio defendia uma
postura artística de acompanhamento das reivindicaçõ es populares , contribuindo para
esse processo de politizaçã o a que se fez referência . Oswald de Andrade , Manuel Bandeira
e todos os outros também continuavam atuantes .

Algumas conquistas do primeiro  tempo do Modernismo continuavam como : a crítica


social , a concisã o , a coloquialidade .

Um acontecimento que marcou a geraçã o literá ria do período foi a realizaçã o do


Congresso regionalista do Recife , em 1926 , participaram José Lins do Rego , Luís Jardim ,
José Américo de Almeida , liderados pelo soció logo Gilberto Freyre , suas idéias tiveram
grande influência na arte brasileira . A publicaçã o do romance A Bagaceira , de José
Américo de Almeida , em 1928 , solidifica a nova tendência , neo-realismo nordestino , cujo
maior representante viria a ser Graciliano Ramos .

O regionalismo era uma tendência já antiga , mas os modernistas diferenciaram , através


da prá tica de um regionalismo crítico , voltado para as discussõ es dos problemas sociais .
Os principais temas dessa corrente literá ria foram : a seca , a fome , a miséria , o arcaísmo
das relaçõ es de trabalho , a exploraçã o do camponês , a opressã o do coronelismo , a reaçã o
dos cangaceiros , etc . Um livro será de orientaçã o nessa época : Os sertõ es , de Euclides da
Cunha .

AUTORES

GRACILIANO RAMOS

JOSÉ LINS DO REGO

JORGE AMADO

ÉRICO VERÍSSIMO

RACHEL DE QUEIROZ

JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA


MODERNISMO - 2o. TEMPO - POESIA

CARACTERÍSTICAS

A poesia do período continua muitas das propostas do Modernismo de 1922 , como a


coloquialidade , a concisã o , a liberdade formal , a temá tica do cotidiano . mas apresenta
diferenças .

A poesia do segundo tempo apresenta uma consolidaçã o das conquistas modernistas . Os


radicalismos típicos da chamada "fase heró ica", foram pouco a pouco abandonados , em
nome de um equilíbrio formal , que chegou resgatar algumas formas poéticas tradicionais ,
como o soneto . O Nacionalismo que predominava antes foi substituído por uma tendência
universalizante  .

A arte participativa politizada , ganha força , nesse contexto , uma poesia social , com
muitas referências diretas a fatos e dados contemporâ neos , como se pode perceber em
poemas de Carlos Drummond de Andrade . Cresceu também um outro tipo de prá tica
poética : a poesia metafísica , espiritualizante e mística , que aparece em obras de Cecília
Meireles , Vinícius de Moraes , Jorge de Lima e Murilo Mendes .

AUTORES

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

CECÍLIA MEIRELES

VINÍCIUS DE MORAES

JORGE DE LIMA

MURILO MENDES

MODERNISMO - 3o. TEMPO

CONTEXTO HISTÓRICO

Em 1945 , com o fim da Guerra Mundial , talvez fosse de se esperar que uma onda de
otimismo e esperança se espalhasse por todo o planeta . Mas a experiência da I Guerra , em
1919, mostrou-se ilusó ria . 
Duas forças políticas antagô nicas emergiram do panorama do pó s-guerra : EUA e Uniã o
Soviética . Cada uma delas representava uma ideologia diferente : o Capitalismo e o
Comunismo . As duas superpotências passaram , entã o , a se enfrentar . De um lado , no
terreno diplomá tico . De outro lado , no plano da guerra indireta , envolvendo-se em
disputas locais . Esse período ficou conhecido com o nome de Guerra Fria . 

No Brasil , o fim da II Guerra trouxe a democracia de volta . Em 1945  , o ditador Getú lio
Vargas foi arrancado do poder, sendo substituído por um presidente eleito
democraticamente, mas em 1950 , Getú lio Vargas volta à Presidência da Repú blica . As
atitudes oscilantes de Vargas , e sua eterna simpatia por golpes de força , levantavam as
suspeitas de uma nova ditadura . Tentativa de assassinato do jornalista Carlos Lacerda ,
principal opositor de Vargas . No episó dio morreu um major de Aeroná utica , e as Forças
Armadas passaram a apressar a conclusã o das investigaçõ es policiais , que apontava um
envolvimento direto de pessoas ligadas ao presidente . 

Getú lio Vargas suicidou-se , em agosto de 1954 . 

O novo presidente Juscelino Kubitscheck , promoveu um grande avanço


desenvolvimentista . O sucessor de Juscelino , Jâ nio Quadros  chegou ao poder com forte
apoio popular . Nova crise se instalou , porque o vice-presidente Joã o Goulart , tinha
francas simpatias pelas ideologias de esquerda . 

Em 1964 , o descontentamento converteu-se em açã o , e o governo foi derrubada pelo


golpe militar de 31 de março . Uma nova ditadura instalou-se , e mais uma pá gina triste da
nossa histó ria começou a ser escrita .

CARACTERÍSTICAS

Nesta fase pode-se perceber um enfraquecimento da tendência participativa que tinha


predominado no período anterior . Mas a característica forte do terceiro período é a
relevâ ncia que nele adquiriu o fantá stico , o além-real , aquilo que está por trá s da
realidade aparente , e que nem sempre os sentidos podem captar . 

O psicologismo presente na obra de Má rio de Andrade , marcaria o regionalismo de


Graciliano Ramos quanto a literatura urbana , alcançaria nos anos seguintes grandes
proporçõ es . 

Finalmente , um aspecto a ser salientado é a extrema valorizaçã o da palavra . A reflexã o


em torno do instrumento de trabalho do escritor , suas possibilidades e limitaçõ es ,
ocupam espaço importante na produçã o literá ria do período , seja como elemento
subjacente à composiçã o , seja com temá tica primordial . 

PROSA

O cará ter regionalista tem no terceiro tempo atinge dimensõ es mais amplas e universais .
O autor que se destaca , nesse terreno é Guimarã es Rosa . 

E a prosa psicoló gica , fundamentou-se na pesquisa interior , em manifestaçõ es artísticas


cada vez mais complexas e instigantes . O exemplo mais pró ximo é a obra de Clarice
Lispector . 
AUTORES

GUIMARÃES ROSA

CLARICE LISPECTOR

JOÃO CABRAL DE MELO NETO


PRÉ -MODERNISMO

No pré-modernismo , temos a modernização da vida política, social e cultural do país.

No imaginário social, vemos imigrantes italianos na indústria paulista, com idéias


anarquistas e socialistas;(greves, crises políticas e formação de sindicatos) cultura negra e
aproximação social, interesse pela realidade nacional, linguagem coloquial.

O Pré-Modernismo,acontece anos antes da Semana de Arte Moderna em 1922; e é o


período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XlX,
e o modernismo.

Na transição desse período as estéticas literárias não sendo herméticas, tocam-se


influênciam-se fundem-se; há os movimentos de vanguarda europeus que impulsionam o
modernismo em conformidade com os realistas, naturalistas, parnasianos e simbolistas, porém
os pré-modernistas não constituem uma estética entre o velho e novo.

Os principais autores são:-Euclides da Cunha(1866-1909),jornalista escreveu Os Sertões


e a Guerra de Canudos(1896-97);Augusto dos Anjos (1884-1914); Lima Barreto (1881-
1922);Monteiro Lobato (1882-1948).

Na música, início do século XX, temos o que seria base para o samba. Dos morros e dos
cortiços do Rio de Janeiro,começam a se misturar os batuques e rodas de capoeira com os
pagodes e as batidas em homenagem aos orixás;o carnaval começa a tomar forma com a
participação de mulatos e negros ex-escravos principalmente. Em 1917 Ernesto dos Santos,o
Donga, com põe o primeiro samba que se tem notícia:- Pelo Telefone. Neste mesmo ano, a
primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início do século
XlX.

Referência:- História Concisa da Literatura Brasileira, Alfredo Bossi.

Algumas obras do Pré-Modernismo:-Os Sertões- Euclides da Cunha, A Nova Califórnia


Lima Barreto- (houve novela inspirada em Nova Califórnia, Fera Ferida de grande sucesso, foi
ao ar de 15 de novembro de 1993 a 16 de julho de 1994 com 221 capítulos)
LIMA BARRETO

Afonso Henriques de Lima Barreto, nasceu em 13 de Maio de 1881, escritor de grande


importância, foi funcionário público, jornalista e boêmio.Mestiço de origem humilde era
alcoólatra e foi internado em hospícios.

Filho de um tipógrafo culto, que tentou influenciá-lo a seguir a medicina, mas este se
tornou engenheiro civil ,conseguiu um cargo no Ministério da Guerra, foi aposentado por
invalidez. Sofria Preconceito por parte dos colegas, em sua juventude, foi ignorado crítica
quando lançou suas primeiras obras

Lima Barreto, teve o apoio de Monteiro Lobato, que era dono de uma editora, fato
interessante é que segundo informação pelo site bibvirt.futuro.usp.br Monteiro viu Lima Barreto
duas vezes:- na primeira, Lima estava tão bêbado e maltrapilho que Lobato sequer se
identificou, para não humilhá-lo. Na segunda foi estava tentando secar Lima, que ia então dar
uma palestra a qual escreveu toda; no dia da palestra o encontraram bêbado na sarjeta. Morreu
de doenças hepáticas; seu funeral foi concorrido, mas não por intelectuais ou pela sociedade,
mas pelos pobres e anônimos subalternos, sobre quem escrevia.

Suas obras, de grande valor literário, sendo contos como A Nova Califórnia, sátiras
como Os Bruzungas e romances como Triste Fim de Policarpo Quaresma, e mais Recordações
do Escrivão Isaías Caminha, Vida e Morte de M.J., Gonzaga de Sá, tendo estes três romances
nítidos tons auto biográficos; e Nima e Ninfa e Clara dos Anjos. Seus contos e romances foram
adaptados para filmes e novelas.

Lima Barreto faleceu em 10 de novembro de 1922 no Rio de Janeiro.

MONTEIRO LOBATO

José Bento Renato Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882 Taubaté-SP morreu
em 4 de julho de 1948 (66 anos) SP brasileiro –escritor .
Criado em um sítio, Monteiro Lobato, foi alfabetizado pela mãe Olímpia Augusta
Lobato e depois por um professor particular. Aos sete anos foi para um colégio. Seu avô
materno, o Visconde de Tremembé, possuía uma imensa biblioteca no interior da casa, e
Monteiro leu tudo o que havia para criança em língua portuguesa, isso aos sete anos.Já escrevia
pequenos contos, nos primeiros anos de estudante para jornaizinhos das escolas que
freqüentou.Estudou no Colégio São João Evangelista, Colégio Paulista, neste escreveu
“Pátria”,”H2S”, “O Guarany”, isto como colaborador dos jornaizinhos da escola.Escreveu sob o
pseudônimo de Josben e Nhô Dito. Lia muito, colecionava textos e recortes que o interessavam.

Seu pai faleceu a 13 de junho de 1898, vítima de congestão pulmonar. Neste ano
decidiu participar do Grêmio Literário Álvares de Azevedo do Instituto Ciências e Letras. Sua
mãe, vítima de uma depressão profunda, faleceu no dia 22 de junho de 1899.

Talentoso para o desenho, tornou-se desenhista e caricaturista (como fonte de


renda).Aos 17 anos mudou-se para São Paulo.

Seu sonho era a Faculdade de Belas Artes, porém, por imposição do avô, que o tinha
como um sucessor na administração de seus negócios, ingressou na Faculdade do Largo de São
Francisco para cursar Direito. Ainda assim, continuou colaborando em diversas publicações
estudantis; fundou com os colegas de sua turma, a Arcádia Academia, em cuja sessão inaugural
fez um discurso intitulado: Ontem e Hoje. Lobato já era elogiado por todos como um
comentarista original, com certos adjetivos como ter um senso fino e sutil de um espírito à
francesa e de um humor inglês imbatível, que carregou pela vida afora. Dois anos depois foi
eleito presidente da Arcádia Academia e colaborou com o jornal Onze de Agosto, neste
escreveu artigos sobre teatro. Em 1903, surgiu o grupo Cenáculo; fundado com Ricardo
Gonçalves, Cândido Negreiros, Godofredo Rangel, Raul de Freitas, Tito Lívio Brasil, Lino
Moreira e José Antônio Nogueira.

Lobato era anticonvencional, dizendo sempre o que pensava, agradasse ou não.


Defendia a sua verdade com unhas e dentes, quaisquer que fossem as conseqüências. Venceu
um concurso de contos, o texto, Gens Ennyeux foi publicado no jornal Onze de Agosto.

Em 1904 concluiu o bacharelado em Direito e voltou para Taubaté. No ano seguinte


ocupou interinamente a promotoria de Taubaté, sendo que tinha outros planos. Conheceu Maria
Pureza da Natividade (Purezinha) em Maio de 1907 foi nomeado promotor público em Areias, e
casou-se a 28 de março de 1908; um ano depois, nasceu Marta, sempre tinha planos para coisas
diferentes de sua carreira, como abrir estabelecimento comercial de secos e molhados, e antes
de fundar uma fábrica de geléias. Em1910 associou-se a um negócio de estradas de ferro; neste
ano nasceu seu segundo filho, Edgar. Lobato, viveu no interior em cidades pequenas da região,
escrevendo paralelamente para jornais e revistas, como “Tribuna de Santos”,”Gazeta de
Notícias” do Rio de Janeiro e a revista Fon-Fon, para onde também mandava caricaturas e
desenhos. Traduziu artigos do Weekly Times para o jornal O Estado de São Paulo, e obras da
literatura universal. Enviava também artigos para um jornal de Caçapava. Mesmo assim era
notável sua insatisfação com a vida que levava e com os negócios que não prosperavam.

No ano seguinte faleceu seu avô, o Visconde de Tremembé, tornando-se o herdeiro da


fazenda Buquira, para onde mudou-se com toda a família; de promotor a fazendeiro, dedicou-se
à modernização da lavoura e à criação. Com o lucro dos negócios abriu um externato em
Taubaté, que confiou os cuidados a seu cunhado. Em 1912, nasceu Guilherme, seu terceiro
filho. Continuava insatisfeito, agora com a vida na fazenda; planejou explorar comercialmente o
Viaduto do Chá, na cidade de São Paulo, junto com Ricardo Gonçalves.

Em 12 de novembro de 1914, o jornal O Estado de São Paulo, publicou o seu artigo


Velha Praga em sua edição vespertina. Foi publicado neste mesmo jornal um conto, que seria o
seu primeiro livro, Urupês. Nesta mesma época envolveu-se com a política, mas não foi pra
frente. Em 1916, fevereiro, nasceu Rute, sua quarta filha. Nesta época começava sua
colaboração na Revista do Brasil.

Em 1914, foi a publicação de Velha Praga, artigo escrito por Lobato, tendo em vista sua
indignação pelas queimadas no inverno seco, enviada para a seção de queixas e reclamações. O
jornal publicou-a fora da seção a que era destinada, acertando assim pois provocou polêmica
fazendo com que Lobato escrevesse outros artigos, como exemplo, Urupês, que deu vida a um
de seus mais famosos personagens, o Jeca Tatu. A partir daí, fatos se sucederam como a geada
sobre a qual deixou uma crônica; as dificuldades financeiras, fez com que vendesse a fazenda
Buquira ,em 1916, e partiu com a família para São Paulo, pretendendo tornar-se um escritor-
jornalista. Fundou em Caçapava a revista “Paraíba”, organizou para o jornal ”O Estado de São
Paulo”, uma imensa e acalentada pesquisa sobre o saci. Percorreu o interior de São Paulo,
durante a Grande Geada de 1918, escrevendo importante crônica a respeito, este ficou
impressionado coma queima dos cafezais paulistas. No ano de 1918, ano dos quatro
Gs:Geada,Guerra Mundial,Greve, Gripe Espanhola; Lobato escrevia no jornal “O Estado de São
Paulo”, o mais importante da capital. Os editorialistas acabaram pegando a gripe espanhola,
então vários editoriais daqueles dias foram escritos unicamente por Lobato.

Em 20 de dezembro publicou Paranóia ou Mistificação, a famosa crítica desfavorável à


exposição de Anita Malfatti, que culminaria como o estopim para a criação da Semana da Arte
Moderna de 1922

Muitos passaram a ver Lobato como reacionário, inclusive os modernistas, mas hoje,
percebe-se que o que Lobato criticava eram os “ismos”que vinham da Europa: cubismo,
dadaísmo, surrealismo, que ele achava que eram “colonialismos”europeizações, assim como
ocorrera com os acadêmicos das gerações anteriores.

Lobato era a favor de uma arte devidamente brasileira, criada aqui. Por isso criticou
Anita Malfatti, mas admitia que ela era talentosa. Isto tudo gerou estranhamento entre ele e os
modernistas, mas , no fundo, todos eles tinham razão, apenas viam as coisas de anglos
diferentes.

Como editor foi precursor de idéias muitos interessantes, dizia que “livro” é sobremesa,
tem que ser posto debaixo do nariz do freguês. Com isso em mente, passou a tratar os livros
como produtos de consumo, com capas coloridas e atraentes, e uma produção gráfica
impecável. Criou também a política de distribuição: vendedores autônomos e distribuidores
espalhados por todo país.Logo fundou a editora Monteiro Lobato & Cia, depois chamada
Companhia Editora Nacional, com a obra o Problema Vital, um conjunto de artigos sobre a
saúde pública, seguido pela tese O Saci Pererê; resultado de um inquérito. Privilegiada a edição
de autores estreantes como a senhora Leandro Duprê, com o sucesso “Éramos Seis”. Traduziu
muitos livros e editou obras importantes e polêmicas como a luta pelo Petróleo de Essad Bey,
para o qual fez uma introdução tratando da questão do petróleo no Brasil. Em 1918, publicou
em forma de livro Urupês, este com grande sucesso, alcançando grande repercussão ao dividir o
país sobre a veracidade da figura do caipira fiel para alguns, exagerada para outros. Este livro
chamou a atenção de Rui Barbosa que, num discurso político em 1919de sua campanha
eleitoral, reacendeu a polêmica ao citar Jeca Tatu, como um protótipo do camponês brasileiro,
abandonado à miséria pelos poderes públicos. Neste mesmo ano Lobato publicou Cidades
Mortas e Idéias de Jeca Tatu.

Em 1920, o conto “os Faroleiros” serviu de argumento para um filme dirigido


pelos cineastas Antonio Leite e Miguel Milani, meses depois publicou “Negrinha” e “a Menina
do Narizinho Arrebitado”, sua primeira obra infantil, e que deu origem a Lúcia, mais conhecida
como “Narizinho do Sítio do Pica-Pau Amarelo”. O livro foi lançado em dezembro de 1920,
visando aproveitar a época do Natal, a capa e os desenhos eram de Lemmo Lemmi, um famoso
ilustrador da época. Em Janeiro de 1921, os anúncios na imprensa notificaram a distribuição de
exemplares gratuitos de “A Menina do Narizinho Arrebitado” nas escolas num total de
quinhentas doações, tornando-se um fato inédito na indústria editorial. O sucesso entre as
crianças gerou continuações, como “Fábulas de Narizinho” (1921), “O Saci” (1921), “O
Marquês de Rabicó” ( 1922)”A Caçada da Onça” (1924) “O noivado de Narizinho” (1924),
“Jeca Tatuzinho”(1924) e “O Garimpeiro do Rio das Garças” (1924), entre outros.

Fatos importantes surgiram nesta época, Lobato se dedica em tempo integral a editar
seus livros e por conta disto, resultou em altas tiragens dos livros, estes fatos como importar
máquinas dos Estados Unidos da América e da Europa para aumentar seu parque gráfico, outro
fato da época, uma grave seca cortou o fornecimento de energia elétrica, e a gráfica só poderia
funcionar dois dias por semana, e mais, o presidente Artur Bernardes, desvalorizou a moeda e
suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil, gerando um enorme rombo financeiro e
muitas dívidas ao escritor.

Lobato entrou com pedido de falência em julho de 1925. Porém, não significou o fim de
seus projetos editoriais. Abriu outra empresa, a Companhia Editorial Nacional, em sociedade
com Octalles Marcondes, transferindo-se para o Rio de Janeiro.

Os produtos dessa nova editora abrangia uma variedade de títulos, inclusive de Hans
Staden e Jean Lery. Os livros garantiam o “selo de qualidade” de Monteiro Lobato, tendo
projetos gráficos muito bons e com grande sucesso de público.

Desde então Lobato continuou escrevendo livros infantis de sucesso, especialmente com
Narizinho e outros personagens como D. Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, o boneco de sabugo
de milho o Visconde de Sabugosa e Emília a boneca de pano. Sendo um nacionalista convicto
criou aventuras e personagens bem fielmente ligados à cultura brasileira, recuperando, inclusive
costumes da roça e lendas do folclore nacional. Monteiro Lobato pegou essa mistura de
personagens brasileiros e os enriqueceu, misturando-os a personagens da literatura universal, da
mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema. Também foi o pioneiro da leitura paradidática,
ensinando história, geografia e matemática de forma divertida.

Lobato envolveu-se com o petróleo, fundando várias empresas, morou em Nova York
(EUA).

AUGUSTO DOS ANJOS


Pessimismo e cientificismo são marcas da poesia do paraibano Augusto dos
Anjos, autor de Eu

"Vês?! Ninguém assistiu ao formidável/ Enterro de tua última quimera./ Somente a


ingratidão - esta pantera -/ Foi tua companheira inseparável!" Morte dos sonhos, solidão e
pessimismo são algumas das marcas da poesia de Augusto dos Anjos que - mesmo beirando o
mau gosto muitas vezes - é um dos poetas mais originais da literatura brasileira.

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no engenho Pau d'Arco, Paraíba. De
uma família de donos de engenhos, assistiu à decadência da antiga estrutura latifundiária,
substituída pelas grandes usinas. Seu pai, bacharel, foi quem lhe ensinou as primeiras letras.
Quando estava no curso secundário, Augusto começou a mostrar uma saúde delicada e um
sistema nervoso abalado.

Em 1903, iniciou os estudos na Faculdade de Direito do Recife onde teve contato com o
trabalho "A Poesia Científica", do professor Martins Junior. Formado em 1907, preferiu não
advogar e ensinar português. Casou-se, em 4 de julho de 1910, com Ester Fialho.

No mesmo ano, em conseqüência de desentendimento com o governador, foi afastado


do cargo de professor do Liceu Paraibano, onde havia estudado. Resolveu então se mudar para o
Rio de Janeiro, onde exerceu durante algum tempo o magistério. Lecionou geografia na Escola
Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem
conseguir ser efetivado como professor. Em 1911, morreu prematuramente seu primeiro filho.

Em fins de 1913 transferiu-se para Leopoldina, MG, por ter sido nomeado para o cargo
de diretor de um grupo escolar. Morreu nessa cidade, vitimado pela pneumonia, com pouco
mais de trinta anos. Ainda jovem, os sofrimentos físicos tinham-lhe dado um aspecto senil.

Quase toda a sua obra poética está no seu único livro "Eu", publicado em 1912. Apesar
de praticamente ignorado a princípio, pelo público e pela crítica, a partir de 1919 o livro foi
constantemente reeditado como "Eu e outros poemas".
Escrito em um momento de transição, pouco antes da virada modernista de 22, sua obra
representa o sincretismo entre o parnasianismo e o simbolismo. No livro, Augusto dos Anjos faz
da obsessão com o próprio "eu", o centro do seu pensamento. O egoísmo e angústia estão
presentes ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte"); assim como o ceticismo em relação ao amor
("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me").

O poeta aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzindo a vida a combinações de


elementos químicos, físicos e biológicos ("Eu, filho do carbono e do amoníaco,"). Tal
materialismo o tornava amargo e pessimista ("Tome, doutor, essa tesoura e corte/ Minha
singularíssima pessoa"). Contrapõe-se a inapetência para o prazer e um desejo de conhecer
outros mundos, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das
prisões carnais,/ Viver na luz dos astros imortais").

Versos Íntimos

Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável


Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!


O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Cronologia (Augusto dos Anjos)

1884 : Nasce Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos, no engenho Pau d’Arco, vila do Espírito
Santo, Paraíba, a 20
de abril.
1900 : Matricula-se no curso de Humanidades do Liceu Paraibano. Conhece Santos Neto e Órris
Soares ( tio avô
de Jô Soares), de quem se torna amigo. Publica o primeiro trabalho, o soneto ” Saudade ” , no
Almanaque do
Estado da Paraíba.
1901 : Inicia sua colaboração no jornal O commercio, na capital paraibana.
1903 : Ingressa na Faculdade de Direito do Recife, Pernambuco.
1904 : Publica no jornal “O commercio” o célebre soneto “Vandalismo” .
1905 : Morre seu pai, Alexandre Rodrigues dos Anjos, a 13 de janeiro. Seis dias depois publica
os três sonetos “A meu pai doente”, “A meu pai morto”, “Ao sétimo dia do seu falecimento”.
1906 : Publica no jornal “O Commercio” seu soneto mais famoso “Versos íntimos”.
1907 : Conclui o curso de Direito.
1908 : Leciona Literatura no Liceu Paraibano, como professor interino.
1909 : Inicia sua colaboração no diário oficial do Estado, “A União”.
1910 : Casa-se com dona Ester Fialho, a 4 de julho. Transfere-se para o Rio de Janeiro, em
outubro desse ano.
1911 : Nasce morto seu primeiro filho, a 2 de fevereiro. Leciona Geografia na Escala Normal,
como professor
interino, e também no colégio Pedro II
1912 : Publica o livro EU, custeado pelo seu irmão Odilon, pelo total de 550.000 réis em
tiragem de 1000 exemplares. O livro é recebido com grande impacto e estranheza por parte da
crítica, que oscila entre o entusiasmo e a repulsa. Nasce sua filha, Glória.
1913 : Nasce seu filho Guilherme.
1914 : É nomeado diretor do grupo escolar Ribeiro Junqueira, em Leolpoldina, Minas Gerais, a
1o. De julho. Muda-se para Leolpoldina, em 22 do mesmo mês. Morre a 12 de novembro.
1920 : Publica-se Eu e Outras Poesias: reedição do EU, completado com uma coletânea de
versos póstumos, Outras Poesias, organizados pôr Órris Soares, também prefaciador do volume.
1928 : Lançamento da terceira edição de suas poesias, pela livraria Castilho do Rio de Janeiro,
com extraordinário sucesso de crítica e público
BRASIL ARCAICO X BRASIL MODERNO

Destacam-se vários autores nessa época de transição, são eles: Euclides da Cunha,Graça
Aranha; Lima Barreto e Monteiro Lobato.

Apesar de terem como características o individualismo existem pontos de aproximação, como


ruptura com o passado, principalmente com Augusto dos Anjos afrontando a poesia parnasiana
ainda em vigor ; denúncia da realidade brasileira mostrando o Brasil não oficial do sertão, dos
caboclos e dos subúrbios; regionalismo N e NE com Euclides da Cunha; Vale do Paraíba e
interior paulista ; ES com Graça Aranha e subúrbio carioca com Lima Barreto.

Tipos humanos marginalizados como o sertanejo, nordestino, multo, caipira, funcionário


público; apresentação crítica do real na ficção.

Nota: percebe-se que a luta entre os dois Brasis , arcaico e moderno perciste até hoje, como se lê
no artigo de Ericeira.
MINHAS ESCOLHAS

Sempre procurei me expressar com um bom português; gostava muito quando tirava
boas notas em minhas redações, e mesmo quando ia bem em gramática, é bom lembrar que não
gostava só de português, gostava de matemática, geometria, naquela época desenho geométrico.
Cheguei até a pensar em cursar engenharia, isso quando tinha 20 anos, depois de ter optado por
fazer colegial ao invés de magistério; já era mãe de três filhos e tinha muito o que fazer, criar os
filhos que foram 4, ou melhor 5, a ultima ficou conosco apenas 32 horas, a Vanessa.

Bem , não sei se isso justificaria ficar mais ou menos 35 anos sem estudar; fazia alguns
cursos esotéricos,como trabalhando com os anjos e o reike, que é a cura pela imposição das
mãos; não deixei de ser bruxa,mas resolvi fazer algo que me graduasse; começar e terminar,
sem largar o curso pelo caminho. Escolhi Letras pela afinidade com o português e o inglês que
acho muito importante. Não queria apenas a graduação, mas algo que pudesse ter retorno pelo
investimento,mesmo porque trabalhei muito tempo com confecção, não foi uma experiência
muito feliz, pois tendo alguns problemas de saúde, não consegui o auxílio doença por
negligência da pessoa responsável pela empresa, não posso entrar com processo trabalhista; de
qualquer forma, apesar de tudo temos um relacionamento de amizade, e este começou a fazer os
pagamentos devidos.

Quero concluir o curso e trabalhar um pouco enquanto eu agüentar.

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