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Na escolha do local da futura lavoura, devem ser evitadas as seguintes


situações:
1. terrenos voltados para faces sujeitas a ação dos ventos frios que são prejudiciais
ao cafeeiro;
2. locais que tenha tido cafezais há menos de 5 anos, porque essa condição poderá
favorecer o aparecimento de pragas e moléstias no novo cafezal principalmente os
nematóides;
3. baixadas úmidas;
4. topografias muito íngremes, solos rasos, pedregosos ou muito erodid os.

  


Para a maioria das regiões cafeeiras de São Paulo, o sistema de plantio de


café que pode ser recomendado de modo geral é o de livre crescimento.
Neste sistema o espaço básico indicado é o de 4 x 2,5m para as variedades Mundo
Novo e Bourbon Amarelo, podendo entretanto essa distancia sofrer pequenas
alterações para mais ou menos em função de condições locais e dos tratos a serem
dispensados ao cafezal e que poderio influir no seu desenvolvimento.

O número de mudas por cova deverá ser de 2 a 3, sempre dispostas no


sentido das linhas e mantendo entre si uma distancia de 20 a 25 cm.

Para as regiões altas (acima de 650 metros) e menos sujeitas a períodos de


secas prolongadas, especialmente aquelas situadas ao longo da divisa com o
Estado de Minas Gerais, poderá ser recomendada o plantio no espaçamento de 3 x
2m, com 2 plantas por cova e condicionado ao decote das plantas a uma altura
máxima de 1,5m do solo quando as mesmas apresentarem tendência para o
fechamento nas ruas.

Este decote deverá ser renovado em ciclos de 3 a 5 anos e sempre após


uma safra elevada, ou na previsão de uma pequena produção no ano seguinte. Essa
operação deverá ser efetuada nos meses de agosto ou setembro após o término da
colheita.

Esse sistema proporciona uma maior produção por áreas especialmente nos
primeiros anos. Favorece também a operação da colheita quando a mesma é feita
por derriças a mão ou em cereja.

Por se tratar de sistema mais intensivo é indispensável uma assistência mais


efetiva do técnico.
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O café que mais se adapta de modo geral às condições de cultivo nas


regiões cafeeiras de São Paulo é o Mundo Novo.

É um cafeeiro rústico, vigoroso, apresentando elevado potencial de


produção. O seu porte é elevado, o que em certas condições poderá se const ituir em
inconveniente para a colheita. Os seus frutos são de tamanho médio ou graúdo.

A variedade Mundo Novo foi submetida a um intenso trabalho de


melhoramento no Instituto Agronômico de Campinas, tendo -se selecionado
linhagens das quais destacam-se as seguintes que se caracterizam por sua elevada
capacidade produtiva:

CP 379-19; CP 376-4; CP 515; CP 464; CP 493-6

Do Mundo Novo foi selecionadas o Acaiá, com sementes de maior tamanho.


Pode-se citar as seguintes linhagens do Acaiá: CP 474 -4 e CP 474-7.

- Bourbon Vermelho: Apresenta pouco interesse para a formação de novas


lavouras. O seu porte é menor que o do Mundo Novo. A sua capacidade produtiva é
bastante inferior às linhagens daquela variedade (50% em média). As melhores
linhagens selecionadas pelo In stituto Agronômico de Campinas são: LC e LC 662.

- Bourbon Amarelo: Distingue-se do Bourbon Vermelho por apresentar frutos


amarelos, maior porte e vigor. É também mais produtivo que aquele, porém não
alcança a produtividade do Mundo Novo, apresentando tamb ém frutos menores. A
sua maturação é mais precoce que a do café Mundo Novo, essa característica pode
ser vantajosa nas regiões mais frias, possibilitando o início da colheita mais cedo. As
linhagens do café Bourbon Amarelo que apresentam interesse são as s eguintes:
LCJ-3; LCJ-1O; LCJ-22; LCJ-9 e LCJ-19.

- Híbrido Catuaí: Obtido pelo cruzamento entre o Mundo Novo e o Caturra. O


seu porte é intermediário entre aquelas duas variedades.
É mais produtivo e mais rústico que o Caturra, parecendo adaptar -se bem às regiões
altas (acima de 700 metros).

As seguintes linhagens do Catuaí estão sendo recomendadas:

- Catuaí Vermelho:H 2077 - 2-5-24; H 2077 - 2-5-44; H 2077-2-5-81e H


2077-2-5-99.
- Catuaí Amarelo: H 2077- 2-5-17; H2077-2-5-65; H 2077-2-5-86 e H 2077-2-5-100.



  

Escolha do Local do Viveiro: O local para viveiro deve ter boa topografia; ser
de fácil acesso para facilitar as inspeções e saída de mudas; sem umidade
excessiva; com facilidade de água para irrigação e fora da região de influência da s
enxurradas e transito que provenham de lavouras já instaladas.
- Construção do Viveiro: Como regra geral deve-se construir o viveiro com
material de menor custo e de fácil obtenção. Os esteios poderão ser de eucaliptos,
bambu grosso etc.

- Cobertura: A cobertura é feita a mais ou menos 2 m de altura com ripas de


madeira, bambu, colmos de capim napier ou colonião, folhas de indaiá, ou outros
materiais dispostos no sentido norte -sul transversalmente, portanto ao
caminhamento do sol, para possibilitar insola ção uniforme às mudas. A densidade
de cobertura deve ser tal que forneça, inicialmente 50% de sol e 50% de sombra,
aproximadamente.

- Escolha das Sementes: Dar preferência a sementes de variedades ou


linhagem selecionadas, despolpadas, de origem conhecida e do mesmo ano, pois
sementes com mais de 6 meses de colhidas, apresentam considerável perda de
poder germinativo.

- Recipientes: Os mais usados são: laminados de madeira e saquinhos de


plástico (polietileno). As dimensões usuais são: nos laminados 10x30 c m e nos
saquinhos 11x20 cm, com espessura mínima de 0,006 cm, devendo apresentar furo
na sua metade inferior para drenar o excesso de água.

Em terras arenosas, o uso de plásticos requer maiores cuidados, exigindo


manuseio mais cauteloso.

Os recipientes devem ser cheios com a seguinte mistura:

Terra peneirada = ¾ (75%); esterco de curral = 1/4 (25%) do volume total.


Para cada metro cúbico dessa mistura acrescentar 2,5 quilos de fosfato simples e
0,5 quilos de cloreto de potássio.

- Semeadura: Pode ser direta ou indireta.


- Semeadura direta: é aquela em que as sementes são colocadas diretamente nos
recipientes.
- Serneadura indireta: é aquela em que as sementes são semeadas em
germinadores de areia, ou canteiros, para posterior repicagem das mudas para os
recipientes. Os germinadores de areia são caixas ou compartimentos de dimensões
variáveis, cheios com areia grossa de rio e sobre essa areia colocam -se as
sementes de café, cobrindo totalmente toda a superfície.

Nestas condições pode-se semear até 2 quilos de sementes por m2 (metro


quadrado). Em qualquer dos dois tipos, as sementes devem ser cobertas com uma
camada de areia grossa, de espessura entre 1 e 2 cm.

É conveniente, após a semeadura, cobrir o local da semeação com capim


seco ou material equivalente, para conservar melhor a umidade e impedir que as
sementes sejam descobertas pelo impacto da água de irrigação. Assim que se
perceba o inicio da germinação essa camada de capim deve ser removida.

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As regas devem ser de tal ordem que não encharquem e nem deixem faltar
água às mudas.

O controle da moléstia chamada tombamento das mudas pode ser feito


preventivamente, pulverizando-se um fungicida adequado.

Pode-se forçar um desenvolvimento mais rápido das mudas, irrigando-as,


quinzenalmente, a partir da formação do 3º par de folhas, com uma solução de
sulfato de amônia a 0,3% (30 gramas em 10 litros d'água) ou com outros adubos
nitrogenados nas quantidades equivalentes.

Cerca de 50 dias antes do plantio definitivo no campo deve ser iniciada a


retirada da cobertura do viveiro, a qual deverá ser feita em etapas, descobrindo -se
1/3 de cada vez, com intervalos de uma semana. As mudas devem ficar, no mínimo,
20 dias a pleno sol antes de irem para o campo.
Para o plantio no campo devem ser usadas muda s escolhidas de tamanho uniforme.
As menores devem ser mantidas nos canteiros e plantadas posteriormente.

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A erosão dos solos foi no passado e talvez ainda o seja no presente, o maior
fator de desgaste e decadência dos cafezais brasileir os.

Os prejuízos causados pela má conservação do solo afetam diretamente o


cafeicultor, podendo comprometer irremediavelmente o sucesso de seu
empreendimento.

Nestas condições, a primeira providência na instalação de um cafezal seria a


de localizá-lo em terrenos capazes de suportá-lo com segurança, mediante o
emprego de práticas conservacionistas simples e relativamente pouco dispendiosas.

Os solos muito íngremes ou pedregosos, pelas dificuldades que apresentam


para um controle eficiente da erosão e para a execução dos trabalhos normais
dentro da lavoura, são contra -indicados para a cafeicultura.

Para os solos de pequena declividade, o plantio em nível, nos espaçamentos


recomendado conjugados com a utilização de certas práticas de execução simples,
é suficiente para um controle eficiente das enxurradas e da erosão do solo.

Essas práticas são as seguintes:

- Redução das capinas: durante o período chuvoso, ao mínimo necessário


para reduzir o arrastamento de terra pelas águas da chuva.
- Alternância das capinas: consiste em se capinar (nas lavouras plantadas em nível)
rua sim rua não. Na capina seguin te o processo é invertido, fazendo -se a capina nas
ruas não trabalhadas da primeira vez e assim sucessivamente. Esse processo
mantém sempre os talhões de café com metade das ruas protegidas por uma
barreira vegetal formada pela vegetação espontânea, a qual diminui a velocidade
das enxurradas evitando a erosão do solo.
- Culturas intercalares: durante a formação do cafezal, pode plantar culturas ou
adubos verdes plantados em linhas contínuas e que apresentem boa capacidade
cortar o escorrimento das enxurradas, favorecendo a infiltração da água no solo.
- Herbicidas de pré-emergência: deve evitar o emprego, pois contribuem com a
compactação do solo, aumentando a erosão e o escorrimento da enxurrada,
prejudicando a cultura.
- Adubações: efetuar as adubações adequadas para dar à cultura principal e às
intercalares um desenvolvimento vegetativo vigoroso.

Além de um determinado declive calculado em função do tipo de solo,


deverão ser empregadas práticas mecânicas de conservação de solo, levando em
consideração as particularidades do relevo e do tipo de solo, devendo ser
consultado um técnico especializado no assunto.






O preparo do terreno, para o plantio de café, dependerá do uso anterior do


solo. Assim, se o solo vier sendo cultivado com culturas anuais, bastará uma aração
e gradagem. Em locais de pastagem ou em solos compactos, para se descompactar
o solo poderá ser necessário mais de uma aração e gradagem ou até uma
subsolação.

No caso do terreno de derrubadas, de mata natural ou floresta artific ial, é


dispensável a aração, bastando uma limpeza e coveamento.

Antes de iniciar o preparo, é aconselhável providenciar a análise do solo,


para que as adubações sejam feitas mais correta e economicamente.

O preparo do terreno deverá ser iniciado a partir d e abril. A seguir faz-se a


locação, marcando-se as covas, que deverão ser alinhadas em nível. Também os
carreadores deverão ser locados. Os carreadores em nível deverão ter uma largura
média de 6 a 7 metros. Os carreadores pendentes terão uma largura média de 5 a 6
metros.

A distância entre os dois carreadores em nível, dependerá da declividade,


localização e tamanho do cafezal, mas de um modo geral, essa distância deverá
estar entre 8 e 15 ruas de café. O intervalo aconselhável entre os carreadores
pendentes é de 50 a 70 covas. A locação dos carreadores pendentes deverá ser
feita em pequenos lances, cada um unindo apenas dois carreadores em nível.

Os carreadores pendentes em lances muito compridos poderão favorecer a


formação de enxurradas erodindo o solo.


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Normalmente a abertura das covas para o plantio é feita com o auxílio de


enxadões. Pode-se, entretanto, sulcar o terreno no espaçamento desejado com um
sulcador do tipo usado para o plantio de cana.

Esses sulcos, assim abertos, são de espaço em espaço, aprofundados e


"acertados" com enxadões, transformando -se em covas.
O uso de sulcadores aumenta muito o rendimento da abertura de covas,
tornando mais econômica essa operação.

Em condições normais as covas deverão ter 60cm de comprimento, 40 cm de


profundidade e 40cm de largura. Em caso de solos muito compactados (duros) as
dimensões deverão ser maiores.




Deverá ser efetuado durante os meses de chuva, com o solo úmido. Deve -
se dar preferência para o plantio nos dias encobertos ou com ch uviscos leves.
Dentro das covas abrem-se covetas em número de 3, dispostas no sentido das
linhas e distantes entre si de 20 a 25cm.


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Tanto a adubação da cova como as adubações nos anos após o plantio,


deverão ser baseadas na análise do solo e no estado geral da lavoura. Assim o
técnico, com base nesses elementos poderá indicar a adubação mais adequada
para cada caso especifico.

A adubação e calagem do cafeeiro devem ser estabelecidas pela análise do


solo.

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Deve-se aplicar calcário para elevar o índice de saturação em bases (V) até
70%. Não ultrapassar 05 ton/ha/ano. Aplicar 50% da porção sobre o solo antes da
aração e a outra metade depois da aração e antes da gradagem. Posteriormente,
nas covas plantio, misturar 1,5 gramas por litro da terra que se vai encher as covas.

Em lavouras já instaladas distribuir o calcário sobre a superfície do solo, ao


redor da planta, na estação chuvosa.





Misturar a terra, o calcário (citado acima, 1,5 gr/l de terra), a matéria


orgânica e os adubos minerais. O adubo orgânico entra na proporção de 20 a 50%
de esterco de curral ou 5% de esterco de galinha ou 2% de torta de mamona. Aplicar
os adubos minerais de acordo com a tabela:
Após o "pegamento" aplicar em cobertura, de cada vez 4g/cova de
nitrogênio de 45 em 45 dias durante todo o período chuvoso.






No 2º ano aplicar quatro vezes 8g/cova de nitrogênio, com intervalos de 45


dias, no período de setembro a abril. No 3º ano, de acordo ou seguindo a análise de
solo aplicar os fertilizantes conforme a tabela abaixo.

Parcelar a adubação e aplicar em cobertura, três a quatro vezes no período


de setembro a abril.






Deve ser feita a partir do 4º ano, em função da análise de solo, de três em


três anos, observando que: produções esperadas acima de 5 litros de café em coco
por planta deverão receber acréscimo de 20% de adubos/litro, das doses abaixo
recomendadas; pelo menos um dos adubos utilizados deverá conter enxofre (S),
devendo ser aplicado na base de 1/8 da dose de nitrogênio; em áreas carentes ou
deficientes, aplicar 10 a 20 g de sulfato de zinco e borax no solo por cafeeiro;
parcelar os adubos utilizados em três ou quatro vezes, no período de frutificação
(setembro a abril).
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O cultivo intercalar de outras plantas dentro do cafezal é admissível somente


durante a formação deste, objetivando uma renda compensatória ao cafeicultor
enquanto não tem o café produção. As culturas intercalares variam bastante quanto
ao prejuízo que podem causar ao cafeeiro. As principais culturas intercalares, na
ordem crescente do prejuízo, que podem causar ao cafeeiro são: feijão, amendoim,
soja, arroz, algodão, milho, girassol e mamona.

Durante o período chuvoso é admissível o cultivo, por rua do cafezal, de 2


linhas de milho ou 3 de arroz ou algodão ou 4 de feijão ou outra leguminosa de baixo
porte. No segundo ano poderá ser plantada uma linha de mil ho ou de arroz ou 3 de
leguminosa. No terceiro ano apenas 1 ou 2 linhas de leguminosas, sendo contra -
indicado o cultivo intercalar a partir do 4º ano.

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As ervas daninhas podem causar grandes prejuízos ao cafezal se não forem


adequadamente controlada s. Contudo, quando o seu crescimento não for excessivo,
o seu efeito na lavoura pode ser benéfico, controlando a erosão, contribuindo para
manter o nível de matéria orgânica do solo e evitando o aquecimento demasiado
deste e sua compactação.

Durante os meses de seca as ervas invasoras concorrem com os cafeeiros


no consumo da água disponível do solo, razão pela qual as lavouras devem ser
mantidas, nessa época, livres de qualquer vegetação estranha.
A eliminação das ervas daninhas é feita pelas capinas, geral mente em número de 3
a 5 durante o período chuvoso. As capinas podem ser manuais, mecânicas ou por
meio de herbicidas.

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São feitas normalmente com o emprego da enxada. O rendimento do
trabalho com a enxada é pequeno, dependendo principalmente do tamanho das
ervas daninhas. A capina manual é aconselhada para o desmatamento dos cafezais
antigos, plantados em espaçamentos largos e em quadra, tendo em vista que a
mecanização dessas lavouras favorece a erosão.

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São aconselháveis apenas para os cafezais plantados em nível e em


espaçamentos funcionais, onde as distâncias entre linhas são maiores do que
aquelas entre as covas nas linhas, o que permite a passagem das máquinas no
sentido do terreno.

Podem ser feitas por máquinas à tração animal ou motorizada. A única


máquina de tração animal que deve ser usada nas capinas do cafezal é o cultivador
de 5 enxadinhas, também denominada carpideira ou planet.

As máquinas de tração motorizada só podem ser usadas em cafezais


plantados em espaçamentos mais largos ou naquelas em formação.

  

O combate de ervas daninhas pode também ser feito por meio de


substâncias químicas chamadas herbicidas encontrados no mercado, obedecendo a
época certa e as quantidades indicadas por técnico.




A poda é uma operação de rotina entre os cafeicultores de vários países.


Vários sistemas de poda são empregados e o seu objetivo principal quase sempre é
o de promover a renovação dos ramos produtivos ou de limitar o crescimento da
planta, para facilidade na colheita.

A poda como é feita nos outros paises, não é conhecida nem praticada pelo
cafeicultor brasileiro, pois aqui se faz mais uma op eração de limpeza dos ramos
mortos ou decadentes e quando muito um desbaste dos ramos considerados
excessivos.

  

É feito quando há excesso de brotação no tronco (ramos ortotrópicos,


ponteiros ou ladrões). O aparecimento de um ou outro ramo ladrão na planta não é
prejudicial, servindo, em muitos casos, para a renovação de sua parte aérea. A ação
de fatores externos, como seca, eficiência mineral, geada etc., pode, entretanto,
provocar uma brotação excessiva, sendo aconselhável no caso, um desbaste,
deixando 1, 2 ou 3 ramos por planta, conforme haja maior ou menor número de
plantas por cova.

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É uma prática agrícola que consiste em cobrir todo o solo do cafezal, ou
somente a parte exposta à ação dos raios solares, como uma camada de espess ura
variável de material orgânico, geralmente de capinas, restos de culturas ou resíduos
do próprio cafezal.

Como resultado do emprego da cobertura morta, devem ser esperados os


seguintes efeitos sobre o solo e sobre a cultura:

1. Conservação da umidade da parte superficial do solo;


2. Enriquecimento de matéria orgânica nas camadas superficiais do solo;
3. Aumento no teor de alguns nutrientes do solo, em função da natureza do material
empregado e sua quantidade;
4. Baixa nas temperaturas diurnas das camadas superficiais do solo;
5. Redução do excesso do teor de manganês trocável;
6. Redução ou extinção das ervas más da lavoura;
7. Dependendo da natureza do material utilizado e outros fatores, o emprego da
cobertura morta poderá resultar em aumentos significa tivos na produção da lavoura
e,
8.Controle da erosão.

Os inconvenientes da cobertura morta são os seguintes:

1. Grande quantidade de material necessário à sua execução. No caso de


ser empregado o capim é preciso uma área de 2 a 3 hectares de capineiras, pa ra
cada hectare de café a ser coberto;
2. Custo elevado, pelo transporte do material e mão -de-obra necessária;
3. Aumento da incidência da geada e
4. Perigo de fogo.





O cultivo do cafeeiro nas principais regiões cafeeiras do globo, com exceção


do Brasil e do Quênia é feito como norma, em regime de sombra, proporcionada por
árvores protetoras plantadas especialmente para essa finalidade, e que reduzem em
maior ou menor grau, a incidência dos raios solares sobre a cultura.

Como árvores de sombra são empregadas essências de espécies diversas


principalmente da família das leguminosas.

A questão do sombreamento dos cafeeiros têm atraído a atenção de


inúmeros pesquisadores, havendo os que defendem e outros que combatem essa
prática. Em São Paulo, em razão das campanhas realizadas em favor do
sombreamento, inúmeros cafeicultores, convencidos das vantagens do emprego
dessa prática experimentam o sombreamento de suas lavouras. Os resultados
obtidos dos casos foram, contudo, negativos ou pouco convincentes.

Determinações do teor em água disponível do solo, feitas por FRANCO em


vários cafezais sombreados e a pleno sol do Estado de São Paulo, levaram-no a
concluir que a concorrência em água que a árvore de sombra faz ao cafeeiro é a
razão principal do fracasso de inúmeras lavouras sombreadas.
No entanto, em alguns cafezais em bom estado, mesmo durante a seca, foi
verificado que não havia falta de água disponível no solo. Nesses casos, é inegável
que o sombreamento apresenta algumas vantagens entre as quais sali entam-se as
seguintes:

a) Fornecimento abundante de matéria orgânica ao solo;


b) Controle eficiente da erosão;
c) Redução na infestação de ervas daninhas;
d) Duração maior dos frutos no estado de cereja;
e) Menor queda de frutos no chão e
f) Custeio mais reduzido.

Em contraposição a essas vantagens o sombreamento apresenta um sério


inconveniente: a redução da produção, que em certos casos, onde a árvore de
sombra age como concorrente do cafeeiro, no consumo de água disponível do solo,
pode cair a níveis irrisórios, sem significação econômica. Outro inconveniente do
sombreamento é o de favorecer o aumento de infestações da broca.

  
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Sintomas: a ferrugem se manifesta principalmente nas folhas, de inicio como


pequenas manchas amarelada, de 1 a 2 mm de diâmetro, na face inferior da folha ,às
vezes envolta por uma faixa de tecido descolorido. Essas manchas aumentam
gradativamente de tamanho apresentando -se circulares, com diâmetro de 1 a 2
centímetros, lisas de cor amarela na face superior ao passo que a fase inferior,
apresenta uma massa pulverulenta, saliente em relação a superfície, de cor
alaranjada, e constituída de uredosporos do fungo.

Pode haver doalescência de varias manchas, abrangendo grande parte do


limbo foliar, que se mostra recoberta pela massa de esporos.

Alem das folhas o ataque pode ocorrer nas extremidades dos ramos em
desenvolvimento; o ataque dos frutos é excepcional.

Controle: de 1 a 3 pulverizações de janeiro / fevereiro

O cafeeiro é a planta cultivada que melhor responde aos tratos culturais a


ela implementados, desde que as condições agronômicas da cultura sejam
satisfatórias. Essas condições se baseiam em exaustivos estudos experimentais e
em pesquisas bem conduzidas, permitem que uma das fa cetas da cultura seja
grandemente facilitada, a do conhecimento e do controle das pragas.

Apesar de estarem catalogadas umas três dezenas de espécies de insetos


como pragas do cafeeiro e do café, sabe -se com segurança que, em culturas
tecnicamente conduzidas e em armazéns bem construídos, apenas quatro ou cinco
dessas espécies são economicamente importantes, sobressaindo -se, dentre elas, a
broca do café. O caruncho das tulhas, que tantos prejuízos tem ocasionado nos
armazéns, vem em segundo lugar, como praga importante do café propriamente
dita. Como pragas de certa importância, podem ser citadas: o bicho mineiro, a
cochonilha verde, o piolho branco e a mosca do Mediterrâneo.

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A broca deve ter sido introduzida em São Paulo em 1913 em partidas de


sementes importadas da África e de Java. De 1913 a 1924 ela atingiu muitos
cafezais de Campinas e espelhou-se por vários municípios vizinhos,causando os
primeiros prejuízos ao café da safra de 1923 -24.

De Campinas, espalhou-se por todo o território paulista. As boas condições


das primitivas zonas infestadas, de Campinas e seus arredores, proporcionaram -lhe
os meios de progredir em sua invasão, aumentar a população e provocar os
tremendos e alarmantes prejuízos que ocasionou.
De São Paulo a broca avançou para os cafezais de Minas Gerais, Rios de Janeiro,
Paraná, Espírito Santo e Bahia. Hoje, meio século após sua introdução a broca se
encontra no Ceará e ao que parece, em alguns cafezais do Pará.

Importância Econômica: Quando o café é beneficiado aparecem 3 categorias


de café: a de grãos perfeitos ou sãos, a de broqueados, em mistura com os
primeiros e o café escolha. Além dessas categorias, que implicam em perfeição ou
em defeitos do lote considerado, há que ser levada em conta, uma quarta categoria:
a parte do café que foi destruída, que desaparece e que determina "perda de peso"
ocasionada pela broca. Quando o grau de infestação é muito alto, diminui a
porcentagem de grãos perfeitos e aumenta a de grãos inteiros, porém pe rfurados, a
de café escolha e a de grãos quebrados. Um progressivo aumento da perda de peso
se verifica à medida que o grau de infestação cresce.

Do ponto de vista comercial, o café broqueado entra com grande parcela da


desqualificação do tipo, portanto, n a depreciação comercial, pois cinco grãos
perfurados constituem um defeito.

Comportamento Natural: O ataque aos frutos novos tem início a partir de


outubro, dependendo do grau de desenvolvimento desses frutos. O ataque inicial é
mais intenso, de acordo com a grandeza numérica da população existente no
cafezal, abrigada nos frutos velhos da safra anterior. Essa população, representada
por volume maior ou menor de indivíduos é, até certo ponto, controlada ou
determinada pelos seguintes fatores:

- Quantidade de frutos velhos da safra anterior;


- Intensidade da queda pluvial durante os meses de inverno;
- Intensidade da infestação da safra anterior.

As chuvas precoces de julho, agosto e setembro, quando ocorrem, causam


umidade aos frutos velhos, permitindo a rep rodução a partir dessa época. Os
cafeeiros beneficiados também pelas boas condições florescem mais cedo. Quando
os frutos atingem o grau de "verdolengo -granados", a população de broca, formada
pelos indivíduos remanescentes da safra anterior é intensificad a pela reprodução no
início da nova frutificação, já é maciça e o ataque inicial é intenso. Em tais
condições, a infestação já é elevada, em novembro -dezembro.

Ao contrário, faltando chuva até outubro -novembro, a população inicial é


pequena e formada apena s pelos indivíduos que conseguiram transpor os meses de
entressafras, abrigados nos frutos velhos. Tal condição, se repetida vários anos
seguidos, faz com que a infestação não chegue a amedrontar, pois a broca não
consegue formar densa população.

Combate: Para reduzir a população no início de cada frutificação, são


recomendadas algumas medidas cujo beneficio e alcance nem todos compreendem
muito bem. Uma dessas medidas, recomendada não só por causa da broca, mas
também porque faz parte da cafeicultura regio nal, é a prática da colheita aprimorada,
cujo objetivo é reduzir a população na entressafra e no início da frutificação. Os
repasses, que nada mais eram que colheitas complementares tinham essa
finalidade.

Atualmente o combate à broca é feito com o emprego do BHC a 1,5%, 40


kg/ha, sob a forma de polvilhamento. A primeira aplicação é feita quando o grau de
infestação atinge a 5% dos frutos. Outras aplicações podem ser necessárias e
normalmente são determinadas pela queda das chuvas.
Outros inseticidas podem ser recomendados, mas a maneira de aplicá-los sob a
forma de pulverização, nem sempre é possível em lavouras deficitárias.

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Ao bicho mineiro tem sido dada grande importância, principalmente nos anos
de graves surtos. Levando-se em conta porem que as graves incidências coincidem
sempre com anos de grande seca, conclui-se que aquela importância está
intimamente ligada a fatores m etereológicos, muito mais importantes do que a
praga. Durante um longo período de seca a população de "ninfas" ou estragos feitos
pelo bicho mineiro é muito grande e se atribui à queda excessiva de folhas, ao
ataque mais intenso. No entanto, atendendo -se às perturbações fisiológicas da
planta, determinadas pela falta de umidade no solo, conclui -se que as folhas caem
como recurso fisiológico do cafeeiro, para economizar água.

O bicho mineiro é a lagarta de uma mariposa. O ovo é posto na página


superior da folha e a lagartinha que dele eclode penetra através da cutícula e se
aloja no parênquima, de cujos tecidos se alimenta. Ao completar o desenvolvimento,
a lagarta abandona a "mina" que abriu e, desprendendo -se por um fio de seda,
procura empupar numa das folhas mais próximas do solo.
Nos anos normais, com quedas regulares de chuvas durante o inverno, existe o
problema do bicho mineiro. Nos anos de seca quando sua ocorrência é mais grave,
o combate é pouco compensador, pois as folhas caem da mesma maneira, est ejam
ou não atacadas.

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Este coccídeo pode adquirir alguma importância econômica, mas sua
incidência no cafezal formado decorre, quase sempre, das más condições das
plantas, ocasionadas pelas deficiências nutritivas ou, ao que parece, pelas
alterações que surgem na relação quantitativa entre os elementos NPK. A
cochonilha verde pode ser encontrada em cafeeiros aparentemente sadios, aparece
sempre em maior abundância nas plantas cloróticas (amareladas), depauperadas e
pouco produtivas.

É nos viveiros que a praga pode tornar-se importante. Quando as mudas


transplantadas são muito infestadas, podendo haver uma mortandade acima do
normal. É que as plantinhas, saídas do ambiente sombrio e úmido dos viveiros,
passam por um período de adaptação no n ovo ambiente ensolarado e menos úmido.
Se muito infestadas elas morrem, pois o sistema radicular ainda deficiente ainda não
as alimenta suficientemente, sobrevindo os distúrbios acima citados.

A cochonilha verde é um inseto que se alimenta de seiva que é r etirada dos


tecidos das folhas e das extremidades tenras dos ramos por meio de estiletes que
compõem o aparato bucal. Quando a população é muito grande, as quantidades de
seiva retiradas são muitas elevadas e a planta não pode suportar o ataque por não
poder repor a seiva retirada.

O combate à cochonilha verde deve ser praticado nos viveiros nos 30 dias
que antecedem ao transplante, aplicando -se, duas ou três vezes, emulsão de óleo
(óleo miscível) a 1%. O Folidol -óleo é um preparado composto de óleo miscível e
Folidol, que dá resultados imediatos.

Na lavoura já formada, deve-se aplicar adubos minerais e orgânicos, para


revigorar as plantas e em seguida, aplicar o Folidol -óleo, na concentração específica
na embalagem. Duas ou três aplicações são necessárias p ara um completo controle.

c 
  ,     $ +* 

Este coleóptero ataca frutos, raízes e tubérculos secos, tais como laranjas,
maçãs mumificadas de algodão, cacau, batata doce seca, batatinha, café além de
muitos outros produtos vegetais.

Até pouco tempo o café só era atacado nas tulhas. Com o benefício,
desaparecia a praga. Ha alguns anos o caruncho começou a aparecer em grande
quantidade nos armazéns de Santos e do planalto, com vultuosos prejuízos ao café
beneficiado e neles depositados.

O ataque tem inicio na lavoura, em frutos que entram na fase de seca. A


fêmea põe os ovos na polpa melosa ou já seca. Do ovo eclode a larva que a
princípio se alimenta da mucilagem e depois penetra na semente, onde abre uma
galeria relativamente grande. Terminado o período larval, o inseto passa à fase de
pupa dentro de uma câmara preparada pela larva. Alguns dias depois de emergir, o
adulto abandona o fruto, abrindo, para isso, um orifício de 4mm no pergaminho e na
casca, pela qual alcança o exterior.
Quando o café em coco é deixado muito tempo na tulha, o inseto continua a
reprodução e ocasiona sérios prejuízos. Ao contrário, quando o benefício se
processa sem demora, não se notam senão vestígios dos danos ocasionados pelo
caruncho. O beneficiamento do café era considerado como a única operação capaz
de controlar a infestação, mas depois da adaptação do caruncho ao café
beneficiado, principalmente dos armazéns, outras medidas se impõem.

Uma delas seria a remodelação dos armazéns, para torná -los mais claros e
mais ventilados, com janelas teladas e com aparelhamento moderno de fumigação.

Outra medida seria a regulagem da descida de café para armazéns do porto


de Santos-SP, para evitar a prolongada estocagem até que a praga seja extinta. Isso
conseguido, só café livre da praga seria enviado para aquele porto, cujas condições
de umidade e temperatura favorecem o rápido crescimento da população. Não fosse
a adaptação ao café beneficiado, o caruncho continuaria a ser a praga que sempre
foi de insignificância econômica.



 
,c    $- * 

A mosca do Mediterrâneo, cujas larvas são os bichos das frutas, é de alta


importância para a fruticultura em geral. A exportação de laranja era dificultada
quando os pomares de Campina s, Limeira, Araras, Araraquara, Bebedouro, etc.,
eram formados próximos a cafezais, pois estes são os mais eficientes criadouros de
moscas. Pouco antes do início da colheita de café, em maio e junho, a enorme
população de moscas criada nos cafezais, invadi a os pomares e infestavam as
laranjas que estavam amadurecendo.

Para o café, cuja infestação em certas zonas alcança 95% das cerejas
maduras (Noroeste, Alta Paulista e Sorocabana), a mosca tem importância relativa.
O café colhido cereja e seco, logo em seg uida, não é prejudicado. Mas o que fica na
lavoura, principalmente em contacto com o solo, sofre profundas alterações, quanto
a qualidade. Ë que pelos orifícios de saída das larvas de moscas entra o fungo
Fusarium concolor, que além de manchar os grãos de coloração rósea, altera a
bebida sempre para pior, tornando o café "duro" e mesmo 'riado".


    
 "  

  


$   * 

É a doença que foi constatada pela primeira vez no município de Garça -SP,
em 1955. Provocou, na ocasião, justificado alarme, embora de expansão muito
restrita. É causada pela bactéria Pseudomonas garcae.

Sintomas: São suscetíveis à infecção das folhas, frutos novos e


extremidades em crescimento. Nas folhas aparecem manchas pardas, às vezes
escuras, quase pretas, de contorno mais ou menos arredondado, que de 5 a 20mm
de diâmetro, cujo centro torna -se necrosado e o e pode se destacar, deixando furos.
Ao redor da mancha forma-se um amarelado (auréola), que no princípio é muito
largo, em relação à própria mancha. Quando a infecção se dá nos bordos, a queda
dos tecidos secos confere contorno irregular, semelhante às deformações causadas
por ventos do destas pelo halo amarelo. Folhas novas e em crescimento estio de
Pseudomonas garcea.

Nos ramos produz uma seca das extremidades, que adquire cor escura. A
doença causa a desfolha dos ramos atacados. Favorecem a "mancha bacteriana"
fatores climáticos, como o frio e na entressafra. Lesões nos bordos das folhas
devidas ao roçar de umas outras, por ação do vento, ab rem caminho à infecção.

Controle: Erradicação das partes doentes para eliminar focos de infecção,


complementados por adubações racionais e aplicação da mistura de bactericidas.

Doenças causadas por virus

  

Observada em 1938 em cafezais de Caçapava, não tem, entretanto,


expressão econômica.

Sintomas: As manchas foliares são de coloração verde amarelada e


apresenta, no centro, um pequeno ponto claro, circundado por um anel estreito
verde escuro. Podem atingir até 20mm, de forma irregular ou ovalada com o eixo
maior, na direção das nervuras secundárias. A mancha se compõe de linhas
concêntricas, alternadamente claras e escuras, sendo a linha periférica mais larga,
de cor verde pálida ou pardacenta.

É interessante observar que nas folhas amarelas há uma aparente inversão


de coloração da mancha, que é escura, sobre o fundo claro das folhas. A doença
parece ser mais comum ou mais acentuada nas regiões úmidas.

  .
$ *

Foi observada, pela primeira vez, em 1938, na Alta Sorocabana, não tendo,
até hoje, passado de simples constatações em nosso cafezal.

É, provavelmente, causada por vírus. Entre nós não foi ainda reproduzida
experimentalmente. No país Costa Rica foi transmitida, experimentalmente, por
enxertia.

Sintomas: Aparecem nas folhas e frutos, sendo mais evidentes nas


primeiras. São manchas pequenas, arredondadas, com 2 a 3 milímetros de
diâmetro, bem definidas e de cor verde claro. São bem visíveis mesmo à distância,
tendo o aspecto de uma mancha oleosa. Quando velhas, ficam mais amareladas e o
tecido do centro toma cor parda.


 
 
 




c

$  / * 
É uma doença de caráter não infeccioso, decorrente de uma falha cultural,
que vem sendo registradas com certa gravidade nos novos cafezais, formados em
terras denominadas "velhas ou cansadas".

A formação de cafezais em terras dessa natureza pode criar um problema


considerada importante para o desenvolver da planta. À medida que o húmus vai
sendo consumido, vai havendo rebaixamento do solo e do nível do plantio da muda,
de modo que a planta fica muito enterrada; dá -se também por vezes, o soterramento
do tronco, em virtude do enchimento prematuro das covas, pela terra conduzida por
erosão, pelas chuvas etc. Em conseqüência, pode resultar, por asfixia de raízes,
atraso no desenvolvimento da planta, que apresenta sintomas evidentes de estar
sofrendo um distúrbio, pela vegetação rara e folhas pequenas, de cor verde
amarelada. Estas, mais tarde, caem ficando as pontas dos galhos enegrecidas e
secas.

Esses cafeeiros revelam, na região enterrada do caule, um desmesurado


engrossamento, como conseqüência de uma reação à asfixia, em virtude de não
emitirem raízes na parte soterrada. Nesta, observa -se em muitos casos, a presença
de fungos, os quais concorrem para o mais rápido definhamento do cafeeiro.

Controle: Recomenda-se ajustar o nível da terra do balainho ou laminado ao


nível do solo. Na lavoura já formada aconselha -se a retirada da terra nova até
aparecerem as primeiras raízes laterais; manter, em seguida, as covas
desobstruídas até o 3º ou 4º ano. Para melhor defesa da cova, deve-se fazer a
"meia lua" da terra, cortando as águas. Complementam -se essas medidas com
adubações racionais, acompanhadas de calagem, na base de 2 quilos de p ó
calcáreo por cova.

c
 


 


É sabido que os fatores ecológicos tais como a altitude, a temperatura


ambiente e a umidade relativa, exercem influência sobre a qualidade da bebida; é
sabido também que uma cultura de café conduzida racionalme nte em ambiente
favorável, poderá produzir café de má qualidade, se o processo de preparo for
inadequado. O café é um dos produtos agrícolas cujo preparo requer especial
atenção, a fim de que sejam preservadas as suas qualidades. Da colheita ao
beneficiamento, o preparo do café envolve uma série de operações e, de sua
execução racionalmente conduzida depende a obtenção de um produto que as
características de tipo e de qualidade exigidas para a sua boa comercialização.

Dois são os métodos de preparo de café conhecidos: via seca e via úmida.
As operações comuns a ambos compreendem limpeza, separação, secagem,
armazenamento, beneficiamento e classificação. Especificamente, o método por via
úmida inclui trabalhos de separação de café em cereja, despolpamento, re moção da
mucilagem e lavagem do produto.
No processo por via seco, utilizado entre nós para o preparo dos chamados
cafés de terreiro, as faces de seu processamento poderão prescindir do emprego da
água. No processo por via úmida, para obter os chamados caf és lavados ou
despolpada é indispensável o uso da água.

O preparo do café depende, essencialmente, do produto da colheita.


Tratando-se, por conseguinte de operação que se destaca como fundamental ao
objetivo visado, especialmente no caso de se utilizar o método por via úmida, a
colheita será apreciada em suas linhas gerais.

c
 

Normalmente são praticados três sistemas de colheita: derriça no chão,


colheita no pano e a "dedo".

Derriça no Solo: É a prática de uso generalizado, que inclui a "arruação", a


derriça propriamente e as operações complementares de rastelação e abanação. De
maneira geral, pode-se admitir que o tempo total gasto na colheita é assim
distribuído: 60 a 70% na derriça, 20 a 30 % na rastelação e 10 a 15% na abanação.
Esta última, apesar de mais rápida, constitui trabalho penoso para o colhedor. A
arruação é feita por ocasião da última capina.
Em algumas zonas de terra arenosa e de clima quente e seco onde o café seca
rapidamente na planta, este sistema é admissível e apresenta rendiment o
satisfatório, não exigindo maior esforço. Tal não acontece, porém, naquelas em que
a maturação se processa desigualmente: a derriça se torna mais trabalhosa e
ocasiona, pela natureza violenta com que é executada, a derrubada de grande
quantidade de folha s e a quebra de ramos, danos esses de que a plante precisará
se refazer, em prejuízo certamente, da produção futura.

O produto desse sistema de colheita se constitui de uma mistura de "verde",


"cereja", "passa", "bóia", "coquinho", "casquinhas", além de impurezas, tais como
folhas, pauzinhos, terra, torrões e pedras, devido a rastelação e pela imperfeição da
abanação. Neste tipo de colheita, é indicado proceder a uma rastelação cuidadosa,
antes da derriça, de modo a ser evitada a mistura do café caído no chão, com o
produto da derriça.

Colheita no Pano: Com relação ao sistema anterior, a diferença está que o


emprego do pano de colheita, no qual é derriçado o café, impede o seu contato com
o solo, evitando possível mistura com o café caído, seco, do chão e "c asquinha", que
influi negativamente na qualidade do produto. Nessa diferença que esse sistema de
colheita de rendimento, talvez, pouco menor, o aumento despesa que venha onerar
a sua prática, pelo emprego do "pano", é largamente compensado pela melhoria da
qualidade do café.

O material usado para pano de colheita poderá ser qualquer tecido grosso e
resistente, preferivelmente lona, e deverá ter as dimensões de 4 x 2 metros, sendo
dois panos para cada pé de café.

O "café da roça" assim obtido, livre de impurezas do chão é constituído


mistura de "verde", "cereja", "passa" e "bóia".
A colheita indiscriminada, com alta porcentagem de frutos verdes resulta
diminuição da produção da lavoura, provocando ainda sérios inconvenientes
presença do "verde", em detrimento da qualidade do produto.

No sistema de colheita no pano, também se poderão derriçar somente os


maduros. Neste tipo de colheita, o operário destaca dos ramos os frutos maduros
deixando, na medida do possível os frutos verdes.

Em conseqüência, será diminuídos consideravelmente a porcentagem de


verdes e o rendimento da lavoura será maior. É evidente que este sistema implicará
em uma série de colheitas, sendo o seu emprego indicado quando a maturação for
igualada e se pretende a produção de despolpados.

Colheita "a dedo": Restringindo -se à apanha de frutos em estado de "cereja"


(maduros), recolhidos em cestos apropriados, sacos ou peneiras, é o sistema ideal
para obtenção de boa matéria -prima. Todavia, a sua difusão, entre nós, encontra
dificuldades devido, principalmente, a carência de mão-de-obra disponível, de vez
que o período de maturação é relativamente curto na maior parte das regiões
cafeeiras.

A colheita a dedo fornece matéria prima ideal para o despolpamento e, muito


embora o seu rendimento seja menor, o produto é mais limpo que o obtido pela
colheita no pano, facilitando consideravelmente as operações posteriores de
preparo. Evitar o "verde" é importante em qualquer sistema de colheita adotado, pois
um fruto que não teve completa a sua maturação é um fruto imperfeito; constitui
problema difícil a sua eliminação após a colheita.

(0


Método da via seca: Os cafés de terreiro constituem a quase totalidade da


produção brasileira de café e a melhoria dessa produção, em tipo em qualidade,
somente é possível com o emprego de métodos racionais de colheita, secagem e
beneficiamento.

Limpeza e separação: O café vem da roça sempre acompanhado de


impurezas as mais diversas e deverão ser eliminadas. Ao mesmo tempo em que se
procede a sua limpeza, poder-se-á proceder a formação de lotes mais ou menos
homogêneos, quanto ao teor de umidade, o que será de grande valia para a
secagem. A separação poderá ocorrer por dois processos: um, a seco, por meio de
ar e peneiras, que são os seletores; o outro, por meio de água, que são os
lavadores.

Seletores: Os seletores são máquinas constituídas de peneiras e


ventiladores que retiram do café da roça as impurezas, tais como: casquinhas,
coquinhos, terra, e, pedras, paus, etc., classificando -o em lotes de café mais leve e
mais pesado. A seleção de "café da roça" que se baseia nas diferenças de tamanho
e de peso específico, concorre também, para facilitar a secagem que será mais
rápida e igual de vez que o produto é mais homogêneo.
Estas máquinas funcionam bem nas regiões em que a maturação dos frutos
é uniforme. Mesmo que o sistema de colheita não seja o mais perfeito, o produto se
apresenta isento de muitas impurezas. Numa colheita com pequena quantidade de
café maduro e com predominância de secos, obtém -se bons resultados com os
seletores. Havendo grande porcentagem de café maduro o funcionamento da
máquina poderá ser prejudicado pelo entupimento das peneiras, por conseguinte,
estas máquinas não funcionam a contento para a classificação de "café da roça",
proveniente de colheita desigualada. Os seletores poderão ser utilizados com muito
bons resultados, quando se empregam cafés, que sofreram "meia seca" no terreiro.

O produto da separação efetuada pelos seletores se constitui de verdes em


mistura com "cereja", devido à peque na diferença de densidade; seco, chocho,
coquinho e impurezas.

Lavadores: Os lavadores poderão ser do tipo "Maravilha" ou mecânicos. Dos


vários tipos de lavadores em que a água é o veículo para a condução do "café da
roça", destaca-se o lavador "I A", modificação, simplificada do lavador "Maravilha";
de um tanque de alvenaria com capacidade de um metro cúbico, com fundo
inclinado para facilidade de limpeza, e de um separador de madeira ou chapa
adaptado às suas paredes. É indispensável que o tanque receba s uprimento extra
de água, a fim de que seja mantido o nível conveniente de água. Sendo o lavador,
um aparelho cujo consumo de água é elevado, três litros de água por litro de café,
em média, a sua instalação é indicada para onde haja abundância do líquido.

 

A secagem natural ou artificial, é uma das operações de maior importância


no preparo de um produto de boas características, devendo -lhe ser dispensada
bastante atenção, dada a influência na coloração do café, e, provavelmente, da
qualidade da "bebida".

O teor de umidade do "café da roça" varia conforme o estado de maturação


de seus componentes, podendo-se admitir os limites de 50 a 60% no"cereja", de 35
a 50% no "passa" e de 25 a 30% no "bóia".

A secagem será tanto melhor quanto mais homogênea for a matéria prima
utilizada. Portanto, para se obter uma boa secagem, a matéria prima deve ser a
mais uniforme possível.

Uma boa secagem deve ser conduzida de modo que sejam observados os
seguintes pontos:

- evitar fermentação durante o processo;


- evitar excessos de temperatura;
- secar até obter o teor de umidade conveniente e,
- obter um produto que depois de beneficiado se apresente uniforme quanto à cor.

Analisando-se, separadamente cada um destes itens, pode -se dizer que:


- Geralmente, as fermentações durante a operação de secagem são
ocasionadas pelo calor e umidade, quando ocorrem simultaneamente, verificando -se
tanto na secagem natural como na artificial. No primeiro caso, quando o café é
amontoado muito úmido e, no segundo, quando o café úmido fica m uito tempo na
tulha de descanso. A fermentação poderá ocorrer nos secadores quando a secagem
se processa muito lentamente, em grandes massas e com pequena ventilação ou
em ambientes de elevado teor de umidade.

- Os excessos de temperatura que se verificam com relativa freqüência na


secagem artificial, poderão prejudicar o tipo do café, tornando -o heterogêneo, com
coloração pálida.

- A secagem deve ser feita até teor de umidade conveniente. Com relação
ao término da secagem, deve-se ter em conta a umidade com que pode o café
armazenado sem o perigo de deterioração por fermentações ou por ataque de
microorganismos, prejudiciais ao tipo e à bebida. Por medida de segurança,
recomenda-se recolher o café às tulhas com teor de umidade da ordem de 15 a
18%. A secagem em excesso pode ser inconveniente sob o ponto de vista
econômico, poderá prejudicar o tipo de café, conferindo -lhe coloração pálida e
desuniforme, desvalorizando -o comercialmente.

- Para se obter um produto uniforme depois de beneficiado, é evidente que o


principal fator é a matéria prima utilizada. Se for constituída unicamente de o produto
final será, provavelmente, homogêneo. O café tal como é colhido comumente, é
sempre heterogêneo e nestas condições a marcha da secagem deverá se processar
a possibilitar a homogeneização do produto. Como esta homogeneização se
processa lentamente, a secagem não deverá ser rápida a fim de que o café adquira
boa aparência.

 

Como é realizada em terreiros, assim a construção e localização dos


terreiros na propriedade é de vital importância, pois são indispensáveis em uma
propriedade cafeeira, mesmo que nela exista de secadores. A sua utilização se faz
na seca de pequenos lotes separados ou quando da paralisação dos secadores.
Deverá haver facilidade de acesso do café da roça, de modo que o seu transporte
não seja muito longo e complicado; dentro do possível todos os talhões de café
devem ser igualmente acessíveis ao terreiro.

O local de sua instalação deve ser o mais plano possível para evitar grandes
movimentos de terra, encarecendo a sua construção. O terreiro deverá ser locado de
maneira a receber o máximo de insolação diária, devendo as suas margens ser
livres de árvores de grande porte que ocasionem sombra.

Pode-se recomendar as seguintes dimensões: de 25m de comprimento por


15 até 20m de largura. O formato retangular é o mais comum. A subdivisão de um
terreiro é necessária, primeiro porque é muito difícil ser encontrado um local plano
para a construção de todo o terreiro num só nível; segundo, porque a s ubdivisão
facilitará o escoamento de águas pluviais, que são prejudiciais ao bom andamento
da secagem, além de facilitar ou obrigar a formação de lotes menores de café da
roça durante a operação de acordo com a sua origem e o teor de umidade.

A secagem natural se realiza, em terreiros, pela ação do calor, do sol e, não


havendo, por conseguinte, normas rígidas para os trabalhos no terreiro, uma vez
que os fatores que a determinam (temperatura, umidade do ar e ventilação), sujeitos
a variações, são incontroláveis. Por isso, as operações normais de esparramação,
movimentação, devem ser acompanhadas, de modo que sejam evitados possíveis
contratempos.

A esparramação tem por fim submeter o fruto á ação dos raios solares e do
vento, pois o calor absorvido provoca a evaporação da água nele contida.
Quando excessivamente rala, a esparramação pode acelerar e secagem, em
prejuízo do grão.

A amontoa, que é a operação que tem por finalidade provocar uniformização


dos diferentes teores de umidade da massa é normalmente fe ita à tarde, após os
grãos terem armazenado calor absorvido durante o dia. A amontoa do café úmido
facilita o desenvolvimento da fermentação em detrimento da qualidade.
Evidentemente, só a prática orienta sobre o momento em que se deve fazer a
esparramação ou enleiramento e, mesmo sobre o número de horas em que se deve
deixar o café esparramado ou enleirado. De modo geral, a esparramação deverá ser
tanto mais freqüente quanto mais úmido o café, até que atinja umidade que permita
a amontoa.

Fator de grande importância no processamento da secagem é a


uniformidade do grão. Se o café, inicialmente, possui grande quantidade de cereja
com pouca ou nenhuma quantidade de seco, deverá ser esparramado em camadas
bem finas e somente deverá ser amontoado após alguns dia s. Se, pelo contrário
houver predominância de café mais seco, a amontoa poderá ser feita desde o
primeiro dia.

Em fim, para uma correta secagem, o café, chegando ao terreiro, deverá ser
imediatamente esparramado em camadas de 2 a 3 centímetros de altura, n os
primeiros dias e mexido com freqüência, nos dois sentidos, pare garantir melhor e
mais uniforme exposição aos raios solares; no final da tarde, deverá ser enleirado no
sentido da declividade do terreiro. À medida que a secagem do grão se acentue, a
esparramação poderá ser feita em camadas mais espessas, sendo ao fim do dia,
amontoado e coberto com lona.

Quando o grão atingir 50% da secagem necessária ("meia seca"), o café


terminará a secagem em montes. Uma vez por dia deve ser feito o tombamento para
aquecimento dos montes de café, isto é, o café deve ser revirado, feito um meio
amontoamento, deixando tomar 2 a 3 horas de sol; em seguida será amontoado e
coberto novamente. Esse tombamento deve ser feito nas horas mais quentes do dia.
A lona, além de prote ger os montes de café das intempéries (sereno, chuva e vento)
possibilita a retenção do calor absorvido pelo produto durante as horas quentes do
dia, de importância na uniformização da secagem.

   
A secagem com o emprego deste processo consiste em submeter o grão a
ação de uma corrente de ar quente, que atravessa a massa de café. Diversas são as
causas que influi no rendimento da secagem pelo ar de um lado, a altura da camada
de café a ser atravessada pelo ar quente; de um lado, a altura da camada de café a
ser atravessada pelo ar quente e a sua velocidade, determinam o rendimento
térmico do secador e, de outro lado, o grau de umidade, o peso específico, a forma e
as quantidades do produto tem a sua influência ligada à rapidez e à perfeição da
secagem.

Para se obter uma boa secagem é indispensável que os grãos se


apresentem homogêneos quanto ao teor de umidade, observando -se que a
secagem lenta, com temperatura mais baixa, favorece a obtenção do um produto de
melhor aspecto.

A secagem artificial pode ser contínua, quando o café somente é retirado do


secador depois de completada a secagem e intermitente ou parcelada quando é
submetido ao ar quente, durante certo tempo e a seguir é colocado em deposito até
o esfriamento; uma vez frio volta ao secador, repetindo-se a operaçãoaté o final da
secagem. A secagem intermitente ou parcelada, mais trabalhosa e mais complicada,
permite melhor uniformização do produto, mondo maior o rendimento térmico do
secador, bem como propicia aumento da sua capacidade de secagem.

O emprego da secagem artificial propicia ao agricultor a possibilidade de


prever com antecedência as demais fases da operação de processamento do café,
bem como elimina ou diminui a influência dos fatores atmosféricos na secagem,
além de permitir um melhor controle e uniformidade da sua porcentagem de
umidade. No entanto, tem ela um custo inicial mais elevado, além da necessidade
de suprimento de energia elétrica ou motorizado, para colocar em funcionamento o
aparelhamento.

 
 

Em princípio, todo secador é composto de um aquecedor ou fornalha e de


estufa ou câmara de aquecimento da massa de café. Alguns secadores possuem
câmaras de descanso, local onde o café previamente aquecido, é deixado para
resfriamento na secagem parcelada ou intermitente.

O aquecedor ou fornalha tem por finalidade aquecer o ar ambiente, podendo


ser a fogo direto e a fogo indireto. No primeiro caso, o ar ambiente misturado aos
produtos de combustão, pelo que se torna necessária a filtragem do ar quente, de
modo a impedir a absorção pelo café, do gosto ou cheiro característicos de uma
combustão imperfeita; neste caso, quando o combustível é lenha, deve ter o cuidado
de ser empregada somente lenha bem seca de modo a não permitir que o café
venha a se impregnar pelo cheiro da fumaça. Quando o fogo é indireto, não se dá a
mistura referida, porque o ar aquecido redor dos quais circula o fogo, porém, o
rendimento térmico do aquecedor, menor, resultando daí maior consumo de
combustível.

Quando se empregam secadores a fogo indireto, os tubos avariados


aquecedor deverão ser imediatamente eliminados e substituídos, a fim eliminar a
impregnação de fumaça na massa do café, fato que somente percebido quando do
término da secagem. Este defeito da fornalha deverá estar prese nte na memória do
operador da máquina, pois, pode ocorrer inesperadamente.

Para satisfazer a sua finalidade, o secador deve propiciar perfeito contacto


do ar quente com o produto, pelo tempo suficiente a que seja retirado o máximo de
umidade.

Na aquisição de um secador, é útil considerar, além do preço de custo,


possibilidades de controle de temperatura, sua construção, acabamento, rendimento
térmico e facilidade de assistência por parte da firma fornecedora.

Como norma para o bom funcionamento de um secador, não deve ser nele
introduzido para a secagem, lotes de café com grande porcentagem de água de
lavagem devendo ser, portanto, a massa de café escorrida ou submetida a uma
secagem parcial em terreiros, antes de ser introduzida no secador. Isto porque os
grãos muito maduros ou molhados excessivamente aderem as paredes internas do
secador, onde devido a sua construção torna-se difícil sua remoção. Quando em
virtude de mau tempo ou por insuficiência de terreiro for imprescindível a introdução
no secador, de partidas de café muito úmidas, a temperatura de secagem deverá ser
progressivamente aumentada, evitando -se temperaturas elevadas, no início, que
provocariam a perda do poder germinativo dos grãos, o que segundo alguns autores
é um fator que diminui a qualid ade do produto.

A secagem do café também pode ser conduzida por meio de consorciação


do terreno e secador, de terreiro e tulhas secadoras ou ainda de secadores e
visando unicamente dar ao produto uma secagem lenta, que sem dúvida irá
beneficiar sua qualida de.



"

 1  

O método de preparo por via úmida consiste, essencialmente no


despolpamento, que é a operação que se pratica com o objetivo principal de livrar o
grão de café de seu invólucro exterior (epicarpo ou polpa) e da mucilagem
(mesocarpo).

Evidentemente, a sua utilização fica na dependência da quantidade de café


estado de "cereja" de que se possa dispor. Esse método, largamente empregado
nos países produtores de café, onde as peculiaridades da cultura ou a fartura de
mão de obra possibilitem a colheita exclusiva de frutos maduros. Apresenta as
seguintes vantagens: redução do volume de café em cerca de 60%; área de terreiro
menos extensa; diminuição considerável no tempo de secagem; menor perigo de
eventuais fermentações nocivas; maior rendimento da máquina de beneficiamento e
melhor uniformidade do produto.

Este processo foi utilizado pela primeira vez pelos colonizadores


holandeses, nas Índias Ocidentais e constitui o método empregado hoje, não só
nessa parte do Mundo, como também pelos países da América Central e na
Colômbia. Sendo um tipo de café reputado nos mercados consumidores, há
necessidade da ter no Brasil de uma certa quantidade desses cafés bem produzidos,
de bebida fina, que contribuirá para diminuir o estimulo ao plant io por outros países,
ao mesmo tempo em que nos colocará em boa posição no mercado de cafés de fina
qualidade.

O método de via úmida ou despolpamento, quando bem empregado consiste


no melhor meio de se obter café fino, que é aquele isento de defeitos e de bom
paladar. Este processo deve ser aplicado em zonas cafeeiras em que a maturação
se processa num período mais dilatado.

Constituindo o café "cereja", maduro, a matéria prima para obtenção dos


despolpados, a colheita deve ser a mais esmerada possível evit ando-se, quanto
possível, frutos verdes, secos etc. O sistema de colheita a ser empregado pode
variar de acordo com as condições locais, devendo, no entanto, ser no "pano" ou em
"cestos".

Limpeza e Separação: O assunto foi considerado anteriormente, entre tanto, para


este processo, esta limpeza e separação deverá ser a mais perfeita possível, Para
este processo, a limpeza e separação deverá ser perfeita, empregando -se um dos
meios preconizados anteriormente. Quando a colheita se processa com "cerejas", o
café pode ser encaminhado diretamente para os despolpadores; no entanto, quando
a colheita é feita não só de "cerejas", mas de misturas, aliás, como se faz na maioria
de nossas fazendas de café, há necessidade de separar o "cereja" do resto do café.
Para tanto, o café da roça é colocado em depósitos construídos de madeira ou
alvenaria, cuja capacidade poderá ser igual ao volume da colheita máxima diária,
estimada. Este volume poderá ser reduzido de acordo com o sistema adotado para o
despolpamento.

Desse depósito, o café é conduzido pela á gua, por meio de canaletas ate o
lavador, onde será separado em dois grupos: cerejas e verdes, mais pesados que a
água e o "bóia", mais leve, além de limpá -lo, retirando as pedras e terra. O "cereja"
pode ir diretamente para os despolpadores, que podem funcionar a qualquer
momento, independente do lavador, permitindo ainda, regular a entrada do café na
maquina. O "bóia", pode ir diretamente para o terreiro ou passar por um
despolpador, pois no seu meio existem muitos grãos mad uros, que flutuam devido à
falta de uma semente de café em seu interior (chocho). Este despolpador deve ser
seguido de um peneirão a fim de separar o farelão exigindo uma regulagem
adequada, porque esses grãos de café, normalmente são bem desenvolvidos.

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Podem ser construídas de madeira ou concreto. A inclinação varia conforme


o comprimento, podendo ser de 0,5 a 2%. A melhor inclinação deve escolhida de
modo que a velocidade da água ao chegar ao lavador seja da ordem de 0,5 metro
por segundo. As canaletas são de seção regular e quando de madeira podem ter a
base de 14cm (metade da largura da tábua), ou 28cm (largura da tábua). Uma
canaleta de 14cm poderá transportar para um funcionamento, a produção de cerca
de 50 alqueires de café por hora.

 


O despolpamento se faz em máquinas denominados despolpadores. São
máquinas simples, nas quais os cereja são submetidos a uma pressão entre um
cilindro de cobre com mamilos e um encosto de borracha ou de ferro. Ao passar
entre essas duas peças, a casca sai de um lado (posterior) e o café despolpado sai
de outro lado (anterior). Durante esta operação, juntamente com o café deverá ser
introduzida no despolpador uma certa quantidade de água, a fim de facilitar a
operação e a separação da casca.

Atualmente o mercado possui dois tipos básicos de despolpador: o de discos


e o de cilindro com mamilos. Geralmente, o despolpador é acompanhado de uma
peneira cilíndrica, de comprimento variável, de marca para marca, de oblongos, por
cujos crivos se escoa o despolpador, sendo recebidos na de da peneira o "verde" e a
casca não separada pelos mamilos do despolpador, que constitui o farelão.

Para se obter da máquina eficiência qualitativa, além das recomendações do


fabricante, com relação ao funcionamento, é imprescind ível observar a regulagem
das suas peças, de modo a evitar a saída de grãos sem despolpar ou mal
despolpado, a saída de grãos de café juntamente com a casca, excessiva por de
grãos quebrados, excesso de casca acompanhando o despolpado etc. O
aparecimento de qualquer desses defeitos evidencia a má regulagem da máquina.
Essa regulagem é em geral, operação muito simples e rápida; varia de com as
diversas marcas de despolpadores, devendo ser executada por quem tenha
conhecimento das possíveis causas dos efeitos.

Sendo o grão verde um problema quase inevitável na colheita, a maneira de


elimina-los, ou diminuir a sua porcentagem no despolpado, será a colocação de
peneirões após o despolpador, o qual não deverá trabalhar com a ajustagem muito
'apertada".

É encontrado no comércio um separador verde, especialmente construído


para essa finalidade, no qual os grãos verdes por resistirem ao despolpamento
serão separados e eliminados.

  
 

A mucilagem do grão de café constitui uma delgada capa de 0,5 a 2mm de


espessura, fortemente aderida ao pergaminho. O café recém despolpado desliza
facilmente devido a presença dessa camada.

A remoção da mucilagem é importante e necessária, isto porque, ao se


secar uma massa de café despolpado, sem a sua remoção, as enzimas naturais e
dos microorganismos que se desenvolvem na mucilagem tenderão a modifica -la.
Com a progressão dessa transformação formar-se-á uma solução açucarada
altamente viscosa, que fará com que os grãos grudem uns aos outros fortemente
principalmente depois de secos.

Sem que se proceda a sua remoção vários inconvenientes apresentar -se-ão,


indicando a necessidade de procedê -la e da maneira mais perfeita possível. Alguns
desses inconvenientes são: a mucilagem tem a propriedade de reter fortemente a
água, além da tendência que tem de observar a água da umidade do ar ambiente,
dificultando por esse motivo a secagem; a ação de microorganismos é tão
prolongada como se secagem se processasse com o café cereja, dando um produto
escuro; com a formação de açucares e conseqüente aderência dos grãos, o
beneficiamento será dificultado.

A remoção da mucilagem do grão de café despolpado poderá ser feita por


meios enzimáticos (fermentação), pela ação de agentes químicos e por meios
mecânicos.

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*

Pode ser natural e artificial ou controlada. A primeira ocorre quando a


fermentação espontânea se processa na massa do café provocada por
microorganismos, os quais encontram meio favorável para o seu desenvolvimento.
Este tipo de fermentação é de duração longa, de 18 a 36 horas ou mais, sendo
influenciada, principalmente pela temperatura ambiente. Cuidados especiais devem
ser tomados de maneira que a fermentação não se prolongue demasiado e
desnecessariamente, o que poderá ocasionar sérios prejuízos à "bebida" do café.
Recomenda-se, portanto, a aceleração desse fenômeno, o que se consegue com a
adição de leveduras ou preparados enzimáticos, donde a remoção artificial é
controlada. Com isto, pode-se diminuir o tempo de fermentação para até 3 horas.

Esta fermentação se opera em tanques apropriados de alvenaria onde o


café é depositado. As experiências não têm revelado diferenças no tempo de
fermentação, a seco ou com água, desde que essa quantidade seja apenas o
suficiente para atingir o nível da massa de café, enchendo os interstícios. O seu
excesso retarda a fermentação.

O café está em condições de ser lavado quando, ao tacto se percebe o


desprendimento da mucilagem. O café nessas condições se apresenta áspero ao
tacto; na prática, se diz que, quando limpo, produz um ruído característico
"cascalhos", ao ser esfregado entre os dedos, e a palma da mão. A determinação
"ponto" de lavagem do café em fermentação deverá ser encarada com bastante
atenção, devendo o operário responsável, proceder à coleta de amos tras em
diferentes pontos e profundidades do tanque de fermentação, para ter idéia exata de
que o material se encontra em condições de ser lavado.

A remoção da mucilagem do café despolpado pode ser efetuada também


com auxílio de água quente, á temperatura variável de 50 a 60C. Esse poderá se dar
com o emprego de serpentinas de vapor ou de água quente, quando a mucilagem
terá a sua remoção reduzida para 4 a 5 horas fermentação. Isto porque, o aumento
da temperatura da massa, até um determinado limite, ativa a ação dos
microorganismos, acelerando a remoção da mucilagem.

O tanque deve dispor de registro duplo para saída da água e do café


despolpado, devendo as suas paredes ser de um tijolo.
m

Concluída a fermentação ou o tratamento químico, a massa de despolpado


precisa ser lavada até a retirada completa da mucilagem, com o de bastante água.
Sabe-se que o café está bem lavado, tomando -se um punhado na mão e verificando
que está bem limpo e áspero. A lavagem imperfeita retarda a secagem e possibilita
o início de fermentaç6es prejudiciais.

A lavagem pode ser feita manualmente, no próprio tanque fermentação, com


a utilização de rodo de madeira, em movimentos enérgicos com bastante água, ou
mecanicamente, em tanque provido de batedor mecânico que se constitu i de um
eixo horizontal, com hastes dispostas formando um helicoidal e dotadas de
movimento giratório. Em qualquer dos casos, a água deve ser substituída tantas
vezes quanta forem necessárias ao esmero do trabalho.

Com bons resultados quanto à limpeza e à rapidez da lavagem, vem rn


usado o batedor hidráulico, que consta de um tanque de alvenaria, capacidade de 1
metro cúbico, de fundo piramidal, em cujo vértice é adaptado um injetor de água, e
sendo preso no centro, um conduto de madeira, provido de disposi tivos para regular
a sua altura.

Para movimentar o batedor hidráulico, a diferença de nível entre o


reservatório de égua e o fundo do tanque deve ser de, no mínimo 8m dependendo
da vasão da água; caso contrário faz-se necessário a instalação de uma bomba.

O seu funcionamento se dá da seguinte maneira: colocado o café no tanque,


em quantidade correspondente à metade do seu volume, a água pressionada
através do injetor, provoca a formação de uma corrente ascendente de café no
conduto de madeira, promovendo um atrito entre os grãos soltando a sua
mucilagem. Terminada a lavagem, que se completa em cerca de 30 minutos, o café
é retirado por uma calha adaptada à extremidade superior do conduto, e a égua suja
é escoada.

Após a lavagem, o café deverá ser encaminhado ao terreiro, para a


secagem. Mesmo empregando-se secadores, a sua esparramação prévia no terreiro
é recomendável, pois a água envolvente deverá ser eliminada antes de entrar para o
secador. Pode ser usado para essa esparramação, carrinho apropriado, o qua l por
abertura inferior regulável, permite a esparramação em camadas uniformes e finas.
Para facilitar a carga desses carrinhos, a saída dos tanques ou então dos lavadores
devem estar a uma altura não inferior a 80 cm, sobre um ralo.

 

As mesmas normas indicadas para o preparo por via seca devem ser
observadas. Tratando-se de material mais valioso, e mais sensível do que o café em
"coco", evidentemente, maior atenção precisa ser dispensada à sua secagem.

No caso de se utilizar secagem em terreiros, estes devem estar bem limpos


e bem lisos, sem defeitos. O café deve ser distribuído em camadas de 2 a 3cm de
altura, mexido com freqüência nos dois sentidos, nos primeiros dias; ao entardecer,
desde que completamente enxutos, pode ser enleirado, em leira, de 30cm de altura,
no sentido da declividade do terreiro. Quando esparramados, principalmente nos
dois primeiros dias, o café deve ser mexido com freqüência a fim de evitar um
ressecamento rápido do pergaminho e conseqüentemente, o seu rompimento. Este
rompimento, além de prejudicial durante a secagem, também contribui, durante o
manuseio do café, para permitir o descascamento prematuro de um grande número
de grãos, em prejuízo da qualidade. Uma vez atingida a metade da secagem, o café
deverá ser recolhido em montes e cobertos com encerado de lona. Como no caso
do café em "coco", diariamente deve-se fazer o tombamento e o aquecimento dos
montes, de preferência nas horas mais quentes do dia. No fim da secagem os
montes podem ser esparramados por algumas horas, em dia de sol quente, para ser
recolhido às tulhas. Normalmente o teor de umidade do café despolpado e lavado é
de 50 a 52% e, ao final da secagem, deve conter entre 12 e 15%.

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Embora o café em coco possa ser armazenado com teor de umidade até de
24%, recomenda-se que isso ocorra com 15 a 18%, evitando-se, assim, possíveis
alterações no armazém.

A sua localização deve ser tal que facilite o recebimento do café, bem como
a sua descarga, não somente para o beneficiamento como para o ensaque diret o.
Deve estar junto ao terreiro, na sua parte inferior e próximo das vias de acesso.

A capacidade dos armazéns pode ser igual a um terço do volume total de


café a ser produzido na fazenda, em média. Assim, uma lavoura de 50.000 pés de
café, com produção média estimada em 100 sacos em coco por 1.000 pés, de 100
litros cada, necessitariam de, aproximadamente, 166 metros cúbicos de tulha (1/3 de
5000 sacos em coco). Para um melhor aproveitamento da tulha, na separação de
lotes de café de origens diferentes devem ser construídas 4 células (1/4 de 166
metros cúbicos) cada.

O local para sua instalação deve ser seco e ensolarado a fim de ser evitada
umidade no seu interior, podendo ser construída de alvenaria, revestida de madeira
ou inteiramente construída de madeira, material indicado por ser mal condutor de
calor e resistente ao desgaste. O seu fundo, pode ser totalmente inclinado, formando
com o plano horizontal um ângulo de 35º, aproximadamente, ou somente uma
pequena porção (1 metro quadrado) do piso, inclinad a, em um dos cantos da célula,
nesse mesmo ângulo anterior, sendo o restante do piso, horizontal. Neste caso, o
armazém estando cheio de café, este escoará normalmente, até um determinado
momento, quando então, um operário amontoará o restante do café exis tente, sobre
a parte inclinada. Com isto, a perda de espaço útil para armazenamento é muito
reduzida em relação ao primeiro sistema.

Um armazém deve possuir, o telhado perfeito, evitando -se goteiras; piso


isolado do chão, a fim de ser evitada umidade, boa ventilação, tanto na parte inferior
como na parte superior do armazém; revestimento interno bem feito, evitando
quanto possível as frestas e facilidade de carga e descarga.

( 


Pelo beneficiamento cuidadosamente executado, são eliminados os defe itos


que, por quaisquer circunstâncias, não o tenham ocorrido nas operações anteriores.
Em geral o beneficiamento, se faz com café cujo teor de umidade esteja entre 12 e
13%; no entanto, o café em "coco" é beneficiado com facilidade quando possui teor
de umidade ao redor de 18% ou menos. O beneficiamento se processa nas
seguintes operações:

Limpeza: consiste na retirada das impurezas leves, terra e torrões, através


de chapas crivadas, na bica de jogo e das impurezas mais pesadas no catador de
pedras.

Descascamento: efetuado por descascadores, que trabalham por fricção ou


pancada. No primeiro caso, as cascas são retiradas por atrito entre os grãos e
contra grãos ativos do descascador; no segundo, os grãos recebem pancadas que
rompem a casca. As cascas são eli minadas para fora da máquina por meio de
ventiladores. O descascador, geralmente, é acompanhado de uma peneira circular
denominada "sururuca", que separa, através do seu movimento ocilatório, o café
descascado do não descascado (ou marinheiro), que retorna ao descascador.
Conforme se trabalhe com café em "coco" ou despolpado, deve ser executada a
modificação necessária no descascador para se obter bom beneficiamento. Nesta
operação podem aparecer defeitos, como excesso de grãos quebrados ou de
marinheiros, corrigidos por meio de regulagem adequada do descascador, de acordo
com especificação do fabricante; café beneficiado junto com a palha, devido à
ventilação excessiva. Observa-se que grãos muitos secos darão também excesso
de quebrados.

Classificação: é a operação final na fazenda, que ocorre no classificador,


máquina constituída por um conjunto de peneiras e colunas de ventilação, de modo
a classificá-lo pelas dimensões e forma, bem como separá -lo do café mais leve (café
escolha). Essas máquinas são constituídas por uma série de peneiras cilíndricas ou
planas, com crivos de diferentes medidas, cada, que separam o café em tamanho,
depois passá-lo em uma coluna de ar, a fim de retirar as impurezas. Esses crivos
são oblongos (ovais), que separam o café moca e circulares e os "chatos", as suas
medidas são dadas em 1/64 de polegada. O número de peneira corresponde ao
numerador desta fração, a saber: Peneira 19= 19/64 de polegada; Peneira 18 =
18/84 de polegada etc.
O classificador comum dá os seguintes tipos: Chato 18, Chato 17, Chato 16,
Chato 15, Chato 14, Chato 13, moca graúdo, moca médio e moca miúdo, além de
escolhas (leves) e "cabeça" (maiores que peneira 18).

Podem aparecer alguns defeitos nesta operação, tais como grãos


imperfeitos acompanhando o café "escolha" rico em grãos perfeitos, corrigido por
meio da regulagem de coluna de ar; grãos de penaras diferentes, encontrados
juntos, numa mesma bica, que significa peneiras com sobrecarga ou peneiras
gastas ou rompidas.

A cada peneira corresponde uma bica de e nsaque, havendo possibilidade de


se juntar duas ou mais peneiras, numa mesma bica.

A proporção entre palha e café beneficiado, em peso, corresponde a de


cerca de 55% de palha para 45% de café, sendo necessários, portanto, cinco e meio
litros de café em "coco" para se obter um quilo de café beneficiado. No café em
pergaminho (despolpado), essa relação varia em torno de 20 para 80%, sendo
precisos cerca de 1,260 Kg, ou três e meio litros para um quilo de beneficiado. O
peso específico aparente do café benefic iado é da ordem de 0,7 e o real é pouco
superior a 1.

• 


Este repasse pode ser feito pelas mesmas máquinas usadas no


beneficiamento ou por meio de seletores a ar flutuante, que consta de uma peneira
inclinada, dotada de movimento vibratório intenso, recebendo uma injeção de ar por
baixo. O café beneficiado é despejado na parte superior da peneira e recebendo a
corrente de ar por baixo, adquire características de fluidez; os grãos pesados vão
para o fundo e os leves tendem e permanecer em cima da camada.

Os cafés pesados alcançando a posição inferior da camada, entram em


contacto com a peneira, a qual por seu movimento ocilatório transmite a este grão
um caminhamento inverso ao dos grãos leves; os pesado tendem a caminhar para e
parte superior da peneira, enquanto que os leves, descendo, são recolhidos na e
inferior. Quanto mais pesado o grão, maior será a tendência a subir, podendo ser
feita uma seleção mais perfeita, de acordo com a posição em que são os mesmos
retirados da máquina. É o sistema chamado "Air Float", que elimina os defeitos por
diferença de densidade.

A catação manual é um meio que pode ser executada em mesas coletivas


ou individuais, sendo que estas últimas permitem um melhor controle do serviço
executado pelas catadeiras. A qua lidade do trabalho apresentado na catação
manual varia com fatores pessoais e com a qualidade do café, daí a vantagem das
mesas de catação que permitem o controle individual. Este tipo de serviço é,
normalmente executado por mulheres, e o seu rendimento va ria com o café a ser
catado, podendo ser tomado como média, o rendimento de 1,5 saca por dia, para
cada operária.

Hoje se encontram no mercado catadeiras de café eletrônicas, importadas,


nas quais o grão é submetido ao exame feito por células fotoelétricas , sendo
rejeitado o grão que esteja em desacordo com o padrão de cor pré -estabelecido na
máquina. O rendimento das máquinas encontradas atualmente no mercado, varia
entre 1 a 1,5 sacas de café beneficiado, por hora. Este sistema de catação oferece
oportunidade da formação de lotes de café, dentro de um padrão de coloração
desejada e selecionada de maneira rigorosa.

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 " 


O café beneficiado, normalmente com teor de umidade em torno de 11 a


12%, é acondicionado em sacos de juta, co m peso de 60 quilos, e guardados em
armazéns limpos e bem ventilados. Os lotes de café devem ser empilhados
separadamente, segundo a sua origem.

Quanto à área necessária ao armazenamento, recomendam as normas


técnicas brasileiras a construção de armazéns com pé direito de 6,00 metros de
altura e das pilhas não superior a 4,50 metros. Nessas condições, cada metro
quadrado de armazém comporta 35 (trinta e cinco) sacos, estando prevista a área
destinada a corredores.

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A classificação comercial do café depende dos cuidados dispensados à


execução das praticas indicadas para o preparo do café, objetivando a sua melhoria
em tipo e em qualidade. Isto, porque, o café brasileiro é classificado principalmente
em relação à bebida e ao tipo.

O tipo é determinado tendo em conta o número de defeitos numa amostra de


300 gramas, de acordo com a tabela de equivalência dos grãos imperfeitos e
impurezas, a saber:

Equivalência dos grãos imperfeitos e impurezas


Obedecendo á tabela da classificação da Bolsa Oficial de Café e
Mercadorias, adotada no país, aos tipos de café, de 1 a 8, correspondem os
seguintes números de defeitos:

A obtenção de um bom café, quanto ao tipo, depende exclusivamente do


produtor. Os melhores tipos de café podem ser obtidos em qua lquer região cafeeira,
uma vez conduzida convenientemente, a eliminação dos defeitos.

Com as maquinas existentes no mercado para tal finalidade, não se justifica


a presença dos defeitos, no meio do café, pois podem facilmente, ser eliminados.
Resta saber se o produtor tem condições financeiras e estímulo para essa produção.

A qualidade é conhecida em provas de xícaras, recebendo o café, conforme


as características da "bebida", a classificação de "mole", "duro", rio e "riado".

A bebida significa o sabor, o aroma do café, o qual depende em grande


parte das operações anteriores ao benefício, tais como colheita, preparo e secagem,
principalmente nas zonas típicas de bebidas inferiores. Nessas regiões, como é o
caso da Zona da Mata, do Vale do Paraíba, a bebida é normalmente de qualidade
inferior, quando o café é colhido, pelo sistema de derriça, sem um preparo
conduzido racionalmente, tendo nos seus meio, grãos ardidos ou pretos, que mais
prejudicam a qualidade da bebida.

Conclui-se, portanto, que nas operações anteriores ao beneficiamento e as


posteriores a ele, se bem aplicadas, implicará na obtenção de café de bom tipo e
boa qualidade, principalmente naquelas regiões onde as condições ecológicas são
desfavoráveis.

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