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UNICSUL - UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

José Cláudio Vieira dos Santos

Á PRÁTICA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR

Sorocaba/SP
Abril/2011
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José Cláudio Vieira dos Santos

Á PRÁTICA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR


Professor Orientador: Marcelo Ramalho

Trabalho de Conclusão do Curso –


TCC apresentado como requisito
parcial para obtenção do diploma em
Pós Graduação em Gestão da
Educação.

Sorocaba/SP
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Abril/2011

AGRADECIMENTO

• Meu primeiro agradecimento é a minha família, sempre me deu apoio e me


ensinou o verdadeiro significado do sucesso.
• Agradeço ainda aos meus professores, sem essa força jamais iria à frente.
• Sou grato a meu orientador, professor Marcelo Ramalho, que me enriqueceu
com informações preciosas, me amadureceu e me sensibilizaram com seus
relatos e experiências.
• Finalmente agradeço a Deus pela oportunidade concedida, que me permite
construir e aprender.
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Dedico,

À Deus, pela oportunidade concedida, que me permite construir e aprender.


Aos meus pais, que me permitiram com a explosão do meu nascimento.
As minhas filhas, Camila e Aline. Pontos de luz no horizonte.
Aos meus professores, companheiros, amigos, irmãos e ao meu próximo, que me
possibilitaram que eu chegasse até aqui.
Enfim, a todos que de alguma forma, perseguem o amadurecimento da vida
pessoal e profissional.
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Resumo

A temática “A prática da avaliação escolar” tem ocupado bastante espaço. A


escolha do tema deveu-se justamente pela ênfase dada á está questão ultimamente.
Apresentou-se como questão: É possível articular prática e teoria da avaliação? O
objetivo desse estudo foi buscar e analisar as práticas da avaliação em uso de poder
traçar um esboço da avaliação considerada ideal, fazendo uma analise comparativa,
empregando o método qualitativo fundamentado em entrevistas com professores do
ensino fundamental. De acordo com essa pesquisa de campo, mostrou que com as novas
propostas que tem sido implantadas na educação nos últimos anos, os professores tem
ficado meio perdidos, pois em um momento tem que proceder de uma forma, em outro
muda tudo. E, a partir daí percebe-se que a avaliação junto aos alunos é uma grande
incógnita. Concluiu-se que, a avaliação do ensino não pode nem deve ser concebida à
margem da avaliação da aprendizagem para não se transformar em um ensino formal. É
preciso perceber que se tem que mudar a postura, não adianta apenas mudar a forma.
Tem-se que mudar a concepção e a prática. Não adianta mudar a concepção sem mudar
a prática e vice-versa. Não adianta ter uma prática nova com uma concepção antiga,
porque deturpa a prática. A disposição para acolher é o ponto de partida para qualquer
prática de avaliação.

Palavras-Chaves: Avaliação, Aprendizagem prática e teoria.


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Sumário

Introdução..............................................................................................

CAPÍTULO 1 – A LEGISLAÇÃO E A AVALIAÇÃO

1.1 – É possível articular prática e teoria?................................................

1 .2 –A importância da avaliação formativa para o aluno.........................

1.3 – A importância da observação...........................................................

2.3 – O erro e a avaliação na aprendizagem escolar.....................................

CAPÍTULO 2 – A PRÁTICA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR

2.1 – Algumas sugestões ...........................................................................

CAPÍTULO 3 – OBSERVAÇÕES EM ESCOLA

3.1 – Pesquisa de Campo................................................................

3.2 – Instrumentos ...........................................................................

3.3 – Análise dos resultados da pesquisa.................................................

3.4 – Resultado da análise ....................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO

Pensar em educação no momento histórico atual exige adentrar as peculiaridades


especificidades próprias da etapa da educação. Tentar-se-á situar a educação, iniciando
por uma breve retomada histórica no mundo e, especialmente no Brasil, e tentar
perceber as tendências da sua estruturação em tempos de globalização. E, percorrendo
as tendências ou os desafios, encontrar encaminhamentos para o processo de adaptação
e permanência da criança na escola. Nos últimos anos, as questões referentes à
avaliação passaram a ter um crescente papel de protagonista, até se converterem em um
dos focos prioritários de atenção nas análises, reflexões e debates pedagógicos e
psicopedagógico.

Segundo LUCKESI (1990), o discurso pedagógico e psicopedagógico


atualmente nos oferecem uma série de reflexões e propostas sobre avaliação na
educação, que não são de forma alguma desprezíveis, nem em números, nem em
interesses.

Como parte das reformas dos sistemas de ensino, instalou-se em diferentes


paises sistemas nacionais de avaliação. No Brasil, o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) foi criado em meados da década de 80 e tem como respaldo
legal a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que define como
responsabilidade da União a avaliação do rendimento escolar em nível nacional.

Segundo FRANCO & BONINI (2001, p. 18), o objetivo declarado do SAEB


(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) “é gerir e organizar informações
sobre a qualidade e equidade e a eficiência da educação nacional”.

Expressões e conceitos como os da avaliação inicial, formativa e somatória


passaram a fazer parte, em grande medida, de nossa bagagem profissional. Porém, há
diferentes tipos de avaliações que podem e devem desempenhar funções diferentes e, é
necessário utilizar procedimentos e técnicas de avaliações igualmente diferenciadas.
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De acordo com VASCONCELLOS (1993), o que se observa hoje, basicamente,


na escola é um tipo de avaliação tradicional, autoritária, com aquele cunho apenas de
constatar e não intervir para mudar. Por outro lado, as mudanças que vêm ocorrendo,
muitas vezes, são quase imposições das mantenedoras. Sendo assim, observa-se uma
reação muito forte dos professores, porque se sentem atingidos, desrespeitados,
perdendo o poder e a autoridade. É um momento delicado, sobretudo quando se pensa
em termos de sistema público.

De qualquer forma, a temática “A prática da avaliação escolar” tem ocupado


bastante espaço. A escolha do tema deve-se justamente pela ênfase dada a essa questão
ultimamente. Será que isso não pode ser perigoso? Afinal, do ponto de vista da escola, o
mais importante é o projeto político-pedagógico, a questão do desenvolvimento e da
formação humana, da cidadania, da construção do conhecimento.

Por outro lado, do jeito que a avaliação tem sido feita, acaba comprometendo
mesmo a concretização do projeto. Entende-se que o tema precisa ser tratado com muito
critério porque tem muitos desdobramentos.

Para PERRENOUD (1999), a avaliação é uma tortura medieval. É algo mais


tardio, gerada nos colégios por volta do século XVII e tomada indissociável do ensino
em massa que conhecemos deste o século XIX com a escolaridade obrigatória.

O grande problema a partir da sua criação é a consenso, ou sua falta, de como


avaliar, de que maneira ou sobre os níveis de exigência se avaliar? Olhar pesquisador e
vigilante. Saber observar é a chave para uma avaliação realmente formativa. E para
observar bem é preciso ter dois olhares: o de pesquisador e o de vigilante.

Com um olhar pesquisador, o educador planeja o que deve focalizar baseado na


sua ação pedagógica e com o olhar vigilante não procura focos dos problemas já
existentes, mas prevê possíveis problemas e necessidades. Observar bem é, portanto, ter
olhar pesquisador que cerca o foco do problema para chegar a solução, e olhar vigilante,
que está sempre atento ás falha e a iminência de falhas no processo pedagógico. O que e
como olhar?

Segundo SANT”ANNA (2002) a avaliação é a alma do processo educacional. É


um termômetro que permite confirmar o estado que se encontram os indivíduos
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envolvidos. É necessário um conscientização para desenvolver avaliações mais justas,


humanas e dignas. A avaliação formativa é da responsabilidade do professor, e consiste
na avaliação destinada a informar o aluno, o seu encarregado da educação e a escola do
estado de cumprimento dos objetivos programáticos do currículo. Assim, questiona-se:
É possível articular prática e teoria na avaliação?

O objetivo desse estudo é buscar analisar as práticas da avaliação em uso para


poder traçar um esboço da avaliação considerada ideal, fazendo uma analise
comparativa, empregando o método qualitativo fundamentado em entrevistas com
professores do ensino fundamental.

As hipóteses norteadoras deste estudo são:

1. Segundo SOUZA(2004), o conceito de avaliação de aprendizagem, que


tradicionalmente tem como alvo o julgamento e a classificação do aluno,
necessita ser redirecionado, pois a competência ou incompetência do aluno
resulta, em última instância, da competência ou incompetência da escola. A
avaliação escolar, portanto não deve restringir-se a um de seus elementos, de
forma isolada. Importa, pois, enfatizar a relação entre avaliação da
aprendizagem e avaliação do ensino, considerando-se o desempenho do aluno
de forma relacionada com o desempenho do professor e com as condições
contextuais da própria escola.

2. Já para MORAN, MASETTO e BEHRENS, (2000, p.14), as dificuldades para


mudar na educação são muitas e variadas e uma delas é o gerenciamento
emocional, dificultando o aprendizado rápido. Para eles a aprendizagem
integradora, juntando teoria e prática, aproximando o pensar do viver é muito
restrita. Existe uma ética contraditória entre teoria e prática e fala-se de uma
coisa, e pratica outra, tanto no nível dos governantes, quanto das pessoas. E
ainda, segundo eles, faltam pessoas e instituições que desenvolvem formas
avançadas de compreensão e integração. Enfim, predomina a média, ênfase no
intelectual, separação entre teoria e prática.

O primeiro capítulo deste trabalho procede à uma retrospectiva histórica da


educação e apresenta a escolaridade do aluno, o aproveitamento escolar, a legislação e a
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função prática da avaliação. O segundo capítulo analisa os procedimentos e


instrumentos de avaliação. Para verificar se captam ou não os progressos realizados por
elas no desenvolvimento e/ou aprendizagem de certas capacidades; se esses
procedimentos e instrumentos permitem relacionar os progressos realizados por eles ao
ensino que está se ministrando e, apresentas algumas sugestões de quais procedimentos
podem ser avaliados pelos professores. E, por fim no terceiro capítulo apresenta-se uma
escola e como a avaliação está sendo aplicada.

CAPÍTULO 1. A LEGISLAÇÃO E A AVALIAÇÃO

Utilizando como referência a legislação que normaliza o ensino


institucionalizado, nota-se que a possibilidade de organização não seriada do ensino está
posta desde de 1961, cujo artigo104 prevê a permissão para organização de cursos ou
escolas experimentais com currículos, métodos e períodos escolar próprio.
Segundo PESTANA ( 1998), na Lei nº 4.024/61 tal possibilidade é posta com o
caráter experimental na Lei nº 5.692 de 1971, uma alternativa, onde se lê no artigo 14,
parágrafo 4º, que verificadas as necessidades condições, os sistemas de ensino poderão
admitir a adoção de critérios dos alunos pela conjugação de idade e aproveitamento.
De acordo com o Parecer do Conselho Federal da Educação, o sistema de
avanços progressivos implica na adequação dos objetivos educacionais às
potencialidade de cada aluno, agrupando por idade e avaliando o aproveitamento do
educando em função de suas capacidades. Não existe reprovação.
A escolaridade do aluno é vista num sentido de crescimento, pelo regime de
avanços progressivos; o aproveitamento escolar independe da escolaridade, ou seja, do
número de anos que a criança freqüenta a escola.
A adoção do sistema de avanços progressivos, possibilidade dada pela
legislação, no qual o aluno caminha de acordo com a sua capacidade, resulta na extinção
da seriação e, em decorrência, da função classificatória da avaliação.
Vale mencionar que no referido parecer são indicadas várias condições a serem
observadas para que tal sistema seja implantado com êxito: agrupamento de alunos;
segundo critério conjugado de idade cronológica e nível de progresso (aproveitamento
escolar); avaliação contínua dos alunos pelo professor e aplicação de diferentes meios
de verificação de aprendizagem; existência de programas diferenciados de acordo com
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os grupos de alunos, programas graduados que promovam a diversificação do ensino;


capacidade de adaptação da escola ao nível de desenvolvimento de seus alunos.
Para SILVA (2001), é possível verificar que o sistema de avanços progressivos,
para ser implementado exige a disponibilidade de uma série de recursos, entre eles:
infra-estrutura da escola que permita a formação de diversos agrupamentos de alunos,
considerando os diferentes níveis de aproveitamento escolar apresentados; profissionais
da educação com condições de elaborar instrumentos de avaliação para diagnosticar as
condições do aluno, com vista a propiciar-lhes a convivência com o grupo adequado ao
seu nível de desenvolvimento; disponibilidade de tempo do professor para elaborar
programas de ensino adequados a cada grupo com que trabalha; manutenção de um
registro sistemático do desenvolvimento que cada aluno vem apresentando para ter
condições de emitir julgamento quanto à desejabilidade de tal desenvolvimento, tendo
em vista a programação e reprogramação do trabalho.
Além destes, numa análise mais detalhada, muitos outros recursos poderiam ser
apontados como necessários para a viabilização do sistema de avanços progressivos. Se,
por um lado, é importante notar que a legislação abre a possibilidade de uma
organização do sistema escolar em regime não seriado, no qual a avaliação não
desempenharia uma função preponderante classificatória, por outro lado, registra-se que
algumas das condições que a própria legislação expôs para sua implantação indicam
quão distantes estavam das existentes na rede escolar, o que pode explicar as poucas
iniciativas ocorridas com visita à sua implantação, além das resistências dos
profissionais da educação em reconhecer a lógica dominante na prática escolar.
A perspectiva de uma organização do ensino em moldes que impulsione a
ruptura com uma prática classificatória de avaliação recolocada de modo mais claro na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº 9.394, em vigor desde de 20 de
dezembro de 1966, quando são indicadas diferentes alternativas de organização do
ensino, assim expressa em seu artigo 23:

A educação básica poderá organizar-se em séries


anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de
períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade,
na competência e em outros critérios, ou por forma diversas
de organização, sempre que o interesse do processo de
aprendizagem assim a recomendar. LDB (1996).
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Como se vê, são elencadas alternativas à organização anual em séries, a


implantação de formas de atendimento escolar que venham a responder de modo mais
adequado ao processo de desenvolvimento do aluno, organização seriada, mecanismos
de reclassificação dos alunos e de progressão parcial, e que é expressos no parágrafo
primeiro do artigo 23 e nos incisos II e III do parágrafo 24.
Para apreciação de viabilidade das alternativas de organização propostas, onde
se incluía organização em ciclos, cabe verificar quais iniciativas estão sendo tomadas no
âmbito dos executivos estadual e municipal que sejam mobilizadoras de mudanças.
Para SILVA (2001), no caso dos ciclos, além de decretar a sua implantação, é
necessário que sejam criadas circunstâncias de trabalho que favoreçam aos profissionais
da escola, alunos e pais uma reflexão coletiva e a construção de novas propostas
capazes de garantir que uma medida potencialmente tão valiosa garanta a
democratização do ensino sem se traduzir em descompromisso com o processo de
aprendizagem escolar. Neste sentido é imprescindível que articule o debate da
reorganização do ensino, uma análise do papel e função que vem sendo desenvolvido
pelas instâncias governamentais em direção à reconstrução da escola pública.

1.1 É possível articular prática a teoria ?

Falar sobre avaliação é uma tarefa difícil. Difícil por ser assunto que gera
controvérsias entre alunos, professores, diretores e outros indivíduos ligados direta ou
indiretamente ao processo de ensino aprendizagem. As posições são geralmente
radicais: alguns defendem a avaliação como se ela significasse a solução de todos os
problemas educacionais; outros atacam “Morra a Avaliação”, desconsiderando seu
importante papel de informação e orientação para a melhoria do ensino.
Um educador deve se conscientizar das implicações filosófico-políticas que
permeiam o processo avaliativo em uma perspectiva inovadora da avaliação no que diz
respeito à questão da melhoria da qualidade do ensino. Ainda hoje avaliar é confundido
com medir, talvez pela própria origem histórica da avaliação.
O uso da avaliação vem de longa data. Através da EBEL – Encontro Baiano dos
Estudantes de Letras (2001), tem se o relato sobre a presença de exames já em 2.205
a.C. Nesta época, o imperador chinês examinava seus oficiais a cada três anos, com o
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fim de promovê-lo ou demiti-los. O regime competitivo da China Antiga tinha como


propósito principal promover o Estado com homens capacitados.
Avançando na História, no século XIX, os Estados Unidos da América criam um
sistema de testagem, sendo dos primeiros nesta área.

A Avaliação inclui;
-Definição de que medidas e critérios abranger;
-Coleta de informações relevantes através de medidas e outros meios;
-Aplicação de critério e outros meios para determinar o mérito.

De acordo com ROMÃO (1998), a ênfase na atribuição de notas (medida) na


avaliação tem provocado alguns desvios significativos,, desconsiderando o aspecto
educativo de orientação do aluno. O aluno é classificado como inferior médio ou
superior quanto ao seu desempenho e muitas vezes fica preso a este estigma, não
conseguindo desvelar seu potencial.
Deixamos de formar um profissional competente se insistirmos na manutenção
de uma prática avaliatória classificatória, aquela comprometida apenas com resultados
numéricos, precisos, terminais. Deixamos muitas vezes de auxiliar o aluno a resolver
suas dificuldades a avançar no seu conhecimento.
SAVIANI (2000, p.41), afirma que o caminho do conhecimento “È perguntar
dentro da cotidianidade do aluno e da sua cultura; mais que ensinar e aprender um
conhecimento, é preciso concretizá-lo no cotidiano, questionando, respondendo,
avaliando, num trabalho desenvolvido por grupos e indivíduos que constroem o seu
mundo e o fazem por si mesmos”.
A ação avaliativa não está no final do processo, mas pretende se fazer presente
entre uma tarefa do aluno e a etapa posterior de construção, por ele, de um saber
enriquecido, complementado.
O significado principal é o de perseguir o envolvimento do aluno, sua
curiosidade e comprometimento sobre o objetivo de conhecimento, refletindo
juntamente com o professor sobre seus avanços e suas dificuldades, buscando o
aperfeiçoamento de ambos.
A imagem que uma pessoa tem de si é, em grande parte, formada a partir da
maneira como ela é vista pelo outro com quem convive; e a opinião do outro tem
influência proporcional ao valor que ele tem de nossa vida. Assim. Quando pessoas que
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são importantes para nós nos elogiam, sentimo-nos encorajados a enfrentar desafios,
fortalecendo nossa auto-imagem.
O professor é importante para os alunos e constitui uma referência para a
formação do seu autoconceito, a maneira como se relaciona com eles é fundamental
para que se sintam inteligentes e capazes. Para isso, é bom não só elogiar o aluno na
ocasião adequada, mas também mostrar-lhe, de forma precisa e direta, quais foram suas
conquistas. “Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz
educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão
da prática “. (FREIRE, 1991: 58).
Tais informações ajudam os alunos a tomar consciência de sua própria
aprendizagem e a usar com mais segurança os conhecimentos de que se apropriaram.
Cabe ao professor ajudar os alunos a falar de si, emitir opiniões sobre os acontecimentos
e explicitar suas hipóteses explicativas nas situações de aprendizagem.
É preciso construir uma relação com os alunos e entre eles de forma a criar um
ambiente onde todos sejam respeitados em suas diferenças, não permitindo que zombem
um dos outros; ouvindo suas ideias de cada um com atenção, fazendo com que todos
participem das atividades propostas.
As funções da avaliação são parcialmente duas: a diagnóstica e a classificação.
Da primeira, supõe-se que permita ao professor e ao aluno detectar os pontos fracos e
extrair as conseqüências pertinentes sobre onde colocar posteriormente a ênfase do
ensino e da aprendizagem.
A segunda tem por efeito hierarquizar e classificar os alunos. A avaliação prega
em parte a avaliação com base na primeira, mas a emprega fundamentalmente para a
segunda.

1.2 A importância da avaliação formativa para o aluno

No que diz respeito à avaliação, GARDNER (1995) afirma ser necessário


auxiliar os estudantes a desenvolver suas habilidades intelectuais, explorando ao
máximo as capacidades do indivíduo. Assim, a avaliação deve ser utilizada para
informar ao professor quanto o aluno está aprendendo e para informar ao aluno sobre
suas capacidades individuais, não simplesmente como uma maneira de corrigir,
reprovar ou aprovar o aluno.
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O aluno, na Avaliação Formativa, tem um papel diferenciado daquele que lhe é


dado nas formas convencionais de avaliação. Qual é o seu papel ? O de construtor,
avaliador e regulador de seu aprendizado. Na verdade, uma soma de competências que o
torna protagonista de sua formação.
Mas, como a Avaliação Formativa proporciona esse autocontrole? A Avaliação
Formativa é uma ação multifacetada, na qual cada aluno é analisado respeitando-se suas
diferenças individuais. Isso significa que pontos fortes e fracos dos alunos, em cada
assunto, são observados.
A síntese geral não é o resultado de um único instrumento avaliativo, mas de
uma série de avaliações. Ele conhecerá com mais precisão suas deficiências para poder
melhorá-las. Ele também, descobrirá como usar suas habilidades para atingir melhores
resultados. O aluno pode, assim compreender melhor seu desempenho e se conhecer
melhor.
Segundo PERRENOUD (1999) a avaliação formativa permite construir, auto-
avaliar e regular aprendizado. Este é o caminho que o aluno percorre ao saber utilizar os
mecanismos da Avaliação Formativa. O aluno torna-se o agente de seu aprendizado.
O que não exclui a necessidade do educador; afinal é ele que guia o aluno na
busca do conhecimento. É o educador, também, que orienta a visão do aluno para
analisar os resultados e tomar atitudes com base neles.

1.3 A importância da observação

A observação na avaliação é muito importante. Saber observar é a chave para


uma avaliação realmente formativa. E para observar bem é preciso ter dois olhares: o de
pesquisador e o de vigilante.
Com o olhar pesquisador, o educador planeja o que deve focalizar baseado na
sua ação pedagógica e com o olhar vigilante não procura focos de problemas já
existentes, mas prevê possíveis problemas e necessidades.
Observar bem é, portanto, ter olhar pesquisador, que cerca o foco do problema
para chegar à solução, e olhar vigilante, que está sempre atento às faltas e à iminência
de falhas no processo pedagógico.
O que e como olhar ?
Três pontos importantes fazem parte da construção da aula e sobre os quais o
educador focaliza sua ação:
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- O foco na aprendizagem individual e coletiva do aluno;


- O foco na construção das interações professor/aluno;
- O foco no desempenho do próprio professor na construção da aula.

Segundo HOFFMANN ((1998), o professor observa, direcionando o foco das


suas atenções a esses três pontos. Como se vê, não é só o aluno que é observado, mas a
também a necessidade da auto-observação.
O bom professor se avalia constantemente. Sabe que ele é parte importante na
aprendizagem. Sabe que precisa construir relacionamentos de confiança. Sem isto, não é
possível construir uma aula eficaz.
No entanto, o focalizar o olhar em determinada parte do processo não exclui a
consciência da multiplicidade de agentes e de ações sobre cada parte. Ações, reações e
relações por parte de educando, educadores e coordenação atuam em conjunto em cada
parte do processo. Mesmo ao focalizar, o campo de visão deve ser sempre amplo.
Portanto, dúvidas, questões, gestos de agrado e desagrado, conversas com
amigos, autocrítica do educador e análise de seu desempenho requerem vigília
constante!
O olhar com intenção formativa não procura localizar o erro para ser assinalado,
mas para compreendê-lo, buscando suas razões. Assim, o professor procura educar o
seu modo de olhar para poder perceber a essência do que acontece nas atividades e
poder encaminhar e otimizar as aprendizagens em andamento.
A partir dos dados que um olhar pesquisador e vigilante registra, o professor
diversifica ritmos, modalidades de atividades, recursos didáticos e formas de expressão.
Não basta mais falar.
É preciso fazer boas perguntas. Só um olhar didaticamente educado levanta
hipóteses para o professor fazer boas perguntas – as que transformam os enganos, as
dúvidas, as incertezas em aprendizado... em crescimento humano.
Segundo MELCHIOR (1994), em processo de educação construtivista, a
avaliação é um elemento indispensável para a reorientação dos desvios ocorridos
durante o processo e para gerar novos desafios ao aprendiz. A avaliação deve ser
resultado de uma discussão de forma honesta e transparente, entre todos os elementos
envolvidos no processo.
O autor ROMÃO (1998) demonstra também as concepções de avaliação, como a
avaliação na concepção Construtivista e na Positivista. N a concepção Construtivista, a
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avaliação ocorre subjetivamente através da auto-avaliação. A avaliação é vista de forma


qualitativa, preocupando se tanto com o processo que acaba por desconhecer ou
desqualificar os resultados. Em contrapartida, a avaliação, na concepção Positivista,
ocorre objetivamente através da avaliação final dos alunos. A avaliação se dá, assim de
forma quantitativa, apresentando função classificatória, baseada em padrões científicos
ou culturais, preocupando-se tanto com o fim que acaba por desqualificar o meio, o
processo.
Nos ambientes construtivistas destacam-se a observação, testagem e a auto-
avaliação como as principais técnicas de avaliação.
As observações classificam-se em :
- Observações informais ou ocasionais;
- Observações formais ou sistematizadas;

Com relação à testagem, os testes podem ser agrupados segundo sua finalidade:
- Testes de aptidões especiais;
- Testes de personalidade e interesse;
- Testes de aproveitamento.

1.4 O erro e a avaliação da aprendizagem escolar

Sem dúvida, além de buscar uma nova direção para as finalidades da avaliação
da aprendizagem, é fundamental ampliar a discussão, construindo uma proposta de
avaliação da aprendizagem e de todos os integrantes.
No sistema educacional, hoje, só o aluno é avaliado. É usual atribuirmos a ele as
causas do seu bom ou mau desempenho escolar. Ou seja, de todos os integrantes da
escola, só o aluno é sistematicamente avaliado.
Observo que a competência ou incompetência do aluno resulta, em última
instância, da competência ou incompetência da escola, não podendo, portanto, a
avaliação escolar restringir-se a um de seus elementos de forma isolada.
Tal proposição reflete o entendimento de que a escola deve ser avaliada em sua
totalidade, ou seja, de todos os elementos integrantes da organização devem ser foco de
análise: a atuação do professor e de outros profissionais da escola; os conteúdos e
processos de ensino; as condições, as dinâmicas e as relações de trabalho; os recursos
físicos e materiais disponíveis; a articulação da escola com a comunidade.
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Nessa perspectiva, a avaliação da escola constitui um processo de busca de


compreensão da realidade da escola, com a finalidade de oferecer subsídios para a
tomada de decisões quanto ao direcionamento das intervenções, sejam elas de natureza
pedagógica, administrativa ou estrutural.
Segundo MELCHIOR (1994), tem um processo de educação construtivista, a
avaliação é um elemento indispensável para a reorientação dos desvios ocorridos
durante o processo e para gerar novos desafios ao aprendiz. A avaliação deve ser
resultado de uma discussão de forma honesta e transparente, entre todos os elementos
envolvidos no processo.
Apontar simplesmente acertos ou erros é procedimento incompleto e
insuficiente, que pouco faz crescer o aluno. De que vale informar ao aluno que a
resposta no item 1 da prova de Geografia valeu 0,3 ou 0,5 ? As dúvidas continuarão
suspensas. E questões restarão sem solução: o que fez com que minha resposta não
ficasse completamente correta? O conteúdo, a redação, o aprofundamento no tema?
Com a avaliação interpretativa e descritiva, o aluno pode sanar suas dúvidas com
relação ao seu próprio aprendizado e o professor rever seus métodos para melhor ajudá-
lo em sua busca do aperfeiçoamento. O aluno poderá tornar-se mais auto-suficiente,
uma vez que está consciente de seus pontos fracos e o professor aprimorar-se no seu
exercício de mediar o aprendizado.
Em suma, o erro não é simplesmente um não acerto, que deve ser lamentado. O
essencial é ter vontade de compreender os erros para criar situações de superação.
Assim, avaliar é muito diferente de fazer prova. Avaliar formativamente não é limitar-se
a verificar conhecimentos em relação a um modelo de referência (certo ou errado).
E o professor deve avaliar o aluno utilizando vários meios, ao mesmo tempo em
que se auto-avalia. Isso é avaliação formativa, pilar do novo conceito de
ensino/aprendizagem.

CAPÍTULO 2. A PRÁTICA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Existe atualmente no Brasil, uma crescente necessidade de rever a prática de


avaliação educacional. O atual quadro no qual se encontra ainda enraizado nos padrões
tradicionais burgueses (salvo raras exceções).
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Tal constatação incita que o educador torne o ato de avaliar algo prazeroso, num
processo contínuo e, acima de tudo, que a avaliação se constitua num diagnóstico da
aprendizagem.
Segundo VASCOCELLOS (2001), quando optamos por uma nova postura em
avaliação, terá que haver anteriormente uma mudança interna, pessoal de postura. Ou
seja, temos que mudar nossas velhas verdades e transformá-las. Há uma ansiedade em
se buscar o novo, mas há muito do que se aproveitar daquilo que está em sala, no
cotidiano. Basta recriar...junto com as crianças!
A compreensão que temos hoje do processo de ensino-aprendizagem exige um
outro olhar para o processo de avaliação, que não pode mais se limitar a ser um
procedimento decisório quanto à aprovação ou reprovação do aluno. Aprovação e
reprovação são distorções perversas do conceito de avaliação. A avaliação é um
procedimento pedagógico pela qual se verifica continuamente o processo de
aprendizagem e se decide, se necessário, sobre os meios alternativos de recuperação ao
reforço.
Por que a avaliação na escola ocupa tanto tempo das reuniões pedagógicas, dos
encontros de professores, dos seminários, dos congressos? Porque tem se apresentado
como tema central das conferências e preocupação de estudiosos da Educação? Quanto
tempo da formação dos professores tem sido destinado a compreender a Avaliação
Escolar e seus processos? As opiniões, dúvidas, conclusões a serem expostas neste texto
fazem parte desse amplo movimento que percorre todo o país, em várias redes de ensino
e em todo o mundo. São contribuições, frutos do trabalho de vários educadores, síntese
das reflexões e experiências dos educadores em salas de aula.
Há um certo descompasso entre os princípios e conceitos que nortearam nossa
formação profissional, calcados não só na pedagogia tradicional mas em toda a
representação cultural alicerçada na seleção, na estratificação, na padronização e a real
performance do público que lidamos hoje, ou seja, ele é questionador, resistente o que
lhe agride, crédulo de que pode mudar o rumo das “coisas” quando deseja. Esse
fenômeno tem se manifestado com muita frequência na escola. Isso tem levado os
educadores a se debruçarem sobre o assunto, sem tréguas.
O alargamento do conceito da Avaliação nos faz ver suas diversas faces e como
poder está associado à ela. Mostra o seu fim e os seus meios. Falar da Avaliação no
âmbito da Educação Escolar, no campo da Educação de Direitos, nos leva a pensar a sua
função, o papel social do professor a razão da existência da Escola. Traz a discussão
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sobre inclusão e exclusão, privilégios e direitos, direitos e obrigações instrução e


formação, que alunos queremos formar, que escola estamos construindo para a nossa
sociedade.
Como diz LIBÂNEO (1995), a participação é fundamental por garantir a gestão
democrática da escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo educacional da
instituição estarão presentes tanto nas decisões e construções de propostas (planos,
programas, projetos, ações, eventos) como no processo de implementação,
acompanhamento e avaliação.

2.1 Algumas sugestões

Assim, poucos professores levam em consideração o fato de a avaliação0 ser um


novo momento de aprendizagem ao não avaliar a produção e os conhecimentos dos
alunos. Quantos conhecimentos poderiam ser avaliados além das provas?

Abaixo HOFFMANN (1998) relaciona alguns:

- Aqueles observados em aulas dialogadas, nas quais o discente demonstra o


conhecimento adquirido: por sua experiência de vida; nos meios de comunicação; em
leituras formais e informai; quando são levados a acoplar seus saberes, às vezes, muito
simples ao novo, exposto pelo professor, no estudo de determinado conteúdo;
- Na síntese de uma unidade de estudo concluída em História, Geografia,
Ciências etc. que se poderiam realizar com a classe. Ocasião em que os alunos seriam
levados a participar, demonstrando tê-la aprendido, sendo capazes de informar aos
colegas e ao professor os conceitos básicos desses conhecimentos, colaborando de
forma solidária para a aprendizagem dos demais colegas, às vezes, desatentos;
- Na concretização desses conteúdos em história em quadrinhos, dramatização e
outros, de fatos históricos, geográficos, científicos, matemáticos; de pequenos
“esquetes”, da utilização de cações da moda, preparadas por grupos de alunos em língua
estrangeira moderna etc.;
- Em numerosas outras formas de avaliação, que o professor poderá criar,
observando e registrando, sistematicamente ( até mesmo no diário de classe), a conduta
e produção intelectual do aluno em suas aulas.
21

Todos os professores fazem uma avaliação formativa contínua do aluno ao longo


do ano escolar;
O professor observa, direcionando o foco das ações a esses três pontos. Como se
vê, não é só o aluno que é observado, mas há também necessidade da auto-observação.
O bom professor se avalia constantemente. Sabe que ele é parte importante na
aprendizagem. Sabe que precisa construir relacionamentos de confiança. Sem isto não é
possível construir uma aula eficaz.
No entanto, o focalizar o olhar em determinada parte do processo não excluí a
consciência da multiplicidade de agentes e de ações por parte de educando, educadores
e coordenação atuam em conjunto em cada parte do processo, Mesmo ao focalizar, o
campo de visão deve ser sempre amplo. Portanto, dúvidas, questões, gestos de agrado e
desagrado, conversas com amigos, autocrítica do educador e análise de seu desempenho
requerem vigília constante! Um outro olhar.
O olhar com intenção formativa não procura localizar o erro para ser assinalado,
mas para compreendê-lo, buscando suas razões, Assim, o professor procura educar o
seu modo de olhar para poder perceber a essência do que acontece nas atividades poder
encaminhar e otimizar as aprendizagens em andamento.
A partir dos dados que um olhar pesquisador e vigilante registra, o professor
diversifica ritmos, modalidades de atividades, recursos didáticos e formas de expressão.
Não basta mais fala. É preciso fazer boas perguntas. Só um olhar didaticamente educado
levanta hipóteses para o professor fazer boas perguntas, as que transformam os enganos,
as dúvidas, as incertezas em aprendizado... em crescimento humano.

CAPÍTULO 3. OBSERVAÇÃO EM ESCOLAS

De acordo com PELLEGRINI (2002). Toda e qualquer avaliação pressupõe


objetos e critérios. Habitualmente na escola, o único objeto avaliado é o aluno ou, às
vezes, só a sua aprendizagem e, somente enquanto um produto. Mas, no processo de
ensino e aprendizagem deveríamos avaliar também outras questões, tais como: os seus
objetivos, os conteúdos, as propostas de intervenções didáticas com seus materiais e
recursos utilizados. Os critérios são o referencial da avaliação e devem traduzir a
natureza da educação institucionalizada.
22

A maneira como uma escola avalia é o reflexo da educação que ela valoriza.
Essa prática deve ser capaz de julgar o valor do aluno e possibilitar que ele cresça, como
indivíduo e como integrante de uma comunidade.
Concordamos com LUCKESI (1998) segundo o qual deve se parar de confundir
avaliação de aprendizagem com exames. A avaliação de aprendizagem, por ser
avaliação, é amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva, diversa dos exames, que não
são amorosos, são excludentes, não são construtivos, mas classificatórios. A avaliação,
segundo ele traz para dentro, enquanto que os exames selecionam, excluem,
marginalizam.
Observando como a escola avalia, podemos saber se ela dá condições ou não
para a obtenção de uma melhor qualidade de vida. Se ela estiver assentada sobre a
disposição para acolher os alunos poderão construir qualquer coisa que seja.
Não é possível avaliar um objeto, uma pessoa ou uma ação caso ela seja
recusada ou excluída, desde o início, ou mesmo julgada previamente. A avaliação, a
nosso ver, é uma janela por onde se vislumbra toda a educação e terá seu sentido mais
autêntico e significativo se tiver articulação com o projeto político-pedagógico da
escola. É ele que dá significado ao trabalho docente e à relação professor-aluno.

3.1. Pesquisa de campo

A realização da pesquisa se dará através de coleta de material com profissional


atuante em escola de ensino fundamental, para obtenção de dados específicos relativos a
estrutura e funcionamento da avaliação nesta escola. Engloba a legislação vigente sobre
a qual a avaliação está fundamentada, critérios avaliativos e critérios de aprovação do
aluno.

3.2. Instrumentos

Foi distribuído um questionário com 5 (cinco) questões para 5 (cinco)


professores. Não foram citadas os nomes das escolas e professores a pedido dos
diretores das unidades escolares, pois percebe-se existir uma ética onde todas acabam se
posicionando desta forma.

Prof. 1. Professor de Escola Particular do Ensino Fundamental (3ª série)


23

Prof. 2. Professor de Ensino Fundamental em Escola Estadual (4ª série)

Prof. 3. Professor de Ensino Particular do Ensino Médio (1ª série)

Prof. 4. Professor de Ensino Fundamental em Escola Estadual (5ª série)

Prof. 5. Professor de Ensino Fundamental em Escola Estadual (8ª série)

Questionário apresentado:

1. N sua opinião, qual o objetivo da avaliação ?

Prof. 1. A avaliação serve para conhecer melhor o aluno e julgar a aprendizagem


durante o processo de ensino.

Prof. 2. A avaliação nos permite conhecer o resultado de nossas ações didáticas e,


por conseguinte, melhorá-las.

Prof. 3. A avaliação implica em julgamento, apreciação, valoração e qualquer ato


que implique em julgar, valorar, implica que quem o pratica tenha uma norma ou
padrão que permita atribuir um dos valores possíveis a essa realidade.

Prof. 4. O objetivo da avaliação é através de um diagnóstico de cada aluno,


identificar as possíveis causas de seus fracassos e/ou dificuldades visando uma
maior qualificação e não somente uma quantificação da aprendizagem.

Prof. 5. A avaliação serve para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor. Serve
para conhecer suas competências curriculares, seu estilo de aprendizagem, seus
interesses, suas técnicas de trabalho.
24

2. Você acredita que a avaliação, realizada em sua escola, é justa e reflete o


conhecimento do aluno ?

Prof. 1. Acredito que a escola ainda segue uma avaliação através de provas, o aluno
é medido somente naquela situação específica, abandonando-se tudo aquilo que foi
realizado em sala de aula antes da prova, apesar da escola veicular que avalia o
aluno por um todo.

Prof. 2. Depende do professor. Eu, por exemplo avalio tudo. A observação é


registrada, é de grande ajuda na realização de um processo de avaliação contínua.

Prof. 3. A avaliação é global. Se realiza em vista as várias áreas de capacidades do


aluno: cognitiva, motora, de relações interpessoais, de atuação etc. e, situação do
aluno nos variados componentes do currículo escolar.

Prof. 4. Na escola onde trabalho a avaliação do processo pedagógico envolve o


Planejamento e o Desenvolvimento do processo de ensino. Neste contexto é
necessário que a avaliação cubra desde o projeto Curricular e a Programação, do
ensino em sala de aula e de seus resultados.

Prof. 5. A escola segue os Parâmetros Curriculares onde a informação sobre os


resultados obtidos com os alunos deve necessariamente levar a um replanejamento
dos objetivos e conteúdos, das atividades didáticas, dos materiais utilizados e das
variáveis envolvidas em sala de aula: relacionamento professor/aluno,
relacionamento entre alunos e entre esses e o professor.

3. Você concorda com a maneira que é feita a avaliação em sua escola ?

Prof. 1. Sou um pouco tradicionalista e acredito que a avaliação de conteúdos deve


sim ser a partir de provas para saber o que realmente o aluno aprendeu. Então
concordo.

Prof. 2. Sim concordo. A avaliação é um elemento indispensável para a reorientação


dos desvios ocorridos durante o processo e para gerar novos desafios ao aprendiz. A
avaliação deve ser resultado de uma discussão de forma honesta e transparente,
entre todos os elementos envolvidos no processo.
25

Prof. 3. Eu acredito que a escola está seguindo o que lhe é imposto. E, nós
educadores devemos seguir o que a escola impõe. Tanto a escola como os
educadores estão seguindo as novas propostas através da legislação e parâmetros.
Assim, penso que devo procurar pensar como eles e concordar.

Prof. 4. Procuro avaliar o aluno conforme o Planejamento da U.E. Mas, é difícil


seguir o que nos é passado uma vez que é difícil em uma classe de 30 ou 40 alunos
conhecer cada um e avaliar o aluno como um todo. Deixa –se desejar em termos de
conteúdos escolares.

Prof. 5. Eu acho que a escola passa para os professores como deve ser a avaliação
mas, cada um avalia de uma maneira diferente. Falta orientação e, a educação não
tem melhorado em nada com as novas propostas .

4. Aponte fatores que, na sua opinião, poderiam ser melhorados para refletir uma
avaliação mais fidedigna ( em termos técnicos, relativos à escola, e em termos
práticos, relativos a sua atuação).

Prof. 1. A avaliação da maneira como está sendo conduzida no país deixa a desejar
em todos os setores. A escola deveria reivindicar classes com menos alunos, mais
estrutura, mais orientação e reciclagem de professores. Quanto a atuação dos
professores é difícil dizer, uma vez que o seu desempenho depende das condições
que a escola oferece.

Prof. 2. A escola tem que ser um encontro de gerações, direito fundamental do


cidadão ao conhecimento e espaço de formação da pessoa. Minha escola procura
fazer isso e acho que está se saindo bem. Tem vários projetos onde envolve a
direção, o administrativo, os professores, os alunos e a comunidade e isso ajuda para
conhecer o aluno. Sobre a minha atuação gostaria de evitar a improvisação, prever o
futuro, estabelecer caminhos que norteassem mais apropriadamente a execução da
ação educativa, e, ter condições de prever o acompanhamento e a avaliação da
própria ação mas, isso é muito difícil. Faço o que posso.

Prof. 3. A escola deve ter competência e unidade para enfrentar as eventuais


pressões equivocadas dos pais, calcadas na ansiedade de preparar desde cedo os
filhos para as provas. Não discuto a boa intenção dos pais, mas não podemos nos
26

omitir frente ao seu encaminhamento equivocado. Por mais que eu queira uma
avaliação formativa, cuidando para os alunos se apropriarem de saberes adequados,
minha autonomia como a de todos os professores, é limitada. Siga o que a escola me
impõe.

Prof. 4. A escola deixa a desejar em termos de orientação. Faltam anotações sobre


problemas pessoais do aluno e problemas que o aluno enfrenta em outras
disciplinas. Como avaliá-lo então? Eu, como professor de História, vejo meus
alunos duas vezes por semana. É difícil com esse tempo conhecê-los e avaliá-los
então acho que nas reuniões de HTPCs deveriam servir para fazer uma análise de
cada aluno em todas as disciplinas.

Prof. 5. A escola segue o sistema e passa ao professor o que ela quer que ele faça em
sala de aula, sem muito critério, sem recursos, sem dar condições ao professo. Eu,
me sinto perdida ao ver que a avaliação não está sendo conduzida de uma forma
real. Avaliamos em sala de uma Meira fragmentada.

5. Você tem algumas dúvidas sobre a sua maneira de avaliar ?

Prof. 1. Muitas. Mas sigo o que a escola impõe.

Prof. 2. Tenho muitas. São tantas que vou me limitar a dizer o seguinte: Como
avaliar um aluno indisciplinado, que mostra não ter respeito para o professor e com
os colegas mas, que, ao fazer uma prova mostra que sabe a matéria? Demonstra
saber a essência do conteúdo, mas não quer conversar sobre o assunto? Difícil não?

Prof. 3. Tenho alguns critérios para fazer o relatório. Tendo isso claro, posso dizer
quanto o aluno está se aproximando, ou não, dos objetivos. Mas sempre há dúvidas
se estou ou não avaliando de forma correta.

Prof. 4. Não, porque estou fundamentada dentro das normas pré-estabelecidas,


desde o princípio do ano letivo, no qual foi estipulado dentro do planejamento
escolar.

Prof. 5. Sim, pois cada sala tem sua heterogeneidade de alunos onde o rendimento
diferencia-se na hora de avaliar e, isso ocorre às vezes incertezas de estar ou não
avaliando corretamente. Como fazer isso com mais de 40 alunos em classe?
27

3.2. Análise dos resultados da pesquisa

Essa pesquisa procurou ilustrar como pensa o professor na atualidade sobre a


avaliação, hoje tão falada e comentada. Todos os professores foram unânimes em dizer
que as novas propostas fazem a escola e os professores avaliarem o aluno como um todo
mas, a maneira disso ser feito depende de cada professor.

Segundo os professores entrevistados, a forma que os alunos as vezes é avaliado,


não é a contento do professor, mas eles devem seguir normas pré-estabelecidas pelas
escolas e diretorias de ensino, logo a forma real no qual o aluno deve ser avaliado deixa
de ser satisfatório para o professor envolvido. Procura-se uma interdisciplinaridade, na
hora que é para avaliar o aluno. Essa com certeza tem que ser globalizada, além de tudo
estar baseada no planejamento escolar.

Na questão no qual foi perguntado, se os professores estão de acordo com a


forma como os alunos estão sendo avaliados, todos responderam que seguem os padrões
estabelecidos pelas unidades escolares. Entre os recursos que poderiam melhorar a
avaliação dos alunos os professores defendem que seja colocado em prática a
interdisciplinaridade e a globalização, pois os alunos de hoje, fazem parte dessa nova
aldeia global, que é o mundo que vivemos.

Ao perguntar sobre à forma que cada um avalia seus alunos, há controvérsias nas
respostas, pois uns seguem a cartilha da escola que lecionam, outros acham que estão no
caminho certo.

3.3. Resultado da análise

No geral todos os professores, procura adaptar a realidade de seus alunos dentro


dos subsídios que as escolas oferecem, e tentam ser malabarista, quando a situação é
avaliar o aluno. Sabe-se que o aluno de hoje, é diferente, pois ele vem de uma nova
realidade social, cultural e econômica.
28

Com as novas propostas que tem sido implantadas na educação nos últimos anos
tem ficado um pouco perdido, pois num momento tem que se proceder de uma forma,
logo muda tudo. Conclui-se que a avaliação junto aos alunos é uma grande incógnita.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho aqui realizado mostrou que as mudanças na avaliação devem


envolver um novo paradigma da relação professor/aluno, vista uma relação de apoio e
de parceria.

Essas mudanças provocam ansiedade entre os professores que habitualmente


fazem uma avaliação classificatória, que apenas verifica o rendimento escolar para
separar os alunos aprovados e reprovados ao final do processo.

Ao invés disso, é necessário que os professores superem essa posição mais


individualista e possam construir coletivamente novas formas de trabalho docente,
partindo para uma avaliação formativa, capaz de colocar à disposição do professor e da
equipe escolar informações mais precisas, mais qualitativas, sobre os processos de
aprendizagem dos alunos, os quais dependem da estrutura dos conhecimentos a
construir e das habilidades a desenvolver em cada área.

Observou-se que para uma avaliação verdadeiramente formativa, o educador


necessita ter olhar de pesquisador e de vigilante. Contudo esses olhares não são
completos sem exercício de escuta. De nada vale pôr os olhos, quando ao observar, não
se escuta o que o outro tem a dizer, não se está disponível e sensível ao outro.

Escutar requer um abandono de si ao conhecer do outro; um desejo; um interesse


em encontrar o outro. A escuta é, portanto, o resultado da interpretação e compreensão
do falante, com finalidade de que o processo de reciprocidade da Educação possa ser
estabelecido.
29

Reconhece-se as dificuldades apresentadas por uma avaliação diagnóstica, que


implica em acompanhamento individualizado, com preenchimento de algumas centenas
de fichas por professores do Ciclo II E Ensino Médio, muitas vezes, responsáveis por
400 ou 500 alunos, conforme a disciplina que ministram e jornada de trabalho, que
exercem. Contudo ela é perfeitamente factível para os professores do Ciclo I, que regem
apenas uma classe.

Assim, agindo, estarão os professores dando um passo gigantesco na eliminação


da avaliação classificatória e elevando, sobremaneira, a qualidade de ensino em suas
aulas. O fato de muitos alunos serem promovidos, aleatoriamente deveria ser objeto de
profunda reflexão para nós, educadores, interessados na aprendizagem de nossos alunos.

Partindo das leituras dos PCNS (Parâmetros Curriculares Nacionais) e Lei


9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) conclui-se que a escola,
como entidade, cada vez mais globalizada, poderá ser acometida de uma
marginalização, por não acompanhar as mudanças tecnológicas do seu público alvo e da
sociedade do conhecimento.

O trabalho mostrou ainda que a prática docente e a sua conseqüente avaliação


também necessitam de mudanças significativas, e que a velocidade e a capacidade de se
obter e transmitir informações telemáticas, tornam a aula tradicional menos atrativa
levando ao descrédito o educador e causam, em última instância, evasão e indisciplina.

Precisa-se mudar a retórica, a prática, o planejamento das aulas e


consequentemente a avaliação. Sabemos que a mudança é muitas vezes difícil, mas
necessária. É preciso estabelecer relações entre o novo e o antigo; entre o bom e o mau
aluno (que se constituem em mero juízo de valores); é preciso desvencilharmos de pré-
conceitos e pedir ajuda.

Assim, com humildade intelectual e muita vontade de fazer diferente, estaríamos


formando processos educativos transformadores, pois perceberíamos o fundamental:
seres humanos transformando a qualidade de suas relações.

A avaliação nas escolas ainda precisa ganhar, realmente, a preocupação dos


coletivos constituídos. Sair do campo de preocupação individual, da angústia de cada
um e ganhar as dimensões dos grupos de trabalho dos ciclos, dos turnos de toda escola.
30

O enfoque sobre os conteúdos, a maneira de professores e alunos se


relacionarem, os projetos de trabalho desenvolvidos, os objetivos do projeto da escola,
pensando este como resultado dos desejos do coletivo, estão ligados à concepção de
avaliação que se vai trabalhar.

Ela é um dos componentes do sistema da escola, não está separada de outros


elementos. Não deve ser discutida em separado, não é mais importante que discutir
regras de convivência ou como criar maneiras mais eficazes de ensinar, ou ainda como
trabalhar a inter-relação das várias áreas do conhecimento.

A avaliação tem esbarrado em um problema crônico na educação: a dificuldade


do trabalho coletivo. E é exatamente na hora que vai se discutir resultados ou normas
que o problema mais aparece.

Nos conselhos de classe e nas reuniões de planejamento (início do ano) os


professores tentam achar critérios comuns, ações conjuntas para valorizar ou punir,
formas únicas de distribuição de créditos. A dificuldade é que, sem aprofundar no
conteúdo do problema, não conseguem seguir em frente.

Então a culpa é da dificuldade de se trabalhar em equipe. É como se isto fosse


impecilho natural dos homens, contrariando todas as conclusões das Ciências Sociais.
Por tudo isso, é preciso reformular o sistema de ensino, começando pelos professores.

A pesquisa de campo realizada para esse trabalho mostrou que com novas
propostas que tem sido implantadas na educação nos últimos anos, os professores tem
ficado um pouco perdidos, pois num momento tem que proceder de uma forma, em
outro muda tudo. E, a partir daí percebe-se que a avaliação junto aos alunos é uma
grande incógnita.

Precisamos desconstruir o que existe para reconstruí-lo mais forte e coerente


com o que se pretende de um sistema educativo de qualidade, valorizando o aluno, mas
também o professor assim como todo o processo de reconstrução de ensino-
aprendizagem no Brasil.

O trabalho em seu conjunto, apontou problemas que a avaliação enfrenta, junto


aos professores, nas escolas, e também surgiu novos caminhos e proposta a serem
pensadas por diretores, coordenadores e professores.
31

Ao avaliar o aluno, muito mais do que dar nota ou um número no final de


semestre, é saber se o professor conseguiu atingir os objetivos que ele se propôs com o
mesmo.

REFERÊNCIAS

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de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.

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Médicas, 1995.

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32

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Paulo: Editora Vozes, 2002.

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SOUZA, Sandra MARIA Zákia Lian. Avaliação da aprendizagem: teoria legislação e


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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-libertadora do


processo de avaliação escolar. São Paulo: Salesiana Dom Bosco, 1993.

Mudar a avaliação. Sem essa de exclusão! Revista Mundo Jovem, Porto ALEGRE: Nº
318 DE JULHO 2001.

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