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SELEÇÃO DE MATERIAIS
Paulo Augusto O. Carneiro, Fábio Luiz F. Mota, Gustavo Raulino, Leonardo F. Santos, Rafael Donato Filipelli, José
Renato Silva
Resumo
Quando fazemos um projeto, tem-se em vista obter uma boa funcionalidade do equipamento,
com custos reduzidos. Para isso devemos selecionar os materiais de acordo com a aplicação
desejada, analisando se suas propriedades mecânicas atendem as necessidades do equipamento e
comparando com o custo que será envolvido na obtenção dos materiais.
Introdução
O trabalho abordará a temática da Seleção de materiais. Falaremos sobre alguns materiais, suas
respectivas aplicações, sua composição química, custo ente outros. Forma selecionados alguns
tipos de materiais e explicados com detalhe no corpo do trabalho,são eles: aço-carbono, materiais
resistentes à corrosão, Cobre, Materiais Plásticos.
1- AÇOS-CARBONO
Aços carbono são essencialmente ligas de ferro e carbono com um teor máximo de 1,2% de
carbono. Porém, a maior partes dos aços contém menos que 0,5% de carbono.
Vamos tratar aqui de alguns tipos de aço-carbono. Cada um destes tipos têm diferentes
características, preços e utilizações. Cada um interage de forma diferente com o meio ambiente e
suas propriedades e modo como podem ser tratados e manipulados também são diferentes.
O aço de baixo teor carbono, tem em sua composição de 0,02% a 0,3% de C. Este tipo de aço
tem aplicações mais simples e são geralmente usados em vigas estruturais para edifícios e
galpões, são usados também como material comum para obras de engenharia e também em
chapas para conformação mecânica.
Na produção e uso destas ligas, são necessários acabamentos superficiais. Este tipo de serviço
pode ser feito com brunimento, lixamento, jateamento, pintura, polimento, pulverização,
retificação, superacabamento e tamboreamento.
A união de peças feitas de liga de aço com baixo teor de carbono, pode ser efetuado por
soldagem ou brasagem (união por mudança de temperatura de uma das peças). A usinagem
destas peças pode ser feita, entre outros processos, por torneamento, aplainamento, serramento e
quimicamente.
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A conformação pode ser feita por fundição, extrusão, forjamento, laminação, trefilação,
calandragem, dobreamento, estampagem, explosão e recalcagem.
Abaixo seguem algumas propriedades deste aço-carbono:
O aço de médio teor carbono tem composição de 0,3 a 0,7% de C. Suas aplicações geralmente
são rolamentos comuns, eixos e engrenagens.
Seu acabmento superficial pode ser feito através dos seguintes processos: brunimento,
lixamento, jateamento, pintura, polimento, pulverização, recartilhamento, retificação,
superacabamento e tamboreamento.
A união de suas peças pode ser efetuada por brasagem ou soldagem. Sua usinagem pode ser
efetuada por torneamento, aplainamento, serramento e quimicamente.
Abaixo seguem algumas propriedades do aço-carbono de médio teor de C:
A composição do aço de baixo teor carbono vai de 0,7% de C a 1,7%. Este aço é geralmente
usado em ferramentas de corte, rolamentos de alta performance e limas.
O acabamento superficial deste pode ser feito por brunimento, lixamento, jateamento, pintura,
polimento, pulverização, retificação, superacabamento e tamboreamento.
Suas peças podem ser unidas por brasagem ou soldagem, e sua usinagem é feita por
torneamento, aplainamento, serramento e quimicamente. A conformação das peças feitas desta
liga é feita por fundição, dobreamento e laminação.
Abaixo, seguem algumas proprieadades deste tipo de liga:
Na tabela abaixo, estão listadas algumas composições de aços-carbono com suas propriedades e
aplicações típicas.
2- FERROS FUNDIDOS
A ASTM agrupa os ferros fundidos conforme tabela 01. Os números de classe correspondem
ao limite de resistência a tração, em lb/pol² ou seja 20 = 20.000lb/pol² ou 14,0 kgf/mm²
TABELA 02
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A ASTM
A tabela 02 representa as setes classes de ferros fundidos cinzentos segundo a norma alemã DIN
TABELA 01
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A NORMA DIN
Limite de resistência à
flexão, kgf/mm² 20/31 23/37 29/43 35/44 41/55 47/61 53/67
Resistência à compressão,
kgf/mm² 50/60 57/70 60/83 70/100 82/120 95/140 110/140
No sistema ABNT, os ferros fundidos cinzentos são designados por FC (ferro fundido
cinzento) e por algarismos indicativos dos limites mínimos de resistência a tração. A tabela 03
TABELA 03
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A ABNT
13 8 28 225 41
20 12,5 23 235 39
FC20
30 20 20 223 36
45 32 16 117 33
13 8 33 269 -
20 12,5 28 248 46
FC25
30 20 25 241 42
45 32 21 229 39
20 12,5 33 269 -
FC30 30 20 30 262 48
45 32 26 248 45
20 12,5 38 - -
FC35 30 20 35 277 54
45 32 31 269 51
30 20 40 - 60
FC40
45 32 36 - 57
propriedades mec6anicas com a seção das peças. Isso porque , para quantidades fixas de
carbono total e silício, a resistência diminui à medida que aumenta a espessura ou seção das
peças.
Outras aplicações dos ferros fundidos cinzentos incluem: anéis de pistão, produtos
sanitários, tampas de poços de inspeção, tubos, conexões, carcaças de compressores, rotores,
pistões hidráulicos, engrenagens, eixos de comando de válvulas, virabrequins e inúmeros outros
tipos de peças utilizadas praticamente em todos os setores industriais.
Dadas as importantes aplicações do ferro fundido cinzento na industria automobilística, a
SAE agrupou esse material em cinco classes, conforme tabela 04
TABELA 04
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A SAE
Carga Deflexão Resist. à
Classe Dureza transv. mín. tração
SAE Ct Mn Si P S Brinell mín. kgf mm kgf/mm²
G-1800(a) 3,4/3,7 0,5/0,8 2,8/2,3 0,15 0,15 187 máx. 780 3,6 12,6
G-2500(a) 3,2/3,5 0,6/0,9 2,4/2,0 0,12 0,15 170/229 910 4,3 17,5
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G-3000(b) 3,1/3,4 0,6/0,9 2,3/1,9 0,10 0,15 187/241 1000 5,1 21,0
G-3500(b) 3,0/3,3 0,6/0,9 2,2/1,8 0,08 0,15 207/225 1100 6,1 24,5
G-4000(b) 3,0/3,3 0,7/1,0 2,1/1,8 0,07 0,15 217/269 1180 6,9 28,0
Nota: (a) microestrutura ferrítica-perlítica
(b) microestrutura martensítica
Se o carbono ou o silício estão do lado mais elevado da faixa de composições, o outro elemento
deverá situar-se no lado mais abaixo.
Tipo ABNT Diam. Corpo Resist. à tração Limite de Alongamento Dureza Brinell
prova mm mínima escoamento em 3d (mín) % Típica
kgf/mm² (0,2) kgf/mm²
Maleável de núcleo branco
FMBF-3204 15 35 - 3 220
FMBF-3504 15 36 - 3 220
FMBF-4006 15 42 23 4 220
FMBF-4507 15 48 28 5 200
FMBP-5505 15 57 37 4 240
FMBP-6503 15 67 44 2 270
FMBF-3812 15 40 21 8 200
Maleável de núcleo preto
FMPF-3006 15 30 - 6 -
FMPF-3512 15 35 19 12 até 150
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FMPF-4507 15 45 26 7 150/200
FMPF-5005 15 50 30 5 170/230
FMPF-5504 15 55 33 4 190/240
FMPF-6503 15 65 39 3 210/250
FMPP-7002 15 70 50 2 240/285
- Ferro nodular também chamada de ferro fundido dúctil e caracteriza-se por excelente
resistência mecânica, tenacidade e ductilidade.
Os processos de nodulização desses materiais consiste na adição, no metal fundido, de
determinadas ligas contendo magnésio, cério, cálcio, lítio, sódio ou bário.
Um tratamento térmico de recozimento ou normalização alivia as tensões e melhora as
propriedades mecânicas.
O tratamento de têmpera e revido tem objetivo de melhorar a dureza, a resistência ao desgaste e a resistência
mecânica.
A ABNT pela especificação PEB-585, agrupou o ferro dúctil em sete classes, conforme tabela
06.
TABELA 06
CLASSES DE FERROS DÚCTIL SEGUNDO A ABNT
O gráfico da figura acima ilustra o fato, ao mostrar que à medida que aumenta o teor de
cromo no aço, este passa, em atmosfera industrial, de metal de grande corrosibilidade a um metal
praticamente indestrutível pela corrosão.
A temperaturas elevadas, o mesmo fenômeno ocorre, devendo entretanto, o teor de cromo
ser mais elevado, como a figura abaixo descreve, para que o material adquira resistência ao
calor, ou seja combinação de resistência à oxidação e resistência mecânica.
Designação Tensão
Composição Resistência à Alongamento
da liga Estado Cedência Aplicações típicas
Química Tração (Mpa) (%)
recozido
Uso geral para Tratamento
410 12,5Cr; 0,15C 517 276 30 térmico; órgãos de máquinas,
T&R veios de bombas, válvulas.
Equipamento de processamento
304 19Cr; 10Ni recozido 580 290 55
químico e de alimentos.
O cobre é um elemento metálico com número atômico 29 e peso atômico de 63,57. O seu
símbolo químico é Cu, e suas valências são +1 e +2.
Depois da Prata (Ag), o Cobre é o melhor condutor de calor e eletricidade, por isso uma de suas
principais utilizações é na indústria elétrica.
Não é magnético e pode ser utilizado puro ou em ligas com outros metais que lhe conferem
excelentes propriedades químicas e físicas.
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Densidade: 8,96 g / cm3 ( 20°C )
Ponto de fusão: 1083ºC
Ponto de ebulição: 2595°C
Coeficiente de dilatação
térmica linear: 16,5 x 10 -6 cm/cm/°C ( 20°C)
Resistividade elétrica: 1,673 x 10 -6 ohm.cm (20°C)
Pressão de vapor: 101 mm Hg à 20°C
Condutividade elétrica: 101 % IACS à 20 °C
Calor latente de fusão: 50,6 cal/g
Calor específico: 0,0912 cal/g/°C (20°C)
Forma cristalina: Cúbica de faces centradas
O cobre é normalmente usado em sua forma pura, mas também pode ser combinado com outros
metais para produzir uma enorme variedade de ligas.
Cada elemento adicionado ao cobre permite obter ligas com diferentes características tais como:
maior dureza, resistência a corrosão, resistência mecânica, usinabilidade ou até para obter uma
cor especial para combinar com certas aplicações.
Esta combinação pertence ao grupo dos latões e o conteúdo de zinco varia de 5% a 45%. Esta
liga é utilizada em moedas, medalhas, bijuterias, radiadores de automóvel, ferragens, cartuchos,
diversos componentes estampados e conformados etc. A presença do zinco altera as propriedades
do cobre, à medida que o teor de zinco aumenta ocorre uma diminuição da resistência à corrosão
em certos meios agrecivos.
A combinação destes metais forma o grupo dos bronzes e o conteúdo de estanho pode chegar a
10%. É utilizado em tubosflexíveis, torneiras, varetas de soldagem, válvulas, buchas,
engrenagens etc. À medida que aumenta o teor de estanho, aumentam a dureza e as propriedades
relacionadas com resistência mecânica, sem queda de ductilidade. Os bronzes possuem elevada
resistência à corrosão, o que amplia o campo de seu emprego.
Esta liga normalmente contém mais de 10% de alumínio. É utilizada em peças para
embarcações, trocadores de calor, evaporadores, soluções ácidas ou salinas etc.
Esta liga é conhecida como cuproníquel e o conteúdo de níquel pode variar de 10% a 30%. É
utilizada em cultivos marinhos, moedas, bijuterias, armações de lentes etc.
As ligas que normalmente contém entre 45% a 70% de cobre, e de 10% a 18% de níquel, sendo o
restante constituído por zinco, recebem o nome de alpacas. Por sua coloração , estas ligas são
facilmente confundidas com a prata. São utilizadas em chaves, equipamentos de
telecomunicações, decoração, relojoaria, componentes de aparelhos óticos e fotográficos etc.
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4.3- METALURGIA
As minas de cobre são classificadas de acordo com o sistema de exploração: Minas à Céu
Aberto são aquelas cujo mineral se encontra próximo da superfície e Minas Subterrâneas,
aquelas em que o mineral se encontra em profundidade, necessitando de explosivos para sua
extração.
Da mina sai o minério contendo de 1% a 2% de cobre. Depois de extraído, britado e moído, o
minério passa por células de flotação que separam a sua parte rica em cobre do material inerte e
converte-se num concentrado, cujo teor médio de cobre é de 30%. Este concentrado é fundido
em um forno onde ocorre a oxidação do ferro e do enxofre, chegando-se a um produto
intermediário chamado matte, com 60% de cobre. O matte líquido passa por um conversor e,
através de um processo de oxidação ( insufla oxigênio para a purificação do metal ), é
transformado em cobre blister, com 98,5% de cobre, que contém ainda impurezas como
resíduos de enxofre, ferro e metais preciosos. O cobre blister, ainda no estado líquido, passa por
processo de refino e, ao seu final, é moldado, chegando ao ânodo com 99,5% de cobre.
Após resfriados, os ânodos são colocados em células de eletrólise. São então intercalados por
finas chapas de cobre eletrolítico, denominadas chapas de partida. Aplicando-se uma corrente
elétrica, o cobre se separa do ânodo e viaja através do eletrólito até depositar-se nas placas
iniciadoras, constituindo-se o catodo de cobre, com pureza superior a 99,99%.
Este catodo é moldado em suas diferentes formas comerciais para, posteriormente, ser
processado e transformado em fios, barras e perfis, chapas, tiras, tubos e outras aplicações da
indústria.
Normalmente, o produto final originário dos produtores de cobre (mineiros) são os catodos
refinados e os vergalhões de cobre, cuja produção é vendida quase que inteiramente para a
indústria de transformação do cobre. Já esta indústria, processa o catodo ou o vergalhão e,
através de processos de laminação, extrusão, forjagem, fundição e metalurgia do pó, obtém uma
larga variedade de produtos tais como fios e cabos elétricos, chapas, tiras, tubos e barras que são
usados principalmente na indústria da construção civil, eletro-eletrônica, automobilística e
outras.
Arquitet
ônicos e Prediais - Revestimentos, calhas, cumeeiras, rufos, telhados, grades e frisos
decorativos, condutores para água pluviais, para gás, perfis embutidos em madeira, etc.
5- MATERIAIS PLÁSTICOS
Em 1854, foi descoberta uma substância por Alexander Parkes, de Birmingham, Inglaterra. Essa
substância era composta por uma mistura de nitrato de celulose e cânfora, conhecida como
“Parkesene”. Esse foi o primeiro plástico fabricado pelo homem. Ele foi denominado de
“celulóide” e teve ampla utilização até poucos anos atrás, na confecção de muitos artigos
manufaturados, particularmente brinquedos como as bonecas. Devido à sua inflamabilidade
bastante perigosa, ele vem gradativamente caindo em desuso, sendo pouco utilizado atualmente.
Quando a “baquelite” foi patenteada por Backeland, em 1907, iniciou-se de forma concreta a
indústria de plásticos, e este material foi rapidamente adotado como isolante pelas indústrias
elétricas. Os materiais plásticos são basicamente compostos orgânicos (etileno, cloreto de vinila,
acetato de vinila, etc) polimerizados.
Até aqui todos os polímeros mencionados são do tipo termoplásticos. Isto é, podem ser
amolecidos e remoldados repetidas vezes através de seu aquecimento. Várias substâncias
poliméricas, no entanto, são do tipo termorrígido. Possuem elasticidade no primeiros estágios de
manufatura, porém, uma vez moldadas em uma determinada forma elas enrijecem, não podendo
ser, posteriormente, amolecidas por reaquecimento. A termorrigidez deve-se à formação de
ligações covalentes entre as cadeias de moléculas.
São em princípio, semelhantes aos materiais termorrígidos. São formados por reagentes que se
polimerizam quando misturados a temperaturas comuns. Além dos materiais moldáveis, alguns
vernizes e adesivos são desse tipo.
5.4- POPRIEDADES
6- CONCLUSÃO
7- REFERÂNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Chiaverini, Vicente
Tecnologia Mecânica Volume III 2ª ed
Editora Makron Books
• Higgins, Raymond A.
Propriedades e Estrutura dos Materiais em Engenharia
Editora Difel
• Lira, Mário
Apostila: Seleções de aços e Ligas Metálicas