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Brasil: reprimarização e dependência

(5'25'' / 1,24 Mb) - O economista Reinaldo Gonçalves tem sustentado a volta ao passado da política econômica do governo Lula, quando o Brasil era
primário exportador.
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Gonçalves chama de especialização retrógrada a forma como o Governo Lula tratou o desenvolvimento econômico brasileiro, centrado em produtos
agrícolas com baixa incorporação tecnológica.

Para reforçar isto, ele trabalha o tema da vulnerabilidade externa, entendida como a capacidade do país enfrentar com mais êxito, ou não, as pressões
internacionais.

Para ele, o período Lula foi marcado por um cenário in ternacional favorável que permitiu um controle conjuntural da vulnerabilidade, mas estruturalmente não
mexeu nas condições internas que permitiriam outra condução no processo de desenvolvimento.

A revista valor econômico mostra que de 2004 a 2010, o Brasil viu seu processo industrial perder força, enquanto as commodities ganharam.

Neste período, as 5 principais commodities – soja, açúcar, minério de ferro, petróleo, complexo da carne - concentraram 43,4% das exportações, enquanto os
automóveis tiveram uma queda de 3,5% para 2,2% e a venda de aviões caiu de 3,4% para 2%.

Curioso é que esses bens exportados pelo agronegócio possuem baixa tecnologia incorporada, por exemplo, dos US$ 17 bilhões exportados de soja, 64,5% foram
em grãos e dos US$ 12 bilhões do açúcar, apenas 29% se refere ao refino.

Quais as implicações desta volta à economia primário-exportadora com baixa incorporação tecnológica?

Vulnerabilidade externa, dependência e subordinação

1º: O período neoliberal conformou uma situação de privatizações, abertura econômica e mudanças legislativas que fortaleceram a participação do capital
internacional no País.

2º: As terceirizações com as quebras de contratos – a era dos estágios e designações temporárias - modificaram o padrão de emprego e renda no Brasil, e
formalizaram a intensificação da precarização do trabalho em solo brasileiro.

3º: A soberania nacional foi substituída pela aberta campanha publicitária sobre o Brasil agora na condição de credor do Fundo Monetário Internacional.

4º: O mercado interno passou a ser o celeiro das novidades internacionais eletro- eletrônicas – cujas sedes principais das marcas industriais estão no G-7 - desde
os telefones celulares ate os aparelhos de televisão.

Estes quatro elementos mostram a acentuação dos vínculos de dependência do país no período Lula às economias centrais, e revelam uma faceta nova da
reprimarização da economia brasileira.

A dependência, entendida como vulnerabilidade externa estrutural traz, para a classe trabalhadora brasileira, novos problemas dos velhos modelos da disputa do
poder.

Soberania nacional, democracia participativa e projeto popular vão sendo aos poucos apagados do histórico processo de luta do povo brasileiro, a partir da política
institucional de adesão periférica a lógica dominante global.

Dependência e superexploração:

De 2004 a 2010 a classe trabalhadora viveu a reconfiguração do mundo do trabalho em que a indústria perdeu peso e o agronegócio de baixa incorporação
tecnológica e laboral, ganhou força.

Além disto, a juventude deste período – criança que se desenvolveu nos moldes neoliberais dos anos 90´s - viu a possibilidade de se empregar pela primeira vez
como estagiária. Este primeiro emprego foi conformando uma nova ideologia do trabalho, avessa ao debate da intensa exploração vivida por este grupo.

A sociedade do consumo tecnológico e dos ganhos da especulação financeira abriu as portas ao fortalecimento renovado da cultura americana do consumo, do
desperdício, da ampliação do desejo mercadológico de criação de necessidades e escolhas externas à realidade concreta destes sujeitos.

As cruéis implicações desta política neoliberal combinada com a reprimarização, dizem respeito à intenção formal do poder institucional, enterrar os elementos que
garantiriam a força da Nação e a capacidade decisória da sociedade.

Uma vez mais, a dominação burguesa oculta a realidade dos fatos, a partir da deslegitimação dos conflitos vividos pela classe trabalhadora, nos ambientes onde
convive.

Desemprego estrutural, professores e funcionários públicos em greve, sem terras e sem tetos ocupando espaços improdutivos, estudantes em levante, são
exemplos de que nem tudo está tão perfeito no reino de Pindorama.

Até quando esta ilusória construção de inclusão seguirá com força? Até sermos capazes, como classe, de dar unidade aos levantes, de retomar o debate popular
sobre os grandes processos que vivemos – como a campanha contra os agrotóxicos – e de reconstruir o projeto popular para o Brasil.

Economista, educadora popular e integrante da Consulta Popular/ ES.

09/03/11

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