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Aquidauana - MS
Novembro de 2010.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA
CURSO DE AGRONOMIA
Aquidauana - MS
Novembro de 2010.
“Ao homem que teme ao Senhor, ele o instruirá no caminho que deve
escolher.”
Salmos 25.12.
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus por seu imenso amor por mim e o fortalecimento durante as batalhas
que enfrentei.
Aos meus pais por todo amor e apoio que me oferecerão.
Ao professor Dr. Elói Panachuki pela orientação, dedicação e paciência durante
a execução deste trabalho.
Aos amigos que me ajudaram nas atividades de campo nesta pesquisa.
Aos professores do Curso de Agronomia da Unidade Universitária de
Aquidauana por todos os ensinamentos transmitidos.
iv
SUMÁRIO
Página
v
LISTA DE TABELAS
vi
LISTA DE FIGURAS
vii
RESUMO
viii
1. INTRODUÇÃO
2
oriundos têm reflexos no aumento dos custos causando, anualmente, um
prejuízo econômico enorme ao país (HERNANI et al., 2002).
O processo complexo deste tipo de erosão se manifesta em
intensidade variável, dependendo da interação dos fatores clima, solo,
topografia, vegetação, uso da terra e práticas conservacionistas (PIRES et al.,
2006).
E pode ser dividido em três fases, sendo a primeira a desagregação
das partículas do solo que é a mais importante, consistindo no desprendimento
ou separação de grânulos individuais ou agregados de solo da massa que as
contém pela ação de agentes erosivos, a segunda o transporte do material
desprendido do seu local de origem e sua condução até a posição, onde serão
depositadas, e a última a deposição, que só ocorrerá quando a carga de
sedimentos em suspensão na água do escoamento exceder a sua capacidade
de transporte (PANACHUKI, 2008).
Com a finalidade de se avaliar as práticas de manejo e do grau de
deterioração do potencial agrícola das terras, a erosão hídrica é analisada de
acordo com a forma de manifestação na superfície do terreno, sendo
diferenciada em laminar, sulcos e em voçorocas (SANTOS & ANJOS, 2007).
Ainda segundo os mesmos autores a erosão laminar é caracterizada
como um tipo de remoção de solo incidente de forma mais ou menos uniforme
sobre a superfície de uma área, sendo resultante do escoamento superficial na
forma de fluxo laminar delgado, podendo ser turbulento pelo impacto das gotas
de chuva, e a erosão em sulcos é caracterizada por pequenos canais na
superfície do solo, onde há concentração de enxurrada e o escoamento
superficial ocorre na forma de fluxo concentrado, enquanto que a erosão em
voçorocas é vista como um estágio avançado da erosão em sulcos.
A variabilidade da erosão hídrica também se manifesta sobre a
superfície do terreno, sendo que as perdas de solo, água e nutrientes dela
resultantes são as principais responsáveis pelo empobrecimento das terras
cultiváveis, o que ocasiona uma diminuição acelerada da capacidade produtiva
e, consequentemente, insustentabilidade dos sistemas de produção agrícola
(BERTOL et al., 2004).
A erosão é um fenômeno de superfície e, por isto, as condições físicas
de superfície do solo desempenham papel primordial na mesma, dificultando-a
3
ou facilitando-a, o que pode ser influenciado pelas práticas de manejo
utilizadas. As mais importantes condições físicas são a cobertura por resíduos
culturais, a rugosidade superficial induzida pelos métodos de seu preparo, a
presença de selos e, ou, crostas e a resistência do solo ao cisalhamento
(VOLK et al., 2004).
Assim torna-se importante salientar que o solo submetido ao cultivo
intensivo tende apresentar alterações na sua estrutura original, pela divisão
sucessiva dos agregados em unidades menores, com consequente redução no
volume de macroporos e aumento no volume de microporos e na densidade do
solo (PANACHUKI, 2003).
De acordo com Bertol et al. (2008) o preparo mecânico do solo além de
causar mudanças nas propriedades físicas de superfície e subsuperfície, altera
também a cobertura do solo, afetando diretamente a erosão hídrica pluvial,
sendo ainda que a densidade, rugosidade e porosidade são as propriedades de
superfície mais prontamente alteradas.
Em vários estudos alguns autores colocam que dentre as variáveis
primárias que influenciam a erosão hídrica do solo, a cobertura e a rugosidade
superficial são as mais importantes, sendo responsáveis por quase toda a
armazenagem de água e retenção de sedimentos da erosão na superfície do
solo (COGO, 1981 apud BERTOL et al., 2008).
A cobertura do solo disponibilizada pelos resíduos culturais deixados
na superfície tem ação direta e efetiva na redução da erosão hídrica, em
virtude da dissipação de energia cinética das gotas da chuva, diminuindo então
a desagregação das partículas de solo e o selamento superficial, além de
aumentar a infiltração de água (COGO et al., 2003). A mesma atua ainda na
redução da velocidade do escoamento superficial e, consequentemente, da
capacidade erosiva da enxurrada (SLONEKER & MOLDENHAUER, 1977).
A eficácia de qualquer prática recomendada para a diminuição dos
problemas relacionados ao processo erosivo do solo depende da quantidade
de resíduos vegetais mantidos sobre a superfície e, segundo Hayes (1984),
quanto maior o índice de cobertura vegetal da superfície, maior a efetividade no
controle da erosão.
4
Na ausência de cobertura do solo por resíduos vegetais e assim dos
benefícios dela decorrentes, assume então importância redobrada na redução
da erosão hídrica a rugosidade superficial do solo (VOLK et al., 2004).
Assim a rugosidade superficial, ou microrrelevo do solo, que em
realidade é formado pelas diferenças nas medidas de alturas na superfície do
solo em distâncias relativamente pequenas (ALLMARAS et al., 1966), torna-se
fundamental para o armazenamento da água proveniente da chuva, bem como
o aumento da taxa de infiltração e da redução do escoamento superficial.
Em um solo preparado a rugosidade influencia a quantidade de água
que pode ficar retida nas depressões durante ou após uma chuva, de modo
que as pequenas depressões retêm por mais tempo a água empoçada na
superfície retardando o início do escoamento reduzindo a velocidade e a
energia cinética do escoamento, diminuindo, assim, o arraste e a dispersão de
agregados pela enxurrada evitando o início do processo erosivo (MELLO,
2004).
A rugosidade superficial do solo pode ser originada de duas formas,
pelas operações de preparo do solo e pelos resíduos vegetais deixados na
superfície por práticas anteriores (PANACHUKI, 2008), já seu decaimento é
influenciado pelo tipo e manejo de solo, e pelo volume e intensidade de chuva
e de enxurrada (BERTOL et al., 2006).
A chuva diminui a rugosidade, pois, ao incidir diretamente sobre o solo,
a energia cinética das suas gotas provoca separação das partículas de solo na
crista das microelevações, as quais são depositadas na base das
microdepressões do microrrelevo. Assim, as ondulações do microrrelevo
tendem a se tornar menos acentuadas ao longo da duração das chuvas
(ZOLDAN JUNIOR et. al., 2008).
Ao reduzir a rugosidade do solo à ação da chuva também pode
ocasionar a diminuição da retenção e da infiltração superficial de água no solo,
o que favorece o surgimento do selamento superficial, especialmente nas
microdepressões da rugosidade, o que acaba por refletir em maiores perdas de
água e solo aumentando assim a erosão hídrica (BURWELL & LARSON, 1969;
apud CASTRO et al., 2006).
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2.2 Atributos físicos do solo e erosão hídrica
6
tamanho e continuidade dos poros, condutividade hidráulica, estabilidade de
agregados (RAMOS, 2009).
Alguns destes atributos são tidos ainda como indicadores da qualidade
física do solo tais como a porosidade total, macroporosidade, microporosidade,
densidade do solo, resistência à penetração, permeabilidade do solo,
estabilidade de agregados e profundidade (SILVA et al., 2005).
De forma geral, essas propriedades funcionam como indicadores de
possíveis restrições ao crescimento radicular das culturas (FERNANDES et al.,
2007).
A porosidade total do solo é constituída pelo volume de vazios do solo
(ar e água), e também é inversamente proporcional à densidade do solo, sendo
que as características do espaço poroso de um solo estão intimamente ligadas
com os processos físicos, mecânicos e biológicos que ocorrem no mesmo,
apresentando interferência da textura, estrutura, compactação e teor de
matéria orgânica (EFFGEN et al., 2006).
Sendo também a porosidade de grande importância para muitos
processos relacionados ao solo, como infiltração, condutividade, drenagem,
retenção de água, difusão de nutrientes, crescimento de microrganismos,
raízes e pêlos absorventes (MOREIRA & SIQUEIRA, 2002 apud MENDES et.
al., 2006).
3 -3
Os valores de porosidade do solo variam em geral de 0,3 a 0,6 m .m ,
e solos de textura arenosa podem ser menos porosos quando comparados aos
solos de textura argilosa (KLAR, 1991).
Apesar de não ser um atributo dinâmico de qualidade do solo, a textura
tem um grande efeito no processo erosivo, pois influencia a desagregação pelo
impacto das gotas da chuva bem como pelo escoamento superficial
(REICHERT et al., 1992).
Se o preparo do solo afetar sua porosidade, afetará também a aeração
e a densidade, consequentemente, a morfologia radicular das culturas
implantadas (FERNANDES et al., 1999).
A densidade do solo por sua vez, é definida pela relação entre a massa
das partículas sólidas e o volume total do solo seco, levando em consideração
a porosidade, não apresentando valores constantes, podendo ser afetada pela
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textura, estrutura, grau de compactação e expansão do solo (EFFGEN et al.,
2006).
Esta propriedade é um importante indicativo das condições de manejo
do solo, pois reflete o arranjamento de suas partículas, que por sua vez define
as características do sistema poroso. O aumento da densidade do solo
restringe o crescimento radicular à medida que a raiz encontra poros menores
e em menor número (SANTOS et al., 2009)
Além da densidade a resistência à penetração está entre as
propriedades do solo que mais influi na expansão do sistema radicular, no solo,
podendo ocorrer naturalmente, resultante do impacto das chuvas, ou pela ação
de animais silvestres que transitam nestes locais (DALBEN & OSAKI, 2008). A
resistência à penetração é provocada pelo aumento da densidade do solo e o
grau aceito depende do propósito a ser atingido (FERNANDES & VITORIA,
1997).
A resistência do solo à penetração pode alterar o fluxo de água no solo,
reduzir a produtividade, além de aumentar os níveis de erosão, visto que
normalmente diminui a taxa de infiltração, aumentando o escoamento
superficial, pois a difusão da água depende do tamanho dos poros (SEIXAS;
OLIVEIRA & SOUZA, 1998).
Um dos atributos mais importantes para se avaliar a qualidade do solo
é a sua estrutura, porque complementa o estudo de avaliação do arranjo entre
sólidos e vazios (MENDES et al., 2006), pode ser considerada como uma das
propriedades mais suscetíveis às modificações antrópicas (ALLISON, 1973
citado por GUTH, 2010), sendo a degradação da estrutura do solo a causa da
perda de condições favoráveis ao desenvolvimento vegetal, predispondo o solo
à erosão hídrica acelerada (ALBUQUERQUE et al., 1995).
O solo quando submetido ao cultivo tende a perder a estrutura original,
pelo fracionamento dos agregados em unidades menores, com consequente
redução no volume de macroporos e aumentos no volume de microporos e na
densidade (CARPENEDO & MIELNICZUK, 1990).
Avaliações quantitativas sobre a estrutura dos solos podem ser feitas
por determinações indiretas por meio da quantidade de agregados estáveis em
água ou a seco, ou resistência dos agregados ao impacto de gotas de chuva
simulada, ou direta por alguns dos atributos físicos (MENDES et al., 2006).
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A melhoria da estrutura é acompanhada pelo aumento da
permeabilidade, pelo decréscimo na erodibilidade e pela redução no
escoamento superficial de água e, consequentemente, pela redução da erosão
hídrica e aumento da qualidade do solo (WISCHEMEIER, 1966 apud MENDES
et al., 2006).
9
destruição dos agregados do solo, de modo que as partículas menores em
suspensão penetram e obstruem os poros diminuindo a permeabilidade
(SHAEFER et al., 2002).
Devido os problemas rotineiramente causados pelo preparo
convencional, surgiram os preparos conservacionistas, que proporcionam
menor mobilização do solo e mantêm maior proteção da superfície com os
resíduos vegetais (PANACHUKI, 2003).
Os preparos de solo conservacionistas caracterizam-se pela pequena
movimentação mecânica do solo, manutenção de grande parte dos resíduos
culturais na superfície e elevação da rugosidade superficial, com exceção da
semeadura direta (BERTOL et al., 1987), o que garante a eficácia destes
sistemas de manejo no controle da erosão hídrica comparados com os
preparos convencionais (SCHICK et al., 2000).
Atualmente o plantio direto vem se consolidando como uma tecnologia
conservacionista, com sistemas adaptados às diversas regiões e níveis
tecnológicos desde o grande agricultor altamente tecnificado até o pequeno
que utiliza tração animal (SIQUEIRA, 2006).
O sistema plantio direto oferece mínima mobilização do solo e
manutenção dos resíduos culturais na superfície, diminuindo significativamente
as perdas de solo e de água por erosão hídrica. Os fatores que determinam à
redução da erosão hídrica neste sistema podem provocar mudanças na
estrutura e na porosidade do solo, quanto à infiltração de água e do
crescimento radicular, resultando em condições distintas daquelas
apresentadas pelos sistemas convencionais (FERNANDES et al., 2007).
Cassol et al. (2004) estudando o escoamento superficial e a
desagregação entre sulcos de um solo franco-argiloso-arenoso com resíduos
vegetais sob chuva simulada, constataram que com o incremento nas doses de
palha de 0,0 a 0,8 kg m-2, os valores de rugosidade hidráulica, que retratam a
resistência do solo ao escoamento, elevaram-se de 0,043 a 0,522 o que
acabou refletindo na redução da taxa de desagregação e nas perdas de solo.
Bertol et al. (2007) promovendo estudos sobre perdas de solo e água e
escoamento superficial em área cultivada sob semeadura direta com utilização
de um simulador de chuva de braços rotativos observaram que a quantidade de
sedimentos totais perdida por erosão hídrica neste tipo de semeadura foi
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menor que a normalmente verificada no método convencional de preparo do
solo.
Em seu trabalho sobre perdas de solo e água num Latossolo Vermelho
aluminoférrico submetido a diferentes sistemas de preparo e cultivo sob chuva
natural, Beutler et al. (2003) observaram que os preparos de solo
conservacionistas foram mais eficazes em preservar algumas de suas
propriedades, em especial a semeadura direta que reduziu em 10 % a
densidade do solo e aumentou em 60 % o volume de macroporos em relação
aos sistemas de cultivo com preparo de solo convencional
Hernani & Fabrício (1999) avaliaram desde 1987 até 1997 em
Dourados-MS em área experimental da Embrapa, os efeitos de quatro sistemas
de manejo nas perdas de solo e água por erosão (escarificação com
escarificador de cinco hastes, gradagem com grade de 16 discos, plantio direto
e aração com arado de discos), aplicados todos os anos, antes da semeadura
da soja e do trigo cultivados em sucessão, e concluíram que o sistema de
plantio direto foi o mais eficaz no controle destas perdas, enfatizando que na
média do período de 1987 a 1994 as perdas de solo foram quatro, sete e nove
vezes menores e para as perdas de água três, quatro e seis vezes menores
que nos demais sistemas.
Comparando diferentes sistemas de manejo e sua influência nas
perdas de solo, água e nitrogênio por erosão hídrica Guadagnin et al. (2005)
concluíram que os sistemas conservacionistas de manejo do solo mostraram-
se mais eficazes, tanto em relação ao solo sem cultivo quanto ao preparo
convencional. A semeadura direta foi ainda mais eficaz do que o cultivo mínimo
na redução das perdas de solo e água, sendo que as perdas de solo foram
mais influenciadas do que as perdas de água pelos sistemas de manejo do
solo.
Os mesmos autores ressaltam ainda que a ineficácia dos preparos
convencionais na preservação e proteção das propriedades e qualidades do
solo pode ser explicada pela ausência de cobertura por resíduos vegetais,
baixa rugosidade superficial e alta quantidade de partículas desagregadas
prontamente disponíveis para o transporte, decorrentes do tratamento com
aração e gradagens, o que proporciona a diminuição da infiltração da água no
solo e aumento da enxurrada, agravando o processo erosivo.
11
3. MATERIAL E MÉTODOS
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número de fendas no obturador (Figura 2) e a pressão de serviço em 32 kPa. A
calibração do infiltrômetro foi efetuada através da utilização de uma bandeja de
1,0 m de comprimento por 0,7 m de largura, colocada sob a área de ação do
equipamento para obtenção do volume precipitado.
V
Ip =
A.t
em que:
V = volume coletado, L;
A = área de coleta, correspondente à área da bandeja (0,70 m2);
t = duração da precipitação, h.
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FIGURA 3 - Dispositivo demarcador
da área da parcela experimental
(0,70 m2).
14
a) b) c)
Ec/a = (10-3 / 2) ρw L v2
em que:
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Ec/a = energia cinética por unidade de área, J m-2;
ρw = massa específica da água, kg m-3;
L = lâmina média de água aplicada pelos bicos, mm;
v = velocidade terminal da gota, m s-1.
16
colocadas em estufa, à temperatura de 60 oC, por um período de tempo até
que houvesse a completa evaporação da água contida nas mesmas. A
umidade retida nas amostras foi determinada e acrescida ao volume de água
registrado.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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profundidade avaliada. Este fato pode ter ocorrido devido à possibilidade de
compactação de sub-superfície, já que a área avaliada tem sido submetida
consecutivamente ao manejo mecanizado, que ocasiona na maioria das vezes
o adensamento do solo, o que corrobora com o estudo de Effgen et al. (2006)
que atribuem os valores encontrados de densidade do solo acima da média ao
constante manejo mecanizado na área de estudo.
Beutler et al. (2006) estudando o efeito da compactação na
produtividade de cultivares de soja em um Latossolo Vermelho obtiveram como
resultado que o tráfego de máquinas sobre o solo aumentou a compactação,
verificando aumento da resistência à penetração pelas raízes da soja, da
densidade do solo e da microporosidade além da redução dos macroporos.
O manejo sucessivo com plantio convencional na área de estudo
utilizando-se sempre os mesmos implementos agrícolas pode também ter
culminado na compactação do solo logo abaixo da camada arável, originando
então o chamado pé-de-grade, além disso, o uso de sistemas convencionais
influencia na diminuição da matéria orgânica do solo devido as perdas pela
erosão hídrica, e Da Silva et al. (2005) correlacionam ainda o aumento da
densidade do solo com a diminuição no teor de matéria orgânica nas maiores
profundidades.
A porosidade do solo apresentou valores inversamente proporcionais
aos da densidade, relação que já havia sido colocada por Effgen et al. (2006),
resultados como estes foram também verificados por Loss et al. (2009) onde os
menores valores de porosidade foram obtidos nas áreas que apresentaram as
maiores densidades do solo.
Spera et al. (2004) avaliando atributos físicos em diferentes
profundidades em quatro sistemas de produção integrando grãos observaram
diferenças na porosidade total em todas as camadas, com exceção de uma,
sendo que a porosidade total diminuía da camada 0-5 cm para a camada 10-15
cm, indicando segundo os mesmos a degradação da estrutura do solo.
Mello Ivo & Mielniczuk (1999) colocam que atualmente os métodos de
preparo de solo como o reduzido e a semeadura direta estão sendo utilizados
em substituição aos preparos convencionais principalmente por provocarem
estruturas diferentes em todo o perfil do solo, as quais podem influenciar o
desenvolvimento do sistema radicular das plantas e a produtividade.
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Avaliando os atributos físicos e o carbono orgânico de um Argissolo
Vermelho sob sistemas de manejo Cruz et al. (2003) observaram que a
porosidade total na camada de 0,0-0,10 m nos dois sistemas convencionais
estudados apresentaram maiores valores quando comparados aos sistemas de
plantio direto e campo nativo, com 37,77; 39,08; 32,64 e 34,32%,
respectivamente, o que foi atribuído ao maior revolvimento do solo no plantio
convencional e a compactação por máquinas e pisoteio animal nos demais,
além disso os resultados para a microporosidade nos preparos convencionais
foram maiores na camada 0,10-0,20 m valores que segundo os autores são
resultantes das operações de preparo do solo o que ocasionou o chamado pé-
de-grade na área estudada.
O maior intervalo de tempo para o início do escoamento superficial foi
observado no tratamento SPDCC possivelmente em decorrência da presença
do material vegetal sobre a superfície do solo que aumentou a sua rugosidade
superficial, fazendo com que a água da chuva ficasse retida nas pequenas
depressões existentes no terreno.
O menor valor de energia cinética foi observado no tratamento com o
menor tempo de início de escoamento superficial, onde o solo ficou menos
tempo sob a ação da chuva simulada, o que demonstra a suscetibilidade aos
processos erosivos deste solo nestas condições mesmo submetido a uma
chuva de curta duração.
Já Volk et al. (2004) comparando o preparo convencional com resíduo
cultural incorporado, o preparo convencional com resíduo cultural removido, a
semeadura direta com resíduo cultural removido e retornado e uma área sem
cultivo, observaram que os tratamentos sob preparo convencional
possibilitaram maior infiltração e retiveram por mais tempo a enxurrada nas
microdepressões o que resultou em maiores tempos para o início do
escoamento do que na semeadura direta, o que se deve não somente por a
mesma apresentar mínima rugosidade e superfície consolidada, mas também
na maioria das vezes maior densidade, fatores que atuando em conjunto
dificultam a infiltração e favorecem o escoamento superficial.
20
4.2 Perdas de Solo
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Guadagnin et al. (2005), trabalhando com perdas de solo, água e
nitrogênio por erosão hídrica em diferentes sistemas de manejo, constataram
que as maiores perdas de solo foram nos tratamentos sob preparo
convencional, o que foi explicado pela pequena quantidade de cobertura por
resíduos vegetais, baixa rugosidade superficial e alta quantidade de partículas
desagregadas e disponíveis para o transporte, decorrentes do preparo com
aração e gradagens, propiciando a menor infiltração e aumento da enxurrada
em relação aos demais tratamentos, constatou-se ainda uma eficácia de até
99% no controle de erosão na semeadura direta em relação ao preparo
convencional.
Em seu trabalho Mello et al. (2003) observaram que as perdas de solo
em uma área cultivada com a semeadura direta de soja sobre o campo natural
dessecado e a semeadura direta de soja sobre o campo natural dessecado e
queimado foram menores que as apresentadas por todos os outros
tratamentos, resultado originado não somente pelos fatores que influem na
enxurada (rugosidade e cobertura do solo), mas também à melhor condição de
estrutura que influenciou o tempo necessário para a enxurrada atingir sua taxa
máxima e a menor quantidade de partículas soltas na superfície do solo.
Os Argissolos com textura areia franca em geral como o presente na
área de estudo apresentam uma estrutura fraca e uma baixa estabilidade de
agregados, de modo que quando submetidos ao preparo convencional tornam-
se mais vulneráveis ao processo erosivo, devido principalmente ao
revolvimento causado pelos implementos agrícolas utilizados neste sistema,
que provoca a desagregação das partículas do solo facilitando o seu
carreamento pela enxurada aumentando as perdas de solo e propiciando o
início da erosão.
22
4.3 Perdas de Água
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os resíduos vegetais aumentam o teor de matéria orgânica no solo e
consequentemente proporcionam uma maior estabilidade dos agregados.
Resultados encontrados por De Lima et. al (2010) enfatizam os
benefícios dos resíduos vegetais ao solo, pois observaram que os maiores
índices de perdas de água em situação de chuva simulada foram obtidos na
condição de solo descoberto com 0 ton de palha (100%) em relação aos
demais valores de cobertura 2, 4 e 8 ton, com 58,66, 55,47 e 42,79%
respectivamente, o que foi atribuído ao efeito benéfico da palhada de caráter
físico no solo, de modo que no solo descoberto as maiores perdas foram
causadas pela ação erosiva das gotas da chuva.
Em seu estudo Da Silva et. al (2005) avaliando o efeito da cobertura
nas perdas de solo em um Argissolo Vermelho Amarelo utilizando simulador de
chuva observaram que elevando-se a porcentagem de 0 a 80 % de cobertura
vegetal houve uma redução em média de 68,8%; 78,7%; 61,5% e 83,6% nas
perdas de água para as intensidades de 60, 80, 100 e 120 mm h-1.
Em seus estudos Amorim (2003) observou que a presença da
cobertura vegetal reduziu significativamente as perdas de solo e água,
alcançando 95% e 68%, respectivamente, quando as perdas observadas nas
parcelas com cultivo de milho morro abaixo foram comparadas com aquelas
observadas na parcela com solo descoberto e preparado no sentido do declive
(parcela padrão). O mesmo autor observou ainda que a cobertura vegetal
associada ao preparo em nível proporcionou uma redução de 99% de perda de
solo e 87% de perda de água, quando comparada com a parcela padrão.
A tendência de diminuição de cobertura do solo e aumento nas perdas
de água é ressaltada ainda por Guth (2010) ao colocar que em seu estudo nos
sistemas de rotação nos quais ocorreu menor adição de massa seca ao solo,
consequentemente de cobertura vegetal ocorreu um aumento significativo nas
perdas de água.
Cogo et al. (2003) trabalhando em um Latossolo Vermelho no Rio
Grande do Sul, constataram que as diferenças nas perdas de água mostraram
tendência de serem maiores no preparo convencional e um pouco menores no
preparo reduzido, ficando a semeadura direta em posição intermediária, sendo
ainda a mesma colocada como o preparo de maior eficácia no controle da
erosão.
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Torna-se importante salientar que em todos os sistemas estudados a
maior densidade obtida nas camadas mais profundas na área experimental
afeta diretamente o processo de infiltração da água no solo o que
consecutivamente reflete-se nas perdas de água, visto que à medida que se
torna mais difícil à infiltração maior é o escoamento superficial.
25
5. CONCLUSÕES
26
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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métodos de preparo do solo, na ausência e na presença de cobertura por
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superficial associadas à erosão entre sulcos em área cultivada sob semeadura
direta e submetida às adubações mineral e orgânica. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, Viçosa, v.31, n. 781-792, 2007.
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v.27, p.743-753, 2003.
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Lavras, MG. Universidade Federal de Lavras, 1994. 119p.
33