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No exemplo de que ninguém passa a noite sem sonhar, ele explica a entrega do ser
humano no universo fabulado. Onde o sonho assegura durante o sono a presença deste
universo independente de nossa vontade.
E assegura que é durante a vigília do sono que, que a criação ficcional ou poética se
constrói como mola da literatura. Cita o sentido amplo da literatura, do cotidiano do
analfabeto ao do erudito.
Considera a literatura como uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita, o
que a torna um direito e fator indispensável da humanização; assim como não é possível haver
equilibro psíquico sem o sonho. Pode não haver equilibro social, sem a literatura. Cada
sociedade cria suas manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de acordo com seus
impulsos, suas crenças, seus sentidos, suas normas.
Assim como a literatura também tem um papel formador de personalidade, de forma
negativa ou positiva, no individuo e na sociedade. Ela pode ser o retrato da sociedade, como
pode servir de modelo para a construção da mentalidade de uma sociedade. A literatura é um
instrumento poderoso de instrução e educação. Esta posta nos currículos como um
equipamento intelectual e afetivo.
Por isso cabe ao educador saber utilizar bem esse instrumento, de forma consciente
analisando os livros didáticos e questionar-se se esta percebendo as ideologias presente
neles. Sendo que o próprio livro gera conflitos dentro do âmbito escolar. A literatura
confirma, nega, propõe, denuncia, apóia e combate. Age de forma dialética. Por isso o autor
realça a importância tanto da Literatura sancionada como da Literatura proscrita.
Quando a literatura exercer um duplo papel, ele lembra que ela não é inofensiva, mas
não é também um mal por si mesma, na formação da personalidade de que tem contato com
ela. Depende da realidade desse indivíduo, ela pode ser fator de perturbação e risco, como
pode o humanizar. “A idéia convencional é de que a literatura eleva e edifica segundo os
padrões oficiais”(CANDIDO, 1989:113), mas essa entra em conflito com a de; “que a
literatura possui uma força indiscriminada, e que nem sempre é desejada por alguns
educadores”(CANDIDO, 1989:113), por que foge a controlo.
O autor conclui se modo de pensar dizendo que literatura não corrompe e nem
edifica, mas contem o que denominamos bem e mal; pode se então dizer que o equilíbrio
gerado pela literatura é que humaniza o homem.
2 FRANTZ, Maria Helena Zancan. O Ensino da literatura nas séries iniciais. Ijuí: UNIJUÍ, 1998. Doravante
a autora será mencionada como FRANTZ.
executar. Por isso a educação com qualidade exige o envolvimento de todo âmbito escolar;
principalmente do professor que deve ser um leitor com conhecimento amplo e disposto a
usar de metodologias que atraiam o aluno a leitura e direcionem seus interesses a mundo da
literatura. Quanto a Escola, faltam esclarecimentos a respeito da importância da literatura e
de como utiliza-la assim é necessário um processo de conscientização da equipe pedagógica
a cerca desse assunto.
O professor deve ter claro que a literatura é ludismo, fantasia, imaginação e
questionamento e que esses fatores estarão enriquecendo o ato de ler. E que essa qualidade
revelam a literatura com uma forte aliada do professor, para levar o aluno a compreender o
mundo real, assim como o aprendizado seja ele escrito ou oral. Compreender a importância
da literatura e administra-la bem aos alunos; leva o professor a executa uma proposta
transformadora da educação.
Segundo Maria Helena Martins3, o professor deve desempenhar a condição de
auxiliar; no dialogo entre o texto e o aluno em sala de aula, para tal o professor deve dominar
e conhecer o respectivo texto, e estar pronto a auxiliá-lo, portanto deve ler com aluno e não
ler pelo ou para o aluno.
A Tarefa do professor vai além, de ensinar a decifrar códigos e símbolos; cabe
a ele auxiliar o aluno na compreensão e interpretação dos conteúdos, assim como na
exposição destes mesmos e a instigar nos alunos a formulação de postura critica a cerca do
que aprende e a expressar seu ponto de vista; no que diz respeito à interpretação de obras
literária, exige se que preferencialmente o professor–leitor e que possua um vasto
conhecimento para proporcionar aos seus alunos um universo de opções de indicações de
leituras.
Além de sugerir, o professor deve instigar seus alunos através de técnicas e recursos,
discussões assim como ouvi-los; ou seja, criar uma atmosfera seja em sala de aula ou fora
dela, que demonstre a importância da leitura.
Por isso tanto a Alfabetização como o Letramento, a Oralidade e a Leitura não
devem ser algo uniforme e formatado. Mas devem contextualizar as relações sociais,
culturas, políticas econômicas em que o aluno esta inserido Sendo que os três primeiros itens
complementam o quarto, o qual é necessário para a organização do conhecimento adquirido,
por um individuo, fazendo com que ele tenha acesso a conhecer seus direitos
Desta forma como ele poderá distinguir entre continuar na dependência do sistema
atual ou buscar a transformação social; por isso a necessidade do educador se preocupar e ter
3 MARTINS. Maria Helena. O que é leitura, - Coleção 1º Passos- 19ª ed. São Paulo:Brasiliense,1994.
clareza sobre o método que utiliza ao, pois o alicerce deve ser firme, para que a aquisição do
conhecimento seja produtiva.
Porém isso se concretiza se ele recebe uma educação formadora; do senso critico que o
desperta para realidade e o liberta da alienação. Esta criada pelos meios de comunicações
que possuem uma linguagem mais atrativa e que oferece uma leitura mais rápida das
informações.
Em uma sociedade onde se prioriza o mais prático e rápido, a leitura e a literatura
especificamente acabam perdendo espaço para as mídias, sendo que estas também podem ser
lidas ao invés de apenas digeridas; como ocorre ocasionalmente, pois muitas pessoas não
conseguem perceber as mensagens e ideologias, implícitas em uma propaganda, novela ou
reportagem seja nos meios televisivos ou escritos da mídia. O que pode ser considerado fruto
de uma formação inadequada de um leitor, no qual o processo de formação se consolidou
durante o período escolar. Eis aqui mais um ponto importante para que se forme um leitor
crítico e consciente.
CONCLUSÃO
A literatura infantil quando desenvolvida com a função do lúdico; interage na
formação do individuo por si proporia, pois a literatura traz o recorte do real, explicitado
segundo o olhar do autor e composta dos significados da cultura que a compõem. Realizando
o processo de transformação no interior do individuo, assim como age na função de
equilibrar os conceitos que aleatoriamente ele vai adquirindo pela sua leitura do ambiente em
que vive. Ela reorganiza conceitos, ora sugere ou discorda, apresenta culturas até então
desconhecidas pelo leitor.
Depois de expor a importância da literatura e mais propriamente a infantil, insisto na
responsabilidade dos educadores de apresentarem, aos seus educados um vasto repertório
literário. Estando alerta as ideologias e doutrinações, analisando primeiramente o material a
ser trabalhado com criticidade e ao mesmo tempo com o olhar de um apreciador da pura arte.
Saber identificar textos cativantes a universo infantil, também é uma arte, a qual só se
alcança penetrando nesse mesmo universo, se o educador não lê, não busca descobrir a
imensidão de literaturas que existe, não terá instrumentos e nem argumentos para trabalhar
com seus alunos.
Cabe aos educadores já em atuação, como os que ainda encontra-se em formação
utilizar literaturas infantis; na sala de aula, promovendo matéria-prima para a formação do
individuo, ainda em sua infância. Seguindo um processo de seleção, deve-se mostrar também
aos alunos, as literaturas que corrompem, manipulam docilizam e alienam, e lhe explicar
como isso pode acontecer. Revelar a intenção da literatura, esmiuçar-la aos indivíduos em
formação sedentos do novo, do interessante, do prazeroso, faz com que o interesse pela
literatura se torne uma necessidade, assim como é necessário o alimento para o corpo.
Assim naturalmente esse indivíduo vai formando em si conceitos, significados do real
expressos no mundo da fantasia, moldando seu caráter, sua cultura, seu eu, de forma
equilibrada, tornando-se perceptível a realidade sem deixar de vislumbrar um futuro
imaginário, porém possível de se realizar. E à medida que isso ocorre o processo de
humanização do indivíduo; paralelamente mente o processo de aprendizado escolar. Surtindo
efeitos positivos nas demais áreas e disciplinas. Faz se então necessária à devida atenção dos
educadores a literatura infantil, em sala de aula e deste modo formando o indivíduo em seu
sentido mais amplo como ser humano..
REFERENCIAS
AGUIAR, T. de Vera. Literatura: a formação do leitor, alternativas metodológicas. 2. Ed.
Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
CÂNDIDO, Antônio. In, FESTER, A,C, Ribeiro (org), direitos humanos e Literatura. São
Paulo: Braziliense, 1989.
FRANTZ, Z.H. Maria.O ensino da literatura nas séries iniciais: a natureza do texto
literário.Ijuí Ed. Unijaí.1998..
FREIRE. Paulo. A importância do ato de ler( em tres artigos que se completam). São Paulo,
Autores Associados/ Cortez, 1982.
MARTINS. Maria Helena. O que é leitura, - Coleção 1º Passos- 19ª ed. São
Paulo:Brasiliense,1994.
SILVA, Ezequiel T.. Elementos de Pedagogia da Leitura. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
ZILBERMANN. Regina. A leitura e o ensino da literatura; São Paulo: Cultrix.1988.