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1. Imunodepressão⇒ pois nesses casos a resposta à vacina pode estar comprometida (não produção de anticorpos) ou
raramente, poderá ocorrer a proliferação de microorganismos e consequentemente a doença (quando utiliza-se vacinas com
microorganismos atenuados).
A imunodepressão pode ocorrer:
• Uso de corticosteróides (2mg/kg/dia de prednisona por mais de uma semana em crianças com peso até 10kg ou de 20mg por
dia ou mais para crianças maiores ou adultos por mais de duas semanas).
OBS: Cabe ressaltar, porém que não constitui contra indicação a qualquer vacina o tratamento sistêmico com corticosteróides
nas seguintes situações:
2) Doenças febris graves: Em função de que os sinais ou sintomas não sejam atribuídos ou confundidos com eventuais eventos
adversos das vacinas.
3) Administração de imunoglobulinas ou de sangue e derivados: devido a possibilidade de que anticorpos presentes nesses
produtos neutralizem o vírus vacinal. Essa recomendação é válida para as vacinas contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a
varicela.
Vacina contra caxumba e rubéola ⇒ não devem ser administradas até 3 meses após o uso de imunoglobulina, sangue ou derivados.
Vacina contra varicela⇒ o período de espera deve ser pelo menos de 5 meses
Vacina contra o sarampo⇒ não deve ser administrada até 3 meses após o uso de sangue total ou plasma. No caso de utilização de
imunoglobulina, a interferência com a resposta sorológica pode ser mais prolongada dependendo da dose de IgG utilizada.
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2. Gravidez : Mulheres grávidas não devem receber vacinas contendo bactérias ou vírus vivos devido ao risco teórico de
infecção fetal. A recomendação geral é que mulheres grávidas não recebam vacinas de microorganismos atenuados durante
qualquer período da gravidez e que mulheres em idade fértil evitem a gestação durante um mês após vacinação deste tipo.
No entanto, a vacina oral contra a poliomielite e a vacina contra a febre amarela podem ser administradas em mulheres grávidas,
que apresentem risco importante de exposição iminente a essas infecções.
Na rotina, a vacina deverá ser adiada em casos de diarréia grave e/ou vômitos intensos pois a vacina é absorvida no trato gastro-
intestinal.
Nos casos de Imunodeficiência congênita ou adquirida (crianças com AIDS), Crianças em contato domiciliar com imunodeficiente
e ocorrência de poliomielite associada com a vacina (paralisia flácida) – risco de 1 caso para cada 2,6 milhões de doses
distribuídas, a criança deve ser encaminhada ao CRIES para receber vacina de vírus inativados contra poliomielite (VIP ou SALK)
3.3. Vacina contra Haemophilus influenzae do tipo b- Reação anafilática à dose anterior
3.4. Vacina BCG- Crianças com peso inferior a 2kg , infectadas pelo (VIH) que apresentem sintomas da doença ou afecções
dermatológicas extensas em atividade.
3.6. Vacina Tetravalente - história de convulsão nas primeiras 72 horas, encefalopatia nos primeiros sete dias, episódio
hipotônico-hiporresponsivo nas primeiras 48 horas, reação anafilática (todos associados à dose anterior). Nestes casos a conduta é:
Quando ocorrer Reação anafilática é contra indicada a utilização de qualquer produto que contenha os componentes diftérico,
tetânico e da coqueluche.
Em casos de história de convulsão nas primeiras 72 horas e Episódio hipotônico-hiporresponsivo nas primeiras 48 horas, a criança
deverá ser encaminhada para receber vacina tríplice acelular (DaPT). Paralelamente, deve-se continuar o esquema com a vacina
HIB.
Em casos de encefalopatia nos primeiros sete dias Completar o esquema vacinal com vacina DT (Dupla infantil) e continuar o
esquema com a vacina HIB.
Em casos de febre maior que 39,5ºc e choro persistente e incontrolável à dose anterior de DTP deve-se administrar
antitérmico/analgésico no momento das próximas vacinações com Tetravalente.
3.7. Vacina dupla adulto (dT), dupla infantil (DT) ou vacina contra o tétano (TT)- reação anafilática, neuropatia periférica,
síndrome de Guillain Barré (todos associados à dose anterior)
3.8. Vacina contra febre amarela e sarampo- anafilaxia à dose anterior, gestação, aplicação das vacinas contra sarampo,
caxumba e rubéola nos 15 dias antecedentes.
3.9. Vacina Tríplice viral- Anafilaxia à dose anterior, gestação, aplicação das vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola nos 15
dias antecedentes e história de eventos graves à dose anterior (meningite, Pan-encefalite, Púrpura trombocitopênica, problemas
articulares)
3.10. Vacina contra influenza- reação anafilática à proteínas do ovo de galinha ou reações graves à dose anterior (síndrome de
Guillain Barré)
3.11. Vacina contra rotavírus- Reação alérgica grave aos componentes da vacina ou em dose anterior, doença gastrointestinal
crônica, mal-formação congênita do trato digestivo e história prévia de intussuscepção (invaginação).
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4. CONCEITOS ERRÔNEOS EM VACINAÇÃO OU OPORTUNIDADES PERDIDAS EM VACINAÇÃO:
1. Doenças agudas leves com febre baixa, como doenças infecciosas ou alérgicas do trato respiratório superior, com tosse e/ou
coriza, e diarréia leve ou moderada.
Não há evidência que esse tipo de doença diminua a eficácia das vacinas ou aumente os seus eventos adversos;
2. Uso de qualquer tipo de antimicrobiano. Os antibióticos não interferem na resposta imune às vacinas e nenhum dos
antibióticos ou antivirais comumente utilizados é capaz de inativar as vacinas atenuadas.
3. História ou diagnóstico clínico pregresso da doença contra a qual se pretende vacinar. Não havendo certeza absoluta quanto ao
diagnóstico, deve-se efetuar a vacinação, porque a mesma não determinará qualquer aumento na incidência de eventos
adversos, caso a criança já esteja imune à doença em questão.
4. Vacinação contra a raiva. O uso simultâneo de qualquer das vacinas atualmente disponíveis contra a raiva e de outras vacinas
indicadas não leva à diminuição da imunogenicidade e aumento dos eventos adversos.
5. Desnutrição- A resposta dos desnutridos, mesmo graves, é adequada para sua proteção, não se descrevendo, também aumento
dos eventos adversos das vacinas, inclusive as preparadas com microorganismos atenuados.
6. Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada ou pregressa, com seqüela presente).
7. Alergias- História pessoal de alergia (exceto alergia de natureza anafilática relacionada com componente da vacina) ou história
familiar de alergia não indica aumento de risco de reações adversas a qualquer das vacinas atualmente utilizadas.
8. Gravidez da mãe ou de outro comunicante domiciliar- Os vírus atenuados do sarampo, da caxumba e da rubéola não são
transmitidos pelos vacinados, não havendo risco de infecção na mulher grávida. Embora já se tenha demonstrado transmissão
do vírus vacinal da varicela, o evento é raro, não havendo contra indicação para vacinar pessoas que convivam no mesmo
domicílio com mulheres grávidas.
10. Prematuridade ou baixo peso ao nascimento- as vacinas devem ser administradas na idade cronológica recomendada, porque
se demonstrou que os prematuros são capazes de responder adequadamente às vacinas aplicadas.
Ressalvas: BCG (não aplicar em crianças com peso inferior a 2kg)
11. Internação hospitalar- A internação hospitalar pode e deve ser aproveitada para atualizar o esquema de imunizações, desde que
não haja contra-indicação formal para isso.
A tolerância do público para aceitar reações adversas relacionados à pessoas saudáveis, especialmente crianças é
substancialmente menor do que com os produtos administrados à pessoas doentes. (ex: efeitos colaterais da quimioterapia em
um doente com câncer
Um erro de associação ou risco atribuível pode comprometer a confiança em uma vacina, e isso pode ter sérias conseqüências
para sua aceitação e na incidência de uma doença
Os medicamentos usados para tratamento podem ser substituídos por outros com relativa facilidade, o que com vacinas não
acontece pois mudanças de cepas ou outros constituintes são escassos e implicam em elevado custo
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O CORRETO MONITORAMENTO E A INVESTIGAÇÃO OPORTUNA E PRECISA SÃO FUNDAMENTAIS PARA A
MANUTENÇÃO DA CONFIANÇA PÚBLICA NO PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO
1991 ⇒ O PNI passou a implementar um Sistema Nacional de Investigação e Notificação de Eventos Adversos pós-vacinais
(FICHA).
A vacina poderia causar tal evento? (baseia-se em dados da literatura)
A vacina realmente causou tal evento? (baseia-se na associação temporal e no evento clínico, porém pode induzir a erros)
A vacina causará outros eventos semelhantes?
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1993⇒ O Ministério da Saúde juntamente com as Secretarias Estaduais de Saúde, estabeleceram Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais e entre suas atribuições está a investigação e acompanhamento clínico de eventos adversos notificados
pelo sistema de saúde.
1998⇒ O Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunização elaborou o Manual de Vigilância Epidemiológica de
Eventos Adversos, estabelecendo a definição de casos de eventos adversos para cada tipo de vacina, orientações quanto à conduta
de notificação e investigação.
6. CONSERVAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS
- Por meio de um sistema de refrigeração nos níveis nacional, estadual , municipal e local
- Em nível municipal e local (unidades de saúde) TODAS AS VACINAS SÃO CONSERVADAS ENTRE 2ºC E 8ºC
- Os imunobiológicos são distribuídos no refrigerador conforme sua composição:
Nunca falar com outra pessoa que não seja a mãe e a criança enquanto aplica a vacina;
Solicitar também ao pai que fique perto do bebê, principalmente quando se observa que a mãe está com medo ou muita pena;
Colocar a criança na maca para vestir somente após a mesma parar de chorar
Toda fala que contenha um estímulo positivo é vista como elogio, tanto para a criança como para os pais
Relacionadas à família:
Falar para a criança ainda em casa, que irá fazer uma vacina e que a mesma serve para proteção contra as doenças;
Conversar com o bebê, olhando nos seus olhos e elogiar sua coragem;
Abraçar, embalar, falar baixinho, encostar o rosto no rosto, acalentar;
Oferecer brinquedo, chamar a atenção da criança para outra coisa;
Segurar firme o bebê no colo na hora da aplicação da vacina e depois quando ele chora;
Nunca falar: “ Ele é homem, porque não chora”, “Ela é boazinha, nem chora”
Nunca demonstrar atitudes e falas que indicam pena: mãe tapar os ouvidos e virar de costa para o bebê ou dizer “mais uma,
coitado, faz logo se tem que fazer”, “não quero ver”...
Nunca vestir a criança com pressa. Antes de acalentá-la.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS:
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BORDIN, T. A . O cuidado do ser em desenvolvimento: o desafio de promover famílias saudáveis na sala de vacinas.
In: _________ Identificando as atitudes preventivas e as atitudes que podem representar risco para o
desenvolvimento da criança. Erechim/RS: Edi FAPES, 2001. Cap 7.
BRASIL, Ministério da saúde, Fundação Nacional de Saúde. Manual de normas de vacinação. 3 ed. Brasília, 2001.
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Situação da Prevenção e Controle das Doenças
Transmissíveis no Brasil. Brasília, 2002. 42p.
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Manual de vigilância epidemiológica dos eventos
adversos pós-vacinação. Brasília, 1998. 102 p.
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Capacitação de Pessoal em sala de vacinação. Brasília,
2001. 154 p.
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Manual de procedimentos para vacinação. Brasília,
2001. 315p.
FARHAT, C. K. ET AL. Imunizações, fundamentos e prática. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. 635 p.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAÚDE, Secretaria Municipal de Saúde Pública, Serviço de Imunização. Vacina
contra Pneumococo. Campo Grande, 2001, 3 p.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAÚDE, Secretaria Municipal de Saúde Pública, Serviço de Imunização. Informe
técnico sobre a vacina tetravalente adquirida do laboratório Bio- Manguinhos. Campo Grande, 2002, 6 p.